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DIREITO PENAL – PARTE GERAL

PREPARATÓRIO PARA CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA

Professor: Marcos Paulo Bastos

Conceito de direito penal: é o conjunto de normas que ligam ao crime, como


fato, a pena como conseqüência, e disciplinam também as relações jurídicas
daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade das medidas de segurança e a
tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do Estado.
Fontes do direito penal: as fontes formais se dividem em: imediata (é a lei,
em sentido genérico) e mediatas (são os costumes e os princípios gerais do
direito). Ainda temos a doutrina, a jurisprudência e os tratados e convenções,
que muito interessam e ajudam na interpretação e aplicação do direito.

Normas Penais
>> Normas penais incriminadoras: são as que descrevem condutas puníveis
e impõe as respectivas sanções.( Ex: Art. 121 CP- Matar alguém- pena:
Reclusão de 6 a 20 anos)
>> Normas penais permissivas: são as que determinam a licitude ou a
impunidade de certas condutas, embora estas sejam típicas em face das
normas incriminadoras. (Ex: Excludentes de ilicitude ou de culpabilidade). São
chamadas também de não incriminadoras.
>>Normas penais complementares ou explicativas: são as que esclarecem
o conteúdo das outras, ou delimitam o âmbito de sua aplicação. . Ex.: o art.
327 do Código Penal define “funcionário público” para fins penais como sendo
aquele que “embora transitoriamente ou sem remuneração exerce cargo,
emprego ou função pública”.”

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Porto Alegre/RS, 09 de maio de 2021
>>Normas penais em branco: são disposições cuja sanção é determinada,
permanecendo indeterminado o seu conteúdo; sua exeqüibilidade depende do
complemento de outras norma jurídicas ou da futura expedição de certos atos
administrativos; ( Ex: Consumo de substância entorpecente. Portaria da
Anvisa)

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL

Os princípios constitucionais do Direito Penal são normas que, extraídas da


Constituição Federal, servem como base interpretativa para todas as outras
normas de Direito Penal do sistema jurídico brasileiro.
A) Princípio da legalidade
O princípio da legalidade está previsto no art. 5º, XXXIX da Constituição
Federal:
Art. 5º (...) XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;
Entretanto, ele TAMBÉM está previsto no Código Penal, em seu art. 1º:
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
O princípio da Legalidade estabelece que uma conduta não pode ser
considerada criminosa se antes de sua prática não havia norma que
incriminasse tal conduta.
Entretanto, o Princípio da Legalidade se divide em três outros princípios, o da
Reserva Legal, taxatividade e o da Anterioridade da Lei Penal.
A1) Princípio da Reserva Legal
O princípio da Reserva Legal estabelece que SOMENTE LEI (EM SENTIDO
ESTRITO) pode definir condutas criminosas e estabelecer sanções penais
(penas e medidas de segurança). 1
A2) Princípio da anterioridade da Lei penal
O princípio da anterioridade da lei penal estabelece que não basta que a
criminalização de uma conduta se dê por meio de Lei em sentido estrito, mas
que esta lei seja anterior ao fato, à prática da conduta.
A3) Princípio da Taxatividade
Este princípio se encontra ligado à técnica redacional legislativa. Não basta
existir uma lei que defina uma conduta como crime. A norma incriminadora

1
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 66

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legal deve ser clara, compreensível, permitindo ao cidadão a real consciência
acerca da conduta punível pelo Estado.

B) Princípio da Irretroatividade
Essa previsão se encontra no art. 5º, XL da Constituição:
Art. 5º (...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

C) Princípio da intranscendência da pena ou personificação da pena


Este princípio constitucional do Direito Penal está previsto no art. 5º, XLV da
Constituição Federal:
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei,
Esse princípio impede que a pena ultrapasse a pessoa do infrator.

D) Princípio da presunção de inocência ou presunção de não


culpabilidade
A Presunção de inocência é o maior pilar de um Estado Democrático de Direito,
pois, segundo este princípio, nenhuma pessoa pode ser considerada culpada
(e sofrer as consequências disto) antes do trânsito em julgado se sentença
penal condenatória. Nos termos do art. 5º, LVII da CRFB/88:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;

E) Princípio da ofensividade
O princípio da ofensividade estabelece que não basta que o fato seja
formalmente típico (tenha previsão legal como crime) para que possa ser
considerado crime. É necessário que este fato ofenda (por meio de uma lesão
ou exposição a risco de lesão), de maneira grave, o bem jurídico
pretensamente protegido pela norma penal.
Assim, condutas que não são capazes de afetar o bem jurídico são
desprovidas de ofensividade e, portanto, não podem ser consideradas
criminosas.

F) Princípio da alteridade (ou lesividade)


Este princípio preconiza que o fato, para ser MATERIALMENTE crime, ou seja,
para que possa ser considerado crime em sua essência, deve causar lesão a
um bem jurídico de terceiro.

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G) Princípio da Adequação social
Este princípio prega que uma conduta, ainda quando tipificada em Lei como
criminosa, quando não for capaz de afrontar o sentimento social de Justiça,
não seria considerada crime, em sentido material, por possuir adequação social
(aceitação pela sociedade).Ex: Adultério.

H) Princípio do ne bis in idem


Por este princípio entende-se que uma pessoa não pode ser punida
duplamente pelo mesmo fato. Além disso, estabelece que uma pessoa não
possa, sequer, ser processada duas vezes pelo mesmo fato. Daí podermos
dizer que não há, no processo penal, a chamada “revisão pro societate”.

I) Princípio da insignificância (ou da bagatela)


As condutas que ofendam minimamente os bens jurídico-penais tutelados não
podem ser consideradas crimes, pois não são capazes de lesionar de maneira
eficaz o sentimento social de paz16. Imagine um furto de um pote de manteiga,
dentro de um supermercado. Nesse caso, a lesão é insignificante, devendo a
questão ser resolvida no âmbito civil (dever de pagar pelo produto furtado).
Agora imagine o furto de um sanduíche que era de propriedade de um morador
de rua, seu único alimento. Nesse caso, a lesão é grave, embora o bem seja do
mesmo valor que anterior. Tudo deve ser avaliado no caso concreto. Para o
STF, os requisitos OBJETIVOS para a aplicação deste princípio são:
1) Mínima ofensividade da conduta
2) Ausência de periculosidade social da ação
3) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento
4) Inexpressividade da lesão jurídica

Importante: Aqui segue o fragmento da CF em que se encontram a


maioria dos princípios penais EXPLÍCITOS
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a
lei, assegurados:

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a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos
veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia
a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor
do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;

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e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer
com seus filhos durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal,
salvo nas hipóteses previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

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LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou
por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel;

Teorias do Crime
>> Teoria da atividade: de acordo com ela, é considerado lugar do crime
aquele em que o agente desenvolveu a atividade criminosa, onde praticou os
atos executórios.
>>Teoria do resultado: locus delicti é o lugar da produção do resultado.
>>Teoria da ubiqüidade (art. 6º, CP): nos termos dela, lugar do crime é
aquele em que se realizou qualquer dos momentos do iter, seja da prática dos
atos executórios, seja da consumação.

FASES DO CRIME
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.(Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei nº


7.209, de 11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa,
por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Casos de impunibilidade

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição


expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

TEORIA DO CRIME
O que é o crime? A resposta varia de acordo com a área de conhecimento provocada.
Mas, buscando o senso comum, acredito que, ainda que a sua mente não consiga
buscar um conceito determinado, a violação da lei e o sentimento de reprovação da
conduta estejam entre os seus pensamentos ao refletir sobre o assunto. No entanto,
para concursos, liberte a sua mente de tudo o que você já definiu acerca do tema.
Pela teoria tripartida, o crime é composto por três partes:
a) fato típico; b) ilicitude (ou antijuridicidade); c) culpabilidade.

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Fato típico
O primeiro substrato a ser estudado é o fato típico, composto por a) conduta; b)
resultado; c) nexo causal; d) tipicidade.
1.1. Conduta: a conduta pode ser comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa.
a) Conduta comissiva: é a conduta consistente em um fazer. Em regra, os crimes são
comissivos, devendo o agente ser punido por uma ação. Exemplos: no homicídio,
pune-se quem mata; no furto, quem subtrai. E como saber se um crime é comissivo?
Basta fazer a leitura do dispositivo onde está descrita a conduta típica. No exemplo do
homicídio, o artigo 121 do CP traz a conduta de matar (ação), e não de deixar de
matar (omissão). Logo, crime comissivo, praticado por um ato de fazer.
b) Conduta omissiva: consiste, evidentemente, em deixar de fazer algo. O exemplo
clássico é a omissão de socorro: “Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública”. Pratica o delito quem deixa de prestar
assistência – um deixar de fazer. Quando a própria lei descreve uma conduta de
deixar de fazer, como na omissão de socorro, dizemos que o crime é omissivo próprio.
c) Conduta dolosa: é comum imaginar que o dolo e a culpa são as únicas faces de
uma moeda, não havendo terceira opção ao se classificar uma conduta. No entanto, é
possível que uma conduta não seja dolosa e nem culposa. Exemplo: A coloca o dedo
de B no gatilho de um revólver e, sem que este faça qualquer esforço, aquele força o
dedo deste e um disparo é efetuado, causando a morte de C. Perceba que não há
dolo ou culpa por parte de B – e, ausente o dolo e a culpa, ausente a conduta e o
crime em relação a ele. De acordo com o Código Penal, dolo é quando o agente quer
o resultado ou assume o risco de produzi-lo (art. 18, I). Quem dispara arma de fogo
contra alguém em região vital age com vontade de produzir o resultado morte. É o
chamado dolo direto. Quanto ao dolo indireto, ele é dividido em: dolo eventual e dolo
alternativo.
Vejamos o esquema a seguir:

a) dolo direto: o agente atua em busca de determinado resultado (exemplo


acima);
b) dolo alternativo (espécie de dolo indireto): o agente busca um ou outro
resultado com a mesma intensidade. Exemplo: dar golpes de facas em alguém
com a intenção de ferir ou matar. Neste caso, deve o agente responder pelo
crime mais grave, ou seja, o homicídio, tentado ou consumado;
c) dolo eventual (também espécie de indireto): o agente não quer o resultado,
mas assume o risco de produzi-lo. Exemplo: em uma via urbana, com velocidade
máxima permitida de 30 km/h, um motorista dirige a 160 km/h e mata um
pedestre que ali transitava. Em tese, podemos dizer que ele assumiu o risco de
matar alguém. No entanto, atenção: alta velocidade e embriaguez não são
causas automáticas de dolo eventual, devendo ser feita a análise caso a caso.

Em regra, os crimes são dolosos. Quando o Código Penal nada disser, considere que
o crime é punível somente a título de dolo. Para que um crime seja punível em sua
forma culposa, é necessário que exista expressa previsão legal nesse sentido.

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d) Conduta culposa: o CP afirma que é culposo o crime quando o agente deu causa ao
resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Aquele que não deseja o
resultado e causa a morte de alguém, mas sem ter sido imprudente, negligente ou
imperito, não responde por crime algum, afinal, não há culpa e nem conduta,
elementos constitutivos do crime. Ademais, é preciso ter em mente que um crime só é
punido em sua modalidade culposa se houver expressa previsão legal nesse sentido.
O homicídio e a lesão corporal admitem a punição por conduta culposa, pois o CP
assim define, nos arts. 121, § 3º, e 129, § 6º. No entanto, não há roubo culposo, visto
não existir previsão legal que o fundamente. Quanto à imprudência, à negligência e à
imperícia, assim podemos definir:

I. Imprudência: é a conduta positiva (fazer) em que o agente não observa seu


dever de cuidado. Exemplo: ultrapassar o semáforo vermelho.
II. Negligência: consiste em uma conduta negativa (deixa de fazer), em que o
agente não age com o zelo médio exigido pela sociedade. Exemplo: o agente
não substitui os pneus carecas do seu veículo. No entanto, fique atento: para
puni-lo por culpa, é preciso que o resultado tenha sido consequência da
imprudência, negligência ou imperícia. Se não houver qualquer vínculo, a
conduta culposa deve ser afastada.
III. Imperícia: é a conduta negligente ou imprudente do agente no exercício de
arte, profissão ou ofício.

PRESTE BEM ATENÇÃO!!!


A) Culpa consciente e dolo eventual: ocorre a culpa consciente quando o agente prevê
o resultado, mas acredita sinceramente que ele não ocorrerá.
B) Culpa imprópria: prevista na parte final do § 1º do art. 20, ocorre quando o agente,
imaginando erroneamente estar agindo amparado por causa de exclusão do crime,
com dolo, causa resultado tipificado. Exemplo: A, imaginando estar agindo em legítima
defesa, mata B a tiros. Se o erro for inevitável (qualquer um erraria, tendo como
parâmetro o homem médio), o dolo e a culpa devem ser afastados. No entanto, se o
erro for evitável, A deve responder a título de culpa (culpa imprópria) pelo homicídio.
Perceba que, no exemplo, A agiu com dolo, pois quis matar B, embora imaginasse a
presença de causa de exclusão da ilicitude. E por que, então, não responde pela
modalidade dolosa do crime, já que assim agiu? Porque o CP assim prevê. Contudo, a
culpa imprópria gera situação curiosa: como o agente agiu dolosamente, é possível a
tentativa – por exemplo, B não morre. É a única hipótese em que é viável a tentativa
em crime culposo.
c) Tentativa em crime culposo: como vimos acima, não é possível tentativa em crime
culposo – afinal, como alguém pode não ter sucesso em um resultado que não
desejou? A única exceção ocorre na culpa imprópria, onde o agente age com dolo (ele
quer o resultado!), mas imagina estar amparado por causa de exclusão do crime.
D) Crimes preterdolosos: ocorre quando o agente pratica uma conduta dolosa e um
resultado mais grave é produzido a título de culpa. Exemplo: art. 129, § 3º, do CP, que
prevê a hipótese de morte decorrente de lesão corporal não desejada pelo agente. Se
a sua intenção é matar, evidentemente o crime será o de homicídio. No entanto, se a
intenção é causar mal à integridade física ou à saúde da vítima, e ela vem a morrer
por culpa, o crime será o de lesão corporal seguida de morte.

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Veja o dispositivo: “§ 3º. Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente
não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo”.

ILICITUDE
Esse termo refere-se a algo que é considerado ilícito, ou seja, aquilo que é condenado
pela lei, que é proibido/ilegal. De acordo com o especialista em direito penal,
Guilherme Nucci, ilicitude é um termo utilizado em referência a contradição entre uma
conduta e o que está previsto na lei. Ou seja, há ilicitude quando o
comportamento/ação de uma pessoa desrespeita alguma lei.
Então o que são excludentes de ilicitude?
Excludente de ilicitude é um mecanismo previsto no Código Penal que estabelece a
possibilidade de uma pessoa praticar uma ilicitude sem que considere-se isso uma
atividade criminosa. Ou seja, o excludente é um mecanismo que permite que uma
pessoa pratique uma ação que normalmente seria considerada um crime.
O artigo 23 do Código Penal dispõe das seguintes excludentes de ilicitude:
legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal e
exercício regular de direito.

Estado de necessidade
Traduzindo, considera-se estado de necessidade quando um indivíduo comum (ou
seja, alguém que não é um profissional da segurança) sacrifica um bem protegido por
lei em nome de outra coisa cuja proteção é mais importante. Voltando ao nosso
exemplo anterior: o indivíduo julga que respeitar a propriedade de seu vizinho é menos
importante do que salvar o cachorro que está preso no incêndio, logo ele sacrifica o
primeiro para salvar o segundo.
Para que uma situação seja considerada estado de necessidade e, dessa forma, o
indivíduo não seja punido, é necessário que:
a) o perigo não tenha sido provocado intencionalmente pelo indivíduo (digamos que o
fogo na casa de seu vizinho foi voluntariamente iniciado por você, por exemplo);
b) o indivíduo não seja um agente da segurança, ou seja, o agente não tem a
responsabilidade de proteger;
c) o perigo seja atual/esteja ocorrendo naquele momento.

Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-
se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão
ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.

A legítima defesa ocorre sempre que houver uma reação, ou seja, o pressupõe a
existência de uma ação agressiva prévia. Esta deve ser injusta – não agasalhada pelo
direito –; atual (que esteja acontecendo naquele momento) ou iminente (que esteja

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prestes a ocorrer); e o indivíduo que a repele – aquele que se encontra em legítima
defesa – deve se utilizar dos meios necessários e proporcionais para coibir a
agressão.
Aqui é importante destacar que as condutas desproporcionais e desnecessárias serão
enfrentadas como sendo excessivas. É o que se entende pelo excesso na legítima
defesa que poderá ser culposo, doloso ou exculpante, a depender do caso concreto.

Estrito cumprimento do dever legal


A estrito cumprimento do dever legal opera quando o agente está incumbido por lei a
agir de determinado modo e ao assim agir comete um delito.
Este delito praticado não será visto como ilícito, uma vez que sob o comportamento do
agente opera causa justificante, que exclui a antijuridicidade. Aqui se anota a
obrigatoriedade do comportamento adotado estar expressamente previsto em lei.

Exercício regular do direito


O exercício regular do direito também exclui a ilicitude do fato e ocorrerá quando o
agente adotar um comportamento acobertado pelo direito, muito embora, a priori, este
comportamento seja proibido.
Todavia, nas circunstâncias e com as regras em que ele é adotado, ele é permitido. É
o caso da violência esportiva, onde ocorrem lesões corporais, mas os sujeitos que lá
estão comungam da possibilidade de se lesionar e obedecem as regras para que isto
ocorra da maneira prevista.

CULPABILIDADE
Para Rogério Greco, “Culpabilidade é o juízo de reprovação pessoal que se realiza
sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente” (GRECO, Rogério. Curso de
Direito Penal – Parte Geral. Vol.1, p. 379).
Em outras palavras, culpabilidade é o juízo de reprovação de determinada conduta,
assim, não basta que a ação seja típica e ilícita, é necessário que também haja uma
reprovabilidade em relação aquele comportamento.
A culpabilidade é dividida em três elementos, conforme a teoria normativa pura, quais
sejam:
a) Imputabilidade; b) Potencial consciência sobre a ilicitude dos fatos; c) Exigibilidade
de obediência ao direito (ou de conduta diversa).

a) IMPUTABILIDADE: Trata-se da capacidade ou aptidão para culpável. Para que


haja a configuração da capacidade de culpabilidade é necessário observar dois
momentos, o primeiro é cognoscivo ou intelectual e o segundo o volitivo ou de
vontade, ou seja, a capacidade de compreensão do delito e a determinação da
vontade conforme tal compreensão. Sobre o tema Bittencourt assevera que: “Assim, a
ausência de qualquer dos dois aspectos, cognoscivo ou volitivo, é suficiente para
afastar a capacidade de culpabilidade, isto é, a imputabilidade penal. (BITENCOURT,
Cezar Roberto. Tratado de direito penal, p.390)”
O Código Penal no art. 26 diz:

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Porto Alegre/RS, 09 de maio de 2021
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Com a leitura do artigo é possível verificar que corresponde exatamente aos dois
momentos mencionados anteriormente.
Deste modo, para concluir pela imputabilidade do agente deve-se observar se o
mesmo era portador de alguma doença mental ou se possuía o desenvolvimento
mental incompleto ou retardo, e se ao tempo do fato, detinha incapacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Por essa razão, restou-se demonstrado que o Código Penal adotou o critério
biopsicológico.
A respeito do critério biopsicológico, Greco em preciosas lições esclarece que:
O critério biológico, portanto, reside na aferição da doença mental ou no
desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Contudo, mesmo que comprovado,
ainda não será suficiente a fim de conduzir à situação de inimputabilidade. Será
preciso verificar se o agente, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento (critério psicológico).
A escolha do legislador foi pela adoção dos dois critérios, simultaneamente, surgindo,
com isso, o critério biopsicológico. (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – Parte
Geral. Vol.1, p.395)
Nos casos em que se provar a inimputabilidade do agente, conforme os critério
mencionados anteriormente, o juiz deverá absolver, nos termos do art. 386, inciso VI
do CPP, aplicando uma medida de segurança, trata-se da espécie de absolvição
imprópria.
O Parágrafo único do art. 26 do CP diz que:
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
Nesse caso haverá uma redução de pena de um a dois terços e a diferença em
relação ao caput do artigo 26 é que enquanto no caput o agente deve ser inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento, no Parágrafo único o agressor não era inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Em
grosso modo, o caso do Parágrafo único é quando o autor possui um pouco de
consciência da ilicitude de sua conduta.

Por fim, a outra possibilidade de inimputabilidade é a questão da maioridade penal.


Tanto o art. 228 da Constituição Federal de 1988 quanto o art. 27 do CP estabelecem
que os menor de 18 anos são inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas
pela legislação especial, qual seja a Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do
Adolescente.

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b) POTENCIAL CONSCIÊNCIA SOBRE A ILICITUDE DO FATO:
Birtencourt ensina que:
Para que uma ação contrária ao Direito possa ser reprovada ao autor, será necessário
que conheça ou possa conhecer as circunstâncias que pertencem ao tipo e à ilicitude.
E — como afirma Vidaurri — “a consciência da ilicitude (antijuridicidade) baseia-se no
conhecimento das circunstâncias aludidas. Por isso, ao conhecimento da realização
do tipo deve-se acrescentar o conhecimento da antijuridicidade”. (BITENCOURT,
Cezar Roberto. Tratado de direito penal, p.391)
Por esta razão, para que se averigue que determinada conduta seja enquadrada como
crime e passível de reprovação, faz-se necessário observar se o agente possuía
consciência sobre a ilicitude do fato, ou seja, se ele não agiu sobre a hipótese do erro
de proibição.
O artigo 21 do CP diz que:
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Nesse sentido, a pessoa não pode alegar que não sabia que certo comportamento era
crime. Entretanto, se o agente agira sobre o erro de proibição pode haver a isenção de
pena se inevitável ou a redução de evitável.
Existe três modalidades de erro de proibição, que são os: direto, indireto,
mandamental.
· No erro de proibição direito o agente não possuía conhecimento que aquela ação era
reprovável por desconhecer que havia uma norma proibitiva, ou porque não conhece
completamente o seu conteúdo, ou porque não entende o seu âmbito de incidência.
Um exemplo clássico da doutrina é a do ou porque não conhece completamente o seu
conteúdo, ou porque não entende o seu âmbito de incidência
· No erro de proibição indireto o agente sabe que aquele comportamento é típico,
entretanto, acredita haver alguma circunstância que autorize cometê-lo (Ex: O marido
que ao descobrir que a esposa o traiu vem a lesionar a esposa por acreditar que
estava em seu direito);
· Erro de proibição mandamental: Trata-se da hipótese onde o agente acreditando não
possuir determinada obrigação, deixa de prestá-la. Ocorre nos casos de crimes
omissivos, próprios ou impróprios. (Ex: O banhista que ao ver uma pessoa afogando e
por não possuir qualquer vínculo com a mesma, deixa de prestar socorro).

c) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA:


Para a exigibilidade de conduta diversa, Rogério Greco conceitua que é “a
possibilidade que tinha o agente de, no momento da ação ou da omissão, agir de
acordo com o direito, considerando-se sua particular condição de pessoa humana”
(GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – Parte Geral. Vol.1, p.411).
Em outras palavras, é a situação onde o agente possuía a oportunidade de não violar
o direito, ou não cometer determinado delito.

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EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE
Há também a excludente de culpabilidade, causas que operam e excluem o crime
porque, embora a conduta continue sendo típica e antijurídica, não é dotada de
culpabilidade. Ou seja, não pode acarretar a responsabilidade penal do agente. Aqui
as causas supralegais e legais operam.
A causa supralegal (QUE NÃO ESTÁ EXPRESSA NA LEI) mais difundida do
excludente de culpabilidade é a inexigibilidade de conduta diversa. Isso significa que
na circunstância em que o crime ocorreu não se poderia exigir que o sujeito adotasse
outro comportamento sem ser o de praticar o delito.
A inexigibilidade de conduta diversa decorre de um desdobramento de uma das
elementares da culpabilidade que é a exigibilidade de conduta diversa. Para uma
conduta ser considerada culpável há de ser exigível conduta diversa, o agente deve
ser imputável e ter potencial conhecimento da ilicitude do fato.
As demais excludentes de culpabilidade estão previstas em lei e são: coação moral
irresistível e estrita obediência hierárquica.
Note-se que estas duas causas operam quando o sujeito é subtraído de sua vontade
para prática do ato, agindo por coação ou por obediência. Embora a conduta dele não
seja considerada culpável, será analisada a possibilidade de responsabilizar
criminalmente o sujeito que realizou a coação ou que deu a ordem.
Ambas as causas são vistas com bastante ressalva, ou seja, a impossibilidade de
resistência deverá se evidenciar e a ordem dada também não poderá ser
manifestamente ilegal, dando uma tipicidade permissiva cerrada para se verificar a
situação de excludente.

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CAUSAS LEGAIS EXCLUDENTES CAUSAS LEGAIS EXCLUDENTES DA CAUSAS EXCLUDENTES DA
DA TIPICIDADE ILICITUDE CULPABILIDADE

Erro de Tipo
Excludentes de Antijuridicidade ou Ilicitude: Excludentes de Culpabilidade:
Crime impossível
Crime Putativo a) art. 23 – Estado de necessidade, legítima a) inimputabilidade penal – art. 26, caput – por
Caso Fortuito ou força maior defesa, estrito cumprimento do dever legal e doença mental que afasta a capacidade
Estados de inconsciência exercício regular do direito. integralmente, torna absolutamente incapaz de
É possível a previsão de outras causas se auto‐ controlar; art.27 – pela menoridade
São hipóteses de exclusão da específicas para certos crimes, como ocorre no penal (menos de 18 anos); art.28, §1o ‐ por
tipicidade – TORNAM O FATO art.128 para o aborto e no art.36 da 9605/98 para embriaguez completa, proveniente do caso
ATÍPICO!!! os crimes ambientais. fortuito ou força maior, ATENÇÃO – esta
a) Caso fortuito e força maior – exclui a b) A doutrina reconhece uma causa embriaguez deve excluir completamente a
conduta. SUPRALEGAL de exclusão da ilicitude – capacidade do agente, se somente reduz ele
b) Hipnose – exclui a conduta. ATENÇÃO – se o consentimento estiver no tipo, será punido.
c) Sonambulismo – exclui a conduta. será excludente de tipicidade, como ocorre no
B )Erro de proibição inevitável, invencível ou
d) Movimento reflexo – exclui a art.150 (violação de domicílio), mas quando não
escusável – que o ocorre quando o agente
conduta. estiver previsto no tipo será excludente supralegal
sabe o que está fazendo, quer fazer, mas não
e) Coação física irresistível – aquela (não previsto em lei) da antijuridicidade ou
sabe, nem tinha como saber, que era proibido (
que exclui o controle dos movimentos ilicitude.
que era ilícito). Se o erro de proibição for
do corpo – um empurrão por exemplo.
vencível, evitável ou inescusável não exclui a
– exclui a conduta.
culpabilidade, mas diminuirá a pena (art.21, p.
f) Erro de tipo inevitável, invencível,
Único)
escusável – exclui tanto o dolo, quanto
a culpa – torna o fato atípico. Já o erro c) Coação moral irresistível (a física exclui a
de tipo evitável, vencível ou tipicidade) e obediência hierárquica, desde que
inescusável somente exclui a tipicidade a ordem do superior hirarquico não seja
dolosa, mantém, se previsto em lei, o manifestamente ilegal – ATENÇÃO – somente
crime culposo. há hierarquia em relações laborativas
g) Arrependimento eficaz e desistência PÚBLICAS, em relações privadas, familiares
voluntária – são excludentes de ou religiosas NÃO HÁ hierarquia, pode haver
tipicidade mediata da tentativa, permite coação, mas nunca hierarquia.
que o agente seja punido pelo que ele
OBS – vale lembrar que a embriaguez
causou. Por exemplo: tinha o dolo de
VOLUNTÁRIA e a CULPOSA não excluem a
matar, iniciou os atos executórios,
imputabilidade, aplica‐se a teoria da ACTIO
desistiu e com isso não houve a morte.
LIBERA IN CAUSA. Art.28,II do CP.
Não responde por tentativa de
homicídio, mas por qualquer resultado
que a vitima tenha sofrido, como uma
possível lesão corporal.
h) Crime impossível – exclui a tentativa
quando por ineficácia absoluta do meio
ou absoluta impropriedade do objeto o
crime jamais se consumaria. Não há
qualquer punição.
i) Princípio da insignificância – embora
o fato esteja formalmente previsto em
lei, não será típico materialmente, pois
não houve lesão grave para o bem
jurídico tutelado. O fato é atípico.

QUANDO PENSAR EM DESISTIR, LEMBRE O

PORQUÊ DE TER COMEÇADO. VÁ E VENÇA!!

Professor Bastos

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