Você está na página 1de 7

DIREITO PENAL – II

Prof Glauco R. Marques Moreira

Aula 3: CULPABILIDADE
1- Introdução
2- Conceito e evolução doutrinária
3- Teorias da culpabilidade
4. Elementos da culpabilidade
5. Excludentes da culpabilidade
CULPABILIDADE
Conceito analítico de crime
• Teoria clássica (ou causalista): fato típico + ilícito + culpável (concepção tripartida)
• Teoria finalista:
– Concepção tripartida: fato típico + ilícito + agente culpável.
– Concepção bipartida: fato típico + ilícito (culpabilidade = pressuposto de aplicação da pena)
Conceito de culpabilidade: culpabilidade é o juízo de censura (ou de reprovação social) que recai sobre a vontade
do autor de um fato típico e ilícito
Direito penal do resultado (Antiguidade) e direito penal do fato
Ideia de evitabilidade, previsibilidade do resultado e voluntariedade da conduta
Razão da culpabilidade
Fundamento constitucional:
• art 1º, III, CF – princípio da dignidade da pessoa humana
• Art 5º, XLV – princípio da personalidade
• Art 5º, XLVI – princípio da individualização da pena
TEORIAS DA CULPABILIDADE
• Teoria psicológica
• Teoria psiológico-normativa
• Teoria normativa pura (Teoria limitada)
TEORIA PSICOLÓGICA
Surgimento: positivismo, séc XIX (Liszt e Belling)
A imputabilidade: é a capacidade do agente de entender o caráter ilícito do fato e de se determinar (agir) de
acordo com esse entendimento
Dolo e culpa (elemento psicológico) são as espécies de culpabilidade
• o dolo é normativo: exige a consciência da ilicitude pelo agente
• Se o agente previu o resultado e o desejou= agiu dolosamente
• Se o fato era previsível e o agente não o desejou, mas deu causa, agiu culposamente
Elementos da culpabilidade para a teoria psicológica):
1. Imputabilidade
2. dolo ou culpa (elemento psicológico)
CRÍTICA: 1ª conceito de culpabilidade; 2ª a culpa inconsciente
TEORIA PSICOLÓGICA

FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE

- conduta
- imputabilidade
- resultado naturalístico
- dolo (normativo) ou
relação de causalidade culpa
tipicidade

TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA
Frank, 1907: insere o elemento valorativo na culpabilidade
– análise da reprovabilidade do ato praticado, um juízo de censura ou de reprovação
– introdução da exigibilidade de conduta diversa como elemento (normativo) da culpabilidade
– dolo e culpa são elementos da culpabilidade
Elementos da culpabilidade: teoria psicológico-normativa:
1. imputabilidade
2. elemento psicológico-normativo (dolo e culpa)
3. exigibilidade de conduta diversa
Crítica: 1. exige a consciência real da ilicitude;
2. o juízo de valoração da conduta é externo ao agente
Provérbio alemão: “ A culpabilidade não está na cabeça do réu, mas na do juiz”. “O dolo é que está na cabeça do
réu”
TEORIA NORMATIVA-PSICOLÓGICA

FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE

- conduta - imputabilidade
- resultado naturalístico - dolo (normativo) ou culpa
relação de causalidade - exigibilidade de conduta
tipicidade diversa

TEORIA NORMATIVA PURA (extrema ou estrita)


Surge com a teoria finalista da ação (Hans Welzel, 1930)
• no finalismo, a conduta é que é dolosa ou culposa
• o dolo não é elemento da culpabilidade e sim da conduta
• sai a “real consciência da ilicitude e entra a potencial consciência da ilicitude
Elementos da culpabilidade:
1. imputabilidade
2. potencial consciência da ilicitude
3. exigibilidade de conduta diversa
TEORIA NORAMTIVA-PURA

FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE

- conduta (dolosa ou culposa) - imputabilidade


- resultado naturalístico - potencial consciência da
ilicitude
- relação de causalidade
exigibilidade de conduta
- tipicidade diversa
TEORIA LIMITADA
O Código Penal brasileiro adotou a teoria limitada da culpabilidade
Ela conserva os mesmos elementos da teoria normativa pura
(1) imputabilidade
(2) potencial consciência da ilicitude
(3) exigibilidade de conduta diversa
Distinção: a diferença reside nas descriminantes putativas
• Teoria normativa pura (ou extremada): as descriminantes putativas são sempre erro de proibição
(indireto ou erro de permissão)
• Teoria limitada: as descriminantes putativas podem ser:
a) erro sobre os pressupostos de fato: é erro de tipo indireto ou erro de tipo permissivo (art 20, §1º)
b) erro sobre a ilicitude do fato: erro de proibição indireto ou erro de permissão (art 21)

Você também pode gostar