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Extensão de Cabo Delgado


Sita no Campus de N’coripo Cidade de Montepuez, Telefax 27251160
Departamento de ciências Económicas e Empresariais

1. INTRODUÇÃO

A Contabilidade é um dos conhecimentos mais antigos que surgiu pela necessidade prática do
próprio gestor do património, normalmente seu proprietário, preocupado em elaborar um
instrumento que lhe permitisse, entre outros benefícios, conhecer, controlar, medir resultados,
obter informações sobre produtos mais rentáveis, fixar preços e analisar a evolução de seu
património. Esse gestor passou a criar rudimentos de escrituração que atendessem a tais
necessidades.

Até meados da década de 60, a maior preocupação da empresa era a produção. A população se
urbanizava cada vez mais, e era necessário que as empresas produzissem muito para atenderà
procura do mercado. Com a formação de grandes empresas, a Contabilidade passou a interessar a
grupos cada vez maiores de indivíduos: accionistas, financiadores, banqueiros, fornecedores,
órgãos públicos, empregados, além da sociedade em geral, pois a vitalidade das empresas tornou-
se assunto de relevante interesse social. Assim, pode- se dizer que a Contabilidade surgiu ou foi
criada em função de sua característica utilitária, de sua capacidade de responder a dúvidas e de
atender as necessidades de seus usuários. Conjunto este de características que não só foi eficiente
para o surgimento da Contabilidade como também para sua própria evolução. A Contabilidade
formatou-se em concordância com o ambiente no qual opera.

A produção chegou a níveis de saturação, surgindo uma segunda fase na história das empresas na
década de 70, que foi a do marketing. As empresas produziam e colocavam os seus produtos no
mercado de forma adequada, observando e atendendo às necessidades do consumidor e obtendo
o lucro desejado.Hoje, as empresas estão a vivenciar a fase das finanças. É necessário
administrar os escassos recursos financeiros, controlar os Stocks, apurar de forma real os custos,
centrar as atenções na relação entre clientes e fornecedores, para a sobrevivência das empresas.
Para melhor compreensão falaremos do seguinte:

Elaborado por: Rosalina Paulo Raul


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2. ORIGEM OU HISTORIAL DA CONTABILIDADE

A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registos do comércio.


À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber
quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais
informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registos.

Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registos a fim de que pudesse
conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.

Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controlo,


que não poderia ser feito sem o devido registo, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa
administrada. Podemos resumir a evolução da ciência contabilística da seguinte forma:
Contabilidade do Mundo Antigo - período de 8.000 a.C. que se inicia com as primeiras
civilizações e vai até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci, (Livro do Abaco) da
autoria Leonardo Pisano, conhecido como Fibonaci (cabeça dura).

Neste período destaca-se a descoberta do Inventário e a conta por meio de (empirismo,


conhecimento superficial), isto e’, Experiências e práticas vividas pelas civilizações do mundo
antigo, destacando-se os estudos sumérios, babilônios, egípcios, chineses e romanos.
Contabilidade do Mundo Medieval - período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, com a
publicação da obra “Tratatus Particularis de Computis et Scripturis” (Tratado Particular de Conta
e Escrituração), do frei e matemático Luca Paccioli, em Veneza, onde este fez o estudo sobre o
método das “Partidas Dobradas” (que consiste no princípio de que para todo débito em uma
conta, existe simultaneamente um crédito, da mesma maneira que a soma do débito será igual a
soma do crédito, assim como a soma dos saldos devedores será igual a soma dos saldos
credores), tornando-se um marco na evolução contábil.

Ouviu-se pela primeira vez, o livro de caixa, que recebia registos de recebimentos e pagamentos
em dinheiro, de forma rudimentar utilizava-se o débito (deve)e o crédito (haver), oriundos das
relações entre direitos e obrigações e descobriu-se a conta capital, representando o valor dos
recursos injectados nas companhias pela familia proprietária.

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Contabilidade do Mundo Moderno - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da
Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche", da autoria de
Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade.

A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas
que o novo mundo representava.

O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu
na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.
Contabilidade do Mundo Científico - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de
hoje.
Foi neste período, duma forma mais clara e científica, definiu-se o Património, como objecto da
Contabilidade

3. CONCEITOS DE CONTABILIDADE

“A contabilidade é uma disciplina que estuda os processos seguidos nas unidades económicas
para revelação de gestão” Zappa.

A contabilidade é um método de investigação de actividade económica” Popoff.


A contabilidade é a técnica de revelação patrimonial”. Prof. Gonçalves da Silva.
Já o decreto n° 36/2006, de 25 de Julho define a contabilidade como sendo o sistema de
informação obrigatória em que são registados todos os factos patrimoniais relacionados com a
empresa.
• “A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle
permanente do Património da empresa”. (RIBEIRO, 1999)

• “A Contabilidade é uma arte de registar todas as transacções de uma companhia, que


possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de informar os reflexos dessas
transacções, na situação económico financeiro dessa companhia.” (GOUVEIA, 1998)
É a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no património das
entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim
de oferecer informações sobre a composição do património, suas variações e o resultado
económico decorrente da gestão da riqueza económica.

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(Hilário Franco). “Contabilidade é uma ciência que permite, por intermédio de suas técnicas,
manter um controlo permanente do património da empresa”. (José António de Mattos
Castiglioni). Em outras palavras pode-se dizer que a Contabilidade é uma ciência que designa na
totalidade dos registos numéricos realizados com o fim de determinar e ordenar de uma forma
completa, todos os movimentos, em valor e em quantidade efectuados no âmbito das actividades
de uma empresa ou entidade similar.

Conforme se pode ver o conceito de contabilidade tem estado a evoluir no sentido de


proporcionar interpretações credíveis aos utilizadores da informação financeira mas para que tal
aconteça ela tem de ser elaborada de acordo com os princípios de contabilidade geralmente
aceites que iremos ver mais adiante. O mais importante é que a contabilidade responde as
necessidades comuns da maior parte dos utentes, isto é, porque quase todos os utentes tomam
decisões económicas, por exemplo:

 Decidir quando comprar, deter ou vender um investimento em capitais próprios;


 Avaliar os deveres da gestão ou sua responsabilidade;
 Avaliar a segurança, as quantidades emprestadas a empresa;
 Regulamentar as actividades da empresa.

Dentre todas definições de vários autores tem em comum o registo ou movimentação do


património, assim pode-se concluir que o objeto da contabilidade é o património das
entidades/empresas sejam elas com ou sem fins lucrativos.

4. OBJECTIVOS DA CONTABILIDADE
A contabilidade tendo como objeto de estudo o património, e com as várias definições que
interpretam o mesmo pode-se dizer que tem como objetivo os seguintes:

a) Conhecimento da situação patrimonial geral e ou Permite estudo e o controlo dos factos


ocorrido na gestão do património da empresa;

b) Demonstração ou determinação das posições devedores e credores da empresa perante


terceiros (Estado, Bancos, Clientes, Fornecedores,..);

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c) Apuramento de resultados nas diversas actividades e mais particularmente o custo da


mercadoria compradas ou dos produtos fabricados e dos proveitos obtidos na venda de produtos
ou prestação de serviços;

d) Exercer funções previsionais e criticas através do chamado controle orçamental da recolha,


ordenação e análise de elementos contabilísticas com vista a orientação e definição das políticas
culturais análise de factos passados e exame de situações e resultados obtidos;

e) permitir aos usuários a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido
estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras;

f) No fim de exercício económico fazer a divulgação dos resultados ocorridos na empresa.

5. USUÁRIOS DA CONTABILIDADE

Os usuários são as pessoas físicas e jurídicas, que utilizam com interesses pela situação da
empresa e buscam nos instrumentos contábeis as suas respostas. Podem ser divididos em:
usuários internos e usuários externos.

Usuários Internos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a empresa e que
têm facilidade de acesso às informações contábeis, tais como:

Gerentes: para a tomada de decisões;

Funcionários: com interesse em planear melhorias, participação do resultado entre outros;

Directoria: para a execução de planeamentos organizacionais.

O usuário interno principal da informação contábil na entidade moderna é a alta administração,


directores que pela proximidade à Contabilidade, pode solicitar a elaboração de relatórios
específicos para auxiliar-lhe na gestão do negócio. Os relatórios específicos podem, além de
abranger quaisquer áreas de informação (fluxo financeiro, disponibilidades, contas a pagar,
contas a receber, aplicações financeiras, compra e vendas no dia ou no período e os gastos gerais
de funcionamento), ser elaborados diariamente ou em curtos períodos de tempo (semana,
quinzena, mês, etc..), de acordo com as necessidades administrativas.

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Usuários Externos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de acesso directo
às informações, mas que as recebem de publicações das demonstrações pela entidade, tais como:
Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a concessão de
financiamentos e medir a capacidade de retorno do capital emprestado;
Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para poder actuar no mercado;
Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as despesas para poder actuar
sobre o resultado operacional no que concerne a sua parcela de tributação;
Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder continuar ou não as
transacções comerciais com a entidade, além de medir a garantia de recebimento futuro;
Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de que seu pedido será
atendido nas suas especificações e no tempo acordado.

Investidores: interessados em medir a lucratividade histórica da entidade e tomar a decisão


sobre investir ou não investir.

6. FINALIDADES/IMPORTANCIA DA CONTABILIDADE

As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da administração das


empresas no exercício de suas funções. Portanto a Contabilidade é o controle e o planeamento de
toda e qualquer entidade sócio- económica.

Controle: a administração através das informações contábeis, via relatórios pode certificar-se na
medida do possível, de que a organização está agindo em conformidade com os planos e políticas
determinados.
Planeamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao estabelecimento de
padrões e ao inter-relacionamento da Contabilidade e os planos orçamentários, é de grande
utilidade no planeamento empresarial, ou seja, no processo de decisão sobre que curso de acção
deverá ser tomado para o futuro.

De uma forma bem resumida pode-se dizer que A finalidade da contabilidade é dar a conhecer
aos seus usuários internos assim como externos a situação da empresa no decorrer de um
determinado período. Ou seja, controla o património das entidades com o objectivo de fornecer
informações sobre a composição e suas variações.

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7. FUNÇÕES
As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as
modificações do património em virtude da actividade económica ou social que a empresa exerce no
contexto económico.
Registar: todos os fatos que ocorrem no património das entidades económico- administrativas e podem ser
representados em valor monetário;
Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;
Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de demonstrativos, a
situação económica, patrimonial e financeira da empresa;
Analisar: as demonstrações contábeis, que podem ser analisados com a finalidade de apuração dos
resultados obtidos pela empresa, com objectivo principal de transformar dados em informações para a
tomada de decisões;
Acompanhar: a execução dos planos económicos da empresa, prevendo os pagamentos a serem
realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para eventuais problemas.
Auditoria: tanto externa quanto interna, para a confiabilidade do sistema contábil aplicada nas empresas
económico administrativas, representa para muitos a fonte base para a confiança em uma nação, em um
estado ou em uma empresa ou pessoa física; (Alexandro L Lunas).

8. DIVISÕES DA CONTABILIDADE

Uma empresa como organismo vivo é manter por um lado relações com o exterior (fornecedores,
clientes, investidores e estado) e por outro lado tem a sua vida interna própria onde é feita a
combinação de todos factores produtivos (matérias primas, mão de obra). Assim, há pares de
uma contabilidade geral que nos dá a situação financeira da empresa pois se preocupa com
compras, vendas, cobranças, empréstimo e encontramos também uma contabilidade interna, de
custos ou analítica de exploração que permite um controlo mais directo e pormenorizado das
actividades da empresa.
Estas duas contabilidades têm com efeito objectivos destinto e dai não admirar que apresente
características diferenciadas a saber:

a) Contabilidade geral – regista os factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros.
Permite saber em qualquer momento a situação patrimonial da empresa;

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Dá a conhecer período a período em regra no final de cada ano os resultados obtidos com
a exploração feita nesse período.
Possibilita a leitura da análise analítica e financeira para orientação da gestão ou gestores
da empresa.
b) Contabilidade analítica de exploração – fornece sempre que se queira os custos totais
e unitários dos produtos, subprodutos e resíduos resultados da actividade produtiva da
empresa.
Permite criação de centros de custos e consequentemente a hierarquização de
responsabilidade dentro da empresa que é divida pelas secções.
Possibilita estudos rendibilidade e economicamente tanto internos como também com
outras empresas do mesmo ramo de actividade permitindo assim a obtenção e a correcção
de erros ou desvios cometidos na fase de produção.
Auxilia a gestão da empresa dando-lhes os meios para habilitar a tomar decisões mais
esclarecidas, rápidas, seguras e eficazes.
O período de registo ou revelação dos factos patrimoniais podem ser diferentes dai em
falar-se também em:
c) Contabilidade previsional - a que traduz a estrutura e a actividade que se pretende no
futuro, exprimindo pois os resultados das previsões.
d) Contabilidade histórica - a que nos mostra se os objectivos traçados pela gestão da
empresa foram ou não atingidos. Permite, pois, uma visão retrospectiva sobre esta gestão.
A Contabilidade distingue-se em duas grandes ramificações: a pública e a privada.

Contabilidade Pública: ocupa-se com o estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas
de direito público e da representação gráfica de seus patrimónios, visando três sistemas distintos:
orçamentário, financeiro e patrimonial, para alcançar os seus objectivos, ramificando-se
conforme a sua área de abrangência em federal, estadual, municipal e autarquias.

Contabilidade Privada: ocupa-se do estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de
direito privado, tanto as físicas quanto as jurídicas, além da representação gráfica de seus
patrimónios, dividindo-se em civil e comercial.

Contabilidade Civil: é exercida pelas pessoas que não têm como objectivo final o lucro, mas
sim o instituto da sobrevivência ou bem-estar social. Divide-se em:

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Contabilidade Doméstica: exercida pelas pessoas físicas em geral, individualmente ou em


grupo.
Contabilidade Social: usada pelas pessoas que têm como objectivo final o bem-estar social da
comunidade, tais como: clubes, associações de caridade, sindicatos, igrejas, etc.
Contabilidade Comercial: é exercida pelas pessoas que exploram actividades que objectivam o
lucro. Divide-se em:

Contabilidade Mercantil: usada por pessoas com objectivo social de compra e venda directa de
mercadorias. Ex: Supermercados, sapataria e açougues.

Contabilidade Industrial: exercida por pessoas que têm como objectivo social a produção de
bens de capitais ou de consumo, através do beneficiamento ou da transformação de matérias-
primas, do plantio, da criação ou extracção de riquezas.

Ex: Indústria de móveis, pecuária, agricultura.

Contabilidade de Serviços: é usada pelas pessoas que têm como objectivo social a prestação de
serviços. Ex: Estabelecimento de ensino, telecomunicações e clínicas médicas.

8.1. Quadro de resumo de Diferenças entre a Contabilidade Geral e a Contabilidade de


Custos

Contabilidade Geral Contabilidade de Custos


Principais Utentes
Esta vocacionada pra preencher Esta vocacionada pra preencher
necessidades De informação externa. Os necessidades de Informação interna ao
principais destinatários são os accionistas, nível da gestão. Os principais utentes são
entidades de supervisão e a administração, direcção, chefia
fiscal, fornecedores, clientes, entidades (departamentos e divisões), gestores, etc.
sindicais.
Finalidade
Visa propósitos gerais, e para tal existe Os propósitos são específicos e a
um conjunto pré-definido de quadros informação a disponibilizar internamente
informativos D.F., que periodicamente não está pré- definida e não obedece aos

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são disponibilizados; na elaboração das PCGA.


DF’s são adoptados os denominados
princípios contabilísticos geralmente
aceites (PCGA).
Obrigatoriedade
É imposta por Lei, servindo de suporte ao A Lei não obriga a sua existência, são os
processo de prestação de contas. imperativos de gestão que a justificam e
justificam o seu desenvolvimento.
Periodicidade
As DF’s são publicadas, em regra, Relatórios internos, sendo a frequência de
anualmente, havendo situações de emissão e divulgação definidos pela
exigência semestral e trimestral. edministração da empresa e de acordo
com as necessidades da gestão.
Normalização
Está sujeita a normalização nacional e Não há sujeição a qualquer normalização
internacional, devendo respeitar a mesma. quer seja nacional ou internacional.

Uma outra dimensão da contabilidade, agora ao nível macro é a de Contabilidade


Nacional que é o ramo da Contabilidade que tem como objectivo o registo e cálculo da
riqueza da produção de um Estado ou Região, mediante o cálculo de grandezas tais como
o PIB (Produto Interno Bruto) e o PNB (Produto Nacional Bruto).

9.INFORMAÇÃO FINANCEIRA
9.1. NOÇÃO
A Informação Financeira consiste em toda a informação contabilística sobre as
actividades de um individuo ou de uma Organização (como uma empresa), no seu todo
ou em parte.
9.2.OBJECTIVOS
A Informação Financeira tem como objectivo providenciar dados sobre a posição
financeira da entidade a que se refere, das alterações desta e dos resultados das operações,
a variados utentes, de modo a que a tomada de decisões seja efectuada de uma forma

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racional.
9.3.PREPARAÇÃO
A responsabilidade pela preparação e apresentação da informação financeira cabe ao
órgão de gestão da empresa, o qual deve implantar procedimentos administrativos e de
controlo interno de forma a garantir que a informação fornecida seja credível.
9.4. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO FINANCEIRA
A informação a disponibilizar nas Demonstrações Financeiras deve preencher
determinados requisitos qualitativos que a tornem útil aos utentes.
9.4.1. Compreensibilidade
Esta informação deve ser facilmente compreendida pelos utentes, contudo, presume-se
que os utentes da informação tenham um razoável conhecimento das actividades
empresariais e económicas, da Contabilidade e vontade de obter informação com
razoável diligência. Porém, a informação acerca de matérias complexas, que devam ser
incluídas nas demonstrações financeiras dada a sua relevância para as necessidades de
tomada de decisões pelos utentes não deve ser excluída meramente com o fundamento de
que ela possa ser demasiado difícil para a compreensão de certos utentes.
9.4.2. Relevância
Para ser útil a informação tem de ser relevante para a tomada de decisões dos utentes. A
informação tem a qualidade da relevância quando influencia as decisões económicas dos
utentes ao ajuda-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros ou
confirmar, ou corrigir, as suas avaliações.
9.4.3. Fiabilidade
A informação deve ser fiável, e tem qualidade de fiabilidade quando está livre de erros
relevantes e quando os utentes podem nela depositar confiança como representando
fielmente aquilo que ela espelha ou poderia razoavelmente esperar-se que ela espelhasse.
9.4.4. Comparabilidade
Os utentes da informação financeira tem de ser capazes de comparar as DFs de uma
entidade ao longo do tempo a fim de identificar as tendências na sua posição financeira e
no seu desempenho (comparação no tempo), quer com as DFs de outras entidades.
9.4.5. Representação Fidedigna

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Para ser fiável, a informação deve representar fidedignamente as transacções e outros


acontecimentos que ela representa ou possa razoavelmente esperar-se que ela represente.
Assim por exemplo, o balanço deve representar fidedignamente as transacções e outros
acontecimentos de que resultem activos, passivos e capital próprio da entidade na data do
relato.
9.4.6. Neutralidade
Para que seja fiável, a informação contida nas DF’s tem de ser neutra, isto é, livre de
preconceitos. As DF’s não são neutras se, por via da selecção ou da apresentação da
informação, elas influenciarem a tomada de uma decisão ou um juízo de valor a fim de
atingir um resultado ou um efeito pré- determinado.
9.4.7. Plenitude
A informação nas DF’s deve ser completa e dentro dos limites de materialidade e de
custo. Uma omissão pode fazer com que a informação seja falsa ou enganadora e por
conseguinte não fiável e deficiente em termos da sua relevância.
9.5. PRINCÍPIOS E/OU CONVENÇÕES CONTÁBEIS
Os princípios originaram-se da necessidade do estabelecimento de um conjunto de
conceitos, princípios e procedimentos que não somente fossem utilizados como
elementos disciplinadores do comportamento do profissional no exercício da
Contabilidade, seja para a escrituração dos fatos e transacções, seja na elaboração de
demonstrativos, mas que permitissem aos demais usuários fixar padrões de
comparabilidade e credibilidade, em função do conhecimento dos critérios adoptados na
elaboração dessas demonstrações.
Além de delimitar e qualificar o campo de actuação da Contabilidade, os princípios
servem de suporte aos postulados. E através da evolução da técnica contábil em função
de novos fatos socioeconómicos, modificações na legislação, novos pontos de vista, ou
outros factores, um princípio que hoje é aceito, poderá ser modificado, para atender às
inovações ocorridas na vida empresarial.
As convenções são mais objectivas e têm a função de indicar a conduta adequada que
deve ser observada no exercício profissional da Contabilidade. São: convenção da
objectividade, da materialidade, da consistência e do conservadorismo.
9.5.1. Convenção da Objectividade:

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O profissional deve procurar sempre exercer a Contabilidade de forma objectiva, não se


deixando levar por sentimentos ou expectativas de administradores ou qualquer pessoa
que venha a influenciar no seu trabalho e os registros devem estar baseados, sempre que
possível, em documentos que comprovem a ocorrência do fato administrativo.
9.5.2. Convenção da Materialidade:
A informação contábil deve ser relevante, justa e adequada e o profissional deve
considerar a relação custo x benefício da informação que será gerada, evitando perda de
recursos e de tempo da entidade.
9.5.3. Convenção da Consistência:
Os relatórios devem ser elaborados com a forma e o conteúdo das informações
consistentes, para facilitar sua interpretação e análise pelos diversos usuários.
Obs: Quando houver necessidade de adopção de outro critério ou método de avaliação, o
profissional deve informar a modificação e apresentar os reflexos que a mudança poderá
causar se não for observada pelo usuário.
9.5.4. Convenção do Conservadorismo:
Estabelece que o profissional da Contabilidade deve manter uma conduta mais
conservadora em relação aos resultados que serão apresentados, evitando que projecções
distorcidas sejam feitas pelos usuários. Assim, é preferível ter expectativa de prejuízo e a
entidade apresentar resultados positivos, ou seja, se houver duas opções igualmente
válidas
deve-se optar sempre por aquela que acusa um menor valor para os activos e para as
receitas e o maior valor para os passivos e para as despesas.
Na elaboração das DF’s a empresa deverá observar os princípios, a fim de dar uma
imagem correcta da sua situação económica e financeira, como abaixo se enumeram:
9.5.5. Princípio da Continuidade
A empresa é uma entidade que opera num âmbito temporal indefinido, entendendo-se,
por consequência, que não tenciona nem necessita de entrar em liquidação ou de reduzir
significativamente o volume das suas operações.
9.5.6. Princípio da Consistência
A empresa mantem as suas políticas contabilísticas durante os vários exercícios, devendo
indicar no anexo as alterações consideradas materialmente relevantes.

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9.5.7. Princípio da Prudência


Os preparadores das DFs têm, porém, de lutar com as incertezas que inevitavelmente
rodeiam muitos acontecimentos e circunstâncias, tais como a cobrabilidade duvidosa de
dívidas a receber, a vida útil provável de instalações e equipamentos. Tais incertezas são
reconhecidas através da divulgação da sua e extensão e pela aplicação da prudência na
preparação das DFs. A prudência é a inclusão de um grau de precaução no exercício de
juízos necessários ao fazer estimativas necessárias em condições de incerteza, de forma
que os activos ou os rendimentos não sejam sobreavaliados e os passivos e os gastos não
sejam subavaliados ou seja, evitar a quantificação de activos e proveitos por defeito ou de
passivos e custos por excesso.
9.5.8. Princípio da especialização de exercícios
A empresa deve reconhecer os proveitos e os custos à medida que eles ocorram, tenham
sido ou não recebidos ou pagos, devendo incluí-los nas DFs dos exercícios a que
respeitam.
9.5.9. Do custo histórico
A empresa deve efectuar os registos contabilísticos com base nos custos de aquisição ou
de produção.
9.5.10. Princípio da substância sobre a forma
A empresa deve contabilizar as operações com base na sua substância e realidade
financeira, e não atender apenas a sua forma legal.
9.5.11. Princípio da materialidade
As DFs devem evidenciar todos os elementos relevantes conducentes a sua correcta
apreciação pelos utentes.

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