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QUESTIONARIO TEORIA DO CRIME – PROVA A2 – 1º SEMESTRE DIREITO UNIFRAN

5 – PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL


1. Princípio da Reserva Legal
- Art. 5º, XXXIX da CF e Art. 1º do CP
- Nullum crimem, nulla poena sine praevia lege
Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
A diferença entre crime e contravenção penal reside na sanção penal.

2. Princípio da Anterioridade
- Decorre também do Art. 5º, XXXIX da CF e do Art. 1º do CP
O crime e a pena devem estar definidos numa lei previa ao fato cuja punição se pretende.
Quando a lei penal entre em vigor, desta data em diante começam seus efeitos.
Art. 5º. Inciso XL, Irretroablidade da lei penal mais grave.
Art. 5º. Inciso XL, Princípio da retroabilidade da lei penal mais benéfica.

3. Princípio da Individualização da Pena


- Art. 5º, XLVI da CF
Princípio que visa estabelecer uma gradativa da resposta punitiva do Estado (Art.5°, XLVI, da CF/88);
O STF reconheceu o alcance da individualização da pena atinge a mitigação dos efeitos da Lei de Crimes Hediondos —
L.8072/90.

4. Princípio da Alteridade / Trasncendentalidade


- Proíbe a incriminação / punição de atitude subjetiva do indivíduo, que não ofenda bem jurídico.
Consiste no comando segundo o qual ninguém pode ser punido por causar mal apenas a si mesmo. Ou seja, uma conduta,
para ser penalmente relevante, deve transcender seu autor e atingir bem jurídico de outrem.
Em princípio não tem previsão legal

5. Princípio da Confiança
O princípio da confiança baseia-se na expectativa de que as outras pessoas ajam de um modo já esperado, ou seja, normal.
Consiste, portanto, na realização da conduta de uma determinada forma na confiança de que o comportamento do outro
agente se dará conforme o que acontece normalmente

6. Princípio da Adequação Social


O Direito Penal não deve punir comportamentos que, embora previstos em lei como crime, são aceitos e há tolerância por parte comum da
sociedade.
Princípio que estabelece relação entre a atualização da norma incriminadora sob a ótica da relevância social e a reprovação do
comportamento.
A sua razão é evitar que comportamentos socialmente aceitos ou tolerados sejam criminalizados.
Basta imaginar que sem essa concepção de adequação do direito penal, um topless em praia não naturista poderia configurar
crime de ato obsceno

7. Princípio da Intervenção Mínima


O Direito Penal somente deve intervir nos casos de ataques muito graves aos bens jurídicos mais importantes. Neste caso o
direito penal assume um caráter subsidiário, intervindo somente quando as medidas civis ou administrativas mostrarem-se
ineficazes.
- Princípio da fragmentariedade
É uma consequência da adoção de três princípios (intervenção mínima, lesividade e adequação social).
- Princípio da subsidiariedade
Preconiza que o direito penal só pode intervir em "ultima ratio", depois de passar por todos os outros ramos do direito,
devendo ser aplicado apenas quando falham as defesas do bem jurídico predispostas por outros ramos do Direito.

8. Princípio da Proporcionalidade
A exigência de proporcionalidade deve ser determinada no equilíbrio que deve existir na relação entre crime e pena, ou seja,
entre a gravidade do injusto penal e a pena aplicada.
O princípio da proporcionalidade apresenta três dimensões:
1) Adequação da pena: a pena criminal é um meio adequado (entre outros) para realizar o fim de proteger um bem jurídico?
2) Necessidade da pena: a pena criminal (meio adequado entre outros) é, também, meio necessário (outros meios podem ser
adequados, mas não seriam necessários) para realizar o fim de proteger um bem jurídico?
3) Proporcionalidade em sentido estrito: a pena criminal cominada e/ou aplicada (considerada meio adequado e necessário),
é proporcional à natureza e extensão da lesão abstrata e/ou concreta do bem jurídico?
9. Princípio da Humanidade
Consiste no benefício Constitucional concedido para que a pena não ultrapasse a pessoa do réu (com ressalvas aos efeitos
extrapenais da pena), nem que esta atente desnecessariamente contra sua integridade física e mental. Ex. Desta forma, torna-
se inconstitucional: Pena de morte (salvo em caso de guerra declarada), Pena de trabalhos forçados, Penas cruéis, etc.

10. Princípio da Ofensividade ou Lesividade


O princípio da ofensividade ou lesividade (nullum crimen sine iniuria) exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de
lesão ao bem jurídico tutelado.

11. Princípio da Imputação Pessoal


O Direito Penal não pode castigar um fato cometido por agente que atue sem culpabilidade. Não se admite a punição em
casos de inimputabilidade, não consciência da ilicitude ou casos de inexigibilidade de conduta diversa. O fundamento da
responsabilidade penal pessoal é a culpabilidade (nulla poena sine culpa).

12. Princípio da Responsabilidade pelo fato


O Direito Penal deve tipificar fatos, associando-lhe as penas respectivas, e não estereotipar autores em razão de alguma
condição específica. Não se admite um Direito Penal do autor, mas somente um Direito Penal do fato.

13. Princípio da Personalidade ou da Intranscendência


- Art. 5º, XLV da CF.
Ninguém pode ser responsabilizado por fato cometido por outrem. E, consequentemente, a pena não pode passar da pessoa do
condenado (CF, art. 5º, XLV).

14. Princípio da Responsabilidade Penal Subjetiva


Nenhum resultado penalmente relevante pode ser atribuído a quem não o tenha produzido por dolo ou culpa. A disposição do
Código Penal exclui a responsabilidade penal objetiva (CP, art. 19).
A doutrina aponta alguns vestígios da responsabilidade objetiva em duas situações no ordenamento penal brasileiro: rixa
qualificada e punição da embriaguez voluntária ou culposa, decorrente da actio libera in causa.

15. Princípio do No Bis in Idem


- Art. 8º, 4, Pacto de São José da Costa Rica
Não se admite, em hipótese alguma, a dupla punição pelo mesmo fato. Com base nesse princípio, o STJ editou a súmula 241.
* A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.
* Não incorre em "bis in idem" a existência de duas ou mais ações penais em searas judiciais diversas.

16. Princípio da Insignificância ou da Bagatela


- O Direito Penal não deve se ater a condutas que afetam de forma ÍNFIMA o bem jurídico tutelado.
Surgiu no Direito Civil, no axioma minimus non curat praetor. Em outras palavras, o Direito Penal não deve se ocupar de
assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico.
Funciona como causa de extinção da tipicidade, desempenhando uma interpretação restritiva do tipo penal, observando-se
que há, no caso, uma adequação da conduta praticada à lei penal incriminadora, mas não existe, no entanto, a capacidade de
lesão ao bem jurídico tutelado pela norma.
AS ESCOLAS PENAIS

Escola Clássica:

Essa exigência prática desse período e sua filosofia resultaram duas importantes filosofias da escola clássica: O
jusnaturalismo, de Grócio e o Contratualismo de Rousseau, para o qual a ordem jurídica resulta do livre acordo entre os
homens, acatando a uma parte de seus direitos no interesse da ordem e segurança comum

CRIME é um ente jurídico, pois consiste na violação de um direito;


PENA (1) É forma de prevenção de novos crimes, defesa da sociedade: “punitur ne peccetur” (pune-se para que não se
peque);
PENA (2) É uma necessidade ética, reequilíbrio do sistema (inspiração em Kant e Hegel: punitur quia peccatum est).

Escola Positiva:
CRIME decorre de fatores naturais e sociais;
DELINQUENTE não é dotado de livre-arbítrio; é um ser anormal sob as óticas biológica e psíquica;
PENA funda-se na defesa social; objetiva a prevenção de crimes. Deve ser indeterminada, adequando-se ao criminoso para
corrigi-lo (é a chamada teoria absoluta da pena; quando visar recuperação do condenado é a teoria relativa; nosso CP adota a
teoria eclética ou mista, eis que os fins da pena é punir o condenado e ao mesmo tempo regenerá-lo, ou ao menos tentar).

OBS.: Garofalo (criador do termo Criminologia) vê a pena como forma de eliminar o criminoso grave, defendendo até a pena
de morte. Para ele, o delinqüente típico é um ser a quem falta qualquer altruísmo, destituído de qualquer benevolência e
piedade, são os epitetados de “assassinos”.Três categorias de criminosos: a) assassinos;b) violentos ou enérgicos; c) ladrões e
neurastênicos. Ainda acrescentou um quatro grupo, o daqueles que cometem crimes contra os costumes, aos quais chamou de
criminosos cínicos. Garófalo era um defensor da pena de morte sem qualquer comiseração.

Terza Scuola Italiana:


CRIME é fenômeno individual e social;
DELINQUENTE não é dotado de livre-arbítrio; não é um ser anormal;

Escola Penal Humanista:


CRIME o desvio moral de conduta; o que não viola a moral, não deve ser crime;
DELINQUENTE é o imputável, único passível de educação;
PENA é forma de educar o culpado. Pena é educação.

Escola Técnico-jurídica:
CRIME fenômeno individual e social;
DELINQUENTE é dotado de livre-arbítrio e responsável moralmente;
PENA meio de defesa contra a perigosidade do agente; tem por objetivo castigar o delinquente.

Escola Moderna Alemã:


CRIME é simultaneamente ente jurídico e fenômeno de ordem humana e social; Como afirmou Feuerbach: “Nullum crimen
sine lege, nulla poena sine lege”;
DELINQUENTE pessoa simultaneamente livre e parcialmente condicionada pelo ambiente que o circunda. Não há criminoso
nato;
PENA instrumento de ordem e segurança social; função preventiva geral negativa (coação psicológica).

Escola Correcionalista:
CRIME é um ente jurídico, criação da sociedade; não é natural;
DELINQUENTE é um ser anormal, portador de uma vontade reprovável;
PENA é a correção da vontade do criminoso e não a retribuição a um mal, motivo pelo qual pode ser indeterminada. Ou seja,
pena e medida de segurança são institutos dependentes.

Escola da Nova Defesa Social:


CRIME é um mal que desestabiliza o aprimoramento social;
DELINQUENTE pessoa que precisa ser adaptada à ordem social;
PENA é uma reação da sociedade com objetivo de proteção do cidadão; PENA é uma reação da sociedade com objetivo de
proteção do cidadão.

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