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Claudio Carvalho
R aoni Rodrigues
O Direito à cidade
editoraLumen Juris
Rio de Janeiro
2016
Copyright © 2016 by Claudio Carvalho/Raoni Rodrigues
Categoria:
Produção Editorial
Livraria e Editora Lumen Juris Ltda.
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
________________________________________
Sobre os autores
CLAUDIO CARVALHO
Advogado. Doutor em Desenvolvimento Regional e Planeja-
mento Urbano. Mestre em Direito. Docente na Universidade Estadu-
al do Sudoeste da Bahia (UESB) das disciplinas Direito Ambiental,
Urbanístico, Agrário. Integrante do Núcleo de Assessoria Jurídica
Alternativa (NAJA) e Coordenador do Grupo de Pesquisa Direito e
Sociedade (UESB).
E-mail: ccarvalho@uesb.edu.br
RAONI RODRIGUES
Advogado. Especialista em Direito Urbano. Docente em
Cursos Preparatórios das disciplinas Direito Ambiental e Urbanís-
tico. Membro do Grupo de Pesquisa Direito e Sociedade (UESB).
E-mail: raoniarodrigues@gmail.com
Sumário
1 Introduções........................................................................................ 1
2 A cidade e a sua lei............................................................................ 5
2.1 A Cidade .................................................................................... 10
2.1.1 Origens.................................................................................. 10
2.1.2 Industrialização..................................................................... 13
2.1.3 A cidade contemporânea e o seu capitalismo....................... 16
2.1.4 Mas, enfim, o que se entende por cidade?............................ 18
2.2 O Direito..................................................................................... 20
2.2.1 Distorções conceituais.......................................................... 22
2.2.2 Estabelecendo conceitos e contextos.................................... 24
2.2.3 Consumismo como fonte de Direito..................................... 27
2.2.4 As leis urbanísticas............................................................... 29
3 A luta de classes – Um ponto de partida para se compreender
a cidade contemporânea................................................................... 35
4 De que direito à cidade estamos tratando? isolando o nosso
objeto de análise................................................................................. 39
4.1 Palavras de plástico..................................................................... 39
4.2 As características de um direito à cidade real............................ 40
4.3 Os princípios do direito à cidade................................................ 42
5 Uma sistematização do direito à cidade........................................ 45
5.1 Direito de viver na cidade........................................................... 48
5.2 Direito de viver a cidade (vida urbana, bens de consumo coleti-
vo)..................................................................................................... 49
5.3 Direito de participar do planejamento futuro..............................51
6 Fundamentos estratégicos do direito à cidade.............................. 53
7 Os desafios de uma nova política................................................... 57
7.1 Sozinho na multidão – o enfraquecimento político do cidadão
moderno............................................................................................ 57
7.2 A evolução urbana no Brasil....................................................... 62
7.3 A política na cidade global......................................................... 65
8 Conclusões....................................................................................... 69
Referências.......................................................................................... 73
1 Introduções
1
Claudio Carvalho /Raoni Rodrigues
2 HARVEY, David. Direito à Cidade. Tradução Jair Pinheiro. Lutas Sociais, São
Paulo, n. 29, p. 73-89, jul./dez. 2012. Disponível em: <http://goo.gl/mwBpDm>.
Acesso em: 14 jul. 2013.
3 PAOLA Berenstein Jacques entrevista Alessia de Biase, 2012.
4 SANTOS, Milton. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. São
Paulo: Record, 2001.
5 Id., 2008.
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7 HARVEY, 2012.
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2 A cidade e a sua lei
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15 BENJAMIN, Walter. Paris, die hauptstadt des XIX. Frankfurt, DE: Suhrkamp
Verlag, 1982.
16 LABORIT, Henri. O homem e a cidade. Tradução Alberto Paes Salvação. Mira-
Sintra, PT: Publicações Europa-América, 1971.
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Mas será que o Direito não operaria por essa mesma lógica?
Se tomarmos como base a Teoria Tridimensional do Direito, de
Miguel Reale18, veremos que a norma, os fatos sociais e os valo-
res são aspectos que se entrelaçam e se influenciam mutuamente.
Assim como os fatos sociais e os aspectos valorativos interferem
constantemente na construção de um sistema legal, as normas
jurídicas têm o poder de influenciar os aspectos fáticos e axioló-
gicos do meio social, consubstanciando, deste modo, uma relação
dialética entre o mundo jurídico e as relações humanas. Pode-se
afirmar, por isso, que a realidade social tem a capacidade de con-
dicionar o Direito e, por sua vez, o Direito tem a capacidade de
condicionar a realidade social.
Nos tópicos seguintes, nos aprofundaremos um pouco mais
no estudo desses dois grandes produtos da disciplina humana: a
cidade e o Direito.
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2.1 A Cidade
2.1.1 Origens
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23 COULANGES, Fustel de. A cidade antiga. Tradução Jean Melville. 2. ed. São
Paulo: Martin Claret, 2008.
24 DE MASI, 2005.
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25 LABORIT, 2005.
26 AUZELLE, Robert. Chaves do urbanismo. Tradução Joel Silveira. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1972. p. 10.
27 AUZELLE, 1972.
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2.1.2 Industrialização
A compreensão da problemática urbana contemporânea
perpassa pelo entendimento do papel da Revolução Industrial nas
transformações sociais, políticas e econômicas das cidades. “A in-
dustrialização nos oferece, pois, o ponto de partida da reflexão
sobre nossa época [...]”, asseverou Lefebvre28, em sua obra “O Di-
reito à Cidade”. Para o autor, embora a cidade preceda a indus-
trialização, ela ganha novos contornos com esse processo. Milton
Santos também considera a Revolução Industrial como “[...] um
novo ponto de partida para a urbanização no mundo” 29, levando
ao incremento populacional nas grandes cidades, além da própria
multiplicação de grandes conglomerados urbanos.
A concentração urbana sempre tendeu a acompanhar a con-
centração de capital, bens e serviços30. Vimos que a cidade fornece
(ou “é”) um espaço privilegiado para as trocas dos excedentes de pro-
dução. Notando essa peculiaridade comercial, as indústrias modernas
tenderam a se instalar no terreno das cidades para lhes acentuar o
potencial produtivo, modificando profundamente a sua estrutura.31
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2.2 O Direito
A palavra “Direito” deriva do termo latino directu, que signi-
fica “o que é rectu”, probo, justo. Se considerarmos uma definição
mais simplificada, guardando as críticas conceituais para momen-
46 LEFEBVRE, 1978.
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52 PACHUKANIS, 1988.
53 KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. Tradução João Baptista Machado. 8. ed.
São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
54 LASSALLE, op. cit.
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55 PACHUKANIS, 1988.
56 PACHUKANIS, 0p. cit.
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57 AUZELLE, 1972.
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60 ROLNIK, 2009.
30
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61 Ibid., p. 2.
62 MARICATO, Ermínia. Globalização e política urbana na periferia do
capitalismo. 2009. Disponível em: <http://goo.gl/oMDiZd>. Acesso em: 18 ago.
2014. p. 12.
63 SANTOS, 2008, p. 34.
64 FERNANDES, 2000, p. 28.
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65 PACHUKANIS, 1988.
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3 A luta de classes – Um ponto
de partida para se compreender
a cidade contemporânea
35
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67 LEFEBVRE, 1978.
68 CASTELLS, Manuel. Cidade, democracia e socialismo. Tradução Gloria
Rodríguez. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
69 Ibid., p. 23.
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4 De que direito à cidade
estamos tratando? isolando o
nosso objeto de análise
70 NIETHAMMER, 1997.
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72 SANTOS, 2008.
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5 Uma sistematização do
direito à cidade
73 SANTOS, 2008.
74 WILHEIM, Jorge. São Paulo: uma interpretação. São Paulo: Editora Senac São
Paulo, 2011. p. 23.
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77 CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de direito romano. 30. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2007. p. 77.
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do direito à cidade
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7 Os desafios de uma nova política
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85 BENJAMIN, 1982.
86 POE, Edgar Allan. O homem das multidões. In: POE, Edgar Allan. Ficção
completa, poesia e ensaios. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001. p. 392.
87 Ibid., p. 394.
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blico que o aguarda... nada tem mais sentido do que a sua própria
realização pessoal. É com base nesse raciocínio que Simmel abre a
sua obra “As grandes cidades e a vida do espírito”: “Os problemas
mais profundos da vida moderna provêm da pretensão do indiví-
duo de resguardar a autonomia e a peculiaridade da sua existência
em face das prepotências da sociedade, da herança histórica, da
cultura exterior e da técnica da vida.”90.
Urge frisar que a indiferença não se dava apenas com as pes-
soas, mas também com os próprios elementos urbanos, sejam eles
físicos (áreas públicas, monumentos, elementos naturais, como ár-
vores milenares, pedras e rios, etc.) ou abstratos (as instituições
políticas, os símbolos culturais da região, os valores adquiridos pe-
los antepassados, etc.). Tudo mudava rápido demais: os cenários
se alternavam todo o tempo, com construções e reconstruções de
prédios que se elevavam cada vez mais aos céus; os bens e serviços
mais visíveis se modificavam constantemente, de acordo com as
necessidades que iam surgindo em meio à população; enfim, a so-
ciedade a todo o momento se via diante de novidades que surgiam
e desapareciam da noite para o dia, como artigos de moda, máqui-
nas, hábitos, papéis sociais, de maneira que nada podia prender a
atenção do homem da multidão por muito tempo.
Os primeiros homens que viveram essa intrigante aventura
de estímulos descrevem a indiferença desesperadora que assolava
o homem moderno. Rilke foi um deles: “Percebo com um senso
de horror que ficamos insensíveis em relação até mesmo às coisas
mais maravilhosas quando elas se tornam parte das interações e
dos ambientes diários.”91.
90 Ibid., p. 572.
91 RILKE, Rainer Maria. Cartas do poeta sobre a vida. Tradução Milton Camargo
Mota. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 112.
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8 Conclusões
103 ANDRADE, Antônio Luiz Morais de. Fragmentos de uma Leitura da Cidade.
1992 90 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo)–Faculdade de
Arquitetura, Salvador, 1992. p. 17.
104 FAVERO, Paulo. A Nova York de Woody Allen e o ensaio dentro de Manhattan.
2011. Disponível em: <http://goo.gl/mc5nae>. Acesso em: 24 ago. 2013. p. 1.
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