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1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Compreender a real importância da descentralização no desenvolvimento de
Moçambique
1.1.2. Específicos
Indicar as transformações feitas para alcance da descentralização.
Expor os benéficos da descentralização.
Descrever de forma sucinta a cronologia por detrás desse processo.
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1.2. Problematização
No mundo actual, são várias as ideias difundidas em relação ao Governo local e estado
democrático. Uma dessas ideias é a de que, os governos locais são normalmente
reorganizados à medida que os países levam a cabo processos de transições
democráticas e servem de campo de treino para a consolidação da democracia,
(McCarnery citado por Smith; 1998). Em Moçambique ocorre o mesmo pois, ao nível
político o processo da descentralização iniciado nos anos 90 foi e continua sendo visto
como uma forma de aprofundamento da democracia, (Faria e Chichava-1999;
Correia2002; Guambe-1998 e Mazula-1998).
Ciente da influência deste fenómeno no desenvolvimento do país, surge a seguinte
pergunta de pesquisa: Quais benéficos a descentralização pode trazer política e
economicamente?
1.3. Hipóteses
Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 90) “A hipótese é uma possível resposta ao
problema de pesquisa, orienta a busca de outras informações”.
Respondendo a questão, avançamos com o pressuposto de que a nível político o maior
benefício é a democracia, mesmo ela podendo ser verificada fora da descentralização, em
Moçambique é destacada pela descentralização. No campo económico, é um tanto óbvia,
a centralização pecava em não conseguir desenvolver os mais íntimos locais do nosso
mapa, ponto este que é certeiro na descentralização, sendo românticos diríamos “começar
a pirâmide económica de baixo para cima”.
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CAPÍTULO II- METODOLOGIA
Neste capítulo iremos descrever as opções metodológicas adoptadas para a concretização
do trabalho desenvolvido. No dizer de Quivy e Campenhoudt, “Importa, acima de tudo,
que o investigador seja capaz de conhecer e de pôr em prática um dispositivo para a
elucidação do real, isto é, no seu sentido mais lato, um método de trabalho. Este nunca
se apresentará como uma simples soma de técnicas que se trataria de aplicar tal e qual
se apresentam, mas sim como um percurso global do espírito que exige ser reinventado
para cada trabalho”
2.1 Metodologia
A postura metodológica adoptada na realização deste trabalho, como forma de garantir a
confiabilidade das informações apresentadas, para estruturação de um estudo de caso cujo
objectivo é evidenciar os Impactos guerra civil em moçambique, são eles: cientifico
investigatório e Dedutivo.
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organização da Administração Pública. Para o efeito, foi concebida e progressivamente
desenvolvida uma reforma administrativa, da qual, um dos principais objectivos foi a
aproximação da administração das urbes à sociedade civil. É nesta esteira, que nos finais
dos anos 80 começaram a fazer sentir-se os primeiros debates relativos a descentralização
administrativa dos centros urbanos, (MAE: 2000).
Em 1994 é publicada a Lei-quadro dos distritos municipais (Lei 3/94). “Em termos
concretos, o disposto na nessa Lei significava uma democratização nos níveis
hierárquicos de Administração Estatal abrangidos pelo PROL. A referida democratização
ia se operacionalizar em dois sentidos: primeiro em relação ao processo da eleição de
titulares dos órgãos distritais, e em segundo diz respeito à abertura de espaço para a
participação e responsabilização dos titulares dos órgãos distritais pela população, ou
seja, significativa transformação dos distritos administrativos em Municípios, tal como
se configura hoje”, (Nuvunga; 2000:).
Contudo, esta lei 3/94 foi tida como inconstitucional, pois não estava previsto em nenhum
capítulo da Lei mãe (Constituição) a criação de órgãos com este tipo de poder.
Deste modo, foi feita a alteração pontual da Constituição de 1990, através da lei nº9/96
de 22 de Novembro que introduziu princípios e disposições sobre o poder local no
contexto da lei fundamental, e efectuaram-se estudos a partir de 1995, que culminaram
com a promulgação do pacote legislativo autárquico em 1997. Na base dessa legislação
foram realizadas as primeiras eleições municipais em Julho de 1998 e posteriormente
empossados, em Agosto do mesmo ano os órgãos municipais nelas eleitos, marcando
assim o início do exercício da municipalização, (MAE; 2000).
As autarquias assim instituídas dispõem de órgãos representativos próprios, isto é, têm
seus dirigentes e a sua assembleia, têm autonomia administrativa, patrimonial e financeira
e tem o controlo quase total sobre a sua própria administração, planos, orçamentos e
instalações.
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3.3.1. Características
Tutela Administrativa: estão sob tutela do Estado (Legalidade e meritocracia
dos actos – MAE, MFP e MPF).
Poder Regulamentar: têm poder para regulamentar sobre matérias no âmbito das
suas atribuições, respeitando os limites constitucionais e tutelares.
Principio da Legalidade: agem com estrito fundamento na Lei.
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Alguns estudos já realizados mostram a existência de alguns problemas ao nível da
governação local democrática. Por exemplo, o estudo de Lala & Ostheimer (2004) conclui
que “se tomarmos em conta os resultados das primeiras eleições autárquicas de 1998, os
resultados práticos da descentralização em Moçambique continuam a serem
negligenciados. A administração local encontra-se ainda inserida na governação
centralizada, o que significa que mesmo nos locais onde o edil provém da oposição ou
onde possui a maioria no Conselho Municipal, o controlo dos recursos económicos
continua a ser efectuado pelo governo central.
Desta forma o conflito gerado pela governação centralizada tem agravado as relações
entre as instituições e, por outro lado, a falta de clareza das responsabilidades dos
intervenientes, tem impedido a existência de uma estrutura governamental transparente e
de canais de comunicação e participação mais inclusivos”. Para estas autoras ao nível das
autarquias verifica-se uma fraca participação e não há uma maior inclusão dos munícipes
no processo da governação local.
Décadas após a implementação do processo de descentralização administrativa do Estado
no país, é importante fazer uma retrospectiva deste processo com vista a resgatar não só
a história da governação autárquica em Moçambique, mas também analisar até que ponto
a descentralização está servindo de um instrumento adequado para o desenvolvimento do
país.
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1997: Aprovação da lei definidora do quadro jurídico das autarquias locais – Lei
2/97 de 18 de Fevereiro;
1998: primeiras eleições autárquicas.
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CAPÍTULO V - IMPORTÂNCIA NO DESENVOLVIMENTO
A Descentralização ocupa um lugar de fundamental importância no desenvolvimento do
país, estando cientes disso, decidimos trazer de forma clara e objectiva.
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CAPÍTULO VI- CONCLUSÃO
Feito o trabalho, fazendo-se uma análise crítica do tema em estudo, se constata necessário
trazer algumas considerações deste tema, que pela sua complexidade é igualmente
importante na história de Moçambique.
Com base na filosofia de um Estado socialista, baseado nos princípios do centralismo
democrático, a partir de 1983, houve um reconhecimento público e oficial, de que o
sistema administrativo é excessivamente centralizado. Mas a guerra civil, as calamidades
naturais dificultavam qualquer tipo de reforma administrativa. Entretanto, nos finais dos
anos 80 sob os auspícios das agências multilaterais, o Estado moçambicano assistiu a um
processo de redemocratização política das sociedades nacionais.
aS reformas resultaram num sistema de governação local de duas formas: uma que é de
devolução de poderes, funções e recursos (descentralização politica), e a outra que é a
descentralização administrativa, que consiste na transferência de recursos, tarefas e poder
de decisão para as autoridades hierarquicamente inferiores (os distritos).
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CAPÍTULO VII – REFERÊNCIAS
ALVES, Armando Teixeira e COSSA, Benedito Ruben. Guião das Autarquias Locais.
Maputo, 1998.
Boletim da República, Lei n.º 3/94 de 13 de Setembro de 1994. 1 Série, nº 37.
CORREIA, Arménio (2002); “O processo de Descentralização— Objectivos,
Perspectivas e problemas”. In: A cobertura jornalística do processo de descentralização.
Maputo: Freiderich Ebert Stiftung
CANHANGA, Nobre de Jesus Varela. Descentralização, Participação Comunitária e do
Desenvolvimento Municipal: O Caso do Município de Quelimane. Maputo. Dissertação
elaborada para obtenção do grau de Licenciatura em Administração Pública. UEM, 2001.
CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a Administração Geral. Makron Books. São Paulo,
2000.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 5 ª ed. actualizada. Editora
campus, 1999.vol. 1
CHIZIANE, Eduardo. As Tendências da Re-concentração e Re-centralização
Administrativa em Moçambique. eduardo.chiziane@uem.mz
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