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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL:

1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege - E cláusula pétrea:

Art. 5º (...) XXXIX: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

Trata-se do fixador do conteúdo das normas penais incriminadoras, ou seja, os tipos penais, mormente os
incriminadores, somente podem ser criados através de lei em sentido estrito, emanada do Poder Legislativo,
respeitado o procedimento previsto na Constituição. (NUCCI, 2014, p. 20/21).

Dotado de objetivo político expresso, o princípio possui o escopo de conferir segurança jurídica, pondo os
cidadãos a salvo de punições criminais sem base em lei escrita, de conteúdo determinado e anterior à conduta.
Garante-se às pessoas, dessa forma, que, praticando ações ou omissões consideradas lícitas pelas leis em vigor
ao tempo do ato, jamais sofrerão a imposição de penas criminais. (ESTEFAM, GONÇALVES,2014, p. 106).

A obediência ao princípio da legalidade não importa simplesmente a existência de lei dispondo sobre o tipo penal.
Há necessidade de que se observe quatro requisitos: 1º a lei deve ser anterior ao fato; 2º a lei deve ser escrita
(reserva legal); 3º não deve haver aplicação de analogia que prejudique quem cometeu o fato (in malam
partem) e; 4º a lei deve ser taxativa, certa, expurgada de tipos penais vagos.

A retroatividade da lei penal só poderá ocorrer para beneficiar o réu, jamais para prejudicá-lo.
2. DO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

Decorre do princípio da legalidade, o princípio da anterioridade consubstancia-se na necessidade de existência de lei penal incriminadora anterior
à prática da conduta delituosa.
Art. 5º (...) XXXIX: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

De nada adiantaria a criação de uma lei incriminando posteriormente um fato já ocorrido, sob pena de ofensa à segurança jurídica e garantias
individuais dos cidadãos.

3. PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU DA ESTRITA LEGALIDADE


Reserva legal e estrita legalidade, entende-se como: Admite-se somente lei em sentido material (matéria reservada a lei) e formal (lei editada
seguindo os requisitos previstos na CF).

Decorre do Art. 5º,XXXIX da CF, bem como no Art. 1º do CP. Trata-se de uma cláusula pétrea, com isso, mesmo se retirado do Código Penal,
este princípio ainda terá força de mandamento constitucional.
É a exclusividade da lei ordinária ou complementar para a criação de delitos (e contravenções penais) e cominação de suas respectivas penas.
No Brasil, os crimes (e as contravenções penais) são definidas por leis ordinárias. As leis complementares também podem criar norma penal
incriminadora.

Outras normas não podem criar normas penais incriminadores ou definir penas, como por ex: Constituição Federal, Emenda a Constituição,
Medida a Provisória, Tratado Internacional, Regulamento, Portaria.

LEGALIDADE FORMAL - diz respeito a estrita observância do procedimento legislativo para criação da lei ordinária (art. 47 da CF – maioria
simples dos votos) ou lei complementar (art. 69 da CF – maioria absoluta).

LEGALIDADE MATERIAL – normas substanciais, como o princípio da igualdade e os direitos fundamentais, limitam e vinculam o poder
legislativo. Assim, uma norma penal que viola o princípio da igualdade será materialmente inconstitucional.
2. DO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

Decorre do princípio da legalidade, o princípio da anterioridade consubstancia-se na necessidade de existência de lei penal incriminadora anterior
à prática da conduta delituosa.
Art. 5º (...) XXXIX: Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

De nada adiantaria a criação de uma lei incriminando posteriormente um fato já ocorrido, sob pena de ofensa à segurança jurídica e garantias
individuais dos cidadãos.

3. PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL OU DA ESTRITA LEGALIDADE


Reserva legal e estrita legalidade, entende-se como: Admite-se somente lei em sentido material (matéria reservada a lei) e formal (lei editada
seguindo os requisitos previstos na CF).

Decorre do Art. 5º,XXXIX da CF, bem como no Art. 1º do CP. Trata-se de uma cláusula pétrea, com isso, mesmo se retirado do Código Penal,
este princípio ainda terá força de mandamento constitucional.
É a exclusividade da lei ordinária ou complementar para a criação de delitos (e contravenções penais) e cominação de suas respectivas penas.
No Brasil, os crimes (e as contravenções penais) são definidas por leis ordinárias. As leis complementares também podem criar norma penal
incriminadora.

Outras normas não podem criar normas penais incriminadores ou definir penas, como por ex: Constituição Federal, Emenda a Constituição,
Medida a Provisória, Tratado Internacional, Regulamento, Portaria.

LEGALIDADE FORMAL - diz respeito a estrita observância do procedimento legislativo para criação da lei ordinária (art. 47 da CF – maioria
simples dos votos) ou lei complementar (art. 69 da CF – maioria absoluta).

LEGALIDADE MATERIAL – normas substanciais, como o princípio da igualdade e os direitos fundamentais, limitam e vinculam o poder
legislativo. Assim, uma norma penal que viola o princípio da igualdade será materialmente inconstitucional.
4. DO PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE - Os tipos penais devem ser objetivos, claros, evitando aspectos subjetivos
e de valoração meramente cultural, os quais podem dar margem a punições injustas.

A importância desse princípio está relacionada ao legislador, durante a elaboração da lei penal, a qual exige
técnica correta, fazendo uso de linguagem uniforme, rigorosa e restritiva, evitando a criação de tipos penais
excessivamente abertos ao ponto de várias condutas se encaixarem naquela tipificação, inclusive atos que não
correspondam a delito algum.

De se ressaltar que a criação de tipos penais com excesso de termos valorativos e com redação dúbia pode levar
ao abuso do Estado na invasão da intimidade e da esfera de liberdade dos indivíduos. (NUCCI, 2014, p. 27).

5. DO PRINCÍPIO DA HUMANIDADE - O direito penal deve garantir o bem estar de toda a sociedade,
dispensando tratamento humanizado àqueles que cometem crimes.

É um princípio derivado do princípio da dignidade da pessoa humana. Consolidando o conteúdo desse vetor, a
Constituição Federal veda as penas de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento, cruéis,
respeitando-se sempre a integridade física e moral do preso, bem como há proibição da pena de morte, salvo em
época de guerra declarada, nos termos do Código Penal Militar.
6. DO PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE OU DA RESPONSABILIDADE PESSOAL - Nos termos da Constituição
Federal, nenhuma pena passará da pessoa do condenado (art. 5º, XLV):

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;

Nenhum terceiro inocente e alheio ao crime responderá pelo ato que não cometeu, nem contribuiu para que fosse
realizado. A punição, não ultrapassa a pessoa do delinquente.

Cumpre esclarecer que essa questão aplica-se apenas a pessoas. O produto do crime poderá ser confiscado pelo
Estado, conforme previsão do próprio texto constitucional “a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido”.

Na hipótese de ser aplicada pena de multa como sanção penal e o condenado vir a falecer, não poderá ser
cobrado o valor dos herdeiros, ainda que no limite da herança.

A multa, é pena, considerada dívida de valor, e após o trânsito em julgado da sentença condenatória, a multa será
executada pelo juiz da Vara de Execuções Penais (art. 51 do CP).

Falecido o executado, o juiz da VEP deverá declarar extinta a punibilidade do executado (art. 107 do CP).
7. DO PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA ou “ultima ratio”- O Direito Penal só deve preocupar-se com a
proteção dos bens mais importantes.
“O poder punitivo do Estado deve estar regido e limitado pelo princípio da intervenção mínima. Com isto, quero
dizer que o Direito penal somente deve intervir nos casos de ataques muito graves aos bens jurídicos mais
importantes. As perturbações mais leves do ordenamento jurídico são objeto de outros ramos do direito.” Muños
Conde, Francisco.

Este princípio garante a autonomia e liberdade do indivíduo, de modo que o direito penal não deve interferir em
demasia na vida dos indivíduos, não devendo ser considerada a lei penal como primeira opção para a solução de
conflitos da sociedade.

8- PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE DO DIREITO PENAL – O direito penal é subsidiário aos demais ramos do
Direito. A lei penal deverá ser aplicada após frustradas todas as outras formas de composição de litígios. Nos
termos lecionados por André Estefam e Victor Gonçalves, o direito penal deve ser a última fronteira no controle
social, uma vez que seus métodos são os que atingem de maneira mais intensa a liberdade individual. O Direito
Penal deve ser a ultima ratio e jamais a prima ratio. (ESTEFAM, GONÇALVES, 2014, p. 136).

Segundo Roxin, o Direito Penal é subsidiário por natureza, ou seja, apenas lesões aos direitos legais e as
infrações aos fins da segurança social podem ser punidas, se for inevitável para uma vida comunitária ordenada.
Quando os meios de Direito Civil ou de Direito Público forem suficientes, o Direito Penal deve se retrair. Se for
usado onde outros procedimentos mais suaves são suficientes para preservar ou restaurar a ordem jurídica, ele
carece da legitimidade da necessidade social.
9- PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE DO DIREITO PENAL - O caráter fragmentário do Direito Penal significa,
que uma vez escolhidos aqueles bens fundamentais, comprovada a lesividade e a inadequação das condutas que os
ofendem, esses bens passarão a fazer parte de uma pequena parcela que é protegida pelo Direito Penal, originando-
se, assim, a sua natureza fragmentária.

Nem todas as ações que atacam bens jurídicos são proibidas pelo Direito Penal, e nem todos os bens jurídicos são
protegidos pelo Direito Penal. Mas o Direito Penal se limita a punir ações mais graves contra os bens jurídicos mais
importantes, daí o caráter fragmentário. O Direito Penal só se ocupa de uma parte, fragmentos.
Existe no nosso ordenamento jurídico uma infinidade de bens e interesses, mas devido a natureza fragmentária do
Direito Penal, nem tudo lhe interessa, mas apenas uma parcela de bens, e essa parcela de bens sem dúvida, são os
mais importantes.

A fragmentariedade é uma conseqüência da adoção dos princípios da intervenção mínima, da lesividade e da


adequação social, que serviram para orientar o legislador no processo de criação dos tipos penais. Depois da
escolha das condutas que serão reprimidas, a fim de proteger os bens mais importantes e necessários ao convívio
em sociedade, uma vez criado o tipo penal, aquele bem por ele protegido passará a fazer parte do pequeno mundo
do Direito Penal.

A fragmentariedade é a concretização da adoção dos princípios mencionados, analisados no plano abstrato


anteriormente à criação da figura típica. Não há se subestimar a natureza subsidiária, fragmentária do Direito Penal,
que só deve ser acionado quando os outros ramos do direito não sejam suficientes para a proteção dos bens
jurídicos envolvidos.
10. DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE - As penas devem ser proporcionais à gravidade da infração penal
cometida, vedados o exagero na punição, assim como a extrema liberdade em seu cumprimento.

“Para não ser um ato de violência contra o cidadão, a pena deve ser, de modo essencial, pública, pronta, necessária, a
menor das penas aplicável nas circunstâncias referidas, proporcionadas ao delito de determinada pela lei” Marques de
Beccaria, Dos Delitos e das Penas, 1764.

A proporcionalidade surge como corolário natural da aplicação da justiça propriamente dita.

A proporcionalidade não pode ser confundida com a razoabilidade.

A Razoabilidade se refere especificamente à questão do controle do abuso, realizada em face de situações extremas e
inequívocas.

A proporcionalidade, por sua vez, contém formulação teórica mais apurada e se dá em três dimensões:

1º juízo de adequação, 2º de necessidade e 3º de proporcionalidade em sentido estrito. (ESTEFAM, GONÇALVES, 2014, p.


144).

Ao legislador compete evitar a desproporcionalidade por excesso punitivo.

Proíbe-se, tanto o excesso quanto a proteção deficiente, de modo a não se permitir a ineficácia da prestação legislativa,
culminando na ausência de proteção a bens jurídicos essenciais.
11. DO PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DA DUPLA PUNIÇÃO PELO MESMO FATO - ninguém poderá ser processado ou punido
duas vezes pela prática da mesma infração penal.

O princípio do ne bis in idem, segundo o STF, não vem disciplinado explicitamente na Constituição Federal, sua
incorporação ao ordenamento jurídico-penal complementa os direitos e as garantias individuais nela previstos, e, mediante
interpretação sistemática, chega-se à conclusão de que o direito à liberdade, consagrado expressamente na Lei Maior,
quando amparado em coisa julgada material, deve prevalecer sobre o dever estatal de acusar. (STEFAM, GONÇALVES,
2014, p. 140/141).

12. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA - De fundamental importância não só ao direito penal, mas ao
próprio Estado Democrático de Direito, esse princípio alcança o status de fundamento da República, em cujo teor
considera o ser humano como fim último da atuação estatal. Estão atrelados a esse princípio a proibição de incriminação
de condutas socialmente inofensivas - a vedação de tratamento degradante, cruel ou de caráter vexatório – a execução penal
deve atender a esse princípio.
Constituição Federal - Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição.
13. PRINCÍPIO DA LESIVIDADE (OU OFENSIVIDADE) - O princípio da ofensividade ou lesividade (nullum crimen sine iniuria)
exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado (Rogério Sanches Cunha).
Para o professor Luiz Flávio Gomes o princípio da ofensividade está atrelado à concepção dualista da norma penal, isto é, a
norma pode ser primária – preceito primário (delimita o âmbito do proibido) ou secundária – preceito secundário (cuida do
castigo, do âmbito da sancionabilidade).
A norma primária, por seu turno, possui dois aspectos:
(a) ela é valorativa (existe para a proteção de um valor); e
(b) também imperativa (impõe uma determinada pauta de conduta).
Só existe crime quando há ofensa concreta a bem jurídico.
O crime exige, sempre, desvalor da ação (a realização de uma conduta) assim como desvalor do resultado (afetação
concreta de um bem jurídico). Sem ambos os desvalores não há injusto penal (não há crime).
O princípio da lesividade não se destina somente ao legislador, mas também ao aplicador da norma incriminadora, que
deverá observar, diante da ocorrência de um fato tido como criminoso, se houve efetiva lesão ou perigo concreto de lesão
ao bem jurídico protegido.
Obs. Parcela da doutrina questiona a constitucionalidade dos delitos de perigo abstrato (ou presumido), casos em que da
conduta o legislador presume, de forma absoluta, o perigo para o bem jurídico.
Para os Tribunais Superiores, a criação de crimes de perigo abstrato não representa, por si só, comportamento
inconstitucional por parte do legislador penal. Ex. art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro.

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