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REVISTA CONTEÚDO ARTIGO

A evolução da contabilidade e o mercado de trabalho para o contabilista

Anderson Meira Cotrin1


Aroldo Luiz dos Santos 2
Laerte Zotte Junior3

RESUMO
A presença do profissional contábil é cada vez mais imprescindível para a sociedade e para as
organizações, assim a ideia do profissional que somente preenchia guias e realizava seu
pagamento deve ser deixada para trás. Assim, hoje, a principal característica da profissão de
contabilista será o crescimento aplicado no desenvolvimento humano, organizacional e social.
Em razão disso, o contabilista deve estar qualificado para acompanhar as mudanças e se
adaptar às novas realidades. Hoje e no futuro, a contabilidade continuará sendo a principal
ferramenta de controle empresarial e, segundo especialistas, há uma grande carência de
profissionais qualificados no mercado de trabalho para a execução de várias tarefas, desde a
escrituração, análise, perícia e auditoria. Com um novo perfil, mais completo e dinâmico, o
contabilista terá seu mercado de trabalho ampliado, e com uma valorização pessoal e
financeira crescente. Dessa forma, o presente estudo visa explorar como o perfil do
contabilista pode ser modificado frente às evoluções do mercado.

Palavras-chave: contabilista; carreiras; contabilidade; desenvolvimento profissional.

The evolution of accounting and the labour market for accountant

ABSTRACT
The presence of professional accounting is increasingly essential for society and for
organizations, so the idea that only meet the professional guides and performed its payment
shall be left behind. So today, the main feature of the accounting profession is the growth in
applied human development, organizational and social. As a result, the accounting officer
must be qualified to follow the changes and adapt to new realities. Today and tomorrow, the
accounts remain the main tool of corporate control and, according to experts, there is a great
lack of qualified professionals in the labor market to perform various tasks, from
bookkeeping, analysis, and audit expertise. With a new profile, more complete and dynamic,
the accountant will have expanded its labor market, and a growing financial and personal
enhancement. Thus, this study aims to explore how the profile of the accounting can be
modified in the face of market developments.

Keywords: accountant; careers; accounting; professional development.

1
Especialista em Contabilidade Internacional PUC SP. Coordenador do Curso de Ciências Contábeis CNEC Capivari.
2
Mestre em Administração pela Universidade de Guarulhos; Professor Universitário CNEC Capivari.
3
Mestre em Administração pela Unisal; Professor Universitário CNEC Capivari.

© Revista Conteúdo, Capivari, v.2, n.1, jan./jul. 2012 – ISSN 1807-9539 44


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Introdução
Pode-se afirmar que o contabilista moderno deve estar sempre preocupado, lendo e
aperfeiçoando-se sempre, porque a contabilidade, por ser uma ciência, está em constante
modificação, e quem não se atualizar perderá sua posição para profissionais de outras áreas.
A contabilidade oferece informações necessárias para as tomadas de decisões, sendo
assim, os contabilistas devem acompanhar a evolução, pois as informações, hoje, ganharam
muita velocidade com os avanços tecnológicos.
Carvalho apud Feital (2012), afirma que:

O fim do curso de graduação, por si só, não garante o sucesso profissional. Muito
pelo contrário, é o início de uma longa caminhada, que tem como pressuposto básico
a educação continuada. Afinal as empresas estão procurando profissionais cada vez
mais especializados, que possuam uma visão generalista e sejam capazes de conectar
fatos, acontecimentos em várias áreas e ajudar as empresas na consecução dos seus
objetivos.

Este artigo tem o objetivo de chamar a atenção dos estudantes e profissionais de


contabilidade para a necessidade de se atualizar e buscar o desenvolvimento contínuo dos seus
conhecimentos. O texto parte de um estudo exploratório baseado em bibliografias das áreas
contábil e desenvolvimento profissional.

A Contabilidade: Origem e Evolução histórica


A história da contabilidade é tão antiga que nos remete à própria história da
civilização. Ela está ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social e
interpretação dos fatos ocorridos com o objetivo material de que o homem sempre dispôs para
alcançar os fins propostos.
Alguns historiadores relatam que os primeiros sinais da existência das contas datam de
aproximadamente 4.000 A. C.. Entretanto, antes disto, o homem primitivo, ao inventariar as
primeiras ferramentas e instrumentos de caça e pesca disponível, ao contar seus rebanhos, já
estava praticando uma forma rudimentar de contabilidade.
Oliveira e Nagatsuka apud Feital (2012) afirmam que:t

Alguns pesquisadores afirmam que o início das práticas relacionadas com o controle
das contas data mais de mil anos antes de Cristo. Para outros, tais preocupações são
tão velhas quanto a humanidade. Para mensurar, avaliar, e controlar seus bens

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pessoais desde os tempos remotos, os reis, faraós, comerciantes, agricultores, etc;


utilizavam técnicas de registros, o que pode ser entendido como o início da
contabilidade como hoje é conhecida.

Com o desenvolvimento cultural, social e econômico, foi que a contabilidade passou a


evoluir. No período do Renascimento Cultural, surge a figura do Frei Luca Bartolomeo de
Pacioli, considerado um dos mais estudiosos da época, e que consagrou-se como uma das
maiores mentes de seu tempo, e tornou-se conhecido como “pai da contabilidade”.

Chegando à história recente, constata-se mais do que nunca a importância da


contabilidade e das informações geradas pela mesma. Nos últimos séculos, ocorreu uma
grande evolução das técnicas contábeis: O surgimento da auditoria, o desenvolvimento da
contabilidade de custos, e o aumento da importância da contabilidade como ferramenta
gerencial, estas são algumas das inovações que surgiram nos novos tempos, trazidas pela
propagação da escola americana.

A prática contábil teve início através da necessidade de registros das bancas de


comércio. Indícios apontam que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática
do comércio não era exclusiva destes, já sendo praticadas nas principais cidades da
antiguidade.

[...] É claro que a contabilidade teve evolução relativamente lenta até o aparecimento
da moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, os negociantes
anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros, porem, obviamente,
tratava-se de um mero elenco de inventário físico, sem avaliação monetária.
(MARTINELLI, 2002).

Segundo Feital ET. AL (2012), a prática de troca e venda dos comerciantes semíticos
exigia o acompanhamento das variações de seus bens. As trocas de bens e serviços eram
seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas na Babilônia as cobranças de
impostos, já se faziam com escritas, embora rudimentares. Relatos evidenciam que escriba
egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 A.C.

À medida que o homem começava a aumentar seus bens, preocupava-lhe saber quanto
poderiam render e qual a forma mais simples de aumentá-los, pois quando já em maior
volume estas informações não eram de fácil memorização, necessitando de registros.

Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que
pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.

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Com a aparição das primeiras administrações particulares, surge a necessidade de


controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar
conta da coisa administrada.
É bom lembrar que, naquele tempo, não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e
trocas eram à vista. Mais tarde, como prova de dívida ou quitação, eram utilizados ramos de
árvore. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever), no Egito, antigo
facilitou o registro de informações sobre negócios.
Conforme o desenvolvimento das operações econômicas foram se tornando mais
complexas, o seu controle refinou-se. Na República Romana (200 A.C.) nos registros
governamentais já eram utilizadas as receitas de caixa, que eram classificadas como rendas e
lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões.
Durante o período medieval, os governos locais e a Igreja introduziram diversas
inovações na contabilidade. É na Itália que surge o termo Contabilitá.
A prática da contabilidade se desenvolveu de acordo com as necessidades e tendências
mundiais. Sendo assim, a evolução contábil se resume em quatro etapas: Mundo Antigo,
Medieval, Moderno e Científico.
No mundo antigo a contabilidade surge com as primeiras civilizações e vai até 1202 da
Era Cristã. A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como objeto o
patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos.
A contabilidade do mundo medieval, período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494,
foi um período importante tanto na história do mundo, quanto na história da contabilidade.
Foi quando a indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de
mineração e metalurgia. Com isso surge o livro caixa, que recebia registros de recebimentos e
pagamentos em dinheiro, era utilizado de forma rudimentar o débito e o crédito.
A contabilidade do mundo moderno, período que vai de 1494 até 1840, é considerada
a fase da pré-ciência. Para se estabelecer um controle das inúmeras riquezas, que o novo
mundo representava, a contabilidade tornou-se uma necessidade. A introdução da técnica
contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciante italianos do sec. XII.
Quando apareceu o Tratactus de ComputisetScripturis (Contabilidade das Partidas Dobradas)
de Frei Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do débito e do
crédito corresponde a teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para
inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Pacioli apesar de ser

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considerado o pai da contabilidade, não foi o criador das partidas dobradas, o método já era
utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o século XIV.
E finalmente com a contabilidade do mundo científico, que se inicia em 1840 e
continua até os dias de hoje. A teoria contábil avançou de acordo com as novas necessidades
que se apresentaram, mas foi nos EUA que a contabilidade evoluiu para a prática. A maioria
dos autores da época preocupou-se mais em mostrar a contabilidade como uma ciência, do
que comprovar as ideias que surgiam. Era consistida na difusão idealista, sem pesquisas.
Muitas das teorias não tinham aplicação e o uso exagerado das partidas dobradas dificultava a
flexibilidade necessária. Com o surgimento de companhias, como as multinacionais ou
transnacionais, por exemplo, onde são requeridos grandes capitais, e com um grande número
de acionistas, foi à primeira causa da utilização das teorias e práticas contábeis, pois
permitiam a correta interpretação das informações, por qualquer acionista ou outro
interessado, em qualquer parte do mundo.
Silva apud Feital (2012) afirma que:

O conjunto de esforços e aprimoramento fez a ciência contábil evoluir na época


clássica de “logos” (lógica e ciência), conforme (Apud - Masi 1971), sendo depois
considerada uma “rationandiscientia” (ciência racional) no estudo de suas contas,
nas aplicações de orientação aos empreendimentos de capital público e privado; no
auxilio governamental e privado nas trapezas de acordo com D’ Áuria (1959) – tal
como eram chamados os bancos na Grécia antiga – e nas famílias que também
escrituravam e praticavam os registros contábeis.

A evolução da contabilidade mostra que uma cultura deriva quase que inteiramente de
outras e que a contabilidade não é apenas uma consequência da evolução do homem e, sim, a
base, por que foi a partir do sistema de contas, que o homem organizou-se deixando de ser
primitivo e passando a raciocinar de maneira organizada. Podendo-se afirmar que um sistema
de contabilidade não falta nem mesmo na mais rudimentar das organizações.

A Evolução da Contabilidade no Brasil


No Brasil, a vinda da Família Real portuguesa incrementou a atividade colonial,
exigindo um melhor aparato fiscal, já que houve um aumento dos gastos públicos e também
das rendas dos Estados. Com isso constitui-se o Erágio Régio ou o Tesouro Nacional e
Público, juntamente com o Banco do Brasil (1808). Neste mesmo ano, foi realizada a primeira

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referência oficial à escrituração e relatórios contábeis, elaborada pelo Príncipe Regente D.


João VI, conforme dispõe o texto da Carta:

Para o método de Escrituração e fórmulas de Contabilidade de minha real fazenda


não fique arbitrário a maneira de pensar de cada um dos contadores gerais, que sou
servido criarem para o referido Erário: - ordeno que a escrituração seja mercantil por
partidas, por ser a única seguida pelas nações mais civilizadas, assim pela sua
brevidade, para o manejo de grandes somas como por ser mais clara e a que menos
lugar dá a erros e subterfúgios, onde se esconde a malícia e a fraude dos
prevaricadores. (D. João VI, carta apud FEITAL, 2012).

Somente profissionais que estudassem aulas de comércio, poderiam realizar o


processo de escrituração das contas, sendo que essas aulas realizadas no Brasil eram
originárias de Portugal, e preparavam os empregados do comércio para o exame na Junta
Comercial.
No Brasil, a contabilidade teve influência tanto da escola italiana quanto da americana,
sendo que a primeira foi a que influenciou inicialmente o país, porém foi na segunda que o
Brasil baseou-se para formação da Lei das Sociedades por Ações, que ocorreu a partir da
Resolução nº 220 e da circular nº 179 do BC e para a implantação do ensino acadêmico.
A Escola de Comércio Álvares Penteado, criada em 1902, foi a primeira escola
especializada no ensino da contabilidade. Nesta instituição, professores de grandes nomes,
como Francisco D’Auria, Frederico Herrmann Júnior, Coriolano Martins, abriram portas para
a pesquisa contábil. Segundo Iudícibus (1997), D’Auria teve o mérito de ser o mais
“brasileiro” dos autores famosos da época, no sentido de que conseguiu formar o que se
poderia chamar de embrião de uma autêntica escola brasileira, mas foi na Faculdade de
Ciências Econômicas e Administrativas da USP, fundada em 1946, que o Brasil ganhou seu
primeiro núcleo efetivo, contribuindo com o surgimento dos escritores da literatura contábil
nacional.
Hoje, a contabilidade brasileira apresenta-se em uma situação contraditória, onde a
qualidade das normas contábeis é superior à qualidade atual dos profissionais da área,
principalmente agora com o surgimento da nova Lei das Sociedades Anônimas (S.A.). Tal
fato se deve, em parte, a expansão do número de Universidades pelo país, sendo a maioria
privada, algumas com cursos de baixa qualidade. Porém, pode-se constatar que, por outro
lado, existem contadores de grande qualificação.

O Perfil do Contabilista

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O contabilista é um profissional que trabalha com a área econômica, financeira e


patrimonial de uma ou mais organizações. É o responsável pelos registros dos atos e fatos,
elaboração das demonstrações contábeis e pelo estudo dos elementos que formam o
patrimônio das organizações.
O bacharel em ciências contábeis pode atuar em diversas áreas, segundo Alberto
(2007):
[...] aquele que optar pelo curso de Contabilidade terá inúmeras alternativas, entre as
quais: contador, auditor, gerente de controladoria, analista financeiro, perito
contábil, consultor contábil, professor de contabilidade, pesquisador contábil.

Segundo Zanluca (2012), a área de atuação do profissional contábil é bastante ampla,


oferecendo inúmeras alternativas de trabalho. Dentre algumas áreas, além da tradicional
atuação na prática de escrituração contábil, destacam-se:

1. Perícia Contábil - apuração de haveres, lucros cessantes, impugnações fiscais e


avaliação de patrimônio líquido.

2. Auditoria: exame e emissão de pareceres sobre demonstrações financeiras, controles


internos e gestão.

3. Fiscal: fiscalização de contribuintes ou de contas de entes públicos.

4. Gestão de Empresas – administração de finanças, custos e fluxo de caixa e


empreendimentos de qualquer porte.

5. Gestão Pública – atuação em áreas de planejamento, finanças, administração e


contabilidade pública.

6. Atuarial - área estatística ligada a problemas relacionados com a teoria e o cálculo de


seguros.

7. Consultoria – aos 3 setores da sociedade (iniciativa privada, governos e ONG´s).

8. Ensino – atuação em dezenas de disciplinas como Contabilidade Rural, Contabilidade


de Custos ou Orçamento Público

Atualmente, a função básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da


contabilidade para a tomada de decisão, por isso, cada número e informação têm seu
significado, tudo é importante, pois cada dado avaliado traduz a representatividade dos
negócios da empresa.

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É muito importante que o contabilista exerça a profissão com ética, qualidade e


honestidade, pois possui acessos a muitas informações, sendo algumas sigilosas, por isso é
ocupado por esse profissional um cargo de confiança e respeito dentro da organização.

A Evolução Histórica do Profissional da área Contábil


No início da prática contábil, o profissional que exercia essa função era chamado de
guarda-livros, e sua principal responsabilidade era a escrituração dos livros mercantis. Era
conhecido também como um funcionário indireto do governo, pois era responsável em efetuar
cálculos de impostos e preenchimentos de guias.
A história do profissional contábil teve um desenvolvimento lento e foi, em 1930, a
regulamentação à ordem dos contadores do Brasil, e, em 1931, sendo a primeira profissão
regulamentada no país, o Governo Provisório estabeleceu o registro obrigatório dos guarda-
livros e contadores na Superintendência do Ensino Comercial.
A expressão guarda-livros desapareceu com o tempo, dando lugar à expressão
contador, que ganhou mais status perante a sociedade. Nos dias de hoje, a profissão do
contador é de extrema importância podendo ser comparada com a de um médico, pois é este
profissional que irá cuidar da “saúde” da empresa, sendo indispensável a presença do
profissional contábil dentro de uma organização.
O atual ambiente empresarial, caracterizado por uma grande concorrência, tem exigido
que os contadores estejam em constante evolução, ampliando suas habilidades pessoais,
entendimento do negócio e participando ativamente no processo de gestão para atender de
forma eficaz as demandas desse novo ambiente, definindo assim o novo perfil do profissional
contábil.
O novo perfil do contabilista é de uma pessoa que reúne conhecimentos técnicos e
sociais em função do vasto mercado que tem a sua disposição. Com isso, sabe-se que a
melhor remuneração está ligada à qualidade dos serviços prestados e essa qualidade só será
alcançada com dedicação aos estudos e uma essencial base teórica e técnica, e uma integração
com a empresa no seu todo.
O contabilista deve passar de um simples profissional, deixando a postura de quem
executa o trabalho de forma mecânica, muito parecida com uma linha de produção, deixando
de manter seus conhecimentos somente na área em que atua, passando assim a ser um
contador “aplicado”, empenhando-se para analisar a empresa extraindo as melhores

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informações para auxiliar os empresários de forma correta, estar sempre atualizando seu
currículo em busca de saber quais são as novas técnicas e conceitos contábeis, pois estão em
constantes mudanças e procurar se relacionar com outras áreas como administração,
economia, direito etc.
O mesmo se deve para os profissionais que executam o trabalho contábil das empresas
em seus escritórios, pois mesmo não estando fisicamente dentro da empresa, devem dar o
auxílio necessário aos empresários, principalmente aos proprietários das micro e pequenas
empresas, a crescerem, estruturarem-se e a solidificar seus empreendimentos.

[...] O profissional contábil gerencia todo o sistema de informação, os bancos de


dados que propiciam tomadas de decisões tanto dos usuários internos como
externos. Toda sociedade espera transparência dos Informes Contábeis, resultados
não só de competência profissional, mas, simultaneamente, de postura ética.
(MARION, 2009, p.29.)

Atualmente, os contadores gerenciais já atuam mais tempo como um consultor interno


ou como um analista de negócios dentro das organizações, pois entendem a lógica das contas
e o que elas fornecem de informações, para que se tomem as decisões. Essa mudança só foi
possível com os avanços tecnológicos da informática, possibilitando que os contadores
fiquem liberados de alguns trabalhos rotineiro, passando a ter mais tempo para analisar e
interpretar as informações contábeis.
Com esses avanços, os contabilistas passaram a ter um banco de dados para armazenar
todas as informações financeiras, capaz de emitir relatórios que podem abranger o passado, o
presente e o futuro da empresa.
É de suma importância que o contador se preocupe com a utilidade, transparência, e
objetividade das demonstrações contábeis, pois com base nelas os gestores tomam suas
decisões para a prosperidade da empresa.
É evidente que o contador de hoje não pode mais apenas efetuar as escriturações
contábeis ou o famoso débito e crédito, deve o profissional ter uma visão gerencial,
ampliando seu conhecimento acerca da contabilidade para que possa dar o suporte necessário
às empresas e praticando o seu marketing organizacional e pessoal.
O profissional de contabilidade deve ter em mente que a valorização de seu trabalho se
fundamenta, essencialmente, na capacidade técnica, na experiência prática, no comportamento
ético e na responsabilidade social.

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A Importância da Ética para o Profissional Contábil


Segundo Iudícibus (2011), a profissão contábil é uma das mais antigas, passando ao
longo do tempo por muitas mudanças nos procedimentos e fatos contábeis. Devido a esta
evolução, o profissional passou a ser de extrema importância no desenvolvimento das
organizações, portanto, a fraude também passou a ser mais frequente, resultando assim o
fracasso de muitos empresários. Afinal, o papel do contabilista é de mudar esse paradigma
que afeta, infelizmente a classe contábil.
Atualmente, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação ás questões
éticas pode ser o seu diferencial no mercado. A ética profissional insiste na conduta do
contabilista de modo a acrescentar algo a ele, enquanto ser humano e a sociedade.
O Profissional de Contabilidade deve cumprir o código de ética do profissional
contábil, a fim de estimular a execução da lei e, sobretudo conscientizar o profissional no que
tange a honestidade, integridade e ética, que são os princípios a serem seguidos pelos
contadores, sobretudo garantindo a transparência nos procedimentos contábeis e zelando pela
moralidade da classe.
Para acabar com os problemas que tanto preocupam a classe contábil, o Conselho
Federal de Contabilidade (CFC) aprovou a Lei 803/96, Art. 1º diz categoricamente: “Este
Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os
contabilistas, quando no exercício profissional.”.
Foram propostos para o profissional de contabilidade, através deste código, os
procedimentos corretos do exercício da profissão, a fim de transparecer a idoneidade do
profissional e, também do patrimônio da organização. Na referente Lei existem dois pilares
fundamentais que consolidam a ética, que são os princípios que dizem respeito à idoneidade
do profissional e as regras, referindo-se à disciplina que o contador deve ter perante o cliente e
também para a sociedade em geral.
O profissional nunca deve abrir mão dos princípios e dessas regras, pois é necessário
desenvolver uma boa estratégia para garantir a manutenção da ética.
A ética profissional deve também substituir o egoísmo, o individualismo e a
competição entre os profissionais por um comportamento amigo e solidário, pois é a única
maneira de um crescimento individual e coletivo.
Para se ter uma sociedade mais justa, humana e menos discriminatória, os
profissionais devem ser capazes de pensar e de criar valores, e não de serem manipulados e

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modelados, por isso o código de ética profissional assumi um compromisso de vida,


enfrentando todas as práticas tradicionais e inadequadas.

Hoje, mais do que nunca, a atitude dos profissionais em relação às questões éticas
pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso. Basta um deslize, uma
escorregadela, e pronto. A imagem do profissional ganha, no mercado, a mancha
vermelha da desconfiança. (JACOMINO, 2000, p.28)

A ética está relacionada à opção entre o bem e o mal, por isso cabe ao profissional
saber de suas escolhas e atitudes, pois cada uma reflete num resultado que pode ser o
diferencial do profissional no mercado de trabalho.

A Graduação do Profissional Contábil


O volumoso aumento na oferta de cursos de nível superior no Brasil, a implantação de
novas formas de avaliá-los e a necessidade das organizações por profissionais aptos a operar
instrumentos de gestão cada vez mais sofisticados exigem dos bacharelandos em Ciências
Contábeis a busca por novos conhecimentos.
Essas exigências ocorrem em razão do desempenho esperado pelo profissional
contábil para o futuro da sociedade, principalmente por ser a contabilidade um valioso
instrumento para se medir o conflito existente entre os principais grupos de agentes
econômicos: governos, empresas e investidores.
A busca pela graduação em Ciências Contábeis começa com o ingresso do estudante
em um curso universitário após a conclusão do ensino médio, o curso tem duração de quatro
anos, abrangendo cerca de 3200 horas-aula.
Para se obter o diploma de bacharel em contabilidade, com todos os privilégios
atribuídos à profissão os órgãos de classe impõem uma rigorosa bateria de exames. Após
conquistar o diploma universitário, o CFC determina que o profissional seja submetido a
realizar um exame de suficiência do conhecimento adquirido. Ao ser aprovado o bacharel
estará habilitado para o exercício da profissão nas áreas de especialização, como perito
contador, auditor de companhias fechadas, contabilidade gerencial ou pública, assessoria
tributária.
Para os profissionais que desejam atuar na área de auditoria de empresas abertas ou
instituições financeiras a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exige que seja realizado
exames adicionais de conhecimento específico, que são elaborados pelo CFC. Não é exigido

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estágio prático profissional anterior em empresa de auditoria independente ou instituição


financeira.

Feital (2012) afirma que, o Brasil concede total responsabilidade ao contador em troca
de um baixo nível de educação contábil, aceitando como pré-requisito o conhecimento básico
adquirido no curso de graduação, sem avaliar a qualidade variável das faculdades de
contabilidade, além de intitular de contador o profissional responsável por assinar balanços.

[...] o profissional preparado para escrituração da contabilidade está com seus dias
contados. Os estudantes que agora estão ingressando em uma faculdade de Ciências
Contábeis devem ser preparados para interpretar, entender, analisar os Relatórios
Contábeis, tirar conclusões úteis para assessorar as tomadas de decisão. (MARION
2009, p. 18)

É importante que o ensino das Ciências Contábeis evolua de forma intensa vistas à
formação de profissionais, competentes e qualificados acompanhando o desenvolvimento
dessa ciência.
O destaque no ensino que consiste no repasse do conhecimento do professor ao aluno,
a carência de estímulos pela busca por novos conhecimentos, o distanciamento cada vez
maior entre as novas necessidades da profissão contábil e o ensino universitário, assim como
alguns problemas evidenciados na formação pedagógica de muitos professores, são
indicadores da necessidade por adaptações no ensino aplicado nos cursos de Ciências
Contábeis.
Através de todo o trabalho e das condições do desenvolvimento histórico e cultural do
País, a docência, enquanto atividade tradicional da relação entre professor e aluno surge como
mediadores para investigar discussões, reflexões ou nova pratica no contexto da universidade,
especificamente no curso de Ciências Contábeis.
Entretanto, a qualidade dos cursos de formação em Ciências Contábeis consiste em
uma excelente reprodução técnica. É necessário buscar o crescimento no preparo do docente,
transformando-o em um educador responsável. O Educador é um profissional responsável por
mudanças, transformação de comportamento e base para o desenvolvimento do potencial
intelectual, efetivo e moral de cada discente.
Talvez se atribua a culpa do processo a falta de comprometimento político a que foi
submetido, porém, não se pode deixar que esse fato justifique a acomodação de muitos
profissionais.

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É de fundamental importância que o professor se conscientize das necessidades futuras


no processo educacional, onde os educadores são responsáveis por preparar o futuro
doutrinário e metodológico do ensino.
O grande crescimento da demanda pelo profissional de contábeis no mercado de
trabalho é inevitável e isso exige que as pessoas comprometidas procurem se adequar a essa
nova realidade.

A necessidade do Exame de Suficiência


As modificações no ambiente de trabalho do profissional contábil variam
constantemente devido às mudanças decorrentes dos órgãos reguladores, globalização,
tecnologia de informações e comunicação. Sua atuação não se limita a fornecer informações a
credores e investidores, mas no atendimento aos usuários de informações financeiras e não
financeiras. Um aspecto a destacar é a complexidade das organizações e suas transações que
buscam profissionais cada vez mais eficientes para satisfazer as novas exigências.
Devido às diversas mudanças na economia e nas organizações que a demanda por
novos conhecimentos está se tornando muito56frequente entre os profissionais da classe
contábil.
A atuação no mercado de trabalho dos contabilistas cresceu muito nos últimos anos, o
que significa uma quantidade significativa de profissionais entrando em um mercado exigente
e competitivo.
Com o passar dos anos, vêm ocorrendo muitas mudanças na esfera do conhecimento
técnico e especializado estão sendo analisadas várias maneiras de avaliação, para que se possa
mensurar a capacidade de um profissional atuar no mercado de trabalho. As provas dos
exames de suficiência vêm executar um papel importante no controle da qualidade do trabalho
efetuado pelo profissional do âmbito contábil.
O exame de suficiência está previsto no Estatuto dos Conselhos de Contabilidade, que
foi aprovado no ano de 1998, é tido como obrigatório para a graduação que deseje ter o
registro no CRC e inserir-se na profissão contábil, e o projeto de Lei foi aprovado pelo
Congresso Nacional, porém vetado pelo presidente em 2005. Dentre diversas alterações e
resoluções está de volta o exame de suficiência com a aprovação da nova Lei de Regência da
Contabilidade Lei nº. 12.249 de 11 de Junho de 2010.

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Exame de suficiência: “É a prova de equalização destinada a comprovar a obtenção de


conhecimentos médio, consoantes os conteúdos programáticos desenvolvidos no curso de
bacharelado em ciências contábeis e no curso técnico em contabilidade.” (Resolução CFC Nº.
853/99 – Art. 2º.).

Bungarim (2010) declara que:

O Exame de Suficiência é fundamental para os profissionais da Contabilidade,


porque vai garantir a excelência na qualidade técnica dos serviços contábeis,
compatíveis com o atual momento socioeconômico brasileiro e mundial,
especialmente neste momento em que estamos buscando a adequação das Normas
Brasileiras de Contabilidade aos Padrões Internacionais.

Com esta nova exigência, veio outra novidade, só poderão fazer o Exame aqueles que
concluíram curso superior em Ciências Contábeis ou cursando o último ano, o que exclui na
prática os cursos técnicos em contabilidade. O exame de suficiência será realizado em todo o
país, duas vezes por ano, uma no primeiro trimestre e outra no último.

O exame de suficiência é um instrumento fundamental para alavancar a modernização


das instituições de ensino e dos currículos dos cursos de Ciências Contábeis e de Técnico em
Contabilidade. A conseqüência imediata dessa mudança será a formação de profissionais com
bases mais sólidas, onde por meio dessa avaliação será possível detectar se os concluintes dos
cursos obtiveram conhecimentos mínimos necessários para enfrentar o mercado de trabalho,
ou seja, um grande dilema quando estes alunos mergulham no campo profissional.

Conforme afirma Feital (2012):

A responsabilidade por uma graduação de boa qualidade não é só do aluno, mas é


também das instituições que têm decepcionado na hora de cumprir o seu papel de
educadora e preparadora de profissionais eficientes, fato este que levanta dúvidas
quanto ao nível de qualidade do aluno e do corpo docente, sendo assim, esse exame
de suficiência será essencial para provar a eficiência do curso de graduação e do
próprio estudante.

Devido a essas preocupações, ficam as seguintes questões: Os cursos de graduação em


ciências contábeis são suficientes para preparar um profissional para o mercado de trabalho?
Que tipo de profissional esta sendo habilitado? Em uma economia globalizada e tecnológica,
o profissional contábil deve considerar assumir grandes desafios e oportunidades. Será que os
profissionais contábeis estão atendendo as necessidades do mercado?

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O exame de suficiência foi criado para a comprovação da absorção de conhecimentos


básicos para o exercício da profissão contábil, portanto, conforme pesquisa feita pelo CFC, os
profissionais não estão totalmente prontos para esse desafio.
Portanto, compreende-se que optar por um mecanismo como o exame de suficiência
só vai valorizar e favorecer a profissão, e consequentemente a classe contábil e a
contabilidade em prol da sociedade.

A Necessidade da Educação Continuada


Atualmente, muito se debate sobre educação continuada em fatores positivos e
negativos, mas não é um conceito novo, nos últimos anos vem ganhando especial atenção,
tendo em vista as transformações do trabalho e da sociedade.
A educação continuada é aquela que se realiza ao longo da vida, continuamente, faz
parte do perfil do profissional e relaciona-se com a idéia de construção do ser humano.
Representa o conceito de que “nunca é cedo ou tarde demais para se aprender”, uma filosofia
que tem sido adotada por uma vasta gama de organizações diferentes.
Os profissionais podem e devem estar abertos a novas idéias, decisões, habilidades ou
comportamentos, aproveitando oportunidades de aprendizado em todas as idades e em
numerosos contextos, como no trabalho, em casa e através de atividades de lazer, não apenas
através de canais formais tais como escolas e universidades.
Uma das estratégias mais importantes para os profissionais manterem sua
empregabilidade e empresas potencializarem sua competitividade. Embora o conhecimento de
uma tecnologia, ferramenta ou prática em desuso nunca seja totalmente perdido, acompanhar
as mudanças constantes do cenário exige esforços contínuos. No ambiente corporativo, a
educação continuada ocorre de várias formas e a todos os instantes. Reuniões, instruções e
trocas de experiências entre colaboradores são processos típicos de educação continuada,
mesmo que, muitas vezes, não sigam um planejamento com objetivo específico.
O profissional contábil deve engrenar na faculdade com a consciência de que precisa
continuar o trabalho de construção do conhecimento. Como ocorrem mudanças a toda
velocidade, quem quiser se destacar e tiver respaldo para desempenhar um bom papel, não
deve jamais cair na estagnação.
Buscar melhoria através de conhecimentos técnicos e desenvolvimentos constantes
são pontos de suma importância para o sucesso profissional. É necessário que o contabilista

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esteja periodicamente se atualizando, e aprofundando os conhecimentos. O mais importante é


que o profissional nunca abandone o aprendizado, e tenha sempre em mente que continuar
estudando é agregar valor a si mesmo, como profissional e como pessoa.

A Evolução da Tecnologia e a Profissão de Contabilista


Com a evolução da contabilidade e por sua utilização como ferramenta de gestão,
tornou-se necessário coletar, analisar e fornecer informações com maior qualidade e agilidade.
Os usuários da contabilidade necessitam de muitas informações praticamente em tempo real,
pois o mundo está cada vez mais competitivo e globalizado, onde não se pode perder tempo
para se tomar as decisões. Surge então a informática como uma parceira muito importante da
profissão contábil, pois tarefas que levavam muito tempo a serem executadas, hoje são feitas a
prazo de minutos. O processo de escrituração contábil que no início era manual foi substituído
pelo mecânico e em seguida pelo eletrônico.

A informática é capaz de disponibilizar um conjunto de tecnologias para atender


vários usuários entre eles a contabilidade. A contabilidade deve ter habilidade para
montar dados que admita a obtenção das informações objeto do seu trabalho.
(VASCONCELLOS 1997, p. 26)

Do mesmo modo em que o uso da informática é imprescindível em todos os


seguimentos da sociedade, a contabilidade se tornou uma área de trabalho que não vive mais
sem a ajuda dos computadores.
Os Sistemas Integrados de Gestão (SIG), ou seja, um software aplicativo possibilita
que a empresa compartilhe dados, uniformizem processos, produzam e utilizem informações
em tempo real. São módulos integrados com toda a empresa, como departamento fiscal,
financeiro, trabalhista, vendas, compras, etc., que estão interligados com a contabilidade e que
tem a função de atender às necessidades de informações para apoio à tomada de decisão.
Em referência aos informativos que devem ser elaborados periodicamente, tais como o
SINTEGRA, o CAGED, a SEFIP, a DIRF, a DACON, a DCTF e demais obrigações, também
é possível importá-los nos softwares adequados, fornecidos pelos órgãos competentes e
posteriormente enviá-los via internet.
O governo brasileiro, através da Receita Federal, implantou mais um avanço na
informatização no ano de 2007, o Sistema Público de Escrituração Fiscal Digital (SPED),
dividido em três partes o SPED Contábil, SPED Fiscal e a Nota Fiscal Eletrônica, que consta

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na modernização do sistema atual do cumprimento das obrigações acessórias transmitidas


pelas empresas, dessa forma os livros contábeis, tais como, livro diário, razão, balancetes,
balanços entre outros serão substituídos por arquivos digitais on-line.
Além de todas essas atividades, a tecnologia vem aumentando o horizonte da
utilização da contabilidade, pois permite uma ampliação significativa na qualidade, na
quantidade e na forma de comunicação, sendo possível obter rápidas informações sobre todos
os setores, atividades, funcionários e tudo o que esteja relacionado com a administração da
empresa.
Porém, não bastaria apenas obter tantas informações de maneira tão rápida e eficaz
sem repassá-las aos usuários interessados, dessa forma, os recursos de comunicação, como
fax, internet, entre outros, são extremamente úteis e utilizados pela contabilidade e seus
profissionais. Nos dias atuais, por exemplo, os investidores do outro lado do mundo, acessam
informações sobre a empresa que desejam investir através de segundos, pela internet, por
vídeo conferências, entre outros recursos.
Com toda essa nova tecnologia, pode parecer que o profissional contábil, não é mais
tão importante dentro da organização, porém não é bem assim, nenhum equipamento ou
sistema é capaz de substituir o ser humano e seu conhecimento. A informática, apenas
processa dados em função das necessidades definidas no sistema contábil, mas para que todos
os sistemas funcionem corretamente é indispensável à presença do profissional dentro da
empresa, pois só ele possui o conhecimento e as técnicas contábeis, tendo toda a
responsabilidade para que as operações sejam processadas de forma correta, em tempo hábil e
em conformidade com as normas e princípios contábeis. O contador se tornou um gerenciador
de informações.
Em razão desta evolução tecnológica, o contabilista deverá dedicar-se mais a analise
da contabilidade e executar um trabalho mais seguro e preciso em um intervalo de tempo
menor, sendo assim, o resultado desta evolução será a maior valorização do profissional
contábil.

Considerações Finais
Diante de todas as afirmações expostas, há de se ressaltar a importância da
contabilidade como ciência humana, e da necessidade de sua evolução perante uma sociedade
moderna e competitiva, onde a cada nova geração de contadores, novos desafios surgem e o

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comprometimento do profissional da área contábil na gestão dos negócios, torna-se cada vez
mais necessário.
O tempo passa, a sociedade evolui, o Homem luta contra os desafios da nova
sociedade, e os contadores registram a História e colaboram no direcionamento da economia e
finanças do mundo.

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