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CADERNO DE ERROS – DIREITO PENAL

1. PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL


2. PARTE GERAL
PRINCIPIOS

DICA - O princípio da insignificância tem o poder de excluir o próprio crime, atuando sobre o
primeiro elemento deste: o fato típico.
Tem o condão de afastar a tipicidade material do fato, desde que tenha reunidos
cumulativamente os seguintes requisitos : a) a mínima ofensividade da conduta, (b) a
ausência de periculosidade social da ação, (c) o reduzido grau de reprovabilidade do
comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica.(STF)
Só há tipicidade material se o prejuízo for RELEVANTE.
Tipicidade formal é apenas a adequação da conduta ao tipo penal.
JURIS - É aplicável aos crimes contra o MEIO AMBIENTE.(stj)
É inaplicável aos crimes que haja violência ou grave ameaça, por exemplo, o Roubo.
Mas aplica-se ao FURTO.
Tráfico de Drogas – não é possível aplicar o princípio da insignificância.
• Ato infracional: Aplicável;
• Furto de celular: Aplicável.
• Lei Maria da Penha (Violência doméstica): Não aplicável;
• Moeda Falsa: Não aplicável;
• Porte de Drogas: Não aplicável;
• Furto em unidade penitenciária: Não aplicável;
• Furto qualificado: Não aplicável;
• Descaminho: Aplicável até R$ 20.000,00 (STF & STJ)
JURIS -O atual entendimento do STJ é no sentido de que a apreensão de pequena quantidade
de munição, desacompanhada da arma de fogo, permite a aplicação do princípio da
insignificância ou bagatela. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 517.099/MS, Rel. Min. Joel Ilan
Paciornik, julgado em 06/08/2019.
Supremo Tribunal Federal, exposto no RHC 143.449/MS, j. 26/09/2017, a conduta de possuir
uma unidade de munição de uso permitido (calibre .9mm) é “formalmente típica, nos
termos do art. 12 da Lei 10.826/2003” . Contudo, a “Inexistência de potencialidade lesiva da
munição apreendida, desacompanhada de arma de fogo”  resulta na atipicidade material
dos fatos incidindo assim, o princípio da insignificância, que tem natureza de causa
supralegal de excludente de tipicidade (exclui a tipicidade material).

DICA - O princípio da adequação social implica na exclusão da tipicidade material diante da


prática de condutas criminosas, porém socialmente aceitas.
DICA - Segundo o princípio da legalidade estrita, novos crimes só podem ser criados através
de lei ordinária e complementar.
O princípio da lesividade parte da premissa que o direito penal só pode incidir em hipóteses de
lesão ou risco de lesão a bens jurídico-penais.
O principio da Subsidiariedade diz que o direito penal e a sanção só devem ser utilizados
quando os outros instrumentos de controle social não forem suficientes para a reprovabilidade
de determinada conduta.
O principio da Fragmentariedade está diretamente relacionado com os bens jurídicos, que o
direito penal deve tutelar apenas os bens jurídicos mais relevantes
JURIS – Compete ao STJ a homologação de sentenças estrangeiras.
DICA – CP inclui- se o dia de começo e exclui o ultimo
CPP exclui o de começo e inclui o ultimo
Se tem natureza híbrida conta como prazo PENAL

DICA – Contravenções Penais

1) Não cabe tentativa

2) Não cabe detenção/reclusão

3) As penas são prisão simples e multa

4) A pena de prisão simples não pode ser cumprida em regime fechado. Mesmo em caso de
regressão de regime

5) Competência da Justiça ESTADUAL, exceto em foro Especial

6) Não existe crime de contravenção no exterior punível no Brasil, a teoria é da


Territorialidade absoluta

7) A ação penal é pública incondicionada em todos os casos

DICA - Lei Penal Formal é a expressão sinônima do Princípio da Reserva Legal.

DICA - PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO

"Havendo uma sucessão de condutas com existência de um nexo de dependência, o fato mais
amplo e grave consome os demais, afastando o bis in idem de uma conduta, sendo este,
o princípio da consunção (...) O cotejo se dá entre fatos concretos, de modo que o mais
completo, o inteiro, prevalece sobre a fração. Não há um único fato buscando se abrigar em
uma ou outra lei penal caracterizada por notas especializantes, mas uma sucessão de fatos, todos
penalmente tipificados, na qual o mais amplo consome o menos amplo, evitando-se que
este seja duplamente punido, como parte de um todo e como crime autônomo. Cleber
MASSON."

Subsidiariedade - Estabelece que a lei primária tem prevalência sobre a lei subsidiária (lex
primaria derogaí legi subsidiarie). EX: Ameaça e constrangimento ilegal, se não há violência ou
grave ameaça tem-se apenas o crime de ameaça.
Especialidade- Lei especial é a que contém todos os dados típicos de uma lei geral, e também
outros, denominados especializantes. A primeira prevê o crime genérico, ao passo que a última
traz em seu bojo o crime específico. EX: Homicidio e infanticídio

Consunção - De acordo com o principio da consunção, ou da absorção, o fato mais amplo e


grave consome, absorve os demais fatos menos amplos e graves, os quais atuara como meio
normal de preparação ou execução daquele, ou ainda como seu mero exaurimento. 

Alternatividade - Inicialmente, a alternatividade é definida como a situação em que duas ou


mais disposições legais se repetem diante do mesmo fato. Crime de tipo misto alternativo

PARTE GERAL
DICA – no CP tem-se a LUTA

Lugar do crime é principio da ubiquidade(o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado)

Se a execução de um delito ocorrer em território estrangeiro, mas o resultado ocorrer em


território nacional, é correto afirmar que tal delito ocorreu em território nacional.

Tempo do crime é principio da atividade(no momento da ação ou omissão ou seja no momento


da conduta, ainda que outro seja o momento do resultado)

DICA- Juízo de Valor x Juízo de Fato

Juízo de Valor é de caráter normativo, ele segue um conjunto de regras que estão predefinidas
em nossa sociedade pela moral e pela ética.

Juízo de Fato é a avaliação feita a partir das ideias criadas de experiências vividas. Quando
alguém avalia uma situação tendo como base as coisas como são e porque são, está a utilizar do
juízo de fato, desconsiderando assim seus pontos de vistas pessoais, suas crenças, seus valores
morais, etc. Tendo portanto caráter subjetivo.

DICA - Furtar sinal de TV a cabo configura o crime de furto?

 STF: Não! HC 97261, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma,


julgado em 12/04/2011
 STJ: Sim! RHC 30.847/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado
em 20/08/2013
 Doutrina (NUCCI): Sim! Código Penal Comentado, 13ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2013, p. 703.

Percebam que o enunciado pediu segundo o entendimento do STF.

Dica – Extraterritorialidade
Embora cometido no estrangeiro

 CONDICIONADA
 INCONDICIONADA
Tratado ou convenção(justiça universal)
Contra a VIDA OU LIBERDADE
DO PR Praticado por BR(nacionalidade ativa)
Patrimônio ou fé pública Principio da representação.
Adm pública + seu serviço CONDIÇÕES
Genocidio brasileiro ou Entrar no BR
domiciliado
Punível onde praticado
 Ainda que absolvido
no estrangeiro, única Extradição
exceção ao BIS IN Não perdoado ou extinta punibilidade
IDEM

Dica – CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPIOS

 Obrigação de cuidado
 ASSUMIU responsabilidade
 CRIOU o risco

Dica – DOLO X CULPA

DOLOSO CULPOSO

Dolo Direto: 1º grau Culpa própia:


2º grau ou consequências necessárias  Inconsciente: Não prevê resultado
TEORIA DA VONTADE previsivel
Dolo Indireto:  Consciente: Prevê mas acredita que
 Alternativo não ocorrerá. É o FUDEU
 Eventual: Quer um resultado, Culpa imprópia:
assume o risco de outro, é o FODA- Supõe situação fática que tornaria legitima a
SE – TEORIA DO ação
ASSENTIMENTO/CONSENTIMENTO

DICA - O conceito formal de crime é aquilo que a lei considera como criminoso, enquanto o
conceito material de crime advém da concepção que a sociedade tem acerca daquilo que deve
ou não ser considerado como criminoso (Fonte: Estratégia Concursos).
Conceitos de Crime:

- FORMAL/LEGAL = A lei diz o que é crime (visão do legislador).


- MATERIAL = Crime é toda conduta capaz de causar lesão ou ameaça de lesão a um bem
jurídico de alguém (visão da sociedade).

- ANALÍTICO 

Teorias

QUADRIPARTIDA = fato típico, ilícito, culpável e punível

TRIPARTIDA (CP brasileiro) = fato típico, ilícito e culpável

BIPARTIDA = fato típico e ilícito, sendo a culpabilidade mero pressuposto de aplicação de


pena. 

DICA – Contravenções penais.

Ação penal = incondicionada

Territorialidade ABSOLUTA

DICA - De acordo com Cleber Masson, a ultratividade da lei mais benéfica se verifica quando o
crime foi praticado durante a vigência de uma lei, posteriormente revogada por outra prejudicial
ao agente. Subsistem os efeitos da lei anterior, mais favorável, pois a lei penal mais grave
jamais retroagirá.

   Lei A (mais favorável)                 FATO                    Lei B (mais grave)   -->


_________|___________________|____________________|______________

Praticado o fato quando estava em vigor uma lei, mais favorável (Lei A, no esquema) será por
ela regulado mesmo após a sua revogação por lei mais grave (Lei B)

DICA - LEI PENAL INTERMEDIÁRIA

"É possível, em caso de sucessão de leis penais, a aplicação de uma lei intermediária mais
favorável ao réu, ainda que não seja a Iei em vigor quando da prática da infração penal ou a lei
vigente à época do julgamento.Exemplo: Ao tempo da conduta estava em vigor a lei “A”,
sucedida pela lei “B”, encontrando-se em vigor ao tempo da sentença a lei “C”. Nada impede a
aplicação da lei “B’, desde que se trate, entre todas, da mais favorável ao agente."

DICA - Trata-se de autoria colateral na espécie autoria incerta, dado o fato de que um não
sabia da intenção do outro (quebra do liame subjetivo – vínculo psicológico). Nesse caso,
como não é possível determinar quem de fato causou efetivamente a morte, imputa-se
tentativa de homicídio aos dois. Ressalta-se que autoria colateral não configura concurso
de pessoas.
Já se houve ajuste entre os dois, sabendo respectivamente das intenções um e do outro não
há a quebra do liame subjetivo e portanto se aplica o concurso de pessoas.

Concurso de pessoas:

Pluralidade de agentes e condutas;

Relevância causal e jurídica de cada uma das condutas;

Identidade subjetivo entre os agentes.

Liame subjetivo entre os agentes;

DICA – O crime continuado acontece quando são praticados vários crimes da mesma espécie,
sendo um em continuação do outro, dentro de uma mesma intenção.

Já o crime permanente é um crime que acontece durante um determinado período, ou seja, a


ação praticada dura por algum tempo. O crime de sequestro que dura alguns dias é um exemplo
de um crime permanente.

Súmula 711 - STF

A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

Súmula 611 – STF


Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a
aplicação de lei mais benigna.
STF- pessoa jurídica pode ser sujeito ativo de crime?
SIM, casos admitidos pela CFRB/88
Meio ambiente
Economia popular
Ordem econômica
Porém ,a responsabilização da pessoa jurídica não é prevista para os crimes contra a ordem
financeira/econômica
DICA –
Objeto material: é aquilo que é atingido pela conduta criminosa(o celular no furto ou a pessoa
no homicidio)
Objeto formal : é o bem jurídico tutelado (o patrimônio no furto e a vida no homicidio)
DICA – iter criminis

Cogitação: Fase interna, não punível


Preparação: só é punível quando a própia preparação for um delito

Execução: prática criminosa

Consumação: Resultado previsto no tipo legal

Exaurimento: exemplo da extorsão mediante sequestro, o crime se consuma com o sequestro


então não necessariamente será exaurido pela recepção da vantagem exigida

DICA – Classificação dos crimes

Comum : qualquer autor

Próprio: qualidade especifica do autor

De mão própia: somente uma pessoa especifica em uma situação especial

Bicomum: não exige qualidade de nenhum dos sujeitos (ativos e passivos)

Biprópio : exige qualidade do sujeito ativo e do passivo.

Nos crimes plurissubjetivos o concurso de agentes é NECESSÁRIO

Crime material : exige a conduta e o resultado

Crime Formal ou de consumação antecipada: O crime se consuma mesmo que não haja o
resultado naturalístico

Crime de mera conduta: não exige resultado naturalístico

JURISPRUDÊNCIA: STF, Informativo n. 639: É possível a condenação de pessoa jurídica


pela prática de crime ambiental, ainda que haja absolvição da pessoa física relativamente ao
mesmo delito. Conclusão: A jurisprudência NÃO mais adota a chamada teoria da “dupla
imputação”. Segundo a teoria da dupla imputação, só poderia haver responsabilização da pessoa
jurídica se de forma simultânea também fosse responsabilizada a pessoa física que agia em
seu nome.
STJ. 6ª Turma. RMS 39173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
6/8/2015 (Info n. 566).
STF. 1ª Turma. RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 6/8/2013 (Info n. 714)

DICA –

Culpabilidade está diretamente ligado ao conceito de REPROVABILIDADE DE UMA


CONDUTA
Dica - O crime preterdoloso é uma espécie de crime agravado pelo resultado, no qual o agente
pratica uma conduta antecedente dolosa e deste decorre um resultado consequente culposo. Há
dolo no fato anterior e culpa no posterior.

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