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1 Direito penal e poder punitivo: teoria do direito penal; política criminal e criminologia: noções básicas;
criminalização primária e secundária; seletividade do sistema penal.
2 Direito penal de autor e direito penal do ato: garantismo penal; direito penal do inimigo; dinâmica
histórica da legislação penal; história da programação criminalizante no Brasil; genealogia do
pensamento penal; direito penal e filosofia.
CRIMINOLOGIA: É uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do crime, da criminalidade
e suas causas, da vítima, do controle social do ato criminoso, bem como da personalidade do criminoso
e da maneira de ressocializá-lo.
POLÍTICA CRIMINAL: A Política Criminal é a disciplina que oferece aos poderes públicos as opções
científicas concretas mais adequadas para o eficaz controle do crime.
#ATENÇÃO Assim, a Criminologia tem a função de reunir um núcleo de conhecimentos verificados
empiricamente sobre o problema criminal (momento explicativo) e a Política Criminal transforma essa
base empírica em opções, alternativas e programas científicos, a partir de uma ótica valorativa (momento
decisivo).
POLÍTICA PENITENCIÁRIA: disciplina que define as diretrizes e as metas existentes para a gestão
do sistema penitenciário de um determinado local.
CRIMINALIZAÇÃO
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA
Transformação de um fato em crime. Em
essência não há nenhuma diferença entre um
Transformação de uma pessoa em criminoso
fato criminoso e um fato normal, exceto pelo
fato criminoso ter o rótulo de crime.
Poder Legislativo Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia.
SELETIVIDADE DO SISTEMA PENAL: há uma forte tendência de ser o poder punitivo exercido
precipuamente sobre pessoas previamente escolhidas em face de suas fraquezas, a exemplo dos
moradores de rua, prostitutas e usuários de drogas.
DIREITO PENAL DO AUTOR DIREITO PENAL DO FATO
O que configura o delito é a capacidade de
A culpabilidade resulta de um juízo do delito
delinquir do agente, constatada através do seu
como ato concretizado pelo autor
modo de ser.
1
Por Tiago Pozza
#CUIDADO! O STF já admitiu MP na seara penal, desde que para favorecer o réu. Ex.: MP 417 que
prorrogou a “atipicidade temporária” nos crimes de posse de armas.
#OLHAOGANCHO: da mesma forma que o costume não tem o condão de incriminar, também não tem
de descriminalizar (os costumes contrários às leis são chamados de DESUETUDO: contrariam uma lei
penal, mas não a revogam. Ex.: crime de casa de prostituição/jogo do bicho).
✓ Lei certa: é proibida a criação de tipos penais vagos e indeterminados.
✓ Lei prévia: é proibida a aplicação da lei penal incriminadora a fatos - não considerados crimes -
praticados antes de sua vigência. Engloba aqui o da anterioridade, cláusula pétrea.
➢ Princípio da Intervenção Mínima:
Afirma ser legítima a intervenção penal apenas quando a criminalização de um fato se constitui
meio indispensável para a proteção de determinado bem ou interesse, não podendo ser tutelado por
outros ramos do ordenamento jurídico. A intervenção mínima é gênero do qual são espécies: a
fragmentariedade e a subsidiariedade. Vamos conferir?
✓ Princípio da Fragmentariedade: no universo da ilicitude, somente alguns poucos fragmentos
constituem-se em ilícitos penais. O Direito Penal é a última etapa de proteção. #ATENÇÃO! O
princípio da fragmentariedade atua no PLANO ABSTRATO (na criação de tipos penais).
Pessoal, por fim, COLEM NA RETINA essa revisão sobre a aplicação do princípio da insignificância.
Trata-se de um compilado das principais informações extraídas da jurisprudência, tomando por base os
comentários do Dizer o Direito. #DEOLHONAJURIS. #AJUDAMARCINHO.
➢ Princípio da Culpabilidade:
Possui três consequências materiais:
a) Não há responsabilidade penal objetiva;
b) A responsabilidade penal é pelo fato praticado e não pelo autor;
c) A culpabilidade é a medida da pena.
➢ Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos:
O Direito Penal possui como função a proteção de bens jurídicos mais relevantes para a sociedade.
Assim, o Estado não pode utilizar o Direito Penal para tutelar a moral, a religião, os valores ideológicos
etc., sob pena de prevalecer a intolerância.
➢ Princípio da Proporcionalidade:
7 Aplicação da lei penal: a lei penal no tempo e no espaço; tempo e lugar do crime; lei penal excepcional,
especial e temporária; territorialidade e extraterritorialidade da lei penal; pena cumprida no estrangeiro;
eficácia da sentença estrangeira; contagem de prazo; frações não computáveis da pena; interpretação
da lei penal; analogia; irretroatividade da lei penal; conflito aparente de normas penais.
Leis que tratam de matéria penal, mas que estão fora do Código Penal. Ex:
LEI PENAL ESPECIAL:
Lei de drogas.
LEI PENAL É a que tem vigência predeterminada no tempo. Ex. Lei nº 12.663/12 (Lei
TEMPORÁRIA: Geral da Copa do Mundo de Futebol de 2014).
São aquelas que são produzidas para vigorar durante determinada situação.
LEI PENAL
Ex: Uma lei definindo crimes durante o período de intervenção federal no
EXCEPCIONAL:
estado do Rio de Janeiro.
#ATENÇÃO A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência (art. 3,
CP).
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL X ANALOGIA
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA ANALOGIA
Existe norma para o caso Existe norma para o caso Não existe norma para o caso
concreto concreto concreto
Amplia-se o alcance. Ex: na O legislador previu uma fórmula No caso em que há lacuna (caso
palavra “arma” – art. 157, § 2° do genérica, permitindo ao juiz omisso), o juiz aplica, por
CP. encontrar outras. analogia (por assemelhação),
TEORIAS DO DELITO
SISTEMA CLÁSSICO (POSITIVISMO JURÍDICO)
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
Conduta: movimento corporal Imputabilidade
voluntário; Dolo normativo ou culpa –
Relação de contrariedade entre
Resultado naturalístico; inclui a consciência atual da
o fato e o direito
Relação de causalidade; ilicitude
Tipicidade Teoria psicológica
SISTEMA NEOCLÁSSICO / NEOKANTISMO
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
Conduta: ao invés de ação,
prefere-se comportamento,
Imputabilidade
abrangendo omissão (adota
Dolo normativo ou culpa - inclui
teoria causalista para o conceito
Relação de contrariedade entre a consciência atual da ilicitude
de crime, agregando ao tipo
o fato e o direito Exigibilidade de conduta diversa
dados valorativos -
Teoria psicológica-normativa da
Resultado naturalístico;
culpabilidade
Relação de causalidade;
Tipicidade
SISTEMA FINALISTA
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
Potencial consciência da
Conduta - dolo e culpa (o dolo
ilicitude
é natural, pois não contém a
Exigibilidade de conduta diversa
consciência da ilicitude); Relação de contrariedade entre
Teoria normativa pura.
Resultado naturalístico; o fato e o direito
Imputabilidade
Relação de causalidade;
Teoria normativa pura.
Tipicidade.
Imputabilidade
#ATENÇÃO O FUNCIONALISMO busca explicar as funções do direito penal e não apenas
conceituar o crime em si. Temos duas principais espécies:
TEORIAS DA CONDUTA
Conduta é um movimento corporal (ação) voluntário que produz uma
Teoria Causalista
modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos.
11 Crime impossível.
➢ Crime Impossível:
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade
do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Quando por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, jamais
ocorrerá a consumação. No crime impossível não há perigo ao bem jurídico penalmente tutelado.
Tem natureza jurídica de causa de exclusão da tipicidade.
Teorias sobre o crime impossível:
1. Teoria Sintomática: Preocupa-se com a periculosidade do autor. Justifica-se em qualquer caso a
aplicação de medida de segurança.
2. Teoria Subjetiva: Leva em conta a intenção do agente.
13 Erro: descriminantes putativas; erro determinado por terceiro; erro sobre a pessoa; erro sobre a ilicitude
do fato (erro de proibição).
ERRO DE TIPO
ERRO DE PROIBIÇÃO
No erro de proibição o agente sabe exatamente o que está fazendo, mas desconhece a ilicitude do
fato. Não é que o agente ignore os termos da lei, até porque o art. 21, “caput”, do CP, considera que
“o desconhecimento da lei é inescusável”, não admitindo, portanto, a ignorantia legis. No erro de
proibição, o agente apesar de saber dos termos da lei, desconhece ou interpreta mal o seu conteúdo,
ou seja, não compreende com clareza seu caráter ilícito.
EVITÁVEL Causa de diminuição de pena de 1/6 até 1/3.
INEVITÁVEL Isenção de pena.
14 Concurso de crimes.
15 Ilicitude.
#ATENÇÃO: Em relação ao estado de necessidade, o Código Penal adotou a teoria unitária, de modo
que sempre será uma causa de exclusão de ilicitude (estado de necessidade justificante). Na teoria
diferenciadora, é possível que o estado de necessidade configure exclusão de ilicitude (estado de
necessidade justificante: o bem protegido é de valor superior ao bem sacrificado) ou exclusão da
culpabilidade (estado de necessidade exculpante: o bem protegido é de igual ou menor valor que o bem
sacrificado). Atenção: o CPM adotou a teoria diferenciadora.
#OBS: Não é possível legítima defesa contra estado de necessidade ou outra excludente real (não pode
ser encarado como agressão injusta). Assim, se dois náufragos se agridem pelo colete salva-vidas, ocorre
estado de necessidade x estado de necessidade, pois nenhuma das agressões é injusta.
#ATENÇÃO: A legítima defesa pode ser invocada diante de agressão perpetrada por inimputável? SIM.
A legítima defesa, enquanto excludente da ilicitude, segundo substrato do conceito analítico de crime,
deve ser aferida objetivamente, de forma que a injustiça da agressão independe da capacidade de
entendimento e autodeterminação do indivíduo, pois a inimputabilidade constitui elemento da
culpabilidade. No entanto, o agente deve ter maior cautela ao reprimir a agressão injusta no inimputável,
se tinha consciência desse fato. Deve fugir ao combate, se possível.
16 Culpabilidade.
CULPABILIDADE
Consiste no juízo de reprovação do agente por ter praticado um fato
típico e antijurídico, quando podia entender o caráter ilícito do fato e agir
CONCEITO conforme o direito.
#ATENÇÃO Para os adeptos do conceito bipartido de crime, é
pressuposto de pena.
TEORIA PSICOLÓGICA DA CULPABILIDADE: é o vínculo psicológico entre
autor do fato e um resultado típico e ilícito, ou seja, uma mera imputação
(cunho subjetivo: análise do dolo e culpa). É formada pela imputabilidade
e dolo normativo/culpa.
TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA DA CULPABILIDADE: A
culpabilidade é vista como um juízo de valor que necessita de uma
avaliação simultânea do vínculo psicológico do autor (dolo ou culpa) e da
TEORIAS reprovação social, o que a torna psicológico-normativa. O novo elemento
da culpabilidade é de natureza normativa (exigibilidade de conduta
diversa). É formada pela imputabilidade, dolo normativo/culpa e
inexigibilidade de conduta diversa.
TEORIA Teoria normativa extremada, estrita ou normativa
NORMATIVA pura da culpabilidade: para essa vertente, todas as
PURA DA discriminantes putativas configuram erro de
CULPABILIDADE: proibição indireto.
#SELIGANOTERMO – TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA: Essa teoria surgiu na Itália e foi criada para
solucionar os crimes cometidos em estado de embriaguez preordenada. No momento do crime o sujeito
está inconsciente. A teoria antecipa o momento da análise da imputabilidade. A imputabilidade não será
analisada no momento em que o crime foi praticado. Nesse momento ele estava inconsciente. É
antecipada para o momento anterior àquele em que o agente livremente se colocou no estado de
embriaguez. Para a embriaguez preordenada essa teoria é perfeita, pois no momento anterior já existia
o dolo - o fundamento é a causalidade mediata. Antes de começar a beber já havia o dolo de cometer
crime. O art. 28, II CP acolheu essa teoria também para a embriaguez voluntária e culposa. No momento
anterior, antes de beber, já existia o dolo? Não. Por esse motivo, a doutrina critica a aplicação desta teoria
à esta hipótese, alegando que é um resquício da responsabilidade penal objetiva.
#OLHAOGANCHO O art. 45 da Lei de Drogas de fato traz uma causa especial de exclusão da
culpabilidade, que ocorre em razão da dependência. Essa excludente, não incide apenas no delito de
portar ou trazer consigo drogas, mas sim sobre qualquer infração penal praticada.
#ATENÇÃO: CAUSAS SUPRALEGAIS DE INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA: cláusula de
consciência, desobediência civil, conflito de deveres, excesso intensivo exculpante (legítima defesa
excessiva), legítima defesa preordenada diante de uma ameaça factível, estado de necessidade
exculpante (não é adota no ordenamento pátrio).
17 Concurso de pessoas.
➢ Tratamento Legislativo:
As regras inerentes ao concurso de pessoas estão disciplinadas pelos artigos 29 a 31 do Código
Penal.
TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida
de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste;
essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Circunstâncias incomunicáveis
#DEOLHONAJURIS
#ATENÇÃO: A teoria do domínio do fato tem aplicação apenas aos crimes dolosos e comissivos.
#ATENÇÃO: É preciso destacar que no julgamento da Ação Penal 470 – Caso Mensalão – alguns ministros
do STF adotaram a teoria do domínio do fato, que posteriormente ganhou força com a edição da Lei
12.850/13 – Lei do Crime Organizado, em especial no art. 2°, § 3°, que traz a previsão de que a pena é
agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não
pratique pessoalmente atos de execução.
➢ Circunstâncias Incomunicáveis:
Circunstâncias incomunicáveis são as que não se estendem, isto é, não se transmitem aos
coautores ou partícipes de uma infração penal, pois se referem exclusivamente a determinado agente,
incidindo apenas em relação a ele.
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
é a cominação da pena. Ocorre com a criação
Individualização da pena legislativa ou abstrata:
do tipo penal.
é aquela efetuada pelo magistrado mediante a
Individualização da pena judicial ou concreta: dosimetria da pena.
REGIMES
Não reincidente, com pena igual ou inferior a 4 anos. Casa de albergado ou outro
ABERTO
estabelecimento adequado.
Não reincidente, com pena superior a 4 anos e não excedente a 8anos. Colônia
SEMIABERTO
agrícola, industrial ou em estabelecimento similar.
Pena superior a 8 anos.
FECHADO Estabelecimento de segurança máxima (presídios) ou média (centro de
ressocialização).
#OLHAOGANCHO: a confissão espontânea, parcial, qualificada ou retratada, todas elas, podem ser
utilizadas pelo juiz, em conjunto com as demais provas, para condenar o réu. Para o STJ, é irrelevante se
a confissão é total ou parcial, condicionada ou restrita, com ou sem retratação posterior. Basta que ela
tenha sido levada em consideração pelo magistrado para proferir a condenação. Essa é a conclusão da
Súmula 545/STJ.
Súmula 269 STJ: É admissível a adoção do regime prisional SEMIABERTO aos REINCIDENTES condenados
a PENA IGUAL ou inferior a quatro anos SE FAVORÁVEIS AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS.
#DEOLHONAJURIS
DOSIMETRIA DA PENA. Determinado réu foi condenado por furto qualificado por rompimento de
obstáculo (art. 155, § 4º, I, do CP). O STF considerou incorreta a sentença do juiz que, na 1ª fase da
dosimetria da pena, aumentou a pena-base com fundamento em três argumentos: a) Culpabilidade. O
magistrado afirmou que era patente a culpabilidade do réu considerando que ele tinha plena consciência
da ilicitude de seu ato. O juiz confundiu os conceitos. Para fins de dosimetria da pena, culpabilidade
consiste na reprovação social que o crime e o autor do fato merecem. Essa culpabilidade de que trata o
art. 59 do CP não tem nada a ver com a culpabilidade como requisito do crime (imputabilidade, potencial
consciência da ilicitude do fato e inexigibilidade de conduta diversa). b) Antecedentes. O juiz aumentou
a pena pelo fato de o agente já responder a quatro outros processos criminais. A jurisprudência entende
que, em face do princípio da presunção de não culpabilidade, os inquéritos policiais e ações penais em
curso não podem ser considerados maus antecedentes (Súmula 444-STJ e STF RE 591054/SC). c)
Circunstâncias do crime. O julgador considerou que as circunstâncias do crime eram negativas porque o
crime foi praticado com rompimento de obstáculo à subtração da coisa. Aqui, o erro do magistrado foi
utilizar como circunstância judicial (1ª fase da dosimetria) um elemento que ele já considerou como
qualificadora (inciso I do § 4º do art. 155). Houve, portanto, bis in idem (dupla punição pelo mesmo fato).
STF. 2ª Turma. HC 122940/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/12/2016 (Info 851).
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Forma de liberdade antecipada para crimes em que a pena privativa de liberdade
CONCEITO:
seja igual ou superior a dois anos.
1/3: Crimes comuns – primário
1/2: Crimes comuns – reincidente
REQUISITOS
2/3: Crimes hediondos – primário
OBJETIVOS:
Não se admite para o reincidente em crime hediondo.
Tenha reparado o dano, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo.
#VAIMARCINHO: A qualificadora “deformidade permanente” do crime de lesão corporal (art. 129, § 2º,
IV, do CP) não é afastada por posterior cirurgia estética reparadora que elimine ou minimize a
deformidade na vítima (INFO 562 do STJ).
A qualificadora prevista no § 9º do art. 129 do CP aplica-se também às lesões corporais cometidas contra
HOMEM no âmbito das relações domésticas (INFO 501 do STJ).
#DEOLHONASSÚMULAS:
Súmula 511-STJ (furto privilegiado-qualificado ou furto híbrido): É possível o reconhecimento do privilégio
previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a
primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
Súmula 567-STJ (idoneidade relativa do meio – não se aplica o crime impossível): Sistema de vigilância
realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento
comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
#SELIGANATABELA:
REQUISITOS DO FURTO PRIVILEGIADO
Primariedade do agente Pequeno valor da coisa furtada
Segundo a jurisprudência, para os fins do § 2º
O agente (criminoso) deve ser primário.
do art. 155, coisa de pequeno valor é aquela
Primário é o indivíduo que não é reincidente,
cujo preço, no momento do crime, não seja
nos termos do art. 63 do CP.
superior a 1 salário-mínimo.
#DEOLHONASÚMULA:
SÚMULA 442, STJ: É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do
roubo.
#NOVIDADESSLEGISLATIVAS:
Art. 155, CP.
§ 4º-A. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 7º. A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
ROUBO (ART. 157, CP):
ROUBO PRÓPRIO ROUBO IMPRÓPRIO
ART. 157, “caput”, CP. ART. 157, §1º, CP.
A grave ameaça ou a violência é empregada A grave ameaça ou a violência é empregada
antes ou durante a subtração a fim de que o após a subtração a fim de assegurar impunidade
agente possa alcançar a subtração do bem. do crime ou a detenção da coisa.
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante emprego
de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata ao
agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
#NOVIDADESSLEGISLATIVAS #AJUDAMARCINHO:
A Lei nº 13.654/2018 acrescentou uma nova hipótese de roubo majorado no inciso VI.
Art. 157, CP.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
(...)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
#DEOLHONAJURIS:
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
FURTO. É legítima a incidência da causa de aumento de pena por crime cometido durante o repouso
noturno (art. 155, § 1º) no caso de furto praticado na forma qualificada (art. 155, § 4º). Não existe nenhuma
incompatibilidade entre a majorante prevista no § 1º e as qualificadoras do § 4º. São circunstâncias
diversas, que incidem em momentos diferentes da aplicação da pena. Assim, é possível que o agente seja
condenado por furto qualificado (§ 4º) e, na terceira fase da dosimetria, o juiz aumente a pena em 1/3 se
a subtração ocorreu durante o repouso noturno. A posição topográfica do § 1º (vem antes do § 4º) não
é fator que impede a sua aplicação para as situações de furto qualificado (§ 4º). STF. julgado em
13/12/2016 (Info 851). STJ, julgado em 4/12/2014 (Info 554).
LATROCÍNIO. Carlos e Luiza estão entrando no carro quando são rendidos por João, assaltante armado,
que deseja subtrair o veículo. Carlos acaba reagindo e João atira contra ele e Luiza, matando o casal.
João foge levando o carro. Haverá dois crimes de latrocínio em concurso formal ou um único crime de
latrocínio? STJ: concurso formal impróprio. STF e doutrina majoritária: um único crime de latrocínio. STJ,
julgado em 17/11/2015. STF, julgado em 21/2/2017 (Info 855). #IMPORTANTE!
LATROCÍNIO. Aquele que se associa a comparsa para a prática de roubo, sobrevindo a morte da vítima,
responde pelo crime de latrocínio, ainda que não tenha sido o autor do disparo fatal ou que sua
participação se revele de menor importância. Ex: João e Pedro combinaram de roubar um carro utilizando
arma de fogo. Eles abordaram, então, Ricardo e Maria quando o casal entrava no veículo que estava
estacionado. Os assaltantes levaram as vítimas para um barraco no morro. Pedro ficou responsável por
vigiar o casal no cativeiro enquanto João realizaria outros crimes utilizando o carro subtraído. Depois de
João ter saído, Ricardo e Maria tentaram fugir e Pedro atirou nas vítimas, que acabaram morrendo. João
pretendia responder apenas por roubo majorado (art. 157, § 2º, I e II) alegando que não participou nem
queria a morte das vítimas, devendo, portanto, ser aplicado o art. 29, § 2º do CP. O STF, contudo, não
acatou a tese. Isso porque João assumiu o risco de produzir resultado mais grave, ciente de que atuava
em crime de roubo, no qual as vítimas foram mantidas em cárcere sob a mira de arma de fogo. STF,
julgado em 21/2/2017 (Info 855). #IMPORTANTE
EXTORSÃO. O crime de extorsão consiste em "Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,
e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se
faça ou deixar fazer alguma coisa" (art. 158 do CP). A ameaça de causar um "mal espiritual" contra a
vítima pode ser considerada como "grave ameaça" para fins de configuração do crime de extorsão? SIM.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
#ATENÇÃO CONSUMAÇÃO E TENTATIVA PARA OS DELITOS DE FURTO E ROUBO: Os Tribunais
Superiores adotam a teoria da amotio, também adotada no delito de roubo, segundo a qual o crime está
consumado com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo e seguida de
perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada (STJ, 3ª Seção, Recurso
Repetitivo, REsp 1524450, 14/10/2015).
SÚMULA 582 DO STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem, mediante
emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida a perseguição imediata
ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
FURTO MAJORADO: A causa de aumento de pena do repouso noturno pode ser aplicada tanto para o
furto simples como para o furto qualificado.
FURTO PRIVILEGIADO: § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa.
#DECORE SÚMULA 511 DO STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do
CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno
valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva
#SELIGANADIFERENÇA
FURTO MEDIANTE FRAUDE ESTELIONATO
Fraude é utilizada pelo agente com o fim de Fraude é usada como meio de obter o
burlar a vigilância da vítima que, desatenta, tem consentimento da vítima que, iludida, entrega
seu bem subtraído sem que perceba. voluntariamente o bem ao agente.
Súmula 593, STJ: “O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de
ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática
do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.”
O STJ rechaçou totalmente a possibilidade de acolhimento da “Exceção de Romeu e Julieta.”
#SELIGANAJURIS
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL. No caso de crimes contra a liberdade sexual (arts. 213 a 216-A)
e crimes sexuais contra vulnerável (arts. 217-A a 218-B), se o autor do delito for ascendente da vítima, a
pena deverá ser aumentada de metade (art. 226, II, do CP). O bisavô está incluído dentro dessa expressão
“ascendente”. O bisavô está no terceiro grau da linha reta e não há nenhuma regra de limitação quanto
ao número de gerações. Assim, se o bisavô pratica estupro de vulnerável contra sua bisneta, deverá
incidir a causa de aumento de pena prevista no art. 226, II, do CP. STF. 2ª Turma. RHC 138717/PR, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).
ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR: crime único ou concurso material? Para o STJ, caso as
condutas tenham sido praticadas contra a mesma vítima e no mesmo contexto fático, trata-se de crime
#INOVAÇÃOLEGISLATIVA O crime de tráfico interno de pessoa para fim de exploração sexual foi
revogado pela Lei 13.344/2016, que criou o delito de tráfico de pessoas, que é bem mais amplo e abrange
diversas situações, tais como a remoção de órgão, submissão a trabalho condições análogas à de escravo
e adoção ilegal. Vale a pena ler o dispositivo que é rico em detalhes que podem ser explorados pelo
examinador!
#OLHAOGANCHO Apesar de não ser equiparado a hediondo, por expressa disposição legal, o crime de
tráfico de pessoas exige o cumprimento de 2/3 da pena para concessão de livramento condicional.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
PECULATO
PECULATO-APROPRIAÇÃO: o agente tem a posse do bem em virtude do cargo
PECULATO e passa a agir como dono.
PRÓPRIO PECULATO-DESVIO: o agente tem a posse do bem em virtude do cargo e desvia
em proveito próprio ou de terceiro.
PECULATO PECULATO-FURTO: o agente não tem a posse do bem, mas se vale das facilidades
IMPRÓPRIO do cargo para subtrair ou concorrer para subtração.
O agente não observa seu dever de cuidado e, por negligência, imprudência ou
imperícia, concorre para que outrem subtraia, desvie ou se aproprie do bem.
É infração de menor potencial ofensivo, admitindo transação penal e suspensão
PECULATO condicional do processo.
CULPOSO #IMPORTANTE REPARAÇÃO DO DANO: No peculato culposo, se reparar até a
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se após isso, reduz a pena pela
metade. No peculato doloso pode ser aplicado o instituto do arrependimento
posterior (artigo 16 do CP) ou a atenuante do art. 65, III, ‘b’ do CP.
PECULATO- O agente se apropria de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do
ESTELIONATO cargo, recebeu por erro de outrem.
O funcionário insere ou facilita a inserção de dados falsos, altera ou exclui
PECULATO-
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou banco de dados
ELETRÔNICO
da Administração Pública, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para
(313-A)
outrem ou para causar dano.
CONCUSSÃO E CORRUPÇÃO ATIVA: Segundo a jurisprudência, são incompatíveis esses crimes, isto é,
não é possível a existência concomitante de ambos. É que a vítima, ao entregar o dinheiro exigido no
crime de concussão, não pode ser considerada sujeito ativo do delito de corrupção ativa, pelo simples
fato de que a corrupção ativa pressupõe que o particular livremente ofereça ou prometa a vantagem, o
que não ocorre quando há primeiramente a prática do delito de concussão, pois o particular é
constrangido a entregar a vantagem.
Súmula 599, STJ: “O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública.”
#DEOLHONAJURIS
Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela continua a ser crime, conforme
previsto no art. 331 do Código Penal. STJ. 3a Seção. HC 379.269/MS, Rel. para acórdão Min. Antônio
Saldanha Palheiro, julgado em 24/05/2017.
O advogado que, por força de convênio celebrado com o Poder Público, atua de forma remunerada em
defesa dos hipossuficientes agraciados com o benefício da assistência judiciária gratuita, enquadra-se no
conceito de funcionário público para fins penais. Sendo equiparado a funcionário público, é possível que
responda por corrupção passiva (art. 317 do CP). STJ. 5ª Turma. HC 264459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares
da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).
O simples fato de o réu exercer mandato eletivo não é suficiente para a causa de aumento do art. 327, §
2º, do CP. (Info 816 - STF). É necessário que ele ocupe uma posição de superior hierárquico (o STF
chamou de "imposição hierárquica"). A causa de aumento do § 2º do art. 327 aplica-se aos agentes
políticos, inclusive o Chefe do Poder Executivo (ex.: Governador de Estado) – Info 757 do STF.
#SELIGA O STF (INFO 712) considerou atípica a conduta de “peculato de uso” de um veículo para a
realização de deslocamentos por interesse particular.
#NÃOCONFUNDIR: Caso o agente público seja prefeito, há crime de peculato de uso, por expressa
previsão legal. Veja a redação do art. 1°, II, do Decreto-Lei 201/67: Art. 1º São crimes de responsabilidade
dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do
#NOVIDADELEGISLATIVA LEI 13.497/2017. Altera a Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o
crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito no rol dos crimes hediondos
CRIMES HEDIONDOS
a) homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio
qualificado;
b) lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal
seguida de morte, quando praticadas contra autoridade ou agente
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
ROL TAXATIVO:
dessa condição;
c) latrocínio;
d) extorsão qualificada pela morte;
d) extorsão mediante sequestro e na forma qualificada;
e) estupro;
f) estupro de vulnerável;
g) epidemia com resultado morte;
h) falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto
destinado a fins terapêuticos ou medicinais;
#ATENÇÃO #AJUDAMARCINHO
O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº1 1.343/2006 (Lei de Drogas), não
deve ser considerado crime equiparado a hediondo. STF. Plenário. HC 118533/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 23/6/2016 (Info 831).
O tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006) não é crime
equiparado a hediondo e, por conseguinte, deve ser cancelado o Enunciado 512 da Súmula do Superior
Tribunal de Justiça. STJ. 3ª Seção. Pet 11796-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
23/11/2016 (recurso repetitivo) (Info 595).
O que dizia a Súmula 512-STJ: "A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da
Lei n. 11.343/2006 não afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas."
ESPÉCIES DE TORTURA
Causa sofrimento físico ou mental através do emprego de violência ou
TORTURA grave ameaça (art. 1o, I, alíneas “a”, “b” e “c”, da Lei 9.455/97). Subdivide-
PROPRIAMENTE DITA se em: tortura probatória (alíneas “a”), tortura crime (alíneas “b”) e tortura
discriminatória (alíneas “c”)
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
#DIZERODIREITO #DEOLHONAJURIS
O Plenário do STF, ao julgar o HC 111.840/ES, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do § 1º,
do art. 2º, da Lei nº 8.072/90, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 11.464/2007, afastando, dessa
forma, a obrigatoriedade do regime inicial fechado para os condenados por crimes hediondos e
equiparados, incluído aqui o crime de tortura.
Dessa forma, não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena no
regime prisional fechado.
STJ. 5ª Turma. HC 383090/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 21/03/2017.
STJ. 6ª Turma. RHC 76642/RN, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 11/10/2016.
Obs: existe um julgado da 1ª Turma do STF afirmando que o regime inicial no caso de tortura deveria ser
obrigatoriamente o fechado: HC 123316/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/6/2015. Penso que se
trata de uma posição minoritária e isolada do Min. Marco Aurélio. Os demais Ministros acompanharam
o Relator mais por uma questão de praticidade do que de tese jurídica. Isso porque os demais Ministros
entendiam que, no caso concreto, nem caberia habeas corpus, considerando que já havia trânsito em
julgado. No entanto, eles não aderiram expressamente à tese do Relator. Não há fundamento que
justifique o § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90 (que obriga o regime inicial fechado para crimes hediondos)
ter sido declarado inconstitucional e o § 7º do art. 1º da Lei nº 9.455/97 (que prevê regra semelhante para
um crime equiparado a hediondo) não o ser. Em provas de concurso, deve-se ter atenção para a redação
do enunciado.
No caso de crime de tortura perpetrado contra criança em que há prevalência de relações domésticas e
de coabitação, não configura bis in idem a aplicação conjunta da causa de aumento de pena prevista no
art. 1º, § 4º, II, da Lei nº 9.455/1997 (Lei de Tortura) e da agravante genérica estatuída no art. 61, II, "f", do
#MAISUMGANCHO
LEI DE ORGANIZAÇÕES LEI DE LAVAGEM DE
LEI DE DROGAS
CRIMINOSAS CAPITAIS
Art. 53. Em qualquer fase da Art. 8º Consiste a ação controlada Art. 4º-B. A ordem de
persecução criminal relativa aos em retardar a intervenção policial prisão de pessoas ou as
crimes previstos nesta Lei, são ou administrativa relativa à ação medidas assecuratórias de
permitidos, além dos previstos praticada por organização bens, direitos ou valores
em lei, mediante autorização criminosa ou a ela vinculada, desde poderão ser suspensas pelo
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
O art. 33, caput, é um crime de ação múltipla, de modo que, se praticar diferentes condutas previstas
nesse dispositivo, apenas resta configurado um único crime.
Não há causa de aumento pelo concurso de pessoas;
Prazo do IP: 30 + 30 (preso) e 90 + 90 (solto)
A condenação pelo art. 28 da Lei de Drogas gera reincidência, pois não houve a descriminalização das
condutas, mas a despenalização. As penas para o usuário prescrevem em 2 anos.
O Art. 28 não importará prisão em flagrante, devendo o autor ser imediatamente encaminhado ao juízo
competente, ou, na falta, assumir o compromisso de comparecer, lavrando-se termo circunstanciado.
Aqui
#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO
Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei 11.343/06) se configura
com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de
fronteiras.
TRÁFICO DE DROGAS. Agente que pratica delitos da Lei de Drogas envolvendo criança ou adolescente
responde também por corrupção de menores? Caso o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18
anos não esteja previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu responderá pelo crime da Lei de Drogas
e também pelo delito do art. 244-B do ECA (corrupção de menores). Caso o delito praticado pelo agente
e pelo menor de 18 anos seja o art. 33, 34, 35, 36 ou 37 da Lei nº 11.343/2006: ele responderá apenas
pelo crime da Lei de Drogas com a causa de aumento de pena do art. 40, VI. Não será punido pelo art.
244-B do ECA para evitar bis in idem. Na hipótese de o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18
anos não estar previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu poderá ser condenado pelo crime de
corrupção de menores, porém, se a conduta estiver tipificada em um desses artigos (33 a 37), não será
possível a condenação por aquele delito, mas apenas a majoração da sua pena com base no art. 40, VI,
da Lei nº 11.343/2006. STJ. 6ª Turma. REsp 1.622.781-MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
22/11/2016 (Info 595).
LEI DE DROGAS. É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação
da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto
no art. 33, § 4º, da Lei n. º 11.343/2006. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado
em 14/12/2016 (Info 596). #IMPORTANTE
LEI DE DROGAS. Se o réu é primário e possui bons antecedentes, o juiz pode, mesmo assim, negar o
benefício do art. 33, § 4º da LD argumentando que a quantidade de drogas encontrada com ele foi muito
elevada? O tema é polêmico. 1ª Turma do STF: encontramos precedentes afirmando que a grande
quantidade de droga pode ser utilizada como circunstância para afastar o benefício. Nesse sentido: não
é crível que o réu, surpreendido com mais de 500 kg de maconha, não esteja integrado, de alguma
forma, a organização criminosa, circunstância que justifica o afastamento da causa de diminuição prevista
no art. 33, §4º, da Lei de Drogas (HC 130981/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2016. Info
844). 2ª Turma do STF: a quantidade de drogas encontrada não constitui, isoladamente, fundamento
idôneo para negar o benefício da redução da pena previsto no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006 (RHC
138715/MS,Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017. Info 866). STF. 2ª Turma. RHC
138715/MS, Rel. Min.Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866). Obs: o tema acima não
deveria ser cobrado em uma prova objetiva, mas caso seja perguntado, penso que a 2ª corrente é
majoritária.
Se o agente financia ou custeia o tráfico, mas não pratica nenhum verbo do art. 33, responderá apenas
pelo art. 36 da Lei de Drogas.
Se o agente, além de financiar ou custear o tráfico, também pratica algum verbo do art. 33, responderá
apenas pelo art. 33 c/c o art. 40, VII da Lei de Drogas (não será condenado pelo art. 36) - (Info 534 - STJ)
POSSE PORTE
Arma de fogo, acessório ou munição for Arma de fogo encontrada em local diverso da
encontrada na residência ou no local de trabalho, residência ou do local de trabalho (nesse último
nesse último caso, desde que seja proprietário ou caso apenas para os proprietários e responsáveis
responsável pelo estabelecimento ou empresa. da empresa).
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
NORMA PENAL EM BRANCO: Os tipos penais, ao fazerem menção a arma de fogo, acessório ou munição
de uso permitido ou restrito, devem ser complementados pelos Decretos 3.665/2000 e 5.123/2004.
PORTE DE MUNIÇÃO, SEM ARMA: É crime. Excepcionalmente, o STF (INFO 826) entende ser atípica a
conduta de portar munição desacompanhada de arma de fogo na forma de pingente. #ATENÇÃO
OMISSÃO DE CAUTELA: Único crime do Estatuto que admite a modalidade culposa. Para ocorrer a
consumação é necessário que o menor de 18 anos, ao menos, se apodere da arma de fogo. É um crime
omissivo, culposo e próprio. É um exemplo de crime culposo com tipo penal fechado (aquele tipo em
que a conduta ilegal do agente é completamente prevista pelo código)
#NÃOESQUEÇA: no Brasil a Lei de Lavagem de Dinheiro surgiu como norma de segunda geração, e
atualmente pode ser classificada como norma da terceira geração de crimes de lavagem de capitais.
FASES DA LAVAGEM DE CAPITAIS
Introdução dos valores no sistema financeiro. Busca-se ocultar
1ª FASE: COLAÇÃO, INTRODUÇÃO,
a origem ilícita dos valores com a separação física entre os
INSERÇÃO, SUBSTITUIÇÃO OU
criminosos e os produtos de seus crimes. Exemplo: smurfing –
PLACEMENT
vários depósitos bancários de pequeno valor.
Nessa fase, multiplicam-se as transações anteriores, através de
2ª FASE: DISSIMULAÇÃO,
muitas empresas e contas, de modo que se perca a trilha do
TRANSFORMAÇÃO,
dinheiro (papertrail), constituindo-se na lavagem propriamente
ESCURECIMENTO, ESTRATIFICAÇÃO,
dita, que tem por objetivo fazer com que não se possa
DIVERSIFICAÇÃO OU LAYERING
identificar a origem ilícita dos valores ou bens.
O dinheiro é empregado em negócios lícitos, ilícitos ou compra
3ª FASE: INTEGRAÇÃO, INVERSÃO, de bens, dificultando ainda mais a investigação, já que o
INTEGRATION OU RECYCLING criminoso assume ares de respeitável investidor, atuando
conforme as regras do sistema.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
TEORIA DA CEGUEIRA DELIBERADA (“Willfulblindness”, Teoria do avestruz, Doutrina da evitação da
consciência, Doutrina do ato de ignorância consciente, ou “OstrichInstructions”) #OLHAOTERMO:
Segundo esta teoria, se o agente tinha conhecimento da elevada possiblidade de que os bens, dinheiros
ou valores eram provenientes de infração penal e agiu de forma indiferente, deverá ser responsabilizado
pelo crime em questão a título de dolo eventual. Aplicável e fundamental para permitir a punição pelo
delito de lavagem de dinheiro do agente que alega não ter consciência da origem ilícita dos bens, quando
tenha, voluntariamente, procurado evitar a consciência quando à ilicitude da origem. Requisitos: a) agente
crie consciente e voluntariamente barreiras ao conhecimento, com a intenção de deixar de tomar contato
com a atividade ilícita, caso ela ocorra; b) o agente deve representar que a criação das barreiras de
conhecimento facilitará a prática de atos infracionais penais sem sua ciência; c) são imprescindíveis
elementos concretos que gerem na mente do autor a dúvida razoável sobre a ilicitude do objeto sobre
o qual realizará suas atividades.
RESERVA DE AUTOLAVAGEM OU “SELF-LAUNDERING”: O Brasil não adotou a reserva de autolavagem
prevista na Convenção de Palermo em seu direito interno, de modo que prevalece o entendimento de
que é plenamente possível a responsabilização do autor do crime precedente pelo delito de lavagem de
capitais.
COLABORAÇÃO PREMIADA: A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime
aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as
autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação
dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
"KNOW YOUR COSTUMER": o art. 10 da Lei 9.613/98 consagra a chamada política do "know your
costumer", uma das armas mais poderosas no combate à lavagem de capitais, segundo a qual é dever
da instituição financeira conhecer o perfil de seu correntista de forma que seja possível a definição de um
padrão de movimentação financeira compatível com seus rendimentos declarados. Existindo
incompatibilidade de movimentação, a notícia dessa operação suspeita deve ser encaminhada à
autoridade administrativa responsável que adotará as providências cabíveis quanto à verificação da
legalidade da operação.
COMPETÊNCIA: Em regra, a competência para processo e julgamento dos crimes previstos na Lei de
Lavagem de Capitais é da Justiça Comum Estadual. Excepcionalmente, a legislação atribui a competência
à Justiça Federal, nos seguintes casos:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento de
bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.
JUSTA CAUSA DUPLICADA: Não basta a presença de lastro probatório quanto à ocultação de capitais,
sendo indispensável a demonstração de que tais valores são provenientes, direta ou indiretamente, de
2
Por Tiago Pozza
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 707 do STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao
recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA: inclui a defesa técnica (exercida por um profissional da advocacia,
dotado de capacidade postulatória, seja ele advogado constituído, nomeado ou defensor público) e
autodefesa (aquela exercida pelo próprio acusado, em momentos cruciais do processo).
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 522 - STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que
em situação de alegada autodefesa.
PRINCÍPIO DO NEMO TENETUR SE DETEGERE: o preso será informado de seus direitos, entre
os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. O
direito ao silêncio é uma decorrência do Nemo tenetur se detegere, segundo o qual ninguém é
obrigado a produzir prova contra si mesmo.
DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (OU NÃO CULPABILIDADE): com o advento da CF/88, passou
a constar de forma expressa no texto constitucional (LVII do art. 5º). Antes, apenas era previsto de forma
implícita. Conforme Renato Brasileiro, consiste no direito de não ser declarado culpado senão mediante
sentença transitada em julgado, ao término do devido processo legal, em que o acusado tenha se
utilizado de todos os meios de prova pertinentes para sua defesa (ampla defesa) e para a destruição da
credibilidade das provas apresentadas pela acusação (contraditório).
PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE: superando o dogma da verdade real, tem prevalecido na
doutrina mais moderna que o princípio que vigora no direito penal não é o da verdade material ou real,
mas sim o da busca da verdade. Busca-se a maior exatidão possível na reconstituição do fato
controverso, entretanto sem a pretensão de se chegar a uma verdade real, mas sim a uma aproximação
da realidade.
✓ Elementos de Informação são aqueles colhidos na fase investigatória, que é fase inquisitiva, sem a
participação das partes, ou seja, não há contraditório, nem ampla defesa (nem mesmo diante das
mudanças produzidas pela Lei nº 13.245/2016). Prestam-se à decretação de Medidas Cautelares e
à Formação da Opinio Delicti (por isso mesmo jamais podem, isoladamente, ser usados para
fundamentar uma condenação, de acordo com a inteligência do Art. 155 do CPP – “O juiz formará
sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.” e Art. 5º, LV, da CF – “aos litigantes,
em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”).
✓ Provas: têm seu regime jurídico ligado ao contraditório judicial, eis que produzidas na fase judicial
perante o sistema acusatório, que é o sistema processual penal adotado no Brasil. São aquelas
produzidas com a participação do acusador e do acusado, e mediante a direta e constante
supervisão do julgador (com o advento da Lei nº 11.719/08, adota-se o princípio da identidade física
do Juiz – Art. 399, § 2º, do CPP – “O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença”).
Existem, porém, certos Elementos de Informação produzidos durante o inquérito policial e que se
caracterizam como Provas, podendo, assim, ser tranquilamente levados em conta pelo Juiz para
PRAZOS DO INQUÉRITO
Para evitar dúvida, cabe fazer um esclarecimento em relação à tabela supracitada. Quando se fala
em Estadual e Federal é em relação a inquéritos que tramitam na JE ou na JF. Então, para saber o prazo
não levem em consideração se é PF ou PC, mas sim se o crime investigado no inquérito é de competência
da JF ou da JE.
#DICA: lembrem-se que a PF trabalha com inquéritos (IPLs) perante à JE e JF. Então, se liguem no crime
(se é de competência da JF ou da JE) para saber o prazo do IPL.
São condições necessárias ao regular exercício do direito de Condição exigida pelo legislador para
ação. Podem ser genéricas ou específicas que o fato se torne punível, e que
está fora do injusto culpável. Chama-
se objetiva porque independe do
CONDIÇÕES GENÉRICAS: CONDIÇÕES ESPECÍFICAS:
dolo ou da culpa do agente.
(toda ação penal tem que (nem toda ação
Encontra-se entre o preceito primário
ter) penal tem que ter)
e secundário da norma penal
1. POSSIBILIDADE 1. REPRESENTAÇÃO DO
incriminadora, condicionando a
JURÍDICA DO PEDIDO OFENDIDO.
#SELIGA Justa Causa DUPLICADA: A expressão justa causa duplicada deve ser usada quando se fala no
Crime de Lavagem de Capitais (Lei nº 9.613/1998). Quando se oferece uma denúncia contra alguém
imputando Crime de Lavagem de Capitais, não basta demonstrar a ocultação ou dissimulação de valores,
sendo preciso também demonstrar que aqueles bens lavados (objeto da lavagem) seriam produtos
diretos ou indiretos de uma infração penal antecedente.
#CUIDADO Para o crime de furto a Ação Penal é sempre Pública Incondicionada? Não!
Art. 182 – somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em
prejuízo:
I – docônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – deirmão, legítimo ou ilegítimo;
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183 – Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou
violência à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.”
#NÃOOCONFUNDA
A regra geral do CPP permite a retratação da representação até o oferecimento da denúncia, porém,
na Lei Maria da Penha é possível se retratar até o recebimento da denúncia e apenas em juízo.
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Art. 16 da Lei 11.340/06: Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de
que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério
Público.
#SELIGANASSÚMULAS
8 Jurisdição e competência.
ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA
RATIONE É aquela que leva em consideração a natureza da infração penal (art. 69, III, CPP).
MATERIAE Ex. Justiça Militar, Justiça Eleitoral, Tribunal do Júri.
RATIONE
É aquela que leva em consideração os casos de foro por prerrogativa de função.
FUNCIONAE
Será fixada seja pelo lugar da infração, seja pelo domicílio ou seja pela residência
RATIONE LOCI
do réu (art. 69, I e II, CPP).
É a distribuição feita pela lei entre diversos juízes da mesma instância ou de
instâncias diversas para, em um mesmo processo, praticar determinados atos.
COMPETÊNCIA
Ex. No Tribunal do Júri compete ao juiz sumariante exercer a competência na 1ª
FUNCIONAL
fase (iudiciumaccusationis) e ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri exercer a
competência na 2ª fase (iudicium causae).
#OLHAOGANCHO: o Júri prevalece sobre os demais órgãos, julgando os crimes dolosos contra a vida e
todas as infrações comuns eventualmente conexas.
✓ Justiça Especial prevalece sobre a comum. Exceção: justiça militar. Não se aplicam as regras de
conexão e continência (caso de separação obrigatória de processos).
✓ Órgãos da mesma justiça e de mesma hierarquia concorrendo:
1ª) prevalece o juiz que atua no local da consumação do crime mais grave (o que vale é a pena em
abstrato);
2ª) se os crimes têm a mesma gravidade, prevalece o juiz que atua no local da consumação do
maior número de infrações;
3ª) por sua vez, se os delitos têm a mesma gravidade e a mesma quantidade por comarca, prevalece
o juiz prevento.
✓ Reunidos os processos (os de competência comum e os de pequeno potencial ofensivo), o juiz
competente para atuar no julgamento do crime comum deve zelar pela aplicação dos institutos da
transação penal e da composição dos danos civis ao crime de pequeno potencial ofensivo.
✓ Estelionato: competência no caso em que o prejuízo ocorreu em local diferente da obtenção da
vantagem. O crime se consuma no momento da obtenção da vantagem indevida, ou seja, no
instante em que o valor é depositado ("cai") na conta corrente do autor do delito, passando,
portanto, à sua disponibilidade.
#SURRADESÚMULAS #TATUANAMEMÓRIA.
COMPETÊNCIA ESTADUAL:
Súmula 38-STJ: Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por
contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de
suas entidades.
EXCEÇÕES
Se relaciona com a imparcialidade do juiz.
Só poderá ser arguida até a sentença.
Salvo quando superveniente, deverá ser a primeira exceção alegada.
SUSPEIÇÃO
#ATENÇÃO Aplica-se a exceção de suspeição ao membro do MP, aos
serventuários e aos auxiliares da Justiça e aos Jurados, mas NÃO à
autoridade policial.
Se aplica apenas para os casos de incompetência relativa.
INCOMPETÊNCIA DE
Pode ser oposta verbalmente ou por escrito, no prazo da defesa.
JUÍZO
Segue o mesmo procedimento da exceção de suspeição.
Para o caso de duplicidade de demandas idênticas (identidade de partes,
LITISPENDÊNCIA
fatos imputados e pedidos) tramitando simultaneamente.
Defeitos em relação às partes da ação.
Legitimidade ad causam = É a situação prevista em lei que permite a um
determinado sujeito propor a demanda judicial e a outro ocupar o polo
passivo da demanda. #SELIGANOEXEMPLO: Haverá ilegitimidade ativa ad
ILEGITIMIDADE DE
causam se o MP propor ação penal em crime de natureza privada.
PARTE
Legitimidade ad processum = Se relaciona com a capacidade de estar em
juízo, tida como pressuposto processual de validade. #SELIGANOEXEMPLO:
Haverá ilegitimidade ad processum se o ofendido menor de 18 anos oferecer
queixa-crime sem representante legal.
Duplicidade de demandas idênticas (identidade de partes, fatos imputados
COISA JULGADA
e pedidos), tendo uma delas já transitado em julgado.
#INFORMATIVOS #COLANARETINA
Indeferimento do pedido de incidente de falsidade formulado anos após a prova ter sido juntada e
depois da sentença condenatória. Não há nulidade na decisão que indefere pedido de incidente de
falsidade referente à prova juntada aos autos há mais de 10 anos e contra a qual a defesa se insurge
somente após a prolação da sentença penal condenatória, uma vez que a pretensão está preclusa.
STJ. 5ª Turma.RHC 79834-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 07/11/2017 (Info 615).
Se o acusado se recusa a participar do incidente, não pode ser obrigado a fazer o exame.
O incidente de insanidade mental é prova pericial constituída em favor da defesa. Logo, não é
possível determiná-lo compulsoriamente na hipótese em que a defesa se oponha à sua realização.
STF. 2ª Turma. HC 133.078/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/9/2016 (Info 838)
Ilegitimidade do corréu para ajuizar medida cautelar de sequestro de bens dos demais corréus. João,
Pedro e Tiago foram denunciados pela prática de sonegação fiscal (art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90). O
Ministério Público requereu ao juiz e foi autorizado o sequestro dos bens somente do réu João, com
base no Decreto-Lei 3.240?41: Art. 1º Ficam sujeitos a sequestro os bens de pessoa indiciada por
crime de que resulta prejuízo para a fazenda pública, ou por crime definido no Livro II, Títulos V, VI e
VII da Consolidação das Leis Penais desde que dele resulte locupletamento ilícito para o indiciado.
João, inconformado pelo fato de que apenas os seus bens foram atingidos pela decisão, impetrou
mandado de segurança pedindo que os bens dos outros réus (Pedro e Tiago) também fossem
sequestrados. Alegou que a medida constritiva deveria ter recaído sobre os bens de todos os
acusados, sob pena de ofensa aos princípios da isonomia e da proporcionalidade. O mandado de
segurança terá êxito? NÃO. O corréu — partícipe ou coautor — que teve seus bens sequestrados no
âmbito de denúncia por crime de que resulta prejuízo para a Fazenda Pública (DL 3.240/41) não tem
legitimidade para postular a extensão da constrição aos demais corréus, mesmo que o Ministério
Público tenha pedido a medida cautelar de sequestro de bens somente em relação àquele. STJ. 6ª
Turma. RMS 48619-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 15/9/2015 (Info 570).
Será necessária a procuração se o Defensor Público for praticar algum dos atos para os quais a lei
exige poderes especiais. O art. 98 do CPP prevê que, para ser proposta exceção de suspeição do juiz,
o defensor precisa de procuração com poderes especiais. O Defensor Público que faz a defesa do
réu precisará de procuração com poderes especiais para arguir a suspeição do juiz? SIM. É exigível
procuração com poderes especiais para que seja oposta exceção de suspeição por réu representado
pela Defensoria Pública, mesmo que o acusado esteja ausente do distrito da culpa. STJ. 6ª Turma.
REsp 1431043-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 16/4/2015 (Info 560).
10 Prova.
✓ Interrogatório do réu: Meio de prova x meio de defesa (STF).
✓ Busca e Apreensão: embora esteja inserida no CPP como meio de prova, sua natureza jurídica é de
meio de obtenção de prova.
Em regra, documento em poder do advogado do réu não pode ser apreendido, salvo:
• Quando o documento é o corpo de delito do crime praticado pelo cliente (art. 243, §2º, CPP). Ex.:
escritura falsa;
• Quando o advogado é participante do crime, deixando, portanto, de ser (só) advogado (o
advogado é o investigado ou um dos investigados).
11 Sujeitos do Processo.
IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de
I - Tiver funcionado seu cônjuge ou parente,
qualquer deles;
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral
II - seele, seu cônjuge, ascendente ou
até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou
descendente, estiver respondendo a processo por
advogado, órgão do Ministério Público,
fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja
autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
controvérsia;
II - Ele próprio houver desempenhado qualquer
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo,
dessas funções ou servido como testemunha;
ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar
III - tiver funcionado como juiz de outra instância,
demanda ou responder a processo que tenha de
pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a
ser julgado por qualquer das partes;
questão;
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
IV - Ele próprio ou seu cônjuge ou parente,
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de
consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral
qualquer das partes;
até o terceiro grau, inclusive, for parte ou
VI - se for sócio, acionista ou administrador de
diretamente interessado no feito.
sociedade interessada no processo.
Rol taxativo. Presunção absoluta de parcialidade. Presunção relativa de parcialidade.
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO:
D) FLAGRANTE
Cria provas de um delito inexistente. É ilegal.
FORJADO OU URDIDO:
FORMALIDADES DO FLAGRANTE
PRISÃO TEMPORÁRIA: só pode ser determinada no inquérito policial e pelo prazo de 5 dias,
podendo ser prorrogada por mais 5 dias. Nos crimes hediondos, o prazo é de 30 + 30.
PRISÃO PREVENTIVA (ART. 311 E SEGUINTES): Visa à garantia da ordem pública, garantia da
ordem econômica, instrução do processo penal ou aplicação da lei penal. Só pode ser decretada em
crimes dolosos com pena superior a 4 anos, reincidentes dolosos (qualquer pena), descumprimentos
de medida de protetiva de urgência (violência doméstica) ou quando não se identificar civilmente.
PRISÃO PREVENTIVA
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA: Apesar de não existir consenso doutrinário, é
utilizada para evitar que o agente continue delinquindo no transcorrer da
persecução criminal.
#OBS: A repercussão social ou a gravidade do fato, por si só, não justificam a
FUNDAMENTOS privação cautelar.
(Art. 312 CPP) CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL: Impede que o agente influencie a
produção probatória, destruindo provas, ameaçando testemunhas, etc.
GARANTIA DE APLICAÇÃO DA LEI PENAL: Evita-se a fuga do agente, impedindo
o sumiço do autor quando houver demonstração fundada da possibilidade de
fuga.
#BORAFIXAR
✓ Juiz não pode conceder de ofício: prisão temporária e prisão preventiva e cautelares diferentes da
prisão durante o inquérito.
✓ Cautelares diversas da prisão: sempre concedidas pelo juiz, salvo a fiança, que pode ser arbitrada
pelo delegado quando a pena máxima do crime for de até 4 anos.
✓ Atos infracionaispretéritos podem ser utilizados como fundamento para decretação ou manutenção
da prisão preventiva, desde que haja gravidade específica do ato infracional, o tempo decorrido
entre o referido ato e o crime seja razoável (não excessivo) e haja comprovação da efetiva
ocorrência do ato infracional (STJ, Info 585).
✓ A fuga do distrito da culpa é fundamentação idônea a justificar o decreto da custódia preventiva
para a conveniência da instrução criminal e como garantia da aplicação da lei penal.
✓ As condições pessoais favoráveis não garantem a revogação da prisão preventiva quando há nos
autos elementos hábeis a recomendar a manutenção da custódia.
✓ A substituição da prisão preventiva pela domiciliar exige comprovação de doença grave, que
acarrete extrema debilidade, e a impossibilidade de se prestar a devida assistência médica no
estabelecimento penal.
✓ As medidas cautelares diversas da prisão, ainda que mais benéficas, implicam em restrições de
direitos individuais, sendo necessária fundamentação para sua imposição.
✓ A prisão preventiva não é legítima nos casos em que a sanção abstratamente prevista ou imposta
na sentença condenatória recorrível não resulte em constrição pessoal, por força do princípio da
homogeneidade.
✓ Os fatos que justificam a prisão preventiva devem ser contemporâneos à decisão que a decreta.
✓ A alusão genérica sobre a gravidade do delito, o clamor público ou a comoção social não
constituem fundamentação idônea a autorizar a prisão preventiva.
✓ Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no regime
com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai
#DEOLHONAJURIS #INFORMATIVOS
Súmula 455 do STJ: A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no artigo
366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do
tempo.
Súmula 415 do STJ: O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena
cominada.
Citação por hora certa é constitucional. É constitucional a citação com hora certa no âmbito do
processo penal. STF. Plenário. RE 635145/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz
Fux, julgado em 1º/8/2016 (repercussão geral) (Info 833).
Produção antecipada de provas e oitiva de testemunhas policiais. Existe um argumento no sentido de
que se as testemunhas forem policiais, deverá haver autorizada a sua oitiva como prova antecipada,
considerando que os policiais lidam diariamente com inúmeras ocorrências e, se houvesse o decurso
do tempo, eles iriam esquecer dos fatos. Esse argumento é aceito pela jurisprudência? A oitiva das
testemunhas que são policiais é considerada como prova urgente para os fins do art. 366 do CPP? * 1ª
corrente: SIM. É justificável a antecipação da colheita da prova testemunhal com arrimo no art. 366 do
CPP nas hipóteses em que as testemunhas são policiais. O atuar constante no combate à criminalidade
expõe o agente da segurança pública a inúmeras situações conflituosas com o ordenamento jurídico,
sendo certo que as peculiaridades de cada uma acabam se perdendo em sua memória, seja pela
frequência com que ocorrem, ou pela própria similitude dos fatos, sem que isso configure violação à
garantia da ampla defesa do acusado. STJ. 3ª Seção. RHC 64.086-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para
acórdão Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 23/11/2016 (Info 595). * 2ª corrente: NÃO. Não serve
EMENDATIO LIBELLI (ART. 383, CPP) MUTATIO LIBELLI (ART. 384, CPP)
Não há alteração em relação ao fato delituoso,
limitando-se o juiz a modificar a classificação
Durante o curso da instrução processual, surge
formulada na peça acusatória, ainda que tenha
uma elementar ou circunstância não contida na
que aplicar pena mais grave, em razão de
peça acusatória.
eventuais equívocos existentes na inicial
acusatória
Deve o MP aditar a peça acusatória, ouvindo-se a
defesa no prazo de 5 dias. Haverá novo
Juiz pode realizar de ofício.
interrogatório e oitiva de no máximo 3
testemunhas.
É cabível na 2ª instância. Não é cabível na 2ª instância (Súmula 453 STF).
Juizo de Admissibilidade da
Oferecimento da
acusação (Rejeição ou Citação
Denúncia/Queixa
Recebimento)
Sentença
Juizo de Admissibilidade da
Oferecimento da
acusação (Rejeição ou Citação
Denúncia/Queixa
Recebimento)
Audiência de instrução c/
Apresentação de resposta à Oitiva do MP em réplica Alegações Finais Orais (20
acusação (Prazo = 10 dias) (Prazo = 5 dias) min, prorrogáveis por mais
10min)
Com o comparecimento de
Possibilidade de recusa
no mínimo 15 jurados, o juiz Realização da exortação e
imotivada de até 3 jurados
sorteará 7 para a composição compromisso pelos jurados
por parte (MP e Defesa)
do Conselho de Sentença.
#SELIGANASSÚMULAS
SÚMULA 713 DO STF: o efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos fundamentos
da sua interposição.
SÚMULA 712 DO STF: É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência
do júri sem audiência da defesa.
SÚMULA VINCULANTE 45:A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
SÚMULA 603 DO STF:A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e
não do tribunal do júri.
SÚMULA 206 DO STF:É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que funcionou
em julgamento anterior do mesmo processo.
16 Lei nº 9.099/1995 e suas alterações e Lei nº 10.259/2001 e suas alterações (juizados especiais cíveis e
criminais).
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO
TRANSAÇÃO PENAL
PROCESSO
PENA Pena máxima </= 2 anos Pena mínima </= 1 ano
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula Vinculante 35: A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/95 não faz
coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando ao
Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou
requisição de inquérito policial.
Súmula 696 DO STF: reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo,
mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao
Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.
Súmula 723 do STJ: Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado, se a
soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um
ano.
Súmula 337 do STJ: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na
procedência parcial da pretensão punitiva.
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo
por férias, domingo ou dia feriado.
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
§ 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o
prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr.
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil
imediato.
§ 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto
pela parte contrária.
§ 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
a) da intimação;
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho.
#ATENÇÃO #DEOLHONAJURIS
O prazo dos embargos de declaração no processo penal ordinário é de 2 dias. Em matéria penal, o
prazo para a oposição dos embargos de declaração é de 2 dias, de acordo com o art. 619 do CPP. Não
se aplica CPC/2015 uma vez que o prazo no processo penal possui disciplina própria. STJ. Corte
18 Nulidades.
✓ Os atos decisórios praticados por um juiz relativamente incompetente serão declarados nulos,
todavia, os atos instrutórios, os atos de prova, podem ser aproveitados perante o juízo competente
(art. 567, CPP). Já se a nulidade é ocasionada pela incompetência absoluta, nenhum ato será
aproveitado perante o juízo competente.
✓ Não haverá nulidade quando a defesa não apresenta alegações finais no rito do júri na fase anterior
à pronúncia, pois constitui faculdade a apresentação dessas alegações, já que a defesa pode,
estrategicamente, reservar para plenário suas argumentações para não adiantar a tese defensiva
que pretende utilizar.
Súmula 523 - STF: no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência
só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
19 Recursos em geral.
PRINCÍPIOS
O recurso está inserido na estratégia processual da parte. Se a parte
entende que a decisão representa a justa medida, não tem o dever
PRINCÍPIO DA
funcional de recorrer, podendo se conformar com ela, mesmo que lhe seja
VOLUNTARIEDADE
desfavorável. O recurso é pautado pela estratégia da parte, que só
recorrerá se lhe for conveniente (art. 574, CPP).
PRINCÍPIO DA
UNIRECORRIBILIDADE
Para cada decisão judicial caberá, em regra, apenas um recurso.
(UNICIDADE OU
SINGULARIDADE)
Por ele, um recurso inadequado pode ser conhecido como o recurso
PRINCÍPO DA correto em homenagem à instrumentalidade das formas (art. 579, CPP).
FUNGIBILIDADE Requisitos (boa-fé, recurso errado no prazo do recurso certo e dúvida
objetiva):
PRAZO RECURSO
CARTA TESTEMUNHÁVEL (art. 640, CPP).
48 HORAS #ATENÇÃO Para contagem em horas, deve constar da certidão de intimação o horário
da providência; caso contrário, o prazo será de dois dias.
2 DIAS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (art. 619, CPP), inclusive no STJ (art. 263, RISTJ).
APELAÇÃO (art. 593, CPP)
RESE (art. 586, CPP)
AGRAVOS, inclusive de EXECUÇÃO (Súmulas 699 e 700 do STF),
5 DIAS
CORREIÇÃO PARCIAL
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS JUIZADOS ESPECIAIS E NO STF
APELAÇÃO nos Juizados Especiais (Art. 82, Lei 9.099/95)
10 DIAS
EMBARGOS DE NULIDADE e EMBARGOS INFRINGENTES (art. 609, p. único, CPP).
RECURSO ESPECIAL
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
15 DIAS
APELAÇÃO SUPLETIVA DA VÍTIMA não habilitada como assistente de acusação (art. 598,
p. u, CPP)
RESE contra lista de jurados (art. 586, p. único, c/c art. 585, XVI, CPP).
20 DIAS OBS: Art. 426, §1º, CPP – “reclamação”: para alguns, teria revogado tacitamente o RESE
contra lista de jurados
#ATENÇÃO #DEOLHONAJURIS
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 604 do STJ: Mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso
criminal interposto pelo Ministério Público.
Súmula 431-STF: É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, sem prévia intimação,
ou publicação da pauta, salvo em habeas corpus.
Súmula 705-STF: A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor,
não impede o conhecimento da apelação por este interposta.
Súmula 709-STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra
a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
Súmula 347-STJ: O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão.
REVISÃO CRIMINAL
Trata-se de uma ação autônoma de impugnação, de competência originária dos
Tribunais (ou da Turma Recursal no caso dos Juizados), por meio da qual a pessoa
CONCEITO: condenada requer ao Tribunal que reveja a decisão que a condenou (e que já
transitou em julgado), sob o argumento de que ocorreu erro judiciário (art. 621,
CPP).
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou
à evidência dos autos;
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou
HIPÓTESES
documentos comprovadamente falsos;
LEGAIS:
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da
pena.
Réu ou seu procurador e, em caso de morte, seu
LEGITIMADOS:
cônjuge/ascendente/descendente/irmão.
#FICAADICA: O STJ decidiu que o Tribunal pode, a qualquer momento e de ofício, desconstruir acórdão
de revisão criminal que, de maneira fraudulenta, tenha absolvido o réu, quando, na verdade, o
posicionamento que prevaleceu na sessão de julgamento foi pelo indeferimento do pleito revisional.
✓ Dosimetria da pena e negativa de autoria não são aferíveis por meio de HC, em razão das
restrições ao exame fático e probatório.
✓ Súmula 395 - STF: Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus
das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.
✓ Súmula 606 - STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou
do plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.
✓ Súmula 693 - STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo
a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
✓ Súmula 695 - STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
✓ Súmula 208 - STF: O assistente do Ministério Público não pode recorrer, extraordinariamente, de
decisão concessiva de "habeas corpus".
✓ O habeas corpus não é meio processual adequado para o apenado obter autorização de visita de
sua companheira no estabelecimento prisional (Info 827 - STF).
✓ Pena de suspensão do direito de dirigir veículo automotor: não cabe Habeas Corpus (INFO 550 -
STJ).
✓ Não cabe HC para se discutir se houve dolo eventual ou culpa consciente em homicídio praticado
na direção de veículo automotor (Info 826 - STF).
#AJUDAMARCINHO #COLANARETINA
CONSEQUÊNCIAS DA FALTA GRAVE
ATRAPALHA NÃO INTERFERE
PROGRESSÃO: interrompe o prazo para a LIVRAMENTO CONDICIONAL: não interrompe o
progressão de regime. prazo para obtenção de livramento condicional
REGRESSÃO: acarreta a regressão de regime. (Súmula 441-STJ).
SAÍDAS: revogação das saídas temporárias. INDULTO E COMUTAÇÃO DE PENA: não interfere no
REMIÇÃO: perda de até 1/3 do tempo remido. tempo necessário à concessão de indulto e
SANÇÕES DISCIPLINARES: pode sujeitar o comutação da pena, salvo se o requisito for
condenado ao RDD; acarretar suspensão ou expressamente previsto no decreto presidencial
restrição de direitos e isolamento. (Súmula 535 – STJ).
#SELIGA A prática de falta grave interrompe o prazo para a concessão da saída temporária e para o
trabalho externo?
O tema é polêmico, estando o STJ dividido:
SIM. 5ª Turma do STJ. HC 374086/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/06/2017.
NÃO. 6ª Turma do STJ. AgRg no REsp 1549712/DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/10/2017.
#DEOLHONAJURIS Inobservância do perímetro rastreado pelo monitoramento eletrônico não configura
falta grave. A não observância do perímetro estabelecido para monitoramento de tornozeleira eletrônica
configura mero descumprimento de condição obrigatória que autoriza a aplicação de sanção disciplinar,
mas não configura, mesmo em tese, a prática de falta grave. Não confundir: • Apenado que rompe a
tornozeleira eletrônica ou mantém a bateria sem carga suficiente: falta grave. • Apenado que descumpre
o perímetro estabelecido para tornozeleira eletrônica: não configura a prática de falta grave. STJ. 6ª
Turma. REsp 1519802-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 10/11/2016 (Info 595).
PRESCRIÇÃO DE FALTA GRAVE: Apesar do silêncio da LEP, o STF entende que, por analogia, deve ser
aplicado o prazo prescricional penal mínimo de 3 anos (art. 109, VI do CP).
AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA
SAÍDA TEMPORÁRIA PERMISSÃO DE SAÍDA
Cunho ressocializador Cunho humanitário
Concedida por ato motivado do Juiz da
execução, ouvidos o Ministério Público e a
Concedida pelo diretor do estabelecimento onde
administração penitenciaria e dependerá da
se encontra o preso.
satisfação dos seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
REMIÇÃO DE PENA
REMIÇÃO PELO TRABALHO REMIÇÃO PELO ESTUDO
Pode ser aplicada ao condenado que cumpra
Somente é aplicada se o condenado cumpre pena
pena em regime fechado, semiaberto, aberto ou,
em regime fechado ou semiaberto.
ainda, que esteja em livramento condicional.
Abatimento de 1 dia de pena a cada 12 horas de
estudo, dividas em pelo menos 3 dias.
Abatimento de 1 dia de pena a cada 3 dias de O tempo a remir será acrescido de 1/3 no caso de
trabalho. conclusão do ensino fundamental, médio ou
superior durante o cumprimento da pena (art. 126,
§3° da LEP).
#DEOLHONAJURIS #INFORMATIVOS
É possível a remição pela participação em coral musical. O reeducando tem direito à remição de sua
pena pela atividade musical realizada em coral. STJ. 6ª Turma.REsp 1666637-ES, Rel. Min. Sebastião Reis
Júnior, julgado em 26/09/2017 (Info 613)
Trabalho cumprido em jornada inferior ao mínimo legal pode ser aproveitado para fins de remição caso
tenha sido uma determinação da direção do presídio. Segundo o art. 30 da LEP, a jornada diária de
trabalho do apenado deve ser de, no mínimo, 6 horas e, no máximo, 8 horas. Apesar disso, se um
condenado, por determinação da direção do presídio, trabalha 4 horas diárias (menos do que prevê a
Lei), este período deverá ser computado para fins de remição de pena. Como esse trabalho do preso foi
feito por orientação ou estipulação da direção do presídio, isso gerou uma legítima expectativa de que
ele fosse aproveitado, não sendo possível que seja desprezado, sob pena de ofensa aos princípios da
segurança jurídica e da proteção da confiança. Vale ressaltar, mais uma vez, o trabalho era cumprido
#DEOLHONAJURIS #INFORMATIVOS
O indulto da pena privativa de liberdade não alcança a pena de multa se o condenado parcelou este
valor para ter direito à progressão de regime. O indulto da pena privativa de liberdade não alcança a
pena de multa que tenha sido objeto de parcelamento espontaneamente assumido pelo sentenciado. O
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula 192/STJ: Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das penas impostas a
sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos à
administração estadual.
Súmula 439/STJ: Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão
motivada.
Súmula 491/STJ: É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional.
Súmula 493/STJ: inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição especial ao
regime aberto.
Súmula 520/STJ: O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato jurisdicional
insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional.
Súmula 526/STJ: O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como
crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal
condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato.
Súmula 533/STJ: Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é
imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional,
assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado.
Súmula Vinculante 9: O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido
pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58.
#APOSTACICLOS Súmula Vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese,
os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
DÉFICIT DE VAGAS NO ESTABELECIMENTO ADEQUADO E PARÂMETROS ADOTADOS NO RE
641.320/RS (PARTE FINAL DA SV).
O que fazer em caso de déficit de vagas no estabelecimento adequado? Havendo “déficit” de vagas,
deve ser determinada:
1) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas;
2) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em
prisão domiciliar por falta de vagas;
3) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progrida ao regime
aberto.
Súmula 700/STF: É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução
penal.
Súmula 715/STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado
pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o
livramento condicional ou regime mais favorável de execução.
Súmula 716/STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata
de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
DIREITO CONSTITUCIONAL3
OUTRAS CLASSIFCAÇÕES: Dirigente: traça metas; Normativa: sai do papel; Nominal: não consegue sair
do papel; Semântica: legitima o status quo injusto; Ortodoxa: comprometida com uma ideologia
específica; Compromissária (pluralista): contempla várias ideologias; Dúctil: não impõe um modelo de
vida, mas apenas assegura as condições para o exercício do projeto de vida de cada pessoa; Balanço:
visa reger o ordenamento por um determinado tempo.
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
Tópico-
Hermenêutico- Científico-
Hermenêutico problemático Normativo-
concretizador espiritual (Rudolf
Clássico (Theodor estruturante
(Konrad Hesse) Smend)
Viehweg)
Não há identidade
Critérios clássicos: entre texto e
Parte-se de um A análise da CF
gramatical, norma, que
problema Parte-se da CF deve levar em
histórico, compreende
concreto para a para o problema conta também a
sistemático, também um
norma realidade social
teleológico pedaço da
realidade social
#APROFUNDANDO #INTERPRETAÇÃOCONFORME
Esse princípio, criado pela jurisprudência alemã, se aplica à interpretação das normas infraconstitucionais
(e não da Constituição propriamente dita!). Trata-se de técnica interpretativa cujo objetivo é preservar a
✓ Pela eficácia direta se tem a possibilidade de se extrair uma regra do núcleo essencial do princípio,
permitindo a subsunção.
✓ Pela eficácia interpretativa entende-se que as normas jurídicas devem ter seu sentido e alcance
determinados de maneira que melhor realize a dignidade humana, que servirá como critério de
ponderação na hipótese de colisão de normas.
✓ A eficácia negativa, de caráter geral ou particular, paralisa ou neutraliza a incidência de regra
jurídica que seja incompatível com a dignidade humana.
✓ Não há um método de interpretação pré-determinado para cada caso concreto.
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE
POR AÇÃO Ocorre quando um ato estatal viola preceitos constitucionais.
Ocorre quando um poder do Estado deixa de fazer algo que a constituição
determina. Não basta a inexistência de lei sobre determinada matéria para que se
verifique uma inconstitucionalidade por omissão. Devem estar presentes dois
requisitos:
I - Dever constitucional de legislar.
POR OMISSÃO
II - Mora legislativa (elemento temporal): decurso de um tempo para que a norma
seja produzida. Existem hipóteses em que o próprio texto
constitucional fixa o prazo para a edição da norma. Do contrário, caberá ao Poder
Judiciário definir qual o prazo razoável, conforme a complexidade de cada caso
concreto.
Divide-se em:
- Procedimental (ou propriamente dita): não são observadas as normas
constitucionais sobre processo legislativo. Pode ser subjetiva (vício de iniciativa)
ou objetiva (demais regras do processo legislativo). Exemplo: ausência de retorno
à Casa iniciadora após alterações substanciais operadas pela Casa revisora.
FORMAL (OU - Orgânica: vício de competência. Exemplo: lei estadual que dispõe sobre matéria
NOMODINÂMICA) de competência federal.
- Por violação aos pressupostos objetivos do ato: violação de pressupostos
definidos na constituição como elementos determinantes de competência para
órgãos legislativos no exercício da função legiferante. É o caso, por exemplo, das
medidas provisórias, que têm por pressupostos objetivos a relevância e a
urgência.
MATERIAL (OU Incompatibilidade substantiva, ou seja, de conteúdo, entre normas constitucionais
NOMOESTÁTICA) e infraconstitucionais.
ORIGINÁRIA Congênita à norma, que já nasce inconstitucional.
A norma nasce constitucional, mas vai se tornando inconstitucional em momento
posterior.
SUPERVENIENTE #SELIGANADIFERENÇA
Mutação constitucional: Acontece quando o resultado da interpretação se altera
no decorrer do tempo. O texto normativo permanece inalterado, porém o
#SELIGANATBAELA:
CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE
É realizada em abstrato, pela via principal, ou seja, a questão de constitucionalidade
configura o pedido principal da ação, sendo que a Corte analisa, em tese, se há ou
CONCEITO
não contrariedade à Constituição.
Poderá ocorrer mediante uma das seguintes ações: ADI, ADC, ADO ou ADPF.
COMPETÊNCIA STF
Será legitimado ativo: Mesa da Câmara, mesa do Senado, Mesa da Assembleia
Legislativa ou Câmara Legislativa do DF; Governador do Estado ou do DF;
LEGITIMIDADE Procurador Geral da República; Presidente da República; Conselho Federal da OAB;
partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical;
entidade de classe de âmbito nacional.
OBJETO:
EM ADI – leis e atos normativos federais ou estaduais, editadas após a constituição.
As leis do DF editadas no exercício da competência legislativa estadual podem ser
objeto de ADI.
EM ADC – leis e demais atos normativos federais.
EM ADO – normas constitucionais de eficácia limitada não regulamentada.
EM ADPF – direito pré-constitucional, direito municipal, controvérsia sobre direito
OBJETO E
pós-constitucional já revogado ou cujos efeitos já se exauriram e de decisões
PARÂMETRO
judiciais construídas a partir de interpretações violadoras de preceitos
fundamentais.
PARÂMETRO:
EM ADI, ADC, ADO– normas constitucionais de referência para a realização da
análise de compatibilidade são todas aquelas que constam do documento
constitucional. Tratando-se de norma do ADCT, desde que não exaurida sua
eficácia.
6 Poder Constituinte: conceito; legitimidade e limites; poder originário e poder derivado; poder
constituinte estadual.
CPI FEDERAL (ART. 58, §3°, CF) – A CPI pode investigar o Chefe do Executivo, pessoas físicas ou
jurídicas, órgão ou instituições ligadas à gestão da coisa pública ou que, de alguma forma, tenham que
prestar conta sobre dinheiro, bens ou valores públicos. É uma comissão TEMPORÁRIA do Congresso
Nacional. Logo, não pode investigar o que extravase as competências do Congresso.
#CUIDADO: pode ser que um fato guarde relação com interesse nacional e estadual. Não há problema
nesse caso de instauração de CPI federal e CPI estadual. O que não pode acontecer é CPI federal ser
criada para investigar fatos de exclusivo interesse do Estado.
“Fatos conexos inicialmente desconhecidos e revelados durante a investigação também podem ser
investigados, desde que haja um aditamento do requerimento de criação da CPI”.
Poderes de investigação próprios de autoridade judicial, além dos previstos nos regimentos
internos.
1. Quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e de dados (STF, MS 25668).
2. Busca e apreensão de documentos e equipamentos, respeitados a inviolabilidade do domicílio.
3. Determinar a condução coercitiva de testemunhas ou indiciados.
4. Determinar a realização de exames periciais.
Autonomia Federativa: A CPI federal PODE investigar autoridade estadual caso haja investigação de
interesse nacional e não exclusivamente estadual.
CPI ESTADUAL
✓ A CPI estadual tem poderes simétricos à CPI federal.
✓ O STJ decidiu no AgR na Pet 1611: “CPIs estaduais não tem competência para investigar autoridades
com prerrogativa de foro em órgãos do judiciário federal”.
CPI MUNICIPAL
Deve haver previsão expressa na Constituição Estadual, Lei Orgânica do Município, etc. Além disso:
fato determinado, prazo certo e quórum. Prevalece no âmbito doutrinário que “por não haver órgão
judicial no município, a CPI municipal não pode ter poderes de investigação próprios de autoridade judicial”.
Art. 53, § 8º. As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo
ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos
praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
Art. 53, § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento
perante o Supremo Tribunal Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - Processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso
Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos.
Quando proferidas fora do Congresso, o STF exige que a manifestação tenha conexão com o
exercício do mandato.
A imunidade material tem natureza jurídica de excludente de tipicidade (STF, INQ 2273 e PET
4934).
Art. 53, § 2º, CF. Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser
presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e
quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
A imunidade formal não abrange só a imunidade processual, mas também a questão prisional.
• OBS¹. Súmula 245 a aplicação apenas a imunidade formal
Súmula 245 STF. A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.
A súmula 245, apesar de tratar “imunidade parlamentar”, essa súmula atinge apenas a imunidade formal.
Isso porque a palavra “réu” só tem sentido no âmbito da imunidade formal, já que a imunidade material
não leva parlamentar, em regra, a ser réu em processo judicial.
A imunidade formal obsta a prisão cautelar do parlamentar, salvo em flagrante de crime inafiançável. A
proibição de prisão não alcança a prisão no caso de condenação definitiva transitada em julgado.
• OBS². Não é mais necessária a autorização da Câmara ou Senado para que o parlamentar seja
processado e julgado. Atualmente, o PGR oferece denúncia perante o STF, que dará ciência à Casa
do respectivo parlamentar, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da
maioria absoluta de seus membros poderá até a decisão final sustar o andamento da ação.
PROCESSO LEGISLATIVO
O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá editar medidas
provisórias em caso de relevância e urgência. A definição do que seja relevante e urgente para fins de
edição de medidas provisórias consiste, em regra, em um juízo político (escolha política/discricionária) de
competência do Presidente da República, controlado pelo Congresso Nacional.
Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na análise
dos requisitos da MP. No caso de MP que trate sobre situação tipicamente financeira e tributária, deve
prevalecer, em regra, o juízo do administrador público, não devendo o STF declarar a norma
inconstitucional por afronta ao art. 62 da CF/88. STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 15/12/2016 (Info 851).
8 Poder Judiciário: a função jurisdicional; organização do Poder Judiciário; Supremo Tribunal Federal;
Súmula Vinculante; Conselho Nacional de Justiça; Justiça dos Estados.
É importante que percebamos algo muito importante para concursos: não cabe ao STF conhecer
o mandado de segurança, nem o habeas data, nem o habeas corpus, quando o coator for Ministro de
Estado (ou Comandantes de Força), embora conheça do habeas corpus paciente deles. Acontece que o
habeas corpus coator, bem como o mandado de segurança e habeas data contra atos de Ministros está
no âmbito da Competência do STJ (CF, art. 105, I, b e c). Desta forma, em se tratando de Ministros de
Estado (e Comandantes de Força):
• Falou em "paciente" = Competência do STF.
SÚMULA VINCULANTE
#SELIGNAJURIS
O prazo de 1 ano previsto no art. 103-B, § 4º, V da CF/88 incide apenas para revisões de PADs, não se
aplicando para atuação originária do CNJ. A competência originária do CNJ para a apuração disciplinar,
ao contrário da revisional, não se sujeita ao parâmetro temporal previsto no art. 103-B, § 4º, V da CF/88.
STF. 2ª Turma. MS 34685 AgR/RR, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 28/11/2017 (Info 886).
CNJ não pode examinar controvérsia que está submetida à apreciação do Poder Judiciário. Não cabe ao
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujas atribuições são exclusivamente administrativas, o controle de
controvérsia que está submetida à apreciação do Poder Judiciário. STF. 1ª Turma.MS 28845/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 21/11/2017 (Info 885).
CNJ, no exercício de controle administrativo, pode deixar de aplicar lei inconstitucional. CNJ pode
determinar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem concurso público para cargos em
comissão que não se amoldam às atribuições de direção, chefia e assessoramento, contrariando o art.
37, V, da CF/88. Esta decisão do CNJ não configura controle de constitucionalidade, sendo exercício de
controle da validade dos atos administrativos do Poder Judiciário. STF. Plenário. Pet 4656/PB, Rel. Min.
Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016 (Info 851).
Análise da constitucionalidade de resolução que permite reeleição para cargos de direção no TJ. É
inconstitucional norma do Tribunal de Justiça que permite a reeleição de desembargadores para cargos
de direção após o intervalo de dois mandatos. Esta previsão viola o art. 93, caput, da CF/88, segundo o
qual a regulamentação da matéria afeta à elegibilidade para os órgãos diretivos dos tribunais está
reservada a lei complementar de iniciativa do Supremo Tribunal Federal. Além disso, esta norma afronta
o tratamento que foi dado à matéria pelo art. 102 da LOMAN (LC 35/79), que regulamenta o art. 93 da
CF/88. STF. Plenário. ADI 5310/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/12/2016 (Info 851).
9 Funções essenciais à Justiça: Ministério Público (natureza, princípios e garantias, estrutura e funções
constitucionais); Advocacia (o advogado e a administração da Justiça, direitos, deveres e inviolabilidade);
Advocacia Pública (procuradorias e defensorias).
#SELIGANAJURIS
Termo inicial da ação civil para a perda do cargo de membro do MP. Na hipótese de membro de
Ministério Público Estadual praticar falta administrativa também prevista na lei penal como crime, o prazo
prescricional da ação civil para a aplicação da pena administrativa de perda do cargo somente tem início
com o trânsito em julgado da sentença condenatória na órbita penal. STJ. 2ª Turma. RESp 1535222-MA,
Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 28/3/2017 (Info 601).
O PGJ somente pode ser reconduzido uma única vez. É inconstitucional dispositivo de CE que permita a
recondução ao cargo de Procurador-Geral de Justiça sem limite de mandatos. Essa previsão contraria o
art. 128, § 3º da CF/88, que autoriza uma única recondução. STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 16/11/2016 (Info 847).
Conflito de atribuições envolvendo MPE e MPF deve ser dirimido pelo PGR. Compete ao PGR, na
condição de órgão nacional do Ministério Público, dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF
e de Ministérios Públicos estaduais. STF. Plenário. ACO 924/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/5/2016
(Info 826).
FORMAS DE GOVERNO
MONARQUIA REPÚBLICA
1. Irresponsabilidade política do governante. 1. Há responsabilização política do governante.
2. Hereditariedade. 2. Eletividade: voto.
3. Vitaliciedade. 3. Temporariedade.
SISTEMAS DE GOVERNO
PRESIDENCIALISMO PARLAMENTARISMO SEMIPRESIDENCIALISMO
1.Há divisão do Poder
Executivo. O Chefe de Estado
é o Monarca ou Presidente da
República. O Chefe de 1.Há dualidade do Poder
1. Reunião do Chefe de Estado
Governo é o Primeiro Ministro. Executivo. O Chefe de Estado
e Chefe de Governo em uma
é sempre o Presidente da
mesma pessoa.
2.Não existe prazo fixo para República. Exerce importantes
2. Prazo fixo de mandato.
exercício do poder pelo funções políticas, bem como
3. Independência em relação
Primeiro Ministro, escolhido escolhe o Primeiro Ministro,
ao Parlamento.
pelo Parlamento. sendo este apenas aprovado
* “Recall”.
3.Responsabilização do pelo Parlamento.
Primeiro Ministro perante o
Parlamento.
“Moção de desconfiança”.
FEDERAÇÃO CONFEDERAÇÃO
Estado Pessoa jurídica de Direito Público
Unidos pela Constituição Unidos por tratado internacional
Membros são dotados de autonomia Membros são dotados de soberania
Veda o direito de secessão Permite o direito de secessão
Decisões dos órgãos centrais são obrigatórios
para todos os membros, desde que observados
Membros possuem o direito de nulificação
os limites da competência constitucionalmente
estabelecida
Atividades relacionadas a assuntos internos e Atividades voltadas especialmente aos negócios
externos externos
Cidadãos possuem a nacionalidade do Estado
Cidadãos são nacionais dos respectivos Estados
Federal
Congresso Confederal é o único órgão comum a
Poder Central é dividido em Legislativo, Executivo
todos os Estados (Cada Estado possui o seu
e Judiciário
próprio Poder Executivo e Judiciário)
ESTADO FEDERAL
- Descentralização político-administrativa fixada pela constituição
Características
- Participação das vontades parciais na vontade geral
Essenciais
- Auto-organização dos Estados-membros
- Rigidez constitucional
Requisitos para
- Imutabilidade da formal federativa
manutenção
- Controle de constitucionalidade
MODELOS DE FEDERALISMO
QUANTO À ORIGEM
é aquele no qual antes havia um modelo descentralizado e, com o
CENTRÍPETO/AGREGAÇÃO
pacto federal, ocorre a centralização. Ex.: EUA.
antes havia mais centralização, mas o federalismo impõe a
CENTRÍFUGO/SEGREGAÇÃO
descentralização para os entes autônomos. Ex.: Brasil.
QUANTO AO NÚMERO DE ENTES
BIDIMENSIONAL há apenas dois entes. Ex.: Apenas União e Estados.
há três entes. Ex.: União, Estados e Municípios.
TRIDIMENSIONAL • Brasil é um dos únicos países que atribui aos Municípios a
condição de ente federal.
QUANTO À DISTRIBUIÇÃO DOS PODERES
o regime de todos os entes iguais é idêntico.
SIMÉTRICO No Brasil é assim. As competências do Estado de MG são as mesmas
do Estado de SP.
entidades da federação iguais possuem regimes diferentes.
Obs.: No Brasil, Lenza diz que há ERRO DE SIMETRIA, pois a CF tratou
ASSIMÉTRICO
os Estados de modo tão igual que acabou desconsiderando as
dessemelhanças existentes entre eles.
DEMAIS ESPÉCIES
FEDERALISMO DUAL há extrema e severa divisão entre os entes.
FEDERALISMO
mais flexível e permite a interpenetração entre os entes políticos.
COOPERATIVO
os Estados são organismos de um todo maior, que é o poder central
FEDERALISMO ORGÂNICO
fomenta o autoritarismo.
em nome da integração nacional, há a prevalência do Poder Central. É
FEDERALISMO DE
federalismo apenas formal, em tudo se aproximando ao Estado
INTEGRAÇÃO
unitário descentralizado administrativamente.
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
Atribuída a uma entidade federada com exclusão de todas as demais, SEM
Exclusivas4
possibilidade de delegação.
Da união (artigo 22 e parágrafo único). Pode ser delegada aos Estados para
Privativas
legislarem sobre determinada matéria, por meio de Lei complementar.
Atribuída a mais de um ente federado com atuação em níveis distintos.
Os municípios estão excluídos, cabem somente a União, Estados e Distrito
Federal, que poderão legislar concorrentemente sobre os assuntos
constantes no artigo 24, mas, NÃO há superposição. §§ 1º a 4º: À união
competem às normas gerais; os Estados têm competência suplementar; se a
Concorrentes União não emitir as normas gerais, os Estados poderão exercer a
competência plena sobre o assunto; se após o exercício da competência
plena dos Estados, surgir, supervenientemente, regulamentação sobre
normas gerais da União, a norma dos Estados terá a eficácia suspensa (não é
revogação nem invalidez, no que contradizer a União, não existindo
repristinação).
Conferida a determinado ente para complementar as normas gerais dispostas
por outro ou para suprir a ausência dessas normas gerais. Artigo 24, § 2º
Suplementares
trata da competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS e o art. 30,
II fala da competência LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS MUNICÍPIOS
#SELIGANAJURIS #COLANARETINA
4
Segundo Marcelo Novelino, há uma divergência na doutrina brasileira envolvendo as competências exclusivas e privativas. A doutrina mais tradicional, como,
por exemplo, José Afonso da Silva, adota uma distinção cuja diferença principal reside na possibilidade de delegação das competências privativas, ao
contrário do que ocorre com as competências exclusivas, que são indelegáveis por ausência de previsão expressa. Há autores, contudo, a exemplo do
Ministro Gilmar Mendes, que entendem inexistir qualquer diferença entre ambas, aduzindo a possibilidade de utilização intercambiável das duas expressões.
Para esta corrente, as competências privativas e exclusivas traduzem a mesma ideia.
12 Direitos e garantias fundamentais: declaração dos direitos e sua formação histórica; natureza e eficácia
das normas sobre direitos fundamentais; conceito de direitos e de garantias; classificação dos direitos
fundamentais. 13 Direitos individuais: destinatários; classificação; direito à vida; direito à privacidade;
dignidade da pessoa humana; igualdade; liberdade (pessoa física, pensamento, ação profissional);
propriedade (conceito e natureza constitucional, propriedades especiais, limitações ao direito de
propriedade, função social da propriedade). 14 Direitos sociais: conceito e classificação; direitos dos
trabalhadores (individuais e coletivos); direito à educação e à cultura; direito ambiental; direitos das
crianças e dos idosos; direito à saúde e seguridade social (previdência e assistência social); disciplina da
comunicação social.
DIREITOS FUNDAMENTAIS
DIREITO X GARANTIA: Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar de fazer algo,
uma liberdade positiva. As garantias não se referem às ações, mas sim às proteções que as pessoas
possuem frente ao Estado ou mesmo frente às demais pessoas. Diz-se que as garantias são proteções
para que se possa exercer um direito.
De acordo com a teoria absoluta, o conteúdo essencial é uma parte do conteúdo total do direito
fundamental. Seria um núcleo duro do conteúdo total que seria intransponível pelo legislador. Esse
conteúdo essencial é absoluto! Não pode ser relativizado.
#RESUMINDO: O conteúdo essencial de um direito fundamental é uma parte do seu conteúdo total.
Consiste no chamado “núcleo duro”, o qual é considerado absoluto e intransponível. Apenas a outra
parte (periférica do Direito: tudo aquilo que sobra após a retirada do núcleo duro) estaria disponível para
a regulamentação legislativa.
#ATENÇÃO: Pela teoria relativa, o conteúdo essencial não pode ser definido abstratamente, devendo ser
analisado no caso concreto por meio do princípio da proporcionalidade.
Em algum momento pode haver suspensão de direitos fundamentais? SIM, nos casos de estado de sítio
e estado de defesa.
#CUIDADO: A dignidade não é um direito absoluto. Isso porque, além de partir da premissa de que
nenhum direito possui essa característica (e, de fato, não existe direito absoluto!), a dignidade não é
sequer um direito, mas sim uma qualidade de todo e qualquer ser humano.
#CAIEMPROVA: Art. 5º § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata. Isso não quer dizer que as normas ali sejam todas de eficácia plena. Na verdade, trata-se apenas
um apelo para que se busque efetivamente aplicá-las e assim não sejam frustrados os anseios da
sociedade.
DIREITOS INDIVIDUAIS
DESTINATÁRIOS: brasileiros (pessoas físicas e jurídicas de direito público e privado); estrangeiros
residentes no Brasil.
• Obs. 1: numa interpretação literal, os estrangeiros não residentes não poderiam invocar os direitos
individuais, MAS sendo a dignidade uma qualidade intrínseca a todo ser humano,
independentemente de sua nacionalidade, não se pode negar o exercício de um direito
fundamental a um indivíduo pelo simples fato dele não residir no país.
• Obs. 2: são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a
obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
• Obs. 3: contraditório, ampla defesa e devido processo legal podem ser invocados por pessoas
jurídicas de direito público.
DIREITO À VIDA
✓ Bem jurídico protegido: vida humana em seu sentido biológico. Dupla acepção:
Negativa: Consiste no direito a permanecer vivo.
Positiva: Consiste no direito de exigir do Estado prestações para proteção do direito à vida, assim como
para uma existência digna.
✓ Inviolabilidade: protege o direito contra a violação por parte de terceiros.
✓ Irrenunciabilidade: protege o direito contra o seu próprio titular.
✓ RESTRIÇÕES À INVIOLABILIDADE DO DIREITO À VIDA: Pena de morte no caso de guerra declarada
(art. 5º, XLVII, CF), aborto necessário/terapêutico, aborto sentimental (art. 128, CP), aborto de anencéfalos
(ADPF 54).
DIREITO À IGUALDADE
IGUALDADE PERANTE A
✓ É a igualdade na aplicação da lei.
LEI
IGUALDADE NA LEI ✓ Elaboração das leis.
✓ É a igualdade real, vai além da igualdade formal. A busca da
IGUALDADE MATERIAL igualdade material acontece quando são tratadas desigualmente as
pessoas que estejam em situações desiguais.
DIREITOS DE LIBERDADE
✓ Liberdade de consciência, de crença e de culto (art. 5ª, VI).
Além da interceptação telefônica, a violação de domicílio (art. 5º, XI) a prisão por mandado e o sigilo
imposto a processo judicial (MS 27.483) envolvem matérias de reserva de jurisdição.
É possível utilização da interceptação telefônica para PAD.
A 3ª Turma do STJ, no HC 203.405, admitiu, excepcionalmente, a possibilidade de se determinar
interceptação telefônica para fins civis, quando não haja outra medida que resguarde os direitos
ameaçados e quando o caso envolver indícios de conduta criminosa.
INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO
✓ Flagrante delito, desastre ou para prestar socorro: dia ou noite, sem necessidade de autorização
judicial.
✓ O conceito de casa deve ser interpretado de uma forma bastante ampla, de modo a compreender
espaços privados, não abertos ao público, onde alguém exerce atividade profissional.
STF: admitiu invasão durante a noite de escritório de advocacia para que fosse feito interceptação
ambiental (INQ 2424), em conformidade com o princípio da proporcionalidade.
DIREITO DE PROPRIEDADE
✓ Desapropriação-sanção: urbana - títulos da dívida pública (art. 182, §4º, III, CF) e rural – títulos da
dívida agrária (art. 184, CF).
✓ Art. 243, CF/88. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º. Em RE, o STF entendeu que o confisco é das glebas como um todo e
não apenas da parte em que é feita a plantação dos psicotrópicos.
✓ Obs.: Art. 184, §5º, CF “são isentas de impostos federais, estaduais e municipais as ações de
transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária”.
✓ Obs.: art. 185, CF: “São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: i) a pequena e
média propriedade rural, assim definida em lei; desde que seu proprietário não possua outra; ii) a
propriedade produtiva”.
✓ Requisitos: seja pacífica; sem armas; não frustre outra reunião anteriormente convocada para o local;
avise a autoridade competente. Dispensa autorização, basta simples aviso.
✓ A ofensa a este direito deverá ser tutelada por meio de Mandado de Segurança e não habeas
corpus.
DIREITO DE ASSOCIAÇÃO
DIREITOS COLETIVOS
NACIONALIDADE
15 Direitos políticos: nacionalidade (conceito e natureza, direitos dos estrangeiros); cidadania (direito a
voto e elegibilidade); plebiscito e referendo (conceitos e distinções); direitos políticos negativos (conceito
e significado; perda, suspensão e reaquisição dos direitos políticos; inelegibilidades); Partidos políticos e
organização partidária; Lei nº 9.096/1995 e suas alterações (Lei Orgânica dos Partidos Políticos).
Quanto aos direitos políticos, vale relembrar que a CF VEDA a cassação de direitos políticos e
prevê apenas duas formas de privação dos direitos políticos (PERDA e SUSPENSÃO):
A perda e a suspensão dos direitos políticos somente se darão nos casos de:
I. Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (PERDA).
Em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
OBS.: Também há previsão, na CF, de perda da nacionalidade do brasileiro nato, o que, por óbvio,
também acarreta a perda dos direitos políticos.
II. Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa; (PERDA).
Serão privados dos direitos políticos até que cumpram a obrigação (Ex.: função de jurados, serviço
militar). Obs. Há quem defenda se tratar de uma hipótese de suspensão.
HABEAS CORPUS
✓ CF, Art. 142 § 2º: Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. Embora
a CF expresse que não cabe HC contra punições disciplinares, o STF tem flexibilizado a situação
quando a punição privativa de liberdade foi imposta de forma ilegal.
✓ É cabível habeas corpus inclusive quando a liberdade de locomoção puder ser afetada
indiretamente, por exemplo, contra a quebra de sigilo bancário, caso dela possa resultar processo
penal que leve à sentença de prisão.
✓ Diferentemente do Mandado de Segurança que só pode ser impetrado quando alguém estiver se
valendo de sua prerrogativa de "direito público", o habeas corpus pode ser impetrado contra
qualquer pessoa que estiver coagindo alguém de sua liberdade de locomoção.
MANDADO DE SEGURANÇA
MOTIVO ✓ Proteger direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD.
✓ Qualquer pessoa (PF, PJ ou até mesmo órgão público – independente ou
QUEM PODE USAR
autônomo) seja na forma preventiva ou repressiva.
✓ Autoridade pública ou agente de PJ no exercício de atribuições do poder
público que use de ilegalidade ou abuso de poder. Segundo a lei 12016/09,
QUEM PODE equiparam-se às autoridades: os representantes ou órgãos de partidos
SOFRER A AÇÃO políticos; os administradores de entidades autárquicas; os dirigentes de
pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder
público, somente no que disser respeito a essas atribuições
HABEAS DATA
HD será concedido para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
DEFINIÇÃO
governamentais ou de caráter público, e para a retificação de dados, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
A competência para o julgamento de HD
COMPETÊNCIA É definida com base na hierarquia funcional do agente público, isto é, tendo por
parâmetro a autoridade ou entidade impetrada.
ATIVA - Poderá ser impetrado por qualquer pessoa, tanto natural quanto jurídica,
seja nacional ou estrangeira, para ter acesso às informações a seu respeito.
O caráter personalíssimo da ação, que culmina na conclusão de que o HD será
LEGITIMIDADE
sempre impetrado para o acesso, retificação ou anotação de informação relativa à
pessoa do próprio impetrante e não de terceiros.
PASSIVA – entidades governamentais ou particulares que tenham caráter público.
AÇÃO POPULAR
Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
DEFINIÇÃO sucumbência.
É uma ação que viabiliza ao cidadão o controle da legalidade dos atos
administrativos e impede a lesividade. Consiste, portanto, na possibilidade de
qualquer membro da coletividade, com maior ou menor amplitude, invocar a tutela
jurisdicional no intuito de preservar os interesses coletivos.
Juiz de primeiro grau (Justiça Estadual ou Federal) de acordo com as regras
COMPETÊNCIA
ordinárias de definição de competência.
ATIVA – pertence ao cidadão, indivíduo dotado de capacidade eleitoral ativa e que
LEGITIMIDADE
esteja em dia com suas obrigações eleitorais.
DIREITO ELEITORAL5
1. Princípios do direito eleitoral: princípio democrático; princípio republicano; princípio federativo;
princípio da igualdade; princípio do voto direto e secreto; democracia partidária; participação popular ou
acesso democrático; princípio da anualidade ou da anterioridade.
Princípio democrático: Preceitua a carta Magna: “todo poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (Art. 1º, Parágrafo Único,
CF). Tal preceito constitucional informa que o Brasil adotou uma Democracia Representativa.
Segundo Canotilho, “os cidadãos dele [Estado] participam, sendo seus artífices e destinatários
principais de suas emanações. Assim, os próprios cidadãos são responsáveis pela formulação e execução
das políticas públicas.”
Princípio republicano: São fundamentos da República: a eletividade; a temporalidade no exercício
do mandato; a alternância de pessoas no comando do Estado; e o dever de prestar contas.
Princípio federativo: A CF diz em seu art. 1°, caput: “A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal...”. Além disso, a forma federativa de
Estado é assegurada como cláusula pétrea pela Constituição (art. 60, §4º)
A Constituição de 1988 inaugurou um federalismo de tipo cooperativo. Em razão disso, não se
criou um sistema de repartição vertical de competência legislativa, no qual uma mesma matéria é
simultaneamente atribuída, em diferentes níveis, a diferentes entes federativos, sendo, pois, a
competência de tais entes concorrentes ou comum-, como também se previu em espaço de competência
material comum entre os entes federativos, além de matérias exclusivas.
5
Por Tiago Pozza.
Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco,
ainda que por afinidade, até o 4º grau, excluindo-se nesse caso o que tiver sido escolhido por último (CE,
art. 16, § 1º).
Não há assento para membros o MP no TSE, nem no TRE.
Uma característica importante na aplicação do Direito Eleitoral é a expedição das chamadas
resoluções pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essas resoluções são atos que disciplinam determinados
aspectos das leis e têm aplicabilidade obrigatória, ou seja, têm força de lei. As resoluções do TSE
disciplinam, por exemplo, a propaganda eleitoral (estabelecendo o que é permitido e o que é proibido),
as datas do calendário eleitoral e as regras para o alistamento eleitoral.
Os membros do TSE, no exercício de suas funções, gozam de plenas garantias e são inamovíveis.
Todavia – diferentemente dos demais integrantes da magistratura –, não são vitalícios (CF, art. 95, I). Salvo
motivo justificado, servem por apenas dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios
consecutivos.
Suas decisões, assim na interpretação de lei eleitoral em face da Constituição e cassação de
registro de partidos políticos, como sobre quaisquer recursos que importem anulação geral de eleições
ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros. Se ocorrer
impedimento de algum juiz, será convocado o substituto. Não sendo possível a convocação, tem-se
entendido que o julgamento poderá ser efetuado com o quórum incompleto.
A competência do Tribunal Superior encontra-se fixada no artigo 121, § 4º, da Constituição Federal.
À vista disso, já se entendeu não caber àquela Corte apreciar recurso especial contra decisão de natureza
estritamente administrativo-eleitoral dos Tribunais Regionais, já que essa matéria não estaria contemplada
no referido dispositivo constitucional.
Releva salientar serem irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que
contrariarem a Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. Assim, têm
caráter final e definitivo os julgamentos do TSE acerca de matéria infraconstitucional.
Os Tribunais e juízes inferiores devem dar imediato cumprimento às decisões, aos mandados,
instruções e outros atos emanados do Tribunal Superior Eleitoral (CE, art. 21). O não cumprimento pode
ensejar a apresentação de reclamação perante aquela Corte Superior a fim de que seja garantida a
autoridade de suas decisões (CF, arts. 102, I, l, e 105, I, f). Sobre isso, dispõe o art. 988, II, do CPC caber
“reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para […] garantir a autoridade das decisões
do tribunal”.
➢ TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL (TRE)
➢ CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Alteração 1: Vedações ao recebimento de auxílio financeiro. O art. 31 da Lei nº 9.096/95 prevê que
os partidos políticos não podem receber ajuda financeira de determinadas pessoas (físicas ou jurídicas).
Alteração 2: Fundações criadas por partidos políticos. A Lei nº 13.487/2017 inseriu alguns
parágrafos no art. 53 prevendo novas regras para as fundações criadas por partidos políticos.
Art. 53. A fundação ou instituto de direito privado, criado por partido político, destinado ao estudo e
pesquisa, à doutrinação e à educação política, rege-se pelas normas da lei civil e tem autonomia para
contratar com instituições públicas e privadas, prestar serviços e manter estabelecimentos de acordo com
suas finalidades, podendo, ainda, manter intercâmbio com instituições não nacionais.
§ 1º O instituto poderá ser criado sob qualquer das formas admitidas pela lei civil.
§ 2o O patrimônio da fundação ou do instituto de direito privado a que se referem o inciso IV do art. 44
desta Lei e o caput deste artigo será vertido ao ente que vier a sucedê-lo nos casos de:
I - extinção da fundação ou do instituto, quando extinto, fundido ou incorporado o partido político, assim
como nas demais hipóteses previstas na legislação;
II - conversão ou transformação da fundação em instituto, assim como deste em fundação.
§ 3o Para fins do disposto no § 2o deste artigo, a versão do patrimônio implica a sucessão de todos os
direitos, os deveres e as obrigações da fundação ou do instituto extinto, transformado ou convertido.
§ 4o A conversão, a transformação ou, quando for o caso, a extinção da fundação ou do instituto ocorrerá
por decisão do órgão de direção nacional do partido político.
A Lei nº 9.096/95 dispõe sobre os partidos políticos e, em seu art. 45, tratava sobre a “propaganda
partidária”, quarta espécie de propaganda, conforme visto acima. A Lei nº 13.487/2017 acabou com a
propaganda partidária no rádio e na televisão revogando os dispositivos da Lei nº 9.504/97 que tratavam
sobre o tema.
#ATENÇÃO
Art. 5º Ficam revogados, a partir do dia 1º de janeiro subsequente à publicação desta Lei, os arts. 45, 46,
47, 48 e 49 e o parágrafo único do art. 52 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.
#OLHAOGANCHO – Apoiamento mínimo:
Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no
Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1o Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se
como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido
político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um
terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado
em cada um deles.
Perda do Mandato Eletivo:
Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo
qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido
em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente.
Fusão, Incorporação e extinção dos partidos políticos:
Art. 29. Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, dois ou mais partidos poderão fundir-se num
só ou incorporar-se um ao outro.
§ 6º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil competente, que
deve, então, cancelar o registro do partido incorporado a outro.
§ 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos partidos fundidos
ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição
dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão.
4 Sistemas eleitorais: considerações gerais; tipologia; sistema majoritário; sistema proporcional; sistema
misto. 5 Eleições: Lei nº 9.504/1997 e suas alterações; alistamento; filiação partidária; domicílio eleitoral;
convenções partidárias; registro de candidatos; arrecadação e aplicação de recursos nas campanhas
eleitorais; prestação de contas; propaganda eleitoral; captação ilícita de sufrágio (art. 41‐A da Lei das
Eleições); direito de resposta; votação; apuração; proclamação dos resultados; diplomação; condutas
vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais.
➢ SISTEMAS ELEITORAIS
Podemos identificar duas grandes famílias de sistemas eleitorais: os sistemas majoritários e
os proporcionais.
O sistema majoritário busca garantir a eleição de candidatos que conseguem arrecadar mais
votos. Aplicável às eleições de Presidente, Governador, Prefeitos e Senadores.
Para os cargos de Presidente, Governador e Prefeitos nos municípios com mais de 200 mil eleitores
a Constituição prevê a realização de um segundo turno de votação, caso um candidato não alcance mais
de 50% dos votos válidos.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no
primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se
houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-
se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo
turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em
primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez
dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os
princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao
término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com
mais de duzentos mil eleitores;
O sistema proporcional busca garantir que os cargos sejam distribuídos de forma proporcional
em relação à quantidade de votos recebidos pelos pelo partido ou coligação.
Art. 17 (...)
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras
sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
Artigo 91 da LE: “Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro
dos 150 (cento e cinquenta) dias anteriores à data da eleição.”
Art. 14, CF § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de 18 anos; II -
facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de 70 anos; c) os maiores de 16 e menores de 18 anos.
ATENÇÃO: Dispõe o art. 6º do Código Eleitoral que o alistamento também não é obrigatório
em relação aos inválidos e aos que se encontrem fora do País; e que o voto não é, outrossim,
obrigatório em relação aos enfermos, aos que se encontrem fora do seu domicílio e aos
funcionários civis e militares que estejam em serviço que os impossibilite de votar.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
ATENÇÃO: o Código Eleitoral dispõe que não podem se alistar como eleitores os que não saibam
exprimir-se na língua nacional e os que estejam privados, temporária ou definitivamente, dos direitos
políticos (art. 5º do CE).
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
7 Captação ilícita de sufrágio e condutas vedadas a agentes públicos: conceito; tipologia; caracterização;
aspectos processuais; consequências.
Quem está sujeito às restrições impostas pelas Condutas Vedadas?
• os agentes políticos (Presidente da República, Governadores, Prefeitos e respectivos Vices, Ministros de
Estado, Secretários, Senadores, Deputados federais e estaduais, Vereadores etc.);
• os servidores titulares de cargos públicos, efetivos ou em comissão, em órgão ou entidade pública
(autarquias e fundações);
• os empregados, sujeitos ao regime estatutário ou celetista, permanentes ou temporários, contratados
por prazo determinado ou indeterminado, de órgão ou entidade pública (autarquias e fundações),
empresa pública ou sociedade de economia mista;
• as pessoas requisitadas para prestação de atividade pública (p. ex.: membro de Mesa receptora ou
apuradora de votos, recrutados para o serviço militar obrigatório etc.);
• os gestores de negócios públicos;
• os estagiários;
• os que se vinculam contratualmente com o Poder Público (prestadores terceirizados de serviço,
concessionários ou permissionários de serviços públicos e delegados de função ou ofício público).
Cuidados com Publicidade Institucional
É vedado, nos três meses que antecedem o pleito, “com exceção da propaganda de produtos e serviços
que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades
da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela
Justiça Eleitoral” (cf. art. 73, inciso VI, alínea “b”, da Lei nº 9.504, de 1997).
Atenção! Esta vedação específica se aplica apenas aos agentes públicos das esferas administrativas cujos
cargos estejam em disputa na eleição (cf. §3º do art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997). Contudo, os agentes
públicos municipais, neste ano de eleições estaduais e federais, devem ter cautela na prática da referida
conduta, para não infringir o §1º do art. 37 da Constituição, que veda a promoção de autoridades ou
servidores públicos em publicidade oficial, ou para não fazer propaganda a favor de candidato ou partido
político, sob pena de configurar abuso de poder. (cf. § 3º do art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997).
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta
Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou
vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da
candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinquenta mil Ufir, e cassação do
registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18
de maio de 1990.
§ 1o Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a
evidência do dolo, consistente no especial fim de agir.
Claro está no texto do artigo 41-A da LE que a conduta só se torna juridicamente relevante se
ocorrer no curso do processo eleitoral, isto é, entre a data designada para a formulação do pedido de
registro de candidaturas e as eleições. Com efeito, a captação é de “sufrágio”, sendo realizada por
“candidato” em relação a “eleitor”.
➢ REPRESENTAÇÃO POR CAPTAÇÃO OU GASTO ILÍCITO DE RECURSOS
Objetivo: Cassação do mandato ou diploma do candidato.
Hipóteses em que pode ser proposta: Utilização de recursos oriundos de fonte ilícita ou obtidos
de modo ilícito, ainda que de fonte lícita, desde a campanha eleitoral.
Quem pode propor: Promotor Eleitoral; partido político ou coligação.
Prazos: Podem ser ajuizados até 15 (quinze) dias após a diplomação. A representação segue o rito
processual da Ação de Investigação Judicial Eleitoral.
Art. 30-A. Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15
(quinze) dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial
para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à arrecadação e gastos de
recursos.
§ 1o Na apuração de que trata este artigo, aplicar-se-á o procedimento previsto no art. 22 da Lei
Complementar no. 64, de 18 de maio de 1990, no que couber.
§ 2o Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado diploma ao
candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado.
§ 3o O prazo de recurso contra decisões proferidas em representações propostas com base neste artigo
será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial.
Crimes eleitorais puros (ou específicos) são aqueles que só podem ser cometidos na esfera
eleitoral.
Crimes acidentais são aqueles que estão previstos, além da legislação eleitoral, também na
legislação comum.
A apuração dos crimes eleitorais realizada pela polícia judiciária responsável está disciplinada na
Resolução TSE nº 22.376/06.
CAPÍTULO I – DA POLÍCIA JUDICIÁRIA ELEITORAL
Art. 1º. O Departamento de Polícia Federal ficará à disposição da Justiça Eleitoral, sempre que houver eleições,
gerais ou parciais, em qualquer parte do Território Nacional (Art. 2º do Decreto-Lei nº 1.064, de 24 de outubro
de 1968, e Res.-TSE nº 11.218, de 15 de abril de 1982).
Art. 2º. A Polícia Federal exercerá, com prioridade sobre suas atribuições regulares, a função de polícia
judiciária em matéria eleitoral, limitada às instruções e requisições do Tribunal Superior Eleitoral, dos Tribunais
Regionais ou dos Juízes Eleitorais (Res.-TSE nº 8.906, de 5 de novembro de 1970 e art. 94, § 3º, da Lei nº
9.504/97).
Parágrafo único. Quando no local da infração não existir órgãos da Polícia Federal, a Polícia Estadual terá
atuação supletiva (Res.-TSE nº 11.494, de 8 de outubro de 1982 e Acórdãos nos 16.048, de 16 de março de
2000 e 439, de 15 de maio de 2003).
CAPÍTULO II – DA NOTÍCIA-CRIME ELEITORAL
Art. 3º. Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal eleitoral em que
caiba ação pública deverá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la ao juiz eleitoral local (Art. 356 do
Código Eleitoral e art. 5º, § 3º, do Código de Processo Penal).
Art. 4º. Recebida a notícia-crime, o juiz eleitoral a remeterá ao Ministério Público ou, quando necessário, à
polícia judiciária eleitoral, com requisição para instauração de inquérito policial (Art. 356, § 1º, do Código
de Processo Penal).
Art. 5º. Verificada a incompetência do juízo, a autoridade judicial a declarará nos autos e os remeterá ao
juízo competente (Art. 78, IV, do Código de Processo Penal).
Art. 6º. Quando tiver conhecimento da prática da infração penal eleitoral, a autoridade policial deverá
informar imediatamente o juiz eleitoral competente (Res.-TSE nº 11.218, de 15 de abril de 1982).
Parágrafo único. Se necessário, a autoridade policial adotará as medidas acautelatórias previstas no artigo
6º do Código de Processo Penal (Res.-TSE nº 11.218, de 15 de abril de 1982).
Art. 7º. As autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em
flagrante delito pela prática de infração eleitoral, comunicando o fato ao juiz eleitoral competente em até
24 horas (Res.-TSE nº 11.218, de 15 de abril de 1982).
DIREITO EMPRESARIAL6
1 Ordem econômica na Constituição de 1988. Princípios reguladores. Teoria do Direito Empresarial. Teoria
Jurídica da Empresa. Teoria Jurídica do Mercado. Interpretação do direito empresarial. Características do
direito empresarial.
6
Por Renata Borici.
REGISTRO
OBRIGATÓRIO FACULTATIVO
Empresários em geral Empresário Rural
Não tem natureza constitutiva Natureza constitutiva
Consequências da ausência de registro:
- Não pode pedir a falência de outrem; Consequências da ausência de registro: Faz com
- Não pode pleitear recuperação judicial própria; que o exercente de atividade rural não se sujeite
- Não pode participar de licitação; ao regime empresarial.
- Não vai obter certidão negativa de débito.
#SELIGANOSENUNCIADOS
Enunciado CJF/COMERCIAL 3: A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI não é
sociedade unipessoal, mas um novo ente, distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária.
Enunciado CJF/COMERCIAL 4: Uma vez subscrito e efetivamente integralizado, o capital da empresa
individual de responsabilidade limitada não sofrerá nenhuma influência decorrente de ulteriores
alterações no salário mínimo.
Enunciado CJF/CIVIL 468: A empresa individual de responsabilidade limitada só poderá ser constituída
por pessoa natural. #POLÊMICA pois a Instrução Normativa 38 do Departamento de Registro Empresarial
e Integração passou a admitir expressamente a possibilidade de ser titular de EIRELI a pessoa jurídica
nacional ou estrangeira.
Enunciado CJF/CIVIL 470: O patrimônio da empresa individual de responsabilidade limitada responderá
pelas dívidas da pessoa jurídica, não se confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constitui,
sem prejuízo da aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica.
Enunciado CJF/CIVIL 473: A imagem, o nome ou a voz não podem ser utilizados para a integralização
do capital da EIRELI.
Empresário Individual
FIRMA Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples
DENOMINAÇÃO Sociedade Anônima
Sociedade Limitada
FIRMA OU DENOMINAÇÃO Sociedade em comandita por ações.
EIRELI
EXIBIÇÃO DE LIVROS
PARCIAL INTEGRAL
Pode ser determinada de ofício ou a Só pode ser determinada pelo juiz a
requerimento da parte interessada. requerimento da parte interessada.
Cabível somente em algumas ações relativas a,
por exemplo: Comunhão ou sociedade;
Liquidação de sociedade; Sucessão por morte de
Cabível em qualquer ação judicial.
sócio; Administração ou gestão à conta de
outrem; Falência; quando e como determinar a
lei.
3 Teoria Geral das Sociedades. Sociedades. Conceito. Elementos. Classificação. Princípios. Personalidade
jurídica. Desconsideração da personalidade jurídica. Sócio e acionista. Direitos. Deveres.
Responsabilidades. Capital Social. Classificação das sociedades. Sociedades no Código Civil. Sociedade
em Comum. Sociedade em Conta de Participação. Sociedade Simples. Sociedade em nome coletivo.
Sociedade em comandita simples. Sociedade Limitada. Sociedade em comandita por ações. Sociedade
cooperativa. Sociedades Coligadas. Liquidação da sociedade. Transformação, incorporação, Fusão e
Cisão das Sociedades. Sociedade dependente de autorização. Sociedade nacional e estrangeira.
Sociedade anônima no Código Civil e Lei nº 6.404/1976 e suas alterações. Sociedades de economia mista.
Sociedades controladoras e controladas. Mercado de Capitais. Valores Mobiliários. Dissolução. Retirada
e exclusão do sócio. Apuração de haveres. Liquidação. Partilha. Processo.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA:
CONCEITOS IMPORTANTES
ato pelo qual o sócio se compromete a transferir determinado montante para
SUBSCRIÇÃO
compor o capital social da sociedade.
INTEGRALIZAÇÃO é o efetivo ato de transferência patrimonial do sócio para a sociedade.
aquele que está em mora com a sociedade. Ou seja, é o sócio que ainda não
integralizou sua parte no capital social.
#SELIGA Opções para o sócio remisso:
SÓCIO REMISSO
a) Purgar a mora e indenizar a sociedade pelos danos emergentes da mora;
b) Sujeitar-se à cobrança judicial;
c) Exclusão da sociedade.
#OLHAOGANCHO É possível a integralização por meio da prestação de serviços? Em regra, não.
Apenas a sociedade simples pura é que admite esse tipo de operação.
OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS
Ocorre quando há mudança de tipo societário, ou seja, de uma S/A para LTDA
TRANSFORMAÇÃO ou vice-versa, independentemente, de dissolução e liquidação de um tipo para
outro;
Ocorre quando duas ou mais sociedades se unem, as quais se extinguem, para
FUSÃO formar uma NOVA sociedade, que lhes sucederá em todos os direitos e
obrigações;
SOCIEDADE LIMITADA
Deve ser escrito porque os sócios deverão levá-lo a registro no órgão
CONTRATO SOCIAL
competente antes do início das atividades.
Sociedade limitada EMPRESÁRIA = Junta Comercial.
REGISTRO
Sociedade limitada SIMPLES = Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
Firma ou denominação.
NOME EMPRESARIAL #ATENÇÃO deve trazer a expressão “limitada” ou “ltda”, sob pena de
acarretar na responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores.
Pessoas físicas ou jurídicas.
#SELIGA O incapaz pode ser quotista de sociedade limitada, bastando que o
SÓCIOS capital social esteja totalmente integralizado e que ele não exerça poderes
de administração. O impedido, da mesma forma, também pode ser quotista,
bastando que não exerça poderes de administração.
A responsabilidade pessoal dos sócios na sociedade limitada é sempre
subsidiária e varia conforme esteja o capital social total ou parcialmente
integralizado. Com relação à parcela não integralizada do capital social,
importante destacar que os sócios são solidariamente responsáveis.
#RESUMINDO:
CAPITAL SOCIAL TOTALMENTE INTEGRALIZADO: Sócios não deverão
RESPONSABILIDADE
responder com seu patrimônio pessoal pelas dívidas da sociedade.
DOS SÓCIOS
CAPITAL SOCIAL NÃO TOTALMENTE INTEGRALIZADO: Sócios responderão
com seu patrimônio pessoal até o montante que faltar para a integralização
solidariamente. #NAOCONFUNDA
#OLHAOGANCHO Se o capital social está totalmente integralizado, o
patrimônio pessoal dos sócios apenas será atingido em situações
excepcionais, como no caso de desconsideração da personalidade jurídica.
É expressamente vedada a estipulação contratual que exclua qualquer sócio
de participar dos lucros e das perdas. Se o contrato social for omisso quanto
LUCROS E PERDAS
à forma de distribuição, aplica-se o artigo 1.007 do Código Civil, distribuindo
na proporção das respectivas quotas.
Quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade, incorporação
DIREITO DE RETIRADA
de outro ou dela por outra, o sócio que dissentiu tem o direito de retirar-se
OU DE RECESSO
da sociedade nos trinta dias seguintes à reunião.
#APOSTACICLOS
Ocorre a dissolução parcial da sociedade limitada quando um ou alguns dos sócios saem da sociedade,
mas ela é preservada e continua suas atividades. Uma das hipóteses de dissolução parcial de sociedade
é o direito de retirada (direito de recesso, direito de denúncia), ou seja, é a saída do sócio por iniciativa
própria. Ele simplesmente não quer mais fazer parte daquela sociedade. Nesse caso, o sócio que deixar
a sociedade receberá a parte que lhe cabe no patrimônio social, continuando a sociedade em relação
aos demais sócios. O cálculo do valor devido ao sócio que deixa a sociedade é feito por meio de um
procedimento denominado de APURAÇÃO DE HAVERES. Qual é o critério adotado para se fazer a
apuração de haveres do sócio retirante?
SOCIEDADE ANÔNIMA
São espécies de sociedades estatutárias, também chamadas de “institucionais”.
Constituem-se, assim, por meio de um estatuto social e seu capital está dividido em
CONCEITO
frações denominadas ações. Cada sócio é titular de determinado número de ações,
sendo chamado de acionista.
#DEOLHONAJURIS
SOCIEDADE ANÔNIMA. Dissolução parcial da sociedade anônima que não está gerando lucros. É possível
que sociedade anônima de capital fechado, ainda que não formada por grupos familiares, seja dissolvida
parcialmente quando, a despeito de não atingir seu fim – consubstanciado no auferimento de lucros e
na distribuição de dividendos aos acionistas –, restar configurada a viabilidade da continuação dos
negócios da companhia. STJ. 3ª Turma. REsp 1.321.263-PR, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 6/12/2016
(Info 595)
DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE. Momento em que se considera dissolvida a sociedade
empresária para fins de apuração de haveres. Na hipótese em que o sócio de sociedade limitada
constituída por tempo indeterminado exerce o direito de retirada por meio de inequívoca e incontroversa
notificação aos demais sócios, a data-base para apuração de haveres é o termo final do prazo de 60 dias,
estabelecido pelo art. 1.029 do CC/02. STJ. 3ª Turma. REsp 1.602.240-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 6/12/2016 (Info 595)
SOCIEDADE. Não faz jus ao recebimento de dividendos o sócio que manteve essa condição durante o
exercício financeiro sobre o qual é apurado o lucro, mas se desliga da empresa, por alienação de suas
ações, em data anterior ao ato de declaração do benefício. Fundamento jurídico: art. 205 da Lei nº
6.404/76. Ex: o indivíduo possuía 40 mil ações ordinárias da sociedade anônima. Em fev/2015, ele vendeu
suas ações. Em abril/2015, a S.A. realizou Assembleia Geral Ordinária e deliberou pagar aos acionistas da
companhia os dividendos apurados no ano anterior (2014). Este indivíduo não terá direito ao pagamento
porque na data do ato de declaração do dividendo (data da Assembleia), ele já não mais fazia parte do
quadro de acionistas da Companhia. STJ. 4ª Turma. REsp 1.326.281-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 3/8/2017 (Info 610)
#SELIGANOENUNCIADO
Enunciado CJF/COMERCIAL 19: Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor às relações entre
sócios/acionistas ou entre eles e a sociedade.
#SELIGANOSENUNCIADOS
Enunciado CJF/CIVIL 490: A ampliação do prazo de 5 (cinco) anos de proibição de concorrência pelo
alienante ao adquirente do estabelecimento, ainda que convencionada no exercício da autonomia da
vontade, pode ser revista judicialmente, se abusiva.
Enunciado CJF/COMERCIAL 59: A mera instalação de um novo estabelecimento, em lugar antes ocupado
por outro, ainda que no mesmo ramo de atividade, não implica responsabilidade por sucessão prevista
no art. 1.146 do CCB.
Enunciado CJF/CIVIL 233: A sistemática do contrato de trespasse delineada pelo Código Civil nos arts.
1.142 e ss., especialmente seus efeitos obrigacionais, aplica-se somente quando o conjunto de bens
transferidos importar a transmissão da funcionalidade do estabelecimento empresarial.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
PATENTE REGISTRO
MODELO DE DESENHO
INVENÇÃO MARCA
UTILIDADE INDUSTRIAL
20 anos 15 anos
DURAÇÃO 10 anos 10 anos
(Mín. 10 anos) (Mín. 7 anos)
Prorrogável sem
Prorrogável por até
limite
PRORROGAÇÃO Não admite 3 períodos de 5
(Requer 1 ano
anos cada
antes do término)
Cabe licença compulsória (não é pacífica a possibilidade de
LICENÇA Não admite
licença compulsória do desenho industrial)
Novidade; Novidade;
Novidade relativa;
Atividade inventiva; Originalidade;
REQUISITOS Não colidência;
Aplicação industrial; Licitude
Licitude
Licitude
#SELIGANAJURIS #DIZERODIREITO
Para arquivamento de pedido ou extinção de patente por falta de pagamento da retribuição anual
prevista no art. 84 da Lei nº 9.279/96, exige-se notificação prévia do respectivo depositante ou titular.
6 Teoria geral do contrato e contratos mercantis. Função social do contrato e contratos empresariais.
Unificação das obrigações. Caracterização do contrato mercantil. Princípios. Contrato tipo e contrato de
adesão. Dependência empresarial e tutela do contratante empresarial mais fraco. Contratos eletrônicos.
7 Compra e venda mercantil. Elementos essenciais. Direitos e obrigações das partes. Responsabilidade
pelos vícios. Responsabilidade pela evicção. Compra e venda no comércio exterior. Incoterms.
Modalidade de compras e venda. Contrato de fornecimento. Contrato de Distribuição. Comissão
mercantil. Mandato mercantil. Contrato de Agência. Lei nº 4.886/1965 (Representação comercial).
Contrato de Concessão Mercantil. Contrato de Consignação. Contrato de Franquia. Contrato de
corretagem. Contrato de transporte. Contrato de depósito. Contrato de know-how. Locação mercantil.
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS MERCANTIS (ANDRÉ LUIZ SANTA CRUZ RAMOS)
Contratos empresariais são aqueles em que ambos os contratantes são
CONCEITO
empresários e o objeto do negócio jurídico refere-se ao exercício de empresa.
#SELIGANOSENUNCIADOS
Enunciado CJF/COMERCIAL 20: Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor aos contratos
celebrados entre empresários em que um dos contratantes tenha por objetivo suprir-se de insumos para
sua atividade de produção, comércio ou prestação de serviços.
Enunciado CJF/COMERCIAL 21: Nos contratos empresariais, o dirigismo contratual deve ser mitigado,
tendo em vista a simetria natural das relações interempresariais.
Enunciado CJF/COMERCIAL 23: Em contratos empresariais, é lícito às partes contratantes estabelecer
parâmetros objetivos para a interpretação dos requisitos de revisão e/ou resolução do pacto contratual.
Enunciado CJF/COMERCIAL 25: A revisão do contrato por onerosidade excessiva fundada no Código Civil
deve levar em conta a natureza do objeto do contrato. Nas relações empresariais, deve-se presumir a
sofisticação dos contratantes e observar a alocação de riscos por eles acordada.
Enunciado CJF/COMERCIAL 26: O contrato empresarial cumpre sua função social quando não acarreta
prejuízo a direitos ou interesses, difusos ou coletivos, de titularidade de sujeitos não participantes da
relação negocial.
Enunciado CJF/COMERCIAL 27: Não se presume violação à boa-fé objetiva se o empresário, durante as
negociações do contrato empresarial, preservar segredo de empresa ou administrar a prestação de
informações reservadas, confidenciais ou estratégicas, com o objetivo de não colocar em risco a
competitividade de sua atividade.
Enunciado CJF/COMERCIAL 28: Em razão do profissionalismo com que os empresários devem exercer
sua atividade, os contratos empresariais não podem ser anulados pelo vício da lesão fundada na
inexperiência. #ATENÇÃO
Enunciado CJF/COMERCIAL 29: Aplicam-se aos negócios jurídicos entre empresários a função social do
contrato e a boa-fé objetiva (arts. 421 e 422 do Código Civil), em conformidade com as especificidades
dos contratos empresariais
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
É modalidade especial de contrato de colaboração em que o colaborador, chamado de representante,
assume a incumbência de obter pedidos de compra e venda para os produtos comercializados pelo
colaborado, chamado de representado.
FRANQUIA
De acordo com o art. 2º da lei nº 8.955/1994, “franquia empresarial é o sistema pelo qual um
franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de
distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito
de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional
desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no
entanto, fique caracterizado vínculo empregatício”.
Há na franquia uma clara subordinação empresarial do franqueado em relação ao franqueador, sem
que exista, todavia, vínculo empregatício. Essa subordinação, pois, diz respeito apenas à organização
da atividade do franqueado, que deve seguir as orientações traçadas pelo franqueador.
O franqueador interessado em “abrir” franquias deve fornecer aos potenciais franqueados uma
CIRCULAR DE OFERTA DE FRANQUIA (COF), que conterá os dados fundamentais do negócio a ser
realizado entre as partes. Assim, sempre que o franqueador tiver interesse na implantação de sistema
de franquia empresarial, deverá fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de
oferta de franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível.
A circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias
antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo
de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este.
#SELIGANAJURIS
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL. É possível presumir a existência de exclusividade em zona de atuação de
representante comercial quando: a) não houver previsão expressa em sentido contrário; e b) houver
demonstração por outros meios da existência da exclusividade. STJ. 3ª Turma. REsp 1.634.077-SC, Rel.
Min. Nancy Andrighi, julgado em 9/3/2017 (Info 601).
FACTORING. A empresa de factoring, que figura como cessionária dos direitos e obrigações estabelecidos
em contrato de compra e venda em prestações, de cuja cessão foi regularmente cientificado o devedor,
tem legitimidade para figurar no polo passivo de demandas que visem à revisão das condições
contratuais. Ex: Pedro comprou da loja uma moto parcelada. No mesmo instrumento contratual, a loja
8 Teoria jurídica da atividade bancária. Contratos bancários. Contrato de conta corrente bancária. Mútuo
bancário. Depósito. Desconto. Abertura de crédito. Crédito documentário. Antecipação. Cobrança.
Fomento mercantil. Arrendamento mercantil. Repasse financiamento. Penhor mercantil. Alienação
Fiduciária em Garantia. Alienação fiduciária de bem móvel. Alienação fiduciária de bem imóvel. Alienação
fiduciária no âmbito do mercado de valores mobiliários. Contrato de seguro. Resseguro. Cartões de
Crédito. Encargos nos contratos de crédito bancário. Garantias nos contratos de crédito bancário.
CONTRATOS BANCÁRIOS
É o contrato por meio do qual o banco disponibiliza para o cliente uma
MÚTUO determinada quantia, cabendo a este pagar ao banco o valor correspondente,
com os acréscimos legais, no prazo contratualmente estipulado.
No depósito bancário, uma pessoa (depositante) entrega ao banco (depositário)
DEPÓSITO
determinada quantia em dinheiro, cabendo ao banco restituí-la, na mesma
BANCÁRIO
espécie, em data pré-determinada ou quando o depositante solicitar.
Contrato por meio do qual a instituição financeira se obriga a receber valores
CONTA
monetários entregues pelo cliente ou por terceiros e proceder a pagamentos por
CORRENTE
ordem do cliente, utilizando-se desses recursos.
É o contrato pelo qual o depositante autoriza o banco a empregar em
INVESTIMENTOS determinados mercados de capitais (ações, títulos da dívida pública e outros) o
dinheiro mantido em conta de depósito.
É o contrato bancário pelo qual o banco (descontador) antecipa ao cliente
DESCONTO (descontário) o valor de crédito deste contra terceiro, mesmo não vencido,
BANCÁRIO recebendo tal crédito em cessão, deduzindo a importância relativa a despesas e
juros.
Trata-se de contrato por meio do qual uma instituição financeira, a operadora do
cartão, permite aos seus clientes a compra de bens e serviços em estabelecimentos
comerciais cadastrados, que receberão os valores das compras diretamente da
CARTÃO DE
operadora. Esta, por sua vez, cobra dos clientes, mensalmente, o valor de todas as
CRÉDITO
suas compras realizadas num determinado período. Chama-se cartão de crédito,
então, o documento por meio do qual o cliente realiza a compra, apresentando-
o ao estabelecimento comercial cadastrado.
#DEOLHONASSÚMULAS
#SAINDODOFORNO #2018 -Súmula 603-STJ: É vedado ao banco mutuante reter em qualquer extensão
o salário, os vencimentos e/ou proventos de correntista para adimplir o mútuo comum contraído, ainda
que haja cláusula contratual autorizativa, excluído o empréstimo garantido por margem salarial
consignada, com desconto em folha de pagamento, que possui regramento legal específico e admite a
retenção de percentual.
-Súmula 565-STJ: A pactuação das tarifas de abertura de crédito (TAC) e de emissão de carnê (TEC), ou
outra denominação para o mesmo fato gerador, é válida apenas nos contratos bancários anteriores ao
início da vigência da Resolução-CMN n. 3.518/2007, em 30/4/2008;
-Súmula 566-STJ: Nos contratos bancários posteriores ao início da vigência da Resolução-CMN n.
3.518/2007, em 30/4/2008, pode ser cobrada a tarifa de cadastro no início do relacionamento entre o
consumidor e a instituição financeira.
-Súmula 380 do STJ - A simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização
da mora do autor.
-Súmula 382 do STJ: A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica
abusividade.
-Súmula 293 do STJ: A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o
contrato de arrendamento mercantil.
-Súmula 28 DO STJ: O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já
integrava o patrimônio do devedor.
-Súmula 72 DO STJ: A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado
fiduciariamente.
-Súmula 92 DO STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado
de registro do veículo automotor.
-Súmula 247 DO STJ: O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do
demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.
-Súmula 258 DO STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
-Súmula 233 DO STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-
corrente, não é título executivo.
-Súmula 300 DO STJ: O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura
de crédito, constitui título executivo.
-Súmula 283 DO STJ: As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras e, por
isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de Usura.
-Súmula 285-STJ: Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor incide a
multa moratória nele prevista.
9 Teoria geral dos títulos de crédito. Títulos de crédito no Código Civil. Constituição do crédito.
Exigibilidade. Títulos de crédito em espécie. Letra de Câmbio. Nota promissória. Cheque. Duplicata.
Títulos de créditos vinculados ao crédito rural, ao crédito industrial, ao comercial e à exportação. Cédulas
de crédito bancário. Títulos de créditos vinculados ao financiamento imobiliário. Conhecimento de
depósito. Warrant. Conhecimento de transporte. Títulos do agronegócio. Certificado de Depósitos
Bancários. Letras de câmbio financeiras. Letras de Arrendamento mercantil. Letras Financeiras. Ações
cambiárias.
CLASSIFICAÇÕES:
QUANTO À FORMA a) Ao portador: circula pela mera tradição; identificação do credor não é feita
DE TRANSFERÊNCIA de forma expressa, possuidor é considerado titular do crédito (cheque até R$
OU CIRCULAÇÃO 100,00);
ENDOSSO
O endosso é o ato cambiário mediante o qual o credor do título de crédito (endossante)
transmite seus direitos a outrem (endossatário). É ato cambiário, posto que põe o título
em circulação.
CONCEITO #SAIBAADIFERENÇA:
(a) Títulos à ordem → são aqueles transferidos por endosso (a cláusula “à ordem” é
implícita);
(b) Títulos não à ordem → só podem ser transferidos por cessão civil.
(a) transfere a titularidade do crédito;
EFEITOS (b) responsabiliza o endossante, passando este a ser codevedor do título (se o devedor
principal não pagar, o endossatário poderá cobrar do endossante).
(i) Endosso branco: O endosso em branco é aquele que não identifica o seu beneficiário,
chamado de endossatário. Nesse caso, simplesmente o endossante assina no verso do
ENDOSSO título, sem identificar a quem está endossando, o que acaba, na prática, permitindo que
BRANCO o título circule ao portador, ou seja, pela mera tradição da cártula.
x (ii) Endosso preto: é aquele que identifica expressamente a quem está sendo transferida
ENDOSSO a titularidade do crédito, ou seja, o endossatário. Assim, só poderá circular novamente
PRETO por meio de um novo endosso, que poderá ser em branco ou em preto. Nesse caso,
pois, o endossatário, ao recolocar o título em circulação, assumirá a responsabilidade
pelo adimplemento da dívida, uma vez que deverá praticar novo endosso.
ENDOSSO O endosso impróprio compreende duas modalidades distintas:
IMPRÓPRIO
AVAL
Ato cambiário pelo qual um terceiro (o avalista) se responsabiliza pelo pagamento da
obrigação constante do título.
CONCEITO #OLHAAPEGADINHA:
- A LUG admite o AVAL PARCIAL.
- O CC (art. 897) NÃO ADMITE O AVAL PARCIAL.
O local apropriado para a realização do aval é o anverso do título, caso em que basta a
LOCAL
simples assinatura do avalista. Nada impede, todavia, que o aval seja feito no verso da
Aval Fiança
Só pode se dar nos títulos de crédito Só pode se dar em contrato
Autônomo
OBS: Em razão dessa autonomia, ainda
que o avalizado tenha uma falência, Acessório
incapacidade ou morte, o avalista
continua responsável.
Se NÃO houver renúncia à opção
Não tem benefício de ordem (relação
(estipulação expressa) tem benefício de
de corresponsabilidade).
ordem.
SÚMULA 26 DO STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também responde
pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor solidário.
SÚMULA 189 DO STF: Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.
#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS #AJUDAMARCINHO: Se uma pessoa vai dar o seu aval, ela
precisará da concordância do seu cônjuge? Exige-se outorga uxória ou marital (concordância do cônjuge)
para que a pessoa seja avalista?
• Leis que regem os títulos de crédito: NÃO. Não há previsão exigindo.
PROTESTO
Ato formal pelo qual se atesta um fato relevante para a relação cambial. Esse fato
CONCEITO relevante pode ser (i) a falta de aceite do título, (ii) a falta de devolução do título ou
(iii) a falta de pagamento do título.
SÚMULA 475 DO STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe
por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado
seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas.
NOTA PROMISSÓRIA
Trata-se de uma promessa de pagamento, razão pela qual sua emissão dá
origem a duas situações jurídicas distintas:
ESTRUTURA DO a) a do sacador ou promitente (chamado na Lei Uniforme de subscritor), que
TÍTULO emite a nota e promete pagar determinada quantia a alguém;
b) e a do tomador, em favor de quem a nota é emitida e que receberá a
importância prometida.
ACEITE A nota promissória NÃO ADMITE ACEITE!
LEGISLAÇÃO Aplicam-se às notas promissórias as normas previstas para a letra de câmbio em
APLICÁVEL relação ao endosso, aval e vencimento.
CHEQUE
O cheque é ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em
ESTRUTURA DO TÍTULO razão de fundos que a pessoa (emitente) tem naquela instituição
financeira. É, como visto, um título de modelo vinculado, uma vez que só
SÚMULA 600 DO STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado
o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária.
SÚMULA 299 DO STJ: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.
SÚMULA 503 DO STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem
força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.
SÚMULA 531 DO STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é
dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
SÚMULA 370 DO STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
DUPLICATA
A duplicata é título causal, ou seja, só pode ser emitida para documentar
ESTRUTURA DO determinadas relações jurídicas preestabelecidas pela sua lei de regência, quais
TÍTULO sejam:
(i) uma compra e venda mercantil, ou
10 Teoria geral das execuções coletivas. Teoria geral da falência. Evolução do Direito Falimentar. Princípio
da preservação da empresa. Crise da empresa. Lei nº 11.101/2005: Princípios. Disposições preliminares.
Disposições comuns à recuperação judicial e à falência: verificação e habilitação de créditos.
Administrador judicial e Comitê de Credores. Assembleia geral de credores. Recuperação judicial. Pedido
e processamento da recuperação judicial. Plano de Recuperação Judicial. Procedimento de recuperação
judicial. Plano de Recuperação Judicial para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Convolação
da recuperação judicial em falência. Falência. Disposições gerais. Classificação dos créditos. Pedido de
restituição. Procedimento para a decretação da falência. Inabilitação empresarial, direitos e deveres do
falido. Falência requerida pelo próprio devedor. Arrecadação e custódia de bens. Efeitos da decretação
da falência sobre as obrigações do devedor. Ineficácia e revogação dos atos praticados antes da falência.
Realização do ativo. Pagamento aos credores. Encerramento da falência e extinção das obrigações do
falido. Recuperação extrajudicial. Disposições penais. Disposições comuns. Procedimento penal.
Disposições finais e transitórias. O Ministério Público no processo de falência e de recuperação judicial.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise
CONCEITO econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte
produtora do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores,
#DEOLHONAJURIS #AJUDAMARCINHO
FALÊNCIA. O autor do pedido de falência não precisa demonstrar que existem indícios da insolvência ou
da insuficiência patrimonial do devedor, bastando que a situação se enquadre em uma das hipóteses do
art. 94 da Lei nº 11.101/2005. Assim, independentemente de indícios ou provas de insuficiência patrimonial,
é possível a decretação da quebra do devedor que não paga, sem relevante razão de direito, no
vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma
ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência (art. 94, I, da Lei
nº 11.101/2005). STJ. 3ª Turma. REsp 1.532.154-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
18/10/2016 (Info 596).
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. Depois de ter sido deferido o processamento da recuperação judicial, todas
as ações e execuções contra o devedor que está em recuperação judicial ficam suspensas, excetuadas as
que demandarem quantia ilíquida (§ 1º do art. 6º da Lei nº 11.101/2005) e as execuções fiscais (§ 7º). Além
de as ações e execuções contra o devedor em recuperação ficarem suspensas, o destino do patrimônio
#SELIGANASSÚMULAS
-Súmula 248-STJ: Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título
hábil para instruir pedido de falência.
-Súmula 361-STJ: A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige
a identificação da pessoa que a recebeu.
-Súmula 29-STJ: No pagamento em juízo para elidir falência, são devidos correção monetária, juros e
honorários de advogado.
-Súmula 581-STJ: A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações
e execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia
cambial, real ou fidejussória.
PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA
OBJETIVO SUBJETIVO
PRESSUPOSTO MATERIAL
Insolvência do devedor* Qualidade de empresário
PRESSUPOSTO FORMAL SENTENÇA
#SELIGA: Galera, lembrem-se de que essa insolvência é JURÍDICA, e não meramente econômica
(insuficiência de ativo para saldar o passivo). Isso porque o art. 94 da LRF traz um rol de condutas que,
se verificadas objetivamente, já conferem fundamento ao pedido de falência por um dos legitimados
ativos.
#SELIGA: o direito brasileiro admite a autofalência (falência requerida pelo próprio devedor).
REQUISITOS PARA A AUTOFALÊNCIA
Devedor em crime econômico-financeira
Que não atender aos requisitos para a recuperação judicial
#DEOLHONAJURIS: A competência para processar e julgar demandas cíveis com pedidos ilíquidos contra
massa falida, quando em litisconsórcio passivo com pessoa jurídica de direito público, é do juízo cível no
qual for proposta a ação de conhecimento, competente para julgar ações contra a Fazenda Pública, de
acordo as respectivas normas de organização judiciária. STJ. 1ª Seção. REsp 1.643.856-SP, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 13/12/2017 (recurso repetitivo) (Info 617).
A natureza trabalhista do crédito não impede que o credor requeira a falência do devedor. Assim, o
credor trabalhista tem legitimidade ativa para ingressar com pedido de falência, considerando que o art.
97, IV, da Lei nº 11.101/2005 não faz distinção entre credores. STJ. 3ª Turma. REsp 1544267-DF, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 23/8/2016 (Info 589).
O juízo competente para a falência ou a recuperação judicial é o local do principal estabelecimento da
sociedade empresária, ou seja, o local onde ela apresenta o maior volume de negócios, podendo ser
este a matriz ou uma filial. Ajuizada a ação de falência em juízo incompetente, não pode ser aplicada a
teoria do fato consumado para tornar prevento o juízo inicial. Isso porque a competência para processar
e julgar falência é funcional e, portanto, absoluta. STJ. 2ª Seção. CC 116743-MG, Rel. Min. Raul Araújo,
Rel. para acórdão Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 10/10/2012.
- Para fundamentar o pedido de falência, a Lei 11.101/05 (art. 94) adotou dois sistemas: o da
enumeração legal e o da impontualidade injustificada.
IMPONTUALIDADE INJUSTIFICADA
(art. 94, I)
Deixar de pagar no vencimento
Obrigação líquida
Título executivo judicial ou extrajudicial
Sem justificativa
Valor acima de 40 salários mínimos**
Protesto
#ATENÇÃO**: segundo a doutrina e a jurisprudência, essa exigência serve para desestimular o uso da
falência como meio de cobrança pelo credor.
#DEOLHONAJURIS: O autor do pedido de falência não precisa demonstrar que existem indícios da
insolvência ou da insuficiência patrimonial do devedor, bastando que a situação se enquadre em uma
#NÃOSABOTEASSÚMULAS:
Súmula 248 STJ: Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título
hábil para instruir pedido de falência.
Súmula 361 STJ: A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a
identificação da pessoa que a recebeu.
EXECUÇÃO FRUSTRADA
(art. 94, II)
Devedor não paga
Devedor não deposita
Devedor não nomeia bens suficientes à penhora
Quantia líquida
ATOS DE FALÊNCIA
(art. 94, III – presunção de insolvência)
Procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para
realizar pagamentos.
Realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar
credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou
não.
Transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e
sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo. #OLHAOGANCHO: Contrato de trespasse.
Simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a
fiscalização ou para prejudicar credor
Dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e
desembaraçados suficientes para saldar seu passivo.
Ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores,
abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu
principal estabelecimento.
Deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
- No prazo da contestação (10 dias), o devedor pode pedir a recuperação judicial (o que
suspenderá o processo de falência).
SENTENÇA NA FALÊNCIA
Decreta a falência Improcedência
AGRAVO DE INSTRUMENTO APELAÇÃO
#DEOLHONAJURIS: O falido tem capacidade para propor ação rescisória para desconstituir a sentença
transitada em julgado que decretou a sua falência. STJ. 3ª Turma. REsp 1.126.521-MT, Rel. originário Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado em 17/3/2015 (Info
558).
#VAICAIR: efeitos da sentença em relação ao falido.
AÇÃO REVOCATÓRIA
LEGITIMIDADE ATIVA LEGITIMIDADE PASSIVA
contra todos os que figuraram no ato ou que por
Administrador judicial efeito dele foram pagos, garantidos ou
beneficiados
contra os terceiros adquirentes, se tiveram
Qualquer credor conhecimento, ao se criar o direito, da intenção
do devedor de prejudicar os credores
contra os herdeiros ou legatários das pessoas
Ministério Público
indicadas nos incisos I e II do caput deste artigo
#APOSTACICLOS:
Art. 137. O juiz poderá, a requerimento do autor da ação revocatória, ordenar, como medida preventiva,
na forma da lei processual civil, o sequestro dos bens retirados do patrimônio do devedor que estejam em
poder de terceiros.
Art. 138. O ato pode ser declarado ineficaz ou revogado, ainda que praticado com base em decisão judicial,
observado o disposto no art. 131 desta Lei.
Parágrafo único. Revogado o ato ou declarada sua ineficácia, ficará rescindida a sentença que o motivou.
#SELIGA: Quanto à classificação dos honorários advocatícios nos créditos da falência, existem três
situações distintas:
- Créditos com privilégio geral: era o entendimento anterior da jurisprudência.
- Créditos equiparados aos créditos trabalhistas: apenas de a Lei Falimentar não prever de forma expressa,
esse é o atual entendimento do STJ (Info 540), no qual tanto os honorários contratuais, quanto os
sucumbenciais são equiparados aos créditos trabalhistas para efeito de habilitação em falência, observado
o limite legal de 150 salários mínimos.
#LEMBREM que o montante que ultrapassar esse valor será considerado crédito quirografário.
- Créditos extraconcursais: referentes aos negócios jurídicos realizados no período compreendido entre
a data do deferimento do processamento da recuperação judicial e a decretação da falência (Info 557
STJ).
DIREITO TRIBUTÁRIO7
→ Princípio da Legalidade
#DEOLHONAJURIS
Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para ato infralegal, desde
que respeitados os parâmetros máximos. Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto,
possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da
atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em
percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 842 e 844).
#SELIGA
É possível a criação ou majoração de tributos por MP, salvo aqueles que exigem Lei Complementar. Os
Estados também podem, desde que prevejam a figura da MP em suas Constituições.
A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender
a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II -
no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observada a
anterioridade anual. Obs.: NÃO HÁ previsão constitucional para a instituição de empréstimos
compulsórios no caso de conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo, como há no
CTN. #NÃOCAIANESSA
Cabe à União, por meio de lei complementar, criar o imposto sobre grandes fortunas. É facultado
ao Poder Executivo alterar as alíquotas do II, IE, IPI e IOF. IPVA terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado
Federal. À exceção do ICMS, II e IE, nenhum outro IMPOSTO poderá incidir sobre operações relativas a
energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país.
7
Por Renata Borici.
#SÚMULAPARAMEMORIZAR
→ Princípio da Isonomia
Lei que concede isenção de ICMS para oficiais de justiça: inconstitucional. É INCONSTITUCIONAL lei
estadual que concede isenção de ICMS para operações de aquisição de automóveis por oficiais de justiça
estaduais. STF. Plenário. ADI 4276/MT, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/8/2014 (Info 755).
4 Tributo: conceito, natureza jurídica, espécies: imposto, taxa, contribuição de melhoria, empréstimo
compulsório, contribuições.
Art. 145, I, CF; Art. Art. 145, II, CF; Art. Art. 145, III, CF; Art. 148, CF; Art.
Art.149 CF
153, 155, 156, CF 77 a 79, CTN Art. 80 e 55 CTN 15, CTN
#SELIGANAJURIS
Isenção da taxa de registro de arma de fogo não se aplica para policiais rodoviários federais aposentados.
A isenção do recolhimento da taxa para emissão, renovação, transferência e expedição de segunda via
de certificado de registro de arma de fogo particular prevista no art. 11, § 2º, da Lei nº 10.826/2003 não
se estende aos policiais rodoviários federais aposentados. STJ. 1ª Turma. RESp 1530017-PR, Rel. Min.
Regina Helena Costa, julgado em 21/09/2017 (Info 612).
Inconstitucionalidade de taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. É inconstitucional taxa
de combate a sinistros instituída por lei municipal. A prevenção e o combate a incêndios são atividades
desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo consideradas atividades de segurança pública, nos
termos do art. 144, V e § 5º da CF/88. A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é
sustentada por meio de impostos (e não por taxa). Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir
sinistro relativo a incêndio, o Município venha a se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o
rótulo de taxa. Tese fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a
incêndios, faz-se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço
essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de
taxa para tal fim.” STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão
geral) (Info 871).
Base de cálculo da taxa municipal de fiscalização e funcionamento. As taxas municipais de fiscalização e
funcionamento não podem ter como base de cálculo o número de empregados ou ramo de atividade
exercida pelo contribuinte. STF. 2ª Turma. ARE 990914/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2017
(Info 870). A taxa de fiscalização e funcionamento pode ter como base de cálculo a área de fiscalização,
na medida em que traduz o custo da atividade estatal de fiscalização. STF. 1ª Turma. RE 856185 AgR, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 04/08/2015.
Princípio da legalidade tributária e lei que delega a fixação do valor da taxa para ato infralegal, desde
que respeitados os parâmetros máximos. Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto,
possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da
atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em
percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 842 e 844).
Valor da taxa deve estar relacionado com o custo do serviço que as motiva. Em um determinado
Município, foi instituída uma taxa de localização e funcionamento de estabelecimento industrial e
comercial. Assim, os estabelecimentos comerciais e industriais eram obrigados a pagar uma taxa ao
Município por conta da fiscalização que ele exercia nesses empreendimentos (taxa de poder de polícia).
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
#SELIGA #ATEÇÃO
Somente IMPOSTOS estão abrangidos na imunidade do art. 150, VI. Em outros artigos, é possível
vislumbrar imunidades relativas a outros tributos.
- Imunidade de custas judiciais, na ação popular, salvo comprovada má-fé (art. 5º, LXXIII) - Imunidade de
emolumentos referentes ao registro civil de nascimento e certidão de óbito, para os reconhecidamente
pobres (art. 5º LXXVI, CF).
- Sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos
e gasosos dele derivados, e energia elétrica (art. 155, § 2º, X, “b). O STF decidiu que a não-incidência se
destina a beneficiar o Estado destinatário da mercadoria, a quem cabe todo o ICMS e não ao consumidor,
o que faz com que a empresa que adquire combustível em outro Estado, para uso próprio, se sujeite ao
ICMS (RE198088).
- Nenhum outro imposto (exceto ICMS, II e IE) poderá incidir sobre operações relativas à energia elétrica,
serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis minerais do País, não havendo
qualquer restrição para a incidência de contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico,
nos termos do art. 155, § 3º c/c 149, § 2º, II da CF.
- IPI sobre bens para o exterior.
- Pequenas glebas rurais (ex.: ITR).
- ICMS sobre mercadorias para o exterior.
- Transferência de imóveis para fins de reforma agrária.
#DEOLHONATABELA #DIZERODIREITO:
11. Obrigação tributária: definição e natureza jurídica, obrigação principal e acessória, fato gerador, sujeito
ativo, sujeito passivo, solidariedade, capacidade tributária, domicílio tributário.
#TABELABÁSICA
OBRIGAÇÃO A classificação depende apenas do conteúdo pecuniário. Assim, tanto o crédito
PRINCIPAL quanto os juros e multas são considerados obrigação tributária principal.
RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS
Responsabilidade subsidiária (Art. 134) Responsabilidade integral (Art. 135)
Atos culposos – omissão, culpa. Atos dolosos – fraude, má-fé, dolo.
→ DECADÊNCIA
É instituto que fulmina o direito potestativo do fisco de constituir o crédito tributário (lançar). É o
prazo para o fisco lançar, apurar ou determinar o crédito tributário.
a) Regra geral (art. 173, I, CTN)
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
Se aplica aos tributos em que o lançamento ocorre de ofício ou por declaração. Não é a regra
para os tributos sujeitos a lançamento por homologação. Assim, temos que o direito de a Fazenda Pública
constituir o crédito tributário extingue-se após 5 anos, contados do primeiro dia do exercício financeiro
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. O lançamento pode ser efetuado a
partir da ocorrência do fato gerador. Se o fato gerador se deu, por exemplo, no dia 05/02/2017, o prazo
decadencial começa a contar a partir do dia 01/01/2018, e a decadência ocorre em 01/01/2023.
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados:
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado.
O prazo decadencial conta-se da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado,
por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
#SELIGA: Pessoal, essa regra só é válida quando o vício que atingiu o lançamento é de cunho FORMAL.
Se o vício do lançamento é de cunho material (exemplo: se a anulação ocorre porque não houve fato
gerador), não há que se falar em novo lançamento e consequentemente não haverá novo prazo
decadencial.
→ PRESCRIÇÃO
Ocorre quando a Fazenda Pública, tendo o crédito devidamente apurado e não pago, não realiza
a cobrança judicial no prazo fixado em lei, não propõe a ação de execução fiscal no prazo legal. Em
outras palavras, é o prazo para o Fisco realizar a cobrança judicial do crédito tributário.
#SELIGA: Ao contrário do que ocorre no Direito Civil, no Direito Tributário o prazo de prescrição não
fulmina apenas a pretensão jurídica, mas o próprio direito (cf. art. 156, V, do CTN c/c o art. 165, I, do CTN).
Ao contrário do que acontece com a prescrição no Direito Civil, onde temos a clássica lição de que é
irrepetível o pagamento de dívida prescrita, no Direito Tributário, tanto com a decadência quanto com a
prescrição não há se falar mais em crédito tributário, já que são causas de extinção do crédito. Assim, o
contribuinte que paga o tributo após a prescrição ou decadência possui direito à repetição do indébito
tributário.
#IR
Súmula 598-STJ: É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial
da isenção do Imposto de Renda, desde que o magistrado entenda suficientemente demonstrada a
doença grave por outros meios de prova.
Súmula 590-STJ: Constitui acréscimo patrimonial a atrair a incidência do Imposto de Renda, em caso de
liquidação de entidade de previdência privada, a quantia que couber a cada participante, por rateio do
17. Processo administrativo tributário: princípios básicos, determinação e exigência do crédito tributário,
representação fiscal para fins penais. 18. Processo judicial tributário: Lei nº 6.830/1980 e suas alterações
(ação de execução fiscal), Lei nº 8.397/1992 e suas alterações (ação cautelar fiscal), ação declaratória
da inexistência de relação jurídico‐tributária, ação anulatória de débito fiscal, Lei nº 12.016/2009
(mandado de segurança), ação de repetição de indébito, ação de consignação em pagamento, ações
de controle de constitucionalidade, ação civil pública.
#CHUVADESÚMULA #NÃOSABOTEASSÚMULAS
Súmula 66 STJ: compete a Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por conselho de
fiscalização profissional.
Súmula 515 STJ: A reunião de execuções fiscais contra o mesmo devedor constitui faculdade do Juiz.
Súmula 414 STJ: A citação por edital na execução fiscal é cabível quando frustradas as demais
modalidades.
Súmula 435 STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução
fiscal para o sócio-gerente.
#ATENÇÃO: o STJ entende que essa súmula aplica-se tanto para dívidas tributárias como não-tributárias.
Assim, quando a sociedade empresária for dissolvida irregularmente, é possível o redirecionamento de
execução fiscal de dívida ativa não-tributária contra o sócio-gerente da pessoa jurídica executada,
independentemente da existência de dolo (REsp 1.371.128-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado
em 10/9/2014).
Súmula 314 STJ: Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por 1
ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.
Súmula 409 STJ: em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser
decretada de ofício. #ATENÇÃO: Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: II — decidir, de
ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
Súmula 153 STJ: A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos embargos, não exime o
exequente dos encargos da sucumbência.
Súmula 189 STJ: é desnecessária a intervenção do MP nas execuções fiscais.
Súmula 452 STJ (execução fiscal): A extinção das ações de pequeno valor é faculdade da Administração
Federal, vedada a atuação judicial de ofício.
Súmula 394 STJ: É admissível, em embargos à execução, compensar os valores de imposto de renda
retidos indevidamente na fonte com os valores restituídos apurados na declaração anual.
Súmula 121 STJ: Na execução fiscal o devedor deverá ser intimado, pessoalmente, do dia e hora da
realização do leilão.
Súmula 393 STJ: A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias
conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.
DIREITO AMBIENTAL8
2. Princípios fundamentais.
• Princípio do desenvolvimento sustentável: Desenvolvido inicialmente na Conferência de Estocolmo
de 1972, segundo o qual se baseia a noção da necessidade da coexistência harmônica do
desenvolvimento econômico com os limites ambientais, para que estes não se esgotem, mas que
fiquem preservados para as futuras gerações.
• Princípio da reparação integral: Também conhecido como “princípio da responsabilidade”, ou
“princípio do poluidor-pagador” (polluterpayprinciple), busca imputar ao poluidor o custo social da
poluição por ele gerada, engendrando um mecanismo de responsabilidade por dano ecológico.
Não pode ser confundido com uma permissão à degradação, mas evitar a degradação ambiental.
• Consagrado no art. 4º, inc. VII, da Lei 6.938/81, recepcionada pelo novo ordenamento constitucional.
VII – à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados
e, ao usuário, da contribuição pela utilização
de recursos ambientais com fins econômicos.
8
Por Renata Borici.
#ATENÇÃO #SEMPRECAI
• Princípio da prevenção: a prevenção trata de riscos ou impactos já conhecidos da ciência, ao passo
que a precaução se destina a gerir riscos ou impactos desconhecidos. O princípio da prevenção
relaciona-se com o perigo concreto de um dano, ou seja, sabe-se que não se deve esperar que ele
aconteça, fazendo-se necessário, portanto, a adoção de medidas capazes de evitá-lo.
• Princípio da precaução: A precaução tende a não autorização de determinado empreendimento,
se não houver certeza científica de que ele não causará no futuro um dano irreversível. Foi proposto
na conferência Rio 92 com a seguinte definição: “O Princípio da precaução é a garantia contra os
riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda
identificados.”
#DEOLHONAJURIS
STJ: O princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus probatório, competindo a quem
supostamente promoveu o dano ambiental comprovar que não o causou ou que a substância lançada
ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva. (Jurisprudência em teses) #VAICAIR
Princípio da precaução, campo eletromagnético e legitimidade dos limites fixados pela Lei 11.934/2009 -
No atual estágio do conhecimento científico, que indica ser incerta a existência de efeitos nocivos da
exposição ocupacional e da população em geral a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos
gerados por sistemas de energia elétrica, não existem impedimentos, por ora, a que sejam adotados os
parâmetros propostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), conforme estabelece a Lei nº
11.934/2009. STF. Plenário. RE 627189/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/6/2016 (repercussão geral)
(Info 829).
• Princípio da cooperação: tanto diz respeito à cooperação internacional entre as nações, como
internamente, à cooperação entre os entes federativos e, ainda, a sociedade civil organizada,
conforme contemplado genericamente no art. 225 da Constituição Federal, quando ali se prescreve
que se impõe ao Poder Público e à coletividade o dever de defender o meio ambiente e preservá-
lo.
• Princípio da Proibição do Retrocesso: Significa dizer que, uma vez obtido um determinado direito,
este passa a constituir uma garantia institucional e um direito subjetivo.
• Princípio da informação: cada indivíduo terá acesso adequado às informações relativas ao meio
ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e
atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos
decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, colocando
as informações à disposição de todos. (DECLARAÇÃO DO RIO 1992, p. 2)
→ COMPETÊNCIA DA UNIÃO
Competência Executiva Exclusiva – a União deve sempre observar com precisão a atuação do
interesse nacional.
É de competência executiva exclusiva da União:
• elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social;
• planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas
e inundações;
• instituir um sistema nacional de gerenciamento de recursos híbridos e definir critérios de outorga
de direitos de seu uso;
• instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos;
• e explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer o monopólio estatal
sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de
minérios nucleares e seus derivados, atendidos princípios e condições estabelecidos pela própria
Constituição.
Competência Legislativa da União – Competência Privativa da União:
O artigo 22 da Constituição determina que a União deve legislar sobre:
• águas e energia;
• jazidas, minas e outros recursos minerais; e
• atividades nucleares de qualquer natureza.
→ STF: “Energia nuclear. Competência legislativa da União. Artigo 22, XXVI, da Constituição Federal. É
inconstitucional norma estadual que dispõe sobre atividades relacionadas ao setor nuclear no âmbito
regional, por violação da competência da União para legislar sobre atividades nucleares, na qual se inclui
a competência para fiscalizar a execução dessas atividades e legislar sobre a referida fiscalização. Ação
direta julgada procedente.” (ADI 1.575, de 07.04.2010).
Competência Concorrente da União (também dos Estados e Distrito Federal): Segundo o Art. 24 da CF,
compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
• VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
• VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
• VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
As normas de cooperação entre os entes federativos deverão ser fixadas por Lei Complementar, no caso
se trata da LCP 140/11.
→ COMPETÊNCIA DOS ESTADOS
Além da competência concorrente disciplinada no art. 24 da CF e da competência executiva
comum disciplinada no art. 23, CF, os Estados também possuem:
Competência executiva exclusiva – A Constituição não enumera as competências executivas
exclusivas dos Estados, somente as dos Municípios e da União. A competência que lhe sobra é a
remanescente, ou seja, aquelas que não foram designadas para outro ente público.
A Constituição ainda dispõe aos Estados o poder de explorar diretamente, através de concessão,
os serviços de gás canalizado e instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamento de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
execução de funções públicas de interesse comum.
Competência legislativa– Também se trata de competência remanescente. Cabe ao Estado legislar
tudo aquilo que a Constituição não atribuiu aos Municípios ou à União.
#ATENÇÃO! Tais unidades não podem ter finalidade lucrativa, contudo, é possível que dentro de
tais unidades sejam desenvolvidas determinadas atividades que gerem lucro. Por exemplo, muitas
unidades de conservação contam com restaurantes, serviços de turismo ecológico, atividades que geram
lucro, porém, isso não desvirtua a finalidade precípua da Unidade de Conservação que é a preservação
do meio ambiente.
#DEOLHONAJURIS
O STF (MS 24.184/2003) já decidiu que a consulta pública não pode ser dispensada, sob pena de
invalidade do ato de criação, apesar de não ser vinculativa. Frise-se que a consulta pública é dispensada
para estações ecológicas e reservas biológicas, uma vez que o interesse público é presumido. A mera
ampliação dos limites territoriais, sem redução em outras áreas, depende dos requisitos da criação. No
MS 25.347/2010, o STF entendeu não haver ilegalidade na criação de mais de um tipo de UC pelo mesmo
procedimento administrativo.
A partir da criação da UC, as licenças ambientais anteriormente outorgadas tornam-se imediatamente
inválidas, pela incompatibilidade de regimes jurídicos, conforme entende o STJ (RESP 1.122.909-SC/2009).
STF ADI 3.378/2008: declarou inconstitucional a expressão que previa que o montante “não pode ser
inferior a 0,5% dos custos totais de implantação do empreendimento”. Entendeu que o valor da
compensação deve ser fixado proporcionalmente o impacto ambiental, após estudo que assegurasse
contraditório e ampla defesa, que prescinde de fixação percentual sobre os custos do empreendimento.
Zona de amortecimento: é o entorno de uma UC, onde as atividades humanas estão sujeitas a
normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a UC (art. 2º,
XVIII, Lei do SNUC). Todas as UC devem possuir uma zona de amortecimento, salvo as Áreas de proteção
ambiental e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (art. 25, caput).
Corredor ecológico: São porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de
conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão
de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que
demandam, para a sua sobrevivência, áreas com extensão maior do que aquelas da UC individual.
#DEOLHONAJURIS
STJ: É vedado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA
impor sanções administrativas sem expressa previsão legal.
STJ: É defeso ao IBAMA impor penalidade decorrente de ato tipificado como crime ou contravenção,
cabendo ao Poder Judiciário referida medida.
STJ: O emprego de fogo em práticas agropastoris ou florestais depende necessariamente de autorização
do Poder Público.
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
I – Licença Prévia (LP) – concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade
aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos
básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
II – Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
III – Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação
do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação.
Parágrafo único – As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com
a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.
#SELIGA
É concedida na fase preliminar do projeto, estabelecendo a sua viabilidade
Licença Prévia – LP ambiental e os requisitos a serem atendidos nas próximas fases.
Possui prazo de validade de até 05 (cinco) anos.
#ATENÇÃO!! #APA
Conforme o Art. 12 da LC 140/11, o critério do ente federativo instituidor da unidade de conservação não
será aplicado às Áreas de Proteção Ambiental (APAs). No caso, a definição inicial do ente/órgão
competente para licenciamento de atividades dentro de uma APA depende de análise da abrangência
da atividade e o seu decorrente impacto ambiental. Ou seja, deverá analisar se o impacto tem
repercussão nacional, regional ou local, em conformidade com os critérios previstos nas alíneas a, b, e, f
e h do inciso XIV do art. 7o, no inciso XIV do art. 8o e na alínea a do inciso XIV do art. 9o. da LC 140/11.
#AJUDAMARCINHO
RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL
Empresa que deixou vazar amônia em rio e danos aos pescadores profissionais
A responsabilidade por dano ambiental é OBJETIVA, informada pela teoria do RISCO INTEGRAL. Não são
admitidas excludentes de responsabilidade, tais como o caso fortuito, a força maior, fato de terceiro ou
culpa exclusiva da vítima. O registro de pescador profissional e o comprovante do recebimento do
seguro-defeso são documentos idôneos para demonstrar que a pessoa exerce a atividade de pescador.
Logo, com tais documentos é possível ajuizar a ação de indenização por danos ambientais que
impossibilitaram a pesca na região. Se uma empresa causou dano ambiental e, em decorrência de tal
fato, fez com que determinada pessoa ficasse privada de pescar durante um tempo, isso configura dano
moral. O valor a ser arbitrado como dano moral não deverá incluir um caráter punitivo. É inadequado
pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo imediato, pois a punição é
função que incumbe ao direito penal e administrativo. Assim, não há que se falar em danos punitivos
(punitivedamages) no caso de danos ambientais. STJ. 2ª Seção. REsp 1.354.536-SE, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, j. 26/3/2014 (recurso repetitivo) (Info 538).
Particular que deposita resíduos tóxicos em seu terreno
O particular que deposita resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu aberto, em local onde,
apesar da existência de cerca e de placas de sinalização informando a presença de material orgânico, o
acesso de outros particulares seja fácil, consentido e costumeiro, responde objetivamente pelos danos
sofridos por pessoa que, por conduta não dolosa, tenha sofrido, ao entrar na propriedade, graves
queimaduras decorrentes de contato com os resíduos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.373.788-SP, Rel. Min. Paulo
de Tarso Sanseverino, julgado em 6/5/2014 (Info 544).
Dano moral coletivo no direito ambiental
Na hipótese de ação civil pública proposta em razão de dano ambiental, é possível que a sentença
condenatória imponha ao responsável, cumulativamente, as obrigações de recompor o meio ambiente
degradado e de pagar quantia em dinheiro a título de compensação por dano moralcoletivo. STJ. 2ª
Turma. REsp 1.328.753-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 28/5/2013 (Info 526).
O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. Respeitado o
sigilo industrial, assim solicitado e demonstrado pelo interessado, o RIMA será acessível ao público.
19. Biodiversidade.
Segundo a Convenção da Biodiversidade, ratificada pelo Brasil, biodiversidade significa: “a
variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas
terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte;
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”.
Convenção de Estocolmo 1972: quando a questão da preservação da biodiversidade em âmbito
global surgiu pela primeira vez. Importância de preservar a fauna e a flora para as presentes e futuras
gerações através de um cuidadoso planejamento.
Convenção sobre Diversidade Biológica (Rio 92) propõe regras para assegurar a conservação da
biodiversidade, o seu uso sustentável e a justa repartição dos benefícios provenientes do uso econômico
dos recursos genéticos, respeitada a soberania de cada nação sobre o patrimônio existente em seu
território.
O Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002 institui princípios e diretrizes para a implementação
da Política Nacional da Biodiversidade, no qual se reconhece que a diversidade biológica tem valor
intrínseco, merecendo respeito independentemente de seu valor para o homem ou potencial para uso
humano.
28. Efetivação da proteção normativa ao meio ambiente: poder Judiciário, Ministério Público e
Administração Pública.
O meio ambiente é, em regra, classificado como difuso em decorrência de sua natureza indivisível,
bem como por envolver segmentos indeterminados da sociedade (interesses transindividual ou
metaindividual). Tais direitos de 3a Geração (ou de fraternidade) são dotados de enorme carga de
universalidade e de humanismo.
Assim, o legislador instituiu técnicas e modelos processuais diferenciados com o intuito de atender
às peculiaridades dos interesses transindividuais:
▪ Jurisdição civil coletiva por meio da Ação Civil Pública (Lei 7347/85);
▪ Código de Defesa do Consumidor (Lei 8078/90);
▪ Ação Popular (Lei 4717/65).
Ação Civil Pública (Lei 7347/85)
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade
por danos morais e patrimoniais causados:
l- ao meio-ambiente;
ll - ao consumidor;
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
V - por infração da ordem econômica;
VI - à ordem urbanística.
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
VIII – ao patrimônio público e social.
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá
competência funcional para processar e julgar a causa.
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
DIREITO ADMINISTRATIVO9
Art. 37 (CF). A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte.
- LEGALIDADE: a atuação da Administração Pública deve ser autorizada por lei.
- IMPESSOALIDADE: pode ser analisado sob duas perspectivas:
9
Por Renata Borici.
#OLHAOGANCHO: Teoria dos motivos determinantes: o ato discricionário, uma vez motivado, tem sua
validade vinculada à veracidade dos fatos descritos como motivadores da sua prática.
2. Administração Pública: noção; relação com legislação e jurisdição; governo; constituição; federação;
personalidade jurídica; estrutura fundamental no Brasil; desconcentração; descentralização; órgãos
públicos; hierarquia; delegação; avocação.
DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO
Distribuição interna de atividade dentro de
Transferência da atividade administrativa
uma mesma PJ, resultando na criação de centros
para outra pessoa, física ou jurídica, integrante ou
de competências, denominados órgãos públicos,
não do aparelho estatal.
dentro de uma mesma estrutura hierárquica.
Nova pessoa jurídica. Mesma pessoa jurídica.
Não há hierarquia, apenas controle e
Há hierarquia
fiscalização
Relação de vinculação Relação de subordinação
ÓRGÃOS PÚBLICOS
Quanto à relação a. Teoria do mandato.
entre o Estado e os b. Teoria da representação.
agentes públicos: c. Teoria do órgão (é a que prevalece).
a. Subjetiva: identifica os órgãos com os agentes
públicos;
Teoria dos órgãos
b. Objetiva: órgãos seriam apenas um conjunto de
públicos
Quanto à natureza atribuições ou unidades funcionais da organização
dos órgãos: administrativa;
c. Eclética: os órgãos seriam formados pela soma dos
elementos objetivos e subjetivos, ou seja, pelo plexo
de atribuições e pelo agente público.
Quanto à posição a. Órgãos independentes;
que ocupa na escala b. Órgãos autônomos;
governamental ou c. Órgãos superiores;
administrativa: d. Órgãos subalternos.
a. Órgãos federais;
Em relação ao
b. Órgãos estaduais;
enquadramento
c. Órgãos distritais;
Classificação federativo:
d. Órgãos municipais.
Quanto à a. Órgãos singulares ou unipessoais;
composição / b. Órgãos coletivos ou pluripessoais.
atuação funcional:
a. Órgãos ativos;
Em relação às
b. Órgãos consultivos;
atividades que,
c. Órgãos de controle;
▪ AGÊNCIAS REGULADORAS:
CONCEITO: são autarquias com regime especial.
ESPÉCIES: podem (i) controlar atividades privadas; ou (ii) fiscalizar os prestadores de serviços públicos.
PECULIARIDADES: são três:
Poder normativo: as agências podem editar normas para o setor regulado.
Autonomia: a autonomia é garantida pela (a) inexistência de recurso hierárquico impróprio (aquele
endereçado para outra PJ); e (b) estabilidade reforçada de seus dirigentes, que não podem ser
exonerados AD NUTUM, mas apenas em caso de renúncia, sentença judicial ou após processo
administrativo.
Independência financeira: as agências podem criar as famosas TAXAS REGULATÓRIAS.
Súmula 517 STF - As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União
intervém como assistente ou opoente.
Súmula 556 STF - É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de
economia mista.
Súmula 333 STJ - Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por
sociedade de economia mista ou empresa pública. (Súmula 333, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
13/12/2006, DJ 14/02/2007 p. 246)
#NÃOESQUEÇEDAJURIS
É possível aplicar o regime de precatórios às sociedades de economia mista? É aplicável o regime dos
precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de
natureza não concorrencial. STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017
(Info 858). É inconstitucional determinação judicial que decreta a constrição de bens de sociedade de
economia mista prestadora de serviços públicos em regime não concorrencial, para fins de pagamento
de débitos trabalhistas. Sociedade de economia mista prestadora de serviço público não concorrencial
está sujeita ao regime de precatórios (art. 100 da CF/88) e, por isso, impossibilitada de sofrer constrição
judicial de seus bens, rendas e serviços, em respeito ao princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI,
da CF/88) e da separação funcional dos poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III). STF. Plenário. ADPF 275/PB,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/10/2018 (Info 920).
É constitucional lei estadual que condiciona a nomeação dos dirigentes de AUTARQUIAS e FUNDAÇÕES
à prévia aprovação da Assembleia Legislativa. Por outro lado, é inconstitucional exigir essa prévia
aprovação da ALE se os dirigentes forem de EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA.
CONSÓRCIOS PÚBLICOS
União de alguns entes políticos (União, Estados e Municípios) para a consecução de
CONCEITO
interesses comuns.
1. Subscrição do PROTOCOLO DE INTENÇÕES;
2. Autorização LEGISLATIVA;
PROCEDIMENTO
3. Assinatura do CONTRATO DE CONSÓRCIO;
PARA
4. PERSONIFICAÇÃO do consórcio (deve haver cláusula específica);
INSTITUIÇÃO
5. Contrato de RATEIO;
6. Contrato de PROGRAMA.
▪ TERCEIRO SETOR:
Pontos em Comum:
✓ Pessoas Jurídicas de Direito Privado
✓ Não integram a Administração Pública
✓ Atuam em cooperação com o Poder Público
✓ Sem fins lucrativos
✓ Foram instituídas para reduzir o papel do Estado na economia e os gastos públicos
4. Atividades da Administração Pública: tipologia; poder e função; poder normativo; poder disciplinar;
poder decorrente de hierarquia; poder vinculado; poder discricionário (evolução conceitual, mérito,
justificativa, campos de exercício, parâmetros, conceitos jurídicos indeterminados); poder regulamentar;
poder normativo; poder hierárquico; poder disciplinar.
✓ Poder vinculado: Ao administrador não é concedida qualquer liberdade quanto à atividade a ser
desempenhada e, por isso, deve se submeter por inteiro ao mandamento legal.
✓ Poder discricionário: Poder Discricionário é aquele conferido por lei ao administrador público para
que, nos limites nela previstos e com certa parcela de liberdade, adote, no caso concreto, a solução
mais adequada satisfazer o interesse público.
→ O conceito jurídico indeterminado é a vaguidade semântica existente em certa norma com a
finalidade de que ela, a norma, permaneça, ao ser aplicada, sempre atual e correspondente aos
anseios da sociedade nos vários momentos históricos em que a lei é interpretada e aplicada. A
vaguidade de um conceito, portanto, não é imperfeição linguística, mas sim uma característica
bastante pertinente em certas situações que fazem com que busque o intérprete maior perfeição
na valoração significante−significado, o que gera certa atualização da norma.
✓ Poder normativo: É a prerrogativa reconhecida à Administração Pública para editar atos
administrativos gerais para fiel execução das leis.
✓ Poder disciplinar: Prerrogativa reconhecida à Adm. P. para investigar e punir, após o contraditório
e ampla defesa, os agentes públicos e particulares.
✓ Poder hierárquico: Existência de subordinação dentro de uma mesma PJ - resultado da
desconcentração. Prerrogativas: ordens; controle ou fiscalização; alteração de competências
(delegação ou avocação); revisional; resolução de conflitos; disciplinar.
#DEOLHONASÚMULA
SÚMULA 56 STF - Militar reformado não está sujeito à pena disciplinar.
SÚMULA 57 STF - Militar inativo não tem direito ao uso do uniforme fora dos casos previstos em lei ou
regulamento.
SÚMULA 346 STF - A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
SÚMULA 473 STF - A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
5. Poder de polícia: noções gerais; síntese evolutiva; fundamentos e finalidades; polícia administrativa;
regime jurídico geral; campo de atuação; meios de atuação; limites; possibilidade de delegação;
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS
A Administração Pública pode atuar, de ofício, na condução de todas as fases
IMPULSO OFICIAL
do processo, inclusive com iniciativa de investigação dos fatos e da produção
(OFICIOSIDADE)
de provas.
DEVIDO PROCESSO Garantia de transparência na condução do processo, com a finalidade de se
LEGAL evitar o cometimento de abusos e arbitrariedades.
CONTRADITÓRIO E Direito conferido ao administrado de influenciar na decisão administrativa de
AMPLA DEFESA seu interesse, manifestando-se na relação processual, requerendo a
LEI 9.784/99
- Ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar
o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações
- Ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a
condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles
DIREITOS DO
contidos e conhecer as decisões proferidas
ADMINISTRADO
- Formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão
objeto de consideração pelo órgão competente
- Fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a
representação, por força de lei
#PRINCIPAISJURISPRUDÊNCIAS
SÚMULA VINCULANTE 21 É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
SÚMULA 373 STJ - É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso
administrativo. (Súmula 373, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/03/2009, DJe 30/03/2009)
SÚMULA 467 STJ - Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a
pretensão da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental. (Súmula
467, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/10/2010, DJe 25/10/2010)
10. Servidores públicos: Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado da Bahia; Regime Próprio de
Previdência do Estado da Bahia; terminologia; vínculos de trabalho (funções, cargos e empregos); noção;
acessibilidade; cargos públicos; regime jurídico; vencimento, remuneração e subsídio; estabilidade;
vitaliciedade; acumulação de cargos; exercício de mandato eletivo; férias, décimo terceiro salário, licenças
e direito de greve; sindicalização; aposentadoria e pensão; limites de despesas com pessoal.
responsabilidade dos servidores; poder disciplinar; regime disciplinar; processo administrativo disciplinar;
comunicabilidade de instâncias.
#SELIGANASSÚMULAS
Súmula vinculante 3-STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão. #OLHAOGANCHO: há uma mitigação dessa súmula → se
passados 5 anos e o TCU ainda não tiver analisado o ato de concessão, reforma ou pensão, vai ter o
direito ao contraditório e à ampla defesa novamente, pois o tempo passado compromete a segurança
jurídica.
SÚMULA VINCULANTE 4 Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado
como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser
substituído por decisão judicial.
SÚMULA VINCULANTE 6 Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário
mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
SÚMULA VINCULANTE 15 O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide
sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo.
SÚMULA VINCULANTE 16 Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-
se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.
SÚMULA VINCULANTE 33 Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da
previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição
Federal, até a edição de lei complementar específica.
Súmula vinculante 37-STF: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.
12. Serviços públicos: caracterização; princípios específicos; tipologia; modos de prestação; concessão de
serviço público; conceito; características; concessão de serviço precedida de obra pública; Lei nº
8.987/1995 e suas alterações; serviço adequado; direitos e deveres dos usuários; política tarifária; licitação;
contrato; encargos do concedente e da concessionária; intervenção; extinção; permissão e autorização
de serviço público; arrendamento; franquia; parcerias público-privadas.
Administração direta -
DESCONCENTRAÇÃO
Diretamente
Administração indireta -
DESCENTRALIZAÇÃO
Prestação de
Concessão comum
serviços públicos
Concessões Administrativa
Concessão especial -
PPP
Indiretamente - Patrocinada
DELEGAÇÃO Permissões
Autorização
Mediante licitação na
Qualquer modalidade licitatória Não precisa licitar
modalidade CONCORRÊNCIA
#NÃOCONFUNDA:
ENCAMPAÇÃO CADUCIDADE
FUNDAMENTO Interesse público Inadimplemento da concessionária
FORMALIZAÇÃO Lei autorizativa e decreto Processo administrativo e decreto
INDENIZAÇÃO Indenização prévia do concessionário Indenização eventual e posterior
CONCESSÃO COMUM:
- A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos expressamente
previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de serviço público alternativo e
gratuito para o usuário.
- Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos
ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a
revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso.
- A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de exclusividade, salvo no caso de
inviabilidade técnica ou econômica justificada no ato
#SELIGANAJURIS
SERVIÇOS PÚBLICOS. Em regra, o serviço público deverá ser prestado de forma contínua, ou seja, sem
interrupções (princípio da continuidade do serviço público). Excepcionalmente, será possível
a interrupção do serviço público nas seguintes hipóteses previstas no art. 6º, § 3º da Lei n.º 8.987/95: a)
Em caso de emergência (mesmo sem aviso prévio); b) Por razões de ordem técnica ou de segurança das
instalações, desde que o usuário seja previamente avisado; c) Por causa de inadimplemento do
usuário, desde que ele seja previamente avisado. Se a concessionária de energia elétrica divulga, por
meio de aviso nas emissoras de rádio do Município, que haverá, daqui a alguns dias, a interrupção do
fornecimento de energia elétrica por algumas horas em virtude de razões de ordem técnica, este aviso
atende a exigência da Lei nº 8.987/95? SIM. A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de
energia elétrica por meio de emissoras de rádio, dias antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso
prévio, prevista no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. STJ. 1ª Turma. REsp 1.270.339-SC, Rel. Min. Gurgel de
Faria, julgado em 15/12/2016 (Info 598).
A concessionária não tem direito adquirido à renovação do contrato de concessão de usina hidrelétrica.
A União possui a faculdade de prorrogar ou não o contrato de concessão, tendo em vista o interesse
público, não se podendo invocar direito líquido e certo a tal prorrogação. Dessa forma, a prorrogação
do contrato administrativo insere-se no campo da discricionariedade. A Lei nº 12.783/2013 subordinou a
prorrogação dos contratos de concessão de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica à
aceitação expressa de determinadas condições. Se estas são recusadas pela concessionária, a
Administração Pública não é obrigada a renovar a concessão. A Lei nº 12.783/2013 pode ser aplicada
para a renovação de contratos ocorrida após a sua vigência mesmo que a assinatura do pacto original
#NÃOSABOTEASSÚMULAS
SÚMULA VINCULANTE 12
A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da
Constituição Federal.
SÚMULA VINCULANTE 19
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou
destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
SÚMULA VINCULANTE 27
Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de
telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente.
SÚMULA VINCULANTE 41
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
SÚMULA 545 STF
LEI 13.460/2017. Dispõe sobre participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços
públicos da administração pública. #NOVIDADELEGISLATIVA #ATUALIZAOVADEMECUM
LEI 13.448/2017: Foi publicada, no dia 06/06/2017, a Lei nº 13.448/2017, que estabelece diretrizes
gerais para prorrogação e relicitação dos contratos de parceria definidos nos termos da Lei
nº 13.334/2016, nos setores rodoviário, ferroviário e aeroportuário da administração pública federal.
A lei trata sobre a possibilidade de prorrogação ou de relicitação dos contratos de concessões de
rodovias, ferrovias e de aeroportos federais que tenham sido definidos pelo Programa de Parcerias
de Investimentos – PPI (Lei nº 13.334/2016).
17. Improbidade administrativa: regime jurídico; concomitância de instâncias; elementos constitutivos do
tipo; sujeição ativa; sujeição passiva; ato danoso; dolo e culpa; sanções; procedimentos; ação judicial.
Segundo Rafael Oliveira, consiste no “Ato ilícito, praticado por agente público ou
terceiro, geralmente de forma dolosa, contra as entidades públicas e privadas,
CONCEITO
gestoras de recursos públicos, capaz de acarretar enriquecimento ilícito, lesão ao
erário ou violação aos princípios que regem a Administração Pública”.
O art. 37, §4º, não delimitou de quem seria a competência para legislar sobre a
probidade administrativa, nem tampouco os artigos tradicionais de competência
COMPETÊNCIA trazem a resposta. Em regra, a LIA trata de matéria cível e política, o que atrai a
LEGISLATIVA competência privativa da União. Além disso, a LIA traz normas sobre processo civil,
o que novamente atrai a competência privativa da União. No entanto, as normas
meramente administrativas devem ser consideradas apenas federais.
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor
ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território,
de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento
SUJEITO
do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
PASSIVO
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção,
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas
para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos,
CF. Art. 35. § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados
por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas
as respectivas ações de ressarcimento.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério
Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da
medida cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à
complementação do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-
se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de
1965.
PROCEDIMENTO
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará
JUDICIAL
obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo
objeto.
§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios
suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da
impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação
vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo
Civil.
#JURISPRUDÊNCIAEMTESES:
- É inadmissível a responsabilidade objetiva na aplicação da Lei 8.429/1992, exigindo- se a presença de
dolo nos casos dos arts. 9º e 11 (que coíbem o enriquecimento ilícito e o atentado aos princípios
administrativos, respectivamente) e ao menos de culpa nos termos do art. 10, que censura os atos de
improbidade por dano ao Erário.
- O Ministério Público tem legitimidade ad causam para a propositura de Ação Civil Pública objetivando
o ressarcimento de danos ao erário, decorrentes de atos de improbidade.
- O Ministério Público estadual possui legitimidade recursal para atuar como parte no Superior Tribunal
de Justiça nas ações de improbidade administrativa, reservando- se ao Ministério Público Federal a
atuação como fiscal da lei.
- A ausência da notificação do réu para a defesa prévia, prevista no art. 17, § 7º, da Lei de Improbidade
Administrativa, só acarreta nulidade processual se houver comprovado prejuízo (pas de nullitésansgrief).
- A presença de indícios de cometimento de atos ímprobos autoriza o recebimento fundamentado da
petição inicial nos termos do art. 17, §§ 7º, 8º e 9º, da Lei n. 8.429/92, devendo prevalecer, no juízo
preliminar, o princípio do in dubio pro societate.
- O termo inicial da prescrição em improbidade administrativa em relação a particulares que se
beneficiam de ato ímprobo é idêntico ao do agente público que praticou a ilicitude.
#CHUVADEJURIS #SÓASMAISRECENTES
A nomeação da esposa do prefeito como Secretária Municipal não configura, por si só, nepotismo e ato
de improbidade administrativa.
A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se tratar de cargo público
de natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa. STF. 2ª Turma. Rcl
22339 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/9/2018 (Info 914).
“Comece de onde você está. Use o que você tiver. Faça o que você puder”. Arthur Ashe.