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ESCOLAS PENAIS: tinham como finalidade o estudo do crime, do sistema penal e seus
objetivos.
ESCOLA CLÁSSICA: nomenclatura pejorativa atribuída pelos positivistas, que vieram
após.
Não havia unidade ou até mesmo um objetivo propriamente dito, mas surgiram
diversos pensadores, com diferentes teses, e que acabaram sendo classificados num
só grupo. (Ausência de unidade ideológica).
Humanização das penas: Beccaria;
Duas grandes teorias:
1- Jusnaturalismo (Grócio);
2- Contratualismo (Rosseau).
Dois períodos da escola clássica:
- Teórico-filosófico: notoriamente utilitarista, direito penal como necessidade social.
- Ético jurídico: Jusnaturalismo domina o direito penal, conceito ético de retribuição.
FRANCESCO CARRARA:
Crime como força física e moral;
Livre arbítrio respalda a punibilidade;
A lei tutela bens jurídicos, só há crime quando a ação se choca com a lei.
Tido como criador da dogmático penal consagra a “escola clássica de Carrara”.
ESCOLA POSITIVA:
- Surge na era das ciências sociais;
- Visão biológica e sociológica do crime;
- Detrimento do individualismo face ao interesse social;
- Pena como resposta do organismo social ao deliquente.
Era da Vingança:
-Subdivide-se em vingança privada, vingança divina e vingança pública;
- Desde a era primitiva até o século XVIII;
- Surgimento dos primeiros princípios.
Vingança Privada:
- Revide/vingança como resposta à lesões;
- Lex Talionis “olho por olho, dente por dente”;
- Surgimento dos primeiros traços do princípio da proporcionalidade.
Vingança Divina:
- Direito Penal e Igreja se confundem;
- Vis Corporalis como intimidação; “Repressão ao crime é a satisfação dos deuses’
E. Magalhães Noronha;
- Concilio de Latrão: Delicta Eclesiastica, delicta mere secularia e delicta mixta.
Vingança Pública:
- Estado como detentor do ius puniendi;
- Pena como meio de proteção ao Estado e ao Soberano;
- Crimes de Lesa- Majestade;
- Penas de morte, mutilação e que transcendem o condenado.
PRINCÍPIOS
1 – LEGALIDADE: Real limitação ao poder do Estado de interferir no âmbito das
liberdades individuais.
DESDOBRA-SE EM:
A) Não há crime (ou contravenção) nem pena (ou medida) sem:
- LEI;
- LEI ANTERIOR; (irretroatividade/retroatividade benéfica)
- LEI ESCRITA;
- LEI ESTRITA (PROIBE A ANALOGIA);
- LEI CERTA;
- LEI NECESSÁRIA (intervenção mínima, que abarca a subsidiariedade e a
fragmentariedade)
2 – PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU DE NÃO CULPA
3 – INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
4 – VEDAÇÃO DO BIS IN IDEM (há exceções, como por exemplo do artigo 8º do CP, que
prevê a possibilidade de novo julgamento e condenação, pelo mesmo fato, nos casos
de extraterritorialidade da lei brasileira)
5 – EXCLUSIVA PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS (a criminalização de uma conduta deve
atender a critérios mínimos de proibição a comportamentos efetivamente lesivos,
que de alguma forma exponha a perigo a vida/bens de outrem);
6 – INTERVENÇÃO MÍNIMA (direito penal como ultima ratio)
7 – OFENSIVIDADE DO FATO (o fato deve concretamente decorrer de lesão ou perigo
de lesão)
8 – RESPONSABILIDADE PESSOAL (obrigatoriedade de individualização da acusação e
da pena)
9 – RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: existência de dolo ou culpa
10 – CULPABILIDADE (o agente punido deve ser penalmente capaz)
11 -HUMANIDADE
12 – PROPORCIONALIDADE
13 – PROIBIÇÃO DE PENA INDIGNA
FATO TÍPICO
Elementos: conduta, resultado, nexo causal e tipicidade.
1) CONDUTA
Causas de exclusão da conduta: caso fortuito ou força maior; involuntariedade
(estado de completa inconsciência); coação física irresistível.
A conduta pode ser: (i) dolosa, (ii) culposa, (iii) preterdolosa; (i) omissiva, (ii)
comissiva, (iii) mista.
2) RESULTADO
Naturalístico: presente em algumas infrações;
a) Material: exige o resultado naturalístico;
b) Formal: descreve mas não exige o resultado naturalístico;
c) Mera conduta: nem descreve e nem exige o resultado naturalístico.
Normativo: presente em todas as infrações.
É a lesão ao bem jurídico.
3) NEXO DE CAUSALIDADE:
Vínculo entre o resultado e a conduta.
Concausas: não se relacionam diretamente, mas contribuem para a ocorrência do
resultado. Pode ser:
Relativamente independente: origina-se da conduta praticada pelo agente,
mas não se situa entre suas consequências diretas. Pode ser:
a) Preexistente ou concomitante: o agente responde pelo resultado, uma vez
que eliminada a sua atuação, não haveria lesão ao bem jurídico.
b) Superveniente: exclui a imputação QUANDO POR SI SÓ PRODUZIU O
RESULTADO. Caso contrário, o agente será responsabilidade.
VIDE TEORIAS
Para o artigo 14 do CP, é crime “quando nele se reúnem todos os elementos da sua
definição legal”.
MOMENTOS DE CONSUMAÇÃO DE ACORDO COM A NATUREZA DO CRIME:
Crime material/de resultado: com resultado naturalístico
Formal/ consumação antecipada: no momento da ação, sendo o resultado mero
exaurimento.
Mera conduta/simples atividade: momento em que a conduta é praticada
Permanente: se protrai no tempo, prologando-se até que o agente cesse a conduta
delituosa
Habitual: exige reiteração da conduta
Qualificado pelo resultado: se dá pela produção de resultado que agrava a pena
Omissivo próprio: no momento em que o agente se abstém de realizar a conduta
devida, imposta pelo tipo mandamental
Omissivo impróprio: consumação no momento do resultado naturalístico
TEORIA DO ERRO:
Erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo mas permite a
punição por crime culposo, se previsto em lei.
TRATA-SE DE ERRO DE TIPO ESSENCIAL: recai sobre as elementares, circunstanciais ou
quais dados que se agregam a determinada figura típica.
AS CONSEQUÊNCIAS VÃO DEPENDER DA EVITABILIDADE OU NÃO:
Se inevitável/justificável/ escusável/ invencível: ERRO IMPREVISIVEL, PORTANTO
EXCLUI O DOLO E A CULPA.
Se evitável/ injustificável/ inescusavel/ vencível: ERRO PREVISIVEL, SÓ EXCLUI O
DOLO MAS PUNE A CULPA (se prevista como crime)
ILICITUDE/ANTIJURICIDADE
Deve ser entendido como conduta típica não justificada, espelhando a relação de
contrariedade entre fato típico e ordenamento jurídico como um todo.
A teoria adotada no Brasil é a da RATIO COGNOSCENDI: a existência do fato típico
gera presunção relativa de que também é ilícito. Não há uma absoluta independência
entre os dois substratos, mas uma relativa dependência. Isso gera uma importante
consequência: o ônus probatório de exclusão de ilicitude é da defesa.
Desse modo, diante de uma fundada dúvida, pela ocorrência das EXCLUDENTES DE
ILICITUDE, apesar de formalmente típica, a conduta não será considerada crime.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE:
1 – ESTADO DE NECESSIDADE: são requisitos:
Perigo atual: presente e real, causado pela natureza, por conduta humana,
pelo comportamento de animal (não provocado pelo dono) ou fato da
natureza, sem destinatário certo.
Situação de perigo não causada voluntariamente pelo agente;
Salvar direito próprio ou alheio;
Inexistência de um dever legal de enfrentar o perigo (desde que possível de
ser enfrentado);
Inevitabilidade do comportamento lesivo para salvar o direito próprio ou de
terceiros;
Inexigibilidade de sacrifício do direito ameaçado: proporcionalidade entre o
bem sacrificado e o bem protegido.
Conhecimento da situação de fato justificante: requisito adicionado pela
doutrina.