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DIREITO PENAL – TEORIA DO CRIME

Professora mestre Natália Barroca


Mestre em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE). Pós graduanda lato sensu em Moderna Educação: Metodologias,
Tendências e Foco no Aluno, pela PUC-RS. Pós graduada lato sensu em
Direito Penal e Processual Penal pela Escola Superior de Magistratura de
Pernambuco em convênio com a Faculdade Maurício de Nassau. Graduada
Natália Gonçalves Barroca
em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. Atualmente é professora
universitária na UNIFAVIP Caruaru/PE e na ESTÁCIO Recife/PE. Revisora de
conteúdos na Revista da AGU e na Revista Brasileira de Ciências Criminais.
Professora de cursos de atualização e de pós-graduação na Escola Superior
de Advocacia de Pernambuco - ESA-OAB/PE. Palestrante e escritora.
Orientadora de trabalhos de conclusão de cursos de graduação e
especialização, na área de Direito Penal, Processo Penal, Criminologia e
Direito à saúde. Membro-associada da Associação Brasileira de
Pesquisadores em Sociologia do Direito - ABraSD. Membro associada da
Associação de Linguagem e Direito - ALIDI. Membro associada da ANDHEP -
Associação Nacional de Direitos Humanos, Pesquisa e Pós-Graduação.
Membro associada do Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em
Direito - CONPEDI. Membro associada do Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais - IBCCRIM. Articulista. Atuou como Conciliadora pelo Tribunal de
Justiça de Pernambuco, no Juizado Especial Cível. Exerceu o cargo de
Secretária Parlamentar (Chefe de Gabinete) na Câmara Municipal do Recife.
Atuou como Coordenadora do Núcleo de Estudos em Direito Penal da Escola
Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil (ESA/OAB-PE).
Professora de Direito Penal da Saúde, na pós graduação lato sensu em
Direito Médico e da Saúde do Instituto dos Magistrados do Nordeste - IMN;
em Direito Processual Penal na Estácio Recife. Atuou como Colunista Endereço para acessar CV Lattes:
semanal sobre Direito da Saúde na Rádio JC News 90,3 FM. http://lattes.cnpq.br/9837159142100471
EMENTA DA DISCIPLINA

1. A ciência penal

1.1 O conceito, as funções e as fontes do direito penal


1.2 O conceito de bem jurídico e o sentido do
constitucionalismo para o saber jurídico-penal
1.3 Os princípios em espécie no direito penal desde uma
perspectiva garantista
EMENTA DA DISCIPLINA

2. TEORIA DA NORMA JURÍDICA PENAL


2.1 AS CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS NORMAS PENAIS, SUAS
ESPÉCIES, FONTES E
TÉCNICAS DE INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO
2.2 A APLICABILIDADE NO TEMPO DA LEI PENAL E OS PRINCÍPIOS
REGENTES
2.3 A APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO
EMENTA DA DISCIPLINA

3. TEORIA DO DELITO
3.1 OS CONCEITOS GERAIS DA TEORIA GERAL DO DELITO E SUAS
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS
3.2 AS CARACTERÍSTICAS DO FATO TÍPICO
3.3 A ILICITUDE E SUAS CAUSAS EXCLUDENTES
3.4 OS ELEMENTOS DA CULPABILIDADE E AS MODALIDADES DE
ERRO
EMENTA DA DISCIPLINA

4. CONTROLE SOCIAL PENAL E ESTADO DEMOCRÁTICO


DE DIREITO (CRÉDITO DIGITAL)
4.1 MISSÕES E A SELETIVIDADE DO DIREITO PENAL COM
O PODER PUNITIVO DO ESTADO
4.2 SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
4.3 LEIS PENAIS SIMBÓLICAS
Sistemática de AVALIAÇÃO

• Avaliação 1 (AV1),
• Avaliação 2 (AV2),
• Avalição Digital (AVD) e
• Avaliação 3 (AV3)
REFERÊNCIAS E
BIBLIOGRAFIA
Sites:

• CÓDIGO PENAL ONLINE:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decr
eto-lei/Del2848compilado.htm
• CONJUR: https://www.conjur.com.br/
• DIZER O DIREITO:
https://www.dizerodireito.com.br/
• JurisWay – Provas do Exame da OAB:
https://www.jurisway.org.br/provasOAB/
• Qconcursos:
https://www.qconcursos.com/
Livros (preferencialmente
edição de 2022):

ESTEFAM, André (coord.) GONÇALVES,


Victor Eduardo Rios. Direito penal
esquematizado: parte geral. 8. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2019.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.
br/#/books/9788553616343/cfi/0!/4/2
@100:0.00
Opção 03:
DIREITO PENAL ou DIREITO CRIMINAL?

DIREITO PENAL OBJETIVO vs DIREITO PENAL SUBJETIVO


DIREITO PENAL SUBSTANTIVO vs DIREITO PENAL ADJETIVO

DIREITO PENAL COMUM x DIREITO PENAL ESPECIAL


O QUE ACONTECEU?
DIREITO MATERIAL PENAL X DIREITO PROCESSUAL PENAL

O que aconteceu?
Nem tudo é crime, apesar de um resultado fatal...
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-56226292
Simbora começar nosso
assunto...
1. A CIÊNCIA PENAL
1.1 O conceito, as funções e as fontes do direito penal
1.2 O conceito de bem jurídico e o sentido do
constitucionalismo para o saber jurídico-penal
1.3 Os princípios em espécie no direito penal desde uma
perspectiva garantista
DIREITO PENAL
MATERIAL

O crime

O assassinato de Daniella Perez:


https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artig
os/559022479/o-assassinato-de-daniella-perez
*crimes materiais
VISÃO GERAL DO CONCEITO ANALÍTICO DE INFRAÇÃO PENAL
Exclusão de ilicitude Supra Legal:
Consentimento do Ofendido
Conduta

Fato Típico Fato


Nexo Causal Antijurídico
Exclusão de ilicitude Legal:
- Legítima Defesa
Resultado Culpabilidade - Estado de Necessidade
- Estrito Cumprimento do Dever
Tipicidade
Legal
Imputabilidade - Exercício Regular de Direito
Penal
Exigibilidade de conduta diversa
INFRAÇÃO
Potencial conhecimento da ilicitude do ato
PENAL praticado
FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS

Conduta
Nexo Fato Fato
Antijurídico
Causal Típico
Cuidado com
situações de
Resultad Culpabilidade
Ausência
de conduta
o
Tipicidad
e

INFRAÇÃO
PENAL
@prof.nataliabarroca
DIREITO PENAL
PROCESSUAL

O procedimento/processo

O assassinato de Daniella Perez:


https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artig
os/559022479/o-assassinato-de-daniella-perez
Serve para demonstrar e
Defesa Preliminar: condensar todas as teses de
* 11343/06 defesas e de acusação
* Crimes afiançáveis de responsab. func. púb.

Recebimento ou Alegações
rejeição da D ou QC Finais
Fase pré processual
FATO
CRIME

Citação Aud. Ins. Julg Sent.


Oferecimento da
denúncia ou queixa Resposta à Diligências
crime acusação** Saneamento
Após a RAA, pode haver a
absolv. Sumária 397 CPP
Preliminares e teses de absolvição que não sejam de mérito
**EXCEÇÕES (suspeição, impedimento, incompetência); QUESTÕES PREJUDICIAIS E PROCEDIMENTOS INCIDENTES
DIREITO PENAL E OUTRAS CIÊNCIAS
As ciências criminais integram a análise do Direito Penal, da Criminologia, da
Sociologia Criminal e da Política Criminal, vale destacar os conceitos:

CRIMINOLOGIA = ciência empírica que tem por fim o estudo do crime, do


criminoso, da vítima e do controle social, analisando o crime enquanto
fato;

POLÍTICA CRIMINAL = analisa estratégias e meios para tornar eficaz o


controle social da criminalidade, compreendendo o crime enquanto valor;

SOCIOLOGIA CRIMINAL = é o ramo da sociologia que estuda a motivação e a


continuidade do crime na sociedade;

DIREITO PENAL = analisa os fatos humanos que devem ser considerados


malquistos, atribuindo penal aos que devam ser considerados infrações
penais, instituídos em norma.
Objetos de estudo da CRIMINOLOGIA

1º Delito
2º Delinquente

Cesare Bonesana,
Marquês de Cesare Lombroso –
Beccaria (1738- 1876 – “o homem
1794) – “dos delinquente”
delitos e das Vítima Controle Social
penas”

Influência de Pietro Verri Simultaneamente idealizadas a partir das


para a escrita da obra décadas de 1940-50
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL:

FASE DA VINGANÇA PENAL:

- VINGANÇA DIVINA
- VINGANÇA PRIVADA
- VINGANÇA LIMITADA (LEI DE TALIÃO)
- VINGANÇA PÚBLICA

Recomendação de leitura: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões.
Petrópolis: Editora Vozes, 1987.
Disponível gratuitamente em :
https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/centrocultural/foucault_vigiar_punir.pdf
CAPÍTULO I
O CORPO DOS CONDENADOS
[Damiens fora condenado, a 2 de março de 1757], a pedir
perdão publicamente diante da poria principal da Igreja de
Paris [aonde devia ser] levado e acompanhado numa
carroça, nu, de camisola, carregando uma tocha de cera
acesa de duas libras; [em seguida], na dita carroça, na
praça de Greve, e sobre um patíbulo que aí será erguido,
atenazado nos mamilos, braços, coxas e barrigas das
pernas, sua mão direita segurando a faca com que cometeu
o dito parricídio, queimada com fogo de enxofre, e às partes
em que será atenazado se aplicarão chumbo derretido, óleo
fervente, piche em fogo, cera e enxofre derretidos
conjuntamente, e a seguir seu corpo será puxado e
desmembrado por quatro cavalos e seus membros e corpo
consumidos ao fogo, reduzidos a cinzas, e suas cinzas
lançadas ao vento.
VINGANÇA
PRIVADA
CONTEMPORÂNEA

Fonte: https://180graus.com/
VINGANÇA
PRIVADA
CONTEMPORÂNEA

Fonte: https://www.acritica.com/
BANALIZAÇÃO DA
VIOLÊNCIA

Acidente da Cantora da
banda Cavaleiros do
Forró
BANALIZAÇÃO DA
VIOLÊNCIA

Acidente da Cantora da
banda Cavaleiros do
Forró
PROTEÇÃO EM FACE DA NÃO REALIZAÇÃO DA AUTOTUTELA

Código Penal
Exercício arbitrário das próprias
razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas
próprias mãos, para satisfazer Fonte: correiodoestado.com.br

pretensão, embora legítima, salvo


quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a
um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há
emprego de violência, somente se
procede mediante queixa.
PROTEÇÃO EM FACE DA NÃO REALIZAÇÃO DA AUTOTUTELA

Código Penal

Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou


danificar coisa própria, que se acha
em poder de terceiro por
determinação judicial ou convenção:

Pena - detenção, de seis meses a


dois anos, e multa.
CRIME E APLICAÇÃO DA PENA

A Inquisição, foi criada pelo Papa Gregório IX, em 1233.


CRIME E APLICAÇÃO DA PENA
1794 – Influenciado por Pietro
Verri, Cesare Bonesana, o marquês
de Beccaria escreve a obra
CRIME E APLICAÇÃO DA PENA

Teoria do Sistema
Panóptico, idealizada
por Jeremy Bentham,
em 1785;
desenvolvida por
Michel Foucault, na
década de 1970.
O Presídio Modelo,
prisão construída entre
1926 e 1931 na Isla de
la Juventud, em Cuba,
abrigou o líder Fidel
Castro poucos anos
antes da Revolução
Cubana. É a única
prisão com sistema de
vigilância panóptico
que foi construída na
América Latina.
Fonte e imagem:
bbc.com
Começo da criminalidade em
massa e surgimento de novos
modelos de penitenciárias
atual Casa da Cultura Recife
ENCARCERAMENTO EM MASSA, BANALIZAÇÃO DA
VIOLÊNCIA/CRIMINALIDADE E O SISTEMA CONTEMPORÂNEO

Penitenciária Barreto Campelo. Fonte: Folha PE


ENCARCERAMENTO EM MASSA, BANALIZAÇÃO DA
VIOLÊNCIA/CRIMINALIDADE E O SISTEMA CONTEMPORÂNEO

Presídio Complexo do Curado (antigo Aníbal Bruno)


Foto: Reprodução/TV Globo
HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO/ PE

Para
cumprimento de
medida de
segurança
ESPÉCIES DE PENAS NO ORDENAMENTO JURÍDICO

PENAS PROIBIDAS: PENAS PERMITIDAS


(art. 32, CP):
Constituição da República Federativa do Brasil
Artigo 5º, inciso XLVII: não haverá penas: a) Pena Privativa de Liberdade
a) de morte, salvo em caso de guerra
Relativa
declarada (...); b) Pena restritiva de direito
b)de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados; c) Pena de Multa
absolutas
d) de banimento;
e) cruéis.
Realidade do sistema prisional brasileiro

Presídio Central de Porto Alegre/RS


Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-carcerario-no-brasil/
Realidade do sistema prisional brasileiro

Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-carcerario-no-brasil/
Realidade do sistema prisional brasileiro

Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-carcerario-no-brasil/
Realidade do sistema prisional brasileiro

Fonte: A Gazeta
Estrutura da cela pela LEP (Lei de Execuções
Penais nº 7.210/1984)
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório,
aparelho sanitário e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação
e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).

(...)
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro
urbano, à distância que não restrinja a visitação
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL POSITIVO BRASILEIRO:

• Ordenações do Reino de Portugal;


• Código Criminal do Império (1830);
• Código Penal de 1890
• Consolidação das Leis Penais, do
desembargador Vicente Piragibe,
1932;
• Código Penal de 1940 (atual), com a
grande reforma da parte geral em
1984
PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL
Princípios Gerais do Direito Penal

Para que serve um PRINCÍPIO?


Relacionados à - Princípio da exclusiva proteção
missão do DP dos bens jurídicos
- Princípio da ofensividade
- Princípio da intervenção mínima
Relacionados - Princípio da fragmentariedade
ao fato - Princípio da insignificância
- Princípio da subsidiariedade
Princípios
Relacionados
ao agente

Relacionados à
pena
Relacionados à
missão do DP

Relacionados - Princípio da exteriorização


ao fato ou materialização do fato
- Princípio da Legalidade e
Princípios
seus desdobramentos
Relacionados - Princípio da anterioridade
ao agente - Princípio da ofensividade ou
da lesividade

Relacionados à
pena
Relacionados à
missão do DP

Relacionados
ao fato - Princípio da responsabilidade
pessoal
Princípios
- Princípio da responsabilidade
Relacionados subjetiva (existência de
ao agente voluntariedade; dolo/culpa)
- Princípio da culpabilidade
- Princípio da isonomia
Relacionados à - Princípio da presunção de
pena inocência
Relacionados à
missão do DP

Relacionados - Princípio da dignidade da


ao fato pessoa humana
- Princípio da individualização
Princípios da pena (fases legislativa,
judiciária e executória)
Relacionados
- Princípio da
ao agente
proporcionalidade
- Princípio da pessoalidade
(salvo art. 5º, XLV, CRFB/88)
Relacionados à - Princípio da vedação do “bis
pena in idem”
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de
multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
PRINCÍPIOS RELACIONADOS À MISSÃO DO DIREITO PENAL
Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos

FUNÇÃO DO DIREITO PENAL:


proteger os bens jurídicos (valores ou interesses) imprescindíveis
à convivência individual e social
Princípios relacionados à missão do Direito Penal
Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos

Bem jurídico é um ente material ou imaterial haurido do contexto


social, de titularidade individual ou metaindividual reputado corno
essencial para a coexistência e o desenvolvimento do homem em
sociedade e, por isso, jurídico-penalmente protegido. Deve estar
sempre em compasso com o quadro axiológico vazado na
Constituição e com o princípio do Estado Democrático e Social de
Direito. A ideia de bem jurídico fundamenta a ilicitude material, ao
mesmo tempo em que legitima a intervenção penal legalizada. (Bem
jurídico-penal e constituição. 4ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2009, p. 44.)
Princípios relacionados à missão do Direito Penal
Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos

(...) podem-se definir os bens jurídicos como circunstâncias reais


dadas ou finalidades necessárias para uma vida segura e livre, que
garanta a todos os direitos humanos e civis de cada um na sociedade ou
para o funcionamento de um sistema estatal que se baseia nestes
objetivos (ROXIN, 2006).
Princípios relacionados à missão do Direito Penal
Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos

[bem jurídico] (...)é o bem relevante para o indivíduo ou para a


comunidade (quando comunitário não se pode perder de vista,
mesmo assim, sua individualidade, ou seja, o bem comunitário
deve ser também importante para o desenvolvimento da
individualidade da pessoa) que, quando apresenta grande
significação social, pode e deve ser protegido juridicamente. A
vida, a honra, o patrimônio, a liberdade sexual, o meio-ambiente
etc. são bens existenciais de grande relevância para o indivíduo.
(BIANCHINI; MOLINA; GOMES, 2009)
Princípios relacionados à missão do Direito Penal
Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos

bem jurídico-penal, por seu turno, compreende os bens


existenciais (pessoais) valorados positivamente pelo Direito e
protegidos dentro e nos limites de uma determinada relação
social conflitiva por uma norma penal (bem jurídico-penal = bem
existencial + valoração positiva + tutela por uma norma penal).
Sendo certo que a norma penal somente tutela o bem no contexto
de uma relação conflitiva(BIANCHINI; MOLINA; GOMES, 2009).
Princípios relacionados à missão do Direito Penal
Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos

[...] estatuiu a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de


1789, em seu art. 8º, que a lei somente deve prever as penas estrita
e evidentemente necessárias. Surgia o princípio da intervenção
mínima ou da necessidade, afirmando ser legítima a intervenção
penal apenas quando a criminalização de um fato se constitui meio
indispensável para a proteção de determinado bem ou interesse,
não podendo ser tutelado por outros ramos do ordenamento jurídico
(MASSON, 2015).
Princípios Gerais do Direito Penal

PRINCÍPIOS BASILARES
ESTRUTURANTES
Dignidade da pessoa Legalidade Culpabilidade
humana (art. 5º, XXXIX,
(Princípio/Norma/Fu
(art. 5º, LVII,
CRFB/88 e art. 1º,
ndamento CP)
CRFB/88)
Constitucional, art.
1º, III, CRFB/88)
Princípios Gerais do Direito Penal

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA


Princípios Gerais do Direito Penal
PRINCÍPIOS BASILARES
ESTRUTURANTES
Dignidade da pessoa
“Tendo suas raízes na ética, na filosofia
humana
moral, a dignidade humana é, em
(Princípio/Norma/Fu
ndamento primeiro lugar, um valor, um conceito
Constitucional, art. vinculado à moralidade, ao bem, à
1º, III, CRFB/88) conduta correta e à vida boa”
(BARROSO, 2013)
Princípios Gerais do Direito Penal
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
CRFB/88. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de
2019)
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
"(...) a dignidade da pessoa humana precede a Constituição de 1988 e esta não poderia ter
sido contrariada, em seu art. 1º, III, anteriormente a sua vigência. (...) Tem razão a
arguente ao afirmar que a dignidade não tem preço. As coisas têm preço, as pessoas têm
dignidade. A dignidade não tem preço, vale para todos quantos participam do humano.
Estamos, todavia, em perigo quando alguém se arroga o direito de tomar o que pertence à
dignidade da pessoa humana como um seu valor (valor de quem se arrogue a tanto). É
que, então, o valor do humano assume forma na substância e medida de quem o afirme e
o pretende impor na qualidade e quantidade em que o mensure. Então o valor da
dignidade da pessoa humana já não será mais valor do humano, de todos quantos
pertencem à humanidade, porém de quem o proclame conforme o seu critério particular.
Estamos então em perigo, submissos à tirania dos valores (...).
ADPF 153, voto do rel. min. Eros Grau, j. 29-4-2010, P, DJE de 6-8-2010.]"
PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL

- Princípio da Legalidade x Princípio da Reserva Legal

não há crime ou pena sem lei anterior


Princípio da Anterioridade Lei penal no tempo

Princípio da irretroatividade da lei penal mais maléfica Atenção:


Súmula STF 711
Princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica Súmula STF 611
Princípio da Intervenção Mínima

não há crime ou pena sem lei necessária


PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL

- Princípio da Legalidade x Princípio da Reserva Legal

não há crime ou pena sem lei certa


Princípio da taxatividade ou da determinação (proibição de criação de tipos
penais vagos e indeterminados)

diferente de norma penal em branco

Proibição de analogia para enseje tipo incriminador (analogia in malam


partem)
NORMA PENAL EM BRANCO
Homogênea
Ex. art. 312 peculato, CP – conceito de funcionário público para fins penais = art. 327 CP

Heterogênea
Ex. Conceito de drogas na Lei 11.343/2006 (Poder Legislativo) = Portaria 344/1998 MS (Poder
Executivo)

Revés, invertidas, ao avesso ou inversas


Falta preceito secundário
Ex. art. 158, §3º: “§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e
essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão,
de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa;
se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente”
Principais repercussões:
✓ Estado pode legislar sobre matéria penal?

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;
(...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
PRINCÍPIOS RELACIONADOS À MISSÃO DO DIREITO PENAL
Princípio da fragmentariedade;
Princípio da subsidiariedade

Princípio da INTERVENÇÃO
MÍNIMA

PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE (ou do caráter


fragmentário do Direito Penal)
Fragmentariedade às
avessas;
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
Princípio da
insignificância
✓ Princípio da Insignificância é desdobramento do Princípio da Fragmentariedade

PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE

Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA Reflete o Direito Penal como ultima ratio,


devendo intervir, primeiro, os demais ramos
do Direito
Desdobra o
princípio da PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE
insignificância
Apenas ilícitos que atentem contra valores
fundamentais terão relevância ao ramo do
Direito Penal

ATENÇÃO
Fragmentariedade às avessas: situação inicialmente típica, mas que deixa
de interessar ao Direito Penal, sem prejuízo de continuar aos demais ramos
do Direito
✓ Princípio da Insignificância
Princípio da Insignificância (requisitos/vetores STF):
• mínima ofensividade da conduta,
• nenhuma periculosidade social da ação,
• reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e
• inexpressividade da lesão jurídica provocada.

Superior Tribunal de Justiça orienta:


• observância da importância do objeto material para vítima (considerando sua condição
econômica, o valor sentimental do bem, as circunstâncias e o resultado do crime)

Quanto ao réu reincidente: doutrina e jurisprudência não Unânimes; STJ vem entendendo
pela aplicação quando o princípio for “socialmente recomendável” no caso concreto
✓ CUIDADO: abolitio criminis X Princípio da Insignificância

Criminalidade de bagatela
Entrada em vigor de nova lei que retira determinada conduta do ordenamento jurídico:
CAUSA EXTINTITVA DE PUNIBILIDADE

CUIDADO:
Princípio da Continuidade Fático-Normativa: conduta permanece no ordenamento
jurídico, com nova denominação
Ex.: Lei 12.015/2009 que alterou dispositivos relacionados aos Crimes contra a Dignidade
Sexual
✓ Alguns casos de não cabimento do Princípio da Insignificância

• Furto qualificado, mediante análise das circunstâncias no caso concreto


• Contrabando (art. 334 CP) (obs.: cabe aos casos de descaminho, até 20 mil reais, se
não houver reiteração criminosa, exceto se, no caso concreto, a medida for
socialmente recomendável
• Estelionato contra o INSS (art. 171, §3º CP – estelionato previdenciário)
• Estelionato envolvendo FGTS
• Estelionato envolvendo seguro desemprego
• Posse/porte de drogas para consumo pessoal (art. 28, Lei 11343/06) (entendimento
não unânime por doutrina e jurisprudência)
• Crimes ou contravenções penais praticados contra pessoa de gênero feminino no
âmbito das relações domésticas
(Súmula STJ 589)
• Lesão corporal
Conduta Exclusão de ilicitude Supra
Legal: Consentimento do
Fato Fato Ofendido
Nexo Causal
Típico Antijurídico Exclusão de ilicitude Legal:
- Legítima Defesa
Resultado - Estado de Necessidade
Culpabilidade ou - Estrito Cumprimento do
Tipicidade agente culpável Dever Legal
Imputabilidade - Exercício Regular de Direito
Penal
Exigibilidade de conduta
INFRAÇÃO PENAL diversa
Potencial conhecimento da ilicitude do ato
praticado
Incidência do Princípio da
Insignificância (Tipicidade Material)
Princípio da Culpabilidade

não há crime sem culpabilidade (nullum crimen sine culpa)

Triplo aspecto:
1) Fundamenta da pena = caracteriza juízo de reprovação
2) Elemento de mensuração da pena = circunstância judicial
analisada na dosimetria penal
3) Característica contrária à responsabilidade objetiva = necessário
que o fato causado enseje dolo (intenção de cometer o crime) ou
culpa (violação de um dever de cuidado).
ATENÇÃO!

Princípio da NÃO CULPABILIDADE ANTECIPADA


= Princípio da presunção de inocência (art. 5º, “LVII - ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória”, CRFB/88)

Atenção:
2016: STF HC 126929 SP
2018: Projeto que regulamenta a prisão após a condenação em segunda
instância (PLS 166/2018) – em tramitação
2019: STF decidiu sobre a constitucionalidade da prisão de condenados
em segunda instância.
ATENÇÃO!
Coculpabilidade: “O princípio da coculpabilidade é um princípio constitucional
implícito que reconhece a corresponsabilidade do Estado no cometimento de
determinados delitos, praticados por cidadãos que possuem menor âmbito de
autodeterminação diante das circunstâncias do caso concreto, principalmente no
que se refere às condições sociais e econômicas do agente, o que enseja menor
reprovação social, gerando consequências práticas não só na aplicação e
execução da pena, mas também no processo penal” (MOURA, Grégore. Do
princípio da co-culpabilidade. Niterói: Impetus, 2006, p. 41).

dignidade da pessoa humana (art. 1º, III da


CRFB/88) e a individualização da pena (art. 5º, XLV
e XLVI da CRFB/88)
ATENÇÃO!
Coculpabilidade: “O princípio da coculpabilidade é um princípio constitucional
implícito que reconhece a corresponsabilidade do Estado no cometimento de
determinados delitos, praticados por cidadãos que possuem menor âmbito de
autodeterminação diante das circunstâncias do caso concreto, principalmente no
que se refere às condições sociais e econômicas do agente, o que enseja menor
reprovação social, gerando consequências práticas não só na aplicação e
execução da pena, mas também no processo penal” (MOURA, Grégore. Do
princípio da co-culpabilidade. Niterói: Impetus, 2006, p. 41).
Análise como com base no art. 59 do CP, na hipótese de circunstância
judicial do crime; ou conforme art. 66 do CP, como atenuante inominada,
observando-se os critérios subjetivos do agente do crime
ATENÇÃO!

Coculpabilidade às avessas:
• traduz no abrandamento à sanção de atos infracionais praticados por
pessoa com alto poder econômico e social, como é o caso dos crimes
de cifra dourada (crimes do colarinho branco, crimes contra a ordem
econômica e tributária etc.)
Ex. Extinção da punibilidade pelo pagamento da dívida nos crimes contra a
ordem tributária
ATENÇÃO!
Coculpabilidade às avessas:
• também demonstra que as tipificações penais já são previamente etiquetadas
às pessoas com estigmas sociais
Ex. contravenção penal de vadiagem (art. 59)
Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o
trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou
prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita: Pena – prisão simples, de
quinze dias a três meses.
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado
meios bastantes de subsistência, extingue a pena.
Além de não prestar assistência, o Estado ainda
criminaliza condutas de pessoas marginalizadas pela
sociedade
ATENÇÃO!
Princípio da NÃO CULPABILIDADE ANTECIPADA
= Princípio da presunção de inocência (art. 5º, “LVII - ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória”, CRFB/88)

Atenção:
2016: STF HC 126929 SP
2018: Projeto que regulamenta a prisão após a condenação em segunda
instância (PLS 166/2018) – em tramitação
2019: STF decidiu sobre a constitucionalidade da prisão de condenados
em segunda instância.
Princípio da exteriorização ou materialização do fato
(nullum crimen sine actio)

Não cabe ao Estado incriminar condutas humanas involuntárias situadas


exclusivamente na psicológico do agente.
Daí a não punição pela fase do iter criminis da COGITAÇÃO.

Para haver a punição, necessário ter, ao menos, uma conduta materializada


no mundo dos fatos e exterior ao sujeito ativo.
FATO TÍPICO Iter Criminis
(ou caminho do crime):

Conduta Primeira etapa: COGITAÇÃO


Não punível
Fato Fato
Nexo Causal Segunda etapa: ATOS PREPARATÓRIOS
Típico Antijurídico
Em regra, não punível
Pode ser punível quando for crime
Resultado Terceira etapa: ATOS EXECUTÓRIOS
Culpabilidade
Punível
Tipicidade Quarta etapa: CONSUMAÇÃO
punível

EXAURIMENTO
INFRAÇÃO PENAL

*CRIMES MATERIAIS
Princípio da ofensividade ou da lesividade (nullum
crimen sine iniuria)
Conforme este princípio, para que o fato praticado seja abarcado pela proteção
ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado

Atenção aos crimes de perigo


Os crimes de perigo podem ser:
- de perigo abstrato: perigo abstratamente previsto em lei.
- de perigo concreto: o perigo deve ser real, concreto, comprovado.

Crimes de perigo abstrato: porte ilegal de arma de fogo desmuniciada?


Munição em forma de pingente?
Princípio da responsabilidade pessoal; Princípio da
responsabilidade subjetiva.

✓ Princípio da pessoalidade, da personalidade, da intransmissibilidade, da


intranscendência ou da responsabilidade pessoal (art. 5º, XLV - nenhuma pena
passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido, CRFB/88)
✓ Necessidade de conhecimentos das circunstâncias do fato para incidência da
responsabilidade penal, exemplo: conhecimento de gestação para incidência da
qualificadora no crime de lesão corporal grave por aceleração de parto ou
gravíssima, por aborto
Código Penal. Art. 129...
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Lesão corporal gravíssima (doutrina)
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Princípio da Isonomia

PRINCÍPIO DA IGUALDADE MATERIAL:


Forma de atribuição do tratamento isonômico, respeitando as peculiaridades, desde que
não cause discriminação e privilegiamento de um só indivíduo; que a desigualação se
refira a um traço diferenciado entre pessoas ou situações; haja pertinência de vinculação
a interesses constitucionalmente protegidos, com o fim de proteção de bem público.

PRINCÍPIO DA IGUALDADE FORMAL:


Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (art. 5, caput).
Princípio da Presunção de inocência

Princípio da presunção de inocência x princípio da não culpabilidade


Declaração de direitos do homem e do cidadão - 1789
Art. 9º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar
indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser
severamente reprimido pela lei.
Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (1948) consagrou o princípio da
presunção de inocência ao estabelecer que “toda pessoa acusada de delito tem direito a
que se presuma sua inocência, enquanto não se prova sua culpabilidade, de acordo com a
lei e em processo público no qual se assegurem todas as garantias necessárias para sua
defesa” (art. 11)"
Princípio da Presunção de inocência

Artigo 5º, inciso LVII, CRFB/88:


“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória”
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência
de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em
julgado. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Princípio da Presunção de inocência

O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, entendeu


que a possibilidade de início da execução da pena condenatória após a
confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio constitucional
da presunção da inocência (HC n. 126292, julgado no dia 17 de fevereiro de
2016).

“É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para


agravar a pena-base” (Súmula 444/ STJ).
Princípio da Presunção de inocência

Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Agravo Regimental nº 964.246-


SP:
“(…) a reafirmação da atual jurisprudência desta Corte, fixando, para
efeitos de repercussão geral, a tese de que a execução provisória de acórdão
penal condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito a recurso
especial ou extraordinário, não compromete o princípio da presunção de
inocência afirmado pelo art. 5º, inc. LVII, da Constituição Federal”

STF; ARE nº 964.246-SP; Plenário; rel. Min. Teori Zavascki; j. 11.11.2016


Princípio da Presunção de inocência

Em ano de 2019, o Supremo Tribunal Federal julgou um caso de grande


importância para o Direito Processual Penal: o julgamento da Ação Direta
de Constitucionalidade de número 43, 44 e 54 que versavam sobre a
constitucionalidade do artigo 283 do Código de Processo Penal.
Princípio da individualização da pena

1 Fase legislativa;
2 Fase judicial;
3 Fase de execução.

CRFB/88. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d)
prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;
EXEMPLO:
Código Penal Animus laedendi
Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano. Física, mental e fisiológica (órgãos
x e funções)

DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.


Lei das Contravenções Penais
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil
réis a um conto de réis, se o fato não constitui crime.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a
vítima é maior de 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Princípio da individualização da pena

1 Fase legislativa;
2 Fase judicial;
3 Fase de execução.

LEP. Art. 34 – O condenado será submetido, no início do cumprimento da


pena, a exame criminológico de classificação para individualização da
execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 35 – Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado
que inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
LEP. Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva
com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando
o preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido
cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido
sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver
sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido
com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de
crime hediondo ou equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Princípio da proporcionalidade ou proibição do
excesso.

TRÍPLICE DIMENSÃO DO PRINCÍPIO

necessidade,
adequação e
proporcionalidade (em sentido estrito)
Princípio da vedação do bis in idem.
Vedação da dupla incriminação do réu pelo menos fato

Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, aprovado pela Assembléia-Geral


da Organização das Nações Unidas em 16.12.1966, ingressou em adesão brasileira
em 1992.
A cláusula 7 de seu artigo 14 estabelece que “Ninguém poderá ser processado ou
punido por um delito pelo qual já foi absolvido ou condenado por sentença
passada em julgado, em conformidade com a lei e com os procedimentos penais
de cada país”.
Princípio da vedação do bis in idem.
Vedação da dupla incriminação do réu pelo menos fato

A Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica)


assinada em 22.11.1969, e, ratificada e promulgada pelo Brasil por meio do Decreto
n. 678, de 6.11.1992. A cláusula 8ª da Convenção, que trata das garantias judiciais,
em seu item 4 estabelece que “O acusado absolvido por sentença transitada em
julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos”.
Princípio da vedação do bis in idem.
Vedação da dupla incriminação do réu pelo menos fato

Aspecto processual:

CRFB/88. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;
Princípio da vedação do bis in idem.
Vedação da dupla incriminação do réu pelo menos fato

Código Penal
Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando
idênticas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
2. TEORIA DA NORMA JURÍDICA -
PENAL
2.1 As características gerais das normas penais, suas
espécies, fontes e técnicas de interpretação e integração
2.2 A aplicabilidade no tempo da lei penal e os
princípios regentes
2.3 A aplicação da lei penal no espaço
FONTES DO DIREITO PENAL:

União (art. 22, I, da CRFB/88 e, excepcionalmente, os


Material Estados (parágrafo único, do art. 22, CRFB/88)
Direito
Penal
Formal Lei

Constituição da República
Jurisprudência
Doutrina
Tratados
Convenções internacionais sobre DH
Costumes
Princípios gerais do Direito
Atos administrativos
Fundamentos constitucionais de validação da criminalização
Exemplos:

CRFB/88. CRFB/88.
Art.5º “direito à vida” Art.5º “direito ao
propriedade”
CRFB/88.
CP. Crimes Art.6º, 7º, 8º, 9º
contra a vida CP. Crimes
contra o
CP. Crimes contra a patrimônio
organização do
trabalho
Mandados constitucionais expressos de criminalização:
CRFB/88: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...) XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará
crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático;
Mandados constitucionais expressos de criminalização:

Em alguns condutas de maior relevo, o legislador constituinte expressamente


estabeleceu alguns mandados para criminalização, não proporcionando margem
à discricionariedade do legislador em promover a proteção dos direitos
fundamentais, em caráter obrigatório, equivalendo a uma ordem para edição de
lei, em face ao princípio da supremacia constitucional.
É possível perceber alguns destas mandados de criminalização, como, por
exemplo, no art. 5º, incisos XLI, XLII e XLII, por meio dos quais, surgiu a Lei de
Racismo (lei 7.716/1989, a Lei de Tortura (lei 9.455/1997), a Lei de Crimes
Hediondos (lei 8.072/1990) e a Lei Antidrogas (lei 11.343/2006)
Ei, meu povo, para entendermos o estudo desta nossa matéria, é
preciso a compreensão de como formar todos os elementos
necessários para que um determinado contexto possa ser
chamado de INFRAÇÃO PENAL.

Por infração penal entenda-se, não só crime (que existem tanto


na parte especial do Código Penal, como em legislação
extravagante), como também, contravenções penais (na
classificação doutrinária vimos que também são chamados de
crime anão).
(TEORIA GERAL DA INFRAÇÃO PENAL)

SISTEMA DICOTÔMICO

Contravenções Penais Crimes/Delitos


(majoritariamente dispostas no Dec. Lei 3688/1941)
Bora entender as principais
diferenças entre CRIMES e
CONTRAVENÇÕES PENAIS?
temas CRIMES CONTRAVENÇÕES PENAIS
Aplicação da lei Art. 5º, caput e 7º, ambos do CP Art.2º, LCP, aplica-se apenas às
penal (territorialidade e contravenções penais praticadas
extraterritorialidade da lei penal) em território nacional

Tentativa Punível (art. 14, II, CP) Pode até existir, mas não se pune
(art. 4º, LCP)
Tempo de “O tempo de cumprimento das A duração da pena de prisão
cumprimento penas privativas de liberdade simples não pode ser superior a
das penas não pode ser superior a 40 5 anos, em caso algum(art. 10,
(quarenta) anos” (art. 75, caput, LCP)
CP alterado pela lei 13.964, de
24 de dezembro de 2019 –
PACOTE ANTICRIME)
CRIMES CONTRAVENÇÕES PENAIS
Prazo mínimo De um a três anos (art. Mínimo de seis meses (art. 16, LCP)
das medidas de 97, §1º, CP)
segurança

Ação Penal Podem ser ação penal Ação penal de natureza pública
de natureza pública incondicionada (art. 17, LCP)
(condicionada ou Atenção: art. 21, LCP, vias de fato,
incondicionada) ou de entendimento jurisprudencial no sentido
iniciativa privada (art. de que é ação penal de natureza pública
100, CP) CONDICIONADA (analogia às regras da
lesão corporal leve – art. 129, caput, CP e
art. 88, da Lei 9099/95)
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
DAS INFRAÇÕES PENAIS
CONCEITO DE CRIMES E CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Arquivo disponível em: https://focanoresumo.files.wordpress.com/2015/09/foca-no-resumo-conceito-de-crimes-e-
classificacao-doutrinaria.pdf
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES (CLÉBER MASSON)
- Crimes comuns ou gerais: podem ser praticados por qualquer pessoa.
- Bicomuns: podem ser praticados por qualquer pessoa contra qualquer pessoa.
- Crimes próprios ou especiais: o tipo penal exige uma situação fática ou jurídica diferenciada por parte do
sujeito ativo. ADMITEM COAUTORIA E PARTICIPAÇÃO. Ex.: o peculato só pode ser praticado por funcionário
público.
- Próprios puros: a ausência da condição leva à atipicidade do fato. Ex.: na prevaricação, se excluir
“funcionário público”, não subsiste nenhum crime.
- Próprios impuros: a exclusão da especial posição do sujeito ativo acarreta a desclassificação para outro
delito. Ex.: no peculato doloso, se excluir “funcionário público”, haverá furto ou apropriação indébita.
- Próprios com estrutura inversa: são os crimes funcionais. É necessário indagar sobre o fato antes de
concluir que a qualificação subjetiva de funcionário público subsista realmente.
- Bipróprios: é exigida uma condição ao sujeito ativo e passivo. Ex.: infanticídio.
- Crimes de mão própria, de atuação pessoal ou de conduta infungível: são aqueles que somente podem ser
praticados pela pessoa expressamente indicada no tipo penal. Tais crimes NÃO ADMITEM COAUTORIA, MAS
ADMITEM PARTICIPAÇÃO. Ex.: falso testemunho (se o advogado incitar a testemunha a mentir, ele será
partícipe do crime). O STF, na contramão, entende que é possível, em tese, atribuir a advogado a coautoria
pelo crime de falso testemunho.
- Crimes simples: amoldam-se em um único tipo penal. Ex.: furto.
- Crimes complexos: podem ser em sentido amplo ou estrito.
- Em sentido estrito: resultam da união de 2 ou mais tipos penais. Ex.: o crime de roubo é a fusão entre
furto e ameaça (se praticado com emprego de grave ameaça), ou de furto e lesão corporal (se praticado
mediante violência contra a pessoa). Os delitos que compõem a estrutura unitária do crime complexo são
“famulativos”.
- Em sentido amplo: um crime + um comportamento por si só penalmente irrelevante. Ex.: a denunciação
caluniosa é a união da calúnia com a conduta lícita de notificar à autoridade pública a prática de uma
infração penal e sua autoria.
- Crimes materiais ou causais: a consumação depende da ocorrência do resultado naturalístico. Ex.: só há
homicídio quando o falecimento da vítima ocorre (resultado naturalístico).
- Crimes formais, de consumação antecipada ou de resultado cortado: é desnecessária a ocorrência do
resultado naturalístico para a consumação (basta a mera prática da conduta). Ex.: injúria (basta que as
palavras proferidas tenham potencialidade para violar a honra subjetiva, não depende de como a pessoa
se sente); extorsão (súmula 96 do STJ: o crime de extorsão consuma-se independente da obtenção da
vantagem indevida).
- Crimes de mera conduta ou de simples atividade: o tipo penal se limita a descrever uma conduta, ou
seja, não contém resultado naturalístico. Ex.: ato obsceno.

https://focanoresumo.files.wordpress.com/2015/09/foca-no-resumo-conceito-de-crimes-e-classificacao-doutrinaria.pdf
MATERIAIS FORMAIS MERA CONDUTA
A consumação depende da ocorrência A consumação independe da Não há resultado naturalístico (o tipo
do resultado naturalístico. ocorrência do resultado naturalístico. só descreve uma conduta).

- Crimes instantâneos: há consumação em um momento determinado. Ex.: furto.


- Crimes permanentes: a consumação se prolonga no tempo, por vontade do agente.
- Necessariamente permanentes: é imprescindível a manutenção da situação contrária ao direito por
tempo juridicamente relevante. Ex.: sequestro.
- Eventualmente permanentes: são crimes instantâneos, mas, no caso concreto, a situação de ilicitude
pode ser prorrogada no tempo pela vontade do agente. Ex.: furto de energia elétrica.
- Crimes instantâneos de efeitos permanentes: os efeitos subsistem após a consumação,
independentemente da vontade do agente. Ex.: bigamia, furto.
- Crimes a prazo: a consumação exige a fluência de determinado período. Ex.: lesão corporal de natureza
grave em decorrência da incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias; sequestro em
que a privação da liberdade dura mais de 15 dias.

https://focanoresumo.files.wordpress.com/2015/09/foca-no-resumo-conceito-de-crimes-e-classificacao-doutrinaria.pdf
- Crimes unissubjetivos, unilaterais, monossubjetivos ou de concurso eventual: são praticados por uma
pessoa, mas admitem o concurso. Ex.: homicídio.
- Crimes plurissubjetivos, plurilaterais ou de concurso necessário: o tipo penal reclama a pluralidade de
agentes.
- Plurissubjetivos de condutas paralelas: várias condutas se auxiliam mutuamente. Ex.: quadrilha ou
bando.
- Plurissubjetivos de condutas convergentes: as condutas convergem para o mesmo fim. Ex.: bigamia.
- Plurissubjetivos de condutas contrapostas: as condutas voltam-se umas contra as outras. Ex.: rixa.
- Crimes plurissubjetivos ≠ crimes de participação necessária: estes podem ser praticados por uma
única pessoa, não obstante o tipo penal reclame a participação necessária de outra pessoa, que atua
como sujeito passivo e, por esse motivo, não é punido. Ex.: rufianismo.
- Crimes eventualmente coletivos: a diversidade de agentes atua como causa de majoração da pena. Ex.:
furto qualificado, roubo circunstanciado.
- Crimes de subjetividade passiva única: uma única vítima. Ex.: lesão corporal.
- Crimes de dupla subjetividade passiva: 2 ou mais vítimas. Ex.: aborto sem o consentimento da gestante
(são vítimas a gestante e o feto).

https://focanoresumo.files.wordpress.com/2015/09/foca-no-resumo-conceito-de-crimes-e-classificacao-doutrinaria.pdf
- Crimes de dano: a consumação só se produz com a efetiva lesão do bem jurídico. Ex.: homicídio, lesões
corporais e dano.
- Crimes de perigo: a consumação se produz com a mera exposição do bem jurídico a uma situação de
perigo. Basta a probabilidade do dano.
- Perigo abstrato: consumam-se com a prática da conduta, automaticamente. Não se exige a comprovação
da produção da situação de perigo (PRESUNÇÃO ABSOLUTA – iuris et de iure). Ex.: tráfico de drogas.
- Perigo concreto: deve ser comprovada a situação de perigo. Ex.: crime de perigo para a vida ou saúde de
outrem.
- Perigo individual: atingem uma pessoa ou um número determinado de pessoas. Ex.: perigo de contágio
venéreo.
- Perigo comum ou coletivo: atingem um número determinado de pessoas. Ex.: explosão criminosa.
- Perigo atual: ex.: abandono de incapaz.
- Perigo futuro ou mediato: a situação de perigo decorrente da conduta se projeta para o futuro, como no
porte ilegal de arma de fogo permitido ou restrito.
- Crimes unissubsistentes: CONDUTA = UM ÚNICO ATO DE EXECUÇÃO, capaz de por si só produzir a
consumação. Ex.: crimes de honra praticados com o emprego da palavra. NÃO ADMITEM A TENTATIVA, pois
a conduta não pode ser fracionada.
- Crimes plurissubsistentes: CONDUTA = DOIS OU MAIS ATOS, os quais devem somar-se para produzir a
consumação. É POSSÍVEL A TENTATIVA.

https://focanoresumo.files.wordpress.com/2015/09/foca-no-resumo-conceito-de-crimes-e-classificacao-doutrinaria.pdf
- Crimes de forma livre: admitem qualquer meio de execução. Ex.: ameaça.
- Crimes de forma vinculada: apenas podem ser executados pelos meios indicados no tipo penal. Ex.: crime de
perigo de contágio venéreo (só por relações sexuais).
- Crimes mono-ofensivos: ofendem um único bem jurídico.
- Crimes pluri-ofensivos: atingem 2 ou mais bens jurídicos. Ex.: latrocínio (vida e patrimônio).
- Crimes principais: possuem existência autônoma.
- Crimes acessórios: dependem da prática de um crime anterior. Ex.: receptação, lavagem de dinheiro.
- Crimes transeuntes: não deixam vestígios materiais. Ex.: crimes praticados verbalmente.
- Crimes não transeuntes: deixam vestígios materiais. Ex.: homicídio. Cuidado pra não confundir: NÃO
transeunte DEIXA vestígio; transeunte NÃO DEIXA vestígio.
- Crimes independentes: sem nenhuma ligação com outros delitos.
- Crimes conexos: interligados entre si. A conexão material ou penal divide-se em:
- Teleológica: o crime é praticado para assegurar a execução de outro delito. Ex.: matar o segurança para
sequestrar o empresário.
- Consequencial ou causal: o crime é cometido para assegurar a ocultação, impunidade ou vantagem de
outro delito. Ex.: matar uma testemunha para manter impune o delito, e assassinar o comparsa para ficar com
todo produto do crime. Essas duas espécies de conexão são qualificadoras do homicídio e funcionam como
agravantes genéricas nos demais crimes.
- Ocasional: o crime é praticado como consequência da ocasião, da oportunidade proporcionada por
outro delito. Ex.: um ladrão, após praticar o roubo, decide estuprar a vítima que estava no interior da loja
assaltada. O agente responde por ambos os crimes, em concurso material. Criação doutrinária.
https://focanoresumo.files.wordpress.com/2015/09/foca-no-resumo-conceito-de-crimes-e-classificacao-doutrinaria.pdf
- Crime progressivo: para ser cometido, o agente deve violar obrigatoriamente outra lei penal, a qual
tipifica crime menos grave (crime de ação de passagem). O crime mais grave absorve o menos grave
(princípio da consunção).
- Progressão criminosa: ocorre mutação no dolo do agente, que inicialmente realiza um crime menos
grave e, após, quando já alcançada a consumação, decide praticar outro delito de maior gravidade. Ex.: o
dolo inicial era de causar lesão corporal, mas o sujeito decide matar a vítima (resultado mais grave). No
caso, responderá pelo homicídio (princípio da consunção).
Também ocorre progressão criminosa quando o agente quer praticar um roubo e depois resolve estuprar
a vítima. Nesse caso, há concurso material de crimes (roubo + estupro).

CRIME PROGRESSIVO PROGRESSÃO CRIMINOSA

É realizado mediante um único ato ou atos que compõem É aquela realizada mediante dois atos, ou seja, quando o
único contexto. Há um tipo penal, abstratamente agente inicia um comportamento que configura um crime
considerado, que contém implicitamente outro, o qual menos grave, porém, ainda dentro do mesmo iter criminis,
deve necessariamente ser realizado para se alcançar o resolve praticar uma infração mais grave, que pressupõe a
resultado. primeira. O DOLO DO AGENTE MUDA (ele queria o
Ex.: no homicídio o agente necessariamente comete lesão resultado menos grave, mas, no meio do caminho, muda
corporal. O DOLO DO AGENTE NÃO MUDA (desde o início de ideia e passa a querer o resultado mais grave). O dolo é
da execução ele quer o resultado mais grave). chamado de DOLO CUMULATIVO.

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- Crime gratuito: praticados sem motivo conhecido.
- Crime exaurido: o agente, depois de já alcançada a consumação, insiste na agressão ao bem jurídico. Não
caracteriza novo crime, constituindo-se em desdobramento de uma conduta perfeita e acabada.
- Crime de circulação: praticado com o emprego de veículo automotor. Incidência do CTB.
- Crime de atentado ou de empreendimento: A LEI PUNE O CRIME CONSUMADO E A FORMA TENTADA DE
FORMA IDÊNTICA (TENTATIVA SEM PENA DIMINUÍDA). Ex.: evasão mediante violência contra a pessoa.
- Crime vago: o sujeito passivo é uma entidade destituída de personalidade jurídica, como a família ou a
sociedade. Ex.: tráfico de drogas (o sujeito passivo é a coletividade). - Crime habitual consuma-se com a
prática reiterada e uniforme de vários atos que revelam um criminoso estilo de vida do agente. Cada ato,
isoladamente, é atípico. Ex.: exercício ilegal da medicina e curandeirismo.
- Quase-crime: é o crime impossível. ART. 17 CP
- Crime subsidiário: é o que somente se verifica se o fato não constitui crime mais grave. Ex.: o crime de
dano configura-se somente na hipótese em que o agente não pretende conduta criminosa posterior (e mais
grave). Se o agente pratica um dano ao patrimônio para lhe facilitar a subtração de outros bens, o crime de
dano será absorvido (configurando o rompimento ou a destruição de obstáculo qualificadora do furto). É o
“soldado de reserva”.
- Crime de tendência: é aquele em que a tendência afetiva do autor delimita a ação típica, ou seja, a
tipicidade pode ou não ocorrer em razão da atitude pessoal e interna do agente. Ex.: o toque do
ginecologista pode ser agir profissional ou algum crime de natureza sexual, dependendo da tendência
(libidinosa ou não).

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- Crime mutilado de dois atos ou tipos imperfeitos de dois atos: o sujeito pratica um delito, com a finalidade
de obter um benefício posterior. Ex.: falsidade para cometer outro crime.
- Crime falho: é a tentativa perfeita ou acabada, ou seja, aquele em que o agente esgota os meios executórios
que tinha à sua disposição e, mesmo assim, o crime não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade.
- Crime putativo, imaginário ou erroneamente suposto: o agente acredita realmente ter praticado um crime,
quando na verdade cometeu um indiferente penal. É um “não crime”.
- Crime remetido: sua definição típica se reporta a outro crime. Ex.: uso de documento falso.
- Crime-obstáculo ou delitos de impaciência: OS ATOS PREPARATÓRIOS SÃO PUNIDOS COMO CRIME
AUTÔNOMO. Ex.: associação criminosa. A “impaciência” é do legislador, que pune os atos preparatórios.
- Crime liliputiano: é a contravenção penal, também chamada de “crime anão” ou “crime vagabundo”.
- Crimes de colarinho azul: expressão do Min. Luiz Fux para se referir aos delitos envolvendo a corrupção no
âmbito do Poder Público. Se contrapõe aos “crimes de rua”.
- Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado: VÁRIAS CONDUTAS, SEPARADAS POR “OU”. Tanto faz praticar
uma conduta ou mais de uma, há crime único. Ex: crime de participação em suicídio (o agente induz, instiga ou
auxilia outrem a cometer suicídio). O crime de dano também (destruir, inutilizar ou deteriorar).
Atenção: nos crimes de ação múltipla ou conteúdo variado, aplica-se o PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE:
mesmo que pratique mais de uma conduta integrante do tipo, só responderá uma única vez. Ex.: comete o crime
de tráfico de drogas (art. 33 da Lei 11.343/06) o sujeito que importa, exporta, remete, prepara, produz, fabrica,
vende [...] drogas. Se o sujeito exportar e vender drogas, praticando 2 verbos do núcleo, haverá um único crime
de tráfico de drogas, e não concurso de crimes.
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LEI PENAL NO TEMPO
LEI PENAL NO TEMPO

REGRA: princípio do tempus regit actum


Ação
Teoria da Atividade (adotada)

Importante relembrar os princípios: Omissão


a) legalidade e anterioridade;
b) irretroatividade e
c) retroatividade da lei mais benigna.
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
A regra é que só vamos aplicar a lei penal que
estava em vigor na época do fato
praticado...vamos lá... Homicídio é e sempre foi
crime...mas ADULTÉRIO era crime até 2005, pelo
nosso código penal. Em 2005 veio uma lei e disse
que não é mais punível penalmente...
....Os efeitos civis vão permanecer, mas ninguém
mais poderá responder criminalmente por
ADULTÉRIO, porque a lei penal de 2005 em
diante não considera mais esta conduta como
crime. E isso vai produzir efeitos no mundo
jurídico... Olha só o que diz o Código Penal...
Código Penal
Adultério (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Art. 240 - Cometer adultério: (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses. (Revogado pela Lei nº 11.106, de
2005)
§ 1º - Incorre na mesma pena o co-réu. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
§ 2º - A ação penal somente pode ser intentada pelo cônjuge ofendido, e dentro de
1 (um) mês após o conhecimento do fato. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
§ 3º - A ação penal não pode ser intentada: (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
I - pelo cônjuge desquitado; (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
II - pelo cônjuge que consentiu no adultério ou o perdoou, expressa ou
tacitamente . (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
§ 4º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
I - se havia cessado a vida em comum dos cônjuges; (Revogado pela Lei nº 11.106,
de 2005)
II - se o querelante havia praticado qualquer dos atos previstos no art. 317 do
Código Civil. (Vide Lei nº 3.071, de 1916) (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei
posterior deixa de considerar crime, CESSANDO em virtude
dela a EXECUÇÃO e os EFEITOS PENAIS da sentença
condenatória (abolitio criminis)

Ou seja, se algo deixa de ser crime, quem tinha


sido condenado e, com isso, iria sofrer os efeitos
da REINCIDÊNCIA, volta a ser primário, como se
nunca tivesse recebido uma pena; também que
estaria respondendo à inquérito policial ou
processo penal, estes seriam
arquivados/extintos, porque o Estado não
poderia mais aplicar o JUS PUNIENDI
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda
que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado (retroatividade de lei penal benéfica)

Aqui a lei que entra em vigor, mesmo


depois que o crime tenha acontecido,
pode voltar à época do fato que está
sendo analisado para beneficiar o réu.
NUNCA PARA PREJUDICAR O RÉU, vamos
ver adiante....mas imagine só....
... Até 2009 tínhamos o crime de ato libidinoso e
o crime de estupro, em 2009 uma lei entrou em
vigor e disse que estas duas condutas, que antes
cada conduta era um crime, logo dois
crimes...agora consideramos ser apenas um
crime só... E quem já estava respondendo, de
alguma forma, por dois crimes?
Agora é:
TÍTULO VI
Anteriormente era:
DOS CRIMES CONTRA A
DIGNIDADE SEXUAL
TÍTULO VI
(Redação dada pela Lei nº
DOS CRIMES CONTRA OS
12.015, de 2009)
COSTUMES
CAPÍTULO I
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A
DOS CRIMES CONTRA A
LIBERDADE SEXUAL
LIBERDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009)
COMO ERA ANTES DE 2009
Atentado violento ao pudor Revogado pela Lei nº
Estupro 12.015, de 2009)
Art. 213 - Constranger mulher à Art. 214 - Constranger alguém, mediante violência
conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele
ou grave ameaça: se pratique ato libidinoso diverso da conjunção
Pena - reclusão, de três a oito anos. carnal: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Revogado
Parágrafo único. Se a ofendida é pela Lei nº 12.015, de 2009)
menor de catorze anos: (Incluído Pena - reclusão de dois a sete anos. (Revogado
pela Lei nº 8.069, de 1990) pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão de quatro a dez Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze
anos. (Redação dada pela Lei nº anos:(Incluído pela Lei nº 8.069, de
8.069, de 1990) (Revogado 1990) (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
pela Lei n.º 9.281, de 4.6.1996 ) Pena - reclusão de três a nove anos. (Redação
Pena - reclusão, de seis a dez dada pela Lei nº 8.069, de 1990) (Revogado pela
anos. (Redação dada pela Lei nº Lei n.º 9.281, de 4.6.1996
8.072, de 25.7.1990) Pena - reclusão, de seis a dez anos. (Redação dada
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) (Revogado pela
Lei nº 12.015, de 2009)
COMO FICOU, DEPOIS DE 2009...

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.(Redação
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 1 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de


18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2 o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Observem que, neste caso, a lei não estava em
vigor a um crime de ato libidinoso e um de estupro,
praticado pelo mesmo indivíduo, em um mesmo
contexto, em 2008. Mas a defesa pode pedir que o
juiz aplique a lei nova, que considera só um crime e
altere a pena do sujeito, para calcular só uma, ao
invés de duas
Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no
momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado.
Existem três teorias que explicam o qual lei vai
ser aplicada ao crime, vamos analisar aqui
apenas a teoria adotada no art. 4º do Código
Penal. Observe que o texto do Código nos diz
que a lei a ser aplicada é aquela que estava em
vir no tempo do início, no tempo da conduta,
mesmo que seja outro momento em que o
resultado aconteça
Se liga no Bizú para entender as teorias que são
usadas para explicar TEMPO DO CRIME (teoria da
atividade) e LUGAR DO CRIME (teoria da
ubiquidade ou mista)...
Bizú:
Lugar do crime
Ubiquidade (ou teoria mista)
Tempo do crime
Atividade (teoria)
Lembra que a gente começou a falar sobre
princípios?
Vamos lá nas implicações de princípios neste tema
de LEI PENAL NO TEMPO...
não há crime ou pena sem lei anterior

Princípio da Anterioridade Lei penal no tempo

Princípio da irretroatividade da lei penal mais Atenção:


maléfica Súmula STF 711
Princípio da retroatividade da lei penal mais Súmula STF 611
benéfica
EFEITOS DO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
✓ IRRETROATIVIDADE (a lei não volta no tempo):
- NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA
- NOVATIO LEGIS IN PEJUS

✓ RETROATIVIDADE (a lei pode voltar para momento anterior a sua vigência):


- NOVATIO LEGIS IN MELLIUS
- ABOLITIO CRIMINIS
Súmula STF 711:
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou
da permanência.

Súmula STF 611:


Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das
execuções a aplicação de lei mais benigna.
Têm situações que a lei penal só vai ter validade por
um certo tempo predeterminado na lei, como por
exemplo, durante o período da COPA DE FUTEBOL DO
BRASIL (como existiu a lei 12.663/2012, pesquisa aí no
google)...assim como tem lei que vai valer apenas em
face de alguma situação de calamidade ou situação
anormal, como estamos vendo agora com o
coronavírus

Confere este link: https://rogeriocury.jusbrasil.com.br/artigos/136290943/lei-geral-da-


copa-crimes-temporarios
Lei excepcional ou temporária

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora


decorrido o período de sua duração ou cessadas as
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência (ultratividade)
Processo = punido pela da lei
excepcional

LEI CRIME O DESP. DE ÁGUA NO PERIODO SECA Código penal

Fulano pratica a conduta


LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL (3º do Código Penal)

a lei temporária (também chamada de lei temporária em sentido estrito) é


aquela que tem prazo determinado de vigência, foi instituída por certo e
determinado lapso temporal de vigência;

a lei excepcional (lei temporária em sentido amplo) é aquela promulgada


para vigorar em situações anormais, tendo sua vigência estabelecida em
conformidade com a duração dessa circunstância emergencial que a criou
ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL

Acontece quando a lei penal posterior é mais gravosa, ocasião em que a lei
penal mais benéfica é a da época da conduta, embora não mais vigente,
entretanto, continuará além do seu tempo de vigência.

Também acontece nos casos de LEI PENAL TEMPORÁRIA OU EXCEPCIONAL


Observação:

são espécies do gênero leis auto revogáveis (ou


intermitentes, pois encerrado o prazo ou a situação de
anormalidade, a lei é revogada automaticamente;
aplica-se ao fato realizado durante a sua vigência,
mesmo após revogada)
Lembra que a gente começou a falar sobre o
princípio da anterioridade aqui em LEI PENAL NO
TEMPO....vamos analisar os efeitos deste princípio,
o qual chamaremos de SUCESSÃO DE LEIS PENAIS...
Sucessão de leis penais no tempo:

a) abolitio criminis causa de extinção de


punibilidade (art. 107, inciso III, do CP)

Falamos deste instituto quando explicamos


sobre o crime de adultério...pega o código
penal e lê aí este artigo 107
Sucessão de leis penais no tempo:

b) novatio legis incriminadora tipificação de nova


conduta antes não prevista

É o que acontece quando se cria uma lei nova,


prevendo uma conduta penal que ainda não
existia no ordenamento jurídico
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de
vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia (Incluído pela Lei
nº 13.718, de 2018)
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou
expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio -
inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de
informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro
audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de
vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:
(Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui
crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
c) novatio legis in pejus também chamada de lex gravior, lei
posterior que de qualquer modo agrava a situação do agente

Entendimento STJ, “A novatio legis in pejus não pode retroagir


para prejudicar o réu atingindo com maior rigor situação fática
anterior à sua vigência (art. 5º, inciso XL da Lex
Fundamentalis)”(STJ. HC 155024 / RS. Rel. Min. Felix Fischer. T5.
DJe 02/08/2010).
d) novatio legis in mellius lei penal mais benéfica, retroage
para beneficiar o réu
Entendimento do STJ: “Novatio legis in mellius que, em razão
do princípio da retroatividade da lei penal menos gravosa,
alcança a situação pretérita do paciente, beneficiando-o (...).
Por se tratar de novatio legis in mellius, nada impede que, em
razão do princípio da retroatividade da lei penal menos
gravosa, ela alcance a situação pretérita do paciente,
beneficiando-o”. (STF. HC 114149 / MS . Rel. Dias Toffoli. 1ª T.
Julg em 13/11/2012).
PROIBIÇÃO DE LEX TERTIA
(COMBINAÇÃO DE LEIS PENAIS)

Súmula 501 STJ: “É cabível a aplicação retroativa da Lei


11.343/2006, desde que o resultado da incidência das
suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu
do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976,
sendo vedada a combinação de leis”.
Deixa eu explicar melhor o que é a lex
tertia que é proibida no ordenamento
jurídico...clica aqui:
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2136
866/o-que-se-entende-por-lex-tertia-
aurea-maria-ferraz-de-sousa
...clica aqui também:
https://www.conjur.com.br/2013-nov-
08/stf-rejeita-combinacao-leis-reduzir-
pena-trafico-drogas
E se tivermos duas normas com
conteúdo parecidos?
Vamos ver como a gente resolve este
conflito aparente de normas...
Conflito Aparente de Normas Penais
Principais mecanismos de solução

1 – Especialidade (ou especificidade)

2 – Princípio da Consunção ou Princípio da Absorção: há


consunção quando o fato previsto em determinada norma é
compreendido em outra, mais abrangente, aplicando-se somente
esta. Incidência na progressão criminosa, no crime progressivo,
etc.

Ex. o crime consumado absorve o crime tentado, o crime de


perigo é absorvido pelo crime de dano, Etc.
Conflito Aparente de Normas Penais
Principais mecanismos de solução
Veja mais em:
1 – Especialidade (ou especificidade) https://victorfortes.jusbrasil.co
m.br/artigos/152844865/confli
to-aparente-de-normas-penais

Usando as palavras do jurista Victor Fortes: “o Princípio da


Especialidade é considerado por grande parte da doutrina como o mais
importante desses princípios e estabelece que a lei especial derroga a
geral. Lei especial é aquela que contém todos os requisitos da lei geral e
mais alguns, chamados especializantes. Um exemplo disso é o
art. 123 do Código Penal (infanticídio) em relação ao
art. 121 (homicídio), pois aquele possui especializantes em relação à
vítima (o próprio filho), ao estado (puerperal) e ao tempo (durante o
parto ou logo após)”
Conflito Aparente de Normas Penais
Principais mecanismos de solução
2 – Princípio da Consunção ou Princípio da Absorção: há
consunção quando o fato previsto em determinada norma é
compreendido em outra, mais abrangente, aplicando-se somente
esta.

Para entender em uma situação fática, clica aqui:


https://canalcienciascriminais.com.br/aplicacao-
principio-da-consuncao/
Crime progressivo

Progressão criminosa
LEI PENAL NO ESPAÇO
ESPAÇO ONDE SE APLICA LEI PENAL

LUGAR DO CRIME
Bizú:
Lugar do crime
Ubiquidade (ou teoria mista)
Tempo do crime
Atividade (teoria)
12 MILHAS
(ou aprox. 20 km)

Fonte: IBGE
REGRA
Princípio da Territorialidade Temperada
Art. 5º do CP - Aplica-se a lei brasileira, sem
prejuízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no
território nacional.
Regra:
TERRITORIALIDADE

Exceções:
- INTRATERRITORIALIDADE;

- EXTRATERRITORIALIDADE
Conceito de Território Brasileiro Propriamente Dito (ou
Físico) compreende:

Área continental + ilhas + mar territorial + espaço aéreo nacional

MAR TERRITORIAL
LEI 8617/93
Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze
milhas marítima de largura, medidas a partir da linha de baixa-
mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas
náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil.
ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO
Princípio da soberania mediante a coluna atmosférica.

Art. 11 da lei 7565/86 – Código Brasileiro de Aeronáutica - O


Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço
aéreo acima de seu território e mar territorial.

Art. 2º da lei 8617/93 - A soberania do Brasil estende-se ao mar


territorial, ao espaço aéreo sobrejacente, bem como ao seu leito
e subsolo.
Conceito de território brasileiro por extensão (ou por
abstração jurídica)

Embarcações e Aeronaves

Art. 5º § 1º do CP - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do


território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou
a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
Art. 5º § 2º do CP- É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a
bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada,
achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Veja que falamos até agora sobre o que
faz parte do território a ser considerado
para fins de aplicação da lei penal
brasileira. O que é diferente do local
onde, no território brasileiro, aconteceu
o crime
LUGAR DO CRIME

TEORIA DA UBIQUIDADE (OU MISTA)

Art. 6º CP- Considera-se praticado o crime no lugar em


que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte,
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.
Vamos considerar algumas situações
especiais para também determinarmos
lugar do crime e aplicação da lei penal,
são eles:
INTRATERRITORIALIDADE
(quando incidir convenção, tratado ou
regra de direito internacional –
internacionalidade dos fatos)
X
EXTRATERRITORIALIDADE
Diferente de imunidade diplomática
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA
✓ A imunidade diplomática constitui um princípio estipulado
na Convenção de Viena de 1961, segundo a qual, garante que o agente
diplomático será protegido de abusos, coações, pressões e ameaça no
país visitante, devendo ser livre para situar-se no país em trabalho.
✓ Atrela-se não é apenas sob uma única pessoa, mas sim, a um Estado.
✓ Resulta da relação entre o Estado que garante a proteção e aquele
quem recebe.
✓ Tem por fim tornar o diplomata imune a jurisdição do Estado
acolhedor.
INTRATERRITORIALIDADE E
IMUNIDADES
A QUEM ATINGE?

▪ Chefes de Governo ou de Estado estrangeiro, sua família e membros de


sua comitiva;
▪ Embaixadores e sua família;
▪ Funcionários de corpo diplomático e suas respectivas famílias;
▪ Funcionários de organizações internacionais, quando estiver em serviço
(ex. funcionários da ONU – Organização das Nações Unidas)
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA
A imunidade diplomática constitui um princípio estipulado
na Convenção de Viena de 1961, segundo a qual, garante que o
agente diplomático será protegido de abusos, coações, pressões e
ameaça no país visitante, devendo ser livre para situar-se no país
em trabalho.
Este princípio é concedido como ato de respeito em Ordem
Internacional de inúmeros órgãos estatais estrangeiros. Ademais,
este princípio não é regido apenas sob uma única pessoa, mas sim, a
um Estado. Resulta-se na relação entre o Estado que garante a
proteção e aquele quem recebe.
O propósito é tornar o diplomata imune a jurisdição do Estado
acolhedor.
Imunidade Penal: o agente não poderá ser preso mesmo que
cometa um ato gravíssimo no país em que se encontra. Este
será punível no país de origem.
Imunidade Civil: aquela que o agente poderia ser
penalizado, com exemplo uma batida que carro, multas, estes
atos não poderá retirar o patrimônio do diplomata.
Isenção Fiscal (Imunidade Tributária): o agente fica isento
a toda tributação federativa quando em missão.
Imunidade Trabalhista: em casos de contratações de
indivíduos em prol a missão, concede a legislação do país de
origem.
DECRETO Nº 56.435, DE 8 DE JUNHO DE 1965.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA ,Havendo o CONGRESSO NACIONAL aprovado pelo Decreto Legislativo nº 103, de
1964, a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, assinada a 18 de abril de 1961;
E havendo a referida Convenção entrado em vigor para o Brasil, de acordo com o artigo 51, parágrafo 2, a 24 de abril de
1965, trinta dias após o depósito do Instrumento brasileiro de ratificação, que se efetuou a 25 de março de 1965,
DECRETA:
Que o mesmo, apenso por cópia ao presente decreto, seja executado e cumprido tão inteiramente como se contém.
Brasília, 8 de junho de 1965; 144º da Independência e 77º da República.

Promulga a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

Artigo 14
1. Os Chefes de Missão dividem-se em três classes:
a) Embaixadores ou Núncios acreditados perante Chefes de Estado, e
outros Chefes de Missões de categoria equivalente;
(...)
Artigo 22
1. Os locais da Missão são invioláveis. Os Agentes do Estado acreditado
não poderão neles penetrar sem o consentimento do Chefe da Missão.
(...)
É POSSÍVEL O DIPLOMATA RENUNCIAR SUA
IMUNIDADE?

O diplomata não pode renunciar, mas o Estado de origem pode retirar


esta imunidade de seu diplomata, conforme (art. 32, 1 e 2, do Decreto
56.435/65)
DECRETO Nº 56.435, DE 8 DE JUNHO DE 1965.
Artigo 29
A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de nenhuma
forma de detenção ou prisão. O Estado acreditado tratá-lo-á com o devido respeito e
adotará todas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa,
liberdade ou dignidade.
Artigo 30
A residência particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e
proteção que os locais da missão.
2. Seus documentos, sua correspondência e, sob reserva do disposto no
parágrafo 3 do artigo 31, seus bens gozarão igualmente de inviolabilidade.
DECRETO Nº 56.435, DE 8 DE JUNHO DE 1965.
Artigo 32
1. O Estado acreditante pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus
agentes diplomáticos e das pessoas que gozam de imunidade nos termos do artigo
37.
2. A renuncia será sempre expressa.
3. Se um agente diplomático ou uma pessoa que goza de imunidade de
jurisdição nos termos do artigo 37 inicia uma ação judicial, não lhe será permitido
invocar a imunidade de jurisdição no tocante a uma reconvenção ligada à ação
principal.
4. A renuncia à imunidade de jurisdição no tocante às ações civis ou
administrativas não implica renúncia a imunidade quanto as medidas de execução da
sentença, para as quais nova renúncia é necessária.
PF apreende malas com dinheiro e relógios com o vice-
presidente da Guiné Equatorial
PF apreende malas com dinheiro e relógios com o
vice-presidente da Guiné Equatorial
Fortuna avaliada em US$ 16 milhões estava nas
bagagens no avião dele que pousou no aeroporto
de Viracopos, em Campinas. Embaixada diz que
relógios eram de uso pessoal de filho de ditador.
Por Jornal Nacional. 15/09/2018
A Polícia Federal apreendeu uma verdadeira fortuna
em dinheiro e joias dentro de malas que estavam
com o vice-presidente da Guiné Equatorial, que
chegou sexta-feira (14) ao Brasil.
O avião dele pousou em Viracopos, em Campinas,
interior de São Paulo, com mais de US$ 16 milhões
não declarados à Receita.
A comitiva o vice-presidente da Guiné Equatorial
continua hospedada em Campinas e a aeronave
permanece parada no Aeroporto Internacional de
Viracopos. No avião vieram 11 pessoas, entre elas o
vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang
Mangue.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/09/15/pf-apreende-malas-com-dinheiro-e-relogios-
com-o-vice-presidente-da-guine-equatorial.ghtml
A confusão começou assim que a aeronave pousou, na manhã
de sexta-feira (14). Segundo informações de um auditor fiscal,
o avião passou por uma inspeção e logo na sequência os
funcionários do vice-presidente precisariam passar pelo
procedimento de raio-x, porque só o vice-presidente é que
tem a imunidade diplomática.
Só que hora na passar o raio-x na bagagem dos funcionários
começou uma estranha e inusitada negociação, que durou
quatro horas, para que eles pudessem finalmente abrir suas
malas, e aí a Polícia Federal pôde encontrar e identificar todo
o dinheiro que ele estava carregando, mais os relógios.
Segundo informações desse auditor, assim que isso
aconteceu, eles foram levados para uma sala da Polícia
Federal e tiveram que prestar depoimento. Um funcionário do
vice-presidente, disse, em depoimento, que não sabia o que
tinha dentro das malas e que a única informação que ele tinha
era que o vice-presidente veio fazer um tratamento médico no
Brasil.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/09/15/pf-apreende-malas-com-dinheiro-e-relogios-com-o-vice-
presidente-da-guine-equatorial.ghtml
O Itamaraty está em contato com a Receita Federal e com a
Polícia Federal, mas disse que não vai se manifestar.
Os 11 passageiros passaram quatro horas na sala da Polícia
Federal no aeroporto para prestar esclarecimentos. Só depois
todos foram liberados e estão num hotel em Campinas.
Na revista das bagagens, a polícia do aeroporto encontrou US$
1,5 milhão e R$ 55 mil em dinheiro, além de relógios avaliados
em US$ 15 milhões.
Teodoro Obiang Mangue é o filho mais velho do presidente da
Guiné Equatorial, Teodoro Mbasogo. Ele é vice-presidente
desde 2016. Antes, foi ministro da Agricultura e responsável
pela defesa do país. O pai dele é ditador da Guiné Equatorial há
35 anos.
Teodoro Mbasogo é o chefe de estado africano que está há
mais tempo no poder e o oitavo governante mais rico do
mundo, segundo a revista "Forbes". A Guiné Equatorial fica na
África Ocidental e é o terceiro maior produtor de petróleo da
África, mas a população é miserável.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/09/15/pf-apreende-malas-com-dinheiro-e-relogios-
com-o-vice-presidente-da-guine-equatorial.ghtml
O presidente da Guiné Equatorial já esteve outras vezes no Brasil.
Ele é conhecido pelos gastos elevados com festas.
Em 2010, o então presidente Lula visitou a Guiné Equatorial. Ele foi
criticado por apoiar uma ditadura. O governo justificou que era
uma viagem de negócios.
Em 2015, foi o ditador da Guiné Equatorial que se envolveu numa
polêmica, depois que o país virou enredo do carnaval da Beija-Flor.
Teodoro Mbasogo negou que tenha dado US$ 10 milhões para
patrocinar o desfile e informou apenas que apoiou a iniciativa de
empresas brasileiras que mantêm operações no país.
(...) A Polícia Federal ouviu o secretário da embaixada da Guiné
Equatorial no Brasil, Leminio Mikue, que estava no aeroporto de
Viracopos, em São Paulo, para recepcionar o vice-presidente. Ele
disse que Teodoro Mangue veio ao Brasil fazer um tratamento
médico e que daqui seguiria para Singapura, em missão oficial.
O secretário disse que os relógios são de uso pessoal do vice-
presidente e que o dinheiro em espécie seria para a missão oficial
em Singapura. Ele não soube, no entanto, explicar que missão seria
essa.
Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/09/15/pf-apreende-malas-com-dinheiro-e-relogios-
com-o-vice-presidente-da-guine-equatorial.ghtml
IMUNIDADES DO ÂMBITO PARLAMENTAR
Em caráter absoluto (freedom of speech):

- Imunidade substancial, material, real, inviolabilidade ou indenidade

CRFB/88. Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer
de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
(...) § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de
sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa
respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que
sejam incompatíveis com a execução da medida. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
HÁ UM LIMITE DESTA IMUNIDADE?
Entendimento do STF:

“A imunidade é absoluta quanto às manifestações proferidas no interior da respectiva casa


legislativa. O parlamentar também é imune em relação a manifestações proferidas fora
do recinto parlamentar, desde que ligadas ao exercício do mandato. Precedentes. Possível
reinterpretação da imunidade material absoluta, tendo em vista a admissão de acusação
contra parlamentar em razão de palavras proferidas no recinto da respectiva casa
legislativa, mas supostamente dissociadas da atividade parlamentar – PET 5.243 e INQ
3.932, rel. min. Luiz Fux, julgados em 21.6.2016.
HÁ UM LIMITE DESTA IMUNIDADE?

Caso concreto em que, por qualquer ângulo que se interprete, as declarações estão
abrangidas pela imunidade. Declarações proferidas pelo Deputado Federal querelado no
Plenário da Câmara dos Deputados. Palavras proferidas por ocasião da prática de ato
tipicamente parlamentar – voto acerca da autorização para processo contra a Presidente da
República. Conteúdo ligado à atividade parlamentar. 3. Absolvição por atipicidade da
conduta”.
AFASTAMENTO DA IMUNIDADE
Entendimento do STF:

In casu, (i) o parlamentar é acusado de incitação ao crime de estupro, ao afirmar


que não estupraria uma deputada federal porque ela "não merece"; (ii) o
emprego do vocábulo "merece", no sentido e contexto presentes no caso sub
judice, teve por fim conferir a este gravíssimo delito, que é o estupro, o atributo
de um prêmio, um favor, uma benesse à mulher, revelando interpretação de que
o homem estaria em posição de avaliar qual mulher "poderia" ou "mereceria" ser
estuprada. (...) In casu, (i) a entrevista concedida a veículo de imprensa não atrai
a imunidade parlamentar, porquanto as manifestações se revelam estranhas ao
exercício do mandato legislativo, ao afirmar que "não estupraria" deputada
federal porque ela "não merece";
AFASTAMENTO DA IMUNIDADE

(ii) o fato de o parlamentar estar em seu gabinete no momento em que


concedeu a entrevista é fato meramente acidental, já que não foi ali que se
tornaram públicas as ofensas, mas sim através da imprensa e da internet; (...)
(i) A imunidade parlamentar incide quando as palavras tenham sido proferidas
do recinto da Câmara dos Deputados: "Despiciendo, nesse caso, perquirir
sobre a pertinência entre o teor das afirmações supostamente contumeliosas
e o exercício do mandato parlamentar" (Inq 3.814, Primeira Turma, rel. min.
Rosa Weber, unânime, j. 7-10-2014, DJE de 21-10-2014). (ii) Os atos
praticados em local distinto escapam à proteção da imunidade, quando as
manifestações não guardem pertinência, por um nexo de causalidade, com o
desempenho das funções do mandato parlamentar.
AFASTAMENTO DA IMUNIDADE

(...) Ex positis, à luz dos requisitos do art. 41 do CPC, recebo a denúncia


pela prática, em tese, de incitação ao crime; e recebo parcialmente a queixa-
crime, apenas quanto ao delito de injúria. Rejeito a queixa-crime quanto à
imputação do crime de calúnia.
[Inq 3.932 e Pet 5.243, rel. min. Luiz Fux, j. 21-6-2016, 1ª T, DJE de 9-9-
2016.]
AFASTAMENTO DA IMUNIDADE
Outro entendimento do STF:
“(...) o fato de o parlamentar estar na Casa legislativa no momento em que
proferiu as declarações não afasta a possibilidade de cometimento de crimes
contra a honra, nos casos em que as ofensas são divulgadas pelo próprio
parlamentar na Internet. (...) a inviolabilidade material somente abarca as
declarações que apresentem nexo direto e evidente com o exercício das funções
parlamentares. (...) O Parlamento é o local por excelência para o livre mercado
de ideias – não para o livre mercado de ofensas. A liberdade de expressão
política dos parlamentares, ainda que vigorosa, deve se manter nos limites da
civilidade. Ninguém pode se escudar na inviolabilidade parlamentar para, sem
vinculação com a função, agredir a dignidade alheia ou difundir discursos de
ódio, violência e discriminação”.
[PET 7.174, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, j. 10-3-2020, 1ª T, Informativo 969.]
AFASTAMENTO DA IMUNIDADE
Outro entendimento do STF:

“Deputado federal. Crime contra a honra. Nexo de implicação entre as


declarações e o exercício do mandato. Imunidade parlamentar material. Alcance.
Art. 53, caput, da CF. (...) A verbalização da representação parlamentar não
contempla ofensas pessoais, via achincalhamentos ou licenciosidade da fala.
Placita, contudo, modelo de expressão não protocolar, ou mesmo desabrido, em
manifestações muitas vezes ácidas, jocosas, mordazes, ou até impiedosas, em
que o vernáculo contundente, ainda que acaso deplorável no patamar de
respeito mútuo a que se aspira em uma sociedade civilizada, embala a
exposição do ponto de vista do orador”.
[Pet 5.714 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 28-11-2017, 1ª T, DJE de 13-12-2017.]
IMUNIDADES DO ÂMBITO PARLAMENTAR
Em caráter relativo:

- Imunidade relativa, processual, adjetiva ou formal

Previsão: CRFB/88. Art. 53. §§ 1º ao 8º

• Relativa ao foro;
• Relativa à prisão;
• Relativa ao processo;
• Relativa à condição de testemunha.
IMUNIDADES DO ÂMBITO PARLAMENTAR
Em caráter relativo:

- Imunidade relativa, processual, adjetiva ou formal

Previsão: CRFB/88. Art. 53. §§ 1º ao 8º


• Relativa à condição de testemunha.

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre


informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
IMUNIDADES QUANTO AOS DEPUTADOS ESTADUAIS

CRFB/88. Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa


corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e,
atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os
Deputados Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes
as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades,
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças
Armadas.
IMUNIDADES QUANTO AOS DEPUTADOS
ESTADUAIS

IMUNIDADE ABSOLUTA: quanto ao discurso/palavras e votos;

IMUNIDADE RELATIVA: quanto ao foro (TJ/TRF/TRE), à prisão, ao processo e à


condição de testemunha.
Notícias STF

Quarta-feira, 08 de maio de 2019


Plenário nega liminares em ADIs sobre imunidade de deputados
estaduais

Na sessão extraordinária da manhã desta quarta-feira (8), o Plenário do Supremo


Tribunal Federal (STF) negou, por seis votos a cinco, medidas cautelares nas
Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 5823, 5824 e 5825, nas quais se
discute a extensão a deputados estaduais das imunidades formais previstas no
artigo 53 da Constituição Federal (CF) para deputados federais e senadores.
Prevaleceu o entendimento do relator da ADI 5823, ministro Marco Aurélio, de que
as regras da Constituição Federal relativas à imunidade dos deputados federais
são aplicáveis aos deputados estaduais. Votaram nesse sentido o presidente do
STF, ministro Dias Toffoli, e os ministros Alexandre de Moraes, Ricardo
Lewandowski, Gilmar Mendes e o decano, Celso de Mello. Já os ministros Edson
Fachin (relator das ADIs 5824 e 5825), Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz
Fux e Cármen Lúcia concediam as liminares.
A ações foram ajuizadas pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) contra
dispositivos das constituições do Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e de Mato
Grosso que estendem aos deputados estaduais imunidades formais previstas no
artigo 53 da CF para parlamentares federais.
O dispositivo da Constituição Federal diz que os membros do Congresso Nacional
não poderão ser presos desde a expedição do diploma, salvo em flagrante de
crime inafiançável e, nesses casos, a prisão deve ser submetida, no prazo de 24h,
à casa respectiva. Além disso, prevê a possibilidade de a casa legislativa sustar o
andamento de ação penal aberta contra parlamentar.

(...)
Presidente
O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, retificou seu voto dado em 2017.
Na ocasião, ele deferia as liminares em menor extensão, sob a fundamentação de
que o parágrafo 2º do artigo 53 da CF faz referência expressa aos membros do
Congresso Nacional (senadores e deputados federais) na questão relativa à
prisão. Já em outros dispositivos relativos à imunidade parlamentar, o texto cita
deputados e senadores, o que incluiria os parlamentares estaduais.
“Meu voto restou isolado. Se dez ministros não entenderam nesse sentido, curvo-
me àquilo que está na Constituição Federal, que é a imunidade da prisão a não
ser em flagrante de crime inafiançável, o que pode ser estendido aos deputados
estaduais. Não vou fazer prevalecer minha posição pessoal estando na cadeira de
presidente”, salientou. Nesse sentido, retificou seu voto para negar as liminares.

Fonte: http://stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=410496
IMUNIDADES QUANTO AOS VEREADORES

IMUNIDADE ABSOLUTA: quanto ao discurso/palavras e votos, MAS RESTRITA À


CIRCUNSCRIÇÃO DO MUNICÍPIO EM QUE EXERCE SUA FUNÇÃO DE
VEREADOR

IMUNIDADE RELATIVA: NÃO POSSUEM, devendo ser observada a Constituição


Estadual

ESFERA DE JULGAMENTO: Em regra, pelo órgão de primeiro grau , salvo se


outra for a previsão Constitucional Estadual, onde aí será a competência do
Tribunal respectivo (ex. das Constituições do Rio de Janeiro e do Piauí)
IMUNIDADES QUANTO AOS GOVERNADORES

CRFB/88. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I – processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e


nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e
do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do
Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
IMUNIDADES QUANTO AOS GOVERNADORES
Ementa do APn 874-DF

PROCESSO PENAL. DENÚNCIA. QUESTÃO DE ORDEM. GOVERNADOR.


MANDATOS SUCESSIVOS. PRERROGATIVA DE FORO. INTERPRETAÇÃO
RESTRITIVA. REDUÇÃO TELEOLÓGICA. ART. 105, I, A, DA CF/88.
FINALIDADE DA NORMA CONSTITUCIONAL. 1. O propósito da presente questão
de ordem é averiguar se o STJ se mantém competente para examinar o recebimento
da presente denúncia, na qual narradas condutas que, apesar de relacionadas às
funções institucionais de cargo público que garantiria foro por prerrogativa de
função nesta Corte, teriam sido supostamente praticadas durante mandato anterior
e já findo do denunciado e apesar de atualmente ocupar, por força de nova eleição,
o referido cargo.
2. O princípio do juiz natural tem como regra geral a competência jurisdicional da
justiça comum de primeiro grau de jurisdição, ressalvadas as exceções expressas
da Carta Magna. 3. O foro por prerrogativa de função deve se harmonizar com os
princípios constitucionais estruturantes da República e da igualdade, a fim de
garantir a efetividade do sistema penal e evitar a impunidade e a configuração de
forma de odioso privilégio. 4. A conformidade com os princípios da isonomia e da
República é obtida mediante a pesquisa da finalidade objetivada pela norma
excepcional da prerrogativa de foro, por meio "redução teleológica". 5. A
interpretação que melhor contempla a preservação do princípio republicano e
isonômico é a de que o foro por prerrogativa de função deve observar os critérios de
concomitância temporal e da pertinência temática entre a prática do fato e o
exercício do cargo, pois sua finalidade é a proteção de seu legítimo exercício, no
interesse da sociedade.
6. Como manifestação do regime democrático e da forma republicana, os dois
Poderes estatais que exercem funções políticas, o Executivo e o Legislativo, são
submetidos a eleições periódicas, razão pela qual os mandatos só podem ser
temporários. 7. Como o foro por prerrogativa de função exige contemporaneidade e
pertinência temática entre os fatos em apuração e o exercício da função pública, o
término de um determinado mandato acarreta, por si só, a cessação do foro por
prerrogativa de função em relação ao ato praticado nesse intervalo. 8. Na presente
hipótese, a omissão supostamente criminosa imputada ao investigado ocorreu no
penúltimo de seu segundo mandato à frente do Poder Executivo Estadual, de modo
que a manutenção do foro após um hiato de posse de cargo no Legislativo Federal e
mais um mandato no Executivo Estadual configuraria um privilégio pessoal, não
albergado pela garantia constitucional. 9. Questão de ordem resolvida para
reconhecer a incompetência do STJ para examinar o recebimento da denúncia e
determinar seu encaminhamento ao primeiro grau de jurisdição. (QO na APn
874/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em
15/05/2019, DJe 03/06/2019)
Competência jurisdicional e validade das provas
produzidas
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL

A determinação de busca e apreensão nas dependências do Senado Federal, desde que


não direcionada a apurar conduta de congressista, não se relaciona com as imunidades
parlamentares. Ademais, no caso de prova determinada por juízo incompetente, não
devem ser considerados contaminados os elementos probatórios cuja produção
prescindem de prévia autorização judicial. Rcl 25537/DF e AC 4297/DF, Plenário, rel. Min.
Edson Fachin, julgamento em 26.6.2019.
Súmula 245 do STF: “A imunidade parlamentar não se
estende ao corréu sem essa prerrogativa”.
IMUNIDADES ABSOLUTAS E RELATIVAS
IMUNIDADES/ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS
ESCUSAS RELATIVAS
INAPLICABILIDADE DE ESCUSAS
(ARTS. 181 AO 183, CP)

CÓDIGO PENAL

PARTE ESPECIAL

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo: escusas absolutórias (crime existe, mas não é punível)
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; (ou união estável, art. 226,
§3º CRFB/88)
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
civil ou natural.
Atenção: Violência Patrimonial – Lei Maria da Penha 11.340/2006

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título
é cometido em prejuízo: escusas relativas, não é causa extintiva de punibilidade, mas
sim, condição objetiva de procedibilidade
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
inaplicabilidade das escusas
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja
emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)

PESSOA COM DEFICIÊNCIA – em proteção ao Estatuto da PCD não


alterou este dispositivo
Não caberá interpretar neste sentido para não causar analogia in malam
partem.
Escusas absolutórias podem ser aplicadas ao adolescente infrator

Ementa Oficial
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO. NÃO CABIMENTO. ECA. ATO INFRACIONAL
EQUIPARADO À APROPRIAÇÃO INDÉBITA. INÉPCIA DA REPRESENTAÇÃO. AUSÊNCIA DE
INDICAÇÃO DA DATA DOS FATOS. NÃO OCORRÊNCIA. IRREGULARIDADE. ESCUSA
ABSOLUTÓRIA (ART. 181, II, DO CP). APLICABILIDADE. ILEGALIDADE MANIFESTA.
1. Não é cabível a utilização do habeas corpus como substitutivo do recurso adequado.
Precedentes.
2. A omissão da indicação da data dos fatos na representação constitui mera
irregularidade, que não enseja a declaração de inépcia quando a narrativa permite o
exercício da ampla defesa e do contraditório. Na espécie, pelo que se pode depreender das
peças que foram acostadas aos autos, consta na certidão de antecedentes infracionais do
paciente a data da infração, a saber, 18/4/2011.
3. O art. 181, II, do Código Penal prevê escusa absolutória, em razão da qual é isento de
pena aquele que comete crime contra o patrimônio, entre outras hipóteses, em prejuízo
de ascendente, salvo as exceções delineadas no art. 183 do mesmo diploma legal.
4. Por razões de política criminal, com base na existência de laços familiares ou afetivos entre
os envolvidos, o legislador optou por afastar a punibilidade de determinadas pessoas. Nesse
contexto, se cumpre aos ascendentes o dever de lidar com descendentes maiores que lhes
causem danos ao patrimônio, sem que haja interesse estatal na aplicação de pena, também
não se observa, com maior razão, interesse na aplicação de medida socioeducativa ao
adolescente pela prática do mesmo fato.
5. Estando o paciente isento da aplicação de medida socioeducativa, o processo deixa de ter
finalidade, razão pela qual seu prosseguimento configura constrangimento ilegal, que merece
ser sanado por meio do trancamento do feito.
6. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício, para determinar o trancamento
do feito.
(HC 251.681/PR, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
03/10/2013, DJe 24/10/2013)
Súmula 245 do STF: “A imunidade parlamentar não se
estende ao corréu sem essa prerrogativa”.
EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL
1º de junho 2019: Neymar é acusado de estupro pela
CASO NEYMAR X NAJILA modelo Najila Trindade. Ela registrou boletim de
ocorrência na sexta-feira (31 de maio), revelado
pelo ESPN.com.br um dia depois, na 6ª Delegacia de
Polícia de Defesa da Mulher, em São Paulo.
Segundo o documento, ela alegou ter conhecido o jogador
de Paris Saint-Germain e seleção brasileira nas redes
sociais. E no dia 12 de maio, um assessor identificado
como Gallo entrou em contato fornecendo passagens e
hospedagem para ela viajar para Paris, na França. Ela
afirmou ter embarcado no dia 14 e chegado no dia 15.
Najila relatou ter se hospedado no Hotel Sofitel Paris Arc
Du Triomphe e recebido o atleta, então com 27 anos, por
volta de 20h locais do dia 15. Segundo ela, o jogador
chegou “aparentemente embriagado”. Ela diz que eles
começaram a conversar, trocaram carícias, porém, em
determinado momento, Neymar se tornou agressivo e,
mediante violência, praticou relação sexual.
Neymar sempre negou ter havido estupro. Ele confirma
que houve relação sexual, mas que a mesma foi
consensual. E publicou, em seu perfil no Instagram,
https://www.espn.com.br/ imagens das conversas que teve com a modelo e fotos de -
inclusive com nudez.
8 de agosto de 2019 - O Ministério Público de
CASO NEYMAR X NAJILA São Paulo pede o arquivamento do caso.
“O arquivamento é por falta de provas que não
existem ou não foram apresentadas. Muitas vezes
falamos com a vítima ou o advogado que estava com
ela para solicitar. Não nos foi apresentado o vídeo.
Ouvi alegações de que não existia, que trocou o
celular, que estava na nuvem”, disse a promotora
Estefânia Paulin.
10 de setembro de 2019 - Najila Trindade é
indiciada pela Polícia Civil por extorsão e
denunciação caluniosa.O ex-marido dela, Estivens
Alves, foi denunciado por fraude processual e
divulgação de conteúdo erótico.
As demais acusações foram descartadas, e Najila e
Estivens respondem apenas por fraude processual.

https://www.espn.com.br/
Extraterritorialidade

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos


no estrangeiro:
I (INCONDICIONADA)- os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República (Princípio da
Defesa ou Real);
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de
Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público
(Princípio da Defesa ou Real);
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço (Princípio da
Defesa ou Real);
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil
(Princípio da Justiça Universal; Princípio do Domicílio);
II ( CONDICIONADA) - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a
reprimir (Princípio da Justiça Universal);
b) praticados por brasileiro (Princípio da Nacionalidade
Ativa);
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, quando em território
estrangeiro e aí não sejam julgados (Princípio da
Representação).
§ 1º - Nos casos do inciso I (INCONDICIONADA), o agente
punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro (possibilidade de dupla
condenação pelo mesmo fato)
§ 2º - Nos casos do inciso II (CONDICIONADA), a aplicação da
lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira
autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí
cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais
favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido
por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se,
reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
(HIPERCONDICIONADA)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
ATENÇÃO:

ÁGUAS INTERNACIONAIS diferente de ÁGUAS ESTRANGEIRAS

Não pertencem a Pertencem a algum


alguém país/território
APLICAÇÃO DA LEI BRASILEIRA
EMBARCAÇÃO OU Território Território Alto mar ou espaço
AERONAVE Nacional Estrangeiro aéreo
correspondente
Nacional, pública ou a
serviço de governo Aplica Aplica Aplica
nacional brasileiro
Mercante ou particular,
nacional Aplica Não aplica Aplica
Pública estrangeira Não aplica Não aplica Não aplica
Mercante ou particular Aplica Não aplica Não aplica
estrangeira
3. TEORIA DO DELITO

3.1 OS CONCEITOS GERAIS DA TEORIA GERAL DO DELITO E SUAS


CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS
3.2 AS CARACTERÍSTICAS DO FATO TÍPICO
3.3 A ILICITUDE E SUAS CAUSAS EXCLUDENTES
3.4 OS ELEMENTOS DA CULPABILIDADE E AS MODALIDADES DE
ERRO
CONCEITO DE INFRAÇÃO PENAL E
SEUS ELEMENTOS
Elementos do crime: POSIÇÃO MAJORITÁRIA

Critério analítico – SISTEMA TRIPARTIDO


Expoentes:
Nelson Hungria • FATO TÍPICO,
Aníbal Bruno
Magalhães Noronha
• FATO ILÍCITO e
Francisco de Assis Toledo • AGENTE
Cezar Roberto Bitencourt CULPÁVEL (ou
Luiz Regis Prado CULPABILIDADE)
Elementos do crime: POSIÇÃO MINORITÁRIA

Critério analítico – SISTEMA BIPARTIDO

Expoentes:
René Ariel Dotti FATO TÍPICO e
Damásio de Jesus ILÍCITO
Julio Fabbrini Mirabete a culpabilidade seria pressuposto de
Fernando Capez aplicação da pena
Damásio de Jesus
VISÃO GERAL DO CONCEITO ANALÍTICO DE INFRAÇÃO PENAL
*CRIMES MATERIAIS
Exclusão de ilicitude Supra
Legal: Consentimento do
Conduta Ofendido
Fato Fato
Típico Exclusão de ilicitude Legal:
Nexo Antijurídico - Legítima Defesa
Causal 1º 2º - Estado de Necessidade
Resultado - Estrito Cumprimento do
Culpabilidade Dever Legal
Tipicidade 3º - Exercício Regular de Direito
Imputabilidade Penal
Exigibilidade de conduta diversa
INFRAÇÃO
Potencial conhecimento da ilicitude do ato
PENAL praticado
FATO TÍPICO
FATO TÍPICO – em regra, decorre de um
fato humano (mas há o entendimento
majoritário que também pode ser da
pessoa jurídica, nos crimes ambientais, Conduta
posicionamento também adotado pelo Fato Típico Fato
STF) e amolda-se a um tipo descrito na Nexo Antijurídico
legislação. Causal
Obs.: A presença integral dos quatro
requisitos (conduta, nexo causal,
Resultado
Culpabilidade
resultado naturalístico e tipicidade) só
acontecerá nos crimes materiais (ou Tipicidade
crimes causais ou crimes de resultados)
consumados. Há ausência dos requisitos
nexo causal e resultado nos crimes
formais (ou crimes de consumação INFRAÇÃO
antecipada ou de resultado cortado), de
mera conduta (ou de simples atividade)
PENAL
e materiais na forma tentada. *crimes materiais
Fato Típico - CONDUTA
Vamos falar sobre o elemento CONDUTA:
Quando a gente fala em conduta,
devemos observar que ela deve ser
decorrente de uma AÇÃO ou
OMISSÃO,

humana,
consciente e
voluntária.
Animal não pratica crime, mas pode
ser extensão da conduta humana;
Pessoa Jurídica só pode ser
responsabilizada penalmente por
crimes ambientais (Lei 9605/1998)
Vamos falar sobre o elemento CONDUTA:
Quando a gente fala em conduta,
devemos observar que ela deve ser
decorrente de uma AÇÃO ou
OMISSÃO,

humana,
consciente e
voluntária.
Animal não pratica crime, mas pode
ser extensão da conduta humana;
Pessoa Jurídica só pode ser
responsabilizada penalmente por
crimes ambientais (Lei 9605/1998)
Vamos falar sobre o elemento CONDUTA:
Quando a gente fala em conduta,
devemos observar que ela deve ser
decorrente de uma AÇÃO ou OMISSÃO, Conduta
humana, consciente e voluntária. Não Fato Fato
me refiro ao RESULTADO consciente e Nexo
voluntário, porque assim estaríamos Causal Típico Antijurídico
falando em AÇÃO ou OMISSÃO dolosa.
Falando em RESULTADO, vamos dar
Resultado
uma leve pausa aqui em CONDUTA, Culpabilidade
para falar sobre o ITER CRIMINIS, ou
seja, o caminho do crime, o caminho que Tipicidade
se percorre desde o princípio, do
surgimento da vontade em praticar
determinada conduta criminosa, até
chegar ao resultado desejado (neste
caso, estamos falando em crime INFRAÇÃO
MATERIAL).
PENAL
FATO TÍPICO
CUIDADO!
Situações que causam
Conduta AUSÊNCIA DE CONDUTA:
Fato Fato - Atos reflexos
Nexo Típico Antijurídico - Coação FÍSICA irresistível
Causal
- Sonambulismo ou Hipnose
Resultado
Culpabilidade - Caso Fortuito ou Força
Tipicidade Maior
CONDUTA:

INFRAÇÃO PENAL - Pode ser AÇÃO ou OMISSÃO


- Dolosa, Culposa ou Preterdolosa.
FATO TÍPICO
CUIDADO!
Situações que causam
Conduta AUSÊNCIA DE CONDUTA:
Fato - Atos reflexos
Nexo Típico
Causal
Resultado

Tipicidade

INFRAÇÃO PENAL
FATO TÍPICO
CUIDADO!
Situações que causam
Conduta AUSÊNCIA DE CONDUTA:
Fato
Nexo Típico - Coação FÍSICA irresistível
Causal
Resultado

Tipicidade

INFRAÇÃO PENAL
FATO TÍPICO
CUIDADO!
Situações que causam
Conduta AUSÊNCIA DE CONDUTA:
Fato
Nexo Típico
Causal
- Sonambulismo ou Hipnose
Resultado

Tipicidade

INFRAÇÃO PENAL
FATO TÍPICO
CUIDADO!
Situações que causam
Conduta AUSÊNCIA DE CONDUTA:
Fato
Nexo Típico
Causal - Caso Fortuito ou Força
Resultado Maior
Tipicidade

INFRAÇÃO PENAL
Nevoeiro e fumaça de queimada causaram o engavetamento no Paraná, diz PRF

Segundo a corporação, motoristas tiveram dificuldade de visibilidade na


rodovia. Acidente envolveu 22 veículos e deixou 8 mortos e 26 feridos

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/08/03/interna-brasil,877962/nevoeiro-e-
fumaca-de-queimada-causaram-engavetamento-no-parana-diz-prf.shtml
Motoristas relatam que fumaça impedia visibilidade
em engavetamento com 36 veículos na Carvalho Pinto
em Jacareí
"Era uma fumaça muito densa, não dava para
enxergar direito, eu fui diminuindo a velocidade,
mas quando vi já estava em cima, não tinha o
que fazer, foi muito rápido. Eu desviei da faixa da
esquerda, fui para a direita, mas já tinha carro
engavetado", conta o analista de TI, Diogo Silva
do Santos.
"Não tinha cinco metros de visibilidade. Fui um
dos primeiros a passar, tanto que foi só uma
pancadinha no capô. Quem veio atrás, a gente
tentava socorrer, a carreta veio e empilhou uns
15 carros, aí foi o caos, um pesadelo", disse o
Fonte: https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba- representante comercial Fernando Souza, que
regiao/noticia/motoristas-relatam-que-fumaca-impedia- vinha de São Paulo para Taubaté.
visibilidade-no-local-do-engavetamento-com-36-veiculos.ghtml
FATO TÍPICO
CUIDADO!
Situações que causam
Conduta AUSÊNCIA DE CONDUTA:
Fato Fato - Atos reflexos
Nexo Típico Antijurídico - Coação FÍSICA irresistível
Causal
- Sonambulismo ou Hipnose
Resultado
Culpabilidade - Caso Fortuito ou Força
Tipicidade Maior
CONDUTA:

INFRAÇÃO PENAL - Pode ser AÇÃO ou OMISSÃO


- Dolosa, Culposa ou Preterdolosa.
CONDUTA
- AÇÃO

- OMISSÃO:
omissão própria (omissivo puro):
P.ex.: art. 135, CP: Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo;
ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
omissão imprópria:
Art. 13, §2º, CP: A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
CONDUTA

- DOLOSA

DOLO DIRETO – TEORIA DA VONTADE: o agente deseja o resultado e pratica conduta capaz
de atingir este fim

DOLO EVENTUAL – TEORIA DO ASSENTIMENTO: o agente prevê o resultado e, embora não


o deseje, assume o risco de produzi-lo ao invés de abster-se. É uma das espécies de DOLO
INDIRETO
Crimes que, em regra, não cabe tentativa: CCHOUP

Culposos
Contravenções Penais
Habituais
Omissivos PRÓPRIOS
Unissubsistentes
Preterdolosos
Modalidades de culpa:

NEGLIGÊNCIA: conduta negativa; dever de cuidado, vigilância, atenção


IMPRUDÊNCIA: conduta positiva; agir de forma “afoita”, além dos limites,
apressada
IMPERÍCIA: falta de capacidade técnica, arte, ofício ou habilidade específica
CONDUTA:

- PRETERDOLOSA

Conduta DOLOSA + Resultado CULPOSO + PREVISÃO LEGAL


Fato Típico - RESULTADO
FATO TÍPICO
Iter Criminis
Conduta (ou caminho do crime):

Fato Típico Fato Primeira etapa: COGITAÇÃO


Nexo Causal Antijurídico Não punível

Segunda etapa: ATOS PREPARATÓRIOS


Resultado
Culpabilidade Em regra, não punível
Pode ser punível quando for crime
Tipicidade
Terceira etapa: ATOS EXECUTÓRIOS
Punível

Quarta etapa: CONSUMAÇÃO


punível
INFRAÇÃO
PENAL EXAURIMENTO
Atos
Cogitação executórios Exaurimento
Linha do
tempo da
realização de
Consumação uma infração
Atos penal
preparatórios

A teoria finalista, adotada majoritariamente por nossa doutrina, descreve como


penalmente relevante a conduta cuja conteúdo contenha uma finalidade, ou seja,
tenha o objetivo de atingir determinado fim. É bem verdade que nem todos os
delitos em nosso ordenamento servem a esta finalidade, tendo em vista a existência
de crimes meios que são necessário à produção do crime fim. Crimes meios e crimes
fins, sendo aqueles meios necessários ou preparatórios para que se execute outro
crime, o crime fim.
- Incidência de conflito aparente de normas e sua resolução pelo princípio da
consunção;

Os casos excepcionais trazidos pelo contexto de utilização de crimes meios e crimes fins
causa um conflito aparente de normas, em que a pluralidade de condutas de um agente
podem estar vinculadas entre si, sem agravar o resultado pretendido ou consumado – é
o que se chama de antefatos e pós- fatos impuníveis, utilizando-se do princípio da
consunção para a solução do conflito aparente de normas. O princípio da consunção é
uma da ferramentas que soluciona o conflito aparente de normas, definindo que, a
conduta de maior gravidade ou mais ampla é absorvida por aquela de menor gravidade,
sendo estas meios necessários à execução de outro crime.
- Antefato e o pós fato impuníveis:
Conceito de antefato impunível: acontece quando o sujeito ativo da conduta, pratica um
fato criminoso, mas sua intenção é a realização de uma segunda conduta, que representa
a vontade lesiva do sujeito; a primeira ação só possui razão de existir para viabilizar a
conduta lesiva posterior a ela; exemplo: para a execução de homicídio há uma conduta
antecedente caracterizadora do delito de lesão corporal (o no caso da corrente que adota
a falsificação de documento para a realização do estelionato (Súmula 17, STJ “quando o
falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”);
- Antefato e o pós fato impuníveis:

Conceito de pós fato impunível: ocorre quando o agente pratica uma conduta e, mesmo
após atingir a consumação, realiza nova conduta penal contra o mesmo bem jurídico
lesado; a conduta posterior, entretanto, é incapaz de agravar o resultado lesivo atingido
pela conduta anterior; exemplo: indivíduo que furta determinado objeto e depois vende
ou o destrói.
Fato Típico – iter criminis
Iter Criminis:
- COGITAÇÃO
- ATOS PREPARATÓRIOS
- ATOS EXECUTÓRIOS
Institutos possíveis:
Tentativa
Desistência Voluntária
Arrependimento Eficaz
- CONSUMAÇÃO
Arrependimento Posterior
Terceira etapa: ATOS EXECUTÓRIOS

TENTATIVA: o quantum é inversamente proporcional à aproximação do resultado


representado, ou seja, quanto maior o iter criminis percorrido pelo sujeito ativo da infração
penal, menor será a fração da causa de diminuição (adoção da TEORIA OBJETIVA).

ESPÉCIES:
Tentativa branca ou incruenta: o agente não consegue atingir o bem jurídico ou objeto
contra a qual deveria recair sua conduta.
Tentativa vermelha ou cruenta: o agente consegue atingir o bem jurídico ou objeto contra
a qual deveria recair sua conduta.
Tentativa perfeita: o agente executa por completo seus atos, mas delito não é consumado.
Tentativa imperfeita: a conduta do agente é interrompida durante a execução do delito.
Tentativa inidônea: impossibilidade de consumação do crime em virtude de ineficácia
absoluta do meio ou de absoluta impropriedade do objeto. Art. 17 CP
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente,
a pena será reduzida de um a dois terços.

Não confundir ARREPENDIMENTO POSTERIOR COM ATENUANÇÃO DE PENA PELA


REPARAÇÃO DO DANO
Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
III - ter o agente:
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
Fato Típico - TIPICIDADE
FATO TÍPICO

Conduta
Fato Fato
Nexo Causal Típico Antijurídico
Resultado
Culpabilidade Recomendo a leitura deste texto para entender um
Tipicidade pouco mais sobre TIPICIDADE:

https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/161
63/tipicidade-conceito-e-classificacao

INFRAÇÃO
PENAL
FATO TÍPICO

Conduta

Fato Típico Fato


Nexo Causal Antijurídico

Resultado
Culpabilidade

Tipicidade
TIPICIDADE:

• é um juízo de verificação se o fato é ou não é típico;


• é a adequação do fato da vida real à descrição abstrata de
conduta, descrita na norma.

INFRAÇÃO
PENAL
TIPICIDADE PENAL:
Tipicidade formal (conformidade exata entre o fato praticado e os elementos que constam em um tipo penal)
e tipicidade material (agravo social e real da conduta, incidência do PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA)

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (vetores OBJETIVOS definidos pelo


STF):
• Inexpressividade da lesão jurídica cometida.
• Nenhuma periculosidade social decorrente da ação.
• Mínima ofensividade da conduta do ofensor.
• Grau de reprovação do comportamento baixo.
furto famélico
Quando presentes, TODOS OS REQUISITOS, o fato é ATÍPICO MATERIALMENTE
Superior Tribunal de Justiça orienta (VETORES SUBJETIVOS):
• observância da importância do objeto material para vítima
(considerando sua condição econômica, o valor sentimental do
bem, as circunstâncias e o resultado do crime)
Quanto ao réu reincidente: doutrina e jurisprudência não
unânimes; STJ vem entendendo pela aplicação quando o princípio
for “socialmente recomendável” no caso concreto.
Fato Típico – NEXO CAUSAL
FATO TÍPICO

Conduta
Nexo Causal Fato Fato Antijurídico
Típico

Resultado
Culpabilidade
Tipicidade

INFRAÇÃO
PENAL
Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual
o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a
imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)

TEORIA ADOTADA PELO CP (regra): TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES


CAUSAIS; Excepcional adotada a TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA

Doutrina adota: TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA


VISÃO GERAL DO CONCEITO ANALÍTICO DE INFRAÇÃO PENAL

Causas
RELATIVAMENTE Conduta
independentes Fato Fato
Nexo Causal Típico Antijurídico

Causas
ABSOLUTAMENTE Resultado
Culpabilidade
independentes
Tipicidade

INFRAÇÃO
PENAL
- Causas RELATIVAMENTE independentes

a) Preexistentes
b) Concomitantes
c) supervenientes

- Causas ABSOLUTAMENTE independentes

a) Preexistentes
b) Concomitantes
c) supervenientes
- Causas RELATIVAMENTE independentes

a) Preexistentes
b) Concomitantes
c) supervenientes
- Causas ABSOLUTAMENTE independentes

a) Preexistentes
b) Concomitantes
c) supervenientes
Fato Típico – TEORIA DO ERRO
TEORIA DO ERRO DE TIPO
- ESSENCIAL:
a) EVITÁVEL (INESCUSÁVEL ou VENCÍVEL): exclui o dolo, mas admite a
responsabilidade a título culposo, se houver previsão em lei desta modalidade.
b) INEVITÁVEL (ESCUSÁVEL ou INVENCÍVEL): exclui o dolo e a culpa.

- ACIDENTAL: dolosa
a) Erro sobre a pessoa (error in persona) (art. 20, §3º, CP);
b) Erro sobre o objeto ou coisa (error in objecto);
c) Erro sobre o nexo causal (aberratio causae);
d) Erro na execução (aberratio ictus) (art. 73, CP);
e) Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis) (art. 74, CP).
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o
próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de
14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº
12.015, de 2009)

(...)
TEORIA DO ERRO DE TIPO
- ESSENCIAL:
a) EVITÁVEL (INESCUSÁVEL ou VENCÍVEL): exclui o dolo, mas
admite a responsabilidade a título culposo, se houver
previsão em lei desta modalidade.
b) INEVITÁVEL (ESCUSÁVEL ou INVENCÍVEL): exclui o dolo e a
culpa.
Um homem e a filha foram mortos ao serem
TEORIA DO ERRO DE TIPO ESSENCIAL
"confundidos" com um cervo por um
caçador em floresta no condado de Colleton
(Carolina do Sul, EUA) na tarde da última
quarta-feira (1/1).
Atingidos por disparos de fuzil, Kim Drawdy, de
30 anos, e Lauren, de 9, morreram na hora,
conforme reportagem do "Post and
Courier". Os dois costumavam caçar cervos na
mesma área, contou o vizinho Johnny Powell.
"Nunca vou superar a dor de perder o Kim",
disse Benny Drawdy, meio-irmão do
americano, à ABCNews4.
Agentes do Departamento de Recursos
Naturais estão investigando o caso. Tudo
indica mortes acidentais. Em 2019, a Carolina
do Sul registrou 11 acidentes do mesmo
tipo durante caçadas, com duas mortes.
RESOLVENDO QUESTÃO SOBRE O TEMA...

Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: TJ-PA Prova: CESPE - 2020 - TJ-PA - Oficial de Justiça - Avaliador
Na confraternização de final de ano de um tribunal de justiça, Ulisses, servidor do órgão, e o
desembargador ganharam um relógio da mesma marca — em embalagens idênticas —, mas de
valores diferentes, sendo consideravelmente mais caro o do desembargador. Ao ir embora, Ulisses
levou consigo, por engano, o presente do desembargador, o qual, ao notar o sumiço do relógio e
acreditando ter sido vítima de crime, acionou a polícia civil. Testemunhas afirmaram ter visto
Ulisses com a referida caixa. No dia seguinte, o servidor tomou conhecimento dos fatos e dirigiu-
se espontaneamente à autoridade policial, afirmando que o relógio estava na casa de sua
namorada, onde fora apreendido. Nessa situação hipotética, a conduta de Ulisses na festa
caracterizou
A) erro de tipo.
B) excludente de ilicitude.
C) arrependimento posterior.
D) erro de proibição.
E) crime impossível.
RESOLVENDO QUESTÃO SOBRE O TEMA...

Ano: 2020 Banca: CESPE Órgão: TJ-PA Prova: CESPE - 2020 - TJ-PA - Oficial de Justiça - Avaliador
Na confraternização de final de ano de um tribunal de justiça, Ulisses, servidor do órgão, e o
desembargador ganharam um relógio da mesma marca — em embalagens idênticas —, mas de
valores diferentes, sendo consideravelmente mais caro o do desembargador. Ao ir embora, Ulisses
levou consigo, por engano, o presente do desembargador, o qual, ao notar o sumiço do relógio e
acreditando ter sido vítima de crime, acionou a polícia civil. Testemunhas afirmaram ter visto
Ulisses com a referida caixa. No dia seguinte, o servidor tomou conhecimento dos fatos e dirigiu-
se espontaneamente à autoridade policial, afirmando que o relógio estava na casa de sua
namorada, onde fora apreendido. Nessa situação hipotética, a conduta de Ulisses na festa
caracterizou
A) erro de tipo.
B) excludente de ilicitude.
C) arrependimento posterior.
D) erro de proibição.
E) crime impossível.
RESOLVENDO QUESTÃO SOBRE O TEMA...

Ano: 2016 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2016 - MPE-PR - Promotor
Substituto

Mévio, lenhador, está trabalhando já há mais de 12 horas cortando árvores com seu
afiado machado. Quando passa para a árvore seguinte, sofrendo uma ilusão de ótica pelo
seu cansaço, confunde as pernas de seu amigo Lupércio com o tronco de uma árvore,
desferindo contra ele vigoroso golpe de machado, lesionando-o.
Neste caso, pode-se dizer que Mévio agiu:
A) Em estado de erro de proibição psiquicamente condicionado;
B) Em estado de erro de tipo psiquicamente condicionado;
C) Em estado de erro de proibição indireto;
D) Em estado de erro de tipo permissivo;
E) Com dolo eventual.
RESOLVENDO QUESTÃO SOBRE O TEMA...

Ano: 2016 Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: MPE-PR - 2016 - MPE-PR - Promotor
Substituto

Mévio, lenhador, está trabalhando já há mais de 12 horas cortando árvores com seu
afiado machado. Quando passa para a árvore seguinte, sofrendo uma ilusão de ótica
pelo seu cansaço, confunde as pernas de seu amigo Lupércio com o tronco de uma
árvore, desferindo contra ele vigoroso golpe de machado, lesionando-o.
Neste caso, pode-se dizer que Mévio agiu:
A) Em estado de erro de proibição psiquicamente condicionado;
B) Em estado de erro de tipo psiquicamente condicionado;
C) Em estado de erro de proibição indireto;
D) Em estado de erro de tipo permissivo;
E) Com dolo eventual.
TEORIA DO ERRO DE TIPO
- ACIDENTAL:

a) Erro sobre a pessoa (error in persona) (art. 20, §3º, CP);


b) Erro sobre o objeto ou coisa (error in objecto);
c) Erro sobre o nexo causal (aberratio causae);
d) Erro na execução (aberratio ictus) (art. 73, CP);
e) Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis) (art. 74, CP).
a) Erro sobre a pessoa (error in persona) (art. 20, §3º, CP)

“Um homem foi executado a


tiros na tarde desta segunda-
feira (9) na cidade de Arêz, na
Grande Natal. De acordo com a
Polícia Militar, a suspeita é de
que a vítima, Eudes Antônio do
Nascimento, tenha sido
confundido com o seu irmão
gêmeo, que é suspeito de um
estupro contra uma criança.
(...)”
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de
um sexto a um terço.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
motivo torpe;
II - por motivo futil;
a) Erro sobre a pessoa (error in persona) (art. 20, §3º, CP)

Eudes do Nascimento tinha 49 anos de idade. Ele estava no centro da


cidade, quando quatro homens se aproximaram em um Fiat Uno
vermelho para matá-lo. Dois deles desceram do veículo e atiraram
várias vezes. Ainda segundo a polícia, pelo menos 21 tiros atingiram
Eudes, que morreu no local. Foram encontradas, pela rua, cápsulas de
pistolas 380 e também 9 milímetros.
A polícia informou que, de acordo com relatos de pessoas que moram
na região, o irmão de Eudes do Nascimento é suspeito de um estupro
contra um menino de 6 anos. O crime teria acontecido na Praia da
Pipa, em Tibau do Sul, no litoral Sul potiguar. A suspeita é de que o
irmão gêmeo tenha sido confundido.
b) Erro sobre o objeto ou coisa (error in objecto)
Manaus - Uma dupla
criminosa invadiu, na noite
desta sexta-feira (14), um
shopping localizado no
bairro Chapada, Zona
Centro-Sul de Manaus, e
roubou várias réplicas de
joias de uma joalheria, que
fica dentro do centro de
compras.

Ainda não há informações


sobre o prejuízo total.
Policiais da 22ª Companhia
Interativa Comunitária
(Cicom) foram acionados e
estão colhendo as primeiras
informações sobre o crime.
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a
coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a
pena de multa.
c) Erro sobre o nexo causal (aberratio causae)

Laudo da exumação

O laudo da exumação do corpo de


Marcos foi divulgado em 2013. Para a
Promotoria, o exame indica que Marcos
foi morto com crueldade: ainda estaria
vivo enquanto era esquartejado. Os
defensores da ré dão outra versão
sobre o documento: ele morreu logo
após o disparo.
No entendimento da acusação, Elize
premeditou o crime, queria o dinheiro do
seguro de vida e da herança de Marcos,
e atirou nele e o decapitou quando ele
ainda estava vivo. A defesa discorda,
alega que Elize só atirou porque foi
agredida por Marcos quando descobriu
que era traída pelo marido.
d) Erro na execução (aberratio ictus) (art. 73, CP)

Opssss
d) Erro na execução (aberratio ictus) (art. 73, CP)

Fonte:
https://recordtv.r7.com/balanco-
geral/videos/mulher-tenta-tirar-selfie-
com-pit-bull-e-e-atacada-21102018

Opssss

A moça que tentava tirar uma foto como cachorro foi surpreendida pelo ataque. Para
ajudar, o pai da vítima, que estava na casa, tentou acertar a cabeça do animal com um
tijolo, mas acabou acertando a cabeça da filha. A jovem foi socorrida e levou 20 pontos
na cabeça e teve ferimentos nos braços. O pit bull também ficou ferido.
d) Erro na execução (aberratio ictus) (art. 73, CP) Após uma semana da morte de um
motorista de aplicativo, mais um
profissional foi vítima dos bandido,
porém desta vez o bandido se deu mal.
O motorista estava perto da comunidade
da Tamarutaca e foi abordado por três
assaltantes, após descer do carro com a
mão na cabeça um dos assaltantes
ordenou: ‘mata ele’.
O criminoso atirou, porém o projetil
passou entre os dedos do motorista e
acertou o comparsa no peito. O rapaz foi
levado pelos próprios companheiros para
o CHM, porém não resistiu.

Opssss...
d) Erro na execução (aberratio ictus) (art. 73, CP)
ATENÇÃO!

CENAS COM IMAGEM


FORTE/IMPACTANTE
RESOLVENDO QUESTÃO SOBRE O TEMA...

Ano: 2019 Banca: MPE-SP Órgão: MPE-SP Prova: MPE-SP - 2019 - MPE-SP - Promotor de
Justiça Substituto

José e João trabalhavam juntos. José, o rei da brincadeira. João, o rei da confusão. Certo
dia, discutiram acirradamente. Diversos colegas viram a discussão e ouviram as
ameaças de morte feitas por João a José. Ninguém soube o motivo da discussão. José
não se importou com o fato e levou na brincadeira. Alguns dias depois, em um evento
comemorativo na empresa, João bradou “eu te mato José” e efetuou disparo de arma
de fogo contra José. Contudo o projétil não atingiu José e sim Juliana, matando a
criança que chegara à festa naquele momento, correndo pelo salão.

Nesse caso, é correto afirmar que, presente a figura


RESOLVENDO QUESTÃO SOBRE O TEMA...

A) do erro sobre a pessoa, nos termos do artigo 20, § 3°, do Código Penal, João deve
responder por homicídio doloso sem a agravante de crime cometido contra criança.
B) do erro sobre a pessoa, nos termos do artigo 20, § 3°, do Código Penal, João deve
responder por homicídio doloso, com a agravante de crime cometido contra criança.
C) aberratio criminis, artigo 74 do Código Penal, João deve responder por tentativa de
homicídio e homicídio culposo sem a agravante de crime cometido contra criança, em
concurso formal de crimes.
D) aberratio ictus, artigo 73 do Código Penal, João deve responder por homicídio doloso
sem a agravante de crime cometido contra criança.
E) aberratio ictus, artigo 73 do Código Penal, João deve responder por tentativa de
homicídio e homicídio culposo, com a agravante de crime cometido contra criança, em
concurso material de crimes.
RESOLVENDO QUESTÃO SOBRE O TEMA...

A) do erro sobre a pessoa, nos termos do artigo 20, § 3°, do Código Penal, João deve
responder por homicídio doloso sem a agravante de crime cometido contra criança.
B) do erro sobre a pessoa, nos termos do artigo 20, § 3°, do Código Penal, João deve
responder por homicídio doloso, com a agravante de crime cometido contra criança.
C) aberratio criminis, artigo 74 do Código Penal, João deve responder por tentativa de
homicídio e homicídio culposo sem a agravante de crime cometido contra criança, em
concurso formal de crimes.
D) aberratio ictus, artigo 73 do Código Penal, João deve responder por homicídio doloso
sem a agravante de crime cometido contra criança.
E) aberratio ictus, artigo 73 do Código Penal, João deve responder por tentativa de
homicídio e homicídio culposo, com a agravante de crime cometido contra criança, em
concurso material de crimes.
Conduta
Nexo Fato Fato
Antijurídico
Causal Típico
Cuidado com
situações de
Resultad Culpabilidade
Ausência
de conduta
o
Tipicidad
e

INFRAÇÃO
PENAL
@prof.nataliabarroca
FATO ANTIJURÍDICO
Exclusão de ilicitude antijuridicidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
EXCLUDENTES GENÉRICAS OU GERAIS – PARTE GERAL 1º - 120

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Vide
ADPF 779)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo,
responderá pelo excesso doloso ou culposo. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Fato antijurídico ou ilícito – EXCLUDENTE DE
LEGÍTIMA DEFESA
Art.25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a
direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste
artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança
pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida
refém durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei 13.964, de
24.12.2019)
Art.25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se


também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco
de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (Incluído pela Lei
13.964, de 24.12.2019)

O papel do “SNIPER”:
LEGÍTIMA DEFESA

Art.25. Entende-se em legítima defesa


quem, usando moderadamente dos
meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu
ou de outrem.

Parágrafo único. Observados os requisitos


previstos no caput deste artigo,
considera-se também em legítima defesa
o agente de segurança pública que repele
agressão ou risco de agressão a vítima
mantida refém durante a prática de
crimes. (Incluído pela Lei 13.964, de
24.12.2019)
Atenção:
Intensivo (os meios são inadequados à reação)
Excessos na Legítima Defesa
Extensivo (meios adequados, mas de forma imoderada)

Legítima Defesa Sucessiva

Legítima Defesa Putativa (imaginária) – incide a culpabilidade


E o ataque de ANIMAL?
O que configura?
Se for ESPONTÂNEO Se for PROVOCADO POR OUTREM
Requisitos: Requisitos:
Situação de perigo ATUAL Situação de AGRESSÃO INJUSTA
Inevitabilidade do resultado Inevitabilidade do resultado
ESTADO DE NECESSIDADE LEGÍTIMA DEFESA
Cabe LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA na COMBINAÇÃO
PRÉVIA DE COMBATE/DUELO?
Fato antijurídico ou ilícito – EXCLUDENTE DE
ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1 º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2 º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1 º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2 º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Atenção:

ESTADO DE NECESSIDADE AGRESSIVO: atinge bem jurídico de terceira pessoa


que nada tem a ver com o contexto (cabível obrigação de indenização na esfera
civil)

ESTADO DE NECESSIDADE DEFENSIVO: atinge somente o bem jurídico causador


do risco
Fato antijurídico ou ilícito – EXCLUDENTE DE
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
Fato antijurídico ou ilícito – EXCLUDENTE DE
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
Cpp. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades
policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
seja encontrado em flagrante delito

• Atividades médicas de emergência


• Ato correcional “direito de castigar”
• Atividades desportivas lícitas/regulamentadas
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
Atenção:
ATO CORRECIONAL em ERD
≠ art. 136, CP (maus tratos)
≠ art. 18-A e 18-B, ambos do ECA
≠ Lei 9455/97, art. 1º, II (tortura castigo)
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer
privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a
trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou
disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)
Sujeito ativo: aquele que detém autoridade, guarda ou vigilância em
relação à vítima.
Sujeito passivo: pessoas assistidas pelos sujeitos ativos.
Obs.: padrasto e madrasta = discussão doutrinária acerca da inexistência
do poder correcional destes, que seriam assegurados pela relação de
parentesco.
Esposa/marido e filho/a maior de idade não podem ser vítimas do delito,
tendo em vista que não estão subordinados à autoridade do agente.
Qualificadoras são modalidades preterdolosas do crime.
Obs.: pelo princípio da especialidade, quando o crime for praticado contra
idoso, configura o crime do art. 99, da Lei 10741/03 – Estatuto do Idoso.
Ação penal pública incondicionada.
TORTURA – LEI 9455/97
NÚCLEO DO TIPO + MEIOS DE EXECUÇÃO:

CONSTRANGER a vítima valendo-se dos meios de execução

• Violência à pessoa - emprego de força física contra a vítima, mediante lesão


corporal ou vias de fato.

• Grave ameaça – promessa da realização de um mal grave (relevante, de


grandes proporções), iminente (em vias de ocorrer) e verossímil (possível de
ser concretizado).
TORTURA-CASTIGO OU TORTURA-PUNIÇÃO

Art. 1º Constitui crime de tortura:

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com


emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou
mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter
preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

OBJETIVIDADE JURÍDICA:
Protege-se a incolumidade física e mental das pessoas sob guarda, poder ou
autoridade do agente, submetida a castigo pessoas ou caráter preventivo.
Conselheiros tutelares receberam
a denúncia, foram até o local e
encontraram a criança trancada
em um quarto, como forma de
castigo. Em seguida, a equipe da
Polícia Civil foi acionada e
prendeu a mãe.
O menino apresentava
hematomas e lesões nas costas,
rosto, orelha e mãos, além de
várias cicatrizes aparentemente
de queimaduras.
A mulher vai responder pelo crime
hediondo de tortura-castigo, que
consiste em submeter alguém, sob
sua guarda, poder ou autoridade,
com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso
sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal.
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 - ECA
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,
educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos
responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física
sobre a criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança
ou ao adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos
executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de
crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico
ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou
qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às
seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela
Lei nº 13.010, de 2014)
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; (Incluído pela
Lei nº 13.010, de 2014)
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar,
sem prejuízo de outras providências legais.
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
CULPABILIDADE
ou agente culpável
Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70
(setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Inimputáveis:
- menores de 18 anos
- Doença/desenvolvimento mental +
incompleto + incapacitante
- Embriaguez involuntária completa
- Dependente álcool (embriaguez
patológica) ou drogas (lei 11343/2006)
- Índios não civilizados
Semi imputáveis:

- Perturbação mental debilitante


- Embriaguez involuntária incompleta
Inimputáveis:
- menores de 18 anos
- Doença/desenvolvimento mental + incompleto + incapacitante
- Embriaguez involuntária completa
- Dependente álcool (embriaguez patológica) ou drogas (lei 11343/2006)
- Índios não civilizados

Semi imputáveis:
- Perturbação mental debilitante
- Embriaguez involuntária incompleta
INIMPUTÁVEL SEMI IMPUTÁVEL
Doença mental incapacitante Perturbação mental
debilitante
Periculosidade presumida Periculosidade necessita de
comprovação
Exclui culpabilidade Não exclui culpabilidade
Isenta de pena e aplica Reduz a pena ou substitui esta
medida de segurança por medida de segurança

Sentença absolutória Sentença condenatória


imprópria
Medidas de segurança

DETENTIVA RESTRITIVA
Art. 96, I - Internação em hospital Art. 96, II - sujeição a tratamento
de custódia e tratamento ambulatorial
psiquiátrico ou, à falta, em outro Crimes punidos com detenção,
estabelecimento adequado salvo se o grau de periculosidade
Crimes punidos com reclusão do agente indicar necessidade de
internação
EMBRIAGUEZ:
- VOLUNTÁRIA (incompleta ou completa)
= imputável
- CULPOSA = imputável
- INVOLUNTÁRIA/ACIDENTAL (por caso
fortuito ou força maior) = se completa,
isenta de pena; se incompleta, atenua a
pena
- PREORDENADA = agravante de pena
- PATOLÓGICA = isenta de pena, se
inteiramente incapaz; se incompleta,
atenua a pena
Art. 22 do CP, “se o fato é cometido sob coação
irresistível ou em estrita obediência a ordem, não
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
punível o autor da coação ou da ordem”

Causas de inexigibilidade de conduta diversa:

- Coação MORAL irresistível (art. 22, 1ª parte, CP)


- Obediência Hierárquica a ordem não manifestamente ilegal (art. 22, 2ª parte, CP)
FÍSICA (vis absoluta) VONTADE ANULADA (FATO ATÍPICO)

COAÇÃO
IRRESISTÍVEL
MORAL (vis compulsiva) VONTADE VICIADA (EXCLUI CULPABILIDADE)
Art. 21, caput, Código Penal: “o
desconhecimento da lei é
inescusável. O erro sobre a ilicitude
do fato, se inevitável, isenta de
pena; se evitável, poderá diminuí-la
de um sexto a um terço”
POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE DO ATO
PRATICADO E AS TEORIAS DO ERRO DE
PROIBIÇÃO

Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a
ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua
ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era
possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa
consciência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Fonte: Fórmula Aprovação
Instagram @prof.nataliabarroca
E-mail Unifavip: natalia.barroca@professores.unifavip.edu.br

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