Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................2
1.1. Objectivos....................................................................................................................................3
1.1.1. Geral....................................................................................................................................3
1.1.2. Específicos...........................................................................................................................3
1.2. Metodologia.................................................................................................................................4
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................................5
2.1. Conceitos de Receita pública.......................................................................................................5
2.2. Enfoque orçamentário da receita..................................................................................................6
2.3. Classificação da receita................................................................................................................7
2.3.1. Classificação por natureza da receita...................................................................................7
2.3.2. Classificação da receita quanto à Repercussão/Afetação Patrimonial..................................9
2.3.3. Quanto à Forma de sua Realização....................................................................................10
2.3.3.1. Fases da receita..............................................................................................................10
2.3.3.2. Processo de Arrecadação de Receitas.............................................................................11
2.3.3.3. Codificação da natureza da receita.................................................................................12
3. CONCLUSÃO...................................................................................................................................16
3.1. Referências bibliográficas..........................................................................................................17
1
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho de investigação é de natureza bibliográfica, pretende-se com o mesmo
abordar acerca das receitas públicas, os seus conceitos, o regime de contabilização, a
classificação, as fazes, o fluxo de cobrança e a codificação da sua escrituração.
Um dos objetivos do planeamento orçamentário – seja ele referente a uma entidade pública
ou privada – é otimizar e priorizar a aplicação das receitas, as quais são sempre limitadas em
função das demandas. Condição necessária para a execução do orçamento, a previsão e a efetiva
arrecadação das receitas públicas possui notável importância no processo orçamentário
governamental, uma vez que, para que o Poder Público possa planejar, a cada ano, as atividades
que pretende desenvolver, cumprindo o que estabelece a Constituição, deve, primeiramente,
estimar as receitas que serão arrecadadas, tendo por base parâmetros técnicos estabelecidos em
normas (Carvalho e Ceccato, 2011 apud Mello, 2012).
Segundo Giacomoni (2010) apud Mello, na orçamentária, a receita apresenta número bem
menor de questões de interesse do que a despesa. De maneira geral, o orçamento de receita é
constituído de um quadro analítico com previsões sobre a arrecadação de cada um dos tipos de
receita da instituição, além de alguns poucos quadros sintéticos. Ao contrário da despesa que é
programada, autorizada e controlada por meio da lei orçamentária, a receita é apenas estimada,
sendo seus demais procedimentos disciplinados em outros âmbitos, especialmente o do Direito
Tributário.
2
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Avaliar a abordagem acerca das receitas públicas
1.1.2. Específicos
Definir os conceitos de receita pública;
Identificar a classificação da receita pública;
Estabelecer as fases da receita pública.
3
1.2. Metodologia
Para a materialização dos objectivos específicos deste trabalho utilizou-se como metodologia a
pesquisa bibliográfica. Pois o presente trabalho de pesquisa foi de revisão de literatura, que
assentou-se em artigos técnicos e científicos relacionados com esta matéria. O tipo de pesquisa
utilizado neste presente trabalho foi o descritivo, pois, pretende-se debruçar acerca da receita
pública. A técnica de pesquisa adoptada neste trabalho foi a seguinte: efectuou-se uma pesquisa
bibliográfica, através da consulta de manuais, que abordam assuntos ligados à administração
pública, finanças públicas, gestão pública, contabilidade pública e receitas públicas, fez-se
também a consulta de artigos científicos, teses, dissertações, monografias, pesquisas científicas, e
algumas explanações ou definições de conceitos importantes utilizados durante a pesquisa desse
trabalho, e por outro lado foi feita a pesquisa na internet como forma de conhecer as actuais
abordagens acerca das receitas públicas.
4
2. REVISÃO DE LITERATURA
Para Andrade (2016) apud Cioato (2018), receita pública é todo recolhimento aos cofres
públicos em dinheiro ou outro bem representativo de valor que o Governo tem direito de
arrecadar em virtude de leis, contratos, convênio e quaisquer outros títulos, de que seja
procedente de alguma finalidade específica, cuja arrecadação lhe pertença.
Para Crepaldi e Crepaldi (2013) apud Cioato (2018), receita pública é o ingresso de caráter
não devolutivo, representada pelo conjunto de todos os recursos financeiros arrecadados, de
qualquer fonte, de maneira especial de tributos, para fazer face as despesas orçamentárias.
Conforme Lima e Castro (2000) apud Vilarino (2013), as receitas públicas correspondem a
todos os créditos que o governo tem a prerrogativa para arrecadar, com a finalidade de atender as
despesas públicas. A arrecadação, que pode ser em dinheiro ou equivalente representativo, pode
ter origem em leis, contratos, convênios ou qualquer ou título que tenha finalidade pública
(Andrade, 2007 apud Vilarino, 2013).
Em sentido amplo, para Piscitelli, Timbó e Rosa (2002) apud Vilarino (2013), a receita
pública pode ser conceituada como ingressos ao patrimônio público e que tenha reflexo nas
disponibilidades. A receita está relacionada a ingressos e arrecadação, e é o elemento que
possibilita a manutenção dos serviços prestados pelo Estado (Quintana et al, 2011 apud Vilarino,
2013).
1
Lei n.º 09/2002 de 12 de Fevereiro, Artigo 14, nº 1
5
A Receita inclui as contas representativas dos recursos auferidos na gestão, a serem
calculados no apuramento do resultado do exercício, desdobradas nas categorias económicas de
Receitas Correntes e de Receitas de Capital2.
2
Decreto n.º 23/2004 de 20 de Agosto, Artigo 67, nº 1
3
Lei n.º 09/2002 de 12 de Fevereiro, Artigo 32, nº 2
4
Lei n.º 09/2002 de 12 de Fevereiro, Artigo 32, nº 3
5
Lei n.º 09/2002 de 12 de Fevereiro, Artigo 32, nº 4
6
Lei n.º 09/2002 de 12 Fevereiro, Artigo 33
7
Lei n.º 09/2002 de 12 Fevereiro, Artigo 23, nº 2
6
Essa classificação é considerada como base e de suma importância para medir o impacto
das decisões do Governo na economia nacional – formação de capital, custeio, investimentos,
etc. É por meio da classificação econômica que se torna possível evidenciar e mensurar a
capacidade de investimento do Estado, isto é, se ele possui ou não capacidade de realizar
despesas de capital, investimentos em infraestrutura, saneamento básico, educação, saúde,
segurança etc. (Carvalho; Ceccato, 2011 apud Mello, 2012).
8
Decreto n.º 23/2004 de 20 de Agosto, Artigo 67, nº 2
9
Diploma ministerial 181/2013 de 14 de Outubro
7
Impostos sobre o Rendimento – são o IRPS (aplica-se aos rendimentos de pessoas
singulares) e o IRPC (que tributa o rendimento de empresas moçambicanas ou
estrangeiras com negócios em Moçambique).
Receitas não Fiscais – Taxas pagas ao Estado por prestação de vários serviços.
Taxa é definida como sendo prestação avaliável em dinheiro, exigida por uma entidade
pública como contrapartida individualizada pela utilização de um bem de domínio
público, ou de um serviço público ou pela remoção de um limite jurídico a actividade dos
particulares, desde que previstas na lei Moçambicana10.
Receitas Próprias - são aquelas que provêm dos serviços ou unidades orgânicas do
Estado em resultado da sua actividade específica, da administração e alienação do seu
património ou de quaisquer outras que por lei ou contrato lhes deve pertencer.
Receitas Consignadas – Recursos públicos que, a título excepcional e por determinação
legal, são proveniente de tributos-imposto, taxas ou contribuições especiais estabelecidos em
dispositivos legais que a vincula na totalidade ou em parte a um ou mais objectivos
específicos, são afectos à cobertura de determinadas despesas públicas11.
Donativos – Ofertas que o Estado recebe de organizações ou países.
8
Alienação de bens é o ingresso proveniente da alienação de componentes do ativo
permanente.
Donativos – Ofertas que o Estado recebe de organizações ou países.
Empréstimos Internos – empréstimos que o Estado contrai dentro do País.
Empréstimos Externos – empréstimos que o Estado contrai fora do País.
13
Despacho nº 6/GP/TA/2008 de 29 de Setembro
9
Receitas de Transferências são aquelas em que a arrecadação se processa por meio de
outras entidades, em virtude de dispositivos constitucionais ou legais, ou mediante acordos ou
convênios. São exemplos os valores recebidos como cota-parte decorrentes de convênios
firmados.
As receitas chegam aos cofres do Estado obedecendo aos quatro (4) passos seguintes:
a) Indicação de quanto foi previsto na Lei do Orçamento de Estado para a receita
b) Reconhecimento do direito de o Estado receber a Receita
14
Lei n.º 09/2002 de 12 Fevereiro, Artigo 29
10
c) Recebimento de Impostos, taxas e créditos devidos ao Estado
d) Depósito do dinheiro nos cofres do Estado.
15
Circular nº 01/GAB-MF/2010,
11
l) Emissão e envio de Memorando comprovativo do montante recolhido pela Direcção Geral de
Administração Tributaria para órgão ou instituição gestora do facto gerador da receita para
efeito de monitoria das classificações e valores restado;
m) Registo da receita no Modelo de Execução Orçamental pela direcção Provincial de Plano e
Finanças/ Direcção Nacional do Tesouro e emissão da Guia Recolhimento com a copia para
o Departamento de Administração e Finanças/ Unidade Grandes Contribuinte, para efeitos de
monitoria das classificações e valores registados;
n) Monitoria diária do modelo de execução orçamental pelo órgão ou instituição gestor do facto
gerador para efeitos de certificação da correcta classificação, da data do registo e da
exactidão dos valores registados. Em caso de inexactidão, ou atraso no registo, contactar a
respectiva Direcção da Área Fiscal.
3. Os erros de classificação registados devem ser reclamados no prazo de 15 dias após a data
de recepção, pelo órgão ou instituição gestora do facto gerador da receita, do memorando17.
16
Circular nº 01/GAB-MF/2010
17
Circular nº 01/GAB-MF/2010
12
Face à necessidade de constante atualização e melhor identificação dos ingressos aos
cofres públicos, o código identificador da natureza de receita é desmembrado em níveis. Assim,
na elaboração do orçamento público a codificação econômica da receita orçamentária é composta
dos níveis abaixo (Mello, 2012):
13
atendimento de despesas de capital, ou ainda, de outros ingressos de capital . É codificada e
subdividida da seguinte forma, como consta nos exemplos que se seguem (Mello, 2012):
1.1.1. Impostos
1.1.1.1. Imposto Sobre o Rendimento
1.1.1.2. Imposto Sobre Bens e Serviços
5º Nível – Alínea – Funciona como uma qualificação da rubrica. Apresenta o nome da
receita propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de recursos financeiros (Mello,
2012).
14
1.1.1.1.2. Imposto Sobre o Rendimento Pessoas Colectivas
1.1.1.1.3. Imposto Sobre o Rendimento Pessoas Singulares
3. CONCLUSÃO
Diante dos dispostos apresentados na revisão de literatura e afim de respondendo aos
objectivos específicos, conclui-se que receita pública define-se como sendo todos os recursos
15
monetários ou em espécie, seja qual for a sua fonte ou natureza, postos à disposição do Estado,
com ressalva daquelas em que o Estado seja mero depositário temporário
As receitas públicas são classificadas, oficialmente, de acordo com o critério da natureza.
Quanto a natureza, a classificação económica da receita, compreende as duas categorias: Receita
Corrente e Receita De Capital. São Receitas Correntes aquelas receitas públicas arrecadadas
dentro dos exercícios, ou seja, se esgotam dentro do período anual, aumentam as
disponibilidades financeiras do Estado, normalmente alterando o patrimônio líquido do Estado
(geralmente com efeito positivo sobre o saldo patrimonial líquido), e constituem meio para
financiar os objetivos definidos nos programas e ações correspondentes às políticas públicas. As
Receitas Correntes compreendem as receitas fiscais, não fiscais, as consignadas e as de
donativos. São Receitas de Capital, as receitas públicas que não alteram o patrimônio líquido do
Estado, mas também aumentam as disponibilidades financeiras do Estado, porém, de maneira
diversa das receitas correntes, as receitas de capital não provocam alteração no saldo patrimonial
líquido. As Receitas de Capital compreendem as receitas de alienação de bens, de donativos e de
fundo de empréstimos.
No âmbito do processo orçamentário, a receita pode ser dividida em três diferentes
etapas: planeamento, execução e controlo. A etapa do Planeamento que a previsão de
arrecadação da receita orçamentária integrante do Orçamento. A etapa da Execução compreende
as três fases seguintes: a fase do Lançamento constitui o procedimento administrativo de
verificação da ocorrência do facto gerador da obrigação correspondente; a fase da Liquidação
constitui o cálculo do montante da receita devida e identificação do respectivo sujeito passivo; e
por fim, a fase da Cobrança. A etapa do Controle e avaliação que compreende a fiscalização
realizada pela Administração, pelos órgãos de controlo e pela sociedade. Também engloba a
avaliação do desempenho da arrecadação e do combate à sonegação, bem como ações de
recuperação de crédito e demais medidas para incremento de receitas.
16
Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, Secretaria de Orçamento Federal. – 4. Ed. Coordenação-Geral de
Contabilidade, 233 p.
Cioato, E. (2018). Análise dos gastos em saúde nos municípios da serra gaúcha no período de
2013 a 2017. Monografia apresentada como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em
Ciências Contábeis da Universidade de Caxias do Sul.
Martins, A. C. (2015). Análise da Gestão das Receitas Próprias das Escolas Técnicas
Profissional e Vocacional da Cidade de Chimoio: Caso: Instituto industrial E Comercial
Joaquim Marra, no período de (2009-2013). Monografia de Licenciatura submetida a
Universidade Católica de Moçambique, Faculdade de Engenharia, para efeito de Avaliação no
Curso de Licenciatura em Administração Publica.
Mello, A. D. C. (2012). Desvinculação de Receitas da União – DRU: argumentos que
justificam sua criação e manutenção. Brasília - DF.
17