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DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula Direito Constitucional e Constituição
2. Biblioteca Saraiva
Curso de Direito Constitucional, 4ª edição | 2020, Autor: Flávio Martins
p. 417 - item 3.8 da Supremacia da Constituição + p. 440 até 504 - Classificação das Constituições
Revisão:
Constitucionalismo:
Conceito, objetivo e fundamento
Surgimento e evolução histórica
Neoconstitucionalismo e Conteúdo Axiológico da Constituição
Análise do art.1º da CF/88
Soberania Popular e análise do art. 18 da CF/88
Direito Constitucional I
Direito Constitucional
O Direito Constitucional é um ramo das ciências jurídicas. Pertence ao setor do Direito Público, assim como
outros ramos do Direito, tais como : ambiental, administrativo, tributário, financeiro, penal etc.
O Direito Constitucional é “ramo do Direito público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas
fundamentais do Estado”. (SILVA, 2017, p. 36)
Objeto:
Não se limita ao estudo da Constituição, embora esta seja o mais importante.
MEIRELLES TEIXEIRA conceitua Direito Constitucional como “o conjunto de princípios e normas que regulam a
própria existência do Estado moderno, na sua estrutura e no seu funcionamento, o modo de exercício e os limites de sua
soberania, seus fins e interesses fundamentais, e do Estado brasileiro, em particular.”
Fontes Materiais do Direito Constitucional: são os fatos, elementos e circunstâncias históricas, culturais,
religiosas e ideais vigentes em um determinado tempo e local (sociedade).
Fontes Formais do Direito Constitucional: são os instrumentos que se utiliza para que as fontes materiais sejam
exteriorizadas. A principal (mas não únca) fonte formal do Direito Constitucional é a Constituição!
Direito Constitucional I
Conceito de Constituição
Para Paulo Bonavides, a Constituição sob o ponto de vista material, é “o conjunto de normas pertinentes à organização
do poder, à distribuição da competência, ao exercício da autoridade, à forma de governo, aos direitos da pessoa humana, tanto
individuais como sociais” (BONAVIDES, 2008, p.80.)
Concepção Positivista:
“Todo Estado tem constituição, que é o simples modo de ser do Estado. (...) Em síntese, a constituição é o conjunto
de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado.” (JOSÁ AFONSO DA SILVA, 2017, p. 36)
Conjunto de normas escritas ou costumeiras que regula:
Forma de Estado
Forma de Governo
Modo de aquisição/exercício e perda do poder
Estabelecimento de órgãos
Limites de ações de seus órgãos (competências constitucionais)
Direitos e garantias fundamentais
Concepção Jusnaturalista: a constituição expressa o reconhecimento, no plano jurídico, dos princípios e regras do
Direito Natural.
Direito Constitucional I
Sentidos (concepções) da Constituição discussões sobre a verdadeira natureza jurídica das disposições constitucionais
1. Sentido Sociológico
Ferdinand Lassale – Filósofo (1825-1864)
• O que é uma Constituição?
• No que consiste a verdadeira essência de uma Constituição?
“Uma Constituição escrita é boa e duradoura quando corresponde à Constituição Real e tem suas raízes nos fatores do poder
que regem o país. Caso contrário, a Constituição escrita seria ilegítima, caracterizando-se como uma simples “folha de papel”
LASSALLE, F. A essência da Constituição. 5. Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, v. 1, 2000.
Direito Constitucional I
2. Sentido Jurídico
Hans Kelsen (jurista e filósofo austríaco) – 1881-1973
Livro: A Teoria Pura do Direito
Natureza de norma jurídica especial pois encontra-se hierarquicamente superior aos demais atos normativos,
servindo de fundamento de validade para produção normativa do país. Supremacia Constitucional.
Direito Constitucional I
3. Sentido Político
Carl Schmitt– Jurista e Filósofo (1888)
Livro: Teoria da Constituição
Não, Kelsen. A Constituição não é norma jurídica. A Constituição é uma decisão política fundamental.
Constituição é o resultado de uma determinada decisão voluntária de um determinado povo que por meio de seus
representantes elegem preceitos para guiar a sociedade.
Leis Constitucionais: disposições que, embora expressas na Constituição, não expressam uma decisão política
fundamental ao Estado (normas formalmente constitucionais)
Ex: CF/88 - art. 242, § 2º
Direito Constitucional I
Sintéticas são aquelas constituições breves, sumárias e sucintas que abrangem apenas princípios gerais ou regras
básicas da organização estatal e do funcionamento de suas funções. Demais assuntos são deixados para a legislação
infraconstitucional.
As Constituições analíticas são as mais numerosas e amplas, detalhistas e minuciosas, trazem em seu arcabouço
assuntos de natureza alheia ao direito constitucional, como por exemplo regulamentações que seriam, na verdade,
de competência de leis infraconstitucionais. São exemplos de constituições analíticas a Constituição brasileira
vigente e a Constituição Portuguesa de 1976.
Proteção
Efetividade
Direito Constitucional I
Constituição Normativa é "aquela cujas normas dominam o processo político, pois são lealmente observadas por
todos os interessados, fazendo com que o poder se adapte ao texto constitucional. A constituição é efetivamente
aplicada" (op. cit., p. 79).
Por sua vez, Constituição Nominal é aquela “carente de realidade existencial. Apesar de ser juridicamente válida, o
processo político a ela não se curva ou se adapta adequadamente. Não é aplicada efetivamente" (op. cit., p. 79).
De outro turno, Constituição Semântica representa o “modelo constitucional que, em vez de servir como
mecanismo de limitação do poder estatal, visa apenas à estabilização e conservação da estrutura de dominação do
poder político”
Direito Constitucional I
A Constituição rígida é aquela que embora seja possível alterá-la, a modificação se dá de modo diferenciado e mais
complexo do que no processo de alteração das normas infraconstitucionais. Assim, normas constitucionais rígidas
são mais difíceis de serem modificadas, pois possuem um procedimento mais complexo, especial, solene e dificultoso
do que o estabelecido para as normas legais ordinárias
Constituições flexíveis, ao contrário das rígidas, são aquelas que podem ser livremente alteradas pelo legislador
pelo mesmo processo de elaboração e alteração das leis ordinárias (comum).
Constituição semirrígida é aquela que possui ao mesmo normas que podem ser livremente alteradas, como no
caso das constituições flexíveis, e normas que necessitam de procedimento especial e solene para serem
modificadas, como no caso das constituições rígidas.
Ex: Carta Imperial do Brasil (Constituição do Império – 1824)
Art. 178. É só Constitucional o que diz respeito aos limites, e attribuições respectivas dos Poderes Politicos, e aos Direitos
Politicos, e individuaes dos Cidadãos. Tudo, o que não é Constitucional, póde ser alterado sem as formalidades referidas, pelas
Legislaturas ordinarias.
Direito Constitucional I
Promulgada (democrática),
nominal,
analítica,
formal,
escrita e
rígida.
É democrática porque no momento da sua criação ocorreu participação popular por meio de inúmeras propostas
de emendas, algumas delas com até um milhão de assinaturas.
É nominal porque previu vários direitos, inclusive assegurou as liberdades públicas e os direitos sociais, contudo,
não há efetividade e concretude suficiente para afirmar a implantação de ambos.
É formal, é escrita em um documento único e solene, no qual estão estabelecidas todas as normas supremas e que
servem de fundamento de validade para as de ordem infraconstitucional.
Direito Constitucional I
A Constituição de 1988 é rígida. Sua rigidez pode ser identificada da simples leitura de alguns de seus dispositivos,
como por exemplo os artigos 60 e seguintes que tratam das espécies normativas.
“O Princípio da Supremacia da Constituição requer que todas as situações jurídicas sejam com a Constituição
compatíveis.”
Direito Constitucional I
Kelsen entende o sistema normativo de forma hierárquica e propõe a forma geométrica de uma pirâmide na base da
qual se situariam atos de menor nível hierárquico. No topo da pirâmide coloca a constituição.
"a Constituição é a norma fundamental do sistema jurídico, ocupando o ápice da pirâmide normativa, da qual todas
as demais normas extraem o seu fundamento de validade"
KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 2ª ed. Coimbra: Armênio Amado, 1962.
Escalonamento das normas no ordenamento jurídico brasileiro,
Hierarquia das normas
Direito Constitucional I
1. Elementos Orgânicos: são aquelas normas que organizam e regulam a estrutura do Estado e do Poder do
Estado. Ex: Título III – Da Organização do Estado; Título IV – Da Organização dos Poderes.
2. Elementos limitativos: são as normas que compõem o rol de direitos e garantias fundamentais que limitam a
atuação do Estado. Ex: Título II – Dos Direitos e Garantias Individuais,
3. Elementos sócio ideológicos: revelam um Estado Social, mais intervencionista que o velho Estado Liberal. O
surgimento do chamado Estado Social que traz como consequência governos intervencionistas que desempenham
atividades para garantir a promoção dos direitos sociais. Ex: Capítulo II, do Título II (Dos Direitos Sociais), e,
também, nos Títulos VII e VIII (Da Ordem Econômica Financeira e Da Ordem Social).
Direito Constitucional I
O direito ao voto era concedido somente aos homens livres e proprietários, de acordo com seu nível de renda,
fixado na quantia líquida anual de cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou empregos. Para ser eleito, o
cidadão também tinha que comprovar renda mínima proporcional ao cargo pretendido. Essa foi a Constituição com
duração mais longa na história do país, num total de 65 anos. (Fonte: Agência Senado)
Direito Constitucional I
Constituição de 1946
Essa Constituição, datada de 18 de setembro de 1946, retomou a linha democrática de 1934 e foi promulgada de
forma legal, após as deliberações do Congresso recém-eleito, que assumiu as tarefas de Assembleia Nacional
Constituinte.
Entre as medidas adotadas, estão o restabelecimento dos direitos individuais, o fim da censura e da pena de morte.
A Carta também devolveu a independência ao Executivo, Legislativo e Judiciário e restabeleceu o equilíbrio entre
esses poderes, além de dar autonomia a estados e municípios. Outra medida foi a instituição de eleição direta para
presidente da República, com mandato de cinco anos.
Direito Constitucional I