Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Faculdade de Direito
2º Ano 2023
O Tutor:
Discente:
CURSO DE DIREITO
2º ANO
TRABALHO DE CAMPO
TITULO DO TRABALHO:
CAPÍTULO I ................................................................................................................................. 1
1.Introdução.. .................................................................................................................................. 1
1.2. Objectivos ................................................................................................................................ 2
1.3.Metodologia .............................................................................................................................. 3
CAPÍTULO II .............................................................................................................................. 4
1.4. ENQUADRAMENTO TEÓRICO........................................................................................... 4
1.4.1. DIREITO FISCAL ................................................................................................................ 4
1.4.1.1. Âmbito e enquadramento do Direito Fiscal ....................................................................... 4
1.4.1.2. Natureza do Direito Fiscal ................................................................................................. 6
1.4.1.3. O direito fiscal e sua autonomia......................................................................................... 6
CAPÍTULO III .............................................................................................................................. 7
1.5.IMPOSTOS ............................................................................................................................... 7
1.5.1. Origem .................................................................................................................................. 7
1.5.2.Evolução e conceito de imposto ............................................................................................ 7
1.5.3. Três Características do Impostos .......................................................................................... 9
2.Considerações finais ................................................................................................................. 11
3.Referências Bibliográficas ......................................................................................................... 12
CAPÍTULO I
1.INTRODUÇÃO
A realização da despesa pública tem como pressuposto a arrecadação de receitas com vista a tornar
possível a efectivação dos interesses da colectividade. As receitas fiscais constituem a principal
fonte de financiamento do Orçamento do Estado.
Para a satisfação das necessidades públicas, o Estado (representante de todo e qualquer cidadão)
deve possuir uma fonte de financiamento sustentável das suas actividades, através de receitas,
tradicionalmente provenientes da cobrança de impostos (prestações compulsivas, pecuniárias ou
em espécie) que podem revestir a natureza de imposto sou de taxas, ou da venda e exploração de
bens do património público (receitas patrimoniais).
Assim, o Direito Fiscal tem como matérias fundamentais as normas que estabelecem o regime
jurídico da cobrança de impostos e taxas pelo Estado.
No entanto, o presente trabalho de campo tem como tema: Âmbito e natureza do Direito Fiscal
( Evolução, conceito, e três características dos impostos)
1
1.2.Objectivos
Geral :
Específicos:
2
1.3.Metodologia
3
CAPÍTULO II
Em sua actividade financeira, o Estado necessita captar recursos materiais para manter sua
estrutura, disponibilizando ao cidadão contribuinte os serviços que lhe compete, como autêntico
provedor das necessidades colectivas.
“A expressão “Direito Fiscal”, chegando a nós por influência portuguesa (Droit Fiscal), foi
substituída, com o tempo, pelas denominações domesticas “Direito Financeiro” e, mais
especificamente, “Direito Tributário” esta consagrada na Emenda Constitucional n. 18/65 e, após,
no próprio Código Tributário Nacional. A bem da verdade, na trilha de Hugo de Brito Machado,
parece-nos que o qualificativo “Fiscal” demarca algo amplo, abrangendo toda a problemática
afecta ao Erário, e não apenas as questões adstritas ao tributo em si, o que faz pender sua tradução
mais para “direito financeiro” do que para “direito tributário”.
O direito fiscal regula ainda matérias sobre as infracções fiscais e respectivas sanções, o exercício
da soberania financeira e formulação de leis fiscais e estabelece normas que disciplinam os
conflitos internacionais de tributação (Direito fiscal internacional).1
Da obrigação fiscal, resultam outras relações às quais devem aplicar-se os princípios e normas do
direito fiscal. Essas relações estendem-se do direito procedimental, direito processual fiscal ao
direito sancionatório fiscal, passando por muitos outros domínios como o direito fiscal
internacional, entre outros.
Quer as que se referem à incidência do imposto, quer as que têm um carácter procedimental, ao
disciplinarem o lançamento, a liquidação e a cobrança do imposto, incluindo igualmente normas
atinentes à fiscalização dos sujeitos passivos e normas relativas às garantias administrativas dos
contribuintes.
Que estabelecem as sanções, quer de natureza penal quer de natureza contra-ordenacional, a aplicar
a quem infringe os comandos jurídicos fiscais e regulam o respectivo processo;
A lei nº 2/2006 de 22 de março, Lei Geral Tributária (LGT), estabelece os princípios e normas
gerais do ordenamento jurídico tributário moçambicano aplicáveis a todos os tributos nacionais e
autárquicos. Este diploma contém normas sobre as infracções gerais tributárias, e sobre os crimes
tributários e crimes aduaneiros. O Decreto nº 42/2002 de 26 de Dezembro, regula o Regime Geral
das Infracções Tributárias.
_________________________
1
https://plataforma.unisced.edu.mz/pluginfile.php/106431/mod_resource/content/1/Manual%20d
e%20DIreito%20Fiscal%20e%20Aduaneiro.pdf (consultado em : 09 de Maio de 2023)
2
Idem
3
BRAZ, A., Princípios do direito Fiscal I, p.p. 20 e 23
5
1.4.1.2. Natureza do Direito Fiscal
Segundo SABBAG (2009), o Direito fiscal pode ser classificado como ramo jurídico pertencente
ao direito público, com a figura do Estado sempre presente em um dos pólos da relação jurídica e
sempre em situação de superioridade jurídica perante o particular -, haja vista o interesse de tutela
jurídica de compulsoriedade.
Segundo Sabbag (2007) O Direito fiscal desfruta de autonomia perante os demais ramos jurídicos.
Apresenta-se, como um direito autónomo, em face da homogeneidade de sua estrutura normativa
e de seus preceitos elementares. Frui uma autonomia dogmática ou científica NOUGUEIRA
(1995) afirma que “foi especialmente depois da I Guerra Mundial que o Direito fiscal veio alcançar
a situação de ramo jurídico autónomo, pelo conteúdo e pela forma, que hoje incontestavelmente
possui”.
6
CAPÍTULO III
1.5. IMPOSTOS
1.5.1. Origem
A palavra Imposto veio do Latim “impositu”, que significa obrigado a aceitar ou a realizar à força.
É uma contribuição financeira que o Estado exige das pessoas singulares ou colectivas, a fim de
fazer face às despesas públicas.
Ao longo dos tempos o conceito de imposto tem vindo a sofrer alterações consideráveis, variando
a mesma segundo a época e segundo as características que o iam informando. Desde da ideia da
relação da subordinação de vencido para vencedor até à obrigação de contribuir para a satisfação
das despesas públicas, o conceito de imposto passou, na sua evolução, por diversas fases,
nomeadamente, na idade Média tinha a característica de presente dado ao soberano, traduzindo,
por vezes, a ideia de humilde pedido feito por este aos seus vassalos para prover à sua subsistência.
Em certa altura significou, mesmo, assistência dada ao Estado a título de favor, mas, com o
fortalecimento do poder real, tornou-se contribuição obrigatória e anual com vista à satisfação das
necessidades do soberano e do reino. Com o advento da Revolução Francesa, transformou-se o
conceito de imposto na honrosa obrigação de cada um contribuir para a satisfação das despesas
públicas.
Não existe uma definição constitucional do imposto, limitando-se a lei fundamental a afirmar no
seu artigo 100o CRM que: “os impostos são criados ou alterados por lei, que os fixa segundo
critérios de justiça social”, ou ainda no artigo 127, nºs 2 e 3 que:
“2. Os impostos são criados ou alterados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios
fiscais e as garantias dos contribuintes.”
“3. Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos que não tenham sido criados nos termos da
Constituição e cuja liquidação e cobrança não se façam nos termos da lei.”
7
No entanto, já a Lei nº 2/2006 de 22 de Março, vem, no nº a do artigo 3, definir o imposto do
seguinte modo: “Impostos são as prestações obrigatórias, avaliáveis em dinheiro, exigidas por
uma entidade pública, para a prossecução de fins públicos, sem contraprestação individualizada,
e cujo facto tributário assenta em manifestações de capacidade contributiva, devendo estar
previstos na lei”.
Do ponto de vista doutrinário, existem várias definições de imposto, desde Montesquieu que
considera o imposto como a porção que cada cidadão dá dos seus bens para ter a segurança dos
outros ou para poder gozá-los pacificamente. Para este autor o imposto não constitui um dever,
mas sim um pagamento de um serviço de segurança, não competindo ao Estado senão uma função
policial a exercer.
Tradicionalmente o imposto tem sido definido como “uma prestação pecuniária, exigida aos
particulares por via da autoridade, a título definitivo e sem contrapartida, com vista à cobertura
dos encargos públicos”4. A este conceito de imposto surge a necessidade de diversificação das
finalidades do imposto, pois para além da obtenção de receitas o imposto contribui para o
desenvolvimento económico e social.
6
De forma completa o imposto pode ainda ser definido como “uma prestação coactiva,
patrimonial, positiva, definitiva, não sinalagmática, sem carácter de sanção, estabelecida por Lei,
a favor de uma entidade pública ou com funções públicas, para a satisfação de necessidades
públicas e redistribuição de riqueza, independentemente de qualquer vínculo anterior” 5. Neste
conceito pode se perceber-se que, o sujeito activo não é apenas o Estado, como também todas as
entidades públicas ou com funções públicas.
_____________________
4
JEZE, G, Cours de Finances Publiques, 1931.
5
WATY, T., Direito Fiscal, 3ª Ed. W&W Editora, 2007, p. 148.
8
1.5.3. Três Características do Impostos
Da noção do imposto que acabamos de ver podemos dizer que o mesmo possui muitas
características das quais destacamos as três 7:
No entanto, importa referir que ainda hoje, em alguns casos excepcionais, como é o da dação em
cumprimento, prevista no artigo 45 da Lei nº 2/2006 de 22 de Março, pode de falar da modalidade
de pagamento em espécie.
Este dispositivo permite que o Estado adquira por exemplo bens valiosos, enriquecendo o seu
património. Trata-se de situações em que, no lugar de efectuar o pagamento da dívida tributária, o
contribuinte entrega ao estado algo diverso, como por exemplo uma obra de arte.
O pagamento de imposto por meio de estampilhas fiscais (selos), embora trate-se de um bem
(papel), considera-se que em temos financeiros o que importa é o que a estampilha representa em
dinheiro, sendo a sua aquisição requisito prévio sem o qual não se pode verificar o cumprimento
da obrigação fiscal.
__________________________
6
Segundo Guimarães (1993), conceitualiza o imposto como sendo uma prestação definitiva e
unilateral estabelecida por Lei a favor de uma pessoa que exerce funções públicas para a realização
de fins públicos, e que não constitui sanção de um acto ilícito. Para Teixeira (1995), imposto é
uma prestação definitiva e unilateral, estabelecida pela Lei a favor de uma pessoa colectiva de
direito público, para a realização de fins públicos, a qual não constitui sanção de um acto ilícito.
7
https://plataforma.unisced.edu.mz/pluginfile.php/106431/mod_resource/content/1/Manual%20d
e%20DIreito%20Fiscal%20e%20Aduaneiro.pdf (consultado: em 10 de Maio de 2023)
9
2 - O imposto é uma prestação coativa
Sejam qual for a modalidade de pagamento, o pagamento do imposto tem carácter obrigatório,
pois, o Estado intervém dotado de seu poder de autoridade. A obrigação de pagar o imposto resulta
da lei, por conseguinte, o contribuinte não tem a prerrogativa de optar em não pagar a dívida
tributária ou de negociar ou determinar livremente o montante do imposto.
Caso o contribuinte não cumpra com as suas obrigações dentro do prazo estabelecido por lei, o
Estado e outros entes públicos, podem recorrer ao processo de execução de modo a obrigá-lo a
cumprir o seu dever de pagar o imposto.
Sobre esta questão uns consideram que se trata de uma pessoa colectiva de direito público e para
outros autores o ente público refere-se a entidades que que exercem funções públicas. A
Constituição da República de Moçambique, no que tange ao sistema fiscal, no seu artigo 127,
refere-se ao facto de o sistema fiscal estar estruturado “com vista a satisfazer necessidades do
Estado e das demais entidades públicas…”. Já o artigo 13 da lei nº 2/2006 de 22 de Março, dispõe
que “ Sujeito activo da relação jurídico -tributária é a entidade de direito público, titular do direito
de exigir o cumprimento das obrigações tributárias, quer directamente quer através de
representante”. Os demais entes públicos podem ser por exemplo as Autarquias Locais.
10
2.Considerações finais
Após as leituras feitas percebe-se que o Direito Fiscal é o conjunto das leis reguladoras da
arrecadação dos tributos, e fiscalização exercidos em todo país, valendo salientar que, mesmo com
algumas divergências, o objectivo é captar recursos materiais para manter sua estrutura,
disponibilizando ao cidadão-contribuinte os serviços que lhe compete, como autêntico provedor
das necessidades colectivas
11
3.Referências Bibliográficas
TEIXEIRA. Gloria. Manual de Direito Fiscal. 2ª Edição Revista Ampliada Editora Almedina.
INTERNET
https://plataforma.unisced.edu.mz/pluginfile.php/106431/mod_resource/content/1/Manual%20de
%20DIreito%20Fiscal%20e%20Aduaneiro.pdf (consultado: em 10 de Maio de 2023)
LEGISLAÇÃO
12