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Princípio da legalidade

De outro lado, o princípio da legalidade (ou reserva legal) consta positivado


expressamente na Constituição Federal (Artigo 5º, XXXIX) bem como no Código
Penal (Artigo 1°). 

O princípio da legalidade nos trás a segurança jurídica necessária aos


cidadãos, de modo que uma conduta só passará a ser considerada crime
através de lei que a defina. Por isso, não é possível penalizar sem prévia
cominação legal.

Nos termos do Código Penal:

Art. 1º – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.”

Neste ponto, cabe ressaltar que, como decorrente do princípio da legalidade,


surge ainda o princípio da anterioridade da lei, que observa o direito penal no
tempo e preconiza que a lei penal só retroage em benefício do réu, nunca em
seu prejuízo.

Tal princípio também se encontra positivado no ordenamento. Vejamos o artigo


5º, XL da Constituição Federal:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;”

Princípio da humanidade da pena

Neste ponto, merece especial atenção o princípio da humanidade da pena. 


Se temos o direito penal como um sistema capaz de estabelecer sanções, é de
interesse da sociedade que essas sanções sejam, além de adequadas para a
repreensão da conduta eventualmente praticada, que não sejam um
instrumento de vingança. Tal princípio decorre do princípio constitucional
da dignidade da pessoa humana.

Outros princípios

Há, por óbvio, inúmeros outros princípios relacionados ao tema, mas isso é
assunto para uma próxima conversa. 

Convém destacar aqui, ainda, os seguintes princípios:

 princípio da insignificância, que em síntese preconiza que apenas bens


jurídicos relevantes devem ser protegidos;
 da adequação social, que prevê que condutas adequadas socialmente não
devem ser objetos de reprimenda estatal;
 e o princípio da culpabilidade, que estabelece o dolo (intenção) ou a culpa
(imperícia, negligência ou imprudência) como pressupostos da responsabilização
penal. Ou seja, sem dolo ou culpa, não há culpabilidade, logo não há
responsabilidade penal.

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