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Educação à Distância
Estudante
Timóteo Pedro Herculano José Muatiua
Docente:
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ÍNDICE
Introdução ................................................................................................................................... 3
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Introdução
O presente trabalho, referente ao tema da Normalização Contabilística, tem por objetivo
primordial abordar algumas considerações sobre a evolução da contabilidade e dos normativos
contabilísticos em Moçambique.
O tema proposto, não tem tido quanto é do meu conhecimento grande adesão por parte dos
contabilistas e professores de contabilidade em Moçambique. Quiça por não constituir o dia-a-
dia das empresas, aliás os contabilistas tem a mania de que só tratam das contas. Contudo
qualquer ciência tem a sua epistemologia, o que não é exceição a ciência contábil.
Segundo o Professor António Lopes de Sá (1996) (Citado por Cravo), a escrituração
contabilística nasceu com a conta, no paleolítico superior, há mais de 20. 000 Anos, mesmo
antes de o homem saber escrever e calcular.
A evolução do homem acompanha a evolução da contabilidade. A partir do momento em que
o Homem começou a acumular bens, logo existiu a necessidade de controla-los e regista-los.
Para Saraiva (2015) a história da contabilidade é portanto tão antiga quanto a história da
civilização, estando ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social de
proteção da posse, perpetuação e interpretação dos factos ocorridos com o objecto material de
que o Homem sempre dispôs para poder alcançar os fins a que se proponha.
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NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA EM MOÇAMBIQUE E SUA EVOLUÇÃO
HISTÓRICA
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5. Escrita: um mecanismo para manter um registo permanente e uma linguagem comum,
dado os limites da memória humana.
6. Moeda: “denominador comum” para trocas comerciais.
7. Aritmética: Uma forma de computar detalhes monetários de uma transação ou acordo.
Como se pode perceber com a lista apresenta por A.C. Litelon, muitos destes factores não
existiam na antiguidade, mas até a idade média estes factores não eram encontrados
simultaneamente de forma suficientemente forte para forçar a inovação das partidas dobradas.
A escrita, por exemplo é um produto da antiguidade, tão antiga quanto a própria civilização,
mas a aritmética, a sistemática manipulação de números e símbolos, não constitui uma
ferramenta da antiguidade como tal. Além disso, o persistente uso da numeração romana para
transações financeiras, depois de ser introduzida a numeração árabe, parece ter impedido a
criação anterior das partidas dobradas.
A falta dos antecedentes listados acima tornava difícil a invenção das partidas dobradas e, por
essa via, dificultava a manutenção de registos contabilísticos, tornando o trabalho do
contabilista extraordinariamente difícil.
Com matérias de escrita dispendiosos, numeração difícil, sistemas monetários inconsistentes,
uma determinada transação tinha que ser extremamente importante para justificar o seu registo
contabilístico.
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6. Civilização romana
O império romano, um dos mais fortes que a humanidade conheceu, e que dominou maior parte
do mundo antigo, tornou-se o maior centro político-económico da época, tendo assim, forte
influência sobre a sociedade ocidental. Os intercâmbios comerciais eram realizados por todo o
Império, e entre este e o mundo bárbaro para lá das suas fronteiras, o que permitiu um solido
desenvolvimento da contabilidade.
O desenvolvimento da Contabilidade foi paralelo ao da administração pública e das empresas
agrícolas: era já usada uma série de livros de registo que constituía um sistema ordenado,
devendo-se, assim, aos romanos a primeira grande contribuição para o desenvolvimento da
Contabilidade, o que pode ser comprovado pela existência de alguns conceitos contabilísticos.
De acordo com Amorim (1968) citado por (Gonçalves, 2010) alguns destes livros são:
Commentarius (ou Libellus): este livro servia apenas para registar, preliminarmente, o
facto contabilístico exatamente como havia sido constatado ou ocorrido.
Adversaria (ou Ephemeris): livro para o qual se passava o movimento do Commentarius
e que segundo alguns autores correspondia a uma espécie de diário.
Codex accepti et expensi: uma espécie de caixa. Era considerado o livro fundamental.
Tabulae Rationum (ou Codex Rationum) – espécie de razão, “o Codex Rationum era
conservado e podia, na falta de testemunhas, utilizar- se como meio de prova”.
Calendarium – aqui se registavam os capitais cedidos, os nomes dos devedores, a
quantia em dívida, os juros mensais, os dias em que se venciam, etc.
O Commentarius, o Adversaria, o Codex Accepti et Expensi, o Tabulae Rationum e o
Calendarium tanto eram usados na Contabilidade privada como na pública. Os livros exclusivos
da administração pública eram: Breviarium e Rationarium. O primeiro regista as receitas
auferidas pelo governo e o segundo que descrevia como eram aplicados os recursos do governo.
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O contabilista regista "dinheiro na mão" como um débito na primeira página do livro, assim
como foi inserido primeiro no diário. Como lançamentos de razão são feitos, duas linhas
diagonais são sorteadas em cada entrada de diário, uma da esquerda para a direita quando o
débito é lançado e a outra da direita para a esquerda quando o crédito é lançado.
Os primeiros 16 capítulos de "De Computis" descrevem este sistema básico de livros e contas,
enquanto os 20 restantes são dedicados a questões de contabilidade especializadas de
comerciantes. Estes incluem depósitos e saques bancários, compras intermediadas, saques,
transações de permuta, negociação de joint venture, desembolsos de despesas e fechamento e
balanceamento de livros.
O balancete (summa summarium) é o fim do ciclo contabilística de Pacioli. Os valores de débito
do livro antigo estão listados no lado esquerdo do balanço e os créditos à direita. Se os dois
totais forem iguais, o ledger antigo será considerado equilibrado. Se não, diz Pacioli, "isso
indicaria um erro em seu livro, erro esse que você terá que procurar diligentemente com a
indústria e a inteligência que Deus lhe deu".
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direitos e prerrogativas, a afirmação da função social da profissão e a promoção e
respeito pelos respetivos princípios deontológicos:
A representação dos interesses profissionais de todos aqueles que exerçam ou venham
a exercer em Moçambique atividades de profissionais de contabilidade e de auditoria;
O exercício da jurisdição disciplinar relativamente a todos os seus membros;
A promoção dos mais elevados padrões técnicos e níveis de desempenho dos membros.
Analisando o artigo 5, referente aos objetivos da OCAM, especialmente nos termos
sublinhados, pode se perceber que as regras de acesso e exercício da profissão contabilística, a
garantia da sua independência técnica e funcional, dignidade e prestígios dos seus membros e
a promoção de elevados padrões técnicos e níveis de desempenho dos membros devem estar
alinhados com as práticas internacionais, especialmente com os preceitos da estrutura
conceitual do IASB e das normas atuais de contabilidade em Moçambique são embasadas. Este
órgão vem fortalecer o exercício da profissão na medida em que supervisiona os critérios de
acesso, as competências profissionais.
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Conclusão
Poderemos considerar, em termos gerais, que a Normalização Contabilística consiste no
estabelecimento de um sistema de princípios, normas, políticas e práticas contabilísticas que
tratem uniformemente as mesmas situações independentemente da entidade económica em que
se verifiquem.
Esta normalização tem como instrumentos principais a emissão de normas e o estabelecimento
de planos de contas, estes últimos em especial a nível de país, podendo ser genéricos ou
sectoriais.
Em virtude da crescente importância das demonstrações financeiras para os investidores
externos, credores e o público em geral existe um generalizado interesse pelos princípios
contabilísticos e pelo conhecimento das políticas e práticas contabilísticas. A exigência da
existência de uma linguagem comum a nível contabilístico tem levado ao desenvolvimento de
regras e princípios de aplicação generalizada.
As normas de contabilidade têm sido desenvolvidas quer a nível internacional, quer a nível
nacional. As normas internacionais pretendem ter como campo de aplicação mundial ou a nível
de regiões, como por exemplo a Comunidade Europeia. São de destacar neste contexto o
trabalho e as normas já emitidas, do “International Accounting Standards Comitee” (IASC). De
acordo com os objectivos estabelecidos o IASC trabalha para o aperfeiçoamento e
harmonização do “reporting” financeiro, basicamente através do desenvolvimento e publicação
de normas (Standards) Internacionas de contabilidade. Estas normas tratam de aspectos que são
importantes internacionalmente nas contas sujeitas à publicação. Estas normas são
desenvolvidas mediante um processo de consulta internacional que envolve os profissionais da
contabilidade, representados pelas suas organizações, a comunidade empresarial, as
organizações intergovernamentais e os órgãos nacionais responsáveis pela normalização
contabilística. Este processo contribui para que as Normas Internacionais atinjam elevados
níveis de qualidade.
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Referências Bibliográficas
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