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HIPOTÉSES
Mais controlo e facilidade em determinar os impostos a pagar pela empresa,
evitando que a empresa pague mais ou menos do que deve pagar, nas suas
obrigações fiscais;
Ajudando a empresa a ter noção e a ser decisiva na determinação dos lucros
tributáveis e a evitar ter problemas com o fisco.
Objecto de estudo
A pesquisa tem como objecto de estudo o papel da contabilidade nas empresas, e o
seu contributo no cumprimento das obrigações fiscais da Empresa F.C.A
OBJECTIVOS:
Geral
Demonstrar o contributo da Contabilidade, no cumprimento das obrigações
fiscais das Organizações F.C.A. Lda
Específicos:
Apresentação dos documentos de base da contribuição da contabilidade para
com as obrigações fiscais
Principais obrigações fiscais da empresa
Análise e interpretação dos dados adquiridos das Organizações F.C.A. Lda
Justificativa e delimitação do tema
A escolha deste tema deve-se ao facto de que em Angola muitas empresas têm
dificuldades em pagar seus impostos e como consequência contraindo vários
problemas com os fiscos, e para além de possuir uma matéria de análise e de
extrema importância para a arrecadação das receitas fiscais, a contabilidade é de
extrema importância no seio de uma entidade empresarial, pois nela contém
ferramentas poderosas, que vai ajudar as entidades a cumprirem com as obrigações
fiscais a serem pagas.
Este trabalho delimita-se em descrever sobre a Contabilidade: Ferramenta de apoio
no cumprimento das obrigações fiscais. Por está via, limita-se principalmente na
área da contabilidade e tesouraria da entidade, utilizando Demonstrações de
Resultado, Balancete de verificação do ano 2020
Estrutura do Trabalho
Este trabalho está estruturado por dois capítulos para além da introdução, conclusão
e sugestão. O primeiro capítulo faz menção da fundamentação teórica, onde
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partimos de alguns conceitos sobre o tema em análise como conceitos de
contabilidade, elementos patrimoniais, demonstrações financeiras; subdivisões da
contabilidade, funções e finalidades da contabilidade tendo em conta antecedentes
históricos, que serviram de base. O segundo capítulo sobre procedimento
metodológico trata inicialmente da caracterização da Organizações F.C.A. sua
realidade local, análise e interpretação de dados.
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CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Conceitos básicos
A contabilidade financeira é um sistema essencial na tomada de decisão, porque
identifica onde, como, e quando o dinheiro ingressou na empresa e como foi gasto,
registando ainda, os compromissos que foram feitos. (SALAZAR & BENEDITO;
2004, p.3)
A contabilidade financeira é a ciência do equilíbrio patrimonial, que se preocupa
com todos os acontecimentos que possam influenciar e promover medidas,
processos avaliação e comunicação de dados, facilitando a tomada de decisão.
(MAGRO & MANUEL; 2008, p.2)
Ferramenta são utensílio ou conjunto de dispositivos, utilizados como meios para
realizar um determinado objectivo. (NETO; 2003, p.2)
Empresa é um conjunto de elementos dinamicamente inter-relacionados
desenvolvendo uma actividade ou função para atingir um ou mais objectivos.
(TEIXEIRA; 2013, p.36)
Obrigações são imposições, preceitos, dever, encargos, ou títulos de créditos que
obriga a entidade a pagamento de juros e ao reembolso do capital dentro do prazo
estabelecido. (DICIONARIO ACADÉMICO; 2007, p.562)
O Estado como sendo conjunto humano que habita um determinado território,
devidamente organizado sob o poder de um governo independente e soberano.
(TAVARES; 1982, p.9)
(Ibidem), para que haja estado, é necessário que se constitui uma sociedade, pois,
que se verifique a existência de uma população, conjunto humano, de um território,
espaço ocupado por essa população, e de um governo independente e soberano,
elemento final que constitui a cúpula da organização estatal.
1.2. Perspectiva Histórica da Contabilidade
A origem da contabilidade explica-se pelo facto de o homem ter sentido a
necessidade de suprir as suas limitações da memória por meio de processo de
classificação e registos que possibilitasse relembrar, de uma forma rápida e correta,
dos factos passado no momento em que precisar. Além de possuir um objecto
primordial de colmatar as limitações da memória do homem, as informações
contabilísticas constituem um meio de prova quando se está perante de um
desacordo. A contabilidade existe desde o princípio da civilização humana e durante
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muito tempo foi chamada de (a arte da escrituração mercantil). O homem observou
que era preciso controlar, administrar e preservar seus bens e o que poderia,
através deste controlo, obter lucros e foi através desta necessidade que surgiu a
contabilidade. (BORGES & RODRIGUES,1983, p.53).
(Ibidem)A contabilidade é tão antiga quanto a origem do Homo sapiens,
Historiadores fazem remontar os primeiros sinais, o objectivo da existência
contabilística aproximadamente há 4000 anos A.C. Entretanto, antes disto, o homem
primitivo ao inventar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao
contar seus rebanhos, ao contar de suas ânforas de bebidas, praticava uma forma
rudimentar de contabilidade. Com uso de suas artes, o homem primitivo evidenciava
a sua riqueza patrimonial, em escrituras, em paredes de gruta (pinturas) e também
em pedaços de ossos. O desenho do animal ou coisa representava a natureza da
utilidade, os riscos que se seguiam ao desenho, denunciavam a quantidade
existente.
É claro que a sua evolução foi relativamente lenta até o aparecimento da moeda. Na
época de troca de mercadoria os negociantes anotavam as obrigações, os direitos e
os bens. Tratavam-se, portanto, de um inventário físico, sem avaliação monetária, a
preocupação com as propriedades e riquezas era constante, o homem teve de ir
aperfeiçoando seu instrumento de avaliação da situação patrimonial à medida que
as actividades foram desenvolvendo-se em dimensão e em complexidade. O
acompanhamento da evolução das entidades de qualquer natureza constitui-se no
facto mas importante da evolução contabilística .
(Ibidem) A contabilidade já vem existindo desde os tempos remotos, o homem sentiu
a necessidade de construir máquinas que lhe poderia ajudar na contagem, na
administração dos seus bens e na produção das suas actividades .
Necessitamos aprofundar para atender as múltiplas exigências da vida moderna,
onde dispomos de veículos, de instrumentação que nos permitem acumular grande
quantidade de dados e utilizá-los com grande velocidade. (SÁ;1987. P.15)
(Ibidem) o oráculo da contabilidade já nos dizia que os computadores por redes de
sistemas integrados iriam substituir todos os sistemas existentes. O século XXI
confirmou o que (LOPES DE SÁ;1997,1995,1994,1987) previa. As informações já
são instantâneas. Os já estão sendo substituídos pelos celulares de alta tecnologia.
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Em todos os cantos a contabilidade é conectada com os organismos de controlo
fiscal, social e ambiental. A contabilidade, que já era essencial, é reconhecida como
a ciência de parceira na gestão de instituições de toda natureza. Nos anos de 1990,
que é a década que se iniciava a era em contabilidade a manifestação do nosso
conhecimento nitidamente localizado: na actualidade científica e filosófica e
actualidade empírica e normativa. No entanto, o apoio financeiro, necessário para a
expansão do pensamento contabilístico era insuficiente para dinâmica do mundo
contemporâneo. (SÁ;1994, p.16)
Vinte anos depois, lícito e necessário destacar oque o contexto mudou. A
contribuição da contabilidade é evidenciada por (SÁ;1987, p.14) quando ele explica
que o conhecimento contabilístico científico se organiza de forma sistemática para
enunciar explicações sobre o que ocorre com o património das empresas e
instituições. Pondera-se que o património para a contabilidade é o cerne da
existência da ciência contabilística e suas variações o que dá vida a ela.
Compreendendo o objectivo da contabilidade, passemos à ciência que gera
informações intrínsecas e extrínsecas nas organizações com ou sem fins lucrativos,
de natureza privada ou pública. E este esclarece que a lógica contabilística, como a
de qualquer outra ciência, apoia-se em construções do raciocínio, organizadas,
visando a verdade. O objectivo da contabilidade, deve ser expressa em palavras ou
números, apresentando fidedignamente a realidade da instituição (SÁ;1994, p.126).
As informações geradas pela contabilidade é fenómeno necessário para a gerência
de uma organização, contribui para esclarecer esse ledo engano. (SÁ;1987, p.42)
Para esta pesquisa tencionamos fazer um estudo generalizado de tudo o quanto a
sociedade possui, e como este se procede quanto a determinação das obrigações
fiscais.
1.2.1. Os elementos que compõem a estrutura das entidades
Património
Conjunto dos recursos sujeitos a determinada gestão e afeitos a determinado fim dá-
se o nome de património (p, Ex: edifícios, equipamentos e outros). O Património não
se cinge aos bens físicos, mas também aos direitos e as obrigações que surgem das
relações económicas. Sendo assim, poderemos distinguir os seguintes elementos
patrimoniais: Activo, Passivo e o Capital próprio (BORGES, ANTÓNIO, AZEVEDO,
RODRIGUES e ROGÉRIO;1977, p.25).
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Elementos Patrimonias
Activo- o que se possui ou se tem direito a receber, permitindo averiguar os
recursos que a empresa tem ao seu dispor para o desempenho da sua actividade
normal. Manual de contabilidade. (Manual técnico de formado). (BORGES,
ANTÓNIO, AZEVEDO, RODRIGUES e ROGÉRIO;1977, p.25)
Passivo – o que se tem ou se pode vir a ter obrigação de pagar e por isso é
designado como capital alheio, dado que não pertença dos proprietários da
empresa.
Capital Próprio – recursos disponibilizados pelos proprietários e/ou riqueza que é
gerada no seio da empresa e reinvestida, pelo facto não ter sido distribuída pelos
seus sócios. (BORGES, RODRIGUES ANTÓNIO, AZEVEDOe ROGÉRIO;1977,
p.25).
Equação Fundamental Da Contabilidade
Do confronto destas 3 grandezas deduz-se a equação fundamental da contabilidade,
ou seja, as origens e as aplicações de fundos.
a) Fórmula nº 01- Equação fundamental da contabilidade
ACTIVO = PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO
(BORGES, ANTÓNIO, AZEVEDO, RODRIGUES e ROGÉRIO;1977, p.25).
Relativamente a estes elementos patrimoniais existem 3 situações que poderão
ocorrer, a sabe:
b) Fórmula nº02- As 3 situações das estruturas patrimonial
a) Activo> Passivo = Capital Próprio é Positivo
b) Activo = Passivo = Capital Próprio é Nulo
c) Activo <Passivo = Capital Próprio é Negativo
1.2.2. As principais demonstrações financeiras obrigatórias por (Lei nº19/ 14
De 22 de Outubro)
a) Balanço Patrimonial
b) Balancete de Verificação
c) Demonstração de Resultados do Exercício
d) Demonstração dos Fluxos de Caixa
As demonstrações financeiras também são chamadas de relatórios contabilísticos e
sãoa fonte de informação para a análise, servindo de base, inclusive para avaliar
possíveis investimentos. (SILVA E SOUZA; 2011, p.69).
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Para Ribeiro, (2003, p.20) demonstrações financeiras são relatórios ou quadros
técnicos que contêm dados extraídos dos livros, registos e documentos que
compõem o sistema contabilístico de uma entidade.
As demonstrações de resultado mostram a posição financeira, ou seja, a saúde
financeira da empresa. O desempenho fica a cargo da demonstração do resultado. E
as mutações na posição financeira são fornecidas pela demonstração do fluxo de
caixa.
“ A análise de demonstrações contabilística é a base do processo de avaliação de
empresas. (PALEPU; 2004, p.14)
Seguem-se sequencialmente as principais demonstrações financeiras utilizadas para
a elaboração deste T.C.C nomeadamente:
a) Demonstração de Resultado é o modelo contabilístico destinado a
evidenciar a composição de resultados obtidos num determinado período de
actividade de uma entidade. (LOUSÃ e GUEIRINHO;2015, p.50)
(Ibidem) As demonstrações financeiras visam disponibilizar informação
credível aos seus utentes. A informação financeira permitirá aos agentes
decidir segundo uma lógica de racionalidade. Esta informação deve ser
acessível e clara, para que possa prevalecer a sua utilidade. A informação
financeira é útil a todos os agentes da cadeia económica, nomeadamente
aos investidores, trabalhadores, Estado, fornecedores, instituições
financeiras e outros. A informação nela contida deverá ser de qualidade,
espelhando uma imagem verdadeira e adequada da situação económico-
financeiro da empresa, bem como compreensível aos seus utentes.
Para que este objectivo seja atingido a informação deverá obedecer a
determinadas características tidas como essenciais ao bom desempenho, a
saber:
Relevância – dado que a informação disponibilizada pode influenciar
as análises e avaliações dos seus utentes, ter-se-á que ponderar a
sua materialidade;
Fiabilidade – na medida que não está sujeita a juízos pré-
estabelecidos, nem preconceitos e goza de autonomia e de
imparcialidade;
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Comparabilidade – as organizações devem possuir regras de conduta
adequadas, e por isso, adoptar a normalização. Pois só desta forma
será possível comparar procedimentos e evoluir qualitativamente.
(LOUSÃ e GUEIRINHO; 2015, p.50)
(Ibidem) Para que o objectivo da Demonstrações Financeiras fosse concretizada,
isto é disponibilizasse informação sobre a situação financeira da empresa, o PGCA
estabeleceu alguns princípios pelos quais se regeriam os seus utentes,
particularmente:
Da continuidade – significa que a empresa não modificará
constantemente as suas políticas contabilísticas e sempre que ocorram
e sejam relevantes devem ser dadas a conhecer em anexo;
Da especialização (ou acréscimo) – advém do facto existir um
desfasamento temporal entre os custos/proveitos e
pagamentos/recebimentos. Este princípio refere que os custos e
proveitos devem integrar-se nas demonstrações financeiras dos
períodos a que respeitam, independentemente dos exercícios
económicos em que se processam os pagamentos;
Do curso histórico – os dados contabilísticos devem ser tratados com
base em custos de aquisição ou de produção;
Da prudência – dada a incerteza que envolve alguns movimentos
contabilísticos, é permitido considerar um grau de preocupação quando
a determinados riscos.Sendo assim criam-se provisões tendo por base
critérios de razoabilidade, isto é, nem o registo de Activos e proveitos
por defeitos, nem de passivos e custos por excesso;
Da substância sobre a forma- considera-se como essencial o conteúdo
documental, em detrimento da sua representação legal;
Da materialidade – as demonstrações financeiras são materialmente
relevantes quando influenciam as decisões dos agentes intervenientes.
(Ibidem) para a constituição da demonstração de resultado fazem parte os
seguintes:
Proveitos e ganhos – são aumentos de benefícios económicos durante
o período económico;
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Custos e perdas – são diminuições de benefícios económicos durante
o período económicos;
b) Balancete de Verificação é uma ferramenta utilizado para fazer as devidas
conferências dos lançamentos contabilísticos antes de qualquer período, se
estes foram feitos de acordo com o método das partidas dobradas,
universalmente aceite e criado pelo fiel Luca Pacioli. (RIBEIRO;2010,p.19).
(Ibidem) sua finalidade é de confirmar os lançamentos correto e apontar os
erros em tempo hábil á correcção de dados para a continuação dos
trabalhos exercidos pelo contabilista e seus colaboradores.
1.2.3. Subdivisões da Contabilidade em diferentes especialidades
A Contabilidade tem como finalidade avaliar o património das instituições, determinar
em qualquer momento a sua situação em relação a terceiros (fornecedor, cliente,
banco, Estado, e outros); como controlar as modificações do mesmo património.
Ela permite determinar a situação dos valores que compõem o património e os
resultados da perspectiva da gestão.
A sua importância é mais realçada porque a empresa deve prestar contas aos seus
parceiros como por exemplo os accionistas (ou sócios) e os investidores que são as
fontes financeiras da empresa que devem ser informados sobre a rentabilidade da
empresa; os bancos susceptíveis de emprestar fundos financeiros à empresa nos
momentos difíceis; os clientes e os fornecedores com quem a instituição tem
relações de negócio; Estado a quem a empresa deve pagar os impostos e os
trabalhadores que lhe fornecem a sua força de trabalho que devem analisar o fluxo
de caixa que garante a manutenção de salário mensais. (TINOCO e
KRAEMER;2008, p.18)
(Ibidem) Na realidade, como toda ciência, a contabilidade é uma ciência única, mas
subdividida em diversas especialidades como por exemplo:
A Contabilidade Financeira
A Contabilidade Analítica
A Contabilidade Nacional
A Contabilidade Pública
A Contabilidade Especializada
A Contabilidade Ambiental
A Contabilidade Intelectual
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Porém só iremos abordar da Contabilidade Financeira devido a especialização do
Tema em causa.
1.3. A contabilidade financeira
A Contabilidade Financeira é necessária a todas empresas. Fornece informações
básicas aos seus usuários e é obrigatória para fins fiscais. De acordo com a área de
actuação da organização, objectivo da contabilidade, pode ser denominada como
agrícola, bancária, pública, comercial, hospitalar etc. Portanto, a contabilidade
financeira é tradicionalmente utilizada pelas obrigações de forma obrigatória, que
tem como principal e praticamente único objectivo o atendimento das exigências
fiscais, legais, normativas e demonstrar a situação financeira da entidade para os
usuários internos e também externos, para que possam decidir sobre a possibilidade
de se relacionar ou concretizar com a mesma. (MARION;1998, p.29)
A Contabilidade Financeira:
Regista factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros;
Permite conhecer, em qualquer momento, a situação patrimonial da
empresa;
Permite conhecer, período a período, os resultados derivados da exploração,
feita nesse espaço de tempo;
Possibilita levar a cabo análises de ordem económica e financeira que são
importantes auxiliares de gestão da empresa, para se alcançar a melhor
rentabilidade. (BORGES e RODRIGUES;1983, p.25)
A contabilidade financeira não pode atender apenas às obrigações legais, servindo
basicamente às financeiras, pois assim sua utilidade para a administração
praticamente desapareceria. (HORGREN;1986,p.12)
Uma das principais tarefas da contabilidade é facilitar a compreensão das
informações contabilísticas aos administradores, demonstrando a importância da
contabilidade no processo decisório.
Enquanto o curso de contabilidade financeira, visa tornar o contabilista especialista
na matéria, os cursos de administração e outros que necessitam da linguagem
contabilista, devem estar voltados ao ensino da interpretação dos relatórios
contabilistas. (MARION e IUDÍBUS;2000, p.32)
Não é somente às entidades colectivas formadas pela reunião de pessoas que
interessa a colaboração da contabilidade financeira, mas também aos indivíduos que
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possuindo um património, uma riqueza individualizada, necessitem administrá-la e
controlá-los. (FRANCO;1989, p.37)
A contabilidade Financeira confirmou-se como ciência porque ela:
Possui um objectivo próprio de estudos que são os fenómenos patrimoniais.
Este objectivo lhe diferencie de outras ciências;
Tem rigor no exame das partes do seu objectivo;
Tem observações, teorias, hipóteses, vasta fonte e recursos de informações;
Tem metodologia própria, especificada e que não se confunde com a de
outros ramos das ciências (método das partidas dobradas, por exemplo);
O seu conhecimento é útil a sociedade, aos indivíduos isoladamente, a
grupos de indivíduos. O mundo empresarial e dos negócios precisa da
contabilidade;
Tem correlação com os demais ramos do conhecimento humano – Economia,
Sociologia, Psicologia, Direito, Estatística, Gestão, Matemática, etc. Que lhe
fornecem elementos para uma gestão racional das instituições. Este elemento
confirma-se e observa-se na sua subdivisão em diversas especialidades e na
utilização de várias técnicas destas diferentes ciências. (SÁ;2002,p.20)
1.3.1. Funções da Contabilidade Financeira
A Contabilidade financeira tem como função controlar o património, apurar o lucro ou
prejuízo. Continuam os autores: “ a principal função da contabilidade é a
mensuração do lucro e o reporte da posição patrimonial em determinados
momentos.” Vão mais além quando afirmam que a contabilidade regista todos os
factos e actos ocorridos. Controla de forma a organiza-los, posteriormente analisá-
los através dos demonstrativos, com à finalidade de obter a situação económica e
financeira que a organização apresenta em determinadoperíodo. (MARTINS E
GILBCKE; 1989,p.60).
(Ibidem) a função da contabilidade reparte-se nas seguintes vertentes:
a) A função administrativa – compreende a mensuração das operações com
fim de determinar resultados e estabelecer controlo em certas operações
feitas pela entidade.
b) A função económica – tem por fim estudar os fenómenos que se verificam
nasdiversas fases do processo produtivo da gestão das empresas.
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c) A função social – diz respeito a apreciação dos fenómenos de ordem sociais
e económicos na elaboração das diversas actividades produtivas das
empresas.
d) A função legal – é uma das mais recentes funções da contabilidade, pois
cuida da apresentação de seu resultado e valores como prova nos exames
periciais realizadas pela justiça.
De acordo com as abordagens acima afirmadas pelos autores, incutindo estas
funções dentro de uma determinada entidade, a empresa terá uma contabilidade
organizada, melhor controlo na actividade empresaria e melhor orientação nas
execuções das suas actividades.
1.3.2. Finalidades e vantagens da contabilidade financeira
A finalidade da contabilidade é, controlar os fenómenos ocorrido no património de
uma entidade, através do registo, da classificação, da demonstração expositiva, da
análise e interpretação dos factos nele ocorrido, objectivamente fornecer
informações e orientações, necessárias para determinação da s obrigações fiscais,
bem como resultado económico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.
(SÁ;1989, p.89)
Deste modo, para que a contabilidade possa atingir sua finalidade, deve munir-se de
técnicas contabilísticas tais como: (SÁ;1989, p.89)
Escrituração Contabilística, diz respeito aos registos que ocorrem no
património da entidade, estes registos são feito de ordem cronológica e oque
confere a contabilidade, características verdadeiras na história do património.
Demonstração contabilística, a demonstração do inventário, balanço outros,
bem como simples registo e classificação dos factos, dado o seu volume e
heterogeneidade, não são elementos suficientes para que a contabilidade
atinga sua informativa e orientadora, daí sem estes factos condessadosem
demonstrações expositivas, que recebem a denominação genérica de
demonstração contabilística.
Auditoria Contabilística, este afirma a adequação dos registos e das
demonstrações contabilísticas aos princípios fundamentais e pelas normas
para elas estabelecidas, a contabilidade se utiliza de igual modo de uma
técnica que lhe é própria, chamada auditoria contabilística obedecendo a
normas especificas e de procedimentos com o intuito de verificar se as
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demonstrações contabilísticas representam adequadamente a posição
económica e financeira do património, e os resultados do período
administrativo de acordo com (PGCA).
Análise do balanço, esta técnica permite decompor, comparar as
demonstrações, oferecendo aos interessados na riqueza patrimonial dados
analíticos bem como a interpretação sobre os componentes do património e
sobre os resultados das actividades desenvolvidas pela entidade.
As vantagens da contabilidade financeira basta olhar atento na teoria acima referida,
segundo a qual sem a contabilidade não seria possível conhecer o passado e o
presente da vida económica da entidade, estaremos de certo modo apresentar as
vantagens que a preciosa ciência nos proporciona. Os registos dos factos que
ocorrem dia á dia, o controlo dosbens patrimoniais, as informações que nela são
gerados para o bom funcionamento da entidade, são vantagens de extrema
importância que a contabilidade financeira oferece aos utentes das informações
financeiras. (SÁ;1989, p.90)
Concordamos com as informações do autor Sá, porque nos tempos actuais, as
empresas não sobrevivem apenas da magnitude das riquezas elas detêm, mas
também sobrevivem através de um conjunto de recursos bem definidos e
devidamente organizados de acordos com as suas necessidades e objectivos que
se pretende atingir.
1.4. A informação Contabilística como instrumento de apoio as empresas
As informações produzidas pela empresa constituem um importante meio de
conhecimento da empresa por parte dos diferentes stakeholders. No entanto há
necessidade de se verificar a credibilidade e utilidade das informações
contabilísticas produzidas pela empresa, uma vez que estas informações têm por
principal objectivo evidenciar a situação concreta da empresa. (BORGES,
RODRIGUES E MORGADO; 2002, p.22)
(Ibidem) A informação é considerada útil quando esta estiver disponível ao momento
preciso, quando respeitar o princípio de custo beneficio e quando for possível a
tradução desta informação em dados numéricos.
Apartir das informações produzidas pela empresa, no desenvolver das suas
actividades operacionais, financeiras e de investimentos, são produzidas
documentos denominados de demonstrações financeiras.
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E por estes documentos que a empresa dá o conhecimento de forma oficial da sua
verdadeira situação a todos os stakeholders. (BORGES, RODRIGUES E
MORGADO; 2002, p.23)
Tendo em conta essas qualidades, as informações contabilísticas devem ser claras,
objectivas, desprovidas de erros e omissões, pertinentes e ainda se respeitar
principio de continuidade, ou seja, as informações produzidas as entidades devem
assumir que não há nem intenção nem a necessidade de liquidar ou reduzir
drasticamente o nível das suas operações. Essas mesmas demonstrações
financeiras para além de indispensabilidade de possuírem as características acima
mencionadas, nas suas elaborações devem tidas em conta alguns princípios
contabilísticos.
1.4.1. Importância da informação contabilística na determinação do lucro
tributável
A importância do imposto a pagar pelo contribuinte a administração fiscal é
determinado pela aplicação de uma determinada taxa sobre a matéria colectável. No
entanto, a matéria colectável sobre o qual será aplicada a taxa tem de ser
anteriormente identificada para que se possa conhecer o montante sobre qual cairá
a incidência do imposto. Após a identificação da matéria colectável será feita a
avaliação e a fixação do quantitativo da base de imposição. (TAVARES;1982,p.83)
(Ibidem). Todo processo na determinação da matéria colectável, é a operação mais
difícil de toda a técnica de estabelecimento de imposto, e, esta realidade resulta do
facto de todo contribuinte possuir a natural tendência de declarar o menos possível o
seu rendimento a fim de pagar uma quantia menor daquele que as suas reais
capacidades permite.
Nesta conjuntura a contabilidade surge como um instrumento essencial de
minimização das potências conflitos que poderão existir entre os contribuintes e a
administração fiscal. O resultado contabilístico tido em consideração na
determinação da matéria colectável pelo método de verificação é ainda objecto de
correcções positivas ou negativas, de natureza extra contabilísticas, para ter em
conta a especificidade da determinação de uma base para efeitos fiscais.
(PEREIRA;2011, p.84)
(Ibidem) existem três (3) factos importantes que justificam a necessidade das
correcções fiscais dos resultados contabilísticos.
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a) O resultado contabilístico e o resultado fiscal se reportam a realidade das
empresas não inteiramente coincidentes;
b) É necessário lutar a evasão e fraudes fiscais, considerando para os efeitos
fiscais somente os gastos que são necessários a obtenção de rendimentos e
para a manutenção a fonte reprodutora.
c) É importante que se projecta na base tributável a prossecução de determinar
os objectivos económicos e social.
1.4.2. A Relação entre a Contabilidade e a Fiscalidade
A contabilidade é um sistema de informação que procura dar informações que
procura dar informações financeira útil e relevante em tempo oportuno, aos seus
utilizadores, e é responsável pela escrituração e apuramento de resultado tributável,
sendo que só através da contabilidade é possível apurar o lucro/prejuízo de um
determinado período. (ROCHA;2007, p.49)
A fiscalidade, consiste num conjunto de disposições legais quem tem a finalidade de
assegurar que o Estado consegue suportar as despesas a seu cargo através do
imposto, mas serve também como forma de influenciar as políticas económicas que
são impostas. (FEREIRA;2014, p. 21)
(Ibidem) diz que esta relação conturbadora entre estas duas áreas já não é recente,
mas tornou-se, mais pertinente com a adopção das normas internacionais de
contabilidade e consequentemente aprovação do sistema de normalização
contabilística (SNC).
Os seus objectivos divergem, pois a contabilidade tem como objectivo a produção de
informação financeira, que ira apoiar os seus utilizadores na tomada de decisão
consciente com base informação utilizada fiável, compreensível e relevante. Por sua
vez o objectivo do fisco é pagar o imposto, e cobrar receitas de forma a satisfazer as
necessidades de todos entes públicos e Estado, tendo em atenção os princípios da
legalidade e capacidade contributiva. (RODRIGUES;2012, p.10)
1.5. O Imposto
Imposto é uma prestação pecuniária, coactivo, unilateral, a título definitivo sem
caracter de sanção, devido ao Estado ou entes públicos com a relação de fins
públicos. (PEREIRA;2011, p.13)
Imposto é uma prestação coactiva exigida pelo Estado, pecuniária (pago em
dinheiro), unilateral. O Estado arrecada o imposto e nada dá directamente em troca
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ao contribuinte e este é estabelecido por lei a favor do Estado ou de entes públicos
com vista a realização de fins públicos. (SOARES;2008, p.157)
De acordo com as abordagens dos autores acima mencionados, concordamos com
as suas afirmações, porque através das prestações do imposto é que o Estado
poderá arrecadar fundopara satisfazer as necessidades da população, criando
infrastruturas, dando segurança e o bem-estar à população.
1.5.1. Fases do imposto
Incidência: É a característica em abstracto dos elementos constitutivos das
obrigações do imposto. (COXA;2012, p.45)
(Ibidem) existem duas modalidades de incidência
Incidência Pessoal ou subjectivo
Incidência Real ou objectiva
Lançamento: Consiste essencialmente nem conjunto de operações administrativas
cuja finalidade imediata é a identificação do contribuinte e da matéria colectável e a
fixação numérica da base de imposição (TAVARES;1982, p.81)
Liquidação: Corresponde à aplicação da respectiva taxa, para a determinação do
montante do imposto a pagar, designado por colecta. (MAGRO;2008, p.321)
Cobrança: Corresponde a operação administração que visa a entrada de valores
nos cofres do Estado. (MAGRO;2008, p.322)
1.5.2. Características do Imposto
As principais características do imposto são:
O imposto é uma prestação pecuniária: significa que é uma prestação em
dinheiro ou equivalente a dinheiro. É certo que ao longo dos tempos, foi
normal o pagamento do imposto em espécie, mas isso actualmente tem
apenas um interesse quase histórico.
O imposto é uma prestação Coativa: Trata-se de uma característica que se
encontra traduzida na própria denominação imposto, o que também
acontece noutros países.
Afirma-se, porém, que o imposto é uma prestação coativa não quer dizer
que seja necessariamente indispensável usar a coercibilidade para cobrá-la.
Como veremos, a cobrança só é coerciva se o contribuinte não satisfazer o
imposto no prazo do seu pagamento voluntário;
17
O imposto é uma prestação unilateral: Deste modo, a prestação não
corresponde a qualquer contraprestação por parte da entidade dele
beneficiário, o que permite distinguir o imposto de outras figuras o valor
geral, taxa e o empréstimo forçado.
O imposto é uma prestação a títulos definitivos: Esta característica significa
que a prestação do imposto, quando devida, não dá direito a qualquer
restituição ou reembolso, ulterior a cargo do ente a quem é feita essa
prestação.
O imposto é uma prestação sem caracter de sanção: O imposto não tem
caracter de sancionatório, o que permite distinguir a respectiva prestações
das sanções patrimoniais, como o confisco e a multa Essas têm origem num
facto ilícito e visa um fim preventivo e repressivo, o que não acontece com o
imposto.
O imposto é uma prestação devida ao Estado ou entes públicos: É chamado
elemento subjectivo da definição de imposto. O imposto, tal como outros
tributos, é sempre devido a um ente público: para uns, com o significado de
pessoa colectiva de direito público, para outros, de entidade que exercem
funções públicas; O elemento subjectivo da definição de imposto se reporta
apenas ao sujeito activo. Quanto ao sujeito passivo, atenta a sua
diversidade, nenhuma característica especial reveste a noção de imposto;
O imposto é uma prestação com vista à realização de fins públicos: O
objectivo tradicional do imposto é o de arrecadação de receitas para que os
entes púbicos dela beneficiam, e que possam realizar as tarefas que lhe
estão impostas: É achamada finalidade do imposto. Mediante estas
características os contribuintes terão uma ideia de como se proceder quando
estiverem peranteaestes tipos de prestação. (PEREIRA;2011, p.14)
1.5.2.1. Tipos de impostos
De acordo com o novo código tributário (NCT) em Angola (2017, p.10) existem
muitos tipos de impostos e os mais destacados são:
a) Imposto Industrial;
b) Imposto sobre os Rendimentos de Trabalho;
c) Impostos sobre a Aplicação de Capital;
d) Imposto de Consumo;
18
e) Imposto de Selo;
f) Imposto Predial Urbano;
g) Imposto de Sisa;
h) Imposto sobre Sucessões e Doações.
Dentre os tipos de impostos citados ou mencionados acima, salienta-se que, para
esta investigação vai se focalizar nos impostos que respeitam ao cumprimento das
obrigações fiscal da empresa, tais como: Imposto de Selo, imposto industrial, com
o objectivo de demonstrar o contributo da contabilidade na determinação do lucro
tributável do final do exercício económico de ano em causa.
A. Imposto Sobre Selo (Lei nº19/14, de 22 de Outubro)
Incidência: De acordo o Sistema Tributário Angolano 2017, sobre a (Lei
nº19/14, de 22 de Outubro), o imposto de Selo (IS) incide sobre todos os
actos, contractos, documentos, títulos, livros, papeis, operações e outros
factos previstos na tabela anexa ao código ou em leis especiais. E neste
tipo de imposto existe apenas a incidência subjectiva.
(Ibidem) estão obrigados a liquidar e entregar o IS ao Estado, os notários,
conservadores dos registos civis, comercias e prediais, instituições de
créditos, sociedades financeiras, locadores e sublocadores, arrendatários
e subarrendatário, seguradora, segurados (relativamente à soma dos
prémios do seguro ou outras importância resultante de contratos com
seguradoras cujo risco se localize em Angola).
Isenções do Imposto de Selo: No código do IS estão previstas, entre
outras, as seguintes isenções:
O Estado, quando constitui seu encargo, e quaisquer dos seus
serviços, estabelecimento e organismos, ainda que personalizados,
excepto as empresas públicas.
Os créditos concedidos até ao prazo máximo de cinco (5) dias de
conta jovens, conta terceira idade, bem como os juros dai resultantes,
e o microcrédito;
Os créditos derivados da utilização de cartões de créditos quando
reembolso for efectuado sem pagamento de juros.
Nos juros, comissões e contraprestações devidas nos contractos de
financiamento para créditos de habitação;
19
Os créditos relacionados com as explorações, devidamente
documentados com os despachos aduaneiros, bem como os juros dai
resultantes;
Os juros provenientes de bilhetes e obrigações de tesouro e títulos do
banco central;
Os empréstimos com características de suprimento, incluindo os juros
efectuados por sócios à sociedade em que seja estipulado um prazo
inicial não inferior a um (1) ano e não sejam reembolsados antes de
decorrido aquele prazo;
Os documentos de representação forense
Os contractos de trabalho.
Taxa do Imposto de Selo: A taxa é de 1%, são as que constam da
tabela anexa ao código, expressa em valores absolutos ou em
percentagem. Pela utilização de créditos, sob forma de fundos,
mercadorias e outros valores em virtude da concessão de crédito a
qualquer título, incluindo a cessão de créditos, e movimentos das
operações de tesouraria quando envolvem qualquer tipo de
financiamento, considerando-se em caso de prorrogação do prazo do
contracto, que o imposto é recalculado em função da duração total do
contracto e deduzido do montante anteriormente liquidado – sobre o
respectivo valor, função do prazo.
B. Imposto industrial sobre (Lei nº19/14, de 22 de Outubro)
Incidência do imposto industrial: Guia do sistema Tributário Angolano,
o imposto industrial incide sobre os lucros obtidos nos exercícios de
qualquer actividades de natureza comercial ou industrial, ainda que
acidental, (GSTA;2017, p.15)
A incidência são actos ou situações sujeitas a imposto, e as pessoas o
entidade, sobre as quais recai o dever de prestar, (MAGRO;2008, p.15)
Podemos verificar na incidência dois aspectos, o que está sujeito ao
imposto que são:
Incidência Real ou Objectiva: O elemento objectivo é integrado pelo
próprio facto tributário considerando em si mesmo,
20
independentemente da sua ligação a um sujeito. (PEREIRA,2013,
p.436)
Sistema Tributário Angolano (Lei nº19/14 de 22 Outubro) estão sujeitas ao
imposto industrial, todas empresas com sede ou direcção efectiva em
Angola e empresas com sede e direcção efectiva no estrangeiro, mas
com um estabelecimento estável no País.
Isenções do Imposto Industrial: As isenções se referem a situações que
são abrangidos pelas regras de incidência, e nesse sentido estão sujeitas ao
imposto, mas um facto autónomo impede que sejam tributadas. E conforme
este facto autónomo se refere ao elemento perante isenções objectiva ou
(reais) isenções subjectiva ou (pessoas). (PEREIRA;2013, p.31)
Sistema Tributário Angolano, da (Lei nº19/14, de 22 Outubro) estão isentos
do imposto industrial os seguintes:
As cooperativas operárias de produção;
As cooperativas de construção, com estatutos aprovados na forma
da legislação aplicável, quando se limitem a construir prédios para
os seus associados ou emprestar-lhes dinheiro para esse fim;
As cooperativas de consumo que negociam exclusivamente com os
seus associados;
As sociedades que limitem a sua actividade á simples
administração de prédios próprios.
Os rendimentos de natureza comercial ou indústrias sujeitos ao
regime tributário especial; Etc.
Taxa do Imposto Industrial: De acordo com sistema tributário Angolano,
(Lei 19/14, 22 de Outubro)a taxa geral ou nominal do imposto industrial é de
30%.
Determinação da matéria colectável do imposto industrial: O facto
gerador do imposto assim como as intenções, estão reunidos os elementos
que, em termos da matéria colectável do seu montante, permitem a
quantificação da base tributável, (PEREIRA;2011, p.34)
O sistema tributário Angolano da (Lei nº19714, 22 de Outubro): Matéria
colectável do imposto industrial, é determinada a partir da contabilidade e
apurada em conformidade com os ajustamentos fiscais previstos nos termos
21
do código do imposto industrial, ou matéria colectável correspondente ao
volume de vendas de bens e serviços prestados.
(Ibidem) A tributação incide sobre os lucros efectivamente obtidos pelos
contribuintes e determinados através da contabilidade. Quando tal não for
possível, sobre os lucros presumivelmente obtidos pelos contribuintes.
Fórmula nº03 – Cálculo da Matéria colectável do imposto industrial
Matéria colectável = Resultado líquido do exercício + A acrescer – A deduzir
Fórmula nº04 – Cálculo da Colecta do imposto industrial
Matéria Colectável * taxa = imposto a pagar
22
CAPITULO II – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
2.1. Caracterização da Organizações F.C.A., Lda
De acordo com informações avançadas pela gerência das Organizações F.C.A, LDA
(Félix Chibukila António LDA), foi criada em 09 de Abril de 2012 e deu início da
actividade em 02 de Janeiro de 2013, sendo a importação e comercialização de
viaturas e material didáctico os negócios de partida, tendo posteriormente entrado
no mercado da construção civil e obras públicas.
Com o passar do tempo e com a necessidade de diversificação, a empresa decide
entrar no mercado de prestação de serviço de segurança privada e fornecimento de
materiais hospitalares, tendo como principal cliente o Ministério da Saúde, mais
concretamente o Hospital Alzira da Fonseca no BucoZau, onde também presta
serviço de segurança privada.
Visão
A visão das Organizações F.C.A, é tornar-se a primeira escolha do mercado, com
colaboradores motivados e com sustentabilidade em termos de qualidade e
eficiência no fornecimento de um serviço com alta qualidade.
Missão
Fornecer um serviço de excelência com elevada qualidade, procurando satisfazer as
principais necessidades dos nossos clientes de modos que tenham excelentes
experiências de consumo e encontram satisfação nos nossos serviços.
Valores
Humano: Respeito, Integridade, Lealdade, Tolerância e Empatia;
Social: Responsabilidade, Solidariedade e Desenvolvimento da Cultura;
Empresarial: Profissionalismo, Eficiência, Inovação, Transparência e Ética.
2.1.1. Organização da empresa
Figura nº 01 – Organigrama das Organizações F. C. A. em 2020.
23
Fonte: Direcção das Organizações F. C. A., Lda. Cabinda 2020.
Como se pode observar, no organigrama acima apresentado o director geral,
é o responsável por todos os actos inerentes ao funcionamento da empresa,
assumindo dentre varias funções as de supervisor geral.
Na área de contabilidade e finanças, é feito o registo de todos os movimentos
operacionais, apuramento de custos, faturação, recibos, registar as entradas
e saídas na folha de caixa e pagamentos.
Recursos humanos, tem o papel de contratar pessoal da empresa, desde o
recrutamento e selecção, processamento das folhas de salários e outros
assuntos ligados a área.
Área de logística e transporte, vela pelos equipamentos, compras e
distribuição do material para as obras, clientes e outras áreas da empresa.
Também se encarrega sobre os meios de transporte da empresa, sua
manutenção e outras.
A área de operações e segurança privada, vela pela supervisão dos agentes
efectuando o registo de ocorrências diárias na prestação de serviços, como
também a entrada e saídas dos mesmos nos seus respectivos postos.
Para cumprir com o seu objecto social, a empresa utiliza uma variedade de recursos
humanos, materiais e financeiros à sua disposição para a realização cabal das suas
actividades.
Nº de
Nº Percentagem
Departamento/Secção Trabalhadores
Ord.
M F T M F T
24
1 Director Geral 1 - 1 2,2% - 2,2%
2.2. Métodos
Marconi e Lakatos (2007, P. 44), definem método como sendo o caminho pelo qual
se chega a um determinado resultado. Os métodos utilizados foram os seguintes:
Hipotéti.-20220co-dedutivo
Este método tem como ponto de partida para o estudo a elaboração de hipóteses,
deduzindo leis, teorias sugeridas pelo conjunto de dados. Desempenha uma função
indispensável no processo de verificação de hipóteses. Neste estudo, este método
permitiu-nosapresentar uma hipótese que no final teria que ser comprovada ou
refutada, partindo do geral para o particular.
Método Estatístico
Este método serviu para agrupar todas as informações recolhidas e apresentá-las
em tabelas para a sua análise e interpretação. Para Marconi e Lakatos (2007, P. 93)
este método permite a redução de fenómenos a termos quantitativos e a
manipulação estatística, isto é, permitiu-nos efectuar o tratamento dos dados de
forma estatística.
2.2.1. Tipos de Pesquisas
Descritiva: Com este tipo de pesquisa, pretende-se obter o conhecimento da
realidade da empresa hoje, a fim de melhor aclarar a sua real situação, pois,
25
segundo Best, citado por MARCONI & LAKATOS (1996:19) “a pesquisa descritiva,
delineia o que é – aborda também quatro aspectos: descrição, registo, análise e
interpretação de fenómenos no presente”.
Bibliográfica: para Gil (2008), este tipo de pesquisa é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A
aplicação desta decorreu de vasta consulta bibliográfica em formas de livros e
revistas para obtenção de dados relevantes sobre o tema em causa, o que nos
facilitou formar o primeiro capítulo.
2.2.2. Técnicas e instrumentos de pesquisa
Observação: Utilizou-se esta técnica, pois para MARCONI & LAKATOS (2008:275),
“a observação é uma técnica de colecta de dados para conseguir informações
utilizando os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não
consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que
desejamos estudar”.
Questionário: Com esta técnica elaborou-se duas categorias de questionário com
perguntas abertas e semi-abertas que garantiram a fidedignidade dos resultados
utilizados na análise e interpretação de dados recolhidos durante a pesquisa. Para
tal, baseou-se na tese de MARCONI & LAKATOS (1996:88), que advoga que “o
questionário é um instrumento de colecta de dados, constituído por uma série
ordenada de perguntas, que foram respondidas por escrito e sem a presença do
entrevistador”.
Entrevista Estruturada: Mediante esta técnica, os entrevistados expuseram as
suas opiniões em relação às perguntas que lhes foram formuladas. Estas mesmas
perguntas caracterizaram-se em fechadas, semi-abertas e escaladas de atitude. Foi
com o uso deste método que se obteve os dados que constituíram as informações
que se pretendia para o caso em estudo.
Técnicas de Análise de Dados
Análises de dados consiste em transformar um conjunto de dados com o objectivo
de poder verificá-los melhor, dando-lhes ao mesmo tempo uma razão de ser e uma
análise racional. É analisar os dados de um problema e identificá-los. A análise de
dados possui diferentes facetas e abordagens, incorporando técnicas diversas. Tem
grande importância em áreas como: ciências, estudos sociais e negócios, por conta
da diversidade de modelos possíveis.
26
2.3. Análise e interpretação de dados
27
Tabela n°03 – Questionário sobre o regime de tributação do imposto do valor
acrescentado.
Qual é o regime de tributação do IVA que a empresa se
Resultados obtidos
encontra actualmente?
Regimes de
Principais características Sim Não NS OBS.
Tributação
Estão enquadrados nestes regimes todos os
Regime Geral contribuintes cadastrados na repartição dos X
grandes contribuintes.
Estão enquadrados neste regime todos os
contribuintes que possuem um volume anual de
Regime de
isenção do iva
facturação ou operações de importações igual ou X
inferior ao equivalente em kwanzas a USD de
250.000.
Estão enquadrados neste regime todos os
Regime contribuintes que possuem um volume anual de
Simplificado facturação ou operações de importações superior X
ao equivalente em kwanzas a USD de 250.000.
Fonte: Pesquisa de campo, 2019/2020
28
É um mapa que representa a
situação patrimonial da empresa
Balanço financeiro num determinado momento, em X
termos da sua composição e
valor
Fluxo de caixa X
Fonte: Pesquisa de campo, 2019/2020
EXERCÍCIOS
ACTIVO NOTAS
2020 2019
Activos não correntes
Imobilizações corpóreas 4 15.470.821,5 13.785.780,48
3
Imobilizações incorpóreas 5 4.000,44 0,00
Investimentos em subsidiárias e associados 6 0,00 0,00
Outros activos financeiros 7 0,00 0,00
Outros activos não correntes 9 0,00 0,00
Total dos Activos não correntes 15.474.821,9 13.785.780,48
7
Activos correntes
Existências 8 0,00 0,00
Contas a receber (clientes) 9 13.290.100,0 0,00
5
Contas a receber (Outros devedores pessoal 9 0,00 1.021.670,00
Estado
Disponibilidades 10 9.075,55 193.624,71
29
Outros activos correntes 11 150.000,00 0,00
Total dos activos correntes 13.549.175,6 1.215.294,71
0
Total do Activo 29.023.997,5 15.001.075,19
7
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital próprio
Capital 12 4.771.811,66 4.771.811,66
Prestações suplementares 12 0,00 0,00
Reservas 13 2.291.698,40 2.291.698,40
Resultados transitados 14 5.464.100,82 1.144.162,10
Resultados do exercício 6.621.717,85 4.019.938,72
Total do capital próprio 19.149.328,7 12.227.610,88
3
Passivo não corrente 0,00 0,00
Empréstimos de médio e longo prazo 15 0,00 0,00
Impostos diferidos 16 0,00 0,00
Provisão para pensões 17 0,00 0,00
Provisão para outros riscos e encargos 18 0,00 0,00
Outros passivos não correntes 19 0,00 0,00
Total do passivo não corrente 0,00 0,00
Passivo corrente
Estado 19 2.528.508,84 1.873.464,31
Fornecedores 19 240.000 0,00
Outros credores e pessoal 19 5.806.160,00 0,00
Empréstimo a curto prazo 20 0,00 0,00
Parte corrente dos empréstimos a médio e 15 0,00 0,00
longo prazo
Outros passivos correntes 21 0,00 0,00
Total do passivo não corrente 8.574.664,84 1.873.464,31
Total do Passivo 8.574.664,84 1.873.464,31
Total do Capital próprio + Passivo 27.723.993,5 14.101.075,19
7
30
31
Quadro nº 02 – Modelo da Demonstração de Resultados da Organizações
F.C.A, LDA
8.998.957,1
Resultados antes dos impostos 3 7.071.340,47
Impostos sobre o rendimento 36 2.007.239,28 1.561.402,31
6.991.717,8
Resultado Líquido dos Exercícios 5 5.509.938,16
32
As Organizações F.C.A, Lda., cumpriu com as seguintes obrigações:
O imposto industrial é pago em dois períodos, Julho relativamente aos primeiros seis
meses em que a actividade tem lugar por aplicação de uma taxa de 2%, sobre o
total do resultado derivado de operações de intermediação financeira (pagamento
provisório). E 30 de Abril de cada ano (pagamento definitivo) de acordo com o tipo
de grupo em que a entidade se insere, e respeitando os meses de pagamento de
acordo com o sistema Fiscal da (Lei nº19/14 de 22 de Outubro)
É efectuado o pagamento do imposto industrial a partir da Modelo 1, e apresentado
juntamente com os documentos de base para a sua liquidação, e para que seja
liquidado o imposto, é necessário que no modelo 1 estejam incorporados todos os
proveitos e custo incorridos da entidade no ano a que se respeita.
33
Setembro 4.096.741,576 40.967,41576
Outubro 4.096.741,576 40.967,41576
34
considera aceite os proveitos ou ganhos realizados, das operações de natureza
financeira.
Os custos totalizaram em 44.721.454,19, resultantes de todos os custos incorridos
pela entidade tais como: Custo das mercadorias vendidas, Custos com o
Pessoal, Amortizações dos Exercícios e Outros custos e perdas operacionais.
CONCLUSÕES
Este trabalho mostrou como a contabilidade contribuiu para as Organizações F.C.A,
LDA. No cumprimento das obrigações fiscais. Quanto a sua gestão de actividade, no
35
que tange a prestação de serviços de segurança privada e Fornecimento de
matérias hospitalares para a obtenção de rendimentos ou lucros, este aplica-se
correctamente as informações contabilísticas produzidas por ela. A Contabilidade:
ferramenta eficiente e eficaz de informação financeira exerce grande influencia as
empresas, assim, é possível retirar as seguintes ilações:
Na revisão da literatura constatou-se que através da contabilidade, o gestor da
empresa pode aplicar correctamente as informações contabilísticas e pagar a
tributação certa se ela for feita conforme os princípios contabilísticos geralmente
aceites aplicados no pais. A contabilidade financeira é de extrema importância para
os administradores e gestores, pois suas informações quando bem aproveitadas,
conseguem proporcionar à empresa grande desempenho, desenvolvimento seguro,
tornando-a altamente forte, e como um ser perfeito parceiro do Estado no
cumprimento das suas obrigações.
E por fim, constatou-se as seguintes obrigações fiscais das Organizações
F.C.A,LDA; na qual, o lucro contabilístico é na ordem dos 6.991.717,85; o imposto
industrial é avaliado em 1.747.929,4625; e o imposto de Selo determinado em
491.608,98912.
36
SUGESTÕES
37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTÓNIO Lopes de Sá; Teoria da contabilidade, 3º Edição, Editora Atlas S.A, São
Paulo, 2002.
38
BORGES, RODRIGUES; Elementos de origem da contabilidade geral (ed.4º) ,
Lisboa, Rei dos Livros, 1983.
MAGRO e MANUEL; Contabilidade Básica, 10ed., Ed. São Paulo, Atlas, 2008.
39
PEREIRA, Manuel Henriques de Freita; Livro de Fiscalidade, 4ºed. Portugal,
2011,p.34,35.
SALAZAR, José Nicolas Albugo & BENEDICTO; Bens adquiridos pela instituição
para o controle, a preservação e a recuperação do meio ambiente. 2008
SILVA, K.R & SOUZA, P.C; Análise das demonstrações financeiras como
instrumento para tomada de decisões. INGEPRO (Inovação, Gestão e Produção).
2011, vol.03, no. 01 ISSN 1984 – 6193
TEIXEIRA, Sebastião; Gestão das organizações, 3ªed, escolar editora, lisboa. 2013.
40