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Normas Penais
>> Normas penais incriminadoras: são as que descrevem condutas puníveis
e impõe as respectivas sanções.( Ex: Art. 121 CP- Matar alguém- pena:
Reclusão de 6 a 20 anos)
>> Normas penais permissivas: são as que determinam a licitude ou a
impunidade de certas condutas, embora estas sejam típicas em face das
normas incriminadoras. (Ex: Excludentes de ilicitude ou de culpabilidade). São
chamadas também de não incriminadoras.
>>Normas penais complementares ou explicativas: são as que esclarecem
o conteúdo das outras, ou delimitam o âmbito de sua aplicação. . Ex.: o art.
327 do Código Penal define “funcionário público” para fins penais como sendo
aquele que “embora transitoriamente ou sem remuneração exerce cargo,
emprego ou função pública”.”
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>>Normas penais em branco: são disposições cuja sanção é determinada,
permanecendo indeterminado o seu conteúdo; sua exeqüibilidade depende do
complemento de outras norma jurídicas ou da futura expedição de certos atos
administrativos; ( Ex: Consumo de substância entorpecente. Portaria da
Anvisa)
1
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 66
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legal deve ser clara, compreensível, permitindo ao cidadão a real consciência
acerca da conduta punível pelo Estado.
B) Princípio da Irretroatividade
Essa previsão se encontra no art. 5º, XL da Constituição:
Art. 5º (...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
E) Princípio da ofensividade
O princípio da ofensividade estabelece que não basta que o fato seja
formalmente típico (tenha previsão legal como crime) para que possa ser
considerado crime. É necessário que este fato ofenda (por meio de uma lesão
ou exposição a risco de lesão), de maneira grave, o bem jurídico
pretensamente protegido pela norma penal.
Assim, condutas que não são capazes de afetar o bem jurídico são
desprovidas de ofensividade e, portanto, não podem ser consideradas
criminosas.
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G) Princípio da Adequação social
Este princípio prega que uma conduta, ainda quando tipificada em Lei como
criminosa, quando não for capaz de afrontar o sentimento social de Justiça,
não seria considerada crime, em sentido material, por possuir adequação social
(aceitação pela sociedade).Ex: Adultério.
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a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos
veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia
a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação
de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor
do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
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e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer
com seus filhos durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal,
salvo nas hipóteses previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a
defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
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LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou
por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do
depositário infiel;
Teorias do Crime
>> Teoria da atividade: de acordo com ela, é considerado lugar do crime
aquele em que o agente desenvolveu a atividade criminosa, onde praticou os
atos executórios.
>>Teoria do resultado: locus delicti é o lugar da produção do resultado.
>>Teoria da ubiqüidade (art. 6º, CP): nos termos dela, lugar do crime é
aquele em que se realizou qualquer dos momentos do iter, seja da prática dos
atos executórios, seja da consumação.
FASES DO CRIME
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.(Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
Casos de impunibilidade
TEORIA DO CRIME
O que é o crime? A resposta varia de acordo com a área de conhecimento provocada.
Mas, buscando o senso comum, acredito que, ainda que a sua mente não consiga
buscar um conceito determinado, a violação da lei e o sentimento de reprovação da
conduta estejam entre os seus pensamentos ao refletir sobre o assunto. No entanto,
para concursos, liberte a sua mente de tudo o que você já definiu acerca do tema.
Pela teoria tripartida, o crime é composto por três partes:
a) fato típico; b) ilicitude (ou antijuridicidade); c) culpabilidade.
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Fato típico
O primeiro substrato a ser estudado é o fato típico, composto por a) conduta; b)
resultado; c) nexo causal; d) tipicidade.
1.1. Conduta: a conduta pode ser comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa.
a) Conduta comissiva: é a conduta consistente em um fazer. Em regra, os crimes são
comissivos, devendo o agente ser punido por uma ação. Exemplos: no homicídio,
pune-se quem mata; no furto, quem subtrai. E como saber se um crime é comissivo?
Basta fazer a leitura do dispositivo onde está descrita a conduta típica. No exemplo do
homicídio, o artigo 121 do CP traz a conduta de matar (ação), e não de deixar de
matar (omissão). Logo, crime comissivo, praticado por um ato de fazer.
b) Conduta omissiva: consiste, evidentemente, em deixar de fazer algo. O exemplo
clássico é a omissão de socorro: “Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública”. Pratica o delito quem deixa de prestar
assistência – um deixar de fazer. Quando a própria lei descreve uma conduta de
deixar de fazer, como na omissão de socorro, dizemos que o crime é omissivo próprio.
c) Conduta dolosa: é comum imaginar que o dolo e a culpa são as únicas faces de
uma moeda, não havendo terceira opção ao se classificar uma conduta. No entanto, é
possível que uma conduta não seja dolosa e nem culposa. Exemplo: A coloca o dedo
de B no gatilho de um revólver e, sem que este faça qualquer esforço, aquele força o
dedo deste e um disparo é efetuado, causando a morte de C. Perceba que não há
dolo ou culpa por parte de B – e, ausente o dolo e a culpa, ausente a conduta e o
crime em relação a ele. De acordo com o Código Penal, dolo é quando o agente quer
o resultado ou assume o risco de produzi-lo (art. 18, I). Quem dispara arma de fogo
contra alguém em região vital age com vontade de produzir o resultado morte. É o
chamado dolo direto. Quanto ao dolo indireto, ele é dividido em: dolo eventual e dolo
alternativo.
Vejamos o esquema a seguir:
Em regra, os crimes são dolosos. Quando o Código Penal nada disser, considere que
o crime é punível somente a título de dolo. Para que um crime seja punível em sua
forma culposa, é necessário que exista expressa previsão legal nesse sentido.
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d) Conduta culposa: o CP afirma que é culposo o crime quando o agente deu causa ao
resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Aquele que não deseja o
resultado e causa a morte de alguém, mas sem ter sido imprudente, negligente ou
imperito, não responde por crime algum, afinal, não há culpa e nem conduta,
elementos constitutivos do crime. Ademais, é preciso ter em mente que um crime só é
punido em sua modalidade culposa se houver expressa previsão legal nesse sentido.
O homicídio e a lesão corporal admitem a punição por conduta culposa, pois o CP
assim define, nos arts. 121, § 3º, e 129, § 6º. No entanto, não há roubo culposo, visto
não existir previsão legal que o fundamente. Quanto à imprudência, à negligência e à
imperícia, assim podemos definir:
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Veja o dispositivo: “§ 3º. Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente
não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo”.
ILICITUDE
Esse termo refere-se a algo que é considerado ilícito, ou seja, aquilo que é condenado
pela lei, que é proibido/ilegal. De acordo com o especialista em direito penal,
Guilherme Nucci, ilicitude é um termo utilizado em referência a contradição entre uma
conduta e o que está previsto na lei. Ou seja, há ilicitude quando o
comportamento/ação de uma pessoa desrespeita alguma lei.
Então o que são excludentes de ilicitude?
Excludente de ilicitude é um mecanismo previsto no Código Penal que estabelece a
possibilidade de uma pessoa praticar uma ilicitude sem que considere-se isso uma
atividade criminosa. Ou seja, o excludente é um mecanismo que permite que uma
pessoa pratique uma ação que normalmente seria considerada um crime.
O artigo 23 do Código Penal dispõe das seguintes excludentes de ilicitude:
legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal e
exercício regular de direito.
Estado de necessidade
Traduzindo, considera-se estado de necessidade quando um indivíduo comum (ou
seja, alguém que não é um profissional da segurança) sacrifica um bem protegido por
lei em nome de outra coisa cuja proteção é mais importante. Voltando ao nosso
exemplo anterior: o indivíduo julga que respeitar a propriedade de seu vizinho é menos
importante do que salvar o cachorro que está preso no incêndio, logo ele sacrifica o
primeiro para salvar o segundo.
Para que uma situação seja considerada estado de necessidade e, dessa forma, o
indivíduo não seja punido, é necessário que:
a) o perigo não tenha sido provocado intencionalmente pelo indivíduo (digamos que o
fogo na casa de seu vizinho foi voluntariamente iniciado por você, por exemplo);
b) o indivíduo não seja um agente da segurança, ou seja, o agente não tem a
responsabilidade de proteger;
c) o perigo seja atual/esteja ocorrendo naquele momento.
Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-
se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão
ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.
A legítima defesa ocorre sempre que houver uma reação, ou seja, o pressupõe a
existência de uma ação agressiva prévia. Esta deve ser injusta – não agasalhada pelo
direito –; atual (que esteja acontecendo naquele momento) ou iminente (que esteja
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prestes a ocorrer); e o indivíduo que a repele – aquele que se encontra em legítima
defesa – deve se utilizar dos meios necessários e proporcionais para coibir a
agressão.
Aqui é importante destacar que as condutas desproporcionais e desnecessárias serão
enfrentadas como sendo excessivas. É o que se entende pelo excesso na legítima
defesa que poderá ser culposo, doloso ou exculpante, a depender do caso concreto.
CULPABILIDADE
Para Rogério Greco, “Culpabilidade é o juízo de reprovação pessoal que se realiza
sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente” (GRECO, Rogério. Curso de
Direito Penal – Parte Geral. Vol.1, p. 379).
Em outras palavras, culpabilidade é o juízo de reprovação de determinada conduta,
assim, não basta que a ação seja típica e ilícita, é necessário que também haja uma
reprovabilidade em relação aquele comportamento.
A culpabilidade é dividida em três elementos, conforme a teoria normativa pura, quais
sejam:
a) Imputabilidade; b) Potencial consciência sobre a ilicitude dos fatos; c) Exigibilidade
de obediência ao direito (ou de conduta diversa).
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Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Com a leitura do artigo é possível verificar que corresponde exatamente aos dois
momentos mencionados anteriormente.
Deste modo, para concluir pela imputabilidade do agente deve-se observar se o
mesmo era portador de alguma doença mental ou se possuía o desenvolvimento
mental incompleto ou retardo, e se ao tempo do fato, detinha incapacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Por essa razão, restou-se demonstrado que o Código Penal adotou o critério
biopsicológico.
A respeito do critério biopsicológico, Greco em preciosas lições esclarece que:
O critério biológico, portanto, reside na aferição da doença mental ou no
desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Contudo, mesmo que comprovado,
ainda não será suficiente a fim de conduzir à situação de inimputabilidade. Será
preciso verificar se o agente, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento (critério psicológico).
A escolha do legislador foi pela adoção dos dois critérios, simultaneamente, surgindo,
com isso, o critério biopsicológico. (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – Parte
Geral. Vol.1, p.395)
Nos casos em que se provar a inimputabilidade do agente, conforme os critério
mencionados anteriormente, o juiz deverá absolver, nos termos do art. 386, inciso VI
do CPP, aplicando uma medida de segurança, trata-se da espécie de absolvição
imprópria.
O Parágrafo único do art. 26 do CP diz que:
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em
virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
Nesse caso haverá uma redução de pena de um a dois terços e a diferença em
relação ao caput do artigo 26 é que enquanto no caput o agente deve ser inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento, no Parágrafo único o agressor não era inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Em
grosso modo, o caso do Parágrafo único é quando o autor possui um pouco de
consciência da ilicitude de sua conduta.
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b) POTENCIAL CONSCIÊNCIA SOBRE A ILICITUDE DO FATO:
Birtencourt ensina que:
Para que uma ação contrária ao Direito possa ser reprovada ao autor, será necessário
que conheça ou possa conhecer as circunstâncias que pertencem ao tipo e à ilicitude.
E — como afirma Vidaurri — “a consciência da ilicitude (antijuridicidade) baseia-se no
conhecimento das circunstâncias aludidas. Por isso, ao conhecimento da realização
do tipo deve-se acrescentar o conhecimento da antijuridicidade”. (BITENCOURT,
Cezar Roberto. Tratado de direito penal, p.391)
Por esta razão, para que se averigue que determinada conduta seja enquadrada como
crime e passível de reprovação, faz-se necessário observar se o agente possuía
consciência sobre a ilicitude do fato, ou seja, se ele não agiu sobre a hipótese do erro
de proibição.
O artigo 21 do CP diz que:
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Nesse sentido, a pessoa não pode alegar que não sabia que certo comportamento era
crime. Entretanto, se o agente agira sobre o erro de proibição pode haver a isenção de
pena se inevitável ou a redução de evitável.
Existe três modalidades de erro de proibição, que são os: direto, indireto,
mandamental.
· No erro de proibição direito o agente não possuía conhecimento que aquela ação era
reprovável por desconhecer que havia uma norma proibitiva, ou porque não conhece
completamente o seu conteúdo, ou porque não entende o seu âmbito de incidência.
Um exemplo clássico da doutrina é a do ou porque não conhece completamente o seu
conteúdo, ou porque não entende o seu âmbito de incidência
· No erro de proibição indireto o agente sabe que aquele comportamento é típico,
entretanto, acredita haver alguma circunstância que autorize cometê-lo (Ex: O marido
que ao descobrir que a esposa o traiu vem a lesionar a esposa por acreditar que
estava em seu direito);
· Erro de proibição mandamental: Trata-se da hipótese onde o agente acreditando não
possuir determinada obrigação, deixa de prestá-la. Ocorre nos casos de crimes
omissivos, próprios ou impróprios. (Ex: O banhista que ao ver uma pessoa afogando e
por não possuir qualquer vínculo com a mesma, deixa de prestar socorro).
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EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE
Há também a excludente de culpabilidade, causas que operam e excluem o crime
porque, embora a conduta continue sendo típica e antijurídica, não é dotada de
culpabilidade. Ou seja, não pode acarretar a responsabilidade penal do agente. Aqui
as causas supralegais e legais operam.
A causa supralegal (QUE NÃO ESTÁ EXPRESSA NA LEI) mais difundida do
excludente de culpabilidade é a inexigibilidade de conduta diversa. Isso significa que
na circunstância em que o crime ocorreu não se poderia exigir que o sujeito adotasse
outro comportamento sem ser o de praticar o delito.
A inexigibilidade de conduta diversa decorre de um desdobramento de uma das
elementares da culpabilidade que é a exigibilidade de conduta diversa. Para uma
conduta ser considerada culpável há de ser exigível conduta diversa, o agente deve
ser imputável e ter potencial conhecimento da ilicitude do fato.
As demais excludentes de culpabilidade estão previstas em lei e são: coação moral
irresistível e estrita obediência hierárquica.
Note-se que estas duas causas operam quando o sujeito é subtraído de sua vontade
para prática do ato, agindo por coação ou por obediência. Embora a conduta dele não
seja considerada culpável, será analisada a possibilidade de responsabilizar
criminalmente o sujeito que realizou a coação ou que deu a ordem.
Ambas as causas são vistas com bastante ressalva, ou seja, a impossibilidade de
resistência deverá se evidenciar e a ordem dada também não poderá ser
manifestamente ilegal, dando uma tipicidade permissiva cerrada para se verificar a
situação de excludente.
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CAUSAS LEGAIS EXCLUDENTES CAUSAS LEGAIS EXCLUDENTES DA CAUSAS EXCLUDENTES DA
DA TIPICIDADE ILICITUDE CULPABILIDADE
Erro de Tipo
Excludentes de Antijuridicidade ou Ilicitude: Excludentes de Culpabilidade:
Crime impossível
Crime Putativo a) art. 23 – Estado de necessidade, legítima a) inimputabilidade penal – art. 26, caput – por
Caso Fortuito ou força maior defesa, estrito cumprimento do dever legal e doença mental que afasta a capacidade
Estados de inconsciência exercício regular do direito. integralmente, torna absolutamente incapaz de
É possível a previsão de outras causas se auto‐ controlar; art.27 – pela menoridade
São hipóteses de exclusão da específicas para certos crimes, como ocorre no penal (menos de 18 anos); art.28, §1o ‐ por
tipicidade – TORNAM O FATO art.128 para o aborto e no art.36 da 9605/98 para embriaguez completa, proveniente do caso
ATÍPICO!!! os crimes ambientais. fortuito ou força maior, ATENÇÃO – esta
a) Caso fortuito e força maior – exclui a b) A doutrina reconhece uma causa embriaguez deve excluir completamente a
conduta. SUPRALEGAL de exclusão da ilicitude – capacidade do agente, se somente reduz ele
b) Hipnose – exclui a conduta. ATENÇÃO – se o consentimento estiver no tipo, será punido.
c) Sonambulismo – exclui a conduta. será excludente de tipicidade, como ocorre no
B )Erro de proibição inevitável, invencível ou
d) Movimento reflexo – exclui a art.150 (violação de domicílio), mas quando não
escusável – que o ocorre quando o agente
conduta. estiver previsto no tipo será excludente supralegal
sabe o que está fazendo, quer fazer, mas não
e) Coação física irresistível – aquela (não previsto em lei) da antijuridicidade ou
sabe, nem tinha como saber, que era proibido (
que exclui o controle dos movimentos ilicitude.
que era ilícito). Se o erro de proibição for
do corpo – um empurrão por exemplo.
vencível, evitável ou inescusável não exclui a
– exclui a conduta.
culpabilidade, mas diminuirá a pena (art.21, p.
f) Erro de tipo inevitável, invencível,
Único)
escusável – exclui tanto o dolo, quanto
a culpa – torna o fato atípico. Já o erro c) Coação moral irresistível (a física exclui a
de tipo evitável, vencível ou tipicidade) e obediência hierárquica, desde que
inescusável somente exclui a tipicidade a ordem do superior hirarquico não seja
dolosa, mantém, se previsto em lei, o manifestamente ilegal – ATENÇÃO – somente
crime culposo. há hierarquia em relações laborativas
g) Arrependimento eficaz e desistência PÚBLICAS, em relações privadas, familiares
voluntária – são excludentes de ou religiosas NÃO HÁ hierarquia, pode haver
tipicidade mediata da tentativa, permite coação, mas nunca hierarquia.
que o agente seja punido pelo que ele
OBS – vale lembrar que a embriaguez
causou. Por exemplo: tinha o dolo de
VOLUNTÁRIA e a CULPOSA não excluem a
matar, iniciou os atos executórios,
imputabilidade, aplica‐se a teoria da ACTIO
desistiu e com isso não houve a morte.
LIBERA IN CAUSA. Art.28,II do CP.
Não responde por tentativa de
homicídio, mas por qualquer resultado
que a vitima tenha sofrido, como uma
possível lesão corporal.
h) Crime impossível – exclui a tentativa
quando por ineficácia absoluta do meio
ou absoluta impropriedade do objeto o
crime jamais se consumaria. Não há
qualquer punição.
i) Princípio da insignificância – embora
o fato esteja formalmente previsto em
lei, não será típico materialmente, pois
não houve lesão grave para o bem
jurídico tutelado. O fato é atípico.
Professor Bastos
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