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Processo Nº 5105179-28.2021.4.02.5101
Evento 4
Número do Evento: 4
DESPACHO/DECISÃO
Vistos em decisão.
5) TUNAY PEREIRA LIMA – art. 16 da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, cap
ut, do Código Penal (FATO 01); art. 4º da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código
Penal (FATO 02); art. 7º, II, III e IV, da Lei nº 7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na
forma dos arts. 29 e 30 do CP (FATO 03); art. 2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO
04).
9) DIEGO SILVA VIEIRA – art. 16 da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput
, do Código Penal (FATO 01); art. 4º da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código
Penal (FATO 02); art. 7º, II, III e IV, da Lei nº 7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na
forma dos arts. 29 e 30 do CP (FATO 03); art. 2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO
04).
10) MARIANA BARBOSA CORDEIRO – art. 2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850
/2013 (FATO 04)
16) ALAN GOMES SOARES – art. 16 da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, ca
put, do Código Penal (FATO 01); art. 4º da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do
Código Penal (FATO 02); art. 7º, II, III e IV, da Lei nº 7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385
/76, na forma dos arts. 29 e 30 do CP (FATO 03); art. 2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013
(FATO 04).
17) MICHAEL DE SOUZA MAGNO – art. 7º, II, III e IV, da Lei nº 7.492/86 c/c
art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na forma dos arts. 29 e 30 do CP (FATO 03); art. 2º, § 4º, III e IV,
da Lei nº 12.850/2013 (FATO 04).
Afirmou que MIRELIS ZERPA, por sua vez, seria pessoa com amplo
conhecimento do mercado de criptomoedas e acesso às carteiras de investimento do grupo, tanto
que, mesmo após a deflagração da denominada "Operação Kryptos", teria realizado diversos e
sucessivos saques, no total de 4330.737326 Bitcoins (BTC), a representar, ante cotação média de
31/08/2021, R$ 1.063.070.463,56 (um bilhão, sessenta e três milhões, setenta mil, quatrocentos e
sessenta e três reais e cinquenta e seis centavos).
Esgrimiu que a condução ilegal das atividades do grupo GAS, como instituição
financeira oficiosa, teria desencadeado dificuldades operacionais, principalmente em razão da
concentração, nas contas bancárias das empresas GAS e do próprio GLAIDSON, do capital
derivado da captação, com o objetivo de aplicação dos recursos de terceiros. Os bancos com os
quais a organização criminosa teria mantido relacionamento teriam deflagrado uma série de
pedidos de esclarecimentos, fundados na incompatibilidade entre a movimentação financeira e o
faturamento/receita comprovado, aliada ao uso disseminado de criptomoedas como tipologia
comum de lavagem de dinheiro, o que teria culminado em múltiplas comunicações ao COAF,
obstáculos de todos os gêneros pretensamente impostos à operação das contas bancárias, e até
mesmo encerramento do relacionamento.
Referiu que GLAIDSON pretenderia subverter restrições que lhe estariam sendo
impostas pelo Sistema Financeiro Nacional, dado o funcionamento pretensamente irregular do
grupo GAS, atrelando sua atividade ilícita a estruturas preexistentes, como a TRONIPAY e o
QUÂNTICO BANK, com isto ganhando progressiva autossuficiência como instituição
financeira clandestina.
Afirmou também que GLAIDSON teria ainda adquirido 210 ações de ANTÔNIO
MARCOS DE LIMA, pelo valor de US$ 310.000,00.
Enunciou que possuir uma exchange permitiria que valores fossem movimentados
de forma invisível aos reguladores do mercado (enquanto investidos em criptomoedas) e
convertidos, com facilidade, em moeda soberana quando necessário.
Narrou que a figura do sócio administrativo teria surgido com a expansão das bases
de atuação do esquema criminoso da GAS CONSULTORIA em 2018, quando GLAIDSON
DOS SANTOS e seus comparsas teriam concentrado o início da operação em outras cidades do
Rio de Janeiro, em outros Estados e até mesmo em outros países.
Afirmou que os recursos captados pelo grupo GAS no esquema criminoso não
teriam sido aplicados apenas na moeda eletrônica bitcoin, tendo sido, por vezes, transferidos
para várias empresas do grupo GAS, para contas bancárias de pessoas físicas dos
administradores, além de aplicados também em produtos ou serviços bancários tradicionais e em
outras criptomoedas de volatilidade diversa do bitcoin; quanto ao ponto, ao afirmarem
falsamente que aplicariam os recursos dos investidores em bitcoin e os desviarem para
investimentos diversos e até para as contas particulares dos sócios e de empresas, GLAIDSON
DOS SANTOS, MIRELIS ZERPA e os demais sócios administrativos teriam gerido a instituição
financeira ilegal GAS com fraude, destinada a lesar os investidores., e sonegar-lhes informações.
Afirmou que os recursos dos investidores teriam sido direcionados à empresa GAS,
à pessoa física GLAIDSON DOS SANTOS, à pessoa física FELIPE NOVAIS, a estrangeiro
colombiano (Richar Barreto Primo – Banco Colombia – Nº 9570016715 – representante da
empresa constituída por FELIPE NOVAIS na Colômbia) e até a uma autoescola colombiana
“Centro de Enseñanza Automovilistica DEL LITORAL LTDA. - NIT 800.207.224-5. Por sua
vez, os pagamentos dos dos valores devidos a título de rendimentos, aos investidores, teriam
sido realizados, dentre outros, pelos denunciados VICENTE GADELHA e KAMILA NOVAIS.
Segundo o Ministério Público, atos de desvio de finalidade e confusão patrimonial seriam usuais,
na estrutura do grupo GAS.
Apontou que a análise das empresas que teriam recebido os recursos dos
investidores confiados à GAS CONSULTORIA revelariam a gestão fraudulenta de recursos de
terceiros.
Retratou, quanto ao FATO 04 (crime de organização criminosa - art. 2º, §4º, III e
V, da Lei nº 12.850/2013), que, pelo menos no período de 2017 a 25 de agosto de 2021, de modo
consciente, voluntário, estável e em comunhão de vontades, GLAIDSON DOS SANTOS e
MIRELIS ZERPA, por meio das empresas GAS CONSULTORIA & TECNOLOGIA LTDA,
GAS ASSESSORIA & CONSULTORIA DIGITAL EIRELI e MYD ZERPA TECNOLOGIA
EIRELI, bem como FELIPE NOVAIS, KAMILA NOVAIS, TUNAY LIMA, MÁRCIA DOS
ANJOS, VICENTE GADELHA, ANDRIMAR VERGEL, DIEGO VIEIRA, MARIANA
CORDEIRO, PAULO LANA, KELLY LANA, JOÃO MARCUS DUMAS, LARISSA
DUMAS, GUILHERME DE ALMEIDA, ALAN SOARES e MICHAEL MAGNO, por meio
das empresas a eles vinculadas e que foram associando-se ao longo do período citado às
empresas GAS e MYD ZERPA, além de outros indivíduos ainda não denunciados, teriam
promovido, constituído, financiado e integrado, pessoalmente, de modo estruturalmente
ordenado e com divisão de tarefas, organização criminosa preordenada à prática de crimes contra
o sistema financeiro, contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro auferido a partir de
tais condutas, valendo-se, para tanto, de extensa rede de pessoas físicas e jurídicas, atuantes no
Brasil e no exterior, gerindo recursos de terceiros e emitindo, oferecendo e negociando valores
mobiliários à margem das autoridades regulatórias e dos controles estatais aplicáveis.
3 – núcleo dos associados – integrado por pessoas de apoio direto aos sócios e
sócios administrativos, considerados integrantes de natureza gerencial (ou gestores) e “braços
direitos”. Contudo, o recrutamento de associados não era obrigatório e muitos sócios
administrativo dispensavam esta figura, e
C) TUNAY LIMA e sua esposa MÁRCIA DOS ANJOS seriam importantes sócios
administrativos no esquema criminoso bilionário alegadamente comandado por GLAIDSON
DOS SANTOS e MIRELIS ZERPA, posição que seria evidenciada pela expressividade dos
montantes em custódia constantes nas planilhas localizadas a partir do afastamento de sigilo
telemático. Em setembro de 2020, TUNAY LIMA teria em sua carteira o total de R$
405.271.918,38 e MÁRCIA DOS ANJOS o total de R$ 173.378.811,13. Já no documento
referente ao número de clientes de cada sócio administrativo, TUNAY LIMA e MÁRCIA DOS
ANJOS contabilizariam, juntos, 11.446 clientes que teriam aportado dinheiro no esquema
criminoso, e, em mensagem eletrônica datada de 06/04/2017, encontrada no material obtido por
meio de autorizada quebra de sigilo telemático, GLAIDSON DOS SANTOS e TUNAY LIMA
teriam tratado de “modelo padrão do investimento em bitcoin com testemunhas”, demonstrando
a atuação de ambos, desde nascedouro do esquema pretensamente criminoso.
Enunciou que VICENTE teria sido sócio da DVG CONSULTORIA até 2019, ao
lado de DIEGO, e que a pessoa jurídica, agora baixada, teria tido, como primeira sede, o mesmo
endereço da empresa de G.A.S., de propriedade de GLAIDSON, líder da possível organização
criminosa: Avenida Julia Kubistchek, 16, sala 212, Cabo Frio/RJ; teriam ainda sido identificadas
vinculações e transações financeiras robustas entre eles e GLAIDSON e sua empresa G.A.S.
Pontuou que, da mesma forma, teria sede neste mesmo local a B CORDEIRO CONSULTORIA
DIGITAL DOS LAGOS EIRELI (CNPJ 32.800.012/0001-97), de propriedade de MARIANA
CORDEIRO, esposa de DIEGO e sua parceira no esquema criminoso, sendo certo que esta
pessoa jurídica, além de ter sede declarada no mesmo endereço da G.A.S., também se utilizaria
dos serviços do mesmo contador que atenderia a empresa de GLAIDSON, de nome Carlos
André do Espírito Santo
Sustentou que DIEGO VIEIRA teria se utilizado da empresa DCN para receber e
enviar valores para outros integrantes da organização criminosa e que o volume de recursos que
GLAIDSON teria aportado nas contas das empresas DVG, tanto no Banco do Brasil, como no
Inter, indicaria o esquema criminoso operado pelo grupo, dado que os recursos exclusivamente
captados de terceiros por DIEGO e VICENTE seriam insuficientes para manter a remuneração
mensal prometida aos investidores nos contratos de prestação de serviços com eles firmados, o
estaria a demandar a injeção de vultosos valores por outros operadores. Debateu que, ademais,
DIEGO VIEIRA manteria estreita relação bancária com outros integrantes da organização
criminosa que teriam disseminado o esquema em outros pontos do território nacional, como
Brasília/DF e Campo Grande/MS, e que, nesse sentido, teriam sido identificadas transações
envolvendo FELIPE NOVAIS, KAMILA NOVAIS, PHILIPP CARNEIRO (amigo de FELIPE
NOVAIS e sócio de KAMILA NOVAIS), CARINA FRANÇA (esposa de PHILIPP
CARNEIRO) e as empresas B&J TRANSPORTES LTDA e CARNEIRO NOVAIS
ADVOGADOS ASSOCIADOS, além de operações recorrentes com ELIANE DE LIMA e com
a empresa GLA SERVIÇOS, vinculadas a LAURINEY DOS SANTOS, fixados em Campo
Grande/MS, ambos alegadamente investigados.
Afirmou também que teriam sido apuradas ligações subjetivas e financeiras que
demonstram a pertinência do casal PAULO HENRIQUE ROSA DE LANA e KELLY
PEREIRA DEO DE SOUZA LANA à suposta organização criminosa, e que teria sido
o vínculo de amizade entre eles e o casal VICENTE e ANDRIMAR que teria produzido seu
ingresso no grupo. Pontuou que, segundo a Receita Federal, eles se conhecem pelo menos desde
2014, quando teriam empreendido viagem em grupo para Israel, e que PAULO LANA seria
proprietário das empresas IPPON ASSESSORIA E CONSULTORIA LTDA (CNPJ 04.120.725
/0001-74), LANATECH CONSULTORIA EM TECNOLOGIA DA INFORMACAO EIRELI
(CNPJ 32.076.588/0001-53) e PL CONSULTORIA EM TECNOLOGIA DA INFORMACAO
EIRELI (CNPJ 34.653.421/0001-33), as duas primeiras ainda ativas e a terceira baixada em
2020. Debateu que a empresa LANATECH teria, como coproprietária, sua esposa KELLY
PEREIRA DEO DE SOUZA LANA, e que a análise das contas de PAULO LANA e dessas 3
empresas não deixaria dúvidas acerca de sua participação na captação de recursos de terceiros
para aplicação nos esquemas pretensamente liderados por GLAIDSON, sendo certo
que informações alegadamente retiradas do RIF 63387 apontariam as operações suspeitas
realizadas por pessoas físicas e jurídicas relacionadas PAULO, inclusive com participação de
KELLY.
Destacou que, na conta mantida pela empresa IPPON junto ao banco Original
(agencia 0001, conta 28997050), teriam sido movimentados, entre 10/12/2019 e 06/03/2020, R$
1.373.062,00, dos quais R$ 1.363.312,00 (99,28%, ou quase a totalidade) teriam sido remetidos
por GLAIDSON, por meio de 50 transações, e que o mesmo padrão teria sido observado na
movimentação da conta da empresa LANATECH junto ao banco Original (agência 0001, conta
43182720), para o período de 21/08/220 a 15/10/2020: dos R$ 8.498.731,00 que a empresa
LANATECH teria movimentado a crédito, R$ 5.121.859,26 (cerca de 60%) teriam sido
remetidos pela empresa M Y D ZERPA, de propriedade de MIRELIS ZERPA, esposa de
GLAIDSON, e R$ 2.502.511,25 (cerca de 30%) teriam partido da empresa GSA
CONSULTORIA E TECNOLOGIA DA INFORMACAO EIRELI (CNPJ 36.670.058/0001-90),
teria sede no mesmo endereço da empresa M Y D ZERPA. Portanto, prosseguiu o Ministério
Público, quase a totalidade dos valores que que teriam ingressado na conta da LANECTH, no
período indicado, teriam partido de pessoas jurídicas com estreitos vínculos com GLAIDSON, e
pontuou que, em apenas uma semana de janeiro de 2021 (mais precisamente entre 21/01/2021 e
28/01/2021), a conta da empresa LANATECH, mantida junto à Dock Soluções em Meio de
Pagamento (conta 5778), teria movimentado R$ 7.762.248,00 a crédito, tendo sido R$
7.728.527,85 (99,56%) provenientes de 10 transações capitaneadas pela empresa GAS
CONSULTORIA, de propriedade de GLAIDSON, e que os débitos teriam sido concentrados no
pagamento de boletos (R$ 3.872.248,00) e em 7 transferências que teriam totalizado R$
3.508.00,00, direcionados à empresa DEO ASSESSORIA E CONSULTORIA DIGITAL (CNPJ
36.924.065/0001-70), pertencente a LUIS CARLOS DEO DE SOUZA (CPF 582.904.277-00),
pai de KELLY DE LANA.
Enunciou que a empresa GSA CONSULTORIA também teria arcado com grande
parte da movimentação a crédito da empresa PL CONSULTORIA, em conta mantida junto ao
banco Original (conta 27916286), também de propriedade formal de PAULO DE LANA, para o
período de 15/05/2020 a 15/07/2020 (portanto, exatos 2 meses): da quantia de R$ 5.101.824,00
recebida pela empresa, R$ 4.000.000,00 (78%) teriam sido provenientes da empresa GSA
CONSULTORIA.
Apontou que inúmeras transações bancárias suspeitas, que teriam sido objeto de
comunicação pelo UIF/COAF e envolvendo o casal JOÃO MARCUS e LARISSA e suas
empresas, indicariam sua estreita ligação com GLAIDISON, a G.A.S. e outros codenunciados,
integrantes da pretensa organização criminosa, e demonstrariam a importância da atuação de
ambos no esquema criminoso, e quea atuação do casal JOÃO MARCUS PINHEIRO DUMAS
VIANA e LARISSA VIANA FERREIRA DUMAS, na qualidade de operadores financeiros do
grupo criminoso, seria vital para a execução das movimentações de dinheiro, tanto nas contas
quanto em espécie, garantindo o funcionamento da engrenagem concebida por GLAIDSON
DOS SANTOS, o que seria evidenciado pelos elementos de convicção coletados no curso da
apuração. Pontuou que Relatórios de Inteligência Financeira, produzidos pela UIF/COAF,
apontariam a relação de confiança firmada entre o casal JOÃO MARCOS/LARISSA e a cúpula
do esquema criminoso, e que o papel de LARISSA DUMAS na organização criminosa teria se
mostrado inequívoco e de extrema relevância, uma vez que figuraria como procuradora
autorizada a promover a movimentação de valores na conta bancária da GAS, mantida junto ao
Banco do Brasil em Cabo Frio/RJ, onde teriam sido transacionados, de maneira suspeita, R$
2.912.617.006,00, no período de 03/06/2020 a 03/12/2020, como ressairia do item 3.7 do
Relatório de Inteligência Financeira nº 62948120.
Do mesmo modo, JOÃO MARCUS DUMAS teria sido apontado como portador de
depósitos em espécie, que teriam sido realizados no período de 01/04/2019 a 22/07/2012, na
conta nº 10008461, mantida junto ao Banco Bradesco, de titularidade de GLAIDSON DOS
SANTOS, sendo ainda certo que o casal JOÃO MARCUS/LARISSA apareceria também como
destinatário de recursos originados em conta titularizada por GLAIDSON DOS SANTOS junto
ao Banco Inter S/A, em Belo Horizonte/MG, através de transferências suspeitas que totalizariam
R$ 2,1 milhões para JOÃO MARCUS e R$ 11,8 milhões para LARISSA, no período de 01/06
/2019 a 08/01/2020, conforme teria sido evidenciado no item 4.129 do RIF nº 62948, Relatório
nº 012/2021 da EFRAU06. Enunciou que outras comunicações de operações suspeitas teriam
sido emitidas, envolvendo depósitos de dinheiro em espécie realizados por JOÃO MARCUS
DUMAS em contas bancárias da GAS CONSULTORIA.
Afirmou que, a partir das funções declaradas por JOÃO MARCUS DUMAS,
quando da abertura de sua conta junto ao Banco Inter S/A, em Belo Horizonte/MG, a
movimentação financeira teria sido realizada no interesse da organização criminosa, o que se
depreenderia do fato de que teriam sido movimentados mais de seis milhões de reais, no período
de 01/11/2019 a 10/06/2020, não obstante o cliente tenha declarado como atividade "trabalho de
atendimento a público, caixa, despachante, recenseador e afins", com indicação de
perceber rendimento mensal de R$ 3.500,00 e titularizar patrimônio de R$ 25.000,00, sendo
certo que parte dos créditos (R$ 2,4 milhões) teria vido de GLAIDSON DOS SANTOS.
Anunciou que, no interesse da organização criminosa, JOÃO MARCUS DUMAS
teria movimentado mais de sete milhões de reais em conta mantida junto ao Banco Itaú em Cabo
Frio/RJ, no período de 09/04/2020 a 05/10/2020, durante o qual teria ele afirmado perceber
renda mensal de cerca de oito mil reais, provenientes de sua alegada atuação como técnico em
eletricidade, eletrônica, telecomunicações, o que seria completamente incompatível com os
valores pretensamente movimentados, e que, mais recentemente, entre 15/03/2021 a 16/04/2021,
JOÃO MARCUS DUMAS teria movimentado R$ 1.199.951,00, em conta aberta junto ao Banco
Original em São Paulo/SP, apesar de apresentar renda mensal de aproximadamente seis mil
reais, como teria sido apontado no item 1.3 do RIF 63541. Esclareceu que JOÃO MARCUS
seria, atualmente, titular da VIANA ASSESSORIA & CONSULTORIA EM TECNOLOGIA
DA INFORMAÇÃO EIRELI, CNPJ 38.116.320/0001-84, aberta em 17/08/2020, e LARISSA
controlaria a DUMAS CONSULTORIA & TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EIRELI, CNPJ
35.191.340/0001-21, aberta em 15/10/2019, que estaria sediada em Cabo Frio/RJ no mesmo
endereço de outras empresas relacionadas ao esquema.
Afiançou que JOÃO MARCUS e LARISSA apenas teriam transmitido uma única
Declaração de Importo de Renda, referente a 2020, na qual teriam sido informados rendimentos
tributáveis no importe de R$ 120.000,00, recebidos da J.L.V CONSULTORIA e da DUMAS
CONSULTORIA, respectivamente, o que demonstraria, de forma inequívoca, a inexistência de
capacidade financeira para o empreendimento das pretensamente vultosas transações às quais
vinculados, de modo a confirmar que ambos seriam extremamente atuantes como operadores
financeiros da organização criminosa, e seria vislumbrável total descompasso entre as
movimentações financeiras realizadas e os rendimentos lícitos declarados, em relação a ambos, o
que teria sido apontado pela Receita no Relatório nº 012/2021, em que teria sido indicado que
JOÃO MARCUS teria movimentado R$ 14.712.443,51 e LARISSA R$ 3.655.281,40, no ano de
2020. Ao sentir do Ministério Público, tais fatos apontariam para a relevância do casal na
movimentação financeira da organização criminosa, incumbidos de atividades vitais à
manutenção do esquema, e seria certo que teriam sido feitas diversas comunicações de
instituições financeiras ao COAF sobre operações suspeitas envolvendo depósitos em espécie
nas contas da empresa CONSULTORIA LIMA, ligada ao casal TUNAY/MÁRCIA, pessoas
também supostamente integradas ao grupo. Enunciou que o RIF 62690 teria apontado, ao menos,
4 comunicações de instituições financeiras ao COAF sobre operações suspeitas envolvendo
depósitos em espécie nas contas da empresa CONSULTORIA LIMA, os quais retratariam
valores altos, de R$ 400.000,00 até R$ 1.150.019,00, realizados por JOAO MARCUS
PINHEIRO DUMAS VIANA, e que essa mesma mecânica de atuação do denunciado JOÃO
MARCUS ficaria evidenciada em outras 6 comunicações realizadas ao COAF por instituições
financeiras em relação à mesma empresa CONSULTORIA LIMA, conforme teria sido objeto do
RIF 62748, sendo certo que JOÃO MARCUS, cuja capacidade financeira e profissões/atividades
econômicas não justificariam tal aporte ou movimentação de recursos, teria feito transferência
em favor da CONSULTORIA LIMA, que pertenceria ao esquema de GLAIDSON, no importe
de de R$ 2.031.355,00.
Alegou ainda que, conforme RIF 62748, haveria demonstrações de operações
financeiras pretensamente realizadas por JOÃO MARCUS DUMAS, no interesse de outros
integrantes da suposta organização criminosa, TUNAY e MÁRCIA, tendo realizado diversos
depósitos de altos valores em dinheiro em datas bem próximas, todos feitos e informados pelo
Banco do Brasil, Agência Barra da Tijuca – 2507, localizada em Cabo Frio/RJ.
Nessa condição, ainda conforme o Ministério Público, deteriam eles atribuição para
orientar parte dos membros do grupo criminoso na atividade de angariar mais clientes e recursos
para o esquema, bem como lhes teria sido atribuída a função de operadores financeiros, para
possibilitar a movimentação de grandes somas em espécie, inserindo tais valores no sistema
financeiro formal, por meio das contas abertas em nome das empresas titularizadas por JOÃO
MARCUS e por LARISSA, que seriam utilizadas para escoar o dinheiro da organização
criminosa, recebido diretamente das contas de GLAIDSON e de outras pessoas a ele
relacionadas.
Asseverou que, segundo o RIF 63540, em seu item 3.4, a GSA CONSULTORIA
teria transferido, por equívoco, a quantia de R$ 515.000,00 para aquisição de um produto da
marca Dolce & Gabbana para GLAIDSON, quando, em verdade, deveriam ter transferidos tão
somente R$ 515,00, e o documento evidenciaria, ainda, que a GSA de GUILHERME realizaria
pagamentos pessoais do líder do esquema GLAIDISON, com frequência, sendo ainda certo que,
em que pese o grande volume de movimentações financeiras de alto valor protagonizadas pela
empresa GSA, a RFB teria apurado, em seu Relatório RFB nº 012/2021 da EFRAU06, que
GUILHERME não possuiria notas fiscais emitidas em seu nome.
Sustentou também que, durante os anos de 2018 e 2019 e, ainda em 2020, seus
gastos não indicariam aquisição de bens de luxo, sendo sua nota fiscal de valor mais elevado
referente a um equipamento eletrônico do tipo "adaptador USB", com valor de R$ 3.479,94, o
que autorizaria a conclusão de que sua efetiva capacidade financeira não seria compatível com o
volume financeiro movimentado por suas empresas, e destacou que seria identificável estreita
ligação de GUILHERME com outro integrante da suposta organização criminosa, ALAN
GOMES SOARES, que seria formalmente formal de GUILHERME em, no mínimo, mais 28
empresas. Ainda segundo o Ministério Público, o relatório da RFB conteria planilha em que
arroladas essas sociedades, que não exerceriam efetivamente atividades independentes e e teriam
sido criadas justamente para viabilizar o trânsito de recursos de atividades ilícitas, como
"empresas de fachada".
Ressaltou, ainda, que tanto GUILHERME quanto ALAN figurariam como “sócios
adm” nas planilhas da G.A.S., encontradas a partir de levantamento de sigilo telemático de
GLAIDSON judicialmente autorizado, sendo certo que a participação de GUILHERME ficaria
também evidenciada pelo quanto teria ressaído de interceptação telefônica, igualmente
autorizada pelo Juízo, e a partir da qual teria sido possível observar diversas conversas e
mensagens de texto (SMS), alegadamente comprovando a organização de estratégias para
captação de clientes, abertura de escritórios, discussão sobre faturamento, bem como transações
bancárias e/ou movimentação de valores, tudo no interesse da organização criminosa, sendo
certo que, em diversos SMS interceptados, GUILHERME teria recebido dezenas de informações
sobre as vultosas operações financeiras pertinentes a esquema.
Afiançou que a participação de ALAN teria sido também evidenciada pelo que
haveria sido captado por meio de interceptação telefônica judicialmente autorizada, tendo sido
possível observar observar diversas conversas e mensagens de texto (SMS), comprovando a
organização de estratégias para captação de clientes, abertura de escritórios, discussão sobre
faturamento, bem como transações bancárias e/ou movimentação de valores, sendo ainda certo
que, dentre os documentos alegadamente apreendidos nas buscas realizadas por ocasião da
deflagração da fase ostensiva da denominada "Operação Kryptos", teria sido localizado pela
“Equipe 7B”, na casa do também denunciado VICENTE, um contrato de compra e venda de alto
valor – portanto, não condizente com a capacidade financeira declarada por ALAN ao Fisco
Federal – o que também confirmaria o alto grau de vinculação entre diversos integrantes da
organização criminosa, eis que seria incomum que terceiros tenham sob sua guarda contratos de
compra e venda de imóveis que não lhes dizem respeito.
Ponderou que teria restado comprovado que, ao menos a partir de meados de 2020,
GUILHERME e ALAN teriam atuado na organização criminosa, tendo constituído diversas
empresas e efetuado atividades de captação de clientes e de movimentação de valores, à conta e
ordem de GLAIDSON, a fim de permitir o funcionamento do esquema fraudulento e as
movimentações de valores à margem do sistema financeiro, garantindo que o tráfego de dinheiro
entre suas diversas empresas tornasse possível o fluxo financeiro e a continuidade das atividades
do esquema.
Indicou, por fim, sua proposta de tipificação dos fatos articulados, bem como
arrolou as testemunhas que entendeu pertinentes.
É o relatório. Decido.
I - DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA
Trata-se de denúncia que expôs, com clareza, os fatos criminosos, com todas as
suas circunstâncias, constando, ainda, de seu teor a qualificação dos acusados e a classificação
do crime, satisfazendo, assim, os pressupostos contidos no art. 41, do CPP, como ressai do
extenso relatório acima posto, elaborado a partir do quanto consta da peça acusatória. A
acusação, por conseguinte, é plenamente compreensível, estando as condutas individualizadas e
detalhadas, como a permitir que os denunciados se defendam e o objeto da narrativa, com
proposta de capitulação, em um primeiro momento, razoável, constituiria, em tese, ilicitude
penal, pelo que não há que se falar em rejeição da exordial acusatória, com base no art. 395, I, do
CPP.
Destaco, ainda, que a interpretação a contrario sensu da regra inserta no inciso II,
do art. 395 do CPP, revela também que a presente ação deve ser admitida, porquanto ausentes as
causas de rejeição da denúncia ali elencadas, no que tange à aferição dos pressupostos
processuais e condições da ação penal.
5) TUNAY PEREIRA LIMA, pela suposta prática dos delitos previstos no art. 16
da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO 01); art. 4º da Lei nº
7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO 02); art. 7º, II, III e IV, da Lei nº
7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na forma dos arts. 29 e 30 do CP (FATO 03); e art.
2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO 04);
6) MÁRCIA PINTO DOS ANJOS, pela suposta prática dos delitos previstos no
art. 16 da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO 01); art. 4º da Lei
nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO 02); art. 7º, II, III e IV, da Lei
nº 7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na forma dos arts. 29 e 30 do CP (FATO 03);
e art. 2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO 04);
9) DIEGO SILVA VIEIRA, pela suposta prática dos delitos previstos no art. 16
da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO 01); art. 4º da Lei nº
7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO 02); art. 7º, II, III e IV, da Lei nº
7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na forma dos arts. 29 e 30 do CP (FATO 03); e art.
2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO 04);
10) MARIANA BARBOSA CORDEIRO, pela suposta prática dos delitos
previstos no art. 2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO 04);
11) PAULO HENRIQUE DE LANA, pela suposta prática dos delitos previstos
no art. 16 da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO 01); art. 4º da
Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO 02); art. 7º, II, III e IV, da
Lei nº 7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na forma dos arts. 29 e 30 do CP (FATO 03);
e art. 2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO 04);
12) KELLY PEREIRA DEO DE SOUZA LANA, pela suposta prática dos
delitos previstos no art. 16 da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal
(FATO 01); art. 4º da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO
02); art. 7º, II, III e IV, da Lei nº 7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na forma dos arts.
29 e 30 do CP (FATO 03); e art. 2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO 04);
13) JOÃO MARCUS PINHEIRO DUMAS VIANA, pela suposta prática dos
delitos previstos no art. 16 da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal
(FATO 01); art. 4º da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO
02); art. 7º, II, III e IV, da Lei nº 7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na forma dos arts.
29 e 30 do CP (FATO 03); e art. 2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO 04);
14) LARISSA VIANA FERREIRA DUMAS, pela suposta prática dos delitos
previstos no art. 16 da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO
01); art. 4º da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO 02); art. 7º, II,
III e IV, da Lei nº 7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na forma dos arts. 29 e 30 do CP
(FATO 03); art. 2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO 04);
16) ALAN GOMES SOARES, pela suposta prática dos delitos previstos no art.
16 da Lei nº 7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO 01); art. 4º da Lei nº
7.492/86, na forma do art. 29, caput, do Código Penal (FATO 02); art. 7º, II, III e IV, da Lei nº
7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na forma dos arts. 29 e 30 do CP (FATO 03); e art.
2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO 04).
17) MICHAEL DE SOUZA MAGNO, pela suposta prática dos delitos previstos
no art. 7º, II, III e IV, da Lei nº 7.492/86 c/c art. 2º, IX, da Lei nº 6.385/76, na forma dos arts. 29
e 30 do CP (FATO 03); e art. 2º, § 4º, III e IV, da Lei nº 12.850/2013 (FATO 04).
Traslade-se cópia desta decisão para os autos do inquérito policial 5051019-
53.2021.4.02.5101.
Expeçam-se os mandados.
Expeçam-se cartas precatórias, com prazo de 10 (dez) dias para cumprimento, por
se tratar de feito envolvendo réus presos.
Caso algum dos acusados, regularmente citado, não constitua defensor e não
apresente resposta no prazo legal, designo, desde já, a Defensoria Pública da União para
apresentar a intervenção defensiva, nos termos do art. 396-A, § 2º, do CPP, com redação dada
pela Lei 11.719/2008.
Eventualmente frustrada a citação pessoal e a citação com hora certa (art. 362 do
CPP), manifeste-se o MPF, ficando desde já consignado que não cabe a expedição de ofícios
para fornecimento de endereço, uma vez ser ônus da parte. Havendo novas indicações de
endereços, expeçam-se novos mandados. Não sendo abrangido pela jurisdição deste Juízo o
endereço fornecido, expeça-se carta precatória, fixando o prazo de 60 (sessenta) dias para
cumprimento.
Cadastrem-se os (as) advogados (as) que vierem a atuar na defesa dos réus, uma
vez apresentadas as respectivas procurações.
f) sejam mantidos os bloqueios de bens e valores que alcancem o montante de, pelo
menos, R$ 38.223.489.348,97, decretadas nos autos nº 5091855-68.2021.4.02.5101 (sequestro
penal), tendo em vista a necessidade de garantir a efetividade de futuro provimento condenatório;
Decido.
De início, considerando as razões trazidas pelo MPF, acerca do suposto esquema
criminoso narrado, bem como o seu modo de execução, os quais transcenderiam ao tipo penal
descrito no artigo 2º, IX, da Lei nº 1.521/51 (crime contra a economia popular), estando
capitulados nos artigos, 16, 4º e 7º, II, III e IV, da Lei nº 7.492/86, uma vez que atentariam
contra o sistema financeiro nacional (nesse sentido: HC 530.563/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO
REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 05/03/2020, DJe 12/03/2020), autorizo e determi
no sejam apensadas à presente ação penal, os autos nº 5100892-22.2021.4.02.5101, 5100882-
75.2021.4.02.5101 e 5100879-23.2021.4.02.5101, que tramitaram perante a Justiça Estadual e
foram objeto de declínio para esse Juízo, diante da correlação de objeto com os presentes
autos. À Secretaria, para que proceda a devida vinculação, no sistema e-Proc. Traslade-se cópia
desta decisão para os referidos procedimentos, devendo em seguida ser aberta vista ao MPF, no
bojo dos referidos autos, para neles requerer, o que entender cabível, no prazo de 10 (dez) dias.
Tal análise já restou realizada quando proferidas as decisões por meio das quais
decretadas as prisões preventivas dos investigados GLAIDSON ACÁCIO DOS SANTOS,
MIRELIS YOSELINE DIAZ ZERPA, FELIPE JOSÉ SILVA NOVAIS, KAMILA MARTINS
NOVAIS, TUNAY PEREIRA LIMA, MÁRCIA PINTO DOS ANJOS, VICENTE GADELHA
ROCHA NETO, na cautelar 5091826-18.2021.4.02.5101 e em desfavor de JOÃO MARCUS
PINHEIRO DUMAS VIANA e MICHAEL DE SOUZA MAGNO, na cautelar 5097257-
33.2021.4.02.5101, permanecendo hígidos os fundamentos então lançados, tendo sido, em
realidade, robustecidos no atual momento, com o recebimento da denúncia, conforme acima
deliberado.
Registre-se, por oportuno, que não foram encontrados até o presente MIRELIS
YOSELINE DIAZ ZERPA, FELIPE JOSÉ SILVA NOVAIS, KAMILA MARTINS
NOVAIS, VICENTE GADELHA ROCHA NETO, JOÃO MARCUS PINHEIRO DUMAS
VIANA e MICHAEL DE SOUZA MAGNO, cujos mandados de prisão pendem ainda de
cumprimento, reforçando-se, ainda mais e quanto a estes acusados, o periculum libertatis,
enquanto risco à aplicação da Lei Penal.
Cumpra-se.
Documento eletrônico assinado por VITOR BARBOSA VALPUESTA, Juiz Federal Substituto, na forma do artigo 1º,
inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 2ª Região nº 17, de 26 de março de 2018. A
conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico https://eproc.jfrj.jus.br, mediante o
preenchimento do código verificador 510006178261v120 e do código CRC 1e3452d9.
Evento 7
Número do Evento: 7
CERTIDÃO