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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância


Centro de Recursos de Nampula

Cristóvão António: 708216871

A evolução da contabilidade e seus objectivos, e sua importância na Administração


Pública Moçambicana

Docente: Gult Florentina Djedje

Disciplina: Contabilidade Geral

Curso: Administração Pública. 2º Ano.

Nampula, Agosto de 2022


Índice

Introdução……………………………………………………………….……………………3

Definição da contabilidade……………………………………………………………….…..4

Evolução histórica da contabilidade………………………………………………………….5

Evolução dos objectivos da contabilidade……………………………………………………5

Importância da contabilidade na administração pública Moçambicana……………………...7

Conclusão……………………………………………………………………………………..9

Referências bibliográficas…………………………………………………………………...10

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Introdução

A evolução do homem e da sociedade como um todo é resultado, principalmente, de estudos,


pesquisas, descobertas e revoluções. Com a contabilidade não é diferente, pois ela está presente
tanto na vida pessoal como nos negócios empresariais e, nesse sentido, configura-se como uma
ciência de vital importância para o desenvolvimento da sociedade.

Com a característica de uma ciência social aplicada, a contabilidade deve evoluir de acordo
com as necessidades de informações demandadas pelos seus usuários. Para cumprir esta
missão, ela deve buscar continuadamente ser um sistema de informações que atenda as mais
variadas necessidades e interesses de seus usuários. Para isso, a contabilidade, em sua forma
mais actual, subdivide-se nas seguintes áreas: financeira, gerêncial, de custos, social e
ambiental.

O trabalho tem como objectivo: descrever o processo evolutivo da contabilidade ao longo de


sua existência. Para a concretização dos objectivos deste trabalho utilizou-se como
metodologia a pesquisa bibliográfica.

O trabalho encontra-se organizado em:

 Introdução
 Desenvolvimento
 Conclusão e por fim,
 As referências bibliográficas.

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1. Definição de contabilidade

A Contabilidade é uma ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle
permanente do Património da empresa. (Ribeiro, 2003).

Ou por outra, é a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no
património das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses
fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do património, suas variações e
o resultado económico decorrente da gestão da riqueza económica. (Franco, 2000).

De acordo com Costa et al (2008), a Contabilidade é uma ciência de natureza económica, cujo
objecto é a realidade económica de qualquer entidade pública ou privada, analisada em termos
quantitativos e por método específico, com o fim de obter informações indispensáveis à gestão
dessa entidade, nomeadamente o conhecimento da situação patrimonial e dos resultados.

2. Evolução histórica da contabilidade

De acordo com Ávila (2006), a contabilidade constitui um dos conhecimentos mais antigos da
humanidade e surgiu em função da necessidade que o ser humano tem de controlar suas posses
e riquezas, ou seja, seu património. É tão antiga quanto à própria humanidade. Há inclusive,
hipóteses de que a contabilidade tenha surgido antes mesmo da escrita e até que tenha sido
base para o surgimento desta.

Portanto, a contabilidade nasceu com o objectivo principal de controlar o património. Em


termos históricos, registros indicam que a ciência contábil praticamente surgiu com o advento
da civilização. Com a sedentarização da humanidade e a descoberta da capacidade do homem
de armazenar bens, nasceu a necessidade de controle desses bens. Há evidências históricas de
registro contábeis nas civilizações dos sumérios, babilónios, assírios, egípcios, hebreus, gregos
etc. (Padoveze, 2008).

A contabilidade surgiu da necessidade do homem acompanhar e controlar a evolução de seu


património. Dessa forma, a contabilidade faz parte da evolução e do desenvolvimento do
próprio ser humano e da sociedade.

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Iudícibus (2000), descreve que a contabilidade é tão antiga quanto a origem do homem
pensante. Historiadores remontam os primeiros sinais da existência de contas
aproximadamente a 4000 anos a.C. Entretanto, talvez antes disto o homem primitivo, ao
inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos, ao
contar suas ânforas de bebidas, já estava praticando uma forma rudimentar de contabilidade.

Percebe-se que desde as épocas mais antigas os homens buscam se organizar para controlar
seus pertences. Nesse sentido, praticavam actos de comércio através da troca de bens
mercadorias, onde até hoje existe a preocupação em controlar o património das pessoas e das
empresas.

A origem da contabilidade está relacionada à necessidade de registros do comércio, pois à


medida que o homem começava a possuir maior quantidade de seus bens e valores, precisava
saber quanto isso poderia render e quais as formas para aumentar a sua situação patrimonial.
Como tais informações eram cada vez mais numerosas e de difícil memorização, surgiu a
necessidade dos registros, gerando os primeiros esboços para os estudos voltados para a
contabilidade.

3. A evolução dos objectivos da contabilidade

Primeiramente, a contabilidade preocupava-se basicamente com as informações financeiras,


visando o atendimento das obrigações fiscais e legais. Com a evolução tecnológica e a
ampliação das necessidades sociais, como um todo, houve também a ampliação do leque de
usuários potenciais da contabilidade, criando-se a necessidade da empresa evidenciar suas
realizações para a sociedade, contrariamente ao que acontecia antigamente, quando a
contabilidade tinha por objectivo informar apenas ao dono qual o lucro obtido pela empresa
em determinado período (Franco, 2000 e Padoveze, 2008).

Com o surgimento do mercado globalizado que acirrou a concorrência, a informação contábil


tornou-se imprescindível e estratégica para a subsistência e criação de vantagem competitiva
para possibilitar que as empresas locais competissem com as grandes corporações
transnacionais, e para que estas dispusessem das informações necessárias para poder avançar
e expandir mundialmente.

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Neste ambiente competitivo, Araújo e Neto (2003), também apresentam uma nova finalidade
para a contabilidade: além da divulgação das informações financeiras usuais, a divulgação de
informações económicas destinadas a diversos níveis de usuários (tanto internos como
externos).

Os autores constatam que tais informações devem caracterizar-se pela utilidade e


confiabilidade, e atender a diversificados interesses dos seus usuários, não apenas a financeira,
mas sim, as várias abordagens, inclusive a económica, que não são excludentes, mas
complementares em termos informacionais. A contabilidade, sendo um instrumento de
informação gerêncial, deverá informar ao seu usuário principal os dados que retratem, além
do lucro e da rentabilidade, o valor económico gerado por suas actividades.

Esse novo objectivo da contabilidade também é destacado por Padoveze (1999), que a
contabilidade gerêncial moderna deve estar inclusa no processo de gestão para investigar de
forma continua a efectividade da utilização dos recursos organizacionais para a criação de
valor para os accionistas, clientes e credores.

Nesta nova realidade concorrencial, a contabilidade precisa evoluir e fornecer instrumentos


decisivos para o crescimento económico da organização como, por exemplo, a contabilidade
estratégica de custos que criou métodos capazes de apurar o custo do concorrente, dos elos de
uma cadeia de valor, da qualidade etc.

Portanto, o modelo contábil antigo não atende mais as necessidades dos gestores, que agora
demandam informações gerenciais dinâmicas e ágeis, tanto dos aspectos relativos à própria
empresa, como do ambiente em que ela está inserida.

Araújo e Neto (2003), afirmam que os métodos utilizados pelos gestores para a sua gestão
financeira da empresa mudaram, pois está sendo adoptado como objectivo organizacional a
maximização da riqueza dos accionistas. Assim, os gestores necessitam de informações que
permitam aos accionistas verificar se os seus fins estão sendo alcançados e, para isso, cabe à
contabilidade apresentar tais subsídios.

Os autores também destacam como finalidade primordial da contabilidade, actuar como


instrumento de administração e suporte ao planeamento da entidade para a identificação e

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determinação dos objectivos organizacionais, bem como para a análise de alternativas e
projecção das ações futuras. Com base nos padrões estabelecidos nos planos operacionais, a
contabilidade pode acompanhar o andamento do processo de execução das ações e decisões
que envolvem a utilização de recursos económicos e, finalmente, avaliar e analisar o resultado
das decisões tomadas.

Além disso, a evolução das necessidades sociais e as novas exigências da sociedade criaram
para a contabilidade a missão de também divulgar informações sobre a execução de ações
sociais e ambientais das empresas como, por exemplo: Balanço Social, Demonstração do
Valor Adicionado e a contribuição da empresa para a preservação ambiental.

Assim, percebe-se que a atuação da contabilidade extrapola o ambiente interno da empresa e


deve colectar informações do ambiente externo. Por esse motivo a contabilidade constitui-se
em diversas ramificações que visam atender as peculiaridades de cada segmento do mercado.

4. Importância da contabilidade na Administração publica Moçambicana

Para Iudicibus (2000), a contabilidade é uma ferramenta fundamental para a boa


Administração Pública no desempenho de sua função de atender os interesses da sociedade,
como instrumento gerêncial que proporcione maior transparência e controle. Se uma
instituição pública, não possui controle das suas decisões, fundamentadas em informações
correctas, essa pode obter deficit em vez de superávit, trazendo assim um sério prejuízo a nossa
sociedade, que muitas vezes desconhece o uso dos recursos públicos.

Contabilidade Pública é tão importante quanto a contabilidade que é aplicada nas empresas
privadas. Ela não deve limitar-se tão-somente a prestar contas aos cofres públicos, através de
dispositivos legais e constitucionais, mas buscar transparência nos demonstrativos financeiros.
Isso permitiria que todos os cidadãos pudessem compreender as ações dos governantes e fazer
uma análise crítica verificando, assim a atuação dos vários órgãos no que diz respeito à
subtracção de parte do património público por meio de tributos.

A Contabilidade, no exercício de suas funções, tem que ser um instrumento de alcance e


manutenção dos interesses públicos, os quais devem estar sempre voltados ao atendimento à
sociedade (Padoveze, 2008., Araújo e Neto, 2003 e Costa et al, 2008).

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A Contabilidade é um instrumento que proporciona à Administração Pública as informações
e controles necessários à melhor condução dos negócios públicos. Ela deve abastecer de
informações todo o processo de planeamento, orçamento (elaboração, estudo e aprovação,
execução e avaliação dos resultados), controle e o processo de divulgação da gestão realizada.

Contabilidade Pública constitui uma das subdivisões da contabilidade, aplicada a diferentes


tipos de actividades e de entidades. Seu campo de actuação é, assim, o das pessoas jurídicas
de direito público, bem como o de algumas das suas entidades vinculadas, estas pelo menos
quando utilizam recurso a conta do orçamento público. ﴾Piscitelli et al, 2002).

Para não se limitar apenas aos dois conceitos sobre a contabilidade acima citados, no entender
de Angélico (1994), a Contabilidade pública é a disciplina que aplica, na administração
pública, as técnicas de registos e apuramentos contabilísticos em harmonia com as normas
gerais do direito financeiro.

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Conclusão

Através deste trabalho verificou-se que a origem da contabilidade é tão antiga quanto o
homem primitivo, e sua evolução está directamente relacionada com o progresso económico
da sociedade.

Nestes termos conclui-se que, é importante ressaltar que todo o processo evolutivo do
conhecimento contábil fundamenta-se na relação tempo evolução. À medida que o tempo foi
passando, o conhecimento contábil foi progredindo, acumulando os conhecimentos
anteriormente adquiridos para a elaboração e fixação de novas correntes, ganhando força,
sofrendo influências, inovando. Desenvolveu-se assim, de forma continua, do empirismo à
revolução da tecnologia da informação e com certeza continuará neste processo ao serviço da
sociedade.

A contabilidade na Administração pública Moçambicana é muito importante, pois proporciona


à administração informações actualizadas e exactas que possam ser expressas em termos
monetários, sendo possível informar os reflexos das transacções realizadas de modo a
possibilitar as tomadas de decisões, para o cumprimento da legislação vigente, e ainda,
demonstrar a situação económico-financeira da entidade em um determinado momento.

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Referências bibliográficas

 Angélico, João. (1994). Contabilidade Pública. (8ª. ed.).São Paulo: Atlas.


 Ávila, C. A. (2006). GESTÃO CONTÁBIL para contadores e não contadores.
Curitiba: IBPEX.
 Costa, Carlos B & Alves, Gabriel C. (2008). Contabilidade Financeira. (4ª. ed).
Lisboa: Editora Rei dos livros.
 Franco, Hilário. (2000). Contabilidade Geral. São Paulo: Atlas.
 Iudícubus, Sérgio de. (2000). Teoria da Contabilidade. São Paulo.
 Iudícibus, Sérgio de & Marion, José Carlos. (2000). Introdução à Teoria da
Contabilidade. São Paulo: Atlas.
 Padoveze, Clóvis Luís. (2008). Manual de Contabilidade Básica. (6ª.ed.). São Paulo:
Editora Atlas.
 Padoveze, Clóvis Luiz. (1999). O Papel da Contabilidade Gerêncial no Processo
Empresarial de Criação de Valor. Caderno de Estudos USP, n. 21, São Paulo.
 Piscitelli, Roberto Bocaccio., Timbó, Maria Zulene Farias & Rosa, Maria Berenice.
(2002). Contabilidade Pública: Uma abordagem da Administração Financeira Pública.
(8ª ed.). São Paulo: Atlas.

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