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DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO E EXTENSÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E


ECONÓMICAS

COORDENAÇÃO DE ECONOMIA E GESTÃO01

SEBENTA DE CONTABILIDADE GERAL I

2022/2023 DOCENTE: Crissolito Inacio


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I. INTRODUÇÃO

O mundo vive uma fase de intensa competitividade, facto que torna cada vez mais difícil para os
gestores sobreviverem nesse mercado competitivo. E para manter as organizações no mercado é necessário
que haja um planeamento eficiente. A Contabilidade é um instrumento de gestão e de controlo
importantíssimo para a sobrevivência de uma empresa e demonstra por meio de seus relatórios em qualquer
período a situação real de uma empresa. Pode-se dizer que a Contabilidade é um provedor de informações
para o planeamento e controlo de gestão financeira e patrimonial de qualquer empresa. Além de necessária,
ela é obrigatória conforme o previsto no Artigo 31º do Código Comercial Angolano.

Com as constantes mudanças e aumentos na competitividade entre as empresas angolanas, torna-se


cada vez mais importante adoptar técnicas de gestão especializadas, que na realidade angolana, muitas das
Micro, Pequenas e Médias empresas não estão estruturadas para enfrentar tal desafio. Além disso, as
dificuldades aumentam enquanto o fluxo de informações necessárias para uma boa gestão for maior e mais
complexo. Segundo Alvim (2006) cerca de 60% dessas empresas morrem nos primeiros três anos de vida
devido a deficiências na gestão que estão relacionadas com a não utilização de instrumentos característicos
da Contabilidade Geral, pois é a ciência que acompanha a evolução do património.

Conceito
“Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controlo e de registo
relativas à administração económica”.

Contabilidade é uma ciência que tem como finalidade registar, colectar, resumir, informar e
interpretar dados e fenómenos que afectam as situações patrimonial, financeira e económica de qualquer
entidade. Tem três requisitos para ser ciência: o campo de actuação que são as entidades; o objecto de
estudo que é o património; e o método das partidas dobradas.

O Objecto da Contabilidade é o Património das entidades económico-administrativas.


O Objectivo é o estudo e controlo do património e das suas variações.
A Finalidade é o fornecimento de informações úteis para tomada de decisões. Dentre as informações
destacam-se aquelas de natureza económica e financeira. As de natureza económica compreendem,
principalmente, os fluxos de receitas e de despesas, que geram lucros e prejuízos, e são responsáveis pelas
variações no património líquido. As de natureza financeira abrangem principalmente os fluxos de caixa e do
capital de giro.

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Origem da Contabilidade
Produzir, contar e trocar são actos próprios de natureza humana. Desde antiguidade, o homem foi um
agente produtor e transformador da natureza, assim, foi obrigado a resolver o problema da contagem que,
tão cedo se apercebeu das vantagens da troca. Com a limitada capacidade de sua memória, sentiu a
necessidade de tomar nota ou registar os factos relacionados com a sua actividade; devido a necessidade de
controlar os seus bens, que naquela época eram os rebanhos, os metais, as ferramentas de trabalho e tudo o
que ia surgindo de sua necessidade. Deste conjunto de actividades, faculdades e sentimentos, nasceu
espontaneamente a Contabilidade.
A Contabilidade é uma das ciências mais antigas, existe desde os tempos primórdios. Suponha-se que
tenha surgido com as primeiras manifestações do homem. Para Iudícibus (1997, p. 30) “Alguns historiadores
fazem remontar os primeiros sinais objectivos da existência de contas aproximadamente há 4 000 anos
A.C”. A Contabilidade surgiu juntamente com o pensamento económico, com o objectivo de registar os
factos relacionados com a riqueza, embora de forma simples e não sistematizada.

Evolução histórica
A história da humanidade, nos mostra que é preciso entender o passado para compreender o presente
e caminhar para o futuro. Ao longo dos anos, a Contabilidade evoluiu a partir da evolução da humanidade,
sua história nos mostra que desde a pré-história os homens já tinham preocupação com o controlo e registo
de suas riquezas. Conforme foi evoluindo a humanidade a Contabilidade foi evoluindo também. Ela teve
vários períodos importantes, tendo cada um, factos marcantes, como a publicação da obra de Frei Luca
Pacioli (método das partidas dobradas). A Contabilidade teve vários períodos importantes que são:

Período Antigo ou Empírico que iniciou com a civilização do homem e vai até 1202 da E.C.
Conforme Drummond (1995, p. 75) “A Contabilidade empírica, praticada pelo homem primitivo, já tinha
como objecto o Património, representado pelos rebanhos e outros bens em seus aspectos quantitativos”. Esse
período também foi chamado de “Época Empírica”, que se caracterizou pela ausência de sistematização de
registos e de estudos de natureza científica e metodológica. Na antiguidade já existiam as trocas de bens e
serviços e os registos sobre os factos eram feitos de forma rudimentar em placas de madeiras, ramos de
árvores, pedaços de ossos, pedra e argila, dentre outros materiais.

A contagem era o método adoptado para o controlo dos bens, todo o processo era feito na memória
onde utilizavam as figuras, desenhos e imagens para identificar o património existente. Portanto, nota-se que
neste período a Contabilidade consistia em simples anotações a fim de se evitar os lapsos de memória, como
relatórios de troca de bens e serviços. Posteriormente, os registos combinavam as figuras com as

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numerações. Gravava-se a cara do animal cuja existência se queria controlar e o número correspondente às
cabeças existentes. Portanto, o desenvolvimento do período Antigo ou Empírico foi o grande responsável
pela evolução do património.

O Período Medieval foi outro importante período da Contabilidade. De 1202 da E.C. até 1494.
Conforme Drummond (1995, p. 76) “Foi um período importante na história do mundo, especialmente na
história da Contabilidade, denominado E.C”. Estudava-se, na época, técnicas matemáticas, câmbios, pesos e
medidas, tornando o homem mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros. O comércio exterior
incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, conforme a necessidade daquela época o livro-
caixa, que fazia registos de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizava (de forma antiga) o
débito o crédito, que se originou das relações entre direitos e obrigações.

O Período Moderno, também foi outro período importante da Contabilidade sendo a fase da pré-
ciência, acontecimentos importantes foram marcados como a publicação do livro de Frei Luca Pacioli,
Segundo Iudícibus (1997, p. 41) “Luca Pacioli publica, em Veneza, a Summa de Arithmetica Geometria,
Proportioni et Proportionalità (colecção de conhecimentos de Aritmética, Geometria, proporção e
proporcionalidade), na qual se distingue, para a história da Contabilidade o “Particulario de computies et
Scripturis” é um tratado sobre a contabilidade. Nesta secção do livro, Pacioli foi o primeiro a divulgar a
Contabilidade de dupla entrada, conhecida por método veneziano (“el modo de Vinegia”) ou “método das
partidas dobradas”. Por esse facto foi considerado o Pai da Contabilidade Moderna.

Funções da Contabilidade
As principais funções são:
- Registo: os factos verificados na empresa devem ser registados em suporte apropriado.
- Avaliação: através dos factos registados pode avaliar-se os lucros ou prejuízos obtidos, fazendo a
comparação entre os custos e perdas, proveitos e ganhos da empresa.
- Análise: reflectindo sobre as razões que justificam os valores obtidos anteriormente, pode-se corrigir os
erros e melhorar os resultados.
- Controlo: a análise dos factos que foram registados, permite verificar se a empresa se encontra ou não
próxima dos objectivos propostos.
- Previsão: a análise realizada permite prever a evolução futura da empresa a partir dos factos ocorridos.

- Campo de aplicação da Contabilidade: significa onde se utiliza a Contabilidade. Assim, o campo de


aplicação abrange todas as entidades económico-administrativas.

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Entidades económico-administrativas: são organizações que reúnem os seguintes elementos: património,


capital, acção administrativa e fim determinado.
Quanto ao fim que se destinam, as entidades económico-administrativas classificam-se em:
a) Entidades com fins económicos: são as empresas que visam ao lucro para preservar e ou aumentar a
património líquido.
Ex.: Empresas comerciais, industriais, agrícolas, prestadoras de serviços, etc.
b) Entidades com fins socioeconómicas: são instituições que visam ao superavit que reverterá em
benefício de seus integrantes.
Ex.: Associações de classes, clubes sociais, etc.
c) Entidades com fins sociais: são também chamadas de instituições, tem por obrigação atender as
necessidades da colectividade a que pertencem.
Ex.: O Estado (governo, administrações municipais, etc).

Usuários da informação contabilística


São dois os grandes usuários: as pessoas da Administração da empresa, denominados usuários
internos e as demais, denominados usuários externos. Os utentes das DF incluem, entre outros, investidores
(actuais e potenciais), trabalhadores, financiadores, fornecedores e outros credores comerciais, clientes,
Governo e os seus departamentos, e o público em geral. Todos estes utentes necessitam de informação
financeira que lhes seja útil na tomada de decisões económicas, como por exemplo:
- Decidir quando comprar, deter ou vender um investimento financeiro (em acções, quotas, obrigações ou
títulos de participação);
- Determinar a capacidade da empresa em pagar e proporcionar outros benefícios aos seus trabalhadores;
- Determinar a segurança das quantias emprestadas à empresa;
- Determinar as políticas de impostos;
- Determinar os lucros distribuíveis e os dividendos;
- Preparar e utilizar as estatísticas do rendimento nacional;
- Regular as actividades da empresa.
a) Usuários Internos
Nem todas as pessoas da organização podem ter acesso a todas informações geradas pela
Contabilidade. Muitas destas informações são confidenciais e a alta administração restringe seu uso a
determinados níveis hierárquicos. Além disso, muitas informações só podem ser divulgadas após
determinadas datas (a data de fechamento do balanço anual), com a finalidade, por exemplo, de proteger os
accionistas e de não criarem informantes privilegiados. Os principais usuários internos são:

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- A Alta Administração das entidades que têm acesso a todas as informações contabilísticas de qualquer
nível;
- Os gestores das divisões e de unidades de negócio que normalmente têm acesso às informações das
receitas e das despesas de suas áreas, bem como dos investimentos pelos quais são responsáveis;
- Os gerentes departamentais e chefes de sectores que normalmente têm acesso às informações dos gastos do
seu sector, para fins de controlo e de orçamento;
- Empregados com actuação em determinadas funções baseadas em dados gerados pelas informações
contabilísticas (sector de facturação, custos, engenharia, etc.).
- Trabalhadores e seus grupos representativos (sindicato, associações profissionais, etc.), estão interessados
não só na informação acerca da estabilidade e rentabilidade das entidades patronais, como também na
informação que lhes permita avaliar a capacidade da empresa em proporcionar remunerações, pensões de
reforma e oportunidades de emprego.

b) Usuários Externos
Os principais usuários externos são:
- Investidores, são os proprietários da empresa, os sócios e accionistas, e os detentores de títulos emitidos
pela empresa, se interessam em avaliar o retorno do investimento, auxiliar a tomada de decisões (comprar,
deter ou vender) e determinar a capacidade da empresa de pagar dividendos;
- Investidores potenciais e analistas de investimentos, buscar saber o valor das acções da empresa, está
avaliado e se há perspectivas futuras para a empresa;
- Instituições financeiras necessitam conhecer a real situação económica e financeira da empresa,
verificando o grau de endividamento e a sua capacidade de pagar as dívidas contraídas, e para avaliar a
concessão de créditos;
- Financiadores, estão interessados em informação que lhes possibilite determinar a capacidade da entidade
em solver, dentro do prazo, os compromissos de empréstimos e juros com eles assumidos;
- Fornecedores, estão interessados em informação sobre o desempenho das operações, para manter o fluxo
regular das entradas e da capacidade de saldar suas dívidas, nas respectivas datas de vencimento;
- Clientes, estão interessados na saúde económica e financeira e na continuidade da empresa, especialmente
quando têm com ela envolvimento a longo prazo, quando estão dependentes dela, ou quando lhes fizeram
adiantamentos significativos;
- Concorrentes, têm interesse especial nas demonstrações publicadas, elas podem dar bons indicativos da
estrutura de activos, de capital, etc.
- Governo e seus departamentos estão interessados em avaliar a capacidade de alocação de recursos,
regulamentar a actividade das entidades, estabelecer políticas de tributação e servir de base ao apuramento
do Rendimento Nacional e de estatísticas semelhantes;
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- Público, ajudando a avaliar a utilidade da entidade em diversos níveis, como por exemplo a capacidade de
emprego e de desenvolvimento de negócios como cliente.

Documentos utilizados pela Empresa


Os documentos são o suporte material das informações que devem ser descritos e devidamente
redigidos para que não subsistam quaisquer dúvidas sobre o facto neles relatados.

Principais funções:
- Relatar exactamente os factos económicos;
- Responsabilizar os participantes da ocorrência relatada através da sua assinatura.

Documentos mais frequentes nos registos contabilísticos nas empresas:


a) Nas operações com Banco
Talão de depósito;
Cheque;
Ordem de transferência;
Aviso bancário ou Borderaux;
Extracto da conta.
b) Na tesouraria
Entrada de caixa;
Saída de caixa;
Recibos.
c) Na compra e venda
Factura-recibo;
Factura;
Nota de débito;
Nota de crédito.
d) Nos títulos de crédito
Letra;
Livrança.
e) Documentos internos
Nota ou aviso de lançamento.

Requisitos a observar em qualquer documento


Os documentos para serem válidos têm de obedecer vários requisitos, a saber:
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- Estarem datados e assinados pela pessoa competente para o fazer;


- Não conterem emendas nem rasuras;
- Não utilizar as entrelinhas nem as margens;
- Sem linhas em branco;
- O valor final escrito por extenso.

Divisão da Contabilidade
Contabilidade Geral, Externa ou Financeira regista as operações da empresa com exterior, que
fornece informações sobre a situação económico-financeira (regista factos patrimoniais que fazem prova
perante terceiros; permite conhecer em qualquer altura a situação patrimonial da empresa; dá a conhecer o
resultado obtido com a exploração de análise económica e financeira).

Contabilidade Interna, Analítica ou de Custos, regista as operações realizadas internamente e visa


o apuramento dos custos e proveitos por produto e por departamento.

Princípios Fundamentais da Contabilidade


Os Princípios Fundamentais da Contabilidade são as regras que orientam todo o processo de
contabilização. São Princípios Fundamentais da Contabilidade:

1- O princípio da Entidade: reconhece o património como objecto da Contabilidade e afirma a


autonomia patrimonial, ou seja, a Contabilidade deve ter plena distinção e separação entre pessoa
física e pessoa jurídica. Enfim, o património da empresa jamais se confunde com o dos seus sócios.

2- Princípio da Continuidade: pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro e, portanto,


a mensuração e a apresentação dos componentes do património levam em conta esta circunstância.

3- Princípio da Oportunidade: refere-se ao momento em que devem ser registadas as variações


patrimoniais. Devem ser feitas de forma íntegra e tempestiva, independentemente das causas que as
originaram, contemplando os aspectos físicos e monetários. A integridade dos registos é de
fundamental importância para análise os elementos patrimoniais, pois todos os factos contabilísticos
devem ser registados.
4- Princípio do registo pelo Valor Original: os componentes do património devem ser registados
pelos valores originais das transacções com o mundo exterior, expresso a valor presente na moeda do

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país, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando
configurarem agregações ou decomposições no interior da entidade.

5- Princípio da Competência: as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado


do período em que ocorrem, sempre simultaneamente quando se relacionarem, independentemente
de recebimento ou pagamento.
6- Princípio da Prudência: determina a adopção do menor valor para os componentes do Activo e do
maior valor para os componentes do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente
válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o património líquido. – Visa a
prudência na preparação dos registos contabilísticos, com a adopção de menor valor para os itens do
activo e de receitas, e o de maior valor para os itens do passivo e de despesas.
Ainda existem outros princípios, os registados no PGC e outras fontes contabilísticas que o estudante
poderá consultar.

Especialidade e ou mercado de trabalho do contabilista

Então, se já optaste pelo curso de Ciências Sociais, saiba que, como tantos outros cursos, há um
leque de opções no ramo da Contabilidade. Após a conclusão do curso e feito seu registo na OCPCA
(Ordem de Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola), pode-se actuar em vários cargos dentre a
área privada ou pública. Abaixo seguem os principais cargos de atuação:

Contabilista ;
Gestor;
Auditor interno e externo;
Revisor de contas;
Perito contabilista;
Diretor Financeiro e ou administrativo;
Professor, conferencista, investigador;
Consultor;
Analista financeiro;
Dentre outros.

O contabilista pode exercer suas atividades na condição de autônomo, profissional liberal,


conselheiro de quaisquer entidades.

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2- DINÂMICA PATRIMONIAL

O Património
Noção
Património é um conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa.
Os bens são elementos corpóreos, os direitos e obrigações são elementos incorpóreos, mas quer uns quer
outros, têm de ter um determinado valor, expresso em unidades monetárias.
- Bens é tudo aquilo que uma empresa possui, seja para uso, troca ou consumo. Pode ser bens corpóreos
(tangíveis), e bens incorpóreos (intangíveis). Ex: dinheiro em caixa, mercadorias, móveis, imóveis, marcas e
patentes, etc.
- Direitos são os recursos que a empresa tem a receber e que gerarão benefícios presentes ou futuros. È o
poder de exigir alguma coisa. Ex: clientes, valores em banco.
- Obrigações são dívidas, valores a serem pagos a terceiros. Ex: fornecedores, Salários a pagar,
empréstimos bancários, impostos a pagar, etc.

O valor do património é expresso pela seguinte fórmula:

Valor do Património = Bens + Direitos - Obrigações

Classificação
O Património pode ser:
 Individual – se for propriedade de um indivíduo;
 Social – se for propriedade de uma colectividade;
 Nacional – se for património de uma nação.

Massas patrimoniais
 Massas gerais
Os elementos patrimoniais podem ser unidos em grupos que desempenham a mesma função económica
ou financeira, constituindo verdadeiras massas patrimoniais.
Os bens e direitos constituem valores positivos do património, as obrigações são valores negativos desse
património.

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Os valores positivos, constituídos pelos bens e direitos, que concretizam uma vontade de acção
económica para prossecução dos objectivos propostos, a esse conjunto se designa por Activo, e o grupo dos
valores negativos constituídos pelas obrigações, a esse conjunto se designa por Passivo.
A diferença entre o Activo e o Passivo é designado por Situação Líquida, que é a expressão monetária
do valor do património.

 Massas Parciais
As massas gerais (Activo, Passivo e Sit. Líquida) estão divididas em sub-grupos ou seja, em massas
parciais.
Assim para o Activo temos as seguintes massas parciais:
1- Activo Fixo – corresponde as imobilizações destinadas a assegurar e auxiliar o funcionamento da
empresa.
2- Activo Corrente – consiste fundamentalmente na compra e venda de mercadorias, isto é, na
transformação de disponibilidades em existências, em créditos e vice-versa.
 Activo Disponível = as disponibilidades (os valores e caixa e depósitos em banco). AD =
Caixa + D. Banco
 Activo Realizável = as existências e os créditos. AR = E+C

 Activo Corrente = a soma de activo disponível + activo realizável. Isto é, Activo Corrente =
AD+AR; ou AC = (Caixa + Banco) + (E+C)

Para o Passivo temos as seguintes massas parciais:

 Débitos (exigíveis) a curto prazo – classe que inclui as dívidas a pagar (no prazo inferior a 1 ano) a
fornecedores e outros.

 Débitos (exigíveis) a médio ou longo prazo – classe que inclui as dividas a pagar (no prazo superior a
1 ano), podemos aqui considerar os empréstimos obtidos, etc.

Na Situação Líquida temos as seguintes massas parciais:

 Capital próprio e as reservas – classe que inclui o valor inicial do património e os lucros retidos de
anos anteriores.

 Resultados – classe que inclui o lucro ou prejuízo do exercício económico.

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FICHA DE TARABALHO Nº 1
Elementos Patrimoniais Valor
Clientes 5.000,00
Caixa 15.000,00
Mercadorias 150.000,00
Banco 19.000,00
Fornecedores 23.000,00
Empréstimos Obtidos 13.000,00

Calcula.
A) Activo Corrente
AC = AD+AR
AD=C+B e AR=C+E

FICHA DE TARABALHO Nº 2
Relação dos elementos patrimoniais da empresa “Começo 2020, Lda”, em Janeiro de 2020:
 Dinheiro em cofre-------------------------250.000,00
 Empréstimo odtido no BFA……….4.100.000,00
 Dívida á York……………………...1.500.000,00
 100 Saias “escosses” ……………….. 180.000,00
 Balcões………………………..……1.000.000,00
 Cheque em caixa………………………70.000,00
 100 Camisolas “FOFA”……………....350.000,00
 Depósito à ordem no BPC………...….320.000,00
 50 Casacos “LONG”……………...….400.000,00
 Dívida à Confecções Europa…………720.000,00
 100 Blusas “XADREZ”……………...350.000,00
 200 Calças “BABARDINE”…………420.000,00
 Edifício……………………… …....3.800.000,00
 Dívida de J. Reis………………………97.000,00
 200 Calças “SACCOROSA”………1.380.000,00
 Dívida de A. Amaral…………………120.000,00
 Máquina registadora……………….….30.000,00
 Mobiliário de escritório………..…….440.000,00
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Pretende-se:
1- Preencher o quadro seguinte, assinalando com um x a natureza de cada elemento patrimonial.
2- Achar o valor do Activo e do Passivo.
3- Achar o valor do património.

Quadro de Elementos Patrimoniais


Elementos Patrimoniais Bens Direitos Obri8gações Activo Passivo Valor

Dinheiro em cofre
Empréstimo odtido no BFA
Dívida á York
100 Saias “escosses”
Balcões
Cheque em caixa
100 Camisolas “FOFA”
Depósito à ordem no BPC
50 Casacos “LONG”
Dívida à Confecções Europa
100 Blusas “XADREZ”
200 Calças “BABARDINE”
Edifício
Dívida de J. Reis
200 Calças “SACCOROSA”
Dívida de A. Amaral
Máquina registadora
Mobiliário de escritório
Total

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FICHA DE TRABALHO Nº 3
Património da Sociedade Comercial, Lda., em 30 de Março de 2002, comerciante de bens
alimentares, era constituído pelos seguintes elementos (valores em milhares):
Elementos Patrimoniais Valores Bens Direitos Obrigações Activo Passivo
Carrinha Peugeot 200,00
Dinheiro em caixa 150,00
Dívida à Triunfo 200,00
Utensílios 170,00
Depósito à Ordem no BAI 300,00
Dívida do cliente J. Santos 350,00
100 Sacos de arroz 400,00
Armazém 50,00
Vales 180,00
Mobiliário de escritório 230,00
Dívida à Vinul 150,00
Depósito a prazo no BCI 250,00
50 Sacos de açúcar 450,00

Pretende-se:
1. Preenchimento do Quadro, assinalando co um X a natureza de cada um dos elementos
patrimoniais.
2. Determinar o valor do activo e do Passivo.
3. Calcular o Valor do Património.

O Inventário

 Noção

O Inventário é a relação escrita dos elementos patrimoniais concretos, com a indicação das suas
quantidades, preços e volores em determinado monento.

 Classificação
O Inventário pode ser classificado de diversas maneiras conforme abaixo descrito:

- Sistema de Inventário intermitente ou periódico: consiste na obtenção de informações periódicas das


exisências das mercadorias em armazém, com o objectivo de determinar o valor dos stocks e dos resultados

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apurados. Com aplicação deste sistema não é possível o acompanhamento de todo o movimento de produtos
em armazém.
- Sistema de Inventário permanente: consiste na movimentação da conta mercadoria em todas as
operações ao preço do custo. O saldo apresenta o custo das existências em armazém.
O sistema de inventário permanente só controla as mercadorias das empresas comerciais, ou seja, os
bens adquiridos para venda, sem transformaçãointerna na empresa.

 Quanto a ordenaçõa:
- Inventário simples ou corrido – quando os seus elementos se apresentam indiscriminadamente, sem a
menor preocupação de ordem ou selecção.

- Inventário classificado ou selectivo – quando os seus elementos activos e passivos aparecem separados e
agrupados nas respectivas contas, obedecendo uma ordem.

 Quanto ao conteúdo ou extensão:


- Inventário total ou geral – quando nele estão inscritos todos os elementos patrimoniais da empresa em
determinado momento.
- Inventário parcial – quando apenas são listados determinados elementos do património da empresa
.
 Quanto a sua apresentação:
- Inventário analítico – quando além do título da conta, nela são apresentadas todos os seus elementos
integrantes, devidamente valorizados.
- Inventário sintético – quando apenas nele surgem as contas integrantes com os respectivos títulos e
extensão.

 Quanto a época de realização:


- Inventário inicial – quando se realiza no início da actividade da empresa.
- Inventário periódio, anual ou ordinário – realizado anualmente com carácter obrigatório e referido a 31
de Dezembro. Este inventário é imprescindível para elaborar outro documento obrigatório de grande
importância – o Balanço.

- Inventário eventual ou extraordinário – realizado devido a ocorrência de situações inesperadas tais


como: roubos, assaltos, mudançãs, incêndios, etc.
- Inventário final – só se realiza se a empresa se dissolver, isto é, se a empresa deixar de existir.

 Quanto a sua representação gráfica:


- Inventário vertical – quando os elementos do activo situam-se em cima do passivo
- Inventário horizontal – quando os elementos patrimoniais do activo situam-se a esquerda e do passivo a
direita.

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Exemplo: Inventário Simples

ACTIVO VALOR

Dinheiro em caixa 500,00

2 Máquinas de escrever 3.960,00

4 Máquinas calculadoras 1.300,00

Um edifício na rua H 134.000,00

Um frigorífico 250,00

Conjunto de estantes 400,00

Uma máquina registadora 1.120,00

Uma viatura 31.200,00

Dívida de:

- Carlos António 9.030,00

- Cândido Bernardo 17.750,00

2 Secretárias 2.120,00

4 Cadeiras de escritório 710,00

Depósitos no BIC 37.450,00

2 Sofás 480,00

Equipamentos diversos 430,00

TOTAL ACTIVO 240.700,00

PASSIVO

Dívidas à:

- Fonseca Alberto 7.160,00

- Fernandes Benedito 2.090,00

Dívida à papelaria H, Lda. 2.100,00

Empréstimo contraído no BIC 51.500,00

TOTAL DO PASSIVO 62.850,00

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Exemplo: Inventário Classificado

ACTIVO

11 IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS

- Edifícios 134.000,00

Equip. de carga e transporte

- Viatura 31.200,00

Equip. Administrativo

- Uma máquina registadora 1.120,00

- Um frigorífico 250,00

- Conjunto de estantes 400,00

- 2 Secretárias 2.120,00

- 4 Cadeiras 710,00

- 2 Sofás 480,00

- Equipamentos diversos 430,00


5.510,00

26 Mercadorias
3.960,00
- 2 Máquinas de escrever
5.260,00
1.300,00
- 4 Máquinas calculadoras

31 Clientes
9.030,00
- CA
26.780,00
17.750,00
- CB

Disponível
37.450,00
43 Depósito a Ordem
37.950,00
500,00
45 Caixa

240.700,00
TOTAL DO ACTIVO

PASSIVO

32 Fornecedores

- AF 7.160,00

- FB 2.090,00

- Papelaria H, Lda 2.100,00 11.350,00

33 Empréstimos Bancários

- Empréstimo no BIC 51.500,00

TOTAL DO PASSIVO 62.850,00

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Exercícios de aplicação e consolidação

O Balanço
 Noção e Classificação
O Balanço é uma demonstração contabilística destinada a evidenciar, quantitativamente e
qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira de uma entidade.

O Balanço é constituido pelas seguintes classes:

- Activo: Recursos (bens e direitos) controlados por uma entidade como resultado de acontecimentos
passados e dos económicos futuros. Estes recursos posem dividir-se em duas categorias principais:
a) Activo não corrente, que se espera que permaneçam na posse da entidade por um período superior a
um ano.
b) Activo Corrente: que se espera que permaneçam na posse da entidade por um período até umano.

Passivo: obrigações presentes da entidade provenientes de acontecimentos passados, da liquidação dos


quais se espera que resultem em diminuições de recursos da empresa incorporando benefícios económicos.

Estas obrigações podem dividir-se em duas categorias principais:


a) Passivo não corrente, que se espera que venham a ser liquidados pela entidade num período superior a
um ano.
b) Passivo corrente, que se espera que venham a ser liquidados pela entidade num período até um ano.

 Classificação
O Balanço pode ser representado na forma horizontal e vertical, podendo ainda, ser simples,
sintético, analítico.

- Horizontal – o primeiro membro aparece do lado esquerdo, o segundo membro vem do lado direito.
Activo Cap. Próp. e Passivo

1º Membro 2º Membro

Aplicações Origens

- Veritical – o segundo membro aparece imediatamente abaixo do primeiro.


Activo

1º Membro - Aplicações

Cap. Próp. e Passivo

2º Membro – Origens

- Balanço sintético: é aquele em que o grau de pormenorização é mínimo. O mais sintético dos balanços é
o que nos dá apenas a conhecer os valores totais do activo, do capital próprio e do passivo.
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- Balnço analítico: quando as contas que o compõem são dispostas segundo uma certa ordem, dependente
das suas características, natureza ou função.

Representação gráfica

BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2018


Valor em AKZ Valor em AKZ

DESCRIÇAO NOTAS 20xx 20xx-1


ACTIVO

ACTIVO NÃO CORRENTE


Imobilizações Corpóreas ………………………. 4 -
Imobilizações Incorpóreas …………………….. 5 -
Investimentos Financeiros..…………………….. 6 -
Outos Activos Financeiros..…………………….. 7 -
Outros Activos Não Correntes………………….. 9 -
TOTAL ACTIVO NÃO CORRENTE - -

ACTIVO CORRENTE
Existências………………………………………. 8 - -
Contas a Receber………………………………. 9 -
Disponibilidades…………………………………. 10
Outros Activo Corrente………………………….. 11
TOTAL DO ACTIVO CORRENTE - -
TOTAL DO ACTIVO - -

CAPITAL PROPRIO E PASSIVO


CAPITAL PROPRIO
Capital……………………………………………. 12 -
Reservas…………………………………………. 13 - -
Resultos Transitados…………………………… 14
RESULTADOS DO EXERCICIO……………….
TOTAL DO CAPITAL PROPRIO - -

PASSIVO NÃO CORRENTE


Empréstimo a Médio e Longo Prazo…………. 15 - -
Impostos Diferidos 16 - -
Provisões para Pensões……………………….. 17 - -
Provisões para Outros Riscos e Encargos….. 18 - -
Outros Passivos Não Correntes……………….. 19 - -
TOTAL DO PASSIVO NÃO CORRENTE - -

PASSIVO CORRENTE
Contas a Pagar………………………………… 19
Empréstimo a Curto Prazo……………………. 20
Outros Passivos Correntes…………………… 21 -
TOTAL DO PASSIVO CORRENTE - -
TOTAL CAPITAL PROPRIO E PASSIVO - -

Equação fundamantal da Contabilidade


A = P+SL
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Exercício de aplicação

A Conta

Se observarmos com atenção, o património da empresa, verificamos que há elementos patrimoniais


com características semelhantes que se poderiam agrupar. O seu agrupamento apresenta vantagens, pois
permitindo uma melhor arrumação, facilita o estudo do património empresarial. Cada agrupamento de
elementos patrimoniais com características semelhantes forma um subconjunto do conjunto de todos
elementos patrimoniais da empresa. A cada um deste subconjunto damos o nome de Conta.

Assim, Conta: é um conjunto de elementos patrimoniais com características semelhantes (comuns)


expressos em unidades de valor.

 Classificação
Em qualquer conta se considera os seus aspectos quantitativos e qualitativos, ou seja, a sua compreensão e
extensão.

- Compreensão

A compreensão de uma conta é determinada pelas características comuns e específicas dos elementos
nela agrupados, devendo ser evidenciada, claramente possível, pelo Título dessa conta. Por exemplo, o título
“Mercadorias”, diz-nos que se agrupam nesta conta todos os bens que o comércio para revenda.

A compreensão das contas define-se uma única vez, não devendo alterar-se para que as contas se
possam distinguir umas das outras pelo seu título.

- Extensão

Entende-se por extensão, o valor da conta expressa em unidades monetárias. Este valor aumenta e
diminui conforme as operações e acontecimentos da vida da empresa, ou seja, com os factos patrimoniais,
observe o exemplo:

Mercadorias  Compreensão

250.000.00

Extensão

Em conformidade com a natureza dos elementos que constituem o património, as contas poder-se-ão
classificar em:

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- Contas do Activo

- Contas do Passivo

- Contas da Situação Líquida

- Contas de Resultados, compreendem as contas de despesas e receitas.

Nota: Dizemos que as contas de resultados provocam variações patrimoniais porque as receitas geram
lucros que aumentam o património líquido e as despesas, geram prejuízos que diminuem o património
líquido.

1- Agregação dos elementos Patrimoniais em Contas


No quadro seguinte estão as contas mais utilizadas nos registos contabilísticos das empresas.

Contas do Activo

Título da conta Observações

Caixa * Inclui os meios líquidos de pagamento, tais como:


Notas, Moedas, Valor de Correio, vales postais, e
Cheques em Carteira.

Depósitos a ordem * Inclui os meios líquidos de pagamento existentes em


contas á vista nas instituições Bancárias.

Clientes * Inclui todos os compradores de Mercadorias, produtos


e serviços (a prazo) vendidos pela empresa.

Empréstimos Concedidos * Inclui as dívidas a receber de terceiros, resultantes de


empréstimos concedidos.

Outros valores a receber * Inclui as dívidas a receber, de terceiros não


considerados clientes.

Destina-se a registar e controlar os vales dos empregados


relativos a adiantamentos efectuados.
Pessoal

Mercadorias * Inclui os bens adquiridos pela empresa com destino a


venda. (bens comercializáveis). Não sujeitos a qualquer
transformação.

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Imobilizáveis Financeiros Inclui as participações de capital e outros títulos


adquiridos pela empresa com carácter de permanente
para rendimento.

Imobilizações Corpóreos ou * Inclui os elementos patrimoniais móveis e imóveis da


empresa com carácter permanente. Não se destinam a
(Meios Fixos)
comercialização.

* Inclui os elementos patrimoniais sem a existência física,


tais como trespasses, patentes, marcas, alvarás, licenças,
Imobilizações Incorpóreos
despesas de constituição, programas informáticos.

Contas do Passivo

* Engloba todas as dívidas a pagar, resultantes


da aquisição, pela empresa, de bens e
Fornecedores
serviços, com excepção dos destinados ao
imobilizado.

* Inclui todos terceiros com que a empresa


tem dívida a pagar, que não seja pelo
Outros Valores a pagar
fornecimento de mercadorias.

* abrange as operações com a administração


central e local e as instituições de Previdência.
Estado

* Destina-se a registar e controlar o


processamento das remunerações, seja aos
Pessoal
órgãos sociais, seja aos restantes funcionários

Contas da Situação Líquida ou Capital Próprio

* Representa a soma das quotas, partes


subscritas pelos sócios de sociedade e
Capital
contendo no pacto social. Valor do património
no inicio da actividade.

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* São contas em geral à base da retenção de


lucros, visando o aumento dos meios de acção
Reservas
das empresas (auto financiamento), etc.

* Esta conta visa o apuramento dos


resultados de cada exercício económico – que
Resultados
pode ser lucro ou o prejuízo do exercício (o
seu valor é precedido de sinal + se for lucros e
– se for prejuízo).

2- Principais Contas de Custos e Proveitos (Contas de Gestão)

Contas de Custos Contas de Proveitos

- Custos das Existências Vendidas e - Vendas


Matérias Consumidas (C.V.M.C.).
- Prestação de serviço.
- Subcontratos.
- Trabalho da Própria empresa.
- Fornecimento e Serviço de Terceiro
- Subsídios destinados a produção.
(FST).
- Receitas suplementares.
- Impostos.
- Receitas financeiras correntes (proveitos).
- Despesas com pessoal.
- Receitas de aplicações financeiras.
- Despesas financeiras.
- Outras receitas (proveitos).
- Outras despesas e encargos.
- Utilização de provisões.
-Amortizações e reintegrações do
exercício.

- Provisões do Exercício

3- Representação Gráfica

Graficamente as contas podem ter a configuração de um T conforme se diz na gíria e que


contabilisticamente designa-se por Razão.

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Ex: D Titulo da Conta C

Extensão Extensão

4- Regras de Movimentação das Contas

Sendo o património da empresa composto por bens, direitos e obrigações organizados em subgrupos
de elementos com características comuns (contas) e agrupadas em massas patrimoniais, o conhecimento das
de movimentação destas cartas, é tão importante para uma clara e credível informação de situação
económica e financeira da empresa.

a) Regras de Movimentação das Contas do Activo

Ex:

D Conta do Activo C

Extensão inicial Diminuição de


e aumento extensão.
de extensão

As contas do Activo são debitadas pela sua extensão inicial e pelos aumentos de extensão e
creditadas pelas diminuições de extensão.

b) Regras de Movimentação das Contas do Passivo


Ex:

D Conta de Passivo C

Diminuição Extensão Inicial


de e
Extensão Aumento de extensão

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As contas do Passivo são debitadas pelas diminuições de extensão e creditadas pela extensão inicial
e pelos aumentos de extensão.

c) Regra de Movimentação das Contas de Custo

Ex:

D Conta do Custo C

Debitada pelos Pelas devoluções (é raro acontecer)


custos Pelas transferências (é feita no fim do
período).

As contas de Custos (despesas) - são debitadas sempre que se suporta um custo.

d) Regra de Movimentação das Contas de Proveitos


Ex:
D Conta do Proveito C

Pelas devoluções Creditada pelos


proveitos
Pelas transferências

As contas de Proveitos (receitas) - são creditadas sempre que se obtém um proveito.

5- Requisitos fundamentais

As contas obedecem dois requisites fundamentais:

- Homogeneidade: A conta só deve conter elementos que tenham as características que ela define,
exemplo: A dívida de um cliente à empresa, nunca poderá ser registada numa conta que não indique
uma dívida a receber.
- Integralidade: Todos elementos que tenham a mesma característica devem estar incluídos na mesma
conta. Exemplo: A conta Mercadorias, deverá incluir todos os tipos de mercadorias transaccionadas
pela empresa.

Exercícios de aplicação e consolidação.

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