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1.

INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE

A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às
primeiras manifestações humanas da necessidade social de protecção à posse e de perpetuação e
interpretação dos fatos ocorridos com o objecto material de que o homem sempre dispôs para
alcançar os fins propostos.

Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio. A organização


económica acerca do direito do uso do solo acarretou em separatividade, rompendo a vida
comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza
individual.

Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos
filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se património. O
termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido
herdados.

A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registos do comércio. Há indícios de que


as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva
destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade.

A actividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das


variações de seus bens quando cada transacção era efectuada. As trocas de bens e serviços eram
seguidas de simples registos ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na
Babilónia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os
negócios efectuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C.

À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber,
quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais
informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registos.
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registos a fim de que pudesse
conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc. Com o surgimento
das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controlo, que não poderia ser
feito sem o devido registo, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada.

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É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e
trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de
dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no
Egito antigo facilitou extraordinariamente o registo de informações sobre negócios.

1.2.A CONTABILIDADE

Conceito de Contabilidade

Muitos são os conceitos acerca das Ciências Contabilísticas. Vejamos alguns deles:

 “A Contabilidade é, objectivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a


prover seus usuários de demonstrações e análises de natureza económica, financeira,
física e de produtividade, com relação à entidade objecto de contabilização” (Ibracon);
 “A Contabilidade é uma arte. É a arte de registar todas as transacções de uma
companhia que possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de
informar os reflexos dessas transacções na situação económico-financeira dessa
companhia” (Nelson Gouveia);
 “A Contabilidade é a ciência que estuda o património à disposição das aziendas, em
seus aspectos estáticos e em suas variações, para enunciar, por meio de fórmulas
racionalmente deduzidas, os efeitos da administração sobre a formação e a distribuição
dos créditos” (Prof F.Hermann Jr.);
 “A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um
controle permanente do património da empresa” (Osni Moura);
 “É a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no património das
entidades, mediante o registo, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com
o fim de oferecer informações sobre a composição do património, suas variações e o
resultado económico decorrente da gestão da riqueza patrimonial” (Hilário Franco).

Como se pode verificar, inúmeros são os conceitos de vários autores e entidades, sobre o que seja
a Contabilidade. Entretanto, observa –se nitidamente convergência nos conceitos em seus
enunciados para o controle do património através das informações prestadas pela Contabilidade.

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De acordo com Franco apud Basso (2005, p. 22), “Contabilidade é a ciência que estuda,
controla e interpreta os fatos ocorridos no património das entidades, mediante o registo, a
demonstração expositiva e a revelação desses factos, com o fim de oferecer informações sobre a
composição do património, suas variações e o resultado económico decorrente da gestão da
riqueza patrimonial.”

Conforme Sá (2002, p.46), Contabilidade é a ciência que estuda os fenómenos patrimoniais,


preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à
eficácia funcional das células sociais”.

Neste sentido a contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta as variações que
ocorrem no património de uma determinada entidade. Pois, através dela é fornecida o máximo de
informações úteis para tomadas de decisões dentro ou fora da empresa.

1.2.1. A Contabilidade e seu campo de actuação


A Contabilidade, por estudar as modificações do Património através das mudanças na riqueza de
um ente (público ou privado, físico ou jurídico) ocorridas devidas aos actos humanos, torna-se
uma ciência social aplicada. E como tal, transforma-se em um instrumento de auxílio para a
tomada de decisão, pois sua dinâmica visa captar, registar, planejar, acompanhar, resumir,
analisar, interpretar e controlar todas as situações que afectem o Património.
A tomada de decisão é uma etapa que ocorre em diversos grupos de pessoas, e, por essa
variedade, a necessidade de informação deve ser voltada conforme o interesse dos grupos.
1.2.2. Objecto da Contabilidade

O principal objecto da contabilidade é o património, conforme Basso (2005, p.24) a


contabilidade tem como finalidade fundamental gerar informações de ordem física, económica e
financeira sobre o património, com ênfase para o controle e planeamento. Ainda segundo o autor

A informação, dado relevante que evidencia algo importante no processo decisório das
entidades, é preocupação constante de executivos, administradores e demais pessoas que
tomam decisões no dia-a-dia das organizações. Hoje, mais do que antes, recai sobre a
Contabilidade a tarefa de produzir informações, especialmente sobre aspectos do seu
objecto de estudo, sou seja, sobre o património e suas variações (BASSO, 2005, p.25).

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1.2.3. Objectivo da Contabilidade

Como consequência da definição de Contabilidade, observamos claramente que seu objectivo é o


de contribuir no controlo do património e no planeamento na tomada de decisões.

A contabilidade permiti aos usuários a avaliação da situação económica e financeira da entidade,


num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras.

As principais funções da Contabilidade são: registar, organizar, demonstrar, analisar e


acompanhar as modificações do património em virtude da actividade económica ou social que a
empresa exerce no contexto económico.

 Registar todos os factos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário;
 Organizar um sistema de controlo adequado à empresa;
 Demonstrar com base nos registos realizados, expor periodicamente por meio de
demonstrativos, a situação económica, patrimonial e financeira da empresa;
 Analisar os demonstrativos financeiros com a finalidade de apuramento dos resultados
obtidos pela empresa;
 Acompanhar a execução dos planos económicos da empresa, prevendo os pagamentos a
serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e alertando para eventuais
problemas.

Para que isso ocorra, primeiramente é necessário registar todas as


operações que ocorrem na empresa tais como compras, vendas,
recebimentos, pagamentos, etc

1.2.4. Finalidade da Contabilidade

A Contabilidade tem como principais fins o planeamento, controle e análise que servirão de base
para a tomada de decisão. Entendendo planeamento como utilização da melhor alternativa para
uma acção futura. Já o controle pode ser compreendido como processo de verificação do
planeamento realizado anteriormente, bem como certificação do subsistema institucional que são
os valores e crenças estipulados pelos proprietários das entidades.
Cabe ainda definir a finalidade da Contabilidade como sendo fornecer informações económicas e
financeiras acerca da entidade.

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As informações de natureza económica compreendem, principalmente, os fluxos de receitas e de
despesas, que geram lucros ou prejuízos, e as variações no património da entidade. As
informações de natureza financeira abrangem principalmente os fluxos de caixa e do capital de
giro das entidades.

1.3. Usuários das Informações Contabilísticas

São todas as pessoas físicas ou jurídicas que, directa ou indirectamente, tenham interesse na
avaliação e no desenvolvimento da entidade. Podemos citar como exemplo de tais pessoas: os
administradores, os sócios e accionistas da entidade, o governo, os bancos, etc. Note-se que,
nesse aspecto, temos tanto usuários internos como usuários externos que se interessam, cada um
a seu modo, pelas informações contabilísticas como um todo.

Para Borges (2010):

De todas as pessoas, são sem dúvidas as últimas, ou seja, os utilizadores, as que devem ser
privilegiadas uma vez que esperam que as demonstrações financeiras, como parte que são das
informações financeiras em termos gerais, sejam preparadas com o fim de proporcionar
informação que seja útil no processo de tomada de decisões, como:

 Decidir quando comprar, deter ou vender um investimento financeiro (acções, quotas,


obrigações ou títulos de participação; avaliar a curadoria ou responsabilidade da gestão;
avaliar a capacidade da empresa em remunerar e proporcionar benefícios aos seus
colaboradores; avaliar a segurança das quantias emprestadas à empresa; determinar
políticas de impostos; determinar os lucros e dividendos distribuíveis; preparar e utilizar
as estatísticas de rendimento nacional e regular o sector de actividade em que a empresa
se insere (COSTA, 2010:37-38).

Os principais utilizadores da informação financeira são:

a) Investidores: têm interesse com os riscos inerentes aos seus investimentos, e com as taxas
de rendimento que estes lhes possam proporcionar; cabendo a eles tomar decisões que
lhes permitam determinar se devem comprar, deter ou vender esses investimentos. Por
outro lado, os accionistas que estão interessados em saber se a empresa possui
capacidades para pagarem seus dividendos;

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b) Trabalhadores: interessados na estabilidade e rendibilidade do seu patronato e na
capacidade da empresa em proporcionar-lhes remunerações, pensões de reforma e
oportunidades de emprego;
c) Financiadores: procuram determinar se os seus empréstimos e respectivos juros serão
pagos até a data dos seus vencimentos;
d) Fornecedores e outros credores comerciais: interessa-lhes determinar se as suas dívidas
serão pagas conforme acordado entre ambas partes;
e) Clientes: interessa-lhes a informação acerca da continuidade da empresa, especialmente
quando têm com esta envolvimentos de longo prazo ou adiantamentos significativos;
f) Governo e os seus departamentos: interessados na distribuição de recursos e nas
actividades das empresas, estabilidade do sector de actividade em que as empresas
actuam, determinação de políticas de tributação e outros fins estatísticos;
g) Público: contribuições a economias locais (tendências e desenvolvimento prospectivo das
empresas, extensão das suas actividades), oportunidades de emprego e responsabilidade
social das mesmas.
h) Técnicos de conta: indivíduos que pelos seus conhecimentos – teóricos e práticos, estão
habilitados para organizar, executar e fiscalizar serviços de contabilidade. Sua maior ou
menor competência depende não só da sua preparação da matéria em contabilidade mais
também de conhecimentos da legislação fiscal do direito comercial, da matemática
financeira, organização e administração de empresas.
i) Gestores: responsáveis por avaliar o impacto das decisões tomadas no passado e as
decisões a tomar no futuro.

1.4.Técnicas Contabilísticas

Do ponto de vista moderno, podemos enumerar quatro técnicas contabilísticas, das quais:

 A Escrituração: consiste em registar nos livros próprios (diário, razão, caixa etc.) todos
os fatos administrativos que ocorrem na rotina das entidades;
 As Demonstrações: são quadros técnicos e analíticos, com aspectos qualitativos e
quantitativos, com dados extraídos dos registos contabilísticos da empresa. Como
exemplos, temos o Balanço Patrimonial, a DRE, etc.;

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 A Auditoria: consiste na verificação da exactidão dos dados contidos nas demonstrações
financeiras, através do exame detalhado dos registos contabilísticas, em confronto com os
respectivos documentos que os originaram;
 Análise de Balanços: é o exame e a interpretação dos dados contidos nas demonstrações
financeiras, com o fim de transformar esses dados em informações diversas sobre a
situação da entidade.

1.5.Tipos de contabilidade
a) Contabilidade Geral – compreende os conceitos básicos às regras do funcionamento, os
princípios contabilísticos (teoria contabilística) e as formas de representação, ou seja,
estruturação propriamente dita (técnica contabilística).
b) Contabilidade Aplicada ou Especial – é aplicada nas unidades económicas variando a sua
natureza de acordo com as dimensões e objectivos de necessidades de informação que se
pretende.
c) Contabilidade Privada – é a que pertence a unidades económicas particulares
(contabilidade empresarial) e a indivíduos (contabilidade doméstica/familiar). Na
contabilidade empresarial, distingue-se a Contabilidade Financeira, que visa o
conhecimento da situação patrimonial (Balanço), o rédito (rendimentos) e global (DR’s).
d) Contabilidade Interna ou de Custos – abrange diversas relações complementares que
podem contribuir para uma gestão eficaz e esclarecida. É também conhecida como
Contabilidade Industrial (DR’s por cada categoria de operações ou por funções de
cálculos de custo de bens vendidos, calculo de desvios, etc).
e) Contabilidade Profissional ou Orçamental – exprime os resultados das previsões e
permite a elaboração de planos fundamentais de actividades e a formulação de regras de
acções e estrutura de actividades futuras. Aqui, resume-se em números e valores
actividades a serem desenvolvidas em um futuro imediato.
f) Contabilidade Nacional – representa informações inerentes aos produtos, rendimentos e
despesa nacional. É também designada por Macrocontabilidade e é relativa a unidades
económicas complexas.

1.6.Princípios contabilísticos

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Para que a informação contabilística se torne credível, é extremamente necessário que o registo
das varias operações se efectue, segundo determinadas regras, a fim de garantir as varias
entidades e fidelidade daquela informação. Por isso os registos contabilísticos são efectuados
tendo em atenção os chamados Princípios contabilísticos – regras ou códigos (ministerial)
aplicados ao longo do trabalho contabilístico. Os Princípios contabilísticos geralmente aceites
são:

a) Da continuidade

A empresa é uma entidade que desenvolve a sua actividade de modo contínuo, tendo uma
duração ilimitada. Não tem como objectivos a respectiva liquidação ou a redução significativa do
volume das suas operações.

b) Da consistência

Considera-se que as políticas contabilísticas de uma empresa perpetuam-se de um exercício para


o outro. Se houver alguma alteração materialmente relevante, terá de ser referida.
c) Da especialização (ou do acréscimo)
Reconhecimento dos proveitos e os custos quando obtidos ou incorridos, independentemente do
seu recebimento ou pagamento. Devem ser incluídos nas demonstrações financeiras dos períodos
a que respeitam.

d) Do custo histórico
Os registos contabilísticos devem basear-se em custos de aquisição ou de produção, em valores
nominais ou constantes.

e) Da prudência

Possibilidade de integração nas contas um grau de precaução mediante a realização de


estimativas exigidas em condições de incerteza sem, no entanto, permitir a criação de reservas
ocultas ou provisões excessivas ou a deliberada quantificação de activos e proveitos por defeito
ou de passivos e custos por excesso.

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f) Da substância sobre a forma
Contabilização das operações de acordo com a substância e a realidade financeira, não as
subjugando à sua forma legal.

g) Da materialidade

As demonstrações financeiras devem evidenciar todos os elementos que sejam relevantes e que
possam afectar avaliações ou decisões pelos utentes interessados.

2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE

2.1.O Património

O património – É O CONJUNTO DE BENS (máquinas, edifícios, mercadorias, dinheiro,


ferramentas, etc.), DE DIREITOS (dívidas a receber, créditos da empresa, ou débitos de
terceiros) E OBRIGAÇÕES (dívidas a pagar ou créditos de terceiros) UTILIZADOS POR UMA
UNIDADE ECONÓMICA NO EXERCÍCIO DA SUA ACTIVIDADE. Todos estes elementos
são considerados integrantes do Património.

De forma resumida, o Património é o conjunto de bens, direitos e obrigações afectos à


actividade de uma empresa com determinado fim.

O Património, sendo o objecto da Contabilidade, define-se como o conjunto formado pelos Bens,
pelos Direitos e pelas Obrigações pertencentes a uma pessoa física ou jurídica, independente se
com fins lucrativos ou não, e que seja passível de avaliação em moeda.

O património das entidades corresponde ao objecto de estudos da contabilidade e pode ser


representado da seguinte forma:

PATRIMÓNIO
BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES (Com Terceiros e com os
Sócios)
(ATIVO) (PASSIVO)

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O património pode ser: Património particular/individual – conjunto de bens, direitos e
obrigações pessoais. E Património comercial – conjunto de bens, direitos e obrigações
directamente relacionados as actividades do comerciante.

2.1.2. Elementos Patrimoniais

BENS: São os itens que a empresa possui para satisfazer suas necessidades de troca, consumo ou
aplicação, que sejam susceptíveis de avaliação económica. Os Bens de uma entidade podem ser
classificados como Tangíveis ou Intangíveis. Ex: edifícios, viaturas, mercadorias, material de
escritório, dinheiro, marca, etc.

− Tangíveis: São bens matérias, concretos, ou seja, são corpóreos.

Exemplos de Bens Tangíveis: Caixa; Estoques; Equipamentos; Terrenos; Máquinas.

− Intangíveis: São bens imateriais, abstractos, ou seja, que não tem forma física.

Exemplos de Bens Intangíveis: Softwares; Marcas; Patentes.

DIREITOS: É a representação do que a empresa tem a receber de terceiros por conta de uma
operação. Os direitos são facilmente identificados por conta das expressões “A Receber” ou “A
Recuperar”. Exemplos de direitos: Aplicações financeiras; Duplicatas a receber; Clientes.

OBRIGAÇÕES: São as dívidas ou repasses de responsabilidade da empresa junto a terceiros.


Seguindo o exemplo dos direitos, as obrigações também são facilmente identificadas por contas
das expressões “A Pagar” ou “A Recolher”. Exemplos de obrigações: Fornecedores;
Empréstimos; Salários a pagar; Duplicatas a Pagar; Tributos a Recolher

Exemplo de património do comerciante X:

 Dinheiro /saldo de caixa;


 Dinheiro depositado no banco;
 Automóvel Toyota Allex;
 Mobiliário;
 Importância a receber do Sr Canda;

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 2 Letras por pagar respeitantes ao automóvel. O

Na listagem anterior, podemos identificar 3 categorias de elementos distintos:


 - Bens (Dinheiro /saldo de caixa; Dinheiro depositado no banco; Automóvel Toyota
Allex; Mobiliário;)
 - Direitos (Importância a receber do Sr Canda;
 - Obrigações (2 letras por pagar respeitantes ao automóvel.

2.1.3. Classes dos elementos patrimoniais

O Património de uma empresa encontra-se divide da seguinte forma:

ATIVO: conjunto de elementos patrimoniais que a empresa possui (Bens) e que tem a receber
(direitos). O Activo representa a parte positiva do património, figura do lado esquerdo do
balanço e é composto pelos Bens e Direitos. No activo é indicada a forma de aplicação desses
capitais ou recursos.

PASSIVO: conjunto de elementos patrimoniais relativo às dívidas a pagar (obrigações). O


Passivo representa a parte negativa do património, figura do lado direito do balanço e é composto
pelas obrigações da entidade e o Património Líquido. Passivo + património líquido, indicam a
origem dos capitais ou recursos.

NOTA: A diferença entre o activo e o passivo, dá-nos o valor do capital próprio, situação
líquida, valor do património ou património líquido.

Situação líquida do património: É a diferença entre o Activo e o Passivo, representa o Registro


do valor que os proprietários têm aplicado no negócio. Podendo apresentar três situações
líquidas:

1ª Activo> Passivo: Quando o Activo é maior que o Passivo, resultando uma Situação Líquida
Activa, também chamada positiva, superavitária ou favorável. Exemplo: se a entidade possui no

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Caixa 4.000 e tiver uma obrigação para com o seu fornecedor de 2.000, então, o Património
Líquido será positivo em 2.000.

Caixa – Fornecedor = PL

4.000 – 2.000 = 2.000

2ª Activo =Passivo: Quando o Activo é igual ao Passivo, resultando em uma Situação Nula.
Nesse caso o capital foi absorvido e todo o património pertence a terceiros, considerando que o
total dos bens e direitos é igual ao das obrigações. Exemplo: se a entidade possui no Caixa 4.000
e tiver uma obrigação com o seu fornecedor de 4.000, então o Património Líquido será nulo (0).
Caixa – Fornecedor = PL
4.000 – 4.000 = 0

3ª Activo <Passivo: Quando o Activo é menor que o Passivo resultando em uma Situação
Líquida Passiva, também denominada negativa, deficitária ou desfavorável. Nesse caso há um
déficit patrimonial ou passivo a descoberto. Exemplo: se a entidade possui no Caixa 4.000 e tiver
uma obrigação para com o seu fornecedor de 6.000, então o Património Líquido será negativo
em 2.000.

Caixa – Fornecedor = - PL
4.000 – 6.000 = - 2.000
.
EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO:

PL = A - P
Geralmente, na maioria das entidades, o Activo suplanta o Passivo, a representação mais comum
do seu Balanço Patrimonial seria:
A = P + PL. Caso o Passivo supere o Activo: A + PL = P.
Exemplo de Património

PATRIMONIO CIA SP LTDA.

BENS

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Numerário 5.000,00 OBRIGAÇÕES
Edifício 800.000,00 Fornecedores 500.000,00
Viatura 500.000,00 Empréstimo bancários 800.000,00
Mercadorias 300.000,00

PL 330.000,00
DIREITOS
Duplicatas a Receber 25.000,00

TOTAL 1.630.000 TOTAL 1.630.000,00

São demonstrados claramente a necessidade do equilíbrio no total entre os Bens e Direitos, e as


Obrigações de uma entidade. O Património de uma entidade é composto por Bens, Direitos e
Obrigações. Contudo o património das entidades deve ser dividido em dois grupos para que haja
o equilíbrio entre seus elementos.

O património das entidades pode ser representado da seguinte forma:

PATRIMÓNIO
BENS E DIREITOS OBRIGAÇÕES (Com Terceiros e com os
Sócios)
(ATIVO) (PASSIVO)

2.1.4. Factos patrimoniais

O património de uma empresa está em constante mutação. Todos os factos que transformem o
património de uma empresa são designados de factos patrimoniais. O que a Contabilidade faz é
precisamente observar, classificar e registar essas transformações do património da empresa.

Os factos patrimoniais podem ter origem em dois tipos distintos de acontecimentos:


1) Normais ou voluntários - aqueles que resultam de operações efectuadas por vontade
própria da empresa, como por exemplo as operações correntes como compras,
pagamentos, vendas, saques, aceites, recebimentos, etc;

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2) Extraordinários ou involuntários - como o próprio nome indica resultam de
acontecimentos não desejados pela empresa, como por exemplo um incêndio, os roubos,
as quebras, etc

Quanto à forma como afectam o património de uma empresa os factos patrimoniais classificam-
se habitualmente em:

1) Permutativos - quando alteram apenas a composição do património, mas não o seu valor;
mantendo inalterado o capital próprio.

2) Modificativos - quando para além de alterarem a composição do património, também


modificam o seu valor, ou seja, conduzem a uma alteração do capital próprio.
Todos os factos patrimoniais que originem um lucro ou um prejuízo, ou seja aqueles que geram
custos ou proveitos, são factos patrimoniais modificativos porque alteram o valor do património.

Por exemplo, quando uma empresa faz um depósito bancário de 100,00 está apenas a alterar a
composição do seu activo, mas o capital próprio não sofreu qualquer alteração. Apenas se alterou
a composição do património, não o seu valor, e por isso estamos perante um facto patrimonial
permutativo.
Quando uma empresa paga uma dívida de 200,00 a um fornecedor diminui o seu activo em
200,00 e diminui o seu passivo no mesmo montante. Mas o valor do seu património, ou seja o
capital próprio, não sofre qualquer alteração.
Variação do Activo = - 200,00
Variação do Passivo = - 200,00
Variação do Capital Próprio = Variação do Activo – Variação do Passivo
= (-200) – (-200)
= -200 + 200
=0
Se o capital próprio permanece inalterado estamos perante um facto patrimonial permutativo.
Vejamos agora operações que constituam factos patrimoniais modificativos. Considere-se o
seguinte exemplo: uma empresa vende por 100,00 mercadorias que lhe tinham custado 75,00.

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Neste caso a empresa tem um custo de 75,00 e um proveito de 100,00. Como o proveito é
superior ao custo, esta operação gera um lucro:
Lucro = Proveitos – Custos
= 100 – 75
= 25
Tendo um lucro de 25,00 o valor do património da empresa aumenta em 25,00, logo estamos
perante um facto patrimonial modificativo. Suponha-se agora que a mesma empresa paga 50,00
de juros referentes a um empréstimo bancário. Os juros constituem um custo, logo esta operação
originou um prejuízo no valor se 50,00. O valor do património diminui em 50,00. Havendo
alteração do valor do património da empresa estamos perante um facto patrimonial modificativo.

2.2. A conta

Numa empresa existe uma grande diversidade de elementos patrimoniais. A Comparação entre
eles faz-se porque todos são valores, isto é, todos são quantificáveis em unidades monetárias.
Para que seja fácil localizar um elemento patrimonial é conveniente agrupá-los, de acordo com
as suas características comuns, em subconjuntos homogéneos. São estes subconjuntos do
património, de elementos patrimoniais com uma característica comum, que se designam de
contas. O título da conta identifica de forma clara a característica comum a todos os elementos
patrimoniais que nela são inseridos. Esse título é fixo, não sofre qualquer alteração ao longo da
vida quotidiana da empresa. Por outro lado, cada conta apresenta um determinado valor ou
extensão em cada momento do tempo. Esse valor não é mais do que a soma de todos os valores
que fazem parte dessa conta, estando em constante mutação, de acordo com os factos
patrimoniais que vão ocorrendo no seio da empresa.

Conta é um conjunto de elementos patrimoniais expresso em unidades de valor ou, classe ou


grupo que integra elementos patrimoniais de natureza e características iguais. Representa uma
classe de valores ou elementos patrimoniais, cuja disposição permite registar as variações
sofridas por esses elementos.
 Uma conta é um quadro que permite registar as operações que modificam uma
rúbrica do Balanço ou da Conta de Resultados.

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 Nome técnico utilizado para identificar itens patrimoniais de natureza comum.
Destina-se a registar e armazenar dados relativos a fenómenos patrimoniais.
 É um agrupamento de elementos patrimoniais com características semelhantes e
específicas e expressos em unidades de valor.
Exemplo: conta de clientes ou conta de depósitos a ordem.

A utilização das contas permite:


 Conservar uma pista das operações registadas cronologicamente e de forma contínua nas
diferentes contas em função da sua natureza;
 Dispor a qualquer momento de informação sobre o estado da caixa, as dívidas, os
produtos, os encargos, etc.;
 Facilitar o estabelecimento das contas anuais (balanço e conta de resultados) do
exercício, assim como, estatísticas e indicadores respeitantes ao funcionamento.

2.2.1. Características que deve obedecer uma conta

Homogeneidade – quando todos os elementos que fazem parte duma conta têm a característica
dessa conta. Ex: A dívida de um cliente nunca pode ser registada numa conta que não indique
uma dívida a receber.

Integralidade – todos os elementos que apresentam essa característica comum devem fazer parte
dessa mesma conta, e não de outra. Ex: A conta Mercadorias deverá incluir todos os tipos de
mercadorias transaccionadas pela empresa.

2.2.1.1.Apresentação e partes constituintes de uma conta


 Título – é a expressão por que se designa a conta, o que permite facilmente compreender
os elementos patrimoniais que a integram; O título de uma conta deve ser tal, que seja
óbvia a sua identificação (= dar a conhecer a natureza e função dos elementos agrupados
em cada conta). Esse título, deverá ser fixo e imutável.
 Extensão – representa o valor, expresso em unidades monetárias, contida na conta no
momento em que ela se analisa.

2.2.2. Representação gráfica da conta

Qualquer que seja o suporte de registo dos factos patrimoniais, esse registo
Consiste na movimentação de contas e baseia-se apenas em duas operações: débito e crédito.
Todo e qualquer registo tem que ter como base um documento. Cada conta pode ser representada
em forma de “T” embora hoje em dia com a implementação da informática na contabilidade ela
já apareça com outra disposição. Debitar uma conta é registar um valor no lado do “débito” ou

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“deve” (lado esquerdo) e creditá-la é inscrever um valor no lado do “crédito” ou “haver” (lado
direito).

Graficamente, temos:

Deve (débito) titulo da conta crédito ( haver)

2.2.2.1.Saldo da conta

A apuração do saldo da conta é simples de ser obtida, basta somar todos os valores contidos no
lado do débito e confrontar com a soma de todos os valores registados no lado do crédito. A
diferença entre o débito o crédito duma conta, no momento considerado chama-se saldo dessa
conta. Três situações podem ocorrer:
• D> C => Saldo devedor (Sd)
• D = C => Saldo nulo (S0)
• D <C => Saldo credor (Sc)

Saldo devedor – é o saldo que a conta apresenta quando os débitos são maiores que os créditos.

Saldo credor – é o saldo que a conta apresenta quando os créditos são maiores que os débitos.

Saldo nulo – débito = crédito.

Saldar uma conta – é inscrever do lado que for menor o saldo da conta. Uma vez determinado o
saldo, este adiciona-se ao lado cuja soma for de menor valor, obtendo-se assim uma igualdade
entre os dois lados da conta.

Fechar uma conta – é o mesmo que trancar uma conta. Corresponde a colocar dois traços
paralelos por baixo dos somatórios do débito e do crédito, depois de se ter saldado a conta (soma
dos débitos igual à soma dos créditos).

Reabrir novamente uma conta – é colocar novamente nessa conta o valor do lado do débito se o
saldo era devedor ou do lado do crédito se o saldo era credor.

Carmen Azevedo Ali Página 17


A disposição da conta em forma semelhante a um T, não é a única existente. Existem ainda os
seguintes dispositivos:

Dispositivo horizontal ou bilateral, cujo traçado é o seguinte:

DÉBITO (Deve) TÍTULO (denominação/nome da conta) CRÉDITO (Haver)

Data Descrição Valor Data Descrição Valor

Dispositivo vertical ou unilateral de coluna dupla com saldos á vista, tem as mesmas duas
colunas e ainda uma ou duas outras para os saldos apurados após cada registo.

Nome da conta

Data Descrição da operação Débito Crédito Saldo

Descrição – registo dos documentos que comprovam os factos patrimoniais e indicam a sua
origem.

Valor da conta – é a soma de todos os seus débitos e de todos os seus créditos.

Saldo de uma conta (valor de uma conta num dado momento) – é a diferença entre o total dos
valores a débito e o total dos valores a crédito ou vice-versa.

Os valores que registamos no lado esquerdo são débitos (D), em contrapartida os valores que
registamos no lado direito são créditos (C).
2.2.3. Classificação das contas

Como vimos, a conta é um dispositivo, com denominação própria e extensão numérica que nos
permite a inscrição de vários elementos de um dado património com características semelhantes,
atribuindo-lhes uma valor.

Contas de Contas de valores concretos – respeitam ao património. São as contas do


valores Activo e do Passivo.
concretos e Contas de valores abstractos – referem-se à expressão numérica do valor

Carmen Azevedo Ali Página 18


Contas de do património, são as contas do Capital Próprio ou Situação Liquida.
valores
abstractos
Contas Contas colectivas – também designadas de contas acumuladas, são
colectivas, formadas pelas contas da mesma natureza. Ex: 4.1. Clientes, 4.2.
Contas Fornecedores, etc.
divisionárias e Contas divisionárias ou subcontas – são divisões das contas colectivas.
Contas Contas elementares – são as que contém um elemento, isto é, não se
elementares podem subdividir noutras mais simples.
Ex:
3.Investimentos de capital…………………...Classe
3.2.Activos tangíveis………………………...Conta colectiva
3.2.1.Construcoes …………………………...Conta divisionária/subconta
3.2.1.1.Edificios industriais………………….Conta elementar
Contas do 1º, 2º As contas do 1ºgrau são as que evidenciam directa e imediatamente a
e 3º grau decomposição do Activo, do Passivo e do Capital Próprio; as contas do
2ºgrau são as que resultam do desdobramento das contas do 1ºgrau e assim
sucessivamente.
Ex:
3.Investimentos de capital…………….……..Classe
3.2.Activos tangíveis………………………...Conta do 1ºgrau
3.2.1.Construcoes …………………………...Conta do 2ºgrau
3.2.1.1.Edificios industriais………………….Conta do 3ºgrau
Contas São aquelas onde se registam, provisoriamente, factos respeitantes a outra
subsidiárias conta do 1ºgrau, chamada conta principal; as contas subsidiárias aparecem
no razão juntamente com as contas em que se integram, mas estas figuram
no Balanço e aquelas não.
Contas mistas e Contas mistas – reúnem elementos patrimoniais de natureza diferente.
contas de ordem Ex: Classe 4: Contas a receber, contas a pagar, acréscimo e diferentes, que
reúne contas do Activo e do Passivo.
Contas de ordem – as que na altura não alteram o valor do património,
mas que, mais tarde, o poderão alterar. Ex: Letras descontadas.

2.2.3.1.Movimentação das contas

O débito e o crédito são uma convenção bastante utilizada pela Contabilidade e que estão
presente no razonete, pois o débito representa o lado esquerdo de todos os razonetes, bem como
o lado direito simboliza o crédito em todos os razonetes. Sendo assim, ao realizar um lançamento
do lado esquerdo da conta, a empresa estará fazendo um lançamento a débito ou simplesmente
debitando a conta. Ao efectuar um lançamento do lado direito do razonete, a entidade estará
fazendo um lançamento a crédito, ou seja, creditando.

Carmen Azevedo Ali Página 19


Observa-se que os lançamentos realizados a débito ou a crédito aumentam ou diminuem as
contas do Activo, do Passivo e do Património Líquido e o que decidirá se aumentará ou
diminuirá será a natureza da conta na qual estão sendo feitos os lançamentos.
As regras de movimentação de contas, universalmente aceites, são as seguintes:

Activo – debitam-se pela sua extensão inicial e pelos aumentos. Creditam-se pelas suas
diminuições.

Passivo – creditam-se pela sua extensão inicial e pelos aumentos. Debitam-se pelas suas
diminuições.

Situação líquida:

 Capital – credita-se pela sua extensão inicial e pelos aumentos. Debita-se pelas suas
diminuições.
 Reservas – creditam-se pela sua extensão inicial e pelos aumentos. Debitam-se pelas
suas diminuições.

Resultados:

 Proveitos ou ganhos – creditam-se pelos aumentos. Debitam-se pelas diminuições


(anulações).
 Custos ou perdas – debitam-se pelos aumentos. Creditam-se pelas diminuições
(anulações)

Quadro sintético das regras de movimentação das contas

CONTAS DEBITO CREDITO SALDO

ACTIVO Aumentos Diminuições Devedor

PASSIVO Diminuições Aumentos Credor

SITUAÇÃO CAPITAL Diminuições Aumentos Credor


LÍQUIDA
RESERVAS Diminuições Aumentos Credor

RESULTADOS Custos e Perdas Aumentos Anulações Devedor

Proveitos/Ganhos Anulações Aumentos Credor

Carmen Azevedo Ali Página 20


2.2.4. O Plano Oficial de Contabilidade (POC)

O Plano Oficial de Contabilidade define um conjunto de regras e princípios a serem aplicados


pelas empresas na sua contabilidade, assim como as contas a serem utilizadas. É o principal
instrumento de trabalho dos contabilistas, pois é lá que encontram as indicações sobre a forma de
registar os diversos factos patrimoniais. Todo e qualquer registo tem que ter como base um
documento.
As contas no seio do POC encontram-se organizadas em 8 classes:

1. Meios financeiros: dinheiro e meios facilmente transformáveis em dinheiro.

2. Inventários e activos biológicos: todos os bens adquiridos ou produzidos pela empresa


destinados à venda ou à incorporação no processo produtivo. No caso das empresas
industriais são as matérias-primas e subsidiárias, produtos em curso, subprodutos,
resíduos e produtos acabados. No caso das empresas comerciais são as mercadorias

3. Investimento de capital: todos os bens da empresa fundamentais para o desenvolvimento


da sua actividade e que nela permanecem por longos períodos de tempo.

4. Contas a receber, contas a pagar, acréscimos e diferimento: todos direitos (dívidas de


terceiros) e obrigações (dívidas a terceiros).

5. Capital próprio: todos os elementos que constituem o capital próprio da empresa, com
excepção do Resultado Líquido do Exercício (conta 88 da classe 8).
6. Gastos e perdas: todos os elementos que contribuem negativamente param o resultado
da empresa.

7. Rendimentos e ganhos: todos os elementos que contribuem positivamente para resultado


da empresa.
8. Resultados: conjunto de contas que permitem o apuramento dos diversos tipos de
resultados, ou seja, onde se confrontam os respectivos custos e proveitos.

Carmen Azevedo Ali Página 21


2.2.4.1.Sistemas de inventário

As empresas podem utilizar dois sistemas alternativos de inventário:


1) Permanente
2) Intermitente ou periódico

No caso do inventário permanente, em qualquer momento do tempo é possível determinar o


valor dos estoques em armazém e este corresponde ao saldo da conta 2.2 (mercadorias) ou 2.6
(matérias-primas, auxiliares e materiais). Neste caso sempre que a mercadoria comprada entra
em armazém credita-se logo a conta 2.1 (compras) por contrapartida da 2.2 (mercadoria). No
caso da venda, a conta 2.2 é creditada por contrapartida do débito da conta 6.1.1 – custo dos
inventários vendidos ou consumidos (CIVC), no momento em que a mercadoria sai da empresa.
Se a empresa utilizar o sistema de inventário periódico, como o nome indica, só periodicamente
é que se transfere o saldo da conta 2.1 para a conta 2.2 (mercadorias) ou
2.6 (matérias-primas, auxiliares e materiais). Neste caso o valor das existências em armazém é
determinado (periodicamente) através da inventariação directa das existências e só depois disso é
que se pode apurar, e consequentemente registar, o

CIVC. O CIVC é calculado através da seguinte fórmula:


CIVC = Existência inicial + Compras Líquidas – Existência final

A existência inicial em armazém corresponde ao saldo da conta 2.2 no início do período em


causa, as compras líquidas correspondem ao saldo da conta 2.1, a existência final em armazém.

Exemplo:
1) Compra a crédito de mercadoria no valor de 100,00
2) Venda a crédito dessa mercadoria por 120,00
Registo em inventário permanente

Compra Fornecedores
100,00 100,00

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Compra Mercadoria
100,00 100,00

2.venda

Venda Clientes
120,00 120,00

Mercadoria CIVC
100,00 100,00

Registo em inventário periódico

Compras Fornecedores
100,00 100,00

Venda Clientes
120,00 120,00

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2.3. Regra fundamental (Método das partidas dobradas ou digráfico)

Todo e qualquer facto patrimonial dá origem a pelo menos dois registos: um a débito e outro a
crédito. Este é o famoso método digráfico. De acordo com as regras, e salvo raras excepções, as
contas do Activo têm saldos devedores e as do Passivo e Capital Próprio saldos credores.
O Método das partidas dobradas ou digráfico – a um registo a débito numa conta, corresponde
sempre a um ou mais registos a crédito numa ou noutras contas, e vice-versa, isto é, a variação
numa conta é sempre equilibrada pela variação de outra ou outras contas.

Portanto, para que ocorra uma redução em alguma conta, torna-se necessário que aconteça um
aumento em outra, é o que denominamos Partidas dobradas. Deste modo, ao debitar uma ou
mais contas, teremos que creditar uma ou mais contas, desde que o valor total dos débitos
corresponda ao valor total dos créditos.
Débito = crédito / somatório débitos = somatório créditos

ACTIVO = PASSIVO + SITUACAO LIQUIDA

Este método (que se contrapõe ao método unigráfico ou das partidas simples) pode sintetizar-se
da seguinte maneira:
 A um débito (ou débitos) corresponde sempre um crédito (ou créditos).
 A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos.
 A soma dos saldos devedores é sempre igual à soma dos saldos credores.

2.3.1. Fórmula digráfica dos factos patrimoniais

A contabilização de qualquer facto patrimonial obedece sempre a uma das seguintes fórmulas
digráficas:
1ª Fórmula => Uma só conta devedora e uma só conta credora
2ª Fórmula => Uma só conta devedora e várias contas credoras
3ª Fórmula => Várias contas devedoras e uma só conta credora
4ª Fórmula => Várias contas devedoras e várias contas credoras

Ex: determinada empresa possuía em seu Caixa um saldo de 5.000,00 e realizou uma compra de
mercadorias à vista por 2.000,00.

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Caixa Mercadoria
SI: 5.000,00 2.000,00 2.000,00

Observe que a empresa possuía um saldo inicial (SI) em sua conta Caixa no valor de 5.000,00mts
e efectuou uma compra à vista por 2.000,00mts, sendo assim, ao comprar à vista, a conta Caixa
irá diminuir, e como o Caixa é conta de Activo, deve-se efectuar um lançamento a crédito para
que o dinheiro seja retirado.
A retirada do dinheiro é para realização de compra de mercadorias, portanto essas mercadorias
farão parte do Estoque da empresa, sendo caracterizada com um bem da entidade. Desta forma, o
Estoque é uma conta de Activo, e ao comprar mercadorias, a empresa aumenta seu Activo, o que
acarretará um lançamento a débito.
NB: O total dos débitos deve ser igual ao total dos créditos.

Ex2: Ainda o mesmo exemplo, se tivéssemos uma compra 40% à vista e 60% a prazo, teríamos a
seguinte situação:

Caixa Fornecedores Mercadorias


SI:5.000,00 800,00(1) 1.200,00 (1) (1) 2.000,00

Nessa situação, ao comprar a mercadoria, debitaremos, pois a mercadoria é um Activo que está
sendo aumentado, e creditaremos o Caixa em 800,00mts porque a compra foi 40% à vista, e
creditaremos o Fornecedor porque os 60% foram a prazo, gerando uma obrigação para a
empresa, ou seja, um Passivo e para aumentar o Passivo, efectua-se um lançamento a crédito.
NB: O total de débitos corresponde ao total de créditos.
Historicamente, as contas já representaram exclusivamente as pessoas dos devedores e dos
credores e nessas circunstâncias:
 Aumentar a conta de um devedor significava aumentar o seu débito (ele deve mais).
 Aumentar a conta de um credor significava aumentar o seu crédito (ele tem a haver
mais).

Carmen Azevedo Ali Página 25


Esta lógica de movimentação foi progressivamente alargada às restantes contas (contas de coisas
e contas de factos) passando os termos débito e crédito a significar variações positivas ou
negativas (dependendo dos casos) no valor das respectivas contas, ou seja:
 Debitar uma conta significa lançar uma determinada importância no seu lado esquerdo
(débito da conta). Tratando-se de uma conta do activo (aplicações), o débito representa
um incremento do seu valor (lógica das contas dos devedores); se a conta for do passivo
ou do capital próprio (origens), corresponde a um decréscimo do seu valor (lógica das
contas dos credores).
 Creditar uma conta significa lançar uma determinada importância no seu lado direito
(crédito da conta). Para as contas do activo (aplicações) significa um decréscimo do seu
valor (lógica das contas dos devedores) e para as contas do passivo e do capital próprio
(origens) um incremento do seu valor (lógica das contas dos credores).

Regras de utilização
 Cada quadro de conta deve ser dedicado a uma única conta;
 Uma mutualidade deve abrir progressivamente e utilizar unicamente as contas que lhe são
úteis (ver adiante a secção sobre o plano contabilístico);
 As contas de encargo e de produtos são abertas no decurso do exercício em função das
necessidades. Contrariamente às contas de balanço, não há transporte de saldo de um
exercício para outros;
 O registo das operações nestas diferentes contas deve ser feito linha após linha.
 A recolha da informação deve ser feita em tempo real, isto é, no momento em que a
operação é realizada.
 As contas são encerradas no último dia do exercício contabilístico. Para proceder ao
fecho da contabilidade, totaliza-se o débito depois o crédito, a diferença entre estes dois
totais corresponde ao saldo da conta que será inscrito na coluna cujo total é o mais baixo
(débito e crédito separados).
As contas de balanço são reabertas no início de um novo exercício. Para reabrir uma conta de
balanço, inscreve-se o transporte do saldo do precedente exercício no débito se este saldo estiver
devedor, ou no crédito, se estiver credor.

Carmen Azevedo Ali Página 26


2.4. Inventário e balanço
2.4.1. Inventário
O inventário não é mais do que uma simples listagem dos elementos patrimoniais que uma
empresa possui num determinado momento e do seu respectivo valor. Esses elementos agrupam-
se de acordo com a massa patrimonial a que pertencem: Activo (Bens e Direitos) e Passivo
(Obrigações).

2.4.1.1. Fases do Inventário

1ª Fase – Identificação - contagem ou medição dos elementos patrimoniais.


2ª Fase – Classificação - agrupamento dos elementos patrimoniais, segundo a sua natureza em
contas.
3ª Fase – Descrição - indicação pormenorizada dos elementos já agrupados de acordo com a sua
natureza.
4ª Fase – Avaliação - atribuição do valor monetário aos elementos patrimoniais.

2.4.1.2.Classificação de inventário

Quanto ao âmbito:

Inventário geral – quando abarca todos os valores que constituem uma dado património, figura
todos elementos patrimoniais;

Inventário parcial – quando abrange apenas alguns dos elementos patrimoniais. Neste
inventário, figura apenas uma parte dos elementos patrimoniais como por exemplo: a
inventariação mercadorias ou os débitos de uma dada empresa.

Quanto a disposição dos elementos patrimoniais:

Inventário simples - quando os elementos patrimoniais aparecem dispostos sem obedecer a


qualquer ordem;

Inventário classificado – quando os elementos patrimoniais aparecem agrupados, segundo a sua


natureza, características e função.

Quanto á periodicidade

Inventário ordinários – quando são efectuados periodicamente. Estes são regulares e previsíveis

Inventário extraordinário - quando elaborados em consequência de condições excepcionais. São


excepcionais e, consequentemente imprevisível.
Carmen Azevedo Ali Página 27
Exemplo de um inventário

a) Simples

Inventário do comerciante X, em 10/11/ n

Activo

Dinheiro em caixa ……………………………………………. . 50.000


2 Máquinas de escrever………………………………………… 6.000
4 Maquinas calculadoras ………………………………………. 30.000
Um edifício …………………………………………………...... 400.000
Um frigorifico…………………………………………………… 25.000
Conjunto de estantes ……………………………………………. 40.000
Uma maquina registadora……………………………………….. 12.000
Uma viatura …………………………………………………… 120.000
Dividas de:
M. …………………………………………………………………. 3.000
A. ………………………………………………………………… 15.000
Saques nºs
1 s/. Castro ……………………………………………………….. 17.000
5s/ matos ………………………………………………………… 13.000
2 Secretarias ……………………………………………………… 12.000
4 Cadeiras …………………………………………………………… 1.000
Depósitos no BF………………………………………………….. 145.000
2 Sofás……………………………………………………………….. 8.000
Papel, tinta , material diverso ………………………………………… 3.000
Total de activo ……………………………….. 900.000

Passivo

Dividas á :
Pedro …………………………………………………………………. 16.000
Rosa…………………………………………………………………… 9.000
Aceites nºs
3, saque de João ………………………………………………………… 18.000
10, saque de Pedro ……………………………………………………… 12.000
Divida á papelaria y …………………………………………………… 10.000
Empréstimo no BA …………………………………………………….. 150.000
Total do passivo……………… 215.000

b) Inventário classificado

Meios circulantes financeiros

Caixa

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Dinheiro em caixa ……………………………………… . 50.000
Bancos
Depósitos no BF……………………………………………… 145.000
Clientes
M. ……………………………………………………………. 3.000
A. ……………………………………………………………… 15.000
A receber ou títulos negociáveis
1 s/. Castro ………………………………………………….. 17.000
5s/ matos …………………………………………………… 13.000
Meios circulantes matérias
Mercadoria
2 Máquinas de escrever……………………………… 6.000
4 Maquinas calculadoras ……………………………. 30.000
Materiais
Papel, tinta , material diverso ………………………………………… 3.000
Meios imobilizados
Construção
Um edifício ……………………………………………….. 400.000
Equipamentos
Para transporte
Uma viatura …………………………………………………… 120.000
Outros meios básicos
Mob.e equip. Administrativo
Um frigorifico…………………………………………………… 25.000
Conjunto de estantes ……………………………………………. 40.000
Uma maquina registadora……………………………………….. 12.000
2 Secretarias ……………………………………………………… 12.000
4 Cadeiras …………………………………………………………… 1.000
2 Sofás……………………………………………………………….. 8.000
Total de activo ……………………………….. 900.000

Passivo

Credores

Créditos bancários p/ meios circulantes

Menos de 1 ano

Empréstimo no BA ………………………… 150.000

Fornecedores
Pedro …………………………………………………………………. 16.000
Rosa…………………………………………………………………… 9.000
papelaria y ……………………………………………………………….. 10.000
A pagar ( títulos negociáveis)
Aceite 3, saque de João ……………………………………………… …. 18.000
Aceite 10, saque de Pedro ……………………………………………… 12.000
Total do passivo……………… 215.000

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2.4.2. Balanço
Ao documento que resume a composição do património de uma empresa num dado momento,
que compara o seu Activo com o seu Passivo e evidencia o seu Capital Próprio chamamos
Balanço. Ou Seja, o balanço é um conjunto de activos e o passivos ou de determinar a situação
liquida da empresa (comparação entre o activo e o passivo com vista a determinar o valor e a
natureza da situação liquida).

O Balanço não é mais do que uma “fotografia” do património da empresa num determinado
momento. Como se refere a um momento preciso dizemos que se trata de um documento
estático. O Balanço de qualquer empresa está constantemente a sofrer alterações. Qualquer facto
patrimonial reflecte-se no Balanço. Se for permutativo , altera apenas a composição do activo/
passivo, deixando o capital próprio inalterado. Se for modificativo, para além de alterar a
composição do activo/ passivo, modifica o capital próprio.

Em termos de estrutura trata-se de um mapa com duas colunas: no lado esquerdo colocam-se os
elementos do activo e respectivos valores, no lado direito o Capital Próprio e os elementos do
Passivo e respectivos valores. Pela Equação Fundamental da Contabilidade a soma de todos os
valores do Activo tem que igualar a soma do Capital Próprio com todos os valores do Passivo.
Sendo assim os dois membros do balanço têm sempre o mesmo valor.

2.4.2.1. Formas de representação do balanço ou dispositivo do balanço

Existem dois tipos de representação:


1) Representação horizontal - (dispositivo bilateral), em que o primeiro membro (activo)
aparece do lado esquerdo, segundo a ordem: activo; situação liquida passiva. O segundo
membro vem do lado direito, sendo a ordem: passivo; situação liquida activa.
2) Representação vertical - em que o segundo vem imediatamente abaixo do primeiro,
mantendo-se a ordem indicada em 1, dentro de cada membro.

A primeira representação, em geral, se adopta em publicações oficiais e para o conhecimento


do público em geral; enquanto a segunda, geralmente se adopta para efeitos de análise.

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Na composição dos membros do balanço, três casos podem se verificar:
a) Activo> passivo
Então: activo = passivo + situação liquida activa
b) Activo = passivo
c) Activo < passivo
Onde:
Activo + situação liquida passiva = passivo
Ou
Activo = passivo – situação liquida passiva.

Esta terceira situação é, sem margem sem dúvidas, francamente desfavorável na medida em que
as dividas a pagar superam o montante do activo (deve-se mais do que se possui e se tem a
receber)

2.4.2.2. Classificação do balanço


Balanço analítico – quando os grupos mais elementares (caixa, clientes, etc.) dos elementos
patrimoniais de uma empresa são relevados pelos balanços, ou seja, as rubricas são mencionada
de uma forma mais desenvolvida, isto é além das rubricas do primeiro grau são também
mencionadas rubrica do 2º e 3º grau.

Balanço sintético – quando o balanço apresenta, somente, as classes constituintes dos vários
grupos dos elementos do património da empresa (meios circulantes financeiros, meios
circulantes materiais, meios imobilizados, etc.). Portanto, o grau de pormenorização é mínimo. O
mais sintético dos balanços é aquele que nos da apenas a conhecer os valores totais do activo,
passivo e situação liquida. Ou seja, as rubricas apresentadas somente do primeiro grau.

O balanço, também, pode ser:


Classificado – quando os elementos que o compõem são dispostos e ordenados segundo uma
certa ordem, dependentes das suas características, natureza e função.

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Não classificado – quando a disposição dos elementos que o compõem não obedece nenhuma
ordem.
A ordenação das rubricas do balanço esta normalmente associada a critérios pré – definidos, ou
seja:
- Para o 1º membro, ou seja para o activo, o critério é o da liquidez crescente ou decrescente.
- Para 2º membro, os valores do passivo são ordenados pelo critério da exigibilidade, crescente
ou decrescente e os da situação liquida ou capital próprio (fundos próprios), pela formação
histórica dos respectivos valores.

Exemplo da forma de representação do balanço:

a) Balanço sintético
Balanço em 1/10/n

Activo …………………. 900.000 passivo …………………215.00


S.L. Activa ………………658.000
900.000 900.000

b) Balanço analítico
Balanço em 1/10/n

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ACTIVO PASSIVO
Contas a pagar

Investimento de capital Fornecedores 35.000


Construção 400.000 A pagar (títulos negociáveis) 30.000
Equipamentos 120.000 Empréstimos bancários. 150.000 215.000
Outros meios básicos 98.000 618.000
Capital próprio
Inventários e activos biológicos Capital 685.000

Mercadoria 36.000

Materiais 3.000 39.000

Contas a receber
Clientes 18.000

Meios financeiros
900.000
Caixa 50.000
títulos negociáveis 30.000
Dep. Em bancos 145.000 225.000

900.000

Usualmente o balanço só é elaborado com uma certa periodicidade em geral 1 ano. Estando o
património em contínua transformação, o balanço apenas nos de a conhecer os valores nas datas
da sua elaboração; dai que o balanço corresponde a uma situação estática, enquanto a
comparação de balanços sucessivos representa uma situação dinâmica, porquanto vai dando a
conhecer a evolução patrimonial da empresa.

No início de um exercício económico haverá balanço inicial correspondente a situação liquida;


ao fim daquele correspondera ao balanço final e consequentemente situação liquida final.
Portanto o balanço final é elaborado a partir do inicial, introduzindo-lhe as operações realizadas
durante exercício económico.

Carmen Azevedo Ali Página 33


A situação líquida final corresponde a situação liquida inicial alterada pelos lucros ou prejuízos
do exercício, isto é:

+ Lucros
Situação liquida final= situação liquida inicial
- Prejuízos

De acordo com o Plano Oficial de Contabilidade (POC), a ordenação dos elementos patrimoniais
no Balanço deve ser feita da seguinte maneira:
• Activo: liquidez crescente. Assim surgem primeiro os elementos menos líquidos (edifício por
exemplo) e depois os mais líquidos. A forma extrema de liquidez é o dinheiro em caixa.
• Passivo: exigibilidade crescente. Assim surgem primeiro as dívidas a médio longo prazo e
depois as dívidas a curto prazo.
• Situação Líquida: antiguidade no seio da empresa, dos mais antigos para os mais recentes.
Sendo o Passivo o conjunto de todas as dívidas da empresa, pode ser designado por Capital
Alheio. O lado direito do balanço representa assim as duas origens de fundos alternativas:
Capital Próprio e Capital Alheio. O Capital Próprio é constituído pelos valores que são
propriedade da empresa. O Capital Alheio é constituído pelos valores que embora sejam
utilizados pela empresa pertencem a terceiros.
O Activo não é mais do que a aplicação desses mesmos fundos, ou seja, a aplicação do capital
total. Podemos então interpretar o Balanço com uma “fotografia” das origens e aplicações de
fundos da empresa num determinado momento. Origens e aplicações que vão sofrendo alterações
à medida que ocorrem factos patrimoniais.

Configurações do Capital

Na Contabilidade, de acordo com Iudícibus (2010), podemos encontrar quatro


Conceitos de capital:
1°) Capital Nominal: representa o investimento inicial realizado pelos sócios de uma entidade.
Esse investimento inicial é registado em uma conta denominada de Capital ou Capital Social.
O Capital Nominal corresponde ao Património Líquido inicial, e só sofrerá alterações quando:

Carmen Azevedo Ali Página 34


a) Os sócios/proprietários realizarem novos investimentos (aumento de capital) ou
desinvestimentos (redução de capital);
b) Geração de lucros (aumentando o Património Líquido) ou prejuízos (diminuindo o
Património Líquido).

Exemplo: a empresa ABC S.A. é constituída por dois sócios que integralizaram 100.000, sendo
60.000 em dinheiro e 40.000 em móveis e equipamentos.

Balanço em 1/10/n
ACTIVO PASSIVO
Meios financeiros
Caixa 40.000 Património liquido
Investimento de capital Capital social 100.000
Móveis e equipamentos 60.000

100.000
100.000

2°) Capital Próprio (CP): corresponde ao Capital Próprio da entidade, portanto corresponde ao
Património Líquido, abrangendo o Capital Inicial e suas variações.
Exemplo: continuando o exemplo anterior, após determinado período, a empresa obteve um
lucro de 20.000 proveniente de suas actividades. Desta forma, o Capital Próprio da empresa
passaria para 120.000 (100.000 do Capital Social + 20.000 dos lucros). Observe que o Lucro terá
reflexo no Activo, pois entrará dinheiro no Caixa ou direitos a receber. No quadro, nota-se que o
reflexo da geração de lucros foi no Caixa através da entrada de dinheiro, mas poderíamos ter
uma conta “Títulos a Receber”, ou “Clientes” no valor de 20.000, ao invés da entrada no Caixa
do dinheiro.

Balanço em 1/10/n
Carmen Azevedo Ali Página 35
ACTIVO PASSIVO
Meios financeiros
Caixa 80.000 Património liquido
Investimento de capital Capital social 100.000
Móveis e equipamentos 60.000 Lucro 20.000

120.000 120.000

3°) Capital de Terceiros (CT): corresponde ao Capital de Terceiros utilizados para financiar
as actividades da empresa. Portanto, o Capital de Terceiros corresponde ao Passivo da entidade.
Exemplo: continuando o exemplo anterior, após determinado período, a empresa efectuou uma
compra, a prazo, de mercadoria no valor de 10.000. Sendo assim, a empresa ficará com um
estoque no seu Activo (devido a entrada da mercadoria no estabelecimento) de 10.000, entretanto
terá uma dívida com seu fornecedor de 10.000.

Balanço em 1/10/n
ACTIVO PASSIVO
Meios financeiros
Caixa 80.000 Fornecedores 10.000
Inventários e activos biológicos
Património liquido
Mercadoria 10.000 Capital social 100.000
Lucro 20.000
Investimento de capital

Móveis e equipamentos 60.000

130.000 130.000

Carmen Azevedo Ali Página 36


Capital Total à Disposição: corresponde aos valores disponíveis para a empresa, portanto,
refere-se à soma do Capital Próprio mais o Capital de Terceiros.

Capital total à disposição = capital de terceiro +capital próprio

Passivo + património líquido

P + PL

Fornecedor + Capital Social + Lucros

10.000 + 100.000 + 20.000 = 130.000

3. OPERAÇÕES CONTABILÍSTICAS

3.1. Lançamentos
3.1.1. Noção

O Património, como conjunto de valores activos e passivos sujeitos a uma gestão, não se mantém
constante. Pelo contrário, está sujeito a variações que mais não são do que a consequência da
própria actividade da empresa, sendo assim, além da representação dos valores patrimoniais,
existe a necessidade de representar e inscrever em documentos, livros e registos de vária
natureza, os factos patrimoniais (acontecimentos ou eventos) que provocam a sua variação.

A escrituração comercial será, pois, um conjunto de documentos e livros que historiam a


evolução patrimonial de qualquer empresa. Também se designam por escrituração, os actos de
registo das operações nos livros e documentos.

Carmen Azevedo Ali Página 37


Chama-se escrituração, lançamento ou assento, à notação de qualquer facto patrimonial nos
livros de contabilidade, ou seja, o registo de um facto em dispositivo gráfico apropriado,
obedecendo ao princípio da digrafia (partidas dobradas), completando pela menção do
documento e do respectivo valor monetário. São, portanto, peças fundamentais da escrituração,
os livros onde se registam as operações e os documentos que suportam essas operações e
comprovam os lançamentos nos mesmos.

Documentos

Os factos patrimoniais registados pela contabilidade são descritos e comprovados por meio de
escritos comerciais – os documentos. Os documentos ou factos são a base de todo o registo
contabilístico, sem os quais esse mesmo registo não poderá ser efectuado e/ou processado.

Distinguem-se dois tipos de documento :

- O de movimento interno – elaborados no seio da empresa e se destinam exclusivamente ao uso


interno (folhas de férias, notas de lançamento, etc.)

- Os de movimento externo – que provêm ou se destinam ao exterior (facturas, letras, recibos,


notas de debito, etc.).

Livros

Os livros de contabilidade classificam-se em dois grupos: livros obrigatórios e livros


facultativos.

 Livros obrigatórios – são os que a lei enumera como indispensáveis a qualquer


comerciante. São também designados por livros selados, entre eles: o livro Inventário e
balanços; O Diário; O Razão;
 Livros facultativos/auxiliares – são os que se utilizam normalmente como auxiliares do
registo efectuado nos livros obrigatórios. Apesar de não serem exigidos por lei, os livros
facultativos são necessários para o bom funcionamento do sistema contabilístico das
empresas e do ponto de vista do interesse dos administradores. Ex: balancetes da razão
geral, diário auxiliarem (caixa, compras, vendas, etc.)

Carmen Azevedo Ali Página 38


3.1.2. Espécies de lançamentos

O lançamento é, como foi dito, a notação de qualquer facto patrimonial nos livros próprios da
contabilidade, e compõe-se pelo menos dos seguintes elementos:

 Data;
 Título/cabeçalho, que é a indicação da (s) conta(s) a debitar e da(s) conta(s) a creditar;
usualmente escreve-se em caracteres mais destacados;
 Descrição ou histórico, que consiste na explicação sucinta do facto patrimonial que dá
origem ao lançamento;
 Importância ou montante do valor, que é a expressão monetária correspondente às
variações provocadas nas contas.

Assim, para se fazer um lançamento deve-se:

 Analisar o facto patrimonial (documento);


 Verificar as contas afectadas pelo respectivo facto;
 Constatar dos aumentos e/ou diminuições nas contas;
 Aplicar a regra para o movimento das contas.

Em regra, apenas no diário se encontram todos estes elementos. Os lançamentos podem se


classificar atendendo aos seguintes dois aspectos: número de contas movimentadas e a natureza
dos movimentos escriturados.

Classificação segundo o número de contas movimentadas

De acordo com o princípio das partidas dobradas, a contabilização de qualquer operação obedece
forçosamente, a uma das seguintes fórmulas:

1a fórmula: um débito = um crédito Lançamentos simples


2a fórmula: um débito = vários créditos
3a fórmula: vários débitos = um crédito Lançamentos compostos/complexos
4a fórmula: vários débitos = vários créditos

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Classificação segundo a natureza dos movimentos

a. Lançamentos de abertura – referem-se à situação patrimonial de uma empresa no inicio


da sua actividade, isto é, refere-se ao registo dos valores iniciais das contas no inicio de
cada exercício económico.
b. Lançamentos correntes – referem-se ao registo de operações realizadas e dos
acontecimentos ocorridos durante o exercício económico.
c. Lançamentos de estorno – destinam-se a anular ou rectificar lançamentos incorrectos
(omissões, duplicações e erros cometidos nos lançamentos efectuados), pois os livros
contabilísticos não podem apresentar rasuras ou emendas.
d. Lançamentos de regularização – visam rectificar os saldos das contas que não
correspondem à realidade.
e. Lançamentos de transferência ou de apuramento de resultados – têm por finalidade
transferir os saldos das contas de gastos e de rendimentos para as contas de resultados, de
forma a permitir a determinação dos resultados da empresa/entidade.
f. Lançamentos de encerramento ou fecho – consiste em fechar as contas que apresentam
saldos devedores ou credores e, são efectuados após o apuramento de resultados e da
elaboração do Balanço.
g. Lançamentos de reabertura – consistem em registar no início de cada exercício
económico os saldos iniciais das contas (saldos finais das contas do exercício anterior).

3.2. Diário e razão

As operações realizadas pelos comerciantes, que modifiquem ou que possam vir a modificar o
seu património, devem ser escrituradas no âmbito de um processo – processo de escrituração ou
processo contabilístico. Este processo, obedece uma sequência que se vai consubstanciar numa
triologia: DIÁRIO, RAZÃO e BALANCETE.

5.2.1. Diário

Carmen Azevedo Ali Página 40


O diário serve para os comerciantes registarem, dia -a - dia ,por ordem de datas, em assento
separado , cada um dos seus actos que modifiquem ou possam a vir modificar o seu património.
registo cronológico de todos os factos patrimoniais (débitos e créditos).

Apresentação
O Diário é um livro cujas páginas são enumeradas, todas apresentadas do mesmo modo. As
escriturações efectuadas para uma operação constituem um artigo do diário. Cada página
apresenta-se como um quadro, compreendendo:
 Uma coluna “Número das contas”, na qual são inscritos os números das contas afectadas
pela operação, em função do plano contabilístico da mutualidade;
 Uma coluna “Descrição”, na qual são inscritos os nomes da ou das contas debitadas e da
ou das contas creditadas (cada operação respeitando, pelo menos, as duas contas). É
igualmente dada uma breve descrição da operação;
 Uma coluna “Débito”, na qual são inscritos os montantes a debitar;
 Uma coluna “Crédito”, na qual são inscritos os montantes a creditar.
A data da operação é mencionada numa linha separando cada artigo.

Regras de utilização
 Cada operação deve ser registada no diário, logo que ela é realizada ou conhecida;
 As operações devem ser registadas cronologicamente, devendo quaisquer tipo de erros
ser objecto de regularização contabilística logo que descobertos; e
 Para cada operação, inscreve-se, primeiro, a conta debitada, depois, na linha seguinte, a
conta creditada;
 Cada facto patrimonial deve ser individualizado;
 Os registos são feitos na base de peças justificativas que serão cuidadosamente
conservadas, isto é, todos os lançamentos devem estar apoiados em documentos
justificativos, datados e susceptíveis de serem apresentados sempre que necessários; É
também atribuído um número de referência no Diário e cada peça justificativa e que é
transportada para esta;
 Nenhuma página pode ser rasgada. Também não se podem deixar espaços brancos,
escrever inscrições nas margens, apagar ou rasurar escriturações;

Carmen Azevedo Ali Página 41


 As escriturações do diário devem ser transportadas para o livro-razão. Para fazer isso, é
necessário acentuar sucessivamente os artigos apontando-os (coloca-se um ponto diante
de cada soma transportada, o que evita transporta-la uma vez mais, por erro), logo que o
transporte tenha sido efectuado; e
 Não são permitidos atrasos na execução da contabilidade.

Diário unilateral

DATA NO DESCRICCAO DÉBITO CRÉDITO VALOR

Diário bilateral

Nº de Movimentos a débito Movimentos a crédito


Data Registo Descrição Conta Importância Conta Importância
a) b) c) d) e) f) g)
SOMA… 0,00 0,00
Legenda:

a. Coluna utilizada para registar a data a que reporta a operação, ou seja, o lançamento.

b. Coluna utilizada para identificar o nº do lançamento ou do registo no Diário.

c. Coluna para se proceder a uma sucinta narrativa da operação realizada.

d. Coluna para se inscrever a (s) conta (s) – em regra por código – a debitar na operação.

e. Coluna para se inscrever o valor a debitar em cada conta.

f. Coluna para se inscrever a (s) conta (s) – em regra por código – a creditar na operação.

g. Coluna para se inscrever o valor a creditar em cada conta.

Traçado ou riscado do diário

a) b) c) d) e) f)

a) Número de ordem do lançamento


b) Preposição a
c) Cabeçalho e descrição de lavamento
d) Número de folios da razão geral referentes as conta movimentadas

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e) Coluna auxiliar das importâncias ( a utilizar somente nos lançamentos compostos ou seja da
2 ª, 3ª e 4ª formula)
f) Coluna principal das operações

3.2.2. Razão

A razão, razão geral, ficha de razão, extracto de conta, ou ainda livro do razão é um livro
facultativo e sistemático que corresponde ao registo de todas as operações do diário, (débitos e
créditos) em relação a cada uma das contas. Representa o agrupamento dos registos
contabilísticos pela unidade da conta, representada de forma esquemática pelo “T”.

No livro do Razão, uma página é destinada para cada conta, dividida em dois campos, um para o
débito e outro para o crédito. Os lançamentos são transcritos do Diário e servem para controlar
os movimentos de débitos e créditos de todas as contas. O Razão também pode ser lançado em
fichas, para facilitar o seu manuseio.

Na razão, são indicadas, por conta, todas as operações da entidade, na ordem em que ocorrem, os
valores, assim como as alterações quantitativas e qualitativas por elas produzidas (variação dos
saldos).

Traçado do razão

Debito Título da conta crédito

a) b) c) d) e) f) g) a) b) c) d) e) f) g)

Legendas:

a) e b) - data ( ano, mês e dia respectivamente).


c)- preposição “a” lado esquerdo ou preposição “de” lado direito
d)- contrapartida da conta movimentada

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e)- número de lançamento no diário
f)- importância parcial (movimento de cada lançamento).
g)- importância acumulada

Modelo simplificado

Débito titulo da conta crédito

a) b) c) d) e) a) b) c) d) e)

Legendas:

A) e b) - data

c)- preposição “a” e “de”


d)- contrapartida da conta movimentada
e)- valor

3.3. Balancete de verificação

 BALANCETE – quadro contabilístico onde se inscrevem todas as contas do Razão, com


os totais dos débitos e dos créditos acumulados e os respectivos saldos, referentes a uma
determinada data e que se destinam a conferir a passagem dos registos do Diário ao
Razão, bem como ainda analisar a situação económico-financeira da empresa na medida
em que dispõe ao administrador do Património de uma visão global da situação da
empresa, em determinada época, por meio dos saldos apresentados.

O Balancete de Verificação é um documento que resume todo o movimento efectuado


no Razão. Isto é, um resumo metódico de todos os movimentos a débito e a crédito dos
saldos das contas utilizadas pelas empresas durante um determinado período de tempo.
Assim, a finalidade principal do Balancete de Verificação é de verificar se a soma dos

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saldos devedores é igual à soma dos saldos credores.

Denomina-se por Balancete de verificação porque:

 A soma de todas as importâncias neles registados a débito tem de ser igual à soma de
todas as importâncias neles registados a crédito;
 A soma dos saldos devedores tem de ser igual à soma dos saldos credores neles
registados.

O Balancete é constituído por várias colunas onde constam:

 O nome de todas as contas utilizadas pela empresa num certo período e que se encontram
no Razão;
 Os totais de débitos e créditos referentes a todos os movimentos registados desde o início
do exercício até o momento da sua elaboração. Os valores nele inscritos não se referem
somente ao último mês, mas também aos valores anteriores, isto é, apresenta valores
acumulados nas contas a débito e a crédito;
 Os saldos apresentados pelas contas movimentadas.

BALANCETE

MOVIMENTAÇÃO SALDOS
Fólio CONTAS DÉBITOS CRÉDITOS Devedor Credor

D C Sd Sc
TOTAL
Donde: D = C; Sd = Sc

Passos para a elaboração de um Balancete de Verificação

 Na coluna Débito escreve-se o total das somas registadas a débito nas contas;
 Na coluna Crédito escreve-se o total das somas registadas a crédito nas contas;

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 Na coluna Saldos Devedores o excedente dos débitos sobre os créditos das contas;
 Na coluna Saldos Credores o excedente dos créditos sobre os débitos das contas;

Exemplo:

A sociedade X Lda., iniciou sua actividade no dia 2 de Janeiro do corrente ano, com um capital
social de 5.000,00., dedicando-se apenas a comercialização de dois tipos de mercadoria M1e M2.

Durante o mês de Janeiro, a empresa efectuou as seguintes operações:

Dia 3- levantamento no banco y de 1.000,00, cheq.nº 639480 para constituição de saldo de caixa;

Dia 5- comprou a crédito diversos equipamentos para o escritório no valor 748,00- fact.nº 25

Dia 10- compra a crédito de mercadorias:

50unidades de M1 ao preço unit. De 12,47

180unidades de M2 ao preço unit de 1,50, com as seguintes formas de pagamento:

a) Emissão de cheque s/ banco X de 110,00


b) Aceite de uma letra de 90 dias no valor de 783,50

Dia 15- venda de 20 unidades de mercadoria M1, a crédito, ao preço unitário de 14,96

Dia 20- compra de uma viatura ( matricula: AS-22-85) por 3.990,00, fazendo uma entrega de
imediato de 50% do valor de aquisição por meio de cheque s/ banco X.

Dia 25- pagamento de água, luze telefone no valor de 62,35

Dia 28- venda a pronto pagamento de 20 unidades de mercadoria M2 ao preço de 2,00.

` Pedido:
a) Lançamento no livro-diário,
b) Na razão geral
c) Elaboração do balancete

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a) Lançamento no livro-diário,
1 Nampula, 2 de Janeiro de 2020

Depósitos á ordem 1
a Capital 2 5.000,00
P/Valor inicial da actividade
3
2 Caixa 3
a Depósitos á ordem 1 1.000,00
P/Levantamento de cheq.nº 639480
5
3 Equipamentos 4
a Outros credores 5 748,00
P/Aquisição de diversos equip.fact. nº25
10
Compras 6
4 a Fornecedores 7
Aquisição de mercadoria 893,50
p/Aquisição de mercadoria M1 e M2
//
Mercadorias 8
a Compras 6 893,50
P/ Transferência para o armazém
//
Fornecedores 7
a Diversos
p/Pagamento parcial com cheq. E aceite de uma
letra pelo remanescente 110,00
Depósitos á ordem 1 783,50 893,50
Fornecedores – títulos á pagar 9
15
Diversos
5 a Diversos
p/venda de mercadoria M1
10 299,20
Clientes 11 249,40
Custo de mercadoria 548,60
a Vendas 12 299’20 548,60
a Mercadoria 8 249’40
20
Equipamento de transporte 13
6 a Diversos
p/ aquisição de viatura matricula As-22-85

a Deposito á ordem 1 1.995,00 3.990,00

Carmen Azevedo Ali Página 47


a Outros credores 5 1.995,00
25
Fornecimento e serviços externo 14
7 a Caixa 3 62.50
p/ pagamento de água, luz e telefone
Transporte

Nampula, 28 de Janeiro de 2020

Diversos
8 Diversos
p/ venda de mercadoria
3
Caixa 10 40,00
Custo de mercadoria 30,00
70,00
Vendas 11
Mercadoria 12 40,00
30,00 70
Total

14.099,45
Razão geral

Débito Depósitos á ordem crédito

2/01 a Capital 5.000,00 03/01 de Caixa 1000,00


10/01 de Fornecedores 110,00
20/01 de Equip. de transp. 1.995,00
3.105,00

Débito Capital crédito

2/01 De Dep. á ordem 5.000,00

Débito Caixa crédito

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3/01 a Dep.á ordem 1.000,00 25/01 De Fornec.serv.exter. 62.35
28/01 a Vendas 40,00
1.040,00

Débito Equip.administrativo crédito


05/01 a Outros credores 748

Débito Outros credores crédito


5/01 De Equip.administ. 748,00
De Equip,transp. 1.995,00
2.743,00

Débito Compras crédito


10/01 a Fornecedores 893,50 10/01 de Mercadorias 893,50

Débito Fornecedor crédito


10/01 a Diversos 893,50 10/01 De Compras 893.50

Débito Mercadoria crédito


10/01 a Compras 893,50 15/01 De Diversos 249,40
De Diverso 30,00
279,40

Débito Fornecedores tit.a pagar crédito

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10/01 De Fornecedores 783,50

Débito Clientes crédito


15/01 a Diversos 299,20

Débito CMV crédito


15/01 a Diversos 249,40
28/01 a Diversos 30,00
279,40

Débito Vendas crédito


15/01 De Diversos 299,20
28/01 De Diversos 40,00
339,20

Débito Equip.transp crédito


20/01 a Diversos 3.990,00

Débito fornec. Serv. externo crédito

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25/01 a Caixa 62,35

14.099,45
14.099,45

Balancete

Folio Descrição Debito Crédito Saldos


Devedor Credor

3 Caixa 1040,00 62,35 977,65


1 Dep. á ordem 5000 3.105,00 1.895,00
9 Clientes 299,20 299,20
7 Fornecedores 893,50 893,50
8 Fornecedores tit.pagar 783,50 783,50
5 Outros credores 2.743,00 2.743,00
6 Compras 893,50 893,50
12 Mercadorias 893,50 279,40 614,10
4 Equip. Administrativos 748,00 748,00
13 Equip. Transporte 3.990,00 3.990,00
2 Capital 5.000,00 5.000,00
10 Custo das mercadorias 279,40 279,40
14 Fornec. Serv. Externo 62.35 62,35
11 Vendas 339,20 339,20
Total 14.099,45 14.099,45 8.865,70 8.865,70

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