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CARD 03 | DROPS – ORAL DELTA/PF


Ciclos Método

CARD 03 – PONTO 4 DE DIREITO PENAL1

4 Teoria do tipo. 4.1 Crime doloso e crime culposo. 4.2 Crime qualificado pelo resultado e crime
preterdoloso. 4.3 Erro de tipo. 4.4 Classificação jurídica dos crimes. 4.5 Crimes comissivos e omissivos. 4.6
Crimes de dano e de perigo. 4.7 Punibilidade: causas de extinção da punibilidade. 4.8 Iter criminis. 4.9
Consumação e tentativa. 4.10 Desistência voluntária e arrependimento eficaz. 4.11 Arrependimento
posterior. 4.12 Crime impossível.

Direcionamento: leitura do material de base (ou FUC) + jurisprudência.

CONCEITOS DE CRIME:

O Código Penal Brasileiro não fornece o conceito de infração penal, sendo construção da doutrina.
Porém, sua Lei de Introdução, adotando o Sistema Duplo de Infração Penal, aponta que a infração penal,
gênero, tem por espécies o crime (infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa), e a contravenção (infração penal
a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou
cumulativamente).

Doutrinariamente, tem-se o conceito material: crime é todo comportamento humano que lesa ou
expõe a perigo de lesão bens jurídicos tutelados pelo Direito Penal; conceito formal: crime corresponde à
violação da lei penal, em outras palavras, corresponde à relação de subsunção ou de concreção entre o fato e
a norma penal incriminadora; conceito analítico: se se adotar a concepção bipartida (minoritária), crime é fato
típico e antijurídico; já se for adotada a concepção tripartida (majoritária), crime é fato típico, antijurídico e
culpável.

Ao conceito analítico de crime, se relacionam os sistemas ou teorias da ação humana, quais sejam,
sistema causalista (ou naturalista/clássico), sistema neokantista (causal valorativo), e sistema finalista. E a
partir de 1970 surge o sistema funcional (busca compreender a função do Direito Penal na sociedade).

CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME


FATO TÍPICO ANTIJURIDICIDADE (ILICITUDE) CULPABILIDADE
- Excludentes gerais (art. 23 do
CP): - Imputabilidade;
a. Estado de necessidade *Inimputabilidade e semi-
b. Legítima defesa imputabilidade
c. Estrito cumprimento do dever
- Conduta
legal - Potencial consciência da ilicitude;
- Resultado naturalístico
d. Exercício regular do direito *Erro de proibição
- Nexo causal
- Tipicidade (formal + material)
- Excludentes específicas: - Exigibilidade de conduta diversa
*Tipicidade conglobante
a. Art. 128 do CP (art. 22 do CP):
b. Art. 37 da Lei 9.605/98 *Coação moral irresistível
c. Outras * Estrita obediência a ordem
hierárquica
- Excludente supralegal:

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OBS: os julgados utilizados no material foram retirados do Buscador Dizer o Direito.

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a. Consentimento do ofendido

- EVOLUÇÃO DO CONCEITO ANALÍTICO DE DELITO:2

CONCEITO CLÁSSICO DE DELITO (POSITIVISMO JURÍDICO)


SISTEMA CLÁSSICO
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
✓ Conduta: movimento
✓ Imputabilidade
corporal voluntário;
✓ Relação de contrariedade ✓ Dolo normativo ou culpa -
✓ Resultado naturalístico;
entre o fato e o direito inclui a consciência atual da
✓ Relação de causalidade;
ilicitude
✓ Tipicidade.

CAUSALISMO
CRIME É ato voluntário contrário ao direito, culpável e sancionado com uma pena
ESTRUTURA DO
Fato típico + Antijuridicidade + Culpabilidade
CRIME
A ação integra o fato típico e é definida como movimento corporal voluntário que
FATO TÍPICO causa modificação no mundo exterior. É elemento objetivo, não admitindo qualquer
valoração
Elemento objetivo. É a conduta típica sobre a qual não incide nenhuma causa de
ANTIJURIDICIDADE
justificação (valoração objetiva de um fato natural)
Elemento subjetivo. Constituída por dolo e culpa (suas espécies), além da
CULPABILIDADE
imputabilidade (culpabilidade psicológica – valoração psicológica do autor do fato)
Desconsidera que toda ação humana é dirigida a uma finalidade; não explica de
CRÍTICAS maneira adequada os crimes omissivos, formais e de mera conduta; desconsidera os
elementos normativos e os elementos subjetivos do tipo

CONCEITO NEOCLÁSSICO (NEOKANTISTA)


SISTEMA NEOCLÁSSICO/ NEOKANTISMO
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
✓ Imputabilidade
✓ Conduta (teoria causalista);
✓ Relação de contrariedade Dolo/culpa (inclui a
✓ Resultado naturalístico;
entre o fato e o direito consciência atual da ilicitude)
✓ Relação de causalidade;
✓ Exigibilidade de conduta
✓ Tipicidade.
diversa

Sistema Neokanstista ou Neoclássico ou Causal Valorativo: Este sistema também é tripartite, considerando o
crime como fato típico, antijurídico e culpável. Tem base causalista, mas desta se distancia por: aceitar
elementos valorativos (denominados elementos normativos, que dependem de um juízo de valor por parte do
intérprete); por definir conduta humana não mais como “ação”, mas como “comportamento”, que engloba
ação e omissão; e por considerar dolo e culpa como “elementos da culpabilidade” e não como “espécies da
culpabilidade”. A culpabilidade, então, passa a ser entendida como juízo de reprovabilidade, composta por
elementos normativos e psicológicos (Teoria Psicológico Normativa da Culpabilidade). Há de se ressaltar,
também, que o dolo aqui é o DOLO NORMATIVO (composto por consciência da conduta, vontade de realizá-
la, e consciência da sua ilicitude).

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Quadros retirados do livro “CUNHA, Rogério Sanches. MANUAL DE DIREITO PENAL – VOLUME ÚNICO”.

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NEOKANTISMO
CRIME Adota o conceito de delito do naturalismo, agregando ao tipo dados valorativos.
ESTRUTURA DO
Fato típico + antijuridicidade + culpabilidade
CRIME
Ao invés de ação, prefere-se comportamento (abrangendo omissão), não mais neutra,
FATO TÍPICO
expressando uma valoração negativa da lei.
ANTIJURIDICIDADE Deixa de ser puramente formal, exigindo danosidade social (antijuridicidade material)
Deixa de ser psicológica e passa a ser psicológica-normativa (dela faz parte a
CULPABILIDADE exigibilidade de conduta adversa).
Passa a ser também juízo de censura.
Partindo de conceitos naturalistas, ficou contraditória quando reconheceu elementos
CRÍTICAS
normativos e subjetivos no tipo.

CONCEITO FINALISTA DE DELITO (WELZEL)


SISTEMA FINALISTA
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE
✓ Conduta - dolo e culpa (o dolo
✓ Imputabilidade
é natural, pois não contém a
✓ Relação de contrariedade ✓ Potencial consciência da
consciência da ilicitude);
entre o fato e o direito ilicitude
Resultado naturalístico;
✓ Exigibilidade de conduta
✓ Relação de causalidade;
diversa
✓ Tipicidade.

Sistema Finalista: Hans Welzel. É o sistema adotado pelo Código Penal Brasileiro. Nasceu tripartite, sendo o
crime fato típico, ilícito e culpável. Aqui, a conduta é o comportamento humano voluntário e consciente
dirigido a uma finalidade qualquer. Entendeu-se como indissociável do agir humano a intenção do agente.
Assim, dolo e culpa migram da culpabilidade para o fato típico. Ou seja, a culpabilidade passou a ser
completamente normativa, sem nenhum juízo de valor (Teoria Normativa da Culpabilidade). Além disso, o dolo
(que antes era o dolo normativo ou dolus malus, integrado pela atual consciência da ilicitude, mais vontade e
consciência da conduta) migra para o fato típico como DOLO NATURAL (formado por um elemento cognitivo
ou intelectivo: consciência da conduta, resultado e nexo causal, e um elemento volitivo: vontade de praticar a
conduta e produzir o resultado). Restou na culpabilidade a consciência da ilicitude, que agora não é mais
ATUAL, mas meramente POTENCIAL. Por fim, a principal crítica dirigida a este sistema é o demasiado foco no
desvalor da conduta, se esquecendo, por assim dizer, do desvalor do resultado.

FINALISMO
É o comportamento humano voluntário dirigido a uma finalidade, antijurídico e
CRIME
reprovável.
ESTRUTURA DO
Fato típico + antijuridicidade + culpabilidade
CRIME
A ação deixa de ser concebida como mero processo causal (mero movimento corporal,
FATO TÍPICO cego) para ser enfocada como exercício de uma atividade finalista (exercício vidente).
O dolo e a culpa migram da culpabilidade para o fato típico.
Contrariedade do fato a todo o ordenamento jurídico (desvalor da conduta – análise
ANTIJURIDICIDADE
subjetiva)
CULPABILIDADE Passa a ser normativa pura, acrescida de potencial consciência da ilicitude
A finalidade não explica os crimes culposos (sendo frágil também nos crimes
CRÍTICAS omissivos); a teoria se centralizou no desvalor da conduta, ignorando o desvalor do
resultado.

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TEORIA SOCIAL DA AÇÃO


TEORIA SOCIAL DA AÇÃO
É o comportamento humano voluntário dirigido a uma finalidade socialmente
CRIME
reprovável, antijurídico e reprovável
ESTRUTURA DO
Fato típico + antijuridicidade + culpabilidade
CRIME
Adota-se a estrutura do finalismo, mas acrescenta-se a noção da relevância social da
FATO TÍPICO
ação
Contrariedade do fato a todo o ordenamento jurídico (desvalor da conduta – análise
ANTIJURIDICIDADE
subjetiva)
CULPABILIDADE Se identifica com a estrutura do finalismo, mas inclui nova análise do dolo e culpa
CRÍTICAS Vagueza do conceito de “relevância social”

FUNCIONALISMO
FUNCIONALISMO
Conduta aparece como comportamento humano voluntário, causador de relevante e
MODERADO
intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado pela norma penal
(ROXIN)
FUNCIONALISMO Conduta é comportamento humano voluntário causador de um resultado evitável,
RADICAL (JAKOBS) violador do sistema, frustrando as expectativas normativas

Funcionalismo: busca explicar as funções do direito penal e não apenas conceituar o crime em si.

• Funcionalismo moderado/teleológico/dualista: de CLAUS ROXIN. A função do direito penal é tutelar


os bens jurídicos mais importantes. Verifica a necessidade de pena (delitos de bagatela). Intervenção
mínima e ofensividade. Prevenção especial e geral positiva. Importância da política criminal. Noção de
responsabilidade penal.

• Funcionalismo Radical/sistêmico/monista (GUNTHER JAKOBS): Função do direito penal é tutelar as


normas em vigor. A conduta é um comportamento violador do sistema (baseado nas teorias do sistema
de Niklas Luhmman). Baseado nas premissas do “contrato social” de Rousseau/Hobbes/Locke. A
quebra do pacto social gera adoção de medidas extremas.

 Obra “Direito penal do inimigo” (2003): redução das garantias e celeridade do processo, tipos penais
abertos, penas altas e desproporcionais, punição pelo que é e não pelo que fez, relacionado à 3ª
velocidade do direito penal, periculosidade do indivíduo (direito penal prospectivo). É destinado
àquele que frustra de modo continuo as mínimas expectativas normativas.

• Funcionalismo Redutor ou Contencionista (Zaffaroni): menos estado de polícia x mais estado de


direito. Reduzir a atuação do legislador punitivo;

• Funcionalismo do Controle Social (Winfried Hassamer): defende um direito penal mínimo. Condutas
violadoras de bem difusos não devem ser objeto do direito penal, mas do que ele chama de um direito
de intervenção que se encontra entre o direito penal e o direito administrativo. Defende a adoção de
garantias processuais e criação de política criminal.

FATO TÍPICO (TIPICIDADE EM SENTIDO AMPLO):


• Conduta
• Resultado

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• Nexo Causal
• Tipicidade Formal e Material (conglobante)

DOLO:
• DOLO DIRETO: é querer o resultado.
• É regido pela Teoria da Vontade: somente existe o dolo direto quando o agente quer praticar aquela
conduta.

Art. 18 - Diz-se o crime:


Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

• DOLO DIRETO é dividido em:


▪ Dolo Direto de 1º Grau - vontade de realizar o objetivo principal da conduta.
▪ Dolo Direto de 2º Grau - Dolo em qualquer outro resultado necessário para alcançar o
resultado principal. Ex.: O indivíduo deseja matar seu inimigo e coloca uma bomba no avião.
O objetivo principal da conduta (dolo de 1º grau) é a morte do inimigo, mas o agente sabe que
o meio escolhido, necessariamente irá causar a morte de outras (dolo de 2º grau).

• Dolo Eventual: regido pela Teoria do Consentimento (Teoria do Assentimento). Ocorre quando o
agente prevê o resultado como consequência da conduta que irá realizar e, embora não queira esse
resultado, aceita causá-lo.

Obs.: DOLO DIRETO DE 2º GRAU X DOLO EVENTUAL:


▪ - Dolo Direto de 2º Grau - certeza que irá causar outros resultados secundários.
▪ - Dolo Eventual- assumir o risco da ocorrência do resultado. Assumir o risco = dúvida.

CULPA (art. 18, II CP):

Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime,
senão quando o pratica dolosamente.

Culpa: inobservância de um dever objetivo de cuidado, quando era previsível causar um resultado.

Elementos da Culpa: PREVISIBILIDADE + INOBSERVÂNCIA DO DEVER OBJETIVO DE CUIDADO

OBS: Existe discussão na Doutrina acerca se a Previsibilidade na Culpa deve ser Objetiva ou Subjetiva:

▪ Previsibilidade Objetiva: considera-se o homem médio.


▪ Previsibilidade Subjetiva: considera-se o indivíduo específico que praticou a conduta. É a que vamos
defender!

Sem previsibilidade NÃO há crime culposo! A conduta será atípica!

Obs.: Previsão X Previsibilidade:

▪ Previsão: a visualização prévia e efetiva do resultado.


▪ Previsibilidade: possibilidade de prever o resultado.

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ESPÉCIES DE CULPA:
▪ CULPA CONSCIENTE: quando o agente prevê o resultado como possível e mesmo assim pratica a
conduta, mas não aceita o resultado (acredita que é capaz de praticar a conduta sem causar o
resultado).
▪ CULPA INCONSCIENTE: embora o resultado fosse previsível, o agente NÃO prevê o resultado como
possível. Culpa SEM previsão.

OBS: DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE:


▪ Dolo Eventual: o agente prevê o resultado, pratica a conduta e ACEITA o resultado.
▪ Culpa Consciente: o agente prevê o resultado, pratica a conduta, mas NÃO aceita o resultado, pois
acredita que com sua habilidade será capaz de evitar que ele ocorra.

RESULTADO NATURALÍSTICO: é a modificação real/fática produzida no bem jurídico tutelado como


consequência da conduta.
#OBS: Todo crime terá resultado jurídico/normativo (lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado), mas
nem todo crime terá resultado naturalístico!

CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES DE ACORDO COM O RESULTADO:

• CRIME MATERIAL - o tipo penal descreve uma conduta capaz de causar resultado naturalístico (fático)
no bem jurídico. Este resultado é exigido para a consumação do crime.
• CRIME FORMAL - o tipo penal descreve uma conduta capaz de causar resultado no bem jurídico
tutelado, porém esse resultado NÃO é exigido para a consumação. O crime se consuma com a própria
conduta. Crimes de consumação antecipada- ainda que o resultado não aconteça, o crime já se
consumou.
• CRIME DE MERA CONDUTA - crimes em que o tipo penal descreve apenas a conduta, que não causa
nenhuma modificação fática (resultado naturalístico) no bem jurídico tutelado. O crime se consuma
com a própria conduta. Possuem resultado jurídico (normativo) e não naturalístico. Os Crimes de Mera
Conduta geralmente tutelam direitos imateriais.

TEORIAS DA CONDUTA:

• Teoria Causalista, Naturalista clássica (Liszt e Beling): conduta é mera enervação muscular, sem
finalidade, é um movimento corporal (ação) voluntário que produz uma modificação no mundo
exterior perceptível pelos sentidos.
• Teoria Neoclássica, Neokantista, Causal-valorativa (Mezger, Frank etc.): Mezger identificou, em
1915, alguns tipos penais que exigiam expressamente a finalidade do agente, quebrando o dogma de
que a vontade e a finalidade situam-se na culpabilidade. Conduta é um movimento corporal (ação ou
omissão) voluntário que produz uma modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. O
dolo e a culpa permanecem na culpabilidade, mas o fato típico passa a ter elementos valorativos, é
típico o fato negativamente valorado pelo legislador.
• Teoria Finalista: Conduta é um comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um
determinado fim. Por essa teoria, o dolo e a causa compõe o elemento “conduta”.
• Teoria cibernética da ação (Welzel): Foi criada para explicar o elemento vontade nos crimes culposos.
Afirmava Welzel que a vontade estava no resultado e não na conduta.
• Teoria significativa da ação (Vivés Anton): Valoriza o significado da ação em um contexto social em
detrimento da vontade do agente.

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• Teoria da manifestação da personalidade ou Personalista da ação (Roxin): A ação ou omissão


voluntaria e consciente capaz de evidenciar uma autentica manifestação da personalidade, ou seja,
explicitar a esfera anímico-espiritual do ser humano.
• Teoria da evitabilidade individual (Jakobs): É a ação voluntaria e consciente capaz de evitar um
resultado, desde que lhe seja juridicamente exigível que assim o faça.
• Teoria Social da Ação (Wessels): Conduta é um comportamento humano voluntário dirigido a um fim
socialmente reprovável.

CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA

- Caso fortuito (homem) ou força maior (natureza)


- Atos ou movimentos reflexos. Não se confundem com as ações em curto circuito que são explosões
emocionais repentinas (há conduta e crime, em regra).
- Coação Física Irresistível (se for resistível, é atenuante)
- Sonambulismo e Hipnose

#OBS: Não há crime sem conduta, pois o Direito Penal do fato não aceita os crimes de mera suspeita, isto é,
aqueles em que o agente não é punido por sua conduta, mas sim pela suspeita despertada pelo seu modo de
agir.

TEORIAS DO NEXO DE CAUSALIDADE:

• Equivalência dos antecedentes (“conditio sine qua non” ou processo hipotético de eliminação): causa
é todo e qualquer acontecimento provocado pelo agente, sem o qual o resultado não teria ocorrido
como e quando ocorreu. É a regra geral do art. 13, caput, CP.
• Causalidade adequada: causa é todo e qualquer comportamento humano eficaz para produzir o
resultado. Juízo estatístico. Identificada pelas regras da experiência. Acolhida pelo CP no caso de
concausa relativamente independente que, por si só, poderia causar o resultado. Aplica-se o art. 13,
§1º, do CP.
• Teoria da imputação objetiva: insere elementos normativos na causalidade, limitando a imputação de
uma conduta criminosa. Pela teoria da equivalência dos antecedentes, analisando-se apenas a
causalidade objetiva, pode ocorrer o regresso ao infinito. Portanto, faz-se necessário também analisar
a causalidade psíquica (dolo e culpa). Com a imputação objetiva, além da causalidade objetiva, analisa-
se a causalidade normativa para atribuir a prática criminosa a alguém. Deve-se imputar o delito àquele
que cria (ou aumenta) um risco juridicamente proibido, desde que o resultado produzido esteja dentro
do alcance do tipo penal. Sendo assim, não havendo causalidade normativa, prescinde-se da análise
de dolo e culpa.

CAUSAS DE EXCLUSÃO DO NEXO CAUSAL NA IMPUTAÇÃO OBJETIVA:

Da existência do Risco:
- Risco juridicamente irrelevante (ação não gera uma possibilidade real de dano de acordo com a
prognose póstuma)
- Diminuição do risco (quem convence ladrão a furtar 100 em vez de 1000)
- Do risco proibido:
- Risco permitido (princípio da confiança)
- Comportamento exclusivo da vítima
- Contribuições socialmente neutras (padeiro vende pão ao autor sabendo de que este o usará para
envenenar alguém)
- Comportamentos socialmente adequados

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- Proibição do Regresso (esquece a arma que é encontrada por alguém e utilizada posteriormente em
um crime de homicídio)
- Do risco realizado no resultado
- Lesão ou curso causal sem relação com o risco proibido
- Danos tardios
- Ações perigosas de salvamento
- Comportamento indevido posterior de um terceiro (vítima de lesões que, necessitando de uma
cirurgia, vem a falecer em razão de erro médico grosseiro).

#OLHAOTERMO: Prognose póstuma objetiva - Para saber se um risco foi criado, o juiz realiza um juízo ex ante
(prognose), levando em conta os dados conhecidos por um homem prudente (objetiva). É póstuma, pois é
realizada após a prática do fato pelo juiz. A doutrina cita o exemplo do sobrinho que envia o tio numa viagem
de avião com a intenção que ocorra um desastre aéreo. Essa conduta não cria uma possibilidade de dano.
Diferente seria se o sobrinho tivesse um conhecimento especial de que havia um terrorista no avião.

CONCAUSAS: é a convergência de uma causa externa à conduta do agente, que influi na produção do resultado
naturalístico por ele desejado. Essas concausas se dividem em dependentes e independentes:
a) Concausa dependente é aquela que depende da conduta do agente para produzir o resultado. Nas
concausas dependentes, o agente responde pelo crime, se insere no curso normal do desenvolvimento
causal.
b) Concausa independente é aquela idônea a produzir, por si só, o resultado. Essas concausas se
subdividem em absolutas e relativas. Foge da linha normal de desdobramento da conduta.
b.1. A concausa independente absoluta é aquela que é capaz de produzir por si só o resultado e não se
origina da conduta do agente. É também chamada de causalidade antecipadora. Elas podem ser:
preexistentes, simultâneas ou supervenientes.
i. Concausas preexistentes absolutamente independentes: são aquelas que ocorrem antes da
conduta do agente. Exemplo: o sujeito atira no seu desafeto para matá-lo. A vítima morre, mas não
em razão do tiro. Ela morre em razão do veneno que havia ingerido, anteriormente.
ii. Concausas simultâneas absolutamente independentes: são aquelas que ocorrem
concomitantemente à conduta do agente. Exemplo: o sujeito atira para matar o desafeto. No mesmo
instante que o projétil atinge o peito da vítima, ela é atingida por um raio, que ocasiona a sua morte.
iii. Concausas supervenientes absolutamente independentes: são aquelas que ocorrem após a
conduta do agente. Exemplo: um sujeito, que está em um barco maior, atira em seu desafeto, que
está em um barco menor. Este morre. Todavia, sua morte não decorreu do tiro, mas de uma
tempestade, que afundou o barquinho.

Nesses três casos, o agente responderá, tão somente, pela tentativa de homicídio, e não pelo homicídio
consumado. Isto porque as concausas absolutamente independentes rompem o nexo causal, de modo que o
agente não responde pelo resultado produzido, mas, somente, pelos atos praticados.

As concausas absolutamente independentes têm esse tratamento devido à aplicação da teoria da equivalência
dos antecedentes, consagrada no art. 13, caput, do CP.

b.2. Noutro pórtico, têm-se as concausas independentes relativas, que são aquelas que são capazes de
produzir por si sós o resultado e têm origem na conduta do agente. Não existiriam sem a atuação
criminosa. Elas podem ser: preexistentes, simultâneas ou supervenientes.
i. Concausas preexistentes relativamente independentes: são aquelas que ocorrem antes da
conduta do agente. Exemplo: sujeito dá um tipo para atingir a cabeça de outro. Contudo, o tiro atinge
a perna, e, mesmo assim, o sujeito morre, já que era hemofílico. Importante ficar claro que, em
homenagem à responsabilidade subjetiva, o agente já tinha conhecimento prévio da hemofilia.

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ii. Concausas simultâneas relativamente independentes: são aquelas que ocorrem


concomitantemente à conduta do agente. Exemplo: o sujeito, em um dia de forte frio, atira em outro
querendo mata-lo. A vítima, ferida no joelho, pelo disparo, morre, em razão do forte frio.

Nestes dois exemplos, o agente responderá pelo homicídio consumado. Isto porque, as concausas
preexistentes e simultâneas relativamente independentes não rompem o nexo causal, de maneira que o
agente responde pelo resultado produzido. Se retirar a ação do autor o crime não ocorreria.
O acima afirmado o observado devido à aplicação da teoria da equivalência dos antecedentes, prevista no art.
13, caput, do CP.

iii. Concausas supervenientes relativamente independentes: indiretamente, o Código Penal leva ao


entendimento de que existem as que não produzem, por si sós, o resultado (art. 13, caput, do CP), e
aquelas que produzem, por si sós, o resultado (art. 13, §1º, do CP).

Na primeira hipótese, é possível visualizar os exemplos do erro médico e da infecção hospitalar. Nesses casos,
o agente responde pelo crime consumado, porque a eles é aplicada a teoria da equivalência dos antecedentes.
As concausas supervenientes relativamente independentes que não produzem os resultados por si sós não
rompem com o nexo causal.

Na segunda hipótese, os grandes exemplos são os da ambulância e do incêndio no hospital. Nesses casos, o
agente responde pelo crime tentado, já que àqueles é aplicada a teoria da causalidade adequada (exceção).
As concausas supervenientes relativamente independentes que produzem os resultados por si sós rompem o
nexo causal.

TEORIAS DA TIPICIDADE:

• INDEPENDÊNCIA (BELING): não há ligação do fato típico com a ilicitude e com a culpabilidade. O tipo
descreve apenas o acontecimento objetivo, sem qualquer valoração. TIPO AVALORADO, ACROMÁTICO
– tipo sem juízo de valor, independente da ilicitude;
• CARÁTER INDICIÁRIO/"RATIO COGNOSCENDI" (MAYER): ocorrendo o fato típico há um indício de
ilicitude, que poderá ser afastada se ocorrer alguma de suas excludentes (legítima defesa, estado de
necessidade etc.) É a concepção adotada pelo nosso Código Penal. Introdução de elementos
valorativos no tipo. Causa inversão do ônus da prova quanto às causas de excludente da ilicitude.
• ESSÊNCIA/"RATIO ESSENDI"/IDENTIDADE (MEZGER): todas as condutas típicas são ilícitas. Tipicidade
e ilicitude não são institutos distintos. Tipo penal é transformado em tipo injusto.
• Teoria dos elementos negativos do tipo (ilicitude sem autonomia): tipo total do injusto - partindo da
mesma premissa da teoria da "ratio essendi"', todas as condutas típicas são ilícitas. No entanto, para
essa teoria, as causas de exclusão da ilicitude integram a tipicidade. Assim, para um fato ser típico, não
deve estar presente nenhuma causa de exclusão da ilicitude. Ex.: se o agente mata alguém em legítima
defesa não haveria sequer a tipicidade. Crime é tipo total do injusto + culpabilidade.
• Teoria da tipicidade conglobante (Zaffaroni): tipicidade legal + antinormatividade.

#SELIGANOSTERMOS: O tipo normal é constituído apenas por elementos de ordem objetiva. O tipo anormal,
por sua vez, é constituído por elementos subjetivos e/ou normativos. Tipo penal incompleto: o instituto da
tentativa também é conhecido como crime imperfeito, conatus, tipo manco, truncado, carente ou imperfeito.
Tipo incongruente: os tipos penais que descrevem crimes formais são chamados de incongruentes, “uma vez
que neles há um descompasso entre a finalidade pretendida pelo agente (quer receber o resgate) e a exigência
típica (o tipo se contenta com a mera realização do sequestro com essa finalidade).”.

“ITER CRIMINIS”:

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FASES DO CRIME:

1) Fase interna: Cogitação – o agente apenas imagina. A simples cogitação não é punida, pois não há ofensa
ao bem jurídico (DIREITO À PERVERSÃO #SELIGANOSINÔNIMO). Punir a cogitação significaria vulneração ao
princípio da lesividade e ao princípio da alteridade.

2) Fase externa:

• Preparação: o agente pratica atos imprescindíveis à execução do crime, mas ainda não se iniciou a
agressão ao bem jurídico. Também são impuníveis. Exceção: Legislador tipifica atos preparatórios
como crimes autônomos. Ex: Petrechos para falsificação de moeda (#SELIGANANOMENCLATURA:
Crimes obstáculo).
• Execução: o bem jurídico começa a ser atacado: nessa fase o agente inicia a realização do núcleo do
tipo. O fato somente passa a ser punido com o início da execução. Isto porque, se iniciada a execução,
pode ocorrer: consumação (art. 14, I); uma tentativa de crime, caso não haja consumação por
circunstâncias alheias à vontade do agente (art. 14, II); a desistência voluntária ou o arrependimento
eficaz, caso não ocorra a consumação por ato voluntário do agente (art. 15).
• Consumação: todos os elementos que se encontram descritos no tipo penal foram realizados.

TEORIAS SOBRE A PASSAGEM DOS ATOS PREPARATÓRIOS PARA OS ATOS EXECUTÓRIOS

I. TEORIA SUBJETIVA: não existe tal passagem, pois o importante é a vontade criminosa, que está presente, de
maneira nítida, tanto na preparação quanto na execução do crime. Ambas trazem punição ao agente. Não faz
distinção entre atos preparatórios e executórios. NÃO É APLICADA NO BRASIL.

II. TEORIAS OBJETIVAS: São teorias objetivas:

• Teoria objetivo-material: afirma que atos executórios não são apenas os que realizam o núcleo do
tipo ou atacam o bem jurídico, mas também aqueles imediatamente anteriores ao início da ação
típica, valendo-se o juiz do critério do terceiro observador, para ter certeza da punição. NÃO É
APLICADA NO BRASIL .

• Teoria objetiva-formal: haverá início da execução quando for praticado o verbo nuclear do tipo.
TEORIA QUE PREVALECE NO BRASIL. ESSA TEORIA DÁ MAIS SEGURANÇA JURÍDICA. O princípio da
reserva legal ensina que só constitui crime o fato expressamente previsto em lei, logo, somente se
caracterizará o início da execução o ato idôneo e inequívoco para a consumação do delito, ou seja,
o verbo do tipo (o sujeito tem de começar a matar, a subtrair, a constranger...).

• Teoria da hostilidade ao bem jurídico: só haverá início da execução quando o bem jurídico for
ofendido ou exposto a perigo concreto. Sustenta serem atos executórios apenas os idôneos e
unívocos para atingir o resultado típico. NÃO É APLICADA NO BRASIL.

• Teoria objetiva-individual: haverá início da execução com a prática do verbo nuclear do tipo e de ato
imediatamente anterior a ele, segundo o critério subjetivo e individual do agente (tem a ver com o
dolo do agente). Defende que os atos executórios não são apenas os que dão início a ação típica,
atacando o bem jurídico, mas também os praticados imediatamente antes, desde que se tenha prova
do plano concreto do autor. ADOTADA EM ALGUNS JULGADOS PELO STJ. ESSA TEORIA SE APROXIMA
MAIS DO FINALISMO.

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Ciclos Método

#COMOPODESERCOBRADO
Candidato, quais são as fases do crime? Discorra sobre elas.

CRIME CONSUMADO:

Nos termos do art. 14, I, do Código Penal, diz-se o crime consumado quando nele se reúnem todos os
elementos de sua definição legal. No que tange ao momento da consumação, em relação à natureza do crime,
tem-se:

• Crimes Materiais ou Causais: são aqueles em que o tipo penal aloja em seu interior uma conduta e um
resultado naturalístico, sendo a ocorrência deste último necessária para a consumação. Consuma-se com o
resultado.
• Crimes formais, de consumação antecipada ou de resultado cortado (#SELIGANOSSINÔNIMOS): são aqueles
nos quais o tipo penal contém em seu bojo uma conduta e um resultado naturalístico, mas este último é
desnecessário para a consumação. Consumação com a prática da conduta, independentemente do resultado.
• Crimes de mera conduta ou de simples atividade: são aqueles em que o tipo penal se limita a descrever uma
conduta, ou seja, não contém resultado naturalístico, razão pela qual ele jamais poderá ser verificado. É o caso
do ato obsceno (CP, art. 233), por exemplo. Consuma-se com a conduta.
• Crimes de perigo: Se consumam com a exposição do bem a perigo de dano.
• Crimes permanentes: a consumação se protrai no tempo até que o agente cesse sua conduta.
• Crimes qualificados pelo resultado: Se consumam com a produção do resultado agravador.

a) crime doloso qualificado pelo resultado culposo (preterdoloso);


b) crime doloso qualificado pelo resultado doloso (ex.: latrocínio. O latrocínio pode ser preterdoloso, caso
o homicídio seja culposo);
c) crime culposo qualificado pelo resultado culposo (ex.: incêndio culposo qualificado pela morte culposa
– art. 258, parte final, do CP);
d) crime culposo qualificado pelo resultado doloso (ex.: homicídio culposo qualificado pela omissão de
socorro dolosa).

• Crime Omissivo Próprio: Se consumam no momento que o agente deixa de realizar a conduta devida.
• Crime omissivo impróprio (comissivo por omissão): se consumam com a produção do resultado
naturalístico.

CRIME TENTADO

(Art. 14, II, CP) Diz-se o crime tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias
à vontade do agente. Os elementos objetivos (tipo objetivo) se realizam parcialmente, embora se realizem
completamente os elementos subjetivos (tipo subjetivo).

#SELIGA: Trata-se de norma de extensão temporal (adequação típica por subordinação indireta/mediata) e
causa de diminuição de pena (1/3 a 2/3).

INFRAÇÕES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA (#MACETE: CHOUP CULPOSO)

✓ Não se admite a tentativa por expressa previsão legal (art. 4º, LCP). Não é
CONTRAVENÇÃO PENAL
que faticamente não exista, mas que juridicamente não interessa.
✓ O crime habitual não admite a tentativa porque, ou existe a reiteração de
CRIME HABITUAL
atos e o delito está consumado, ou há um só ato e o fato é atípico.

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Ciclos Método

✓ A tentativa é incompatível com o crime omissivo próprio porque basta a


CRIMES OMISSIVOS
omissão para a configuração do crime, não havendo espaço para a
PRÓPRIOS
tentativa. O tipo penal não exige resultado naturalístico.
✓ Nos crimes unisubsistentes, a execução não admite fracionamento.
CRIME Exemplos: I) delito omissivo puro; e II) delito de mera conduta (cuidado,
UNISSUBSISTENTE pois a violação de domicílio, na modalidade “entrar”, é um crime de mera
conduta que admite a tentativa, por sua execução poder ser fracionada).
✓ Não há dolo de consumação em relação ao subsequente culposo, mas o
dolo existe no antecedente (que é doloso). Ex. lesão corporal seguida de
CRIME PRETERDOLOSO
morte. O dolo de consumação era para a lesão corporal, pois a morte não
foi visualizada como certa.
✓ O crime se consuma porque o agente não observou o dever objetivo de
cuidado e não porque havia dolo de consumação.
CRIME CULPOSO
#EXCEÇÃO: culpa imprópria (o agente quer um resultado certo, ainda que sob
descriminante putativa).

#DEOLHONANOMENCLATURA: Crime de Atentado ou Crime de Empreendimento: o tipo penal prevê a


tentativa como forma de realização do crime, ou seja, quando é prevista expressamente na descrição típica a
conduta de tentar o resultado, assim afastando a incidência do art. 14, II, do CP.

TEORIAS DA TENTATIVA

• SUBJETIVA, VOLUNTARISTA OU MONISTA: Não diferencia o crime tentado do consumado, já que leva
em conta a intenção do agente. Adotada como exceção nos crimes de atentado ou de
empreendimento.
• SINTOMÁTICA: Concentra-se na análise da periculosidade. Não se aplica (direito penal do autor).
• OBJETIVA, REALÍSTICA OU DUALISTA: Diferencia a tentativa do crime consumado. EM REGRA, É A
ADOTADA NO BRASIL. Na teoria objetiva, a tentativa possui pena reduzida!
• SUBJETIVO-OBJETIVA (TEORIA DA IMPRESSÃO): Fundamento da punição é representado pela junção
da avaliação da vontade criminosa com um princípio de risco ao bem jurídico protegido.

#COMOPODESERCOBRADO
Qual a teoria adotada pelo Código Penal quanto à punibilidade da tentativa?
Como regra, o Código Penal, em seu art. 14, II, adotou a teoria objetiva quanto à punibilidade da tentativa,
pois, malgrado semelhança subjetiva com o crime consumado, diferencia a pena aplicável ao agente doloso
de acordo com o perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Nessa perspectiva, jurisprudência do STJ adota
critério de diminuição do crime tentado de forma inversamente proporcional à aproximação do resultado
representado: quanto maior o iter criminis percorrido pelo agente, menor será a fração da causa de
diminuição. STJ. 5ª Turma. HC 226359/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/08/2016.

QUANTO AO CAMINHO PERCORRIDO DURANTE A FASE DE EXECUÇÃO:

• Tentativa imperfeita (inacabada #SELIGANOSINÔNIMO): o agente, sem esgotar o processo


executório, não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade –o agente não
pratica todos os atos da execução. #SELIGANOEXEMPLO: o agente dispara um tiro em direção à vítima
e erra o alvo. Em seguida, não consegue efetuar um segundo disparo diante da interferência de um
terceiro, que impediu o prosseguimento da execução.
• Tentativa perfeita (acabada/CRIME FALHO/DELITO FRUSTRADO #SELIGANOSSINÔNIMOS #VAICAIR):
depois de esgotar o processo executório, o agente não consegue consumar o crime por circunstâncias
alheias à sua vontade – pratica todos os atos de execução do crime. #SELIGANOEXEMPLO: o agente

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dispara seis tiros na vítima e abandona o local imaginando que consumou o delito. No entanto, a vítima
não vem a falecer.

QUANTO AO OBJETO MATERIAL:

• Tentativa incruenta (branca): o objeto material não sofre dano. #SELIGANOEXEMPLO: iniciados os
atos executórios (disparos de arma de fogo), a vítima não chega a ser atingida.
• Tentativa cruenta (vermelha): o objeto material sofre dano. #SELIGANOEXEMPLO: iniciados os atos
executórios (disparos de arma de fogo), a vítima é atingida.

#ATENÇÃO: Os crimes plurissubsistentes são aqueles que admitem fracionamento na fase de execução.
Admitem que o agente pratique vários atos para conseguir produzir o resultado. Ex.: o agente desfere várias
facadas na vítima para matá-la. Nestes crimes poderá ocorrer tanto a tentativa imperfeita quanto a perfeita.
Por outro lado, os crimes unissubsistentes se consumam com apenas um ato, não admitindo fracionamento
da execução. Nesse caso, ao praticar o ato o crime estará consumado, de sorte que, segundo predomina na
doutrina, é incompatível com a tentativa.

OUTRAS CLASSIFICAÇÕES:

• Tentativa inidônea: o crime impossível (art. 17)


• Tentativa abandonada: é a desistência voluntária e o arrependimento eficaz (art. 15)
• Tentativa qualificada: A tentativa é chamada de qualificada quando contém, em seu bojo, outro
delito, de menor gravidade, já consumado. Na desistência voluntária e no arrependimento eficaz
opera-se a exclusão da tipicidade do crime inicialmente desejado pelo agente. Resta, contudo, a
responsabilidade penal pelos atos já praticados, os quais configuram um crime autônomo e já
consumado. Daí falar-se em tentativa qualificada.
• Tentativa fracassada: O agente desiste de prosseguir na execução, não porque voluntariamente quer
que a consumação não ocorra, mas por supor que não conseguirá a consumação com os meios que
tem a sua disposição.

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ

Art. 15 do CP: O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se
produza, só responde pelos atos já praticados. Ponte de ouro – direito premial. A não-consumação é condição
de eficácia.

#SELIGA: Exige-se voluntariedade e não espontaneidade. Alguns autores fazem a diferenciação entre
interferência externa SUBJETIVA e interferência externa OBJETIVA: Dizem que, se a causa que determina a
desistência é circunstância exterior, uma influência objetiva externa que compele o agente a renunciar ao
desiderato criminoso, faz-se sensato o reconhecimento do delito tentado, pois este empecilho que impede a
consumação se trata de uma circunstância estranha ao querer. Se, iniciada a execução de um delito, seu autor
deixa de prosseguir no iter criminis para fugir, porque percebe estar sendo vigiado, indubitavelmente é a
ocorrência de fator exterior que se colocou fora da sua vontade, forçando-o a desistir (estar sendo vigiado),
de modo que a existência de tentativa do crime é indiscutível.

#OBSERVAÇÃO: A tentativa abandonada é incompatível com crimes culposos, tendo em vista que o agente
teve a vontade de iniciar a execução do delito e, posteriormente, a vontade de desistir ou evitar o resultado.
É incompatível com os crimes culposos, pois, como se trata de uma tentativa que foi abandonada, pressupõe
um resultado que o agente queria, pretendia, produzir.

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FÓRMULA DE FRANK
Desistência voluntária Tentativa
Posso prosseguir, mas não quero. Quero prosseguir, mas não posso.

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ


A fase de execução se inicia e é interrompida pelo
A fase de execução se inicia e se esgota. O agente,
próprio agente. A fase de execução planejada não após esgotar a fase de execução, pratica novo ato
se esgota. para evitar a consumação.
Compatível com a tentativa imperfeita/inacabada. Compatível com a tentativa perfeita/acabada.
Não é compatível com os crimes formais ou de mera
Não é compatível com os crimes unissubsistentes.
conduta.
São chamados de ponte de ouro ou de tentativa abandonada. O resultado não se produz pela vontade do
agente. Não se aplicam aos crimes culposos.

NATUREZA JURÍDICA DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E DO ARREPENDIMENTO EFICAZ (ou resipiscência):

• Causa de extinção da punibilidade ou de isenção de pena: Embora não prevista no art. 107 do Código
Penal, a desistência voluntária e o arrependimento eficaz retiram o ius puniendi estatal no tocante ao
crime inicialmente desejado pelo agente. É a posição de Nélson Hungria, E. Magalhães Noronha, Aníbal
Bruno e Eugenio Raúl Zaffaroni.
• Causa de exclusão da adequação típica indireta (ausência de tipicidade): PREVALECE, uma vez que a
tentativa de um crime é punida em razão da norma de extensão (art. 14, li). Na hipótese do art. 15,
essa norma de extensão está sendo afastada, de sorte que também estará afastada a tipicidade da
tentativa. Ou seja, não haverá adequação típica indireta ou mediata. A ela se filiaram José Frederico
Marques, Heleno Cláudio Fragoso, Basileu Garcia e Damásio E. de Jesus. É a posição dominante na
jurisprudência, e a mais aceita em provas e concursos públicos.
• Causa de exclusão da culpabilidade: Se o agente não produziu, voluntariamente, o resultado
inicialmente desejado, afasta-se em relação a este o juízo de reprovabilidade. Responde, entretanto,
pelo crime cometido, mais brando. Comungam desse entendimento Hans Welzel e Claus Roxin.

#ATENÇÃO: COMUNICABILIDADE - Havendo desistência voluntária ou arrependimento eficaz, caso adotada a


corrente de que se trata de hipótese de exclusão da tipicidade, o partícipe não responde pelo crime
inicialmente executado, uma vez que a sua conduta acessória, segundo a teoria da acessoriedade limitada,
somente será punida se ocorrer uma conduta típica e ilícita. Por outro lado, caso fosse adotada a corrente de
que se trata de exclusão da punibilidade, o partícipe responderia.

O instituto do arrependimento eficaz e da desistência voluntária somente são aplicáveis a delito que não tenha
sido consumado. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1549809/DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 02/02/2016.

ARREPENDIMENTO POSTERIOR

Art. 16 do CP: Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a
coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa (CASO SEJA POSTERIOR, PORÉM ATÉ A SENTENÇA, INCIDE
CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE GENÉRICA), por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois
terços.

PONTE DE PRATA – direito premial. Circunstância objetiva – estende-se aos corréus.

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ARREPENDIMENTO POSTERIOR ARREPENDIMENTO EFICAZ


Causa obrigatória de diminuição de pena Causa de exclusão da adequação típica mediata
Aplica-se apenas aos crimes sem violência ou grave
ameaça
#SELIGA: Quanto a sua aplicação nos casos de
violência imprópria, há divergência. Existe
posicionamento no sentido da possibilidade de sua
aplicação nos casos de violência imprópria (ex.:
roubo praticado contra pessoa que não possui
Aplica-se também aos crimes com violência ou
nenhuma capacidade de resistência em razão de ter
grave ameaça
sido drogada pelo agente). Por outro lado, há quem
diga que não se aplica, pois se trata de uma forma
de violência contra a pessoa.
#ATENÇÃO: Se houver a reparação do dano em
crimes cometidos com violência ou grave ameaça,
incidirá uma circunstância atenuante genérica (CP,
art. 65, III, b) e não arrependimento posterior.
Pode ser aplicado aos crimes formais ou de mera Não se aplica aos crimes formais ou de mera
conduta conduta
Não responde pelo resultado visado, mas somente
Simples causa de diminuição de pena de 1/3 a 2/3
pelos atos até então praticados
Pressupõe a produção do resultado Anterior à consumação

#COMOPODESERCOBRADO
Candidato, diferencie arrependimento eficaz e arrependimento posterior.

TEORIAS SOBRE O CRIME IMPOSSÍVEL:

• Subjetiva: analisa a intenção para restar configurada a tentativa. Equipara o crime impossível ao crime
tentado.
• Sintomática: a tentativa é aferida com base na periculosidade do agente. Seria direito penal do autor.
• Objetiva: é necessário que o bem jurídico tenha sido posto em risco. A teoria objetiva subdivide-se
em: a) Teoria objetiva pura: a ausência, absoluta ou relativa, de risco ao bem jurídico impede a
punição; b) Teoria objetiva temperada ou intermediária: a inidoneidade relativa configura crime
tentado, enquanto que a absoluta configura o crime impossível. É a teoria adotada no Brasil.

#OLHAATABELINHA:
CRIME IMPOSSÍVEL CRIME PUTATIVO
✓ O agente, embora acredite estar realizando um
fato típico, pratica um indiferente penal (crime
✓ O erro do agente recai sobre a idoneidade do
putativo por erro de proibição, crime putativo por
meio ou do objeto material.
erro de tipo e crime putativo por obra do agente
provocador).

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Trata-se da perda do direito de punir do Estado com aplicação em todos os tipos de ação penal. Há alguns
crimes que o ordenamento jurídico considera como imprescritíveis, em razão do importante bem jurídico
violado e necessariamente tutelado pelo Estado (art. 5º, XLII e XLIV, CF). São eles: Crime de racismo (Lei nº
7.716/89); crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático (Lei nº 12.850/13).

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Formas de extinção da punibilidade: (art. 107, CP) morte do agente, anistia, graça e indulto, abolitio criminis,
decadência, perempção3 (somente se aplica na ação privada), renúncia (decorre do princípio da oportunidade
da ação penal privada), perdão do ofendido (ato bilateral decorrente do princípio da disponibilidade da ação
penal privada), retratação (exemplo: calúnia, difamação e falso testemunho/falsa perícia) e perdão judicial
(independe de aceitação).

Extinção da punibilidade em caso de concurso de crimes: no caso de concurso de crimes, a extinção da


punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente (art. 119, CP).

-PRESCRIÇÃO:
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
Perda do direito de punir. Perda do direito de executar a punição já imposta.
Ocorre após o trânsito em julgado.
Ocorre antes do trânsito em julgado. Impede somente a execução da pena (os demais
Impede qualquer efeito de eventual condenação efeitos penais e extrapenais permanecem).
(penais ou extrapenais). Exemplo: impede a execução da pena, mas não
impede a reincidência.
Divide-se em quatro espécies:
a) Em abstrato (P.P.P.A) – art. 109, CP;
b) Retroativa (P.P.P.R) – art. 110, §1º, CP;
c) Superveniente (P.P.P.S) – art. 110, §1º, CP; Única forma.
d) Virtual ou antecipada ou em perspectiva
(P.P.P.V) – não tem previsão legal, sendo
rechaçada pelos Tribunais Superiores.

ESPÉCIES DE PPP
ENQUANTO NÃO TRANSITAR
Prescrição em abstrato
EM JULGADO DA SENTENÇA
Pena em abstrato
(ART. 109, CP)
Conta-se da publicação da sentença condenatória
Prescrição
APÓS O TRÂNSITO EM para trás e pressupõe trânsito em julgado para a
retroativa
JULGADO DA SENTENÇA acusação.
(ART. 110, CP) Conta-se da publicação da sentença condenatória
Prescrição
Pena em concreto para frente e pressupõe trânsito em julgado para a
superveniente
acusação.

Causas impeditivas da prescrição


Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do
crime;
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis;
e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o
tempo em que o condenado está preso por outro motivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Art. 60, CPP: leiam as hipóteses.

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Causas interruptivas da prescrição: art. 117, CP:


a) Recebimento da Denúncia ou Queixa: se a denúncia for recebida por juiz de 1º grau, interrompe-se com a
publicação do despacho que a recebeu. Se for recebida por Tribunal, aí se conta da sessão do julgamento do
recurso (Súmula 709, STF). Se proferida por juiz incompetente, não tem o condão de interromper.

Súmula 709, STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição
da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
Súmula 631, STJ: O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atinge
os efeitos secundários, penais ou extrapenais.

b) Pronúncia: conta-se da publicação da sentença de pronúncia. Se o juiz de 1º grau impronunciou e a


acusação recorreu, conta-se da sessão do julgamento que pronunciou o agente.

Súmula 191, STJ: A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
desclassificar o crime.

c) Decisão confirmatória da pronúncia: houve recurso e o Tribunal confirmou os termos da pronúncia. Conta-
se da sessão de julgamento.

d) Publicação da Sentença ou Acórdão Condenatório Recorrível: no caso da sentença, conta-se da publicação


da sentença condenatória e no caso de acórdão conta da sessão de julgamento (e não da data da veiculação
no DO ou outro meio de comunicação congênere).

Nos termos do inciso IV do artigo 117 do Código Penal, o acórdão condenatório sempre interrompe a
prescrição, inclusive quando confirmatório da sentença de 1º grau, seja mantendo, reduzindo ou
aumentando a pena anteriormente imposta. A prescrição é, como se sabe, o perecimento da pretensão
punitiva ou da pretensão executória pela inércia do próprio Estado. No art. 117 do Código Penal, que deve ser
interpretado de forma sistemática, todas as causas interruptivas da prescrição demonstram, em cada inciso,
que o Estado não está inerte. Não obstante a posição de parte da doutrina, o Código Penal não faz distinção
entre acórdão condenatório inicial e acórdão condenatório confirmatório da decisão. Não há,
sistematicamente, justificativa para tratamentos díspares. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1668298-SP, Rel.
Min. Felix Fischer, julgado em 12/05/2020 (Info 672). STF. Plenário. HC 176473/RR, Rel. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 27/04/2020. STF. 1ª Turma. RE 1195122 AgR-segundo, Rel. Min. Marco Aurélio, Red.
acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 30/11/2020.
Nos termos do inciso IV do artigo 117 do Código Penal, o acórdão condenatório sempre interrompe a
prescrição, inclusive quando confirmatório da sentença de 1º grau, seja mantendo, reduzindo ou aumentando
a pena anteriormente imposta. STF. Plenário. HC 176473/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
27/04/2020. STF. 1ª Turma. RE 1195122 AgR-segundo, Rel. Min. Marco Aurélio, Red. acórdão Min. Alexandre
de Moraes, julgado em 30/11/2020.
De acordo com o parágrafo único do art. 116 do Código Penal, “depois de passada em julgado a sentença
condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo”. Ao
interpretar o referido dispositivo legal, o STJ pacificou o entendimento de que o cumprimento de pena imposta
em outro processo, ainda que em regime aberto ou em prisão domiciliar, impede o curso da prescrição
executória. Assim, não há que se falar em fluência do prazo prescricional, o que impede o reconhecimento da
extinção de sua punibilidade. O fato de o prazo prescricional não correr durante o tempo em que o condenado
está preso por outro motivo não depende da unificação das penas. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 123523-SP,
Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 13/04/2020 (Info 670).

Causas suspensivas da prescrição:

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• Questões prejudiciais: do art. 92 e ss., CPP;


• Suspensão do processo parlamentar: art. 53, § 3º a 5º, CF;
• Suspensão condicional da pena: art. 77, CP (STJ);
• Suspensão condicional do processo: art. 88, § 6º, Lei 9.099/95;
• Réu revel citado por edital: art. 366, CPP.

Redução pela metade da PPP: a) menos de 21 anos, ao tempo do crime; b) maior de 70 anos, ao tempo da
sentença.
#OBS: O aumento do prazo prescricional pela reincidência apenas incidirá na prescrição executória!

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