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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Faculdade de letras e ciências sociais

Departamento de administração pública e ciência política

Licenciatura em Ciência Política - 1° Ano

História Económica e Social do Mundo

Tema: Influência da Revolução Industrial para a origem da Teoria da Administração:


Fordismo e Taylorismo

Discentes:

Alberto Ussete

Hélder Mahuva

Julieta Uendzane Docente:

Mafalda Wareno Feliciano Simão

Priscília Manjate

Zacarias Chongo

Maputo, aos 29 de abril de 2020


Índice
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................3

1.1. Objectivos.......................................................................................................3

1.1.1. Geral.........................................................................................................3

1.1.2. Específicos...............................................................................................3

2. METODOLOGIA DE PESQUISA........................................................................4

2.1. Metodologia....................................................................................................4

2.2. Tipo de pesquisa..............................................................................................4

3. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL..............................................................................5

3.1. Primeira Revolução Industrial.........................................................................5

3.2. Segunda Revolução Industrial.........................................................................6

4. INFLUÊNCIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL PARA A ORIGEM DA


TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO: FORDISMO E TAYLORISMO..............................6

4.1. Administração científica ou Taylorismo.........................................................7

4.1.1. A Obra de Taylor.....................................................................................7

4.1.2. Administração como Ciência.................................................................10

4.1.3. Organização Racional do Trabalho........................................................10

4.1.4. Princípios da Administração Científica.................................................11

4.2. Limitações da Teoria da Administração Científica.......................................11

4.3. Fordismo.......................................................................................................12

4.3.1. Princípios do Fordismo..........................................................................13

4.4. Apreciação Crítica da Administração Científica...........................................13

5. CONCLUSÃO......................................................................................................15

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................16
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho está submisso ao tema: Influência da Revolução Industrial para a


origem da Teoria Da Administração: Fordismo e Taylorismo. Para se compreender
cabalmente o conteúdo aqui abordado, emerge a necessidade de trazer um conceito
basilar e fulcral sobre esta revolução.

Revolução Industrial é o conjunto de transformações tecnológicas, económicas e sociais


ocorridas na Europa (principalmente na Inglaterra) nos séculos XVIII e XIX e que
deram origem ao sistema fabril e ao modo de produção capitalista. (CHIAVENATO,
2003, p.45).

No despontar do século XX, dois engenheiros desenvolveram os primeiros trabalhos


pioneiros a respeito da Administração. Um era americano, Frederick Winslow Taylor, e
iniciou a chamada Escola da Administração Científica, preocupada em aumentar a
eficiência da indústria por meio da racionalização do trabalho do operário. O outro era
europeu, Henri Fayol, e desenvolveu a chamada Teoria Clássica, preocupada em
aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação de
princípios gerais da Administração em bases científicas.

Segundo Montana e Charnov (1998), os primeiros textos sobre Administração


ganharam força em decorrência da Revolução Industrial, na Inglaterra, pois foi a partir
desse período que foi desenvolvido um processo organizado de produção que acabou
gerando grandes resultados para a própria ciência administrativa.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral

 Compreender a verdadeira influência da Revolução Industrial para o surgimento


da Teoria da Administração.

1.1.2. Específicos

 Descrever de forma sucinta as fases da Revolução Industrial;

 Explicar o Taylorismo e o Fordismo;

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 Indicar os princípios do Taylorismo e do Fordismo.

2. METODOLOGIA DE PESQUISA

Tomando em consideração que a metodologia ilustra o caminho ou os passos pelos


quais a pesquisa se orienta para o alcance dos objectivos definidos, neste caso
específico, iremos abordar aspectos relativos aos procedimentos da pesquisa e seus
instrumentos.

No dizer de Quivy e Campenhoudt, importa, acima de tudo, que o investigador seja


capaz de conhecer e de pôr em prática um dispositivo para a elucidação do real, isto é,
no seu sentido mais lato, um método de trabalho. Este nunca se apresentará como uma
simples soma de técnicas que se trataria de aplicar tal e qual se apresentam, mas sim
como um percurso global do espírito que exige ser reinventado para cada trabalho”

2.1. Metodologia

A postura metodológica adoptada na realização deste trabalho, como forma de garantir a


confiabilidade das informações apresentadas, para estruturação desse trabalho são eles:
científico investigatório e Dedutivo.

2.2. Tipo de pesquisa

O presente trabalho baseou-se na pesquisa bibliográfica, que permitiu buscar


informação dos documentos públicos e reconhecidos na internet, também informações
advindas de manuais contendo a informação a respeito do tema.

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3. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e sua aplicação à
produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a
estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de
ordem económica, política e social que, em um lapso de um século, foram maiores do
que as mudanças ocorridas em todo o milênio anterior. É a chamada Revolução
Industrial, que se iniciou na Inglaterra e que pode ser dividida em duas épocas distinta:

 1780 a 1860: 1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro.


 1860 a 1914: 2ª Revolução Industrial ou do aço e da eletricidade.

3.1. Primeira Revolução Industrial

A Revolução Industrial alcançou todo seu ímpecto a partir do século XIX. Ela surgiu
como uma bola de neve em aceleração crescente. A 1ª Revolução Industrial passou por
quatro fases (BURNS p.659-662):

1ª fase: Mecanização da indústria e da agricultura, em fins do século XVIII, com a


máquina de fiar (inventada pelo inglês Hargreaves em 1767), do tear hidráulico
(inventado por Arkwright em 1769), do tear mecânico (criado por Cartwright em 1785)
e do descaroçador de algodão (criado por Whitney em 1792), que substituíram o
trabalho do homem e a força motriz muscular do homem, do animal ou da roda de água.

2ª fase: A aplicação daforça motriz à indústria. A força elástica do vapor descoberta por
Dénis Pupin no século XVII ficou sem aplicação até 1776, quando Watt inventou a
máquina a vapor. Com a aplicação do vapor às máquinas, iniciam-se grandes
transformações nas oficinas (que se converteram em fábricas), nos transportes, nas
comunicações e na agricultura.

3ª fase: O desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e sua pequena oficina patronal


desapareceram para ceder lugar ao operário e às fábricas e usinas baseadas na divisão do
trabalho. Surgem novas indústrias em detrimento da atividade rural. A migração de
massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provoca a
urbanização.

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4ª fase: Um espetacular aceleramento dos transportes e das comunicações. A navegação
a vapor surgiu com Robert Fulton (1807) e logo depois as rodas propulsoras foram
substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada por Stephenson,
surgindo a primeira estrada de ferro na Inglaterra (1825) e logo depois nos Estados
Unidos (1829) e no Japão (1832).

3.2. Segunda Revolução Industrial

A partir de 1860, a Revolução Industrial entrou em sua segunda fase: a 2ª Revolução


Industrial, provocada por três factos importantes: o aparecimento do processo de
fabricação do aço (1856); o aperfeiçoamento do dínamo (1873) e a invenção do motor
de combustão interna (1873) por Daimler.

4. INFLUÊNCIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL PARA A ORIGEM DA


TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO: FORDISMO E TAYLORISMO

Os maiores avanços no pensamento administrativo ocorreram a partir da Revolução


Industrial. Contudo, destacamos que, apesar de ter sido formalmente constituída e
estudada há apenas 50 anos, a origem da prática administrativa remonta a 5.000 a.C.,
nas primeiras organizações governamentais desenvolvidas pelos sumérios e egípcios.
No entanto, foi a perspectiva clássica que, de facto, moldou o estudo da Administração
da forma como o vemos atualmente (BURNS p.658-674).

Wahrlich (1971) explica que as origens da Abordagem Clássica da Administração


remontam as consequências geradas pela Revolução Industrial e podem ser resumidas
em dois factos genéricos:

 O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, ocasionando uma


gradativa complexidade em sua administração e exigindo uma abordagem
científica e mais apurada que substituísse o empirismo e a improvisação até
então dominantes. O aumento do tamanho das empresas leva à substituição das
teorias de caráter totalizante e global, por teorias microindustriais de alcance
médio e parcial. Com a grande empresa com dimensões mais amplas surgem as
condições iniciais de planejamento da produção, reduzindo a improvisação.

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 A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações, no
sentido de se obter o melhor rendimento possível dos recursos e fazer face à
concorrência e à competição que se avolumavam entre as empresas. Com a
substituição do capitalismo liberal pelos monopólios, instala-se nos Estados
Unidos, entre 1880 e 1890, a produção em massa, aumentando o número de
assalariados nas indústrias - torna-se necessário evitar o desperdício e
economizar mão-de-obra. Surge a divisão de trabalho entre aqueles que pensam
(gerentes) e os que executam (trabalhadores). Os primeiros fixam os padrões de
produção, descrevem os cargos, determinam funções, estudam métodos de
Administração e normas de trabalho, criando as condições económicas e
técnicas para o surgimento do Taylorismo e do Fordismo nos Estados Unidos e
do Fayolismo na Europa.

4.1. Administração científica ou Taylorismo

O fundador da administração científica chama se Frederick Winslow Taylor (1856-


1915), considerado o pai da administração científica e um dos primeiros
sistematizadores da disciplina científica da administração de empresas.

A abordagem básica da Escola da Administração Científica se baseia na ênfase colocada


nas tarefas. O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação dos
métodos da ciência aos problemas da Administração a fim de aumentar a eficiência
industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da Administração
são a observação e a mensuração. (CHEAVENATO, 2003)

A Escola da Administração Científica foi iniciada no começo do século passado pelo


engenheiro americano Frederick W. Taylor, considerado o fundador da moderna TGA.
Taylor teve inúmeros seguidores (como Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford, Barth e outros)
e provocou uma verdadeira revolução no pensamento administrativo e no mundo
industrial de sua época. A preocupação original foi eliminar o fantasma do desperdício e
das perdas sofridas pelas indústrias e elevar os níveis de produtividade por meio da
aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial.

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4.1.1. A Obra de Taylor

Frederick Winslow Taylor iniciou sua carreira como operário na Midvale Steel Co.,
passando a capataz, contramestre até chegar a engenheiro, quando se formou pelo
Stevens Institute. Na época, vigorava o sistema de pagamento por peça ou por tarefa. Os
patrões procuravam ganhar o máximo na hora de fixar o preço da tarefa, enquanto os
operários reduziam o ritmo de produção para contrabalançar o pagamento por peça
determinado pelos patrões.

Isso levou Taylor a estudar o problema de produção para tentar uma solução que
atendesse tanto aos patrões como aos empregados.

4.1.1.1. Primeiro período de Taylor

O primeiro período de Taylor corresponde à época da publicação de seu livro Shop


Management 1 (1903), sobre as técnicas de racionalização do trabalho do operário, por
meio do Estudo de Tempos e Movimentos (Motion-time Study). Taylor começou por
baixo, junto com os operários no nível de execução, efetuando um paciente trabalho de
análise das tarefas de cada operário, decompondo os seus movimentos e processos de
trabalho para aperfeiçoá-los e racionalizá-los.

Verificou que o operário médio e com o equipamento disponível produzia muito menos
do que era potencialmente capaz. Concluiu que se o operário mais produtivo percebe
que obtém a mesma remuneração que o seu colega menos produtivo, acaba se
acomodando, perdendo o interesse e não produzindo de acordo com sua capacidade. Daí
a necessidade de criar condições de pagar mais ao operário que produz mais. Em
essência, Taylor diz, em Shop Management, que:

 O objetivo da Administração é pagar salários melhores e reduzir custos unitários


de produção;
 Para realizar tal objetivo, a Administração deve aplicar métodos científicos de
pesquisa e experimentos para formular princípios e estabelecer processos
padronizados que permitam o controle das operações fabris;

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 Os empregados devem ser cientificamente selecionados e colocados em seus
postos com condições de trabalho adequadas para que as normas possam ser
cumpridas;
 Os empregados devem ser cientificamente treinados para aperfeiçoar suas
aptidões e executar uma tarefa para que a produção normal seja cumprida;
 A Administração precisa criar uma atmosfera de íntima e cordial cooperação
com os trabalhadores para garantir a permanência desse ambiente psicológico.

4.1.1.2. Segundo período de Taylor

Corresponde à publicação do seu livro The PrincipIes of Scientific Management (1911),


quando concluiu que a racionalização do trabalho operário deveria ser acompanhada de
uma estruturação geral para tornar coerente a aplicação dos seus princípios na empresa
como um todo. A partir daí, desenvolveu seus estudos sobre a Administração geral, a
qual denominou Administração Científica, sem deixar de lado sua preocupação quanto à
tarefa do operário. Para Taylor, as indústrias de sua época padeciam de três males:

 Vadiagem sistemática dos operários, que reduziam a produção acerca de um


terço da que seria normal, para evitar a redução das tarifas de salários pela
gerência. Há três causas determinantes da vadiagem no trabalho:
a) O engano disseminado entre os trabalhadores de que o maior rendimento do
homem e da máquina provoca desemprego;
b) O sistema defeituoso de Administração que força os operários à ociosidade no
trabalho a fim de proteger seus interesses pessoais;
c) Os métodos empíricos ineficientes utilizados nas empresas, com os quais o
operário desperdiça grande parte de seu esforço e tempo.
 Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário
para sua realização.
 Falta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho.

Para sanar esses três males, Taylor idealizou o Scientific Management difundido sob os
nomes de Administração Científica, Sistema de Taylor, Gerência Científica,
Organização Científica no Trabalho e Organização Racional do Trabalho. Segundo

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Taylor, o Scientific Management é uma evolução e não uma teoria, tendo como
ingredientes 75% de análise e 25% de bom senso.

Para Taylor, a implantação da Administração Científica deve ser gradual e obedecer a


um período de quatro a cinco anos para evitar alterações bruscas que causem
descontentamento por parte dos empregados e prejuízo aos patrões. A Administração
Científica é uma combinação de: Ciência em lugar de empirismo. Harmonia em vez de
discórdia. Cooperação e não-individualismo. Rendimento máximo em lugar de
produção reduzida. Desenvolvimento de cada homem a fim de alcançar maior eficiência
e prosperidade.

4.1.2. Administração como Ciência

Para Taylor, a organização e a Administração devem ser estudadas e tratadas


cientificamente e não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar ao planejamento
e o empirismo à ciência: a Ciência da Administração. Como pioneiro, o mérito de
Taylor reside em sua contribuição para encarar sistematicamente o estudo da
organização. O facto de ter sido o primeiro a fazer uma análise completa do trabalho,
incluindo tempos e movimentos, a estabelecer padrões de execução, treinar os operários,
especializar o pessoal; inclusive o de direção: instalar uma sala de planejamento, em
resumo, assumir uma atitude metódica ao analisar e organizar a unidade fundamental de
trabalho, adotando esse critério até o topo da organização, tudo isso eleva Taylor a uma
altura não comum no campo da organização.

Os elementos de aplicação da Administração Científica nos padrões de produção são:


padronização de máquinas e ferramentas, métodos e rotinas para execução de tarefas e
prêmios de produção para incentivar a produtividade.

Embora Taylor se preocupasse mais com a filosofia, com a essência da ideia que exige
uma revolução mental tanto da parte da direção como da pane dos operários, a tendência
de seus seguidores foi uma preocupação maior com as técnicas do que com a filosofia
da Administração Científica. O principal objetivo da Administração é assegurar o
máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao
empregado. O princípio da máxima prosperidade para o patrão acompanhada da
máxima prosperidade para o empregado deve ser os dois fins principais da

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Administração. Assim, deve haver uma identidade de interesses entre empregados e
empregadores.

4.1.3. Organização Racional do Trabalho

Taylor verificou que os operários aprendiam a maneira de executar as tarefas do


trabalho por meio da observação dos companheiros vizinhos. Notou que isso levava a
diferentes métodos para fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e
ferramentas diferentes em cada operação.

Como há sempre um método mais rápido e um instrumento mais adequado que os


demais, esses métodos e instrumentos melhores podem ser encontrados e aperfeiçoados
por meio de uma análise científica e um acurado estudo de tempos e movimentos, em
vez de ficar a critério pessoal de cada operário. Essa tentativa de substituir métodos
empíricos e rudimentares pelos métodos científicos recebeu o nome de Organização
Racional do Trabalho (ORT).

A ORT se fundamenta nos seguintes aspectos: Análise do trabalho e do estudo dos


tempos e movimentos; Estudo da fadiga humana; Divisão do trabalho e especialização
do operário; Desenho de cargos e de tarefas; Incentivos salariais e prêmios de produção;
Conceito de homo economicus; Condições ambientais de trabalho, como iluminação,
conforto etc; Padronização de métodos e de máquinas; Supervisão funcional.

4.1.4. Princípios da Administração Científica

Dentre a profusão de princípios defendidos pelos autores da Administração Científica,


os mais importantes são:

 Princípio de planejamento: Substituir no trabalho o critério individual do


operário, a improvisação e a atuação empírico-prática, por métodos baseados em
procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela ciência através do
planejamento do método de trabalho.

 Princípio de preparo: Selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo


com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de

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acordo com o método planejado. Preparar máquinas e equipamentos em um
arranjo físico e disposição racional.

 Princípio do controle: Controlar o trabalho para se certificar de que está sendo


executado de acordo com os métodos estabelecidos e segundo o plano previsto.
A gerência deve cooperar com os trabalhadores para que a execução seja a
melhor possível.

 Princípio da execução: Distribuir atribuições e responsabilidades para que a


execução do trabalho seja disciplinada.

4.2. Limitações da Teoria da Administração Científica

Este tipo de administração foi limitado por se basear em pressupostos que ela fazia a
respeito dos seres humanos. O modelo do comportamento humano popular na época
dizia que as pessoas eram “racionais” e motivadas principalmente para a satisfação das
suas necessidades económicas e físicas. No entanto este modelo não enxergava o desejo
de satisfação no trabalho e as necessidades sociais dos trabalhadores como grupo,
deixando de considerar as tensões criadas quando essas necessidades eram frustradas.

Além do mais, a ênfase na produtividade, por extensão na lucratividade, levava alguns


administradores a explorar operários e clientes, como resultado disto mais trabalhadores
entravam para os sindicatos reforçando um padrão de suspeitas e desconfiança que
coloriu a relação entre a administração e os trabalhadores durante décadas.

4.3. Fordismo

Provavelmente, o mais conhecido de todos os precursores da Administração Científica,


Henry Ford (1863-1947) iniciou sua vida como mecânico. Projetou um modelo de carro
e em 1899 fundou sua primeira fábrica de automóveis, que logo depois foi fechada.

Sem desanimar, fundou, em 1903, a Ford Motor Co. Sua ideia era popularizar um
produto antes artesanal e destinado a milionários, ou seja, vender carros a preços
populares, com assistência técnica garantida, revolucionando a estratégia comercial da
época. Entre 1905 e 1910, Ford promoveu a grande inovação do século XX: a produção
em massa.

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Embora não tenha inventado o automóvel nem mesmo a linha de montagem, Ford
inovou na organização do trabalho: a produção de maior número de produtos acabados
com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível. E essa inovação teve
maior impacto sobre a maneira de viver do homem do que muitas das maiores
invenções do passado da humanidade.

Entende-se assim, que o Fordismo é a racionalização da produção proporcionou a linha


de montagem que permite a produção em série. Na produção em série ou em massa, o
produto é padronizado, bem como o maquinário, o material, a mão-de-obra e o desenho
do produto, o que proporciona um custo mínimo. Daí, a produção em grandes
quantidades, cuja condição precedente é á capacidade de consumo em massa, seja real
ou potencial, na outra ponta.

A condição-chave da produção em massa é a simplicidade. Três aspectos suportam o


sistema:

 A progressão do produto através do processo produtivo é planejada, ordenada e


contínua;
 O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de deixá-lo com a iniciativa de ir
buscá-lo;
 As operações são analisadas em seus elementos constituintes.

4.3.1. Princípios do Fordismo

Para obter um esquema caracterizado pela aceleração da produção por meio de um


trabalho ritmado, coordenado e económico, Ford adotou três princípios básicos:

 Princípio de intensificação: Diminuir o tempo de duração com a utilização


imediata dos equipamentos e matéria-prima e a rápida colocação do produto no
mercado;
 Princípio de economicidade: Reduzir ao mínimo o volume do estoque da
matéria-prima em transformação, fazendo com que o automóvel fosse pago à
empresa antes de vencido o prazo de pagamento dos salários e da matéria-prima
adquirida. A velocidade de produção deve ser rápida: "o minério sai da mina no

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sábado e é entregue sob a forma de um carro ao consumidor, na terça-feira, à
tarde";
 Princípio de produtividade: Aumentar a capacidade de produção do homem no
mesmo período (produtividade) por meio da especialização e da linha de
montagem. O operário ganha mais e o empresário tem maior produção

4.4. Apreciação Crítica da Administração Científica

A denominação Administração Científica deveria ser substituída por estudo científico


do trabalho. Na verdade, Taylor foi o precursor da moderna organização do trabalho. A
obra de Taylor e seguidores é susceptível de críticas, que não diminuem o mérito e o
galardão de pioneiros e desbravadores da nascente Teoria da Administração. As
principais críticas à Administração Científica são as seguintes:

 Mecanicismo da administração científica

A Administração Científica restringiu-se às tarefas e aos factores diretamente


relacionados com o cargo e a função do operário. Embora a organização seja constituída
de pessoas, deu-se pouca atenção ao elemento humano e concebeu-se a organização
como "um arranjo rígido e estático de peças, ou seja, como uma máquina: assim como
construímos uma máquina como um conjunto de peças e especificações também
construímos uma organização de acordo com um projeto. Daí a denominação “teoria
da máquina” dada à Administração Científica.

 Superespecialização do operário

O taylorismo propõe diminuir o número de atribuições de cada indivíduo e especializar


as atribuições de cada chefe. Isso é a negação de apreender a situação total em cada
nível.

Trata-se de uma decomposição analítica das funções, a recusa de reconhecer os grupos e


a negação da visão da situação a cada nível. Contudo, a proposição de que “a eficiência
administrativa aumenta com a especialização do trabalho” não encontrou amparo nos
resultados de pesquisas posteriores: qualquer aumento na especialização não redunda
necessariamente em um aumento de eficiência.

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 Visão microscópica do homem

A administração científica visualizava cada empregado individualmente, ignorando que


o trabalhador é um ser humano e social. Visualizava o ser humano como uma pessoa
preguiçosa e ineficiente. O trabalho do homem foi sendo abordado como um processo
acessório da máquina.

O desempenho humano passou a ser estudado dentro de seus limites físicos, em termos
de carga, velocidade e fadiga.

 Abordagem incompleta da organização

A Administração Científica é incompleta, parcial e inacabada, por se limitar apenas aos


aspectos formais da organização, omitindo a organização informal e os aspectos
humanos da organização. Essa perspectiva incompleta ignora a vida social interna dos
participantes da organização. As pessoas são tomadas como indivíduos isolados e
arranjados de acordo com suas habilidades pessoais e com as demandas da tarefa a ser
executada.

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5. CONCLUSÃO

Esgotado o tema, importa realçar alguns pontos que sustentaram o trabalho. A


Administração Científica é um modelo de administração criado pelo americano
Frederick Winslow Taylor no fim do século XIX e início do século XX e se baseia na
aplicação do método científico na administração, caracterizado pela rigidez,
especialização do trabalho e mecanização do homem.

Com isso, a cada operário foi atribuída a tarefa mais adequada as suas aptidões e
condições físicas para que tivesse a maior eficiência, mas em compensação o
trabalhador recebia um extra no seu salário comparado à media pela sua dedicação,
assim não perdia tempo agradando os patrões, os salários aumentavam e os operários
ficavam felizes.

Quanto ao fordismo, apresentou um sistema de produção que explorava a mão-de-obra,


com jornadas de trabalho absurdas e poucos direitos trabalhistas. Com base na
intensificação do factor trabalho, o aumento da taxa de exploração (medida pela relação
entre lucros e salários) sob o fordismo livrou temporariamente o sector de produção da
tendência de queda da taxa de lucro (relação entre lucro e capital), mediante a
progressiva redução a quantidade de trabalho humano (capital variável) envolvida no
processo de produção.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teroria geral da administração: uma visão


abrangente da moderna administração das organizações. 7ed. rev. e atual. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2003.

FAYOL, Henri. Administração Industrial e Geral. 10.ed. São Paulo: Atlas, 1990.

LODI, Bosco. História da Administração, São Paulo, Pioneira, 1987, p. 6.

BURNS, Edward. História da Civilização Ocidental, op. cit., p. 658-674.

WAHRLICH, Beatriz. Uma Análise das Teorias de Organização, Rio de Janeiro,


Fundação Getulio Vargas, Serviço de Publicações, 1971, pp. 7-19.

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