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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO

DE TECNOLOGIA E CIENCIA
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CONTABILIDADE GERAL I
OBJECTIVOS

Desenvolver conhecimentos de contabilidade. Apreender os conceitos, métodos,


postulados, principios, convenções e critérios necessários à preparação e divulgação da
informação contabilística normatizada.
1. FUNDAMENTOS E CONCEITOS DE CONTABILIDADE

1.1. Breve historial sobre o surgimento e evolução da Contabilidade

A História nos revela que a existência da Contabilidade remonta a tempos imemoriais,


antes mesmo do aparecimento da moeda, face à necessidade das pessoas de controlar seus bens,
suas dívidas, seus ganhos e perdas, ou seja, sua riqueza patrimonial.
Sérgio de Iudícibus (1997, p.30) diz que, alguns historiadores fazem remontar os
primeiros sinais objetivos da existência de contas há aproximadamente 4.000 anos antes de
Cristo.
De fato, no início da civilização já se observava a necessidade de se avaliar os acréscimos
ou decréscimos da criação de rebanho, utilizando-se, para tal, um monte de pedrinhas para
estabelecer a correspondência entre elas e as ovelhas. Ao comparar o monte de pedrinhas de cada
período, o pastor observava se havia obtido lucro ou prejuízo em suas atividades.
Assim, a Contabilidade surgiu da necessidade que as pessoas têm de controlar o que
possuem (bens e direitos), ganham (Lucros), perdem (prejuízos) ou devem (obrigações ou
dívidas)
Em 1494, o italiano, Frei Luca Pacioli, considerado o Pai da Contabilidade, escreveu a
primeira literatura contábil relevante denominado a “Summa aritmetica”, que continha o
Tractatus de Computis et Scripturis et Proporcionalita, consolidando o método das partidas
dobradas, expressando a causa e o efeito do fenômeno patrimonial com os termos “débito” e
“crédito”.
Em outra análise feita por Schmidt e Santos (2008, pg.01-02), relatam que a
Contabilidade tem vivido nos últimos anos uma revolução em termos de sua história, visto que
recentes trabalhos arqueológicos encontraram vestígios da utilização de sistemas de
contabilidade na pré-história, durante o período Mesolitico, compreendido entre 10.000 e 5.000
a.C e foi marcado pelo aquecimento do clima da terra, que pôs fim ao período glacial. Sua
caracterização como período pré-histórico deve-se ao fato de situar-se antes do aparecimento da
escrita, fato que marcou o fim da pré-história.
Essa mudança no clima da terra favoreceu ao aparecimento das primeiras grandes
comunidades junto às terras baixas do Oriente próximo, especialmente onde abundantes
nascentes tornavam essas áreas privilegiadas para o cultivo agrícola e para a criação de animais.
Em sítios arqueológicos do Oriente proximo de Israel, Síria, Iraque, Turquia e Irã,
foram encontados materiais utilizados por sivilizações pré-históricas que caracterizaram um
sistema contabilistico utilizado entre 8.000 e 3.000 a.C., constituido de pequenas fichas de barro.
Essas escavações revelaram fatos magnânimes para a Contabilidade, colocando-a como a
propulsora da criação da escrita e da contagem abstrata. (SCHMIDT E SANTOS, 2008, pg.02)
Em outra instância, Silva (2010) argurmenta que a Contabilidade surgiu na história da
humanidade em épocas muito remotas, como arte da escrituração mercantil. Utilizava técnicas
específicas que foram aperfeiçoando e especializando, sendo algumas delas aplicadas até hoje.
Não obstante a origem milenar da Contabilidade é identificada por historiadores como praticadas
em tempos remotos da civilização, embora de forma rudimentar e não sistematizada. Quando o
homem sentiu a necessidade de estabelecer técnicas para controlar e preservar os seus bens. Aí
se inicia a história da Contabilidade. Que segundo alguns historiadores e estudiosos, se divide
em quatro periodos:
1º Periodo do mundo antigo: periodo que se inicia com a civilização do homem e vai
até 1202 da era cristâ quando apareceu o líder Abaci de autoria do Leonardo Pisano.
2º Contabilidade do mundo medieval: periodo que vai de 1202 da era cristâ até 1494,
período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et
Scripturis (Surgimento da Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paccioli, publicado
em 1494, enfatizando que à teoria contábilistica do débito e do crédito corresponde à teoria dos
números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do
conhecimento humano.
Paccioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas
obras, destacando-se a "Summa Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá", impressa
em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração.
Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas
Dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV.
3º contabilidade do mundo moderno: periodo que vai de 1494 até 1840, com o
aparecimento da obra “La Contabilitá Aplicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche”, da
autoria de Franscesco Villa, premiado pelo governo da Austria. Obra marcante na história da
Contabilidade.
4º Contabilidade do mundo ciêntifico: periodo que se inicia em 1840 e continua até os
dias de hoje.
No entanto observa-se pelos argumentos dos autores que a história da Contabilidade
remota em tempos imemóriais antes mesmo do aparecimento da moeda e da escrita e surgiu
devido a necessidade que as pessoas tinham de controlar, tregistrar e prever os seus bens.
1.2. Conceitos, Definição, Natureza, Objectivos e Funções da Contabilidade.

1.2.1. Conceitos e definição de Contabilidade

O significado da palavra Contabilidade tem variado no tempo e no espaço. Uns


consideram-na como sinónimo de escrituração, outros como ciência de natureza económica. No
entanto, qualquer que seja a noção de Contabilidade que se considere parece-nos que todas elas
pretendem significar:
 Escriturar, contar, calcular, determinar certa quantidade, etc.
Sendo, sem dúvida, uma disciplina ligada a medição de grandezas e ao registo de quantidades.
Muitas definições têm sido dadas sem, contudo conduzirem a uma aceitação geral. Nem isso se
pretende, talvez seja mais importante referir o seu domínio de actuação e saber quais as diversas
interpretações que tem tido ao longo dos tempos. Ela desenvolveu-se no século XV, em 1494,
com o tratado da Contabilidade em partidas dobradas de Luca Paccioli.
É precisamente após a 2ª Guerra mundial que surgem novas interpretações da Contabilidade, que
muito vão significar. A complexidade e a interdependência da economia originam uma maior
necessidade de obter informações, claras, objectivas, oportunas e mais rápidas, de modo a
contribuir para uma boa tomada de decisões. Sendo assim, não é de admirar que a Contabilidade
se desenvolva e penetre noutros domínios, contando em muito com os apoios da informática,
matemática, estatística, entre outras áreas do saber.
Depois de apresentada às argumentações a respeito do surgimento da contabilidade,
chega-se a seguinte questão: o que é realmente a Contabilidade?
Segundo Barros (2002, p.01) “a contabilidade pode-se definir como uma ciência social
que estuda e pratica as funções de controle e de registro relativas aos atos e fatos da
Administração e da Economia”,
Para equipe de professores da faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da
USP, definem a contabilidade como “a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que
afetam o patrimônio de uma entidade”.
Para Manaia, Ana; et. all. (2015, p.25 apud (Guimarães, 2000, 59)), a Contabilidade é
uma ciência de natureza económica que tem por objeto produzir informação, para possibilitar o
conhecimento do passado, presente e futuro da realidade económica em termos qualitativos e
quantitativos, a todos os seus níveis organizativos, mediante a utilização de um método
específico apoiado em bases suficientemente tratadas, com o fim de facilitar a adoção das
decisões financeiras externas e as de planificação e controlo interno.
1.2.2. Natureza da Contabilidade
A contabilidade como ciência social, apresenta características de natureza Financeira que
diz respeito ao fluxo de entradas e saídas de dinheiro na empresa e Econômica que diz respeito à
movimentação das compras e vendas, despesas e receitas, evidenciando o lucro ou prejuízo
apurados nas transações realizadas pela empresa.

1.2.3. Objectivo da Contabilidade


Segundo Favero, et. all. (2009, pg.01) “a contabilidade desenvolveu-se buscando
responder aos anseios da sociedade, tendo como objectivo gerar informações para o controle e
tomada de decisões” para os seus usuários.
A princípio, pode-se imaginar que gerar informações a partir dos dados obtidos no âmbito
de determinada empresa é um processo simples. Todavia, as características dos usuários aliadas
aos diferentes propósitos para os quais a informação é direcionada tornam muito delicado o
processo de geração de informações. (FAVERO, et. all., 2009, pg.01)
Para entender o porquê e como atingir esses objectivos é necessário, primeiramente,
compreender a forma como a contabilidade compila os dados e os transforma em informações,
bem como a maneira como estas devem ser levadas aos usuários para que possam tomar
decisões. (FAVERO, et. all., 2009, pg.01)
No tocante à geração de informações a Contabilidade propicia o registro, a síntese, a
análise e a interpretação das transações que ocorrem no patrimônio das pessoas físicas e
jurídicas. O resultado desse processo chega até aos usuários através de relatórios contabilísticos,
destacando-se:
a) Demonstração do Resultado do Exercício;
b) Demonstração das mutações do patrimônio liquido ou demonstração de Lucro ou
prejuízos Acumulados;
c) Balanço Patrimonial e Notas Explicativas;
d) Demonstração dos Fluxos de Caixa; e
e) Demonstração do valor adicionado.

Aparentemente, o processo de geração de informações não é complexo. A Contabilidade


obtém os dados através de documentos (notas fiscais, requisições de matéria-prima para a
produção, etc.) sintetiza-os e apresenta aos usuários na forma de relatórios. (FAVERO, et. all.,
2009, pg.01)
Portanto, o objetivo principal da contabilidade é de fornecer informações econômicas
para os vários usuários como: Investidores, Fornecedores, Bancos, Governo, Sindicatos,
Funcionários, Administradores, gestores entre outros.
Segundo Marion (2005, p. 26): o objetivo principal da Contabilidade, portanto, conforme
a Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, é o de permitir a cada grupo principal de
usuários a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático,
bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras.

Características Qualitativas Fundamentais das Demonstrações Contábeis

São duas as características qualitativas obrigatoriamente presentes nas Demonstrações


Contábeis e reputadas como as mais úteis para os usuários e as únicas denominadas de
fundamentais: Relevância e Representação Fidedigna.
A Relevância diz respeito à influência de uma informação contábil na tomada de
decisões. As informações são relevantes quando fazem a diferença nas decisões econômicas dos
usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados ou corrigindo as suas avaliações
anteriores (valor confirmatório), ou ajudando-os nos processos para predizer resultados futuros
(valor preditivo). A Relevância depende da natureza e também da materialidade (tamanho) do
item em discussão.
A Representação Fidedigna diz respeito a três atributos: a informação precisa ser
completa, precisa ser neutra e precisa ser livre de erro. Para ser completa, precisa conter o
necesário para que o usuário compreenda o fenômeno sendo retratado. Para ser neutra, precisa
estar desprovida de viés na seleção ou na apresentação, não podendo ser distorcida para mais ou
para menos. Ser livre de erro não significa total exatidão, mas sim que o processo para obtenção
da informação tenha sido selecionado e aplicado livre de erros. No caso de estimativa, ela é
considerada como tendo representação fidedigna se, além disso, o montante for claramente
descrito como sendo estimativa e se a natureza e as limitações do processo forem devidamente
revelados.

Características Qualitativas de Melhoria

As características qualitativas que melhoram a utilidade da informação que é relevante e


que é representada com fidedignidade são: Comparabilidade, Verificabilidade,
Tempestividade e Compreensibilidade. Essas características podem também auxiliar na
escolha quando de alternativas equivalentes em termos de relevância e representação fidedigna.
A Comparabilidade é a característica que permite a identificação e compreensão de
similaridades e diferenças entre os itens. É diferente da consistência que significa aplicação dos
mesmos métodos para os mesmos itens. Comparabilidade é o objetivo, enquanto que a
consistência é um auxílio na obtenção desse objetivo. Comparabilidade implica também em fazer
com que coisas diferentes não pareçam iguais ou coisas iguais não pareçam diferentes.
A Verificabilidade implica em diferentes observadores poderem chegar a um consenso
sobre o retrato de uma realidade econômica, podendo, em certas circunstâncias, representar uma
faixa de possíveis montantes com suas respectivas probabilidades. Pode ser direta ou indireta e,
às vezes, se restringir à análise das premissas subjacentes a uma estimativa sobre o futuro.
Tempestividade significa estar a informação disponível a tempo de influenciar o usuário
em sua decisão.
Compreensibilidade significa que a classificação, a caracterização e a apresentação da
informação são feitas com clareza e concisão, tornando-a compreensível. Mas não é admissível a
exclusão de informação complexa e não facilmente compreensível se isso tornar o relatório
incompleto e distorcido. Os relatórios contábil-financeiros são elaborados na presunção de que o
usuário tem conhecimento razoável de negócios e que age diligentemente, mas isso não exclui a
necessidade de ajuda de consultor para fenômenos complexos.

1.2.4. Funções da Contabilidade


As funções básicas da contabilidade são hoje em dia do registo dos factos patrimoniais, a
de controlo de toda actividade desenvolvida pela empresa as avaliações por ela produzidas,
armazenadas e, por fim, a de previsão a curto, médio ou longo prazo dos factos que com ela se
relacionam e podem condicionar a sua actividade, são elas:

Função de registo
Uma das funções primordiais da contabilidade na empresa é a de registar todos os factos que
provocam alterações no seu património. Par a contabilidade poder cumprir esta missão, a
empresa deve munir-se de todos os documentos obrigatórios ou facultativo que tornem apta a
fornecer informações claras, precisas e concisas a todos os interesses na sua vida. Quer isto que o
papel da contabilidade na empresa começa ainda antes de a empresa entrar em funcionamento é
por isso que devemos dividir a função de registo em duas fases:
a) Fases de montagem da empresa
Nesta fase impõe-se:
 Escolher os modelos de impressos adequados ao tipo de empresa e as informações que se
pretendem obter;
 Conhecer em perfeição o circuito de cada impresso, de modo haver boa coordenação
entre os vários serviços da empresa;
 Adquirir e registar os livros obrigatórios, de acordo com o estipulado no código
comercial (artigo 31). Os livros obrigatórios são:
 Diário: regista cronologicamente as operações que modificam o património da empresa,
quer quantitativamente quer qualitativamente;
 Razão: regista os movimentos da empresa por contas;
 Inventario e balanço: regista no início da actividade todos os valores activos e passivos
da empresa, bem como o balanço da mesma, a que por lei for obrigada;
 Livro de Actas (obrigada para as sociedades): nelas se regista as actas de todas reuniões
de negócios.
b) Função de análise do funcionamento:
Já em funcionamento, a empresa deve possuir uma contabilidade que registe todos os factos que
lhe dizem respeito, pelo registo deve apurar-se claramente:
 A situação da empresa em determinado momento;
 O resultado obtido em cada exercício.

Função de Controlo
O controlo aqui suponha várias percepções:
 Apreciar se a situação económica e financeira da empresa está boa ou má
 Permite o cálculo de indicadores de gestão;
 Permite perceber como o resultado foi alcançado;
 Serve como instrumento de comparação com os valores alcaçados;
 Operar (fazer) uma análise transversal entre os dados de uma empresa com as empresas
do mesmo sector.

Função Avaliação
A contabilidade fornece a informação para avaliação do valor intrínseco matemático e o valor de
cada elemento que compõe a actividade da empresa.
Por exemplo:
 Determinação do capital próprio;
 Permite conhecer os custos pelos quais os bens ficaram à empresa
 Permite calcular preços de venda com base nos preços de custos
 Permite adquirir os bens necessários ao seu funcionamento
 Permite analisar a produtividade dos trabalhadores da empresa

Função de Previsão
A previsão é feita com base em documentos chamados orçamentos, elaborados a partir de
dados fornecidos pela contabilidade não só da empresa mas também de outras empresas.
A contabilidade fornece a informação que permite a definição dos objectivos e metas a alcançar
pela empresa. Depois fornece as realizações que são comparados com as previsões estabelecidas
para extrair, apurar os desvios, explicar as causas, e determinar as responsabilidades.

Documentos comerciais usados na contabilidade

 Nota de encomenda: É um documento emitido pelo comprador em que este indica ao


vendedor qual a quantidade, a qualidade, o preço unitário, as condições de entrega e de
pagamento dos bens que pretende adquirir;
 Guia de remessa: É um documento emitido pelo vendedor. Este documento acompanha os
bens até ao armazém do comprador e serve para este verificar se os bens que chegaram estão de
acordo com os da Nota de encomenda (o comprador fica com o original e devolve o duplicado ao
fornecedor);
 Factura: É o documento emitido pelo fornecedor e destinado ao comprador quando se
efectua uma venda a prazo. Por ela o vendedor procede à liquidação do valor dos bens que o
comprador lhe deve pagar;
 Recibo: É o documento emitido pelo vendedor e serve de prova de pagamento dos bens
comprados pelo comprador;
 Factura – recibo ou Venda a dinheiro: É o documento emitido pelo vendedor nas vendas
efectuadas a pronto pagamento;
 Nota de débito:
Tem por fim corrigir para mais o valor da Factura quando o vendedor, por lapso se esquece de
mencionar alguma despesa por conta do comprador ou errou algum cálculo. As causas mais
vulgares para a missão da Nota de débito são:
 Nota de crédito: Tem por fim corrigir para menos o valor da Factura
 Nota de Lançamento: É um documento que substitui Nota de débito e Nota de crédito
 Cheque: É uma forma que o comprador tem para pagar a sua dívida ao fornecedor. Ao emitir
o cheque o comprador dá ordem ao banco para este pagar ao vendedor uma determinada
importância

1.3. A contabilidade, Campo de Actuação e seu objeto de estudo.

A aplicação da Contabilidade na empresa tem por finalidade fornecer aos usuários


internos e externos, o máximo de informações úteis sobre aspectos de natureza económica,
financeira e física do Património e as suas mutações. Isso compreende registros, Demonstrações,
análises, diagnósticos e prognósticos expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas,
planilhas e outros meios que possam auxiliar a tomada de decisões.
Com esse esclarecimento, chega-se a compreensão de que o principal campo de atuação
da Contabilidade é o património da entidade, que representa o conjunto de Bens (Produtos e
Serviços), Direitos (valores a receber) e Obrigações (valores a pagar) de propriedade de uma
pessoa física ou jurídica. O seu campo de aplicação estende-se também a todas as entidades que
possuam Património, sejam elas pessoas físicas ou jurídicas, de fins lucrativos ou não. Tais
entidades são unidades económico - administrativas, cujos objectivos podem ser sociais e/ou
económicos.
Segundo Manaia, et. all. (2015) revelam que a “Contabilidade tem como campo de estudo
o Patrimônio das Entidades, sejam elas entidades de fins lucrativos ou não”. Tem como Função
Administrativa controlar o patrimônio visando demonstrar a sua situação em um determinado
momento e como Função Econômica visa apurar resultados a fim de demonstra-los
periodicamente independente se positivos ou negativos.
Analisando as duas ideias acima, chega-se a conclusão de que o objeto de estudo da
contabilidade é realmente o patrimônio da empresa, ou seja, trata do estudo e do controle do
patrimônio das entidades, feito por meio dos registros dos factos contabilísticos e das
respectivas demonstrações dos resultados produzidos.
Segundo Lousã (1997, pg.06) “A Contabilidade é a ciência do equilíbrio patrimonial, que
se preocupa com todos os acontecimentos que possam influenciar na situação patrimonial, e por
isso os identifica, selecciona, analisa e promove medidas, processos, avaliação e comunicação de
dados, facilitando a tomada de decisões”.
Sendo uma ciência possui alêm do seu objecto de estudo, um corpo de conceitos
específicos que traduzem numa terminlogia própria, como: débito, crédito, saldo, situação
patrimonal passivo, activo, capital próprio, disponibilidades, receitas, despesas e entre outros.
(LOUSÃ, 1997, pg.06)

A final quem são os usuários da informação contabilística?


Os usuários da informação contabilística são as pessoas ou entidades que necessitam de
alguma informação contábil para tomarem decisões ou seja, são as pessoas que tenham interesse
na avaliação da situação patrimonial da entidade. Classificam-se em internos e externos.
Os usuários internos: são aqueles que trabalham na empresa e ocupam cargos que
requerem a tomada de decisões, para tanto, precisam de informações direcionadas de acordo com
as suas necessidades. Exemplo: nessa categoria de usuários incluem-se os gerentes, directores, os
encarregados de produção, os chefes de departamentos, etc.
Segundo Favero, et. all., (2009, pg.02) “Informações direcionadas são aquelas elaboradas
de acordo com as necessidades dos usuários, envolvendo principalmente a estrutura e conteúdo
dos relatórios de forma a facilitar suas decisões”. Na elaboração dessas informações deve-se
levar em consideração a condição do usuário em compreendê-las, ou seja, a comunicação entre
contador e usuário é fundamental nesse processo.
Os usuários externos: são aqueles que não possuem relação de trabalho com a empresa,
mas necessitam de informações para a tomada de decisões acerca de tributação, garantias de
recebimento, fornecimento de mercadorias, etc. As informações contábeis para esses usuários,
normalmente, são padronizadas. Nessa categoria de usuários incluem-se o governo, instituições
financeiras, fornecedores, sindicatos, acionistas ou quotistas, etc.
A título de exemplo, objectivando mostrar a importância de se visualizar a decisão que as
informações contábeis possibilitam, indicamos alguns usuários, com destaque para os motivos
pelos quais requerem a informação:
Internos Informações Requeridas
Empregados Fluxo de caixa capaz de assegurar condições
de boa remuneração

Directores Desempenho e rentabilidade.

Encarregados de Produção Produtividade e análise das variações de


desempenho

Encarregados de Venda Desempenho por região, linhas de produção,


vendedores, etc.
Externo Informações Requeridas
Instituições financeiras Capacidade de pagamento da empresa. Ao
emprestar o dinheiro, sua preocupação é que a
empresa tenha uma geração de caixa futura
suficiente para pagar, com segurança, o capital
emprestado atualizado mais os juros.

Entidades Governamentais Lucro tributável, produtividade e valor


adicionado.

Acionistas ou Quotistas Minoritários (não Retorno sobre o capital investido.


participante da administração das entidades) Normalmente esperam que a empresa tenha
condições de manter um fluxo regular de
distribuição de lucros

Sindicatos Fluxo de caixa futuro e rentabilidade.


Com tudo, a Contabilidade permite: Fiscalizar a actividade directiva, contabilizar os
desvios, verificar a eficiência e a racionalidade de vários departamentos da empresa,
responsabilizar os diversos intervenientes pela actuação, o registro, o controlo, a avaliação e a
análise da actividade empresarial, a avaliação dos elementos patrimoniais da empresa, o cálculo
do preço de custo e do preço de venda e, sobretudo, a análise da situação económica - financeira
através do Balanço e da produtividade.

1.4. Evolução e o papel da Contabilidade como instrumento de Gestão.

Item em aberto

1.5. Informação oferecida pela contabilidade

A contabilidade fornece informações sobre a composição do patrimônio e suas variações,


informações essas de ordem econômica e financeira, que facilitam e tornam eficientes as
tomadas de decisões, tanto por parte dos administradores ou proprietários, como também por
parte daqueles que pretendem investir na empresa.

Tipos de informações:
1. De ordem econômica – dizem respeito à movimentação das compras e vendas, despesas e
receitas, evidenciando o lucro ou prejuízo apurados nas transações realizadas pela empresa.
2. De ordem financeira – dizem respeito ao fluxo de entradas e saídas de dinheiro na empresa.
Para fornecer tais informações, a Contabilidade precisa registrar toda a movimentação do
Patrimônio (fazer a contabilização de todos os fatos que ocorrerem nessa empresa). Esse
processo de registro é denominado de “escrituração contábil”.
As informações fornecidas pela Contabilidade podem ser utilizadas para fins de:
a) Controle
Pode ser conceituado como um processo pelo qual a alta administração se certifica, na medida do
possível, de que a organização está agindo em conformidade com os planos e políticas traçados
pelos donos de capital e pela própria alta administração.
A informação contábil é útil ao processo de controle das seguintes formas:
a.1) como meio de comunicação: os relatórios contábeis podem ser de grande auxílio, ao
informar a organização a respeito dos planos e políticas da administração e, em geral, das formas
de comportamento ou ação que a administração deseja atribuir à organização;
a.2) como meio de motivação: a não ser que a empresa ou negócio seja do tipo individual, não
compete à administração fazer ou executar o serviço, isto quer dizer que a administração não
fabrica e vende pessoalmente o produto. Pelo contrário, a responsabilidade da administração
consiste em saber se o trabalho está sendo executado pelos outros. Isto requer, em primeiro
lugar, que o pessoal seja contratado e formado dentro da organização, e, em segundo lugar, que a
organização seja motivada de forma que venha a fazer o que a administração quer que se faça. A
informação contábil pode auxiliar este processo de motivação;
a.3) como meio de verificação: periodicamente, a administração necessita avaliar a qualidade
dos serviços executados pelos empregados. A apreciação desse desempenho pode resultar em
acréscimo de salários, promoções, readmissões, ações corretivas as mais variadas, ou, em casos
extremos, demissões. A informação contábil pode auxiliar esse processo de avaliação, embora o
desempenho humano não possa ser julgado apenas pela informação contida nos registros
contábeis.

b) Planejamento
Por sua vez, é o processo de decidir que curso de ação deverá ser tomado para o futuro.
O processo de planejamento consiste em considerar vários cursos alternativos de ação e
decidir qual o melhor. Planejamento (que deve ser diferenciado de simples previsão) pode
abranger um segmento da empresa ou toda a empresa.
A informação contábil, principalmente no que se refere ao estabelecimento de padrões e
ao inter-relacionamento da Contabilidade com os planos orçamentários, é de grande utilidade no
planejamento empresarial, mesmo em caso de decisões isoladas sobre várias alternativas
possíveis, utiliza-se grande quantidade de informação contábilistica.

1.5.1. A contabilidade como instrumento de gestão.1

1
VIEGAS, Hélder, e outros, Tecnologias de Administração, 5ª edição, edições asas, Lisboa 1996, pag 27.
Já vimos que a contabilidade, para além de uma técnica de registos de factos
patrimoniais, constitui um eficiente meio de gestão, uma vez que permite estabelecer opções
entre diferentes alternativas possíveis.
Sendo a contabilidade um sistema de informação para a gestão, nunca será demais
acentuar este seu carácter instrumental. De facto, a contabilidade valoriza os recursos postos a
disposição da empresa, as obrigações contraídas e os meios obtidos na transmissão dos bens e
serviços produzidos. E transmitem, sob forma adequada, aos diferentes utentes, os resultados
dessas valorizações, que tantos podem ser históricos como prospectivos.
Se a contabilidade é, pois uma ferramenta de gestão, isso significa que os gestores
necessitam do produto dos sistemas contabilísticos para governarem as empresas. Necessitam de
outras informações, como é óbvio, mas o como estamos a falar da contabilidade restringir-se-
mos à informação contabilística financeira que no âmbito de uma gestão moderna, torna ainda
mais premente a existência, na empresa, de sofisticados e eficazes sistemas de informação.
Face ao que foi dito atrás, pode-se então dizer que a contabilidade também é uma técnica
de informação ao serviço da empresa, uma vez que possibilita à empresa dirigir e regular as suas
relações com o universo que o rodeia.

1.6. Principios Fundamentais da Contabilidade

A estrutura conceitual básica da contabilidade propicia um ambiente de trabalho


baseado nas normas estabelecidas pelos padrões internacionais, onde se destaca os principios
fundamentais da contabilidade para o seu cumprimento. Neste caso, estes são classificados em
três categorias:

1- Postulados ambientais da contabilidade;


2- Princípios Contabilísticos propriamente dito;
3- Restrições ou convenções aos principios contabilísticos fundamentais

Os postulados ambientais- significam as condições sociais, economicas e


institucionais dentro das quais a contabilidade actua.
Os Princípios Contabilísticos as respostas da disciplina aos postulados. Na qual, constitui o
núcleo central da estrutura contabilística. Procuram delimitar como a profissão deve se
posicionais em relação a realidade social, economica e institucional, admitida pelos postulados.
As restrições aos princípios ou convênções – ao principios representam os condicionamentos
de aplicação dos principios, considerando-se as situações practicas vivenciadas. Portanto, os
principios representam a larga estrada a seguir rumo a uma cidade. Em quanto que as
convenções seriam os sinais ou placa indicando com mais especificidade o caminho a seguir, os
desvios a estradas, as saidas etc.

Com tudo, antes de apresentar o trabalho contabilístico a efectuar pela empresa no final
de cada ano, devem-se analisar os princípios contabilísticos consagrados no PGC (pagina 68)
que visam a obtenção de uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira e dos
resultados das operações realizadas pela empresa. Os modelos contabilísticos obedecem a
princípios que são iguais em todos os países, e são imutáveis. Desta feita temos:
1. Principio da Entidade: Reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma
a autonomia patrimonial, ou seja, a Contabilidade deve ter plena distinção e separação
entre pessoa física e pessoa jurídica. Enfim, o patrimônio da empresa jamais se confunde
com o dos seus sócios.
2. Princípio da continuidade: este princípio diz-nos que uma vez iniciada a sua actividade
a empresa opera de forma contínua, isto é a empresa tem uma duração ilimitada sendo a sua
gestão feita por tempo indefinido a não ser que haja intenção de liquidar a empresa e cessar a sua
actividade. Apesar de a empresa prestar e apresentar contas de cada exercício económico estas
paragens são artificiais. A empresa continua a funcionar e apenas avalia o trabalho a executar
durante o exercício económico.
3. Princípio da consistência: este princípio diz-nos que a empresa não pode alterar as suas
políticas contabilísticas (PGC pagina 66), ou seja, a sua maneira de proceder de um exercício
para o outro, não podem ser modificadas, a não ser por razões fortemente justificadas que devem
ser explicadas no anexo.
Os procedimentos contabilisticas mais vulgarmente derrogados são2:
 Os critérios de valorimetria das existências;
 O cálculo do valor das provisões;
 O cálculo do valor das amortizações.
Se a empresa alterar tais procedimentos, deverá de acordo com o PGC, indicar e justificar
tais alterações e mostrar os efeitos que as mesmas provocam nas demonstrações finaceiras da
entidade, no anexo.
4. Princípio da especialização ou do acréscimo: de acordo com este princípio os custos e
os proveitos devem ser tratados contabilisticamente no período em que ocorre independente do

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Lousâ Aires. A contabilidade e a gestão diária.
facto do seu recebimento ou pagamento, isto é, para efeito de registo contabilístico deve atender-
se a data da realização da operação, e não a data da sua cobrança ou pagamento.
5. Princípio de custo histórico: este princípio diz-nos que os registos contabilísticos devem
ser feitos a custo de aquisição ou de produção dos bens, e não os custos pelo qual se prevê a
próxima aquisição dos bens, ou seja, ao custo de reposição. O nosso PGC prefere apesar de
alguns inconvenientes utilizarem o princípio do custo histórico, porque está baseado em
realidades objetivas que são os documentos.
6. Princípio da prudência: este princípio diz-nos que a contabilidade deve ser prudente
sempre que se deslumbrem incertezas no futuro que possam afectar o seu património e deve
estimá-la e regista-las. Não deve, no entanto criar reservas ocultas, nem fazer provisões
excessivas que lhe possam reduzir o seu activo ou aumentar o seu passivo de modo a apresentar
resultados menores.
7. Princípio da substância sobre a forma: este princípio diz - nos que as operações devem
ser contabilizadas atendendo a sua substância e a realidade financeira e não apenas a sua forma
legal. Ex: a empresa adquire uma viatura a prestação, deve-se contabilizar a viatura no momento
em que entra ao seu serviço, apesar de que juridicamente a empresa ainda não ser titular da
mesma.
8. Princípio da materialidade: este princípio diz-nos que enquanto a relevância tem a ver
com a qualidade da informação a materialidade tem a ver com a quantidade da informação. A
relevância diz que a informação é útil quando pode fazer mudar a tomada de decisões. A
materialidade diz que as peças contabilísticas dão uma imagem verdadeira e fiel do patrimônio
da empresa não pode falhar nenhum elemento.
9. Principio da não compensação dos saldos: este princípio diz-nos que não devem ser
efetuadas compensações de saldos entre ativos e passivos. A apresentação de rubricas no balanço
pelo seu valor líquido de amortizações e provisões não é considerada uma compensação de
saldos.

1.7. Divisão da contabilidade

A contabilidade tal como outras ciências, divide-se em outras especialidades a destacar: a


Contabilidade Financeira ou geral, Analítica, Pública, Gerencial e Tributária. Em outras
abordagens encontramos a contabilidade empresarial reunindo a contabilidade Geral/Financeira;
Analítica/Custo, Industrial/Interna e Orçamental.

1.7.1. Contabilidade financeira ou geral


 Regista factos patrimoniais que fazem prova perante terceiros;
 Permite conhecer, em qualquer momento, a situação patrimonial da empresa;
 Dá a conhecer, período a período, os resultados derivados da exploração;
 Possibilitar levar a cabo análises de ordem económica financeira que são importantes
auxiliares de gestão da empresa, para se alcançar a melhor rendibilidade.

1.7.2. Contabilidade analítica


Fornece os custos totais e unitários dos produtos resultantes da actividade interna da
empresa; Permite hierarquizar responsabilidade no seio da empresa, que é possível dividi-la em
secções, cada uma funcionando como um centro de custo próprio.
É um precioso auxiliar da administração da empresa, habilitando – a a tomar decisões
mais esclarecidas, rápidas, seguras e eficazes.

1.7.3. Contabilidade pública


Contabilidade pública diz respeito ao registro sistemático das operações financeiras
realizadas por todos os organismos do sector público.

1.7.4. Contabilidade gerencial


Contabilidade gerencial é a área da contabilidade mediante a qual se procura estabelecer e
determinar o futuro desenvolvimento de uma empresa. Tem uma forte vertente o planejamento
estratégico. Geralmente o ponto de partida é o plano de vendas, do qual derivam o plano (de
custos) de produção, o plano de fornecimento e o plano de financiamento.

1.7.5. Contabilidade tributária


Também conhecida como contabilidade fiscal, a contabilidade tributária é a área de
aplicação das ciências contábeis que tem como objetivo apurar e conciliar a geração de tributos
de uma determinada entidade. A contabilidade tributária fornece dados importantes para a
apuração de tributos
1.8. Conceito de Entidade e suas características

Segundo Barros (2013, pg.03) “entidade é o conjunto de todas as pessoas físicas ou


jurídicas da qual a ciência contábil estuda”. Ou seja, são organizações que reúnem os seguintes
elementos: pessoas, património, titular, acções administrativas e fim determinado. Considerando
o fim a que se destinam, elas podem ser classificadas em instituições e empresas. Entidade é o
conjunto de todas as pessoas físicas ou jurídicas da qual a ciência contabilística estuda.
Instituições são entidades económico-administrativas com finalidade sociais ou
socioeconómicas. As instituições com finalidades sociais são aquelas cuja administração tem
por objectivo o bem estar social da colectividade, como as associações recreativas e esportivas,
os hospitais beneficentes, as igrejas, ong’s, etc. As instituições com finalidades socioeconómicas
são aquelas cuja administração tem interesse no aspecto económico da entidade, porém este
reverte em benefício da colectividade a que pertencem. São exemplos os institutos de
aposentadorias, pensões, previdências, etc.
Empresas são entidades económicos-administrativas que têm finalidade económica, isto
é, visam ao lucro. Desenvolvem os mais variados ramos de actividades, como comércio,
indústria, agricultura, pecuária, transporte, telecomunição, turismo, etc. O Património é o campo
de actuação da Contabilidade, e representa o conjunto de Bens, Direitos (valores a receber) e
Obrigações (valores a pagar) de propriedade de uma pessoa física ou jurídica.
De forma geral, as empresas, são células base da actividade económica, vulgarmente
entendidas como conjunto organizado de meios materiais e humanos, orientados para a produção
de bens e serviços.
Neste sentido podemos definir a empresa como, um organismo económico que reúne
meios (recursos) humanos, materiais e financeiros (capitais), com objectivos de produzir bens e
serviços, para a satisfação das necessidades dos consumidores, tendo em vista a obtenção de
lucros.
A produção de bens e serviços tem por finalidade geral satisfazer as necessidades, e criar
valor para os múltiplos “stakeholders” da empresa, entendidos estes como os interessados nos
resultados da actividade empresarial, mas também afectadas pela forma como esta é exercida.
A empresa é uma organização que actua simultaneamente como agente económico em
diversos mercados e é de toda a conveniência tipificar esses, mercados a fim de facilitar o estudo
sistemático da negociação global e contínua que a empresa mantém com a sua envolvente
transacional.

1.8.1. Classificação da Empresa


Existem vários critérios de classificações de empresas, mas as mais importantes são:
Quanto a sua propriedade as empresas podem ser: públicas, privadas e mistas ou
comparticipadas.
Empresas públicas: são aquelas em que o Estado é detentora do capital na sua totalidade.
Empresas privadas: são aquelas empresas em que os particulares são os detentores do capital
Empresas mistas: são aquelas empresas em que há participação do Estado é de 51% do capital no
mínimo, e a entidade privada deve ser detentora de 49% do capital no máximo.

1.8.2. Classificação Jurídica


Segundo a classificação jurídica, as empresas podem ser:
Empresas em nome individual: são empresas em que apenas existe uma pessoa que é
detentora do património da empresa, e que tendo capacidade para praticar actos de comércio, faz
deste comércio a sua profissão obtendo uma responsabilidade ilimitada.
Empresas colectivas ou Sociedades: São empresas que a detenção do seu capital pertence a
várias entidades. Tradicionalmente existe quatro tipos de sociedades comerciais:
• Em nome colectivo: é o tipo de sociedade em que todos os sócios possuem
responsabilidade ilimitada e solidárias ao valor das quotas.
• Por quotas: neste tipo de sociedade a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor das
quotas subscritas, assim, denomina-se quota do capital subscrito e realizados por quota ou por
sociedade. Este tipo de sociedade caracteriza-se pelo aditamento «Lda».
 Capital subscrito é que consta da escritura de constituição da sociedade, neste processo,
os sócios simplesmente têm o compromisso de contribuir a sua quota.
 Capital realizado é quando os sócios efectivamente põem a disposição o capital subscrito
sobre a sociedade.
• Em comandita
• Na sociedade em comandita existem dois tipos de sócios;
 Os sócios comanditários são aqueles que entram na sociedade com o capital necessário
para o funcionamento da actividade da empresa. Nesse tipo de sociedade os sócios têm
responsabilidade limitada.
 Os sócios comanditados, são aqueles que não entram para sociedade com o capital, mas
põem o seu trabalho ao serviço da empresa. Aqui os sócios têm responsabilidade
ilimitada.
 Ainda na sociedade em comandita, existem dois tipos de sociedades;
 Em comandita simples, quando o capital é representado por quotas,
 Em comandita por acções, quando o capital é representado por acções.
• Anónimas: são aquelas empresas com maior numero de sócios e por vezes não se
conhecem uns aos outros. As responsabilidades dos accionistas limitam-se ao valor das
acções subscritas, cuja sigla representa, S/A.
1.8.3. A empresa e o circuito económico
As empresas são normalmente entendidas como um conjunto de meio materiais e
humanos, virados para a produção de bens e serviço. Para tal, todas as empresas tem um ciclo de
vida limitada e que normalmente se divide em três fases.
- Institucional: quando da sua constituição;
- Funcionamento ou de execução: para efeitos contabilísticos, esta fase divide-se em
período ou exercícios económicos (regra geral, um período económico coincide com o período
civil: Janeiro a Dezembro);
- Liquidação: aquando a sua extinção.
No âmbito da sua actividade, as empresas estabelecem relações com os diversos agentes
económicos que originam fluxos: reais e monetários.
Conforme expresso na figura 1 abaixo, no desenvolvimento da sua actividade, as
Organizações económicas estabelecem relações com o exterior, na forma de prestações recebidas
(compras de matérias-primas, ferramentas, máquinas, mercadorias e serviços) e de prestações
cedidas (vendas de produtos e prestações de serviços). Estas relações traduzem-se em fluxos de
bens e serviços, aos quais correspondem sempre fluxos monetários de sentido inverso (os
recebimentos e os pagamentos) e que se podem traduzir positivamente (Rendimentos) ou
negativamente (Gastos) nos resultados.
Figura 1. - A empresa e o circuito económico

FLUXOS REAIS FLUXOS MONETÁRIOS

Compras
Despesa Gastos
Pagamentos
Fornecedores Fornecedores

Produção
Caixa/depositos
Rendimentos

Receita
Vendas
Clientes Zona interna Recebimentos Clientes

Óptica financeira Óptica Económica Óptica Tesouraria


Nesse sentido, na actividade da empresa podem ser consideradas três ópticas de abordagem:
 Óptica Financeira – Diz respeito ao endividamento da empresa perante o exterior. Está
directamente relacionada com a remuneração dos factores e dos bens e serviços vendidos. Nesta
óptica podemos distinguir:
- Despesa: corresponde à remuneração dos factores produtivos;
- Receita: corresponde à remuneração das vendas efectuadas e/ ou dos serviços prestados.

 Óptica Económica – Ligada à transformação e incorporação dos diversos materiais,


mão-de-obra, etc. Até se atingir o produto (bem ou serviço) final. Nesta óptica podemos
distinguir:
- Gasto: corresponde aos valores incorporados e gastos na produção de bens/ serviços;
- Rendimento: corresponde à venda de produtos acabados/prestação dos serviços;

 Óptica de tesouraria ou de caixa – Corresponde às entradas ou saídas monetárias da


empresa. Nesta óptica podemos distinguir:
- Pagamento: saída de valores monetários;
- Recebimento: entrada de valores monetários.
Em suma, as despesas e receitas dizem respeito a facto que, originando, as primeiras,
obrigações a pagar e, as segundas, direitos a receber, irão provocar, respectivamente, saída e
entradas de valores monetários para a empresa (pagamentos e recebimentos). A empresa, ao
consumir bens e serviços, tem gastos; ao vender os produtos acabados tem rendimentos. Pode
haver um rendimento sem que haja recebimento (ex: venda a prazo de mercadorias) e pode haver
recebimento sem que haja rendimento (ex: cobrança de dívidas a clientes)

2. ESTUDO DO PATRIMONIO: Análise dos Principais Conceitos Contabilísticos

As entidades para levarem a cabo as suas actividades necessitam, por um lado, de um


certo conjunto de elementos, como, por exemplo, equipamentos, edifícios, patentes, dinheiro e
ferramentas. Mas por outro lado as entidades no desenvolvimento das suas atividades
estabelecem relações que implicam um conjunto de direitos e de obrigações, pelo que serão
criadas dívidas a receber (créditos da entidade) ou criadas dívidas a pagar (débitos da entidade).
Isto é além dos bens, fazem parte integrante do património de uma entidade as dívidas a receber
e a pagar. (MANAIA, et. all. 2015, pg.260)
 O que é o patrimônio?
Segundo Manaia (2015, pg.26) O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações
pertencentes á uma entidade num determinado momento. Esse conjunto de bens pode pertencer a
uma pessoa física ou jurídica.
Enquanto as pessoas físicas possuem um conjunto de bens e consumo (caneta, televisão,
relógio, etc..) as entidades, pessoas jurídicas de fins lucrativos (empresas) ou de fins ideais
(instituições), possuem outros tipos de bens (mercadorias, máquinas, instalações, etc..).
Considerando o Patrimônio de uma empresa, ele pode se apresentar de três formas
diferentes:
- Os bens da empresa, que estão em seu poder (computador, prédio, casa, carro, dinheiro
em sua mão, maquinas e etc..).
- Os bens da empresa, em poder de terceiros, ou seja os seus direitos (uma venda feita a
prazo (é direito seu receber esse dinheiro, como esse dinheiro ainda não esta contigo, ele não é
um bem, e sim um direito, direito de recebê-lo), o dinheiro no banco (ele não esta com você)
entre outros). A diferencia existente entre bens de direito é a posse. pois na verdade tudo que esta
nos dois exemplos acima podem ser avaliados em dinheiro, o que diferencia é se esta ou não com
você.
- Os bens de terceiros, em poder da empresa, – as suas obrigações (é o inverso de direitos,
ou seja, é algo avaliável em dinheiro que não lhe pertence mais está contigo).
exemplo:
– compra à prazo – seu fornecedor lhe vendeu mercadorias a prazo, é um direito dele receber e
uma obrigação sua de pagar;
– um empréstimo – é um direito do banco ou financeira e uma obrigação sua pagar.
Assim, definimos o Patrimônio como “o conjunto de bens, direitos e obrigações,
avaliável em moeda e pertencente a uma pessoa física ou jurídica”.

2.1. Elementos patrimoniais

Na análise do património de qualquer entidade, há que se destinguir duas classes de


elementos patrimoniais, a destacar:
A classe do activo (Conjunto de bens e direitos que a entidade possui) e a classe do
passivo (Conjunto das obrigações, ou seja, dos valores a pagar), constituindo os elementos que
compõem o patrimônio de uma determinada entidade.
Resumidamente, os elementos que compõem o património de uma determinada entidade
são:
Bens: edifícios, máquinas, viaturas, mercadorias, dinheiro, etc.;
Direitos: são os créditos da empresa ou dívidas a receber;
Obrigações: são os débitos da empresa ou dívidas a pagar.
Nestas definições de ativo e passivo há uma forte influência jurídica, ao contrário das
definições seguidas pelo Sistema de Normalização Contabilística (SNC). Neste há uma
perspectiva essencialmente econômica.
Assim, de acordo com o SNC, considera-se activo um recurso controlado pela
empresa/entidade como resultado de acontecimentos passados e do qual se espera que fluam para
empresa/entidade benefícios económicos futuros.
Por sua vez o passivo é uma obrigação presente da empresa/entidade proveniente de
acontecimentos passados, da liquidação da qual se espera que resulte um fluxo de recurso da
empresa incorporando benefícios económicos.
Acrescenta-se ainda, que em qualquer patrimônio há que considerar dois aspectos
fundamentais: a sua composição e o seu valor.
A sua composição diz respeito à natureza dos elementos patrimoniais que o integram e à
sua proporção.
Quanto ao valor, é a diferença entre o activo e o passivo. A esta diferença dá-se o nome
de patrimônio liquido ou capital próprio. Ou seja, o valor de uma entidade pode,
matematicamente, apresentar-se como uma igualdade em que:
Activo = Passivo – Capital Próprio
Essa demonstração representa a equação fundamental da Contabilidade

2.1.1. O Patrimonio classificação e sua composição

De forma abrangente, os elementos que compõem o património de uma entidade são:


Bens: itens que a empresa possui para satisfazer suas necessidades de troca, consumo ou
aplicação, que sejam susceptíveis de avaliação económica. Os Bens de uma entidade podem ser
classificados como Tangíveis ou Intangíveis.
- TANGIVEIS: São bens matérias, concretos, ou seja, são corpóreos. (Edifícios, máquinas,
viaturas, mercadorias, dinheiro, etc.).
- INTANGIVEL: São bens imatérias, abstratos, ou seja, que não tem forma física. (Marcas,
Softwares, etc).
Direitos: É a representação do que a empresa tem a receber de terceiros por conta de uma
operação. Os direitos são facilmente identificados por conta das expressões “A Receber”
(Aplicações finaceiras, clientes, etc).
Obrigações (Passivo): São as dívidas de responsabilidade da empresa junto a terceiros.
(Fornecedores, emprestimos, salário a pagar, dividendos, etc.).

Exemplo prático nº 01
A empresa comercial Jonilson & Pedro, Lda., apresentava em seu relatório os seguintes
elementos patrimónais no início da sua actividade em 1 de Janeiro de 2015. (valor em Kz)
1. Edifício: 500.000Kz
2. Dívida ao fornecedor Maia, SA: 520.000
3. Mercadorias em armazém: 450.000Kz
4. Empréstimos obtidos no BFA: 700.000Kz
5. Ferramentas: 20.000Kz
6. Dívida do cliente Maria & Félix, Lda.: 470.000Kz
7. Carrinha comercial: 400.000Kz
8. Maquinaria: 300.000Kz
9. Dinheiro em cofre: 600.000Kz
10. Mobiliário de escritório: 50.000Kz

Pretende-se
1- Classificar os elementos patrimoniais, em bens, direitos e obrigações, activos e passivos
2- Determinar o valor total dos bens, direitos, obrigações, activos e passivos;
3- Determinar o valor do património da “Jonilson & Pedro, Lda.” (VP=B+D-O)

Resolução

Nº Descrição Bens Direitos Obrigações Activo Passivo


1 Edifício 500.000,00 500.000,00
2 Dívida ao fornecedor Maia, SA 520.000,00 520.000,00
3 Mercadorias em armazém 450.000,00 450.000,00
4 Empréstimos obtidos no BFA 700.000,00 700.000,00
5 Ferramentas 20.000,00 20.000,00
6 Dívida do cliente Maria& Félix, Lda. 470.000,00 470.000,00
7 Carrinha comercial 400.000,00 400.000,00
8 Maquinaria 300.000,00 300.000,00
9 Dinheiro em cofre 600.000,00 600.000,00
10 Mobiliário de escritório 50.000,00 50.000,00
b) Total 2.320.000,00 470.000,00 1.220.000,00 2.790.000,00 1.220.000,00
c) Valor do Património = B + D – O 2.320.000,00 470.000,00 1.220.000,00 1.570.000,00

Exercícios de aplicação
A emprsa ADOM Center, possui na sua composição os seguintes elementos patrimoniais:
01- Valor em caixa – 2.000,00
02- Valor no BFA – 10.000,00
03- Estabelecimento Comercial – 14.000,00
04- Diversas factura dos fornecedores – 4.000,00
05- Empréstimos obtidos – 6.000,00
06- Empréstimos concedidos – 4.000,00
07- Três viaturas – 12.000,00
08- Diversas facturas à liquidar pelos clientes – 2.000,00
09 - Diversas facturas por liquidar – 6.000,00
10- Juros à receber – 4.000,00
Pretende-se:
a) Classificar os elementos patrimoniais, em bens, direitos e obrigações, activos e passivos
b) Determinar o valor total dos bens, direitos, obrigações, activos e passivos;
c) Determinar o valor do património da empresa “ADOM-Center”

Exercício de aplicação nº 02
O comerciante João Pedro Lda., que se dedica à comercialização de vinhos, possuía, em 2 de
Fevereiro de 2010 os seguintes elementos patrimoniais constantes no quadro:
Elementos patrimoniais Bens Direitos Obrigações
(B ) (D) (O )
Caixas de vinho tinto
Secretarias de 6 cadeiras
Divida à segurança social
Crédito de J. Pinto Lda.
Garrafas de aguardente
Um armazém
Débito de M. Alves
Debito do empregado Raul Mendes
Empréstimo concedido no BAI
Um Computador
Uma Carrinha Ford
Divida da empregada Filipa
Débito de Carlos Campos, Lda.
Empréstimo obtido no BIC (4 anos)
Dinheiro em caixa

1- Completa o quadro, colocando X na classificação patrimonial (B, D e O)


TABELA DE ALGUMAS EXPRESSÕES TÉCNICAS USADAS EM
CONTABILIDADE

Crédito = Divida a receber Direito Activo


Débito = Divida a pagar Obrigação Passivo
Crédito a, ao, sobre, para = Divida a receber Direito Activo
Crédito a = Divida a receber Direito Activo
Crédito ao = Divida a receber Direito Activo
Crédito sobre = Divida a receber Direito Activo
Crédito de, da, do = Divida a pagar Obrigação Passivo
Débito a, ao, sobre, para = Divida a pagar Obrigação Passivo
Débito sobre = Divida a pagar Obrigação Passivo
Débito ao = Divida a pagar Obrigação Passivo
Débito de, do, da = Divida a receber Direito Activo
Saque = Crédito = a Letra a receber Direito Activo
Aceite = Débito = Letra a pagar Obrigação Passivo
Saque a, ao, sobre, para = Divida a receber Direito Activo
Aceite a, ao, sobre, para = Divida a pagar Obrigação Passivo
Saque de = Letra a pagar Obrigação Passivo
Aceite de = Letra a receber Direito Activo
Factura = representa compra e venda a crédito ou a prazo Obrigação Passivo
Factura recibo = representa compra e venda a pronto pagamento Direito Activo
Factura a = venda a crédito ou a prazo Direito Activo
Factura de = Compra a crédito ou a prazo Obrigação Passivo
Duplicado (cópia) da factura = venda a crédito Direito Activo
Nota de débito a = Aumento da divida do Cliente Direito Activo
Nota de débito de = Aumento da divida com o fornecedor Obrigação Passivo
Nota de crédito a = Diminuição da divida do Cliente Obrigação Passivo
Nota de crédito de = Diminuição da divida com o fornecedor Direito Activo
Empréstimo obtido ou contraído = divida a pagar Obrigação Passivo
Empréstimo concedido = Divida a receber Direito Activo
Empréstimo a = Divida a receber Direito Activo
Empréstimo de = Divida a pagar Obrigação Passivo
Recebimento antecipado (adiantado) Obrigação Passivo
Pagamento antecipado (adiantado) Direito Activo
Divida a = Divida a pagar Obrigação Passivo
Divida de = Divida a receber Direito Activo
Letra a receber = representa divida a receber Direito Activo
Letra a pagar = representa divida a pagar Obrigação Passivo
Fonte: elaborado pelo autor

2.1.2. Património Líquido (PL)

A Situação Patrimonial Líquida também faz parte do Passivo (obrigações), mas contém
uma natureza especial, onde também fazem parte das obrigações os direitos dos accionistas,
sócios ou titular da empresa individual em relação ao património da pessoa jurídica.

Representa aquilo que, de facto, a pessoa tem. Isto é, sua riqueza efectiva, o que lhe
sobra depois de pagar todas as suas dívidas.

O Património Líquido é a diferença entre os valores do activo (+) e do passivo (-) de uma
entidade em determinado momento.

Equações Patrimoniais

O estado patrimonial de uma empresa pode apresentar-se matematicamente de diferentes


maneiras:

a) Activo = Passivo + Património Líquido --> Indica uma situação de normalidade da empresa,
pois o conjunto de bens e direitos supera as obrigações (PL positivo). É uma situação favorável,
positiva ou superavitária.

b) Activo = Património Líquido (sendo Passivo = 0) --> Não existem obrigações para com
terceiros, o que geralmente ocorre na abertura da empresa, sendo o passivo igual a zero.

c) Activo = Passivo (sendo PL = 0) --> Neste caso, não existe capital próprio, o que significa
que o activo da empresa foi totalmente financiado com recursos de terceiros. É um estado de
alerta, pois a empresa está com dificuldades financeiras. É uma situação nula ou compensada.

d) Activo + Património Líquido = Passivo --> Nesta situação, a empresa se encontra em estado
de insolvência, uma parcela das obrigações ficará sem ser paga, mesmo que a empresa venda
todo o seu activo.

Matematicamente temos:

Património Bens Direitos Obrigações


líquido (PL)
Património Activo Passivo
líquido

Essa formula matemática representa a equação fundamental da Contabilidade


pertencente a uma determinada entidade.
Exemplo:
1- Se a entidade possui Bens e Direitos de 4.000,00kz e uma obrigação para com Terceiro de
2.000,00kz:
a) Qual será a situação liquida da entidade?

A – P = PL
Bens + Direitos – Obrigações = PL
4.000,00kz - 2.000,00kz = 2.000,00kz

R: SL=A>P: situação líquida activa.

Enunciado: Quando o valor do Activo supera o valor do Passivo, então, o Patrimônio Líquido
será positivo ou supervitária, isso significa dizer que a entidade possui mais bens e direitos do
que obrigações.

2- Se a entidade possui Bens e Direitos de 4.000,00kz e tiver uma obrigação para com o seu
Terceiro de 6.000,00kz

b) Qual será a situação patrimônial da empresa?

A – P = – PL
Bens + Direitos – Obrigações = – PL
4.000,00 – 6.000,00 = – 2.000,00

R: SL=A<P: Situação liquida passiva.

Enunciado: Quando o valor do Ativo for menor do que o valor do Passivo, tem-se o PL negativo,
que também pode ser denominado de Passivo a descoberto, pois mesmo vendendo todos os bens
e resgatando todos os direitos da empresa, não é suficiente para arcar com todas as obrigações
registradas no Passivo, portanto, o Passivo ficará a descoberto.
3- se a entidade possui Bens e Direitos de 4.000,00kz e tiver uma obrigação para com o seu
Terceiro de 4.000,00kz:
b) Qual será a situação líquida da empresa?

A – P = PL
Bens + Direitos – Obrigações = – PL
SL = A = P: situação líquida nula. 4.000,00 – 4.000,00 = 0

2.1.3. Características dos elementos patrimoniais

As caracteristicas dos elementos patrimoniais são elencadas nas seguintes ordens:

Titularidade: Pertencente a uma entidade.


Heterogeneidade: São diferentes entre si – caixa, banco mercadorias, etc;
Pecuniaridade: São susceptíveis de conversão em valores monetários, a que se refere o
PGC no item 1.4- Moeda de relato.
Algebricidade: uns têm valores positivos, outros negativos – proveitos e ganhos, custos
e perdas;
Complementariedade: o conjunto dos elementos patrimoniais, definem a entidade a que
pertencem – empresa. (MAGRO, 2008, pag.19)

2.1.4. Representação do património de uma entidade

O património de uma entidade é representado através do conjunto dos bens e direitos


constituindo o valor do Activo da entidade, das obrigações constituindo o passivo da entidade e
do patrimônio líquido, constituindo assim o capital aplicado pelos sócios e acionistas no acto da
constituição da empresa. A esse conjunto de elementos do Activo, Passivo e Patrimônio liquido,
os representamos por meio das massas patrimoniais, definido como “o conjunto dos elementos
que têm a mesma funcionalidade económica ou financeira”. Na elaboração dos exercícios as
massas patrimoniais serão demonstradas por meio de um mapa de nominado “mapa
patrimonial”.

2.1.5. Tipologia de massas patrimoniais


A contabilidade não utiliza a nossa linguagem, ela usa a linguagem das contas. Na
apresentação da situação patrimonial e financeira as contas são agrupadas em massas gerais e
parciais.

 Massas gerais
São as chamadas de Activo, Passivo e Capital Próprio.
Activos – Conjunto de bens e direitos pertencentes a uma determinada entidade, valorizando
positivamente o património, ou seja o conjunto de valor que a empresa possui e tem a receber;
Passivos – obrigações ou conjunto de valores a pagar num determinado período (valorizam
negativamente o património);
Capital próprio ou situação – Valor do património, determinado pela diferença entre o Activo e
Passivo, ou a diferença entre os bens, direitos e obrigações.
Por sua vez as massas patrimoniais gerais dividem-se em subgrupos, de acordo com a função
específica que desempenha e forma cada grupo, que chamamos de massas patrimoniais parcial.
 Massas parciais
Existem três tipos de massas patrimoniais parciais, massas parciais activo, passivo e capital
próprio.
Massa parcial do Activo
Partindo da natureza dos elementos que compõem o Activo podemos dividi-lo em Activo fixo e
activo corrente:

 Activo fixo ou activo não corrente: classe que inclui o conjunto de bens e direitos
destinados a permanecerem na empresa por período superior a um ano. Classe que inclui os bens
não comercializáveis ou a serem transformados ou seja são bens com carácter de permanência na
empresa.
Exemplos: terrenos, edifícios, equipamentos, máquinas, meios de transporte etc.

 Activo corrente ou circulante: conjunto de bens e direitos destinados a permanecerem na


empresa por período inferior a um ano. Compreende as classes que incluem elementos
renováveis, cuja mutação representa dinamismo e actividade na empresa. Essas massas
patrimoniais ainda dividem-se em:

 Existência: correspondem aos elementos que se podem transformar com rapidez em


disponibilidades. Estão neste caso: Matérias-primas, subsidiárias e de consumo, produtos
trabalhos em curso, produtos acumulados e intermediários, subproduto, desperdícios, resíduos e
refugos, mercadorias e outras matérias em trânsito.

 Terceiros devedores: correspondem aos elementos que se transformam com maior rapidez
em disponibilidades. Neste caso: Clientes, outros valores a receber, estado, pessoal, e entidades
participantes;
 Disponibilidades: correspondem ao dinheiro que existe nos cofres da empresa, depósitos, nos
bancos ou aplicadas em títulos negociáveis;

Massa parcial do Passivo


As massas patrimoniais do passivo são:
Passivo não corrente ou débito ou exigível de médio e longo prazo: inclui todas as
obrigações ou dívidas a terceiros com o prazo superior a um ano. Estão neste caso; os
empréstimos, subsídios preços e outros valores a pagar etc.

Passivo corrente ou débito exigível de curto prazo: inclui conjunto dos valores a pagar
com o prazo inferior a um ano. Estão neste caso os fornecedores, Estado, entidades
participantes, pessoal e outros credores a pagar.

Massas parciais da situação líquida


A situação líquida desdobra-se em:
Situação líquida inicial: valor que o comerciante ou sócios de uma empresa efectuaram
inicialmente ao exercício da respectiva actividade, ou seja o seu capital inicial.
Situação líquida adquirida: valor correspondente a soma algébrica dos resultados
(lucros e prejuízos) que são obtidos desde o início de actividade da empresa até o
momento considerado, que não foram retirados ou distribuídos até esta data. Esta parcela
é determinada pela situação líquida final e a situação inicial da empresa.

De acordo com o critério temporal a situação adquirida será constituída por duas parcelas
distintas:
 Resultado transitado: constitui o resultado obtido em exercício económicos anteriores e
não distribuídos ou seja retida na empresa definitiva ou temporariamente.
 Resultado líquido do exercício: resultado obtido da actividade no ano em curso ou agora
terminado, cujo a aplicação ainda não é decidida.
 Reservas: representa a afectação de uma parte do resultado dos exercícios anteriores
como reservas para assegurar actividade da empresa.

Exemplo práctico nº3


A empresa Madeira & Filhos, S/A., em determinado período apresentou os seguintes elementos
patrimoniais em KZ:
01- Depósitos no banco Bic 120.000,00
02- Edifício 900.000,00
03- Fornecedores 75.000,00
04- Mobiliários diversos para vendas 750.000,00
05- Dinheiro em cofre 250.000,00
06- Crédito a Mobilux, Lda. 500.000,00
07- Empréstimo do Bai a 5 anos 2.000.000,00
08- Camião 1.200.000,00
09- Imposto a pagar 65.000,00
10- Débito ao Armazém valódia, Lda. 550.000,00
11- Depósitos no banco Bai 580.000,00

Pretende-se:
a) Classifica os elementos patrimoniais, segundo as classes;
b) Elaborar o mapa patrimonial;
c) Determinar o valor do património Líquido da Madeira & Filhos, S/A.

Resolução
Nº Descrição Bens Direitos Obrigações
1 Depósitos no banco Bic 120.000,00
2 Edifício 900.000,00
3 Fornecedores 75.000,00
4 Mobiliários diversos para vendas 750.000,00
5 Dinheiro em cofre 250.000,00
6 Crédito a Mobilux, Lda. 500.000,00
7 Empréstimo do Bai a 5 anos 2.000.000,00
8 Camião 1.200.000,00
9 Imposto a pagar 65.000,00
10 Débito ao Armazém valódia, Lda. 550.000,00
11 Depósitos no banco Bai 580.000,00
a) Total 3.800.000,00 580.000,00 2.140.000,00

b) Massa Patrimonial Activo Passivo


Descrição Bens Direitos Obrigações
(=) Situação Líquida 3.800.000,00 1.050.000,00 2.140.000,00
(=) Situação Líquida (B+D-O) 2.710.000,00

Execícios de aplicação nº 4
A empresa MKS, Lda apresentou os seguintes elementos patrimoniais em 01 de Janeiro de 2010
em kz:

1 - Empréstimo de ml/p 12.000.000,00


2 - Armazém com escritório 6.500.000,00
3 - Monta-cargas 1.400.000,00
4 - Viaturas (4) 3.200.000,00
5 - 5 Secretárias c/ cadeiras em uso 50.000,00/1
6 - 3 Estantes para arquivos em uso 32.000,00/1
7 - Gerador uso exclusivo 1.800.000,00
8 - Pacote de software de contabilidade/ Adm 585.000,00
9 - 8 Computadores p/ uso 87.600,00/1
10 - 25 Computadores p/ vendas 92.000,00/1
11 - 15 Estantes p/ vendas 330.000,00
12 - 18 Televisores p/ vendas 55.000,00/1
13 - Mobiliário de escritórios completo 285.000,00
14 - 66 Mobiliários de lar diversos 1.950.000,00 p/ venda
15 - Mercadorias diversas em trânsito 516.800,00

Pretende-se:

a) Classifica os elementos patrimoniais, segundo as classes


b) Elaborar o mapa patrimonial
c) Determina o valor do património Líquido da MKS, Lda.

2.2. Reconhecimento do património de uma entidade

O patrimônio de uma determinada entidade, deve ser reconhecido por meio de dois
documentos principais: Inventário e Balanço.

2.2.1. O Inventário: é uma relação dos elementos patrimonial de uma empresa com indicação da
sua respectiva quantidade, preço e valor.

A origem da palavra inventário, vem da palavra inventarium, que era um termo Romano
(latim) para designar um grande documento/lista onde se encontravam registrados os produtos
dos armazéns.

2.2.2. Classificação do inventário

Existem dois tipos de inventários, simples e classificado:


 Inventário Simples, quando os seus elementos não obedecem a qualquer ordem;
 Inventario classificado, quando os seus elementos são agrupados segundo a sua natureza,
característica ou função.

2.2.3. Composição do inventário

O inventário é repartido em dois grupos:


 Activo e Passivo

2.2.4. Características do inventário

O inventário goza de 3 característica:


a) É estático – apresenta a relação dos elementos patrimoniais em determinado momento.
b) É quantitativo – os elementos estão valorizados em moedas
c) É qualitativo – desta lista fazem parte todos os elementos patrimoniais da empresa nesse
momento.

2.2.5. Representação gráfica do inventário


O inventário pode ser representado de uma das duas formas aqui citadas:

Vertical – quando os elementos do activo e do passivo encontram-se num mesmo quadro,


estando os elementos do activo em cima e os elementos do passivo em baixo.

Horizontal – quando os elementos do activo e do passivo estão num quadro com duas colunas
ficando, na coluna esquerda o activo e, a direita o passivo.

2.2.6. Fases de elaboração do inventário

Em contabilidade procura-se o inventário quando se analisam os elementos patrimoniais


de uma empresa com vista a descriminação e valorização.

Na elaboração do inventário podemos distinguir 4 etapas:


 Arrolamento ou identificação de todos os elementos – consiste em agrupar os elementos
patrimoniais existentes.
 Classificação dos elementos em conta – consiste em agrega-los nas respectivas contas.
 Descrição – descreve-os nas suas respectivas contas.
 Avaliação – consiste em atribuir o seu respectivo valor a cada um dos elementos.

Actualmente tem-se em conta apenas duas etapas que são a identificação e da avaliação.

2.2.7. Quanto ao momento em que é elaborado


a) Inventário inicial: é o que é elaborado no momento em que a empresa inicia a sua actividade
b) Inventário final: é o que se realiza no final do exercício económico
c) Inventário extraordinário: é o que se realiza por motivos imprevistos (roubo, incêndio …)

2.2.8. Quanto à apresentação


a) Inventário sintético: um inventário sintético não se encontra tão detalhado, nele apenas
surgem as contas integrantes com respectivo título e extensão
b) Inventário analítico: Um inventário analítico é aquele em que é possível visualizar todos os
elementos patrimoniais, as rubricas, as contas, as massas patrimoniais parciais e gerais

2.3. Sistemas de Inventario

Na contabilidade o inventário é basicamente uma lista de bens e materiais disponíveis em


estoque que estão armazenados na empresa. Já o levantamento dos Custos das Mercadorias
Vendidas acontece por meio de dois (2) sistemas como:

 Inventário Permanente
O inventário funciona por um controlo de estoque de forma individualizada e imediata.
Geralmente este registro é feito por um sistema eletrônico de dados, ou seja, neste sistema é
possível a obtenção do custo da mercadoria vendida a qualquer instante.

No Inventário Permanente, é possível acompanhar todo o estoque de uma só vez. Mesmo


assim, é importante lembrar que na atualização de dados de entrada e saída é possível ter falhas
no processo, ou seja, por conta de incidentes ou até mesmo falta de conhecimento de pessoas ao
utilizar o sistema. Este método consiste na movimentação da conta mercadoria em todas as
operações ao preço de custo, o saldo representa o custo das existências em armazém.

 Inventário Periódico

Pelo sistema periódico, as vendas não são controladas de modo imediato no estoque, isto
é, a contagem do custo da mercadoria vendida (CMV) acontece apenas no final de cada período.

Nas operações do Inventário Periódico temos a contabilização do procedimento de bens


através da conta de produtos compostos até o final de cada ciclo definido por ano. De certo
modo, a opção que os produtos são medidos e numerados, sendo avaliado de acordo com a data
de fechamento do balanço patrimonial, ou seja, consiste na obtenção de informações periódicas
das existências em armazém e determina o valor do stock e dos resultados apurados.

Deste modo, a diferença entre o sistema de inventário permanente e o periódico ou intermitente é


que o primeiro movimente a conta de existências após cada operação, enquanto que o segundo
tal movimento só é possível no fim do exercício, com a contagem física dos bens.

Armazém com escritório ---------------------------------------6.500.000,00


Monta-cargas-----------------------------------------------------1.400.000,00
4 Viaturas no valor de-------------------------------------------3.200.000,00
5 Secretárias c/ cadeiras em uso----------------------------------250.000,00
3 Estantes para arquivos em uso-----------------------------------96.000,00
Gerador uso exclusivo-------------------------------------------1.800.000,00
Pacote de software de contabilidade/ Adm --------------------585.000,00
8 Computadores p/ uso --------------------------------------------700.800,00
25 Computadores p/ vendas-------------------------------------2.300.000,00
15 Estantes p/ vendas ----------------------------------------------330.000,00
18 Televisores p/ vendas ------------------------------------------990.000,00
Mobiliário de escritórios completo ------------------------------285.000,00
66 Mobiliários de lar diversos p/ venda-----------------------1.950.000,00
Mercadorias diversas em trânsito---------------------------------516.800,00
Empréstimo de ml/p---------------------------------------------12.000.000,00

Pretende-se
1- Elaborar o inventário simples (dispositivo vertical)
Resolução

Inventário Simples
Activo Qtd. Preço Valor
Armazém com escritório 1 6.500.000,00 6.500.000,00
Monta-cargas 1 1.400.000,00 1.400.000,00
Viaturas 4 800.000,00 3.200.000,00
Secretárias c/ cadeiras em uso 5 50.000,00 250.000,00
Estantes para arquivos em uso 3 32.000,00 96.000,00
Gerador uso exclusivo 1 1.800.000,00 1.800.000,00
Pacote de software de contabilidade/ Adm 1 585.000,00 585.000,00
Computadores p/ uso 8 87.600,00 700.800,00
Computadores p/ vendas 25 92.000,00 2.300.000,00
Estantes p/ vendas 15 22.000,00 330.000,00
Televisores p/ vendas 18 55.000,00 990.000,00
Mobiliário de escritórios completo 1 285.000,00 285.000,00
Mobiliários de lar diversos p/ venda 66 29.545,45 1.950.000,00
Mercadorias diversas em trânsito 1 516.800,00 516.800,00
Total do Activo 20.903.600,00

Passivo
Empréstimo de ml/p 1 12.000.000,00 12.000.000,00
total do Passivo 12.000.000,00

Exercícios de aplicação nº05


 A empresa GFA & Filhos, Lda. Apresentou em determinado periodo os seguintes elementos
patrimoniais:
3 Maquinas de Cervejaria no valor de 400.000,00
3 Viaturas para cargas e transportes de 652.500,00/1
2 Terrenos para venda no valor de 5.162.000,00
Dinheiro em caixa no valor de 652.000,00
Depósito no banco Bic de 300.000,00
Investimento financeiro em curto prazo no valor de 65.452,00
Financiamento a ml/p no Banco MillenniumAtlantico de 862.000,00
3 Marcas e Patentes de 269.000,00
Divida a receber de 500.000,00
3 Equipamentos de Hardware para uso exclusivo de 95.000,00/1
2 Vivendas de 1.230.000,00/1

Pretende-se

1- Elaborar o inventário simples (dispositivo vertical)


Exercício de aplicação nº 06
O senhor Leo iniciou a sua actividade de comerciante com a empresa Leo Lda. E o seu
património em 02 de Fevereiro de 2005 era constituído pelos seguintes elementos.
1- Divida ao fornecedor z-----------------------------------------------------------158.000,00
2- Mercadoria para venda -----------------------------------------------------------230.000,00
3- Depósito no BFA------------------------------------------------------------------300.000,00
4- Um armazém ----------------------------------------------------------------------900.000,00
5- Divida do Cliente B----------------------------------------------------------------50.000,00
6- Trespasse-------------------------------------------------------------------------1.000.000,00
7- Dinheiro em cofre----------------------------------------------------------------250.000,00
8-Uma carrinha---------------------------------------------------------------------3.000.000,00
9- Divida ao BIC-------------------------------------------------------------------1.500.000,00
10-Depósito no BIC-----------------------------------------------------------------500.000,00
11- Divida ao fornecedor Y--------------------------------------------------------400.000,00

Pretende-se
1- Elaborar o inventário geral ou classificado (dispositivo vertical)
Resolução
Inventário geral classificado do Senhor Leo em 02/02/2005

Descrição Qtd P.u Valor


Activo
Activo não corrente
1- Meios Fixos

11- Imobilizações corpóreas

Imoveis
Armazém 1 900.000 900.000

Moveis
Meios de transporte
Carrinha 1 3.000.000 3.000.000
Imobilizações incorpóreas
Trespasse 1.000.000

Activo corrente
2- Existências
Mercadorias para venda 230.000,00

3- Terceiros
Clientes
Divida do cliente B 50.000,00

4- Disponibilidades
Depósito à ordem
Depósito no BCI 500.000,00
Deposito no BFA 300.000,00

Caixa
Dinheiro em cofre 250.000,00

Total do activo 6.230.000,00

Passivo
Passivo corrente
Fornecedores
Divida ao fornecedor z 158.000,00
Divida ao fornecedor y 400.000,00

Emprestimo obtido
Divida ao BIC 1.500.000,00

Total do passivo 2.058.000,00


Exercício de aplicação nº 06

A sociedade Ana Jorge Lda. Cujo objecto social é a comercialização de bens alimentares.
Apresentou em 03 de Janeiro de 2015, os seguintes elementos patrimoniais:

1- 60 Notas de 50kz e 176 notas de 1.000kz em cofre da empresa.


2- Factura da Bela flor Lda--------------------------------------------85.000,00
3- 2 Cheques visados por depositar---------------------13.000kz e 57.000kz
4- Depósito a ordem no BFA------------------------------------------47.000,00
5- Um estabelecimento Comercial----------------------------------270.000,00
6- Um edifício administrativo---------------------------------------130.000,00
7- Saque sobre Amadeu Lda------------------------------------------36.000,00
8- Aceite a Beto Lda---------------------------------------------------43.000,00
9- Débito de João, SA-------------------------------------------------55.000,00
10- 2 Toneladas de arroz---------65kz/kg---------------------------------------?
11- Empréstimo no BFA (5 anos) ----------------------------------193.000,00
12- Divida de Sandra, Lda----------------------------------------------31.000,00
13- 12 Caixas de leite Nido com 6 latas cada a 1.000kz/ cada lata--------?
14- Factura nº40 a Beira Mar Lda------------------------------------67.000,00
15- 30 Sacos de açúcar de 25 kg à 5.200kz cada saco------------------------?
16- Duas carrinhas no valor de -----------------------------------------172.000
Pretende-se

1- Elaborar o inventário geral ou classificado (dispositivo vertical)

Resolução
Inventário geral classificado da sociedade Ana Jorge em 31/01/2015
Descrição Qtd P.u Valor
Activo
Activo não corrente

1- Meios Fixos

11- Imobilizações corpóreas


Edifício administrativo 1 130.000 130.000,00
Estabelecimento comercial 1 270.000 270.000,00

Meios de transporte
Carrinha p/transporte 2 86.000 176.000,00

Activo corrente
2- Existências
Mercadorias
Toneladas de arroz 2.000kg 65 130.000,00
Sacos de açúcar 30 5.200 156.000,00
Latas de leite nído 72 1.000 72.000,00

3- Terceiros
Clientes
Debito de joão S.A 55.000,00
Letras a receber
Saque sobre Amadeu 36.000,00
Factura nº 40 a beira-mar 67.000,00
Devedores diversos
Divida de Sandra Lda. 31.000,00
4- Disponibilidades
Depósito à ordem
Deposito no BFA 47.000,00
Caixa
Notas de 50kz e e notas de 100kz 179.000,00
Cheques por depositar 70.000,00

Total do activo 1.419.000,00

Passivo
Passivo não corrente
Emprestimo obtido a MLP
Emprestimo no BFA a 5 anos 193.000,00

Passivo corrente
Fornecedores
Factura de bela flor Lda. 85.000,00
Letras a pagar
Aceite a Beto Lda. 43.000,00

Total do passivo 321.000,00


Exercício de aplicação nº 07
A sociedade Miala Lda. Dedica-se a comercialização de bens alimentares. Em 28 de Fevereiro
de 2010 apresentou o seguinte património:
1- Divida a papelaria Quibala------------------------------------------50.000.00
2- Deposito a Ordem no BIC-----------------------------------------100.000,00
3- 200 Sacos de Arroz a 50,00 /kg-----------------------------------------------?
4- Divida da Maboque-------------------------------------------------175.000,00
5- Um (1) Computador IBM------------------------------------------200.000,00
6- 100 Notas de 50,00 no Cofre--------------------------------------------------?
7- Aceite a Ensul--------------------------------------------------------75.000,00
8-Crédito a J. Amadeu Lda.-------------------------------------------35.000,00
9- Uma Tonelada de feijão 5,00 cada Kg--------------------------------------?
10- Um Edifício comercial-------------------------------------------500.000,00
11- Uma carrinha------------------------------------------------------400.000,00
12- Mobiliário do Escritório------------------------------------------300.000,00
13- Saque sobre PMJ Lda---------------------------------------------25.000,00
Pretende-se
1- Elaborar o inventário geral classificado (dispositivo vertical)

Exercício de aplicação nº 08
A sociedade Lucas Lda. Cujo objecto social é a comercialização de electrodomésticos.
Apresentou em 03 de Janeiro os seguintes elementos patrimoniais:
Crédito-------------------------------------------------------------------------------------45.000,00
Dinheiro em cofre----------------------------------------------------------------------230.000,00
Cheques por depositar-------------------------------------------------------------------35.000,00
Depósito no BCI------------------------------------------------------------------------250.000,00
Depósito no BFA-----------------------------------------------------------------------145.000,00
Depósito no KEVE----------------------------------------------------------------------46.000,00
Divida comercial de Afonso----------------------------------------------------------125.000,00
16 Televisores ao preço de 1/15.000,00---------------------------------------------------------?
15 Frigoríficos ao preço de 1/12.000,00--------------------------------------------------------?
Divida de J. Pinto comercial----------------------------------------------------------120.000,00
Aceite de Ecomar S.A-------------------------------------------------------------------50.000,00
Crédito sobre Mabor Lda---------------------------------------------------------------45.000,00
20 Rádios ao preço de 1/4.500,00----------------------------------------------------------------?
Divida do empregado Rui---------------------------------------------------------------15.000,00
Um Edifício comercial-----------------------------------------------------------------100.000,00
Saque sobre Sandra Domingos---------------------------------------------------------30.000,00
Mobiliário do escritório-----------------------------------------------------------------36.000,00
Viatura para transporte de mercadorias-----------------------------------------------22.500,00
Viatura para transporte de pessoal----------------------------------------------------112.000,00
Débito a Manuela Mendes--------------------------------------------------------------30.000,00
Empréstimo obtido no BFA a 5 anos--------------------------------------------------78.000,00
Débito a Ângela e Filhos ---------------------------------------------------------------48.000,00
Pretende-se
1- Elaborar o inventário geral classificado (dispositivo vertical)

Exercício de aplicação nº 09
A sociedade Domingos Pedro S.A. Cujo objecto social é a comercialização de bens alimentares.
Apresentou em 06 de Janeiro de 2010 os seguintes elementos patrimoniais:
Um edifício administrativo----------------------------------------------------------17.000.000,00
2 Armazéns grossistas--------600.000/cada -------------------------------------------------------?
2 Computadores-----1/50.000,00--------------------------------------------------------------------?
3 Jeep Toyota-------1/1.400.000,00-----------------------------------------------------------------?
Um Volvo F12--------------------------------------------------------------------------3.200.000,00
15 Secretarias----1/30.500,00----------------------------------------- -----------------------------?
2 Cadeiras---------------------------------------------------------------------------------1/12.000,00
20 Caixas de óleo alimentar c/12 litros cada ao preço de 85,00/lit-.---------------------------?
2.000 Sacos de arroz de 50 kg cada ao preço de 68,00/kg--------------------------------------?
10 Latas de Leite Nido ao preço de 900,00/Lata-------------------------------------------------?
Saque s/ Viera Lda-----------------------------------------------------------------------130.000,00
Divida do Jumbo-----------------------------------------------------------------------2.160.000,00
Aceite de J. Pimenta Lda----------------------------------------------------------------120.000,00
Divida dos trabalhadores-----------------------------------------------------------------10.000,00
Empréstimo bancário (5 anos) -----------------------------------------------------42.000.000,00
Crédito da Ango-alisar----------------------------------------------------------------3.200.000,00
Depósito no BFA----------------------------------------------------------------------2.750.000,00
Depósito no BFA em USD 20.000 ao câmbio de 96,00KZ/Dólar----------------------------?
500 Notas de 1.000,00------------------------------------------------------------------------------?
2.400 Notas de 500,00------------------------------------------------------------------------------?
Cheques por depositar----------------------------------------------------------------1.310.000,00

Pretende-se
1- Elaborar o inventário geral classificado (dispositivo vertical)
2.3. O Balanço

O Balanço é uma demonstração contabilística onde se compara o Activo e o passivo para


evidenciar a situação líquida de uma entidade em determinando período. Ou seja, é uma
demonstração que evidencia todo o patrimônio de uma entidade em um determinado momento,
mostrando todos os bens, direitos e obrigações numa certa data.
Primeiro ela registra esses dados, depois processa os relatórios e demonstrações. Uma das
principais demonstrações é chamada de Balanço Patrimonial.
Mais para ficar mais apresentável, ao invés de misturar tudo, ela preocupou-se em deixar
isso de uma maneira mais fácil de se entender.

2.3.4. Constituição do Balanço


O Balanço patrimonial está divido em duas partes: um positivo chamado ativo outro
negativo chamado passivo. No activo estão o conjunto de bens e direitos e no passivo suas
obrigações ou deveres.
A diferença entre o Ativo (+) e o Passivo (-), denomina-se PATRIMÔNIO LIQUIDO que
aparece vinculado ao Passivo, para que haja uma igualdade entre este e o Activo, que chamamos
de Equação ou Equilíbrio Patrimonial. Ou seja o balanço é constituído pelas seguintes classes:
Activo: Recursos (Bens e direitos) controlados por uma entidade como resultado de
acontecimentos passados e dos económicos futuros. Estes recursos podem dividir-se em duas
categorias principais; Bens e Direitos.
Passivo: Conjuntos de obrigações (dívidas) presentes da entidade provenientes de
acontecimentos passados, da liquidação dos quais se espera que resultem fluxos de recursos da
empresa incorporando benefícios económicos. Estas obrigações podem dividir-se em duas
categorias principais:
Capital próprio: resulta da diferença entre o Activo e Passivo.

2.3.5. Equação geral do Balanço

Capital próprio = Activo – Passivo ou SL=A - P

Sendo:
SL=A>P: situação líquida activa,
SL=A<P: situação passiva,
SL=A=P: situação líquida nula.

2.3.6. Classificação do balanço


O balanço é geralmente classificado nas seguintes ópticas:

a) Quanto a apresentação;

O balanço é apresentado em dois dispositivos que são:


Dispositivo horizontal – É quando os elementos do activo situam-se do lado esquerdo e os do
passivo do lado direito.

Dispositivo vertical – É quando os elementos do passivo situam-se abaixo dos elementos do


activo.

Representação Horizontal/Balanço em …………….20….


C/C Activo Valor C/C C.P e Passivo Valor

Total do Activo Total do C.P e Passivo

Representação Vertical/Modelo do PGC


Exercícios
Designação Nota Ano Ano X-
X 1
Activo

Total d Activo
Capital P e Passivo

Total do C.P e Passivo

b) Quanto ao grau de análise;

O balanço é analisado de duas formas que são:


Balanço analítico – é o balanço em que as contas encontram-se desdobradas em respectivas
subcontas.
Balanço sintético – é o balanço em que apresentam-se apenas os valores totais do activo, capital
próprio e do passivo.
c) Quanto a competência do exercício;

A necessidade de obtenção de informações regulares sobre o andamento dos negócios, de


forma a possibilitar aos gestores a tomarem decisões, criou-se a necessidade de dividir a
actividade ou exercício da empresa em intervalos de tempo, que no fim dos mesmos elaboram-se
os balanços e apuram-se os resultados.
Em princípio, os balanços elaboram-se com uma certa periodicidade e em geral tem sido
em um ano.
d) Quanto a competência do exercício da empresa o balanço é distinguido da seguinte
forma:

 Balanço inicial – É aquele que se efectua no inicio de uma actividade económica.

 Balanço final – É aquele que se efectua no final da actividade económica.

2.3.7. Representação gráfica do Balanço

Como sabemos o balanço é uma igualdade entre dois membros representando-se no


primeiro membro as massas do activo e no segundo as massas do passivo e capital próprio,
referidos a uma determinada empresa a uma certa data.

Assim sendo o balanço é graficamente representado da seguinte forma:


BALANÇO
Cod Activo Valor Cod Capital próprio e passivo Valor
1 Activo fixo 5 Capital próprio
11 Imobilizado corpóreo 51 Capital
12 Imobilizado incorpóreo 52 Acções e quotas próprias
13 Investimentos financeiros 55 Reservas
14 Imobilizado em curso 81 Resultado transitado
88 Resultado líquido do exercício
Passivo
Activo corrente Passivo ML/P
2 Existências 33 Empréstimos
Matérias-primas, materiais consumo
22 diverso
23 Produto e trabalho em curso Passivo corrente C/P
24 Produtos acabados 3 Contas a pagar
26 Mercadorias 32 Fornecedores
27 Mercadorias, matérias em trânsito 33 Empréstimos
3 Contas a receber 34 Estado
31 Clientes 35 Entidades participantes e participadas
34 Estado 36 Pessoal
35 Entidades participantes e participadas Total do passivo corrente
36 Pessoal Total do passivo
4 Disponibilidades
41 Títulos negociáveis
42 Depósitos a prazo
43 Depósitos a ordem
45 Caixa
Total do activo corrente Total do passivo
Total do activo Total do capital próprio e passivo

2.4. Alterações no Balanço Patrimonial


No desenvolver das operações de uma empresa, quando efectua uma transação (compra,
vendas) ou qualquer outra operação, os elementos que compõem o Patrimônio se modificam.
Chamamos de Exercício Financeiro, operações que acontecem, fazendo com que a estrutura do
Patrimônio se modifique a cada operação realizada. A essa continuidade de operações do “dia a
dia” da empresa, modifica a estrutura patrimonial. No último dia de cada Exercício Financeiro
levantamos um Balanço que nos mostra a representação do que existe de Bens, Direitos e
Obrigações e qual resultado do exercício que está sendo encerrado, que pode ser de dois tipos:
1º) Quando a Receita (+) for maior que a Despesa (-), o resultado final do exercício será um
Lucro;
2º) Quando a Despesa (-) for maior que a Receita (+), o resultado final do exercício será um
Prejuízo;
O termo balanço na Contabilidade se equipara a igualdade, assim pressupõem se que o
Ativo é igual a soma do Passivo mais o Patrimônio Liquido (A = P + PL).
Na contabilidade nos trabalhamos com as chamadas partidas dobradas, registramos o mesmo
valor duas vezes mais em contas diferentes.
– Esse primeiro dinheiro que o sócio coloca na empresa é chamado de CAPITAL SOCIAL.
– Essa operação acima em termos técnicos é chamada de integralização de capital

2.5. Noção de património empresarial


Património de uma empresa é o conjunto dos seus bens, direitos e obrigações, devidamente
valorizados, referentes a uma determinada data e usados para atingir determinados objectivos
a) Bens: são os elementos físicos que uma empresa possui num determinado momento. Os bens
classificam-se em: Bens Móveis, Bens Imóveis, Bens Tangíveis e Bens Intangíveis. Os bens
fazem parte do activo (património bruto).

Exemplos:
 Dinheiro em moeda
 Mercadorias
 Maquinaria
 Mobiliário de escritório

b) Direitos: são dívidas que terceiros têm para com a empresa e também o valor das marcas,
patentes e outros direitos similares
Exemplos:
 O dinheiro depositado num banco
 As dívidas de clientes

c) Obrigações: são as dívidas que a empresa tem para com terceiros

Exemplos:
 Os valores em dívida nas compras a prazo
 Empréstimos obtidos nos bancos

Elementos patrimoniais a ter em conta:


 Crédito de : nossa obrigações
 Crédito sobre : nosso direito
 Dívida a : nossa obrigação

Dívida de : nosso direito

Exercícios de Aplicação

2.6. Os Factos patrimoniais

2.6.1. Factos Permutativos e Factos Modificativo

Factos administrativos são os acontecimentos que provocam variações nos valores


patrimoniais, podendo ou não alterar o património líquido. Por modificarem o património, devem
ser contabilizados por meio das contas patrimoniais ou de resultados.
O património não deve manter-se estático ao longo do período, pelo contrário está sujeito
a uma contínua transformação, esta transformação é motivada por duas espécies de
acontecimentos:
 Acontecimento normal ou voluntário é aquele que resulta do funcionamento normal da
empresa, da sua actividade corrente. Exemplo: compras, vendas, desconto consumo, etc.
 Acontecimento anormal ou involuntário; é aquele que surge independentemente da vontade
da empresa. Exemplo: incêndios, sinistros e roubos etc.

Os factos administrativos podem ser classificados em três grupos:


 Factos patrimoniais permutativos;
 Factos patrimoniais modificativos;
 Factos patrimoniais mistos.
Factos permutativos: são aqueles que provocam permutações entre os elementos
componentes do activo e/ou do passivo, sem modificar o valor do património líquido. São
também denominados de factos qualitativos.
Factos Modificativos: são aqueles que acarretam alterações, para mais ou para menos, no
patimónio líqido. São também denominados de factos quantitativos.
Como podemos observar, os factos permutativos envolvem apenas as contas patrimoniais, sem
provocar alteração alguma no património líquido. Porém, os factos modificativos envolvem
contas de resultados (proveitos e custos) e, consequentemente, alteram o património líquido.
Factos Mistos: envolvem, ao mesmo tempo, um facto permutativo e um modificativo.
Pode, portanto, acarretar alterações no activo e no património líquido, ou no passivo e no
patrimínio líquido, ou no activo, no passivo e no património líquido ao mesmo tempo. Os factos
mistos também podem acarretar aumenro ou diminuição no património.

Exemplos práticos de Factos Permutativos


Balanço Patrimonial de M.M&Filhos, Lda
Activo Valor C.P e Passivo Valor
Bens: Património Líquido:
Imóveis 2.800 Capital 3.200
Lucro Acumulado 800
Caixa 1.000 Obrigações:
Direitos: Salário a Pagar 300
Clientes 500
Total do Activo 4.300 Total do C.P e Passivo 4.300

Permutação entre elementos de activos.


Factos (a): recebimento da divida ao cliente no valor de 500.

Esse facto aumentará ao valor na conta caixa em 500, pela entrada do dinheiro, e diminuirá a
conta cliente, também em 500, tendo em vista o cliente quitou a sua dívida para com a nossa
empresa.
Nosso direito, portanto, deixa de existir. Desse modo, o facto provoca, ao mesmo tempo,
aumento e diminuição entre os elementos do activo. O balanço patrimonial, após esse
acontecimento ficará assim:

Balanço Patrimonial de M.M&Filhos, Lda


Activo Valor C.P e Passivo Valor
Bens: Património Líquido:
Imóveis 2.800 Capital 3.200
Lucro Acumulado 800
Caixa 1.500 Obrigações:
Salário a Pagar 300
Total do Activo 4.300 Total do C.P e Passivo 4.300

Os 500 que estava em cliente passaram para a conta caixa. Houve permutação entre elementos
do activo, mas o valor do património líquido não se alterou. O património líquido, no balanço
apresentado. Tanto antes quando depois do facto, o valor do património líquido permanece o
mesmo.

Permutação entre elementos de passivo


Partindo do balanço anterior já modificado pelo facto (a), consideremos o seguinte:

Facto (b). Na conta salário a pagar, no valor de 300, registrada no passivo, representando o valor
líquido dos salários que a empresa tem a pagar a seus empregados, está contida ao valor de 30,
correspondente ao imposto de rendimento de trabalho.

Este valor deveria sido retirado dos salários dos empregados, mas ainda não foi. Para regularizar,
vamos retirá-lo da conta salário a pagar e transferí-lo para a conta própria, denominada de IRT.

Balanço Patrimonial de M.M&Filhos, Lda


Activo Valor C.P e Passivo Valor
Bens: Património Líquido:
Imóveis 2.800 Capital 3.200
Lucro Acumulado 800
Caixa 1.500 Obrigações:
Salário a Pagar 270
IRT 30
Total do Activo 4.300 Total do C.P e Passivo 4.300

Permutação entre elementos de activos e passivos


Aumento
Facto (c): compra de móveis e utensílio a prazo, por 700.

Esse facto provocará, ao mesmo tempo, aumento no activo e no passivo. Veja como ficará o
balanço patrimonial, após esse evento:

Balanço Patrimonial de M.M&Filhos, Lda


Activo Valor C.P e Passivo Valor
Bens: Património Líquido:
Imóveis 2.800 Capital 3.200
Móveis e Utensilio 700 Lucro Acumulado 800
Caixa 1.500 Obrigações:
Salário a Pagar 270
IRT 30
Outros Valore a receber pagar 700
Total do Activo 5.000 Total do C.P e Passivo 5.000
O activo aumentou 700, indo de 4.300 para 5000, com a inclusão da conta móveis e Utensilo,
tendo em vista a compra efectuada, o passivo também aumentou 700, passado de 4.300 para
5000, com a inclusão da conta Outros valores a receber e a pagar, devido a obrigação contraída.

Diminuição.

Facto (d): a empresa M.M&Filhos, Lda, efectuou o pagamento, em dinheiro no


valor de 500.

Esse evento diminuirá o activo, pela saída do dinheiro da conta caixa, e reduzirá também o
passivo, pela liquidação da obrigação, no mesmo valor. Veja, então, como ficará a situação
patrimonial.

Balanço Patrimonial de M.M&Filhos, Lda


Activo Valor C.P e Passivo Valor
Bens: Património Líquido:
Imóveis 2.800 Capital 3.200
Móveis e Utensilio 700 Lucro Acumulado 800
Caixa 1.000 Obrigações:
Salário a Pagar 270
IRT 30
Valor a pagar Rceber 200
Total do Activo 4.500 Total do C.P e Passivo 4.500

Tanto no caso de aumento como no caso de diminuição, houve permutação entre elementos do
activo e do passivo ao mesmo tempo, sem interferência do património líquido, que permaneceu o
mesmo.

Exemplos práticos de Factos Modificativos


Balanço Patrimonial de M.M&Filhos, Lda
Activo Valor C.P e Passivo Valor
Bens: Património Líquido:
Imóveis 2.800 Capital 3.200
Móveis e Utensilio 700 Lucro Acumulado 800
Caixa 1.000 Obrigações:
Salário a Pagar 270
IRT 30
Valor a pagar Rceber 200
Total do Activo 4.500 Total do C.P e Passivo 4.500

Diminuição.

Facto (e): a empresa M.M&Filhos, Lda, pagou a divida de 100 em dinheiro,


referente a despesas com o uso de telefone.
Este facto diminuirá o caixa em 100, pela saída do dinheiro, e por envolver uma despesa,
diminuirá também o património líquido no mesmo valor. Após esse facto, a situação patrimonial
da empresa fica assim:
Balanço Patrimonial de M.M&Filhos, Lda
Activo Valor C.P e Passivo Valor
Bens: Património Líquido:
Imóveis 2.800 Capital 3.200
Móveis e Utensilio 700 Lucro Acumulado 700
Caixa 900 Obrigações:
Salário a Pagar 270
IRT 30
Valor a pagar Rceber 200
Total do Activo 4.400 Total do C.P e Passivo 4.400

Aumento
Suponhamos agora, a seguinte ocorrência:

Facto (f): A empresa M.M&Filhos, recebe o valor de 200, em dinheiro, proveniente de receitas
de aluguel de Imoveis.

Este facto aumenta o activo pela entrada de dinheiro na conta caixa e aumentará o património
líquido pela receita auferida. Veja a situação patrimonial anterior, modificada por esse evento.

Balanço Patrimonial de M.M&Filhos, Lda


Activo Valor C.P e Passivo Valor
Bens: Património Líquido:
Imóveis 2.800 Capital 3.200
Móveis e Utensilio 700 Lucro Acumulado 900
Caixa 1.100 Obrigações:
Salário a Pagar 270
IRT 30
Valor a pagar Rceber 200
Total do Activo 4.600 Total do C.P e Passivo 4.600

Exemplos práticos de Factos Mistos


Balanço Patrimonial de M.M&Filhos, Lda
Activo Valor C.P e Passivo Valor
Bens: Património Líquido:
Imóveis 2.800 Capital 3.200
Móveis e Utensilio 700 Lucro Acumulado 900
Caixa 1.100 Obrigações:
Salário a Pagar 270
IRT 30
Valor a pagar Rceber 200
Total do Activo 4.600 Total do C.P e Passivo 4.600
Aumento

Partindo da situação patrimonial anterior, suponhamos o seguinte:


Facto (g): os móveise utensílios, que custaram 700, foram vendidos, à vista, por 750.

Esse evento diminuirá o activo em 700, pela saída dos móveis, aumentará novamente o activo,
pela entrada de 750, em dinheiro, no caixa, e aumentará o património líquido, pelo lucro auferido
de 50. O balanço patrimonial ficará assim:
Balanço Patrimonial de M.M&Filhos, Lda
Activo Valor C.P e Passivo Valor
Bens: Património Líquido:
Imóveis 2.800 Capital 3.200

Caixa 1.850 Lucro Acumulado 950


Obrigações:
Salário a Pagar 270
IRT 30
Valor a pagar Rceber 200
Total do Activo 4.650 Total do C.P e Passivo 4.650

Diminuição

Suponhamos, agora, a seguinte ocorrência:


Facto (h): a Empresa M.M&Filhos, efectuou o pagamento de uma dívida no valor de 200,
em dinheiro, tendo pago também, 20 de juros pelo atraso. Pagou, portanto 220.

Esse facto acarretará diminuição no activo, pela saída de 220 no caixa, diminuição no passivo,
pela extinção da obrigação em dívida a pagar, no valor de 220, e diminuição no património
líquido, pela redução dos lucros em 20, devido a despesa ocorrida. A situação do património
passou a ser a seguinte:

Balanço Patrimonial de M.M&Filhos, Lda


Activo Valor C.P e Passivo Valor
Bens: Património Líquido:
Imóveis 2.800 Capital 3.200

Caixa 1.630 Lucro Acumulado 930


Obrigações:
Salário a Pagar 270
IRT 30

Total do Activo 4.430 Total do C.P e Passivo 4.430

Neste caso, tivemos, ao mesmo tempo, um facto permutatvo, entre activo e passivo, e um facto
modificativo, pagamento de juros ocorridos na operação.
1 – Factos Permutativos – Admitindo que foi efectuado um depósito de 250 kzs
ACTIVO VALORES EM KZS Variações V. APÓS LANÇAMENTO
Edifícios e Outras Construções
Equipamento Administrativo 100.000 100.000
Equipamento Básico 170.000 170.000
Mercadorias 100.000 100.000
Clientes 77.000 77.000
Depósitos à ordem 3.500 +250 3.750
Caixa 500 -250 250
TOTAL DO ACTIVO 600.000 Kzs 600.000 Kzs.

PASSIVO VALORES EM KZS


Fornecedores 75.000,00 75.000,00
Empréstimos bancários 12.5000,00 12.5000,00
TOTAL DO PASSIVO 200.000 Kzs 200.000 Kzs
Apesar da composição dos factos patrimoniais ser diferente da inicialmente apresentada, o
Capital Próprio permanece inalterável, pelo que o seu montante ascende a 400.000 Kzs.
2 – Factos Modificativos – Supondo que se processou uma venda de mercadorias por 10.000
Kzs. que havia custado 6.000 Kzs, ter-se-á:

ACTIVO VALORES EM KZS Variações V. APÓS LANÇAMEN


Edifícios e Outras Construções
Equipamento Administrativo 100.000 100.000
Equipamento Básico 170.000 170.000
Mercadorias 100.000 -6.000 94.000
Clientes 77.000 +10.000 87.000
Depósitos à ordem 3.500 3.500
Caixa 500 5000
TOTAL DO ACTIVO 600.000 Kzs 604.000 Kzs.

PASSIVO VALORES EM KZS


Fornecedores 75.000 75.000
Empréstimos bancários 125000 125000
TOTAL DO PASSIVO 200.000 Kzs 200.000 Kzs

Agora, para além da alteração da composição dos factos patrimoniais, modificou-se


também o valor do património, passando a ser de 404.000 Kzs.
A identificação dos factos patrimoniais é crucial para que se possam definir as suas causas
e simultaneamente determinar o alcance dos seus efeitos.
Em sequência das exposições anteriormente apresentadas, poder-se-á também distinguir
entre:
- Operações – resultam da actividade normal da empresa e da manifesta vontade dos seus
dirigentes (por ex. compra, venda).
- Acontecimentos – não resultam da vontade expressa dos seus titulares (p.ex. incêndio,
roubo).
As operações poderão ser:
- Internas - quando se realizam no seio da empresa.
- Externas – quando são efectuadas com o meio envolvente.
Capítulo IV- Dinâmica Patrimonial.

2.3. A conta
A conta é um conjunto de elementos patrimoniais, com características comuns e
homogéneas, expressos em unidades monetárias. A conta constitui a base de toda a
escrituração, visto que é a partir dela que se desenvolve o trabalho contabilístico. Permite
registar todas as variações sofridas pelos elementos patrimoniais que nela se englobam. As
contas, como classe de valores, apresentam características próprias:
 Título ou compreensão da conta: é o nome da conta, ou seja, qualidade que caracteriza
o conjunto de elementos patrimoniais (Caixa, depósitos a ordem).
 Extensão: conjunto de elementos patrimoniais que satisfazem as condições previamente
definidas (o valor ou saldo da conta).
 Homogeneidade: a conta só deve conter os elementos patrimoniais que tenham as
mesmas características.
 Integralidade: todos os elementos patrimoniais que tenham as mesmas características
devem estar incluídos na mesma conta.

2.4.1 Funções da Conta

As contas têm funções como:


 Classificativa; permite a escrituração mercantil;
 Histórica; permite comparações entre o passado e o presente
 Numérica; tem expressão monetária – saldos;
 Prospectivas; permite fazer previsões.

2.4.2 Elementos da Conta


 Titulo, é o nome da conta.
 Código, número da conta.
 Débito, é o estado de dívida da conta e é representada pela abreviatura D
 Crédito, é o estado haver da conta e é representada pela abreviatura C ou H
 Saldo, é a diferença entre o débito e o crédito.

2.4.3 Natureza do saldo de uma Conta


Os saldos das contas podem ter naturezas diferentes, como podemos observar mais abaixo:
 Devedor, quando o débito é maior que o crédito.
 Credor, quando o crédito é maior que o débito.
 Nulo, quando o débito é igual ao crédito, conta saldada.

Contas do Balanço
Contas do Activo Nat. Saldo Contas do Passivo Nat. Saldo
1-Meios Fixos e Investimentos 3-Terceiros
11- Imobilizações corpóreas 32- Fornecedores
12- Imobilizações incorpóreas 33-Emprestimos Credor
13- Investimentos financeiros 34- Estado
… 36- Pessoal
2- Existências
21- Compras 5-Capital próprio ou situação líquida
22- Mat. Primas, subsidiarias cons. 51- Capital
26- Mercadorias 55- Reservas Credor
Devedor
81- Resultados transitados
3- Terceiros 88- Resultado líquido do exercício
31- Clientes

4- Meios Monetários
41- Títulos negociáveis
42- Depósitos a prazo
43- Depósitos a ordem
45- Caixa

Contas de resultados
7- Contas de custos e perdas Nat. Saldo 6- Contas de proveitos e ganhos Nat. Saldo
71- Custos Exist. Vendidas e Consumidas 61- Vendas
72- Custo com pessoal 62- Prestação de serviços
73- Amortizações do Exercício 63- Outros proveitos suplementares
75- Outros Custos Operacionais 64- Variação da produção
76- Custos e perdas financeiras Devedor 65- Trabalhos p/própria empresa Credor
78- Custos e perdas não operacionais 66- Proveitos financeiros
79- Custos e perdas Extraordinários 68- Prov. Ganhos não operacionais
69- Prov. Ganhos Extraordinários

8- Resultados
81- Resultados transitados 84- Resultados em filiais e Associados
82- Resultado operacional 85- Resultado não operacional
Livre Livre
83- Resultado financeiro 86- Resultado extraordinário
87- Imposto Sobre Lucros 88- Resultado Líquido do Exercício

2.4.4 Classificação e divisão das contas

Podemos classificar as contas segundo as suas massas patrimoniais:


1 Meios fixos e investimentos Activo
2 Existências Activo
Classes de Contas do 3 Terceiros Activo e Passivo
Balanço 4 Meios monetários Activo
5 Capital próprio Capital Próprio
6 Contas de proveitos e ganhos Demonstração de Resultados
Classes de Contas de
resultados 7 Contas de custos e perdas Demonstração de Resultados
Demonstração de Resultados
8 Resultados e Balanço

Exercício de aplicação
BIBLIOGRAFIA

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 ANDRÉ, Cibert; Comptabilité General; Editora Dunod.
 BORGES, A.; Rodrigues, A.; Rodrigues, R.; Elementos de Contabilidade Geral; 20ª Edição;
Áreas Editora, 2002, Lisboa.
 ________, Elementos de Contabilidade Geral, Áreas Editora 1995
 BORGES, A.; Isidro, H.; Macedo, J.; Moreira, A.; Morgado, J.; Práticas de Contabilidade
Financeira, 3ª Edição; Áreas Editora, 2002, Lisboa.
 BORGES, A.; Ferrão M.; A Contabilidade e a Prestação de Contas; 8ª Edição; Editora Rei
dos Livros, 2002, Lisboa.
 BORGES, A.; Ferrão, M.; Manual de Casos Práticos; 8ª Edição; Editora Rei dos Livros,
1999, Lisboa.
 FERNANDO, Rui Hilven: Análise das Demonstrações Financeira como ferramentas para
tomada de decisão nas empresas. Setúbal, 2014.
 Fundo Social Europeia: Manual técnico de Formação de Contabilidade Geral. Espaço
Atlântico, Formação financeira, Sa, 2014
 FERREIRA, Rogério F.; Normalização Contabilísitca;
 GONÇALVES, Fernando & Neves M.; Práticas Contabilísticas, Ed. Editores, Lda.- Angola,
2016.
 LOUSÃ, Aires; Salgueirinho, C.; A contabilidade e a Gestão Diária; Editora Plural, 2015.
Angola.
 SILVA, GONÇALVES da, F.V.; Esteves Pereira, J.M.; Contabilidade das Sociedades;
Plátano Editora.
 SILVA, Gonçalves da, F. V.; Imobilizados e Amortizações; Editora Sá da Costa
 Código das Sociedades Comerciais
 Plano Geral de Contabilidade
 Decreto 82/21 lei
 Vieira, M.P. Renata: Teoria da Contabilidade. 2011

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