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A palavra contabilidade provém etimologicamente de conta; esta por sua vez, de cômputo,
originária do latim comptum, que significa cálculo, contagem. Contudo, há dicionaristas que
consideram que nós da expressão portuguesa a adoptámos do francês comptabilité.
É pacífico afirmar que as palavras contabilidade, conta e contagem, têm todas a mesma raiz e
que a contabilidade nasceu de uma necessidade prática: registar, de maneira mais perdurável
do que a memória, certos factos da vida económica.
Decerto que nem todos os homens contribuem por igual para o surto e progresso das ciências
e da técnica, antes, pelo contrário, havendo alguns que, pelas suas teorias e inventos,
constituem marcos notáveis do pensamento e da acção humana nesses campos, mas seria
errado olvidar que esses seres excepcionais herdaram uma valiosa experiência dos seus
antecessores, no conhecimento da qual fundaram as suas lucubrações (Monteiro, 1979, pg.
14).
Uma das figuras incontornáveis da contabilidade é Frei Luca Pacioli (também conhecido por
Luca Paciolo, Luca Paciuolo ou Luca di Borgo), que viveu entre 1445 e 1517 (cerca de 72
anos). Frade italiano contemporâneo de Leonardo da Vinci, Camões, Copérnico e
Shakespeare, entre outras figuras ilustres dessa época. Foi o primeiro, ao que se saiba, que
divulgou método gráfico, as partidas dobradas – a partida doppia – em forma de obra
imprensa, sob o título Tratactus particularis de comptus et scripturis, integrado na sua obra
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Neste Tratado, Pacioli declara que o maior objectivo da Contabilidade é fornecer ao dono,
sem demora alguma, informação sobre os seus bens (ou seja o Activo) e as suas dívidas (ou
seja o seu Passivo, bem como a base para a concessão de crédito). As contas tinham que ser
mantidas em segredo não existindo pressão externa para a exactidão das mesmas ou regras
uniformes para a sua apresentação. De acordo com este objectivo simples, os conceitos
contabilísticos de apoio são ainda muito básicos: por exemplo, todos os registos eram
processados em contas elementares; isto é, não havia contas gerais exceptuando Caixa e
Capital (Carqueja, 2022, pg. 738).
1º - possuam algum capital para não terem que trabalhar exclusivamente com capital
alheio;
2º - sejam bons raciocinadores e tenham “queda” para o cálculo;
3º - saibam registar as suas operações ordenadamente de forma a poderem seguir o
andamento dos seus negócios, sem sobrecarregar a memória.
Deste “conselho” do autor infere-se que já naquele tempo estavam em evidência alguns dos
ingredientes do modelo empresarial vigente: mercado, conhecimento, capital e informação.
Nos nossos dias já não sobrevivem as economias nacionais isoladas; foram substituídas por
uma nova economia global, e a cada vez maior exigência dos consumidores, clientes,
colaboradores, etc., são – por si só – factores de referência a estimular a melhoria da
eficiência e da eficácia dos mercados, uma melhor comparabilidade das demonstrações
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Todavia, em muitos aspectos a contabilidade não mudou muito desde que Pacioli ensinou que
a escrituração, à moda veneziana, assentava num tríplice composto por: (a) Giornale (Diário),
(b) Quaderno ou Libro Grande (Razão) e (c) Memorial (Borrão). Quanto à forma de
escriturar, preconizava-se naquele Tratado o método das partidas dobradas, que constitui por
assim dizer a ferramenta necessária para efectuar os registos nos mencionados livros e que
volvidos mais de quinhentos anos ainda mantém actualidade.
Para explicar a razão de ser da contabilidade, a caracterização do seu objecto e fins, existem
várias escolas do pensamento. De acordo com Sá (1995), dentre as mais notáveis, no séc.
XIX, temos:
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Segundo o mesmo autor, no séc. XX, temos como as mais notáveis escolas do pensamento:
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A segunda era inicia em 2006 com a aprovação do novo PGC pelo Decreto Nº 36/2006 de 25
de Julho que veria a entrar em vigor no dia 01 de Janeiro de 2007, continuando com a mesma
estrutura e tendo como princípio básico a partida dobrada.
Terceira etapa, a actual fase surge como forma de padronizar em Moçambique o Sistema de
Contabilidade para o Sector Empresarial (SCE) aprovado pelo Decreto n.º 70/2009 de 22 de
Dezembro o com base nas IAS/IFRS do IASB (2008), aplicável a Sociedades Comerciais:
(i) Grande e Média dimensão (PGC – NIRF) e (ii) Pequenas e demais empresas (PGC – PE).
O Decreto nº 70/2009 baseado nas Normas Internacionais de Relato Financeiro surge com
interesse de desenvolver o Mercado de Capital em Moçambique bem como integrar as
empresas nas Bolsas de Valores Estrangeiras. Entretanto este normativo veio evolucionar a
realidade Contabilística Moçambicana pois vários elementos novos foram introduzidos e
destacando-se a Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstrações de alterações no capital
próprio, o que veio melhorar a qualidade das demonstrações financeiras.
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10) De acordo com a evolução histórica pode se dizer que a Contabilidade, ganhou o
estatuto de ciência na:
a) Na França em 1494;
b) Na Itália em 1949;
c) Na Itália em 1494;
d) Na América em 1928
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Registar: todos os factos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário;
Organizar: um sistema de controlo adequado à empresa;
Demonstrar: com base nos registos realizados, expor periodicamente por meio de
demonstrativos, a situação económica, patrimonial e financeira da empresa;
Analisar: os demonstrativos financeiros com a finalidade de apurar os resultados
obtidos pela empresa;
Acompanhar: a execução dos planos económicos da empresa, prevendo os
pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e alertando
para eventuais problemas;
Entender e aplicar na prática os princípios e natureza da Contabilidade Geral.
2. A Contabilidade – Conceito
Informação sobre os bens propriedade de uma empresa, as suas dívidas, as suas vendas os
seus custos e outras de idêntica natureza, necessárias para a gestão desempenhar a sua função
são exemplos do papel que a contabilidade, nas suas diversas vertentes, desempenha.
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Segundo Zappa
Segundo Popoff
A Contabilidade é a ciência que tem como finalidade registar, colectar, resumir, informar e
interpretar dados e fenómenos que afectam a situação patrimonial, financeira e económica
de qualquer entidade.
Por último, estabelecendo diversas considerações sobre o património dos agentes económicos
e sobre o que se entende por equilíbrio patrimonial, avança-se com a seguinte definição:
“Contabilidade é a ciência do equilíbrio patrimonial preocupando-se com todos os
acontecimentos que o possam influenciar e por isso os identifica, selecciona, analisa e
promove medidas, processos, avaliação e comunicação de dados, facilitando a tomada de
decisões”. (Armandino Rocha - Universidade do Minho).
Convém referir que este conceito, como qualquer outro, não é o mais completo, mas, o
importante é ter todos os elementos da definição, para melhor entendermos.
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Saber, em qualquer momento, o que se tem, o que lhe devem e o que deve,
informações estas que traduzem a situação patrimonial;
Apreciar o resultado da sua actividade, relativamente à origem e aplicação de
recursos;
Analisar os desvios entre a actividade anteriormente programada e a realidade de
recursos;
Tomar as decisões mais convenientes e elaborar novo orçamento.
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Estas informações, de carácter económico - financeiro, são dirigidas não só aos responsáveis
pela administração da unidade económica, mas também, a todos os interessados em conhecer
os resultados obtidos e a situação da unidade: sócios, pessoal, clientes e fornecedores,
financiadores e até o próprio Estado, por duas razões fundamentais: primeiro, porque alguns
dos impostos lançados sobre as unidades económicas são baseadas nos lucros obtidos; depois,
porque só é possível conhecer a actividade económica sectorial e nacional pela agregação
das informações relativas a cada unidade económica.
a) Relevância
A informação deve fornecer um elemento de resposta a uma questão e orientar a acção. A
contabilidade deve ser organizada em função das necessidades sentidas ou previsíveis dos
utilizadores das informações.
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c) Quantificação
A informação deve ser quantificável, traduzida em números, geralmente representativos de
unidades monetárias, mas, algumas vezes de unidades físicas. Uma informação qualitativa
corre o risco de ser diferentemente interpretada por cada pessoa.
d) Economicidade
O custo da informação deverá ser inferior à vantagem que ela proporciona. Caso contrário,
será preferível prescindir dessa informação.
Em termos gerais podemos afirmar que todo e qualquer tipo de informação deve ser credível
para que os utentes a quem a mesma se destina possam retirar conclusões idóneas. Se
considerarmos este princípio como objectivo a atingir para a generalidade da informação ela
será, contudo da maior importância para a informação financeira produzida pelas empresas
ou entidades uma vez que a mesma se destina a ser interpretada por uma vasta gama de
utentes.
Hoje em dia considera-se que existem diversas entidades interessadas nas demonstrações
financeiras, como sejam: os que a preparam, os que a auditam, os que a analisam e os que a
utilizam, ou seja, os utentes.
De todas estas entidades, são sem dúvida os utentes os que devem ser mais privilegiados uma
vez que esperam que as demonstrações financeiras, como partem que são da informação
financeira em termos gerais, sejam preparadas com o fim de proporcionar informação que
seja útil na tomada de decisões económicas, como por exemplo:
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Análise Contabilística
Contabilidade Revisão Contabilística
Consolidação Contabilística
Função registo
Uma das funções primordiais da contabilidade é a de registar todos os factos que provocam
alteração no seu património para a contabilidade poder cumprir esta missão, a empresa deve
munir-se de todos os documentos obrigatórios a fornecer informações precisas e concisas a
todos interessados na sua vida. Quer isto dizer que o papel da contabilidade na empresa
começa antes da mesma entrar em funcionamento. É por isso que devemos dividir a função
de registo em duas fases.
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2ª – Fase de funcionamento
Função de controlo
Função de avaliação
Determinar, com base nos preços de custo, e os preços de venda dos produtos de
modo que se atinja os objectivos propostos pela administração;
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Função de previsão
A Contabilidade Geral
O tronco comum será constituído pela contabilidade geral, que compreende os conceitos
básicos, as regras de funcionamento e os princípios contabilísticos (Teoria da contabilidade)
e as formas de representação, ou seja, a Escrituração propriamente dita (Técnica
contabilística geral). Ela se preocupa com as operações de natureza comercial ou financeira,
tais como: compras, vendas, cobranças e empréstimos.
A Contabilidade Aplicada
Quando se toma como ponto de referência a natureza das entidades a que é aplicada temos os
três grandes ramos de contabilidade:
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Contabilidade Privada
Contabilidade Aplicada Contabilidade Pública
Contabilidade Nacional
Contabilidade externa
Também designada por Contabilidade Financeira ou muito simplesmente Contabilidade.
Regista as operações gerais da empresa do ponto de vista das necessidades dos sócios, do
Estado (cobrança de impostos), dos trabalhadores, dos credores, etc. O seu objectivo principal
é dar uma imagem verdadeira e apropriada da posição financeira e dos resultados da
sociedade, simultaneamente compreensível e útil aos que a utilizarão.
Contabilidade Interna
Também chamada Contabilidade Analítica ou de Custos, que regista as operações de um
ponto de vista interno. Tem como principal objectivo o apuramento de resultados não globais,
por produto, linhas de produtos, ou departamentos, assim como o apuramento de custos e
análises de produtividade.
Contabilidade Previsional
As necessidades crescentes dos gestores e restantes tomadores de decisão veio fazer surgir a
necessidade do tratamento previsional dos aspectos contabilísticos. Aparece assim
contrapondo-se à Contabilidade histórica, que releva os factos passados, um novo conceito de
Contabilidade de natureza previsional, que trata os resultados das previsões de natureza
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Contabilidade Financeira
Contabilidade da Empresa Contabilidade de Custos
Contabilidade Orçamental
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a) Interno – elaborado pela empresa e para o uso interno (verbetes de caixa, vales de
caixa, etc).
b) Externo – aqueles que provém ou se destinam ao exterior (facturas, facturas-recibos,
recibos, notas de crédito e notas de débito).
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2.6.1. Definição
Documentos comerciais são impressos onde se regista os fenómenos económicos ocorridos
com a indicação das suas características qualitativas e quantitativas no tempo e espaço.
2.6.2. Objectivos
Documentos comerciais têm objectivo de permitir o registo de fenómenos ou factos
patrimoniais sucedidos para reflectir o desenvolvimento da actividade.
2.6.3. Importância
O documento comercial reside no facto de constituir a base a partir da qual se elabora toda
informação económica.
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Factura
É o documento emitido pelo vendedor onde se faz a descrição completa das mercadorias ou
bens e serviços vendidos e de todas as condições estabelecidas no contrato de compra e venda
(despesas feitas pelo vendedor por conta de comprador, descontos ou abatimentos efectuados,
etc.)
Recibo
É um documento que prova o pagamento que se efectua com a emissão de recibo e sua
entrega ao comprador pelo vendedor, conclui-se a operação de compra e venda dando por fim
a dívida do comprador.
Nota de débito
É o documento emitido pelo vendedor para rectificação do valor da factura enviada ao
comprador, relativa a erros cometidos para mais ou despesas efectuadas para o vendedor por
conta do comprador.
Nota de crédito
É o documento emitido pelo vendedor que visa rectificar para menos ou produzir o valor da
factura. Nela se indicam as importâncias que se lançam crédito da conta do comprador,
referentes a mercadorias que este recusou a devolver, ou ainda a redução nos preços ou a
descontos que o vendedor conceder.
Cheque
É um título de crédito.
Endosso
As letras ou cheque podem ser endossadas a terceiras pessoas para pagamento de débitos ou
dívidas.
Protesto
Tem lugar quando a letra não é paga dentro do prazo estabelecido ou na data do seu
vencimento.
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8) É objecto da Contabilidade:
a) Conjunto dos haveres, direitos e obrigações.
b) O conjunto de bens, direitos e obrigações.
c) A evidenciação do património, para que os bancos possam emprestar dinheiro às
entidades.
d) Os bens, direito e situação líquida.
e) O controlo da entidade;
10) Num contexto de economia globalizada, mister se faz que as entidades económico-
administrativas se especializem cada vez mais, no sentido de obterem controlos eficazes
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b) Interno da organização;
c) Ambiente interno e externo da organização;
d) Todas alternativas estão correctas.
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Capítulo III
3. O PATRIMÓNIO
3.1. Objectivos a atingir
Ao completar esta unidade, o estudante deverá ser capaz de:
Exemplo:
Suponha que o Sr. José Monteiro Nharúgue, no dia 12 de Fevereiro do ano em curso, decidiu
elaborar a seguinte listagem:
Dinheiro em carteira;
Dinheiro depositado no Banco;
Automóvel «Mark X»;
Mobiliário;
Importâncias a receber de Milton Cunguara;
Duas letras por pagar respeitantes ao automóvel.
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Assim, a listagem anterior representa o património do Sr. José Monteiro Nharúgue naquele
momento.
O Patrimonialismo defende que o património é uma grandeza real que se transforma com o
desenvolvimento das actividades económicas. O capital representado pela riqueza acumulada.
Um dos grandes estudiosos do Patrimonialismo foi Vicenzo Masi. Sua definição é a seguinte:
“Contabilidade é a ciência que estuda o património à disposição das organizações”
(HERMANJUNIOR, 1972, p. 52).
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3.3.2. Classificação
De acordo com o tipo da unidade económica que detém a posse de determinado conjunto de
bens, direitos e obrigações, o património pode ser individual, social e nacional. Assim se a
unidade económica for um indivíduo, o património será individual; se for uma sociedade o
património será social e se for de uma nação, o património designar-se-á património
Nacional.
Repare que nesta listagem podemos identificar dois tipos de património com características
diferentes:
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Todos os elementos estão em constante alteração, quer em composição quer em valor. Assim
sendo, o património deve ser datado, de modo a termos uma ideia e um conhecimento
precisos sobre a sua dinâmica. Tal como a família, para poder exercer a sua actividade, a
empresa necessita de um património.
Entende-se por valor do património «a quantia que seria preciso dar para o obter, isto é, para
receber em troca o activo, ficando ao mesmo tempo com o encargo de pagar todo o passivo».
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Concluindo teríamos a situação líquida final igual ao somatório das situações líquidas inicial,
retida e em exercício: 𝑺𝑳𝒇 = 𝑺𝑳𝒊 + 𝑺𝑳𝒓 + 𝑺𝑳𝒆 , onde:
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Dispondo os elementos abstractos da situação líquida pela ordem da sua formação histórica,
teremos as seguintes massas parciais:
Conclusões:
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Activo:
Meios financeiros;
Inventários e Activos Biológicos;
Investimento de Capital;
Contas a receber.
Passivo:
Contas a pagar.
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Para o efeito, recorreu aos elementos de valorimetria disponíveis nos registos contabilísticos
e apresentou a seguinte listagem:
Note que:
(1) + (3) + (4) + (5) = Representam os bens
Complete:
___________ + _____________ + _____________ + ______________ = _______________
___________ + _____________ = _______________
___________ + _____________ = _______________
Como se acabou de ver:
Conclusão:
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4. Noção de Conta
Os três conjuntos, Activo, Passivo e Capital Próprio, agregam elementos patrimoniais que
desempenham a mesma função económica e financeira, sendo que se subdividem tendo em
conta a função que desempenham dentro do património. Chegamos, então, à noção de Conta,
que definimos como um conjunto de elementos patrimoniais com determinadas
características comuns e específicas.
As contas do SNC estão divididas em oito classes, numeradas de 1 a 8. As contas das classes
1 a 5 e as contas 81 – Resultado líquido do período e 89 – Dividendos antecipados, são contas
do Balanço.
A conta constitui a base de toda a escrituração, visto que é a partir dela que se desenvolve o
trabalho contabilístico, permitindo registar todas as variações sofridas pelos elementos
patrimoniais que nela se englobam.
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Se o título é imutável, a extensão já não o é. Pelo contrário, ela constitui o elemento variável
da conta, na medida em que os elementos patrimoniais que engloba estão sujeitos a variações
contínuas provocadas pelas operações realizadas.
Em suma, a conta deve ser “homogénea” e “integral” dado que só poderá admitir
movimentos ligados com a respectiva classe de valores, não excluindo qualquer deles.
Graficamente temos:
Debitar uma conta significa inscrever uma certa quantia no lado do débito (esquerdo), e
creditar uma conta é efctuar o registo de um valor no lado do crédito (direito).
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Ao balancear uma conta, ou seja, ao comparar o seu débito com o seu crédito, três hipóteses
podem ocorrer:
Fechar uma conta corresponde a somar as colunas dos valores do débito e do crédito – depois
de as saldar previamente – sublinhando com os dois traços (trancando) cada soma.
Reabrir uma conta é inscrever o saldo na coluna dos débitos, se na conta fechada o mesmo
era devedor; ou inscrever o saldo na coluna dos créditos se na conta fechada o mesmo era
credor.
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As contas do segundo membro (passivo e situação líquida activa) creditam-se pela extensão
inicial e pelos aumentos, e debitam-se pelas diminuições.
Noutros termos:
As contas do activo debitam-se pela extensão inicial e pelos aumentos e creditam-se pelas
diminuições.
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As contas do passivo e da situação líquida inicial creditam-se pela extensão inicial e pelos
aumentos, e debitam-se pelas diminuições.
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Convém referir que há contas que se destinam ao registo de actos que no momento não
alterem o património, mas que podem ter implicações patrimoniais futuras. São as
denominadas contas de ordem ou de responsabilidade ou ainda extrapatrimoniais. Estas
contas proporcionam indicações complementares úteis, ainda que sem reflexos, pelo menos
imediatos, no património e nos resultados de período da empresa/entidade.
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3) Julgue as afirmações:
A quantidade de contas utilizadas na contabilidade das empresas:
a) São iguais;
b) Variam de empresa para empresa;
c) São iguais e variam de empresa para empresa;
d) São diferentes.
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5. Inventário e balanço
5.1. Inventário – Noção e classificação
A análise do património de uma sociedade permite-nos concluir o seguinte:
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Mas para além do inventário inicial, nota-se que todas empresas, anualmente elaboram um
inventário geral (Inventário Anual). Como a contabilidade nem sempre regista rigorosamente,
ou continuadamente alguns factos patrimoniais, tal inventário é sempre indispensável para,
no fim de cada ano se poderem comparar os valores reais com os valores apresentados pela
escrita, e assim se efectuarem as necessárias rectificações. Sublinhe-se que inventariar um
património não é um trabalho tão fácil que parece a primeira vista. Há casos em que se pode
ou deve incluir valores ainda não registados e excluir outros que embora existindo na
empresa já não pertencem a empresa, tal é o caso de dos bens já adquiridos, mas que ainda
não entraram na empresa, os quais devem ser considerados, ou seja incluso na lista. Ora, para
os bens que tenham sido vendidos mais que ainda não saíram da empresa devem ser
excluídos no inventário. Borges (2000:39).
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g) Os bens que tenham sido vendidos mais que ainda não saíram da empresa devem
ser contemplados no inventário;
h) O inventario extraordinário quando elaborado em função de causas normais por
verificar ou comprovar a exactidão dos valores patrimoniais. 9- Método do
Inventário Permanente implica a necessidade de conhecer o custo da mercadoria a
cada Venda;
i) No sistema de inventário periódico, o custo dos inventários vendidos ou
consumidos é apurado no princípio de exercícios.
Já as empresas de porte maior, com uma estrutura capaz de realizar controlos mais apurados
sobre seus stocks, procuram saber o custo de cada venda, e não o custo total do período,
como é feito no inventário periódico. Para isto utilizam fichas de controlo de stock para cada
tipo de mercadoria que a empresa negocie. A este sistema se dá o nome de inventário
permanente.
Neste caso, o custo (CIV/C) pode ser determinado por: (i) PEPS (primeiro a entrar é o
primeiro a sair); (ii) UEPS (o último a entrar é o primeiro a sair); (iii) PMP (média ponderada
ou Preço Médio Ponderado).
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Vendas – é conta de receita. Regista-se a crédito o valor das vendas brutas do período.
Para utilizar este método a empresa necessita de um esforço administrativo muito maior,
possibilitando, por sua vez, um controlo gerencial mais efectivo. É necessária a manutenção
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de fichas de controlo de stock (uma para cada tipo de produto). Desta forma, o valor dos
stocks existentes pode ser obtido a qualquer momento pelo saldo de conta patrimonial
“Mercadorias”, diferentemente do que ocorre no sistema Inventário Periódico, onde o valor
dos stocks somente é obtido após a contagem física do mesmo ao final do período. O custo
das vendas é permanentemente acumulado (a cada venda) na conta “CIV/C”. Não há
necessidade de contagem física, e nem se utiliza a conta “Compras”, uma vez que as entradas
nos stocks vão directo para a conta “Mercadorias”.
Se os preços sobem, as saídas são feitas aos preços mais baixos e os stocks de fim período
serão avaliados aos preços mais elevados e o lucro da empresa encontra-se sobreavaliados.
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Se os preços baixam, as saídas efectuam-se aos preços mais elevados, os stocks de fim de
período são avaliados aos preços mais baixos e o lucro da empresa fica subavaliados.
Se os preços baixam, as saídas se efectuam aos preços mais baixos e os stocks do fim do
período serão avaliados aos preços mais altos e o lucro da empresa fica sobreavalido.
5.2. O Balanço
5.2.1. Noção
Elaborado o inventário, torna-se necessário comparar o Activo com o Passivo, para conhecer
a natureza e valor do Capital Próprio.
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No primeiro caso, como o Activo é maior que o Passivo, isso significa que os bens e direitos
da empresa são maiores que as suas obrigações – o Capital Próprio diz-se Activo. No
segundo caso é nulo e no terceiro é Passivo.
5.2.2. Classificação
1º) quanto ao momento da elaboração:
Inicial - o elaborado no início do exercício económico;
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5) Quanto a disposição dos elementos dos elementos patrimoniais o balanco pode ser:
a) Geral e parcial;
b) Vertical e horizontal;
c) Simples e classificado;
d) Analítico e classificado.
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6. Factos patrimoniais
6.1. Factos patrimoniais – Noção
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Suponha que a 1ª operação realizada pela empresa consistiu em levantar 500,00 do Banco
(Banco Letshego) onde tem o dinheiro à ordem.
Esta operação implica uma alteração da extensão inicial apresentada por 2 contas, a de Caixa
e a de Bancos.
O valor em Caixa que era inicialmente de 1.100,00 passa agora a ser de 1.600,00, isto é,
aumentou 500,00.
Pelo contrário a conta de depósito de 12.200,00, o levantamento feito veio a sua extensão
reduzida para 11.700,00. Por tanto, o seu valor diminui em 500,00.
Reparemos que as 2 contas são do Activo. Uma sofreu uma variação positiva de 500,00 e
outra sofreu uma variação negativa do mesmo valor.
Verificamos que esta operação provoca uma movimentação da conta Bancos pertencente ao
1º membro e na conta Fornecedores do 2º membro do balanço.
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A extensão da conta Bancos era de 11.700,00 passa agora a ser de 10.200,00. Por tanto,
sofreu uma variação negativa. Como houve um pagamento aos Fornecedores, a nossa dívida
que era de 38.500,00 passa agora a ser de 37.000,00. Esta conta sofreu uma variação
negativa.
Esta operação que afectou contas dos membros diferentes do balanço provocou-lhes
variações do mesmo sentido e do mesmo valor, neste caso, variações negativas.
As variações que resultam das operações que apenas altera o património da empresa em
operação, mas não em valor, damos o nome de variações qualitativas ou permutativas.
A variação que resulta de operações deste tipo dá-nos o nome de variações quantitativas ou
modificativas.
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5ª operação
A empresa vende a pronto pagamento 6.500,00 de mercadorias que lhe havia custado
4.700,00.
Contas de Balanço: por esta operação a conta CAIXA sofreu uma operação positiva de
6.500,00 e a conta mercadorias uma variação de 4.700,00.
Como as contas sofreram variações de montantes diferentes o capital próprio vai sofrer
alteração.
1.800,00
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4ª operação: Venda de mercadorias por 5.000,00, Factura Recibo nº 31 tendo o cliente pago
por meio de cheque. Esta mercadoria havia custado 4.000,00;
5ª operação: Pagamento da dívida a Móveis Luso por meio de cheque sobre Millennium
BIM;
6ª operação: Venda, a 60 dias de mercadorias por 14.500,00 que havia custado 11.000,00.
1º: Quais as contas cuja extensão aumenta ou diminui em virtude deste facto;
2º: Qual a coluna (dos débitos ou crédito) em que se deve registar a variação sofrida por cada
uma destas contas.
Estabelecido este balanço ficam conhecidos as extensões iniciais de contas que o constituem
o Balanço.
Por razões de ordem histórica é na coluna da esquerda (ou do “DEVE”) e na coluna da direita
(ou do “HAVER”) que se inscrevem respectivamente as extensões iniciais das contas de
Activo (e da situação liquida passiva) e das contas do Passivo (e da situação líquida activa).
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1ª: As contas do Activo são debitadas pelas extensões iniciais e pelos aumentos e creditadas
pelas diminuições;
2ª: As contas do Passivo são creditadas pelas extensões iniciais e pelos aumentos e debitadas
pelas diminuições;
3ª: As contas de gastos e perdas são debitadas sempre que se suporta um custo;
4ª: As contas de Rendimentos e ganhos são creditadas sempre que se obtém um proveito;
5ª: As contas da situação líquida e dos resultados são debitadas pelos prejuízos e creditadas
pelos lucros.
Generalidades
1ª: As contas do 1º membro do Balanço são debitadas pelas suas extensões iniciais e pelos
aumentos e creditadas pelas suas diminuições;
2ª: As contas do 2º membro do Balanço são creditadas pelas suas extensões iniciais e pelos
aumentos e debitadas pelas suas diminuições;
3ª: O 1º membro do Balanço é formado pelos saldos devedores das contas e o 2º membro
pelos saldos credores;
4ª: Todos os movimentos patrimoniais se traduzem por um débito e por um crédito iguais ou
por vários débitos e vários créditos tais que a soma de um deles seja igual a soma dos outros,
isto é, a um débito ou débitos corresponde sempre a um crédito ou créditos de igual
importância (partida dobrada).
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O Diário servirá para os comerciantes registarem dia a dia, por ordem de data, em assento
separado, cada um do seus actos que modifiquem ou possam vir a modificar o seu
património.
Portanto, os factos patrimoniais são registados, por ordem de datas, no Diário, e por ordem de
contas, no Razão. O Diário é um registo cronológico; o Razão é um registo sistemático – é o
livro das contas.
Como tudo o que se escritura no Diário tem de constar no Razão e nos restantes livros,
entende-se praticamente por lançamento a simples contabilização no Diário da empresa,
visto que, implicitamente, tem de ser transladada para outros livros, com o fim de se dispor
do detalhe conveniente nos livros adequados.
Quer isto dizer que o caminho a percorrer na contabilização dos factos patrimoniais é o
seguinte:
Factos patrimoniais;
Documentos;
Diário;
Razão
Balancetes.
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b) Inversão de contas → este tipo de erro surge quando se debita a conta a creditar ou
vice-versa. Para se proceder a correcção faz-se o lançamento inverso pelo dobro da
importância em causa ou então recorre-se ao método do complemento aritmético,
registando-se em seguida o lançamento correcto.
c) Duplicação de lançamentos → quando o mesmo registo é feito duas vezes. Para
corrigir este tipo de erro bastará anular um dos registos feitos. Para tal, ou se recorre a
um lançamento inverso ou ao método do complemento aritmético.
d) Substituição de contas → verifica-se este tipo de erro quando se movimenta uma ou
mais contas erradamente. A correcção é feita através do lançamento inverso, fazendo-
se depois o correcto.
Outro processo de correcção consiste em anular o registo feito através do método de
complemento aritmético, procedendo-se de seguida ao registo do lançamento correcto.
e) Alteração da importância → como é obvio, neste caso a importância registada não é
a correcta. Para se corrigir este tipo de erro pode-se recorrer a um dos três processos
seguintes
(i) Anular o lançamento errado fazendo-se de seguida o correcto;
(ii) Anular com um lançamento inverso a importância registada a mais;
(iii) Recorrer ao método de complemento arimético.
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