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5 Ilicitude. 5.1 Causas de exclusão da ilicitude: estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento
do dever legal e exercício regular de direito.
ILICITUDE:
- Conceito: conduta típica não justificada, espelhando a relação de contrariedade entre o fato típico
e o ordenamento jurídico como um todo.
Teoria indiciária do tipo / Ratio cognoscendi – o fato típico é presumivelmente ilícito. Essa presunção
é relativa, podendo demonstrar uma excludente de ilicitude (inversão do ônus da prova acerca das
excludentes da ilicitude). POSIÇÃO ABSOLUTAMENTE MAJORITÁRIA.
Obs.: quando o ônus da prova é da defesa não se aplica o “in dúbio pro reo”. Porém, com base em
novo entendimento da jurisprudência, a Lei nº 11.690/2008 alterou o art. 386, VI, CPP, definitivamente
temperando a teoria da indiciariedade.
Teoria da ratio essendi / absoluta dependência – fato típico e ilícito seriam um elemento só. Cria-se
o tipo legal do injusto. O crime é o injusto culpável.
Teoria dos elementos negativos do tipo criada por Hellmuthvon Weber cria o tipo total de injusto. As
excludentes da ilicitude funcionam como elementos negativos do tipo penal. Para que o fato seja típico
é preciso praticar os elementos positivos e não praticar os negativos.
#NÃOCONFUNDA:
Causas justificantes ou descriminantes = excluem a ilicitude.
Causas exculpantes ou eximentes = excluem a culpabilidade.
- Estado de necessidade:
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OBS: os julgados utilizados no material foram retirados do Buscador Dizer o Direito.
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#COMOPODESERCOBRADO
Candidato, diferencie as teorias unitária e diferenciadora da culpabilidade.
- Legítima defesa:
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- Agressão injusta: conduta humana (dolosa ou culposa) contrária ao direito, que ataca ou
coloca em perigo bens jurídicos de alguém.
#OBS: é possível legítima defesa contra ataque de inimputável, pois a injustiça da agressão
deve ser conhecida do agredido, não importando a consciência do agressor.
- Atual ou iminente: agressão atual é a que está ocorrendo, enquanto a agressão iminente
está prestes a ocorrer.
#OBS: Se a agressão for futura + certa a sua ocorrência, se trata de legítima defesa
antecipada, sendo fato típico, ilícito, mas não culpável, pois caracteriza inexigibilidade de
conduta diversa.
- Uso moderado dos meios necessários: Meios menos lesivos à disposição do agredido no
momento da agressão, porém capazes de repelir o ataque com eficiência.
#OBS: excesso da legítima defesa: três hipóteses:
1. Meio desnecessário
REQUISITOS
2. Imoderadamente meios necessários
OBJETIVOS
3. Imoderadamente meios desnecessários.
- Salvar direito próprio ou alheio
Consentimento do terceiro: Apenas quando se tratar de bem disponível, se possível.
#OBS: Os bens jurídicos supraindividuais, cujo portador é a sociedade (ex. fé pública, saúde
pública, segurança do tráfego) ou o Estado, como órgão do poder soberano (ex. segurança
exterior e interior do Estado), não são suscetíveis de legítima defesa. Somente quando o
Estado atuar como pessoa jurídica serão seus bens jurídicos (propriedade, p. ex.)
suscetíveis de legítima defesa.
#OBS: Legítima defesa com erro na execução?
1ª Corrente (prevalece): o art. 73, CP manda considerar a vítima pretendida, não
desnaturando a legítima defesa.
2ª Corrente: não havendo reação contra o injusto agressor, atingindo um inocente, alega
estado de necessidade.
- Quanto à existência da agressão:
Autêntica ou Real: o ataque existe efetivamente. Exclui a ilicitude;
Putativa: o ataque é fantasiado. Descriminante putativa.
- Quanto ao direito protegido:
Salvar direito próprio: legítima defesa própria (in persona)
Salvar direito alheio: legítima defesa de terceiro (ex persona).
- Mais classificações:
ESPÉCIES Legítima defesa agressiva ou ativa: pratica um fato previsto em lei.
Legítima defesa defensiva ou passiva: apenas se defende, sem praticar fato típico.
Legítima defesa sucessiva: é a reação contra o excesso do agredido.
LEGÍTIMA DEFESA CULPOSA: é descriminante putativa. Legítima defesa putativa
por erro de tipo evitável.
Legítima defesa subjetiva ou excessiva: é o excesso por erro de tipo inevitável.
Legítima defesa presumida: não é possível. A tipicidade gera presunção relativa de
ilicitude, de forma que o ônus de provar a excludente é do acusado.
- Legítima defesa real contra legítima defesa culposa (putativa): Possível. A agressão é
injusta.
- Legítima defesa recíproca: Não é possível duas pessoas simultaneamente agirem uma
CASOS
contra a outra em legítima defesa. Todavia, é possível legítima defesa putativa de legítima
ESPECÍFICOS
defesa putativa – legítima defesa putativa recíproca.
- Legítima defesa contra estado de necessidade ou outra excludente real: Não é possível
(não pode ser encarado como agressão injusta).
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- Legítima defesa real em face de legítima defesa subjetiva: É possível, pois há o excesso,
que se configura como agressão injusta.
- Legítima defesa em face de conduta amparada por excludente de culpabilidade: sempre
possível. Agressão de inimputável é um exemplo.
#COMOPODESERCOBRADO
A legítima defesa pode ser invocada diante de agressão perpetrada por inimputável?
SIM. A legítima defesa, enquanto excludente da ilicitude, segundo substrato do conceito analítico de crime,
deve ser aferida objetivamente, de forma que a injustiça da agressão independe da capacidade de
entendimento e autodeterminação do indivíduo, pois a inimputabilidade constitui elemento da culpabilidade.
#ATENÇÃO #VAICAIR
LEGÍTIMA DEFESA E AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA (ART. 25 DO CP)
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
A Lei nº 13.964/2019 acrescenta o parágrafo único a este art. 25 para dizer que se o agente de segurança
pública (ex: policial militar) mata o assaltante que está mantendo uma pessoa como refém, este policial não
comete crime porque agiu em legítima defesa:
O agente público, no desempenho de suas atividades, é obrigado, por lei (em sentido
CONCEITO
amplo), a violar um bem jurídico, sendo amparado por excludente de ilicitude.
REQUISITO O agente deve ter conhecimento de que está praticando a conduta em face do dever
SUBJETIVO imposto por lei.
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- Consentimento do ofendido: Não tem previsão legal. É causa supralegal de exclusão da ilicitude. Requisitos:
O dissentimento (ou não consentimento) não pode integrar o tipo penal (elementar do tipo), pois o
consentimento do ofendido excluiria a própria tipicidade;
Ofendido deve ser o único titular. Não pode ter por titular a sociedade. Bem próprio;
Ofendido capaz de consentir. Não pode ser representante no caso de menores ou incapazes;
O consentimento deve ser moral e respeitar os bons costumes;
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Bem disponível;
O consentimento deve ser expresso;
Ciência da situação de fato que autoriza a justificante (elemento subjetivo);
O consentimento deve ser prévio ou simultâneo à lesão ao bem jurídico.
6 Teoria geral da culpabilidade. 6.1 Fundamentos, conceito, elementos e conteúdo. 6.2 Princípio de
culpabilidade. 6.3 Culpabilidade e pena. 6.4 Causas de exclusão da culpabilidade. 6.5 Imputabilidade. 6.6
Erro de proibição.
#SELIGANOSINÔNIMO: Dolo normativo é também chamado de dolo colorido, aquele que engloba a
consciência da ilicitude.
Excludentes da potencial consciência de ilicitude: o erro de proibição inevitável, escusável ou invencível (art.
21, caput, CP). Isenta o agente de pena.
Analisa-se pela valoração paralela na esfera do profano. O que deve ser avaliado é se o agente possuía o
conhecimento do profano, diga-se, do homem leigo na sociedade (sua compreensão).
#DICA: Existe uma regra que irá ajudar no estudo de toda a teoria do crime. O estudo do crime se divide em
três grandes grupos: fato típico, ilicitude e culpabilidade. O fato é típico e ilícito. O agente é culpável. Em outras
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palavras, a tipicidade e a ilicitude pertencem ao fato, e a culpabilidade, ao agente. Logo, sempre que
estudarmos o fato típico e a ilicitude, levaremos em conta a figura do homem médio, um paradigma utilizado
para análise do caso concreto (PREVISIBILIDADE OBJETIVA). Por outro lado, quando se estuda a culpabilidade,
leva-se em conta o perfil subjetivo do agente, a sua compreensão (PREVISIBILIDADE SUBJETIVA).
#COMOFOICOBRADO
DELEGADO PF 2021 (FASE DISCURSIVA) – CESBRASPE
A questão pedia para conceituar a culpa e a culpabilidade, diferenciando-as. Além disso, também questionou
acerca dos elementos da culpa e da culpabilidade. Vejamos o padrão de resposta disponibilizado:
A culpa, na teoria finalista, é um elemento da tipicidade, decorrente de uma ação voluntária direcionada à
conduta, e não à obtenção de um resultado, distinguindo-se, assim, do dolo. Já a culpabilidade é um juízo de
reprovação que recai sobre a conduta típica e ilícita, havendo uma noção de que é necessária a sanção penal,
um dos elementos do crime.
Os elementos da culpa são: 1) conduta humana voluntária; 2) violação de um dever objetivo de cuidado, em
que se verifica a presença da imprudência, da imperícia e da negligência; 3) resultado naturalístico
involuntário; 4) nexo de causalidade entre a conduta e o resultado; 5) e previsibilidade do resultado, apesar
de não desejá-lo. Os elementos da culpabilidade, por sua vez, são 1) imputabilidade, que é a possibilidade de
se atribuir a alguém a responsabilidade pela prática delitiva; 2) potencial consciência da ilicitude do agente; 3)
e exigibilidade da conduta.
Hipóteses de inexigibilidade de conduta diversa: coação moral irresistível (lembrem-se que a coação física
exclui a conduta em si, não havendo crime) e obediência hierárquica (ordem não manifestamente ilegal). Em
ambos, a consequência é a isenção de pena, por ausência de culpabilidade.
#ATENÇÃO! Causas supralegais de inexigibilidade de conduta diversa: cláusula de consciência (caso das
testemunhas de Jeová. Não pode ser garante, senão praticará crime: será chamado autor por convicção),
desobediência civil, conflito de deveres, excesso intensivo exculpante, legítima defesa preordenada diante de
uma ameaça factível (também chamada de legítima defesa potencial, mas na verdade não é legítima defesa,
pois a agressão é futura), estado de necessidade exculpante (não é adotada no ordenamento pátrio).
COCULPABILIDADE: Para Zaffaroni, pessoas com baixo nível educacional, social, cultural e econômico e
aquisitivo devem receber amenização da pena ao cometerem crimes, uma vez que o Estado teria uma parcela
de responsabilidade em vista desse indivíduo, porquanto não propiciou situação diversa. O resultado prático
é que o indivíduo, nesse caso, deve ter a pena atenuada (atenuante inominada, para parte da doutrina).
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#JÁCAIU: Concurso para Delegado da Polícia Federal – 2021.
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“São exemplos de causas supralegais de exclusão da culpabilidade: a) cláusula de consciência. Nos termos da
cláusula de consciência, estará isento de pena aquele que, por motivo de consciência ou crença, praticar algum
fato previsto como crime, desde que não viole direitos fundamentais individuais. A doutrina costuma amparar
a cláusula de consciência na liberdade de crença e de consciência assegurada constitucionalmente, nos termos
do artigo 5º, VI da CF/88. Exemplo: cita-se o caso do pai, testemunha de Jeová, que não permite a transfusão
de sangue no filho. A questão, no entanto, merece atenção. Bem observam Luiz Flávio Gomes e Antonio
Molina: ‘É preciso distinguir as situações: a) quando não há nenhuma lesão ao bem jurídico colocado em risco,
em razão da intervenção de uma terceira pessoa, nenhuma responsabilidade penal subsiste. O pai não permite
a transfusão de sangue no filho menor, mas o médico atua por conta própria e salva a criança. Ninguém
responde penalmente nesse caso (…). b) quando, de outro lado, o bem jurídico vida é lesado, o pai responde
penalmente porque entre a liberdade de crença e a lesão ao bem jurídico vida ou integridade física, possuem
maior valor estes últimos. O médico, por seu turno, só responde por algo se omitiu socorro. Se tentou de toda
a maneira salvar a vida da criança e não conseguiu, por nada responde’ (Direito Penal – Parte Geral, p.
450/451); b) desobediência civil: a desobediência civil representa atos de insubordinação que têm por
finalidade transformar a ordem estabelecida, demonstrando sua injustiça e a necessidade de mudança. Exige-
se para o reconhecimento desta dirimente: (A) que a desobediência esteja fundada na proteção de direitos
fundamentais; (B) que o dano causado não seja relevante. Exemplo: ocupações de prédios públicos”.3
IMPUTABILIDADE PENAL
Inimputáveis: recebem uma sentença absolutória imprópria para cumprir medida de segurança.
#SELIGA:
Segundo o art. 97 do CP Art. 97. Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se,
todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento
ambulatorial. Assim, se fosse adotada a redação literal do art. 97 teríamos o seguinte cenário:
• Se o agente praticou fato punido com RECLUSÃO, ele receberá, obrigatoriamente, a medida de internação.
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Fonte: https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/06/15/certo-ou-errado-desobediencia-civil-e-clausula-
de-consciencia-sao-exemplos-de-causas-de-exclusao-de-culpabilidade/
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• Por outro lado, se o agente praticou fato punido com DETENÇÃO, o juiz, com base na periculosidade do
agente, poderá submetê-lo à medida de internação ou tratamento ambulatorial.
O STJ, contudo, abrandou a regra legal e construiu a tese de que o art. 97 do CP não deve ser aplicado de forma
isolada, devendo analisar também qual é a medida de segurança que melhor se ajusta à natureza do
tratamento de que necessita o inimputável. Em outras palavras, o STJ afirmou o seguinte: mesmo que o
inimputável tenha praticado um fato previsto como crime punível com reclusão, ainda assim será possível
submetê-lo a tratamento ambulatorial (não precisando ser internação), desde que fique demonstrado que
essa é a medida de segurança que melhor se ajusta ao caso concreto. À luz dos princípios da adequação, da
razoabilidade e da proporcionalidade, na fixação da espécie de medida de segurança a ser aplicada não deve
ser considerada a natureza da pena privativa de liberdade aplicável, mas sim a periculosidade do agente,
cabendo ao julgador a faculdade de optar pelo tratamento que melhor se adapte ao inimputável.
Desse modo, mesmo em se tratando de delito punível com reclusão, é facultado ao magistrado a escolha do
tratamento mais adequado ao inimputável. STJ. 3ª Seção. EREsp 998128-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado
em 27/11/2019 (Info 662).
Duração: prazo mínimo de 1 a 3 anos. Em relação ao prazo máximo, há divergência entre os tribunais:
O STF possui julgados afirmando que a medida de Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida de
segurança deverá obedecer a um prazo máximo de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da
40 anos*, estabelecendo uma analogia ao art. 75 pena abstratamente cominada ao delito praticado.
do CP, e considerando que a CF/88 veda as penas
de caráter perpétuo. Ex.: João, inimputável, pratica fato previsto como furto
simples (art. 155, caput, do CP); o juiz aplica a ele
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas medida de segurança de internação; após 4 anos
privativas de liberdade não pode ser superior a 40 cumprindo medida de segurança, o magistrado deverá
(quarenta) anos. (redação dada pela Lei determinar a desinternação de João, considerando
13.964/2019) que foi atingido o máximo da pena abstratamente
§ 1º Quando o agente for condenado a penas cominada para o furto (“reclusão, de um a quatro
privativas de liberdade cuja soma seja superior a anos, e multa”).
40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para
atender ao limite máximo deste artigo. (redação A conclusão do STJ é baseada nos princípios da
dada pela Lei 13.964/2019) isonomia e proporcionalidade (proibição de excesso).
Não se pode tratar de forma mais gravosa o infrator
(...) Esta Corte já firmou entendimento no sentido inimputável quando comparado ao imputável. Ora, se
de que o prazo máximo de duração da medida de o imputável somente poderia ficar cumprindo a pena
segurança é o previsto no art. 75 do CP (...) (STF. 1ª até o máximo previsto na lei para aquele tipo penal, é
Turma. HC 107432, Rel. Min. Ricardo justo que essa mesma regra seja aplicada àquele que
Lewandowski, julgado em 24/05/2011) recebeu medida de segurança.
* o art. 75 do CP previa o prazo máximo de 30 anos de cumprimento de pena. Este dispositivo foi, contudo,
alterado pela Lei nº 13.964/2019, de sorte que o prazo passou a ser de 40 anos:
CÓDIGO PENAL
Antes da Lei 13.964/2019 ATUALMENTE
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Art. 75. O tempo de cumprimento das penas Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas
privativas de liberdade não pode ser superior a 30 de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta)
(trinta) anos. anos.
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas § 1º Quando o agente for condenado a penas
privativas de liberdade cuja soma seja superior a privativas de liberdade cuja soma seja superior a 40
30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para
atender ao limite máximo deste artigo. atender ao limite máximo deste artigo.
Semi-imputáveis: adota-se o sistema vicariante ou unitário (ou aplica uma pena reduzida ou uma medida de
segurança, nunca os dois). Contrapõe-se ao sistema do duplo binário.
#DEOLHONAJURIS
O art. 149 do CPP, ao exigir que o acusado seja submetido a exame médico-legal, não contempla hipótese de
prova legal ou tarifada. A despeito disso, a partir de uma interpretação sistemática das normais processuais
penais que regem a matéria, deve-se concluir que o reconhecimento da inimputabilidade ou semi-
imputabilidade do réu (art. 26, caput e parágrafo único do CP) depende da prévia instauração de incidente de
insanidade mental e do respectivo exame médico-legal nele previsto. Vale ressaltar, por fim, que o magistrado
poderá discordar das conclusões do laudo, desde que o faça por meio de decisão devidamente fundamentada.
STJ. 6ª Turma. REsp 1802845-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 23/06/2020 (Info 675).
Teoria da actio libera in causae: para evitar a responsabilidade objetiva, o agente só responderá pelo crime
praticado durante o estado de embriaguez completa se, no momento da ingestão da substância (estado
anterior de capacidade de culpabilidade), era esse crime: a) previsto e perseguido pelo agente (dolo direto);
b) previsto e o agente tenha assumido o risco de produzi-lo (dolo eventual); c) previsto, mas o agente esperava
levianamente que não iria ocorrer ou que poderia evitá-lo (culpa consciente); d) previsível (culpa inconsciente).
Embriaguez culposa: não exclui a imputabilidade penal, diferentemente da embriaguez total fortuita ou
acidental.
ERRO DE PROIBIÇÃO
A causa excludente (dirimente) da potencial consciência da ilicitude é o erro de proibição, previsto no art. 21
do Código Penal, vejamos:
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Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena;
se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
O agente sabe exatamente o que está fazendo, mas desconhece a ilicitude do fato. Não é que o agente ignore
os termos da lei, até porque o art. 21, “caput”, do CP, considera que “o desconhecimento da lei é inescusável”,
não admitindo, portanto, a ignorantia legis. No erro de proibição, o agente apesar de saber dos termos da lei,
desconhece ou interpreta mal o seu conteúdo, ou seja, não compreende com clareza seu caráter ilícito.
O CP chama o erro de proibição de erro sobre a ilicitude do fato. A consequência jurídica de eventual sanção
vai depender da aferição de sua evitabilidade ou não (se era evitável ou inevitável), tal como ocorre no erro de
tipo:
CONSEQUÊNCIAS:
ERRO DE PROIBIÇÃO INEVITÁVEL Isenção da pena.
Desconhecimento do caráter
Causa de diminuição da pena (de
ilícito a conduta (art. 21, EVITÁVEL
1/6 até 1/3).
“caput”, CP).
#OLHAOGANCHO é aqui que será feita a valoração paralela da esfera do profano, ou seja, analisa-se a
capacidade cognitiva do agente (do que é certo e errado) mediante circunstâncias como classe social, valores
morais e culturais, crenças religiosas, etc.
#COLANARETINA
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO
Há falsa percepção da realidade (o agente não O agente conhece a realidade e sabe o que faz, mas
sabe o que faz). não sabe que a conduta é ilícita.
Afasta o dolo. A conduta é atípica (falta-lhe o Afasta a culpabilidade por ausência de potencial
elemento subjetivo). consciência da ilicitude.
Escusável: exclui o dolo e a culpa. Escusável: exclui a culpabilidade (“isenta de pena”).
Inescusável: exclui o dolo, mas subsiste a culpa Inescusável: o agente responde pelo crime doloso,
(se houver previsão legal). com redução de pena de 1/6 a 1/3.
Exemplo: Fulano sai de uma festa com guarda-
Exemplo: Fulano, a pedido de um amigo, portador de
chuva pensando que é seu, mas logo percebe
doença terminal, elimina a sua vida (eutanásia).
que era de outra pessoa. Ou seja, ignorava ser
Fulano não sabia que eutanásia era proibida.
coisa alheia.
#DIRETODAFUC
Resumo para não esquecer nunca mais:
#DEOLHONATABELA:
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO
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Não se confunde com a ideia de ERRO DE FATO Não se confunde com a ideia de ERRO DE
(tal instituto se aplica, ainda, no CPM). DIREITO (tal instituto se aplica, ainda, no CPM).
CAUSALISTAS: quando estão diante de ERRO CAUSALISTAS: quando estão diante de ERRO DE
DE TIPO ESCUSÁVEL afastam a PROIBIÇÃO ESCUSÁVEL afastam a
CULPABILIDADE. CULPABILIDADE.
DESCRIMINANTES PUTATIVAS
#ATENÇÃO De acordo com a teoria limitada, a descriminante putativa é um gênero, que se subdivide em
duas espécies:
-Erro de tipo permissivo (descriminante putativa fática): o agente erra quanto aos pressupostos fáticos da
causa de exclusão da ilicitude. Isso significa que, assim como no erro de tipo essencial, não há uma
correspondência entre a realidade e o que o agente representa e o tratamento dado é o mesmo: isenção de
pena (erro invencível) ou exclusão do dolo, punindo como crime culposo por culpa imprópria, caso previsto
(erro vencível).
Disciplinado pelo art. 20, § 1º, CP.
-Erro de proibição indireto: o agente erra quanto à existência ou limites da causa de exclusão da ilicitude.
Assim, o agente faz a correta representação da realidade, mas tem um equivocado entendimento acerca do
direito e recebe o mesmo tratamento dado ao erro de proibição direto: pode ser tratado como excludente da
culpabilidade (erro invencível) ou causa de diminuição de pena (erro vencível). Disciplinado pelo art. 21, CP.
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#NÃOCONFUNDA
ERRO SOBRE OS PRESSUPOSTOS DE FATO DE ERRO SOBRE A EXISTÊNCIA OU LIMITES DE UMA
UMA DESCRIMINANTE DESCRIMINANTE
O agente comete o crime por ter uma falsa O agente tem plena consciência da realidade, mas se
percepção da realidade (supõe estar diante de uma equivoca quanto à existência ou aos limites de uma
agressão ou de um perigo inexistente). excludente de ilicitude e comete um crime.
De acordo com a teoria limitada da culpabilidade O erro relativo à existência ou aos limites de uma
(prevalece), o erro relativo aos pressupostos de descriminante é um ERRO DE PROBIÇÃO INDIRETO (ou
fato de uma descriminante é um ERRO DE TIPO descriminante putativa por erro de proibição).
PERMISSIVO.
Art. 20, § 1º, CP. É isento de pena quem, por erro Art. 21, CP. O desconhecimento da lei é inescusável. O
plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de
situação de fato que, se existisse, tornaria a açãopena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um
legítima. Não há isenção de pena quando o erro terço.
deriva de culpa e o fato é punível como crime Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o
culposo. agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude
do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias,
ter ou atingir essa consciência.
Escusável → isenta de pena (art. 20, §1º, primeira Escusável → exclui a culpabilidade (“isenta de pena”,
parte). embora subsistam o dolo e a culpa).
Inescusável → exclui o dolo, mas permite a punição Inescusável → responde pelo crime doloso, com
por culpa (art. 20, §1º, segunda parte). redução de pena, de 1/6 a 1/3.
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