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1. INTRODUÇÃO
A Contabilidade é um dos conhecimentos mais antigos que surgiu pela necessidade prática do
próprio gestor do património, normalmente seu proprietário, preocupado em elaborar um
instrumento que lhe permitisse, entre outros benefícios, conhecer, controlar, medir resultados,
obter informações sobre produtos mais rentáveis, fixar preços e analisar a evolução de seu
património. Esse gestor passou a criar rudimentos de escrituração que atendessem a tais
necessidades.
Até meados da década de 60, a maior preocupação da empresa era a produção. A população se
urbanizava cada vez mais, e era necessário que as empresas produzissem muito para atenderà
procura do mercado. Com a formação de grandes empresas, a Contabilidade passou a interessar a
grupos cada vez maiores de indivíduos: accionistas, financiadores, banqueiros, fornecedores,
órgãos públicos, empregados, além da sociedade em geral, pois a vitalidade das empresas tornou-
se assunto de relevante interesse social. Assim, pode- se dizer que a Contabilidade surgiu ou foi
criada em função de sua característica utilitária, de sua capacidade de responder a dúvidas e de
atender as necessidades de seus usuários. Conjunto este de características que não só foi eficiente
para o surgimento da Contabilidade como também para sua própria evolução. A Contabilidade
formatou-se em concordância com o ambiente no qual opera.
A produção chegou a níveis de saturação, surgindo uma segunda fase na história das empresas na
década de 70, que foi a do marketing. As empresas produziam e colocavam os seus produtos no
mercado de forma adequada, observando e atendendo às necessidades do consumidor e obtendo
o lucro desejado.Hoje, as empresas estão a vivenciar a fase das finanças. É necessário
administrar os escassos recursos financeiros, controlar os Stocks, apurar de forma real os custos,
centrar as atenções na relação entre clientes e fornecedores, para a sobrevivência das empresas.
Para melhor compreensão falaremos do seguinte:
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registos a fim de que pudesse
conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.
Ouviu-se pela primeira vez, o livro de caixa, que recebia registos de recebimentos e pagamentos
em dinheiro, de forma rudimentar utilizava-se o débito (deve)e o crédito (haver), oriundos das
relações entre direitos e obrigações e descobriu-se a conta capital, representando o valor dos
recursos injectados nas companhias pela familia proprietária.
Contabilidade do Mundo Moderno - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da
Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche", da autoria de
Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade.
A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas
que o novo mundo representava.
O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu
na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.
Contabilidade do Mundo Científico - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de
hoje.
Foi neste período, duma forma mais clara e científica, definiu-se o Património, como objecto da
Contabilidade
3. CONCEITOS DE CONTABILIDADE
“A contabilidade é uma disciplina que estuda os processos seguidos nas unidades económicas
para revelação de gestão” Zappa.
(Hilário Franco). “Contabilidade é uma ciência que permite, por intermédio de suas técnicas,
manter um controlo permanente do património da empresa”. (José António de Mattos
Castiglioni). Em outras palavras pode-se dizer que a Contabilidade é uma ciência que designa na
totalidade dos registos numéricos realizados com o fim de determinar e ordenar de uma forma
completa, todos os movimentos, em valor e em quantidade efectuados no âmbito das actividades
de uma empresa ou entidade similar.
4. OBJECTIVOS DA CONTABILIDADE
A contabilidade tendo como objeto de estudo o património, e com as várias definições que
interpretam o mesmo pode-se dizer que tem como objetivo os seguintes:
e) permitir aos usuários a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido
estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras;
5. USUÁRIOS DA CONTABILIDADE
Os usuários são as pessoas físicas e jurídicas, que utilizam com interesses pela situação da
empresa e buscam nos instrumentos contábeis as suas respostas. Podem ser divididos em:
usuários internos e usuários externos.
Usuários Internos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a empresa e que
têm facilidade de acesso às informações contábeis, tais como:
Usuários Externos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de acesso directo
às informações, mas que as recebem de publicações das demonstrações pela entidade, tais como:
Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a concessão de
financiamentos e medir a capacidade de retorno do capital emprestado;
Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para poder actuar no mercado;
Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as despesas para poder actuar
sobre o resultado operacional no que concerne a sua parcela de tributação;
Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder continuar ou não as
transacções comerciais com a entidade, além de medir a garantia de recebimento futuro;
Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de que seu pedido será
atendido nas suas especificações e no tempo acordado.
6. FINALIDADES/IMPORTANCIA DA CONTABILIDADE
Controle: a administração através das informações contábeis, via relatórios pode certificar-se na
medida do possível, de que a organização está agindo em conformidade com os planos e políticas
determinados.
Planeamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao estabelecimento de
padrões e ao inter-relacionamento da Contabilidade e os planos orçamentários, é de grande
utilidade no planeamento empresarial, ou seja, no processo de decisão sobre que curso de acção
deverá ser tomado para o futuro.
De uma forma bem resumida pode-se dizer que A finalidade da contabilidade é dar a conhecer
aos seus usuários internos assim como externos a situação da empresa no decorrer de um
determinado período. Ou seja, controla o património das entidades com o objectivo de fornecer
informações sobre a composição e suas variações.
7. FUNÇÕES
As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as
modificações do património em virtude da actividade económica ou social que a empresa exerce no
contexto económico.
Registar: todos os fatos que ocorrem no património das entidades económico- administrativas e podem ser
representados em valor monetário;
Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;
Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de demonstrativos, a
situação económica, patrimonial e financeira da empresa;
Analisar: as demonstrações contábeis, que podem ser analisados com a finalidade de apuração dos
resultados obtidos pela empresa, com objectivo principal de transformar dados em informações para a
tomada de decisões;
Acompanhar: a execução dos planos económicos da empresa, prevendo os pagamentos a serem
realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para eventuais problemas.
Auditoria: tanto externa quanto interna, para a confiabilidade do sistema contábil aplicada nas empresas
económico administrativas, representa para muitos a fonte base para a confiança em uma nação, em um
estado ou em uma empresa ou pessoa física; (Alexandro L Lunas).
8. DIVISÕES DA CONTABILIDADE
Uma empresa como organismo vivo é manter por um lado relações com o exterior (fornecedores,
clientes, investidores e estado) e por outro lado tem a sua vida interna própria onde é feita a
combinação de todos factores produtivos (matérias primas, mão de obra). Assim, há pares de
uma contabilidade geral que nos dá a situação financeira da empresa pois se preocupa com
compras, vendas, cobranças, empréstimo e encontramos também uma contabilidade interna, de
custos ou analítica de exploração que permite um controlo mais directo e pormenorizado das
actividades da empresa.
Estas duas contabilidades têm com efeito objectivos destinto e dai não admirar que apresente
características diferenciadas a saber:
a) Contabilidade geral – regista os factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros.
Permite saber em qualquer momento a situação patrimonial da empresa;
Dá a conhecer período a período em regra no final de cada ano os resultados obtidos com
a exploração feita nesse período.
Possibilita a leitura da análise analítica e financeira para orientação da gestão ou gestores
da empresa.
b) Contabilidade analítica de exploração – fornece sempre que se queira os custos totais
e unitários dos produtos, subprodutos e resíduos resultados da actividade produtiva da
empresa.
Permite criação de centros de custos e consequentemente a hierarquização de
responsabilidade dentro da empresa que é divida pelas secções.
Possibilita estudos rendibilidade e economicamente tanto internos como também com
outras empresas do mesmo ramo de actividade permitindo assim a obtenção e a correcção
de erros ou desvios cometidos na fase de produção.
Auxilia a gestão da empresa dando-lhes os meios para habilitar a tomar decisões mais
esclarecidas, rápidas, seguras e eficazes.
O período de registo ou revelação dos factos patrimoniais podem ser diferentes dai em
falar-se também em:
c) Contabilidade previsional - a que traduz a estrutura e a actividade que se pretende no
futuro, exprimindo pois os resultados das previsões.
d) Contabilidade histórica - a que nos mostra se os objectivos traçados pela gestão da
empresa foram ou não atingidos. Permite, pois, uma visão retrospectiva sobre esta gestão.
A Contabilidade distingue-se em duas grandes ramificações: a pública e a privada.
Contabilidade Pública: ocupa-se com o estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas
de direito público e da representação gráfica de seus patrimónios, visando três sistemas distintos:
orçamentário, financeiro e patrimonial, para alcançar os seus objectivos, ramificando-se
conforme a sua área de abrangência em federal, estadual, municipal e autarquias.
Contabilidade Privada: ocupa-se do estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de
direito privado, tanto as físicas quanto as jurídicas, além da representação gráfica de seus
patrimónios, dividindo-se em civil e comercial.
Contabilidade Civil: é exercida pelas pessoas que não têm como objectivo final o lucro, mas
sim o instituto da sobrevivência ou bem-estar social. Divide-se em:
Contabilidade Mercantil: usada por pessoas com objectivo social de compra e venda directa de
mercadorias. Ex: Supermercados, sapataria e açougues.
Contabilidade Industrial: exercida por pessoas que têm como objectivo social a produção de
bens de capitais ou de consumo, através do beneficiamento ou da transformação de matérias-
primas, do plantio, da criação ou extracção de riquezas.
Contabilidade de Serviços: é usada pelas pessoas que têm como objectivo social a prestação de
serviços. Ex: Estabelecimento de ensino, telecomunicações e clínicas médicas.
9.INFORMAÇÃO FINANCEIRA
9.1. NOÇÃO
A Informação Financeira consiste em toda a informação contabilística sobre as
actividades de um individuo ou de uma Organização (como uma empresa), no seu todo
ou em parte.
9.2.OBJECTIVOS
A Informação Financeira tem como objectivo providenciar dados sobre a posição
financeira da entidade a que se refere, das alterações desta e dos resultados das operações,
a variados utentes, de modo a que a tomada de decisões seja efectuada de uma forma
racional.
9.3.PREPARAÇÃO
A responsabilidade pela preparação e apresentação da informação financeira cabe ao
órgão de gestão da empresa, o qual deve implantar procedimentos administrativos e de
controlo interno de forma a garantir que a informação fornecida seja credível.
9.4. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO FINANCEIRA
A informação a disponibilizar nas Demonstrações Financeiras deve preencher
determinados requisitos qualitativos que a tornem útil aos utentes.
9.4.1. Compreensibilidade
Esta informação deve ser facilmente compreendida pelos utentes, contudo, presume-se
que os utentes da informação tenham um razoável conhecimento das actividades
empresariais e económicas, da Contabilidade e vontade de obter informação com
razoável diligência. Porém, a informação acerca de matérias complexas, que devam ser
incluídas nas demonstrações financeiras dada a sua relevância para as necessidades de
tomada de decisões pelos utentes não deve ser excluída meramente com o fundamento de
que ela possa ser demasiado difícil para a compreensão de certos utentes.
9.4.2. Relevância
Para ser útil a informação tem de ser relevante para a tomada de decisões dos utentes. A
informação tem a qualidade da relevância quando influencia as decisões económicas dos
utentes ao ajuda-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros ou
confirmar, ou corrigir, as suas avaliações.
9.4.3. Fiabilidade
A informação deve ser fiável, e tem qualidade de fiabilidade quando está livre de erros
relevantes e quando os utentes podem nela depositar confiança como representando
fielmente aquilo que ela espelha ou poderia razoavelmente esperar-se que ela espelhasse.
9.4.4. Comparabilidade
Os utentes da informação financeira tem de ser capazes de comparar as DFs de uma
entidade ao longo do tempo a fim de identificar as tendências na sua posição financeira e
no seu desempenho (comparação no tempo), quer com as DFs de outras entidades.
9.4.5. Representação Fidedigna