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O processo de industrialização

“Com a Revolução Industrial, no fim do século


XVIII, o ser humano tornou-se capaz de transformar
profundamente a superfície terrestre. Abriram-se as
portas para a incorporação de todos os povos nos
fluxos mercantis e financeiros, centralizados pelas
potências industriais. A infraestrutura de transporte
e os meios de comunicação passaram a conectar as
diversas partes do mundo. Hoje, praticamente
todas as paisagens do globo trazem as marcas das
técnicas e do trabalho humano.”
Inglaterra - localização
Entenda a diferença entre Grã Bretanha, Inglaterra e Reino Unido

Grã Bretanha é o nome da ilha que agrega os territórios da Inglaterra, da Escócia


e do País de Gales. Há ainda uma outra ilha, onde ficam as duas Irlandas.
O Reino Unido é um estado formado por 4 países: Inglaterra, Escócia, País de
Gales e Irlanda do Norte. O nome oficial dos quatro é Reino Unido da Grã
Bretanha e Irlanda do Norte.
Normalmente, fala-se Grã-Bretanha ou Reino Unido para referir-se a esses
quatro países, mas, à rigor, Grã Bretanha é a ilha dos três países. Com um mapa
fica mais fácil entender:
Inovação tecnológica

A inovação tecnológica diversifica os produtos e acelera


os processos de produção. Cada ciclo tecnológico é
marcado por novas formas de geração de energia e por
tecnologias mais avançadas. Essa evolução gera
mudanças na estrutura econômica e social.
1 - Qual a nova fonte de energia que caracterizou a
Revolução Industrial?
Carvão mineral.
2 - Quais as duas bases das transformações desse
período?
Substituição da energia utilizada nas máquinas e
transformação das “cidades” em centros produtivos.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Revolução Industrial teve início no século XVIII, com a mecanização e


aceleração dos sistemas de produção. A Inglaterra foi o país onde se iniciou este
processo. Este fato pode ser explicado por diversos fatores:

_ a Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, ou


seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas
à vapor.

_ os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-


prima utilizada neste período.

_ havia mão-de-obra disponível em abundância, pois desde a Lei dos


Cercamentos de Terras havia uma massa de trabalhadores procurando emprego
nas cidades inglesas do século XVIII.

_ a burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar


matéria-prima e máquinas e contratar empregados.

_ o mercado consumidor inglês também pode ser destacado como importante


fator que contribuiu para o pioneirismo inglês.
As máquinas à vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionaram o
modo de produzir baixando o preço de mercadorias e acelerando o ritmo de
produção.
Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas a
vapor (maria fumaça). Com este meio de transporte, foi possível transportar
mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais
baixos.

As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor


dos ambientes de trabalho. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados
e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e
chegava-se a empregar o trabalho infantil. Os empregados chegavam a
trabalhar até 18 horas por dia. Não havia direitos trabalhistas como, por
exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal
remunerado ou qualquer outro benefício.
Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram (formando
as trade unions – espécie de sindicatos) para lutar por melhores condições de
trabalho.
Vídeo sobre a Revolução Industrial
http://www.youtube.com/watch?v=jt-o3EBQPMU

Responder às questões e entregar na forma de AC.


Digitado

1 – Quais as principais características da forma de vida que ocorria


na Inglaterra antes da Revolução Industrial? (destaque a forma de
produção e a configuração do espaço)

2 – Explique a conexão entre a Revolução Industrial e o surgimento


das grandes cidades.

3 – Por que, na Inglaterra, diante das condições de vida dos


trabalhadores do começo da industrialização, não houve uma
grande revolução civil (como ocorrida na França na mesma época)?
Indústria e espaço
O espaço geográfico contemporâneo é resultante, em boa medida, das
transformações promovidas pela Revolução Industrial. A industrialização não
provocou mudanças apenas na forma de produzir, mas também reorganizou o
espaço geográfico, modificou as relações territoriais, sociais e políticas:

_ as cidades ampliaram-se física e demograficamente, tornando-se centros


econômicos produtivos muito importantes;

_ os trabalhadores foram concentrados num mesmo local de produção (a fábrica)


e consolidou-se a relação de trabalho assalariado;

_ o navio e a locomotiva a vapor revolucionaram os meios de transporte e


contribuíram para a expansão das atividades industriais e dos mercados para
seus produtos;

_ a industrialização ampliou a divisão do trabalho dentro da unidade de


produção e no interior da sociedade de cada país (lembrar Durkheim e Marx);

_ também desenvolveu a Divisão Internacional do Trabalho entre os países


industriais e as regiões fornecedoras de produtos agrícolas e minerais.
As Revoluções Industriais

• A Primeira (etapa da) Revolução Industrial


Entre os séculos XVIII e meados do XIX, a Revolução Industrial ficou limitada,
primeiramente, à Inglaterra. Houve o aparecimento de indústrias de tecidos de
algodão (têxtil), com o uso do tear mecânico. Nessa época foi fundamental o uso
da máquina a vapor tendo como principal combustível o carvão mineral.

• A Segunda (etapa da) Revolução Industrial


A segunda etapa ocorreu no período de 1850 ao início do século XX, e ao
contrário da primeira fase, países como Alemanha, França, Rússia e Itália também
se industrializaram. O emprego do aço, a utilização da energia elétrica e dos
combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão e o
desenvolvimento de produtos químicos foram as principais inovações desse
período, além de um novo modelo de produção.
Como a produtividade pode ser aumentada?

_ com o emprego de novas tecnologias de


produção (como a máquina movida a vapor);

_ com o emprego de tecnologias de processo


(sistema de organização do trabalho e da
produção dentro de uma empresa).
Taylorismo e Fordismo
Taylorismo e fordismo são formas de organização da
produção industrial que revolucionaram o trabalho
fabril durante o século XX. Esses dois sistemas
visavam à maximização da produção e do lucro.

Os inventores dos modos de produção taylorismo e fordismo

No início do século XX duas formas de organização de produção industrial provocaram


mudanças significativas no ambiente fabril: o taylorismo e o fordismo. Esses dois
sistemas visavam à racionalização extrema da produção e, consequentemente, à
maximização da produção e do lucro.
Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), engenheiro
mecânico, desenvolveu um conjunto de métodos para a
produção industrial que ficou conhecido como taylorismo.
De acordo com Taylor, o funcionário deveria apenas exercer
sua função/tarefa em um menor tempo possível durante o
processo produtivo, não havendo necessidade de
conhecimento da forma como se chegava ao resultado final.

Sendo assim, o taylorismo aperfeiçoou o processo de


divisão técnica do trabalho, sendo que o conhecimento do
processo produtivo era de responsabilidade única do gerente,
que também fiscalizava o tempo destinado a cada etapa da
produção. Outra característica foi a padronização e a
realização de atividades simples e repetitivas.
Henry Ford (1863 – 1947), por sua vez, desenvolveu o sistema
de organização do trabalho industrial denominado fordismo. A
principal característica do fordismo foi a introdução das linhas de
montagem, na qual cada operário ficava em um determinado local
realizando uma tarefa específica, enquanto o automóvel (produto
fabricado) se deslocava pelo interior da fábrica em uma espécie de
esteira. Com isso, as máquinas ditavam o ritmo do trabalho.
O funcionário da fábrica se especializava em apenas uma etapa
do processo produtivo e repetia a mesma atividade durante toda a
jornada de trabalho, fato que provocava uma alienação física e
psicológica nos operários, que não tinham noção do processo
produtivo do automóvel. Essa racionalização da produção
proporcionou a popularização do automóvel.

“O cliente pode ter o carro na cor que quiser, com tanto que seja preto.”
Tanto o taylorismo quanto o fordismo tinham como objetivos a
ampliação da produção em um menor espaço de tempo e dos
lucros dos detentores dos meios de produção através da
exploração da força de trabalho dos operários. O sucesso desses
dois modelos fez com que várias empresas adotassem as técnicas
desenvolvidas por Taylor e Ford, sendo utilizadas até os dias atuais
por algumas indústrias.
http://www.brasilescola.com/geografia/taylorismo-fordismo.htm
 

Henry Ford costuma ser reconhecido como um dos criadores do


modelo de administração desenvolvido por Taylor, devido às
medidas práticas que adotou em suas fábricas ligadas a essa
concepção teórica. Portanto quando falamos em Fordismo, isso
já incorpora a teoria administrativa desenvolvida por Taylor.
Tempos Modernos - Cena da Fábrica - Legendada
https://www.youtube.com/watch?v=3tL3E5fIZis (1:25 – 6:23 / 13:45 – 18:50)
3ª Revolução Industrial
ou Terceira Etapa da Revolução Industrial

Alguns historiadores têm considerado os avanços tecnológicos da


segunda metade do século XX como a terceira etapa da Revolução
Industrial. Impulsionada pelo uso de novas tecnologias de informação e
de processos produtivos. O computador, a engenharia genética, o celular,
a internet, os satélites seriam algumas das inovações dessa época.

O mundo, após a segunda metade do século XX, portanto depois da


Segunda Guerra Mundial, ingressou em uma etapa de profundas
evoluções no campo tecnológico desencadeada principalmente pela
junção entre conhecimento científico e produção industrial.

Criação de um “meio técnico científico informacional”.

Coincide com o momento histórico do que nomeamos de Globalização.


Toyotismo (just in time)
Toyotismo  é o modelo japonês de produção, criado pelo japonês
Taiichi Ohno e implantado nas fábricas de automóveis Toyota, após o fim
da Segunda Guerra Mundial. Nessa época, o novo modelo era ideal para o
cenário japonês, ou seja, um mercado menor, bem diferente dos mercados
americano e europeu, que utilizavam os modelos de produção Fordista.
Na década de 70, em meio a uma crise de capital, o modelo Toyotista
espalhou-se pelo mundo. A ideia principal era produzir somente o
necessário, reduzindo os estoques (flexibilização da produção),
produzindo em pequenos lotes, com a máxima qualidade, trocando a
padronização pela diversificação. As relações de trabalho também foram
modificadas, pois agora o trabalhador deveria ser mais qualificado,
participativo e polivalente, ou seja, deveria estar apto a trabalhar em mais
de uma função.
Os desperdícios detectados nas fábricas
montadoras foram classificados em sete tipos:
produção antes do tempo necessário, produção
maior do que o necessário, movimento humano
(por isso o trabalho passou a ser feito em grupos),
espera, transporte, estoque e operações
desnecessárias no processo de manufatura.
Embora possa parecer que o modelo toyotista de
produção valorize mais o trabalhador do que o modelo
anterior (fordista), tal impressão é uma ilusão. Na
realidade da fábrica, o que ocorre é o aumento da
concorrência entre os trabalhadores, que disputam
melhores índices de produtividade entre si. Tais
disputas sacrificam cada vez mais o trabalhador, e tem
como conseqüência, além do aumento da
produtividade, o aumento do desemprego. Em suma, a
lógica do mercado continua sendo a mesma: aumentar a
exploração de mais-valia do trabalhador.
http://www.infoescola.com/industria/toyotismo/

(quadro comparativo) https://brasilescola.uol.com.br/geografia/taylorismo-fordismo.htm


Localização e organização da atividade industrial
Uma das características marcantes do processo de
industrialização foi a sua intensa concentração no espaço
geográfico, criando as zonas fabris das grandes cidades.
Com a super concentração do capital nas enormes manchas
urbanas, acabou ocorrendo uma forte elevação no preço
dos imóveis, o congestionamento das redes de transporte e
comunicações, esgotamento de reservas de matérias primas
e energia, a elevação do custo de mão de obra,
fortalecimento dos sindicatos, acirramento dos problemas
ambientais e maior fiscalização a respeito, etc.
Esses fatores fizeram com que houvesse uma reorganização
na distribuição geográfica das indústrias, sendo que essas
passaram a buscar cidades, geralmente médias ou
pequenas, que ofereçam melhor infra estrutura urbana, com
área disponível para a expansão de suas atividades e onde
os governos municipais concedem incentivos fiscais, etc.
Desconcentração industrial é o nome dado ao processo que se caracteriza
tanto pela diminuição do ritmo de crescimento da indústria nos grandes
centros urbanos como pelo aumento do número de empresas que
preferem transferir suas atividades, instalando novas unidades de
produção em cidades menores, geralmente localizadas no interior.
Localização das indústrias

Primeiro - concentração industrial

Depois – desconcentração industrial


(em nível internacional e nacional)
O que são Tecnopólos ou Pólos
Tecnológicos?
Classificação das Indústrias
Indústria de bens de produção ou de base

Transformam matéria prima bruta em matéria


prima processada, que será usada por outras
indústrias. Exemplos: siderúrgicas, químicas e
refinarias de petróleo
Indústria de bens de capital ou
intermediários

Produzem máquinas e equipamentos destinados


a outras indústrias e ao mercado em geral.
Exemplos: indústrias mecânica, naval e
autopeças.
Indústria de bens de consumo

Fabricam produtos que serão consumidos pela


população. Esses bens podem ser duráveis
(móveis, automóveis, eletrodomésticos etc.) ou
não duráveis (têxteis, alimentos, cosméticos
etc.)
O que é a 4ª revolução industrial - e como
ela deve afetar nossas vidas (Valeria Perasso Da BBC - 22 outubro
2016)

1 – Quais as características da Quarta Revolução


Industrial?

2 – Faça uma breve análise da seguinte frase


citada no texto: “No jogo do desenvolvimento
tecnológico, sempre há perdedores.” E
identifique os “perdedores” das 3 Revoluções
anteriores, bem como os possíveis da tal 4ª
Revolução Industrial.
No final do século 17 foi a máquina a vapor. Desta vez, serão os robôs integrados em sistemas ciberfísicos os
responsáveis por uma transformação radical. E os economistas têm um nome para isso: a quarta revolução industrial,
marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas.
Eles antecipam que a revolução mudará o mundo como o conhecemos. Soa muito radical? É que, se cumpridas as
previsões, assim será. E já está acontecendo, dizem, em larga escala e a toda velocidade.
"Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos,
trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer
coisa que o ser humano tenha experimentado antes", diz Klaus Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial,
publicado este ano.
Os "novos poderes" da transformação virão da engenharia genética e das neurotecnologias, duas áreas que parecem
misteriosas e distantes para o cidadão comum.
No entanto, as repercussões impactarão em como somos e como nos relacionamos até nos lugares mais distantes do
planeta: a revolução afetará o mercado de trabalho, o futuro do trabalho e a desigualdade de renda. Suas consequências
impactarão a segurança geopolítica e o que é considerado ético.
Então de que se trata essa mudança e por que há quem acredite que se trata de uma revolução?
O importante, destacam os teóricos da ideia, é que não se trata de um desdobramento, mas do encontro desses
desdobramentos. Nesse sentido, representa uma mudança de paradigma e não mais uma etapa do desenvolvimento
tecnológico.
"A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição
em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital (anterior)", diz Schwab,
diretor executivo do Fórum Econômico Mundial e um dos principais entusiastas da "revolução".
"Há três razões pelas quais as transformações atuais não representam uma extensão da terceira revolução industrial,
mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e o impacto nos sistemas. A velocidade dos avanços atuais não
tem precedentes na história e está interferindo quase todas as indústrias de todos os países", diz o Fórum.
Também chamada de 4.0, a revolução acontece após três processos históricos transformadores. A primeira marcou o
ritmo da produção manual à mecanizada, entre 1760 e 1830. A segunda, por volta de 1850, trouxe a eletricidade e
permitiu a manufatura em massa. E a terceira aconteceu em meados do século 20, com a chegada da eletrônica, da
tecnologia da informação e das telecomunicações.
Agora, a quarta mudança traz consigo uma tendência à automatização total das fábricas - seu nome vem, na verdade, de um projeto
de estratégia de alta tecnologia do governo da Alemanha, trabalhado desde 2013 para levar sua produção a uma total
independência da obra humana.
A automatização acontece através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das coisas e à computação na
nuvem.
Os sistemas ciberfísicos, que combinam máquinas com processos digitais, são capazes de tomar decisões descentralizadas e de
cooperar - entre eles e com humanos - mediante a internet das coisas.
O que vem por aí, dizem os teóricos, é uma "fábrica inteligente". Verdadeiramente inteligente. O princípio básico é que as empresas
poderão criar redes inteligentes que poderão controlar a si mesmas.
(...)
No Fórum Mundial de Davos, em janeiro deste ano, houve uma antecipação do que os acadêmicos mais entusiastas têm na cabeça
quando falam de Revolução 4.0: nanotecnologias, neurotecnologias, robôs, inteligência artificial, biotecnologia, sistemas de
armazenamento de energia, drones e impressoras 3D.
Mas esses também serão os causadores da parte mais controversa da quarta revolução: ela pode acabar com cinco milhões de vagas
de trabalho nos 15 países mais industrializados do mundo.
(...)
Os perigos do cibermodelo
Nem todos veem o futuro com otimismo: as pesquisas refletem as preocupações de empresários com o "darwinismo tecnológico",
onde aqueles que não se adaptam não conseguirão sobreviver.
E se isso acontece a toda velocidade, como dizem os entusiastas da quarta revolução, o efeito pode ser mais devastador que aquele
gerado pela terceira revolução.
"No jogo do desenvolvimento tecnológico, sempre há perdedores. E uma das formas de desigualdade que mais me preocupa é a dos
valores. Há um risco real de que a elite tecnocrática veja todos as mudanças que vêm como uma justificativa de seus valores", disse
à BBC Elizabeth Garbee, pesquisadora da Escola para o Futuro da Inovação na Sociedade da Universidade Estatal do Arizona (ASU).
"Esse tipo de ideologia limita muito as perspectivas que são trazidas à mesa na hora de tomar decisões (políticas), o que por sua vez
aumenta a desigualdade que vemos no mundo hoje", diz.
(...)
"O entusiasmo não é infundado, essas tecnologias representam avanços assombrosos. Mas o entusiasmo não é desculpa para a
ingenuidade e a história está infestada de exemplos de como a tecnologia passa por cima dos marcos sociais, éticos e políticos que
precisamos para fazer bom uso dela", diz Garbee.
fonte - http://www.bbc.com/portuguese/geral-37658309
Para Stephen Hawking, não devemos temer
máquinas ou robôs, e sim o capitalismo
As máquinas não serão responsáveis pelo fim do mundo – e nem por uma guerra, como aquelas vistas nos filmes de
Hollywood. A maior ameaça que a humanidade deve temer vem, na verdade, do dinheiro (e da ambição que ele
desperta nas pessoas).

Quem disse isso foi ninguém menos que o físico britânico Stephen Hawking. Durante uma sessão de perguntas e
respostas no fórum Reddit, na última quinta-feira (8), ele previu que a desigualdade econômica poderá disparar nas
próximas décadas, ao passo que os empregos vão ficando automatizados, uma vez que os meios de produção serão cada
vez mais controlados pelos mais ricos – e estes, por sua vez, tenderão a se recusar a compartilhar a sua riqueza.

“Se as máquinas produzirem tudo que a gente precisa, o resultado vai depender de como as coisas serão distribuídas”,
explicou Hawking aos internautas.

“Todo mundo poderá desfrutar da tecnologia, do luxo e do lazer se o que for produzido por máquinas de fato for
compartilhado com todos. Ou a maioria das pessoas poderá ficar miseravelmente pobre se os donos desses robôs
conseguirem fazer ‘lobby’ contra a redistribuição de riqueza”, completou.

Isto é, os proprietários das máquinas se tornariam uma espécie de burguesia da nova era, em uma sociedade na qual os
patrões não precisariam nem da mão de obra barata dos humanos reais. Essa tendência já é vista no mundo atual, no
qual o fluxo do capital, cada vez mais financeirizado e volátil, acumula valor de maneira muito mais rápida do que o
crescimento das economias mundiais.

“Até o momento, a tendência parece que será a segunda opção, com a tecnologia crescendo de forma desigual”,
concluiu o físico, um dos principais cientistas modernos.

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