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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
INTRODUÇÃO
Na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII, tem início uma série de transformações no processo de produção. A
essas transformações dá-se o nome de Revolução Industrial. Em linhas gerais, a Revolução Industrial proporcionou a mecanização da
indústria, com a substituição da força motriz humana por outras como
REVOLUÇÃO OU EVOLUÇÃO?
o carvão, o vapor, a eletricidade, o que desencadeou grandes mudan- Uma das discussões envolvendo a Revolução Industrial trata
da caracterização do processo como revolução ou evolução.
ças nas relações de trabalho, no uso da tecnologia, na economia dos Apesar do impacto que Revolução Industrial trouxe para o
mundo, não podemos esquecer que a mesma proporcionou a
países, na organização do espaço urbano e nos próprios fundamentos mecanização da indústria, que já existia (na forma de
manufaturas). Portanto, a Revolução Industrial não foi uma
do sistema capitalista.
ruptura, mas sim a herdeira de toda uma cadeia de inovações
“A Revolução Industrial assinala a mais radical transformação
tecnológicas.
da vida humana já registrada em documentos escritos. Durante um bre-
ve período ela coincidiu com a história de um único país, a Grã-Bretanha (...) que por isso ascendeu temporariamente a uma posição de
influência e poder mundiais sem paralelo na história de qualquer país com as suas dimensões relativas, antes ou desde então, e que
provavelmente não será igualada por qualquer Estado no futuro previsível.”
HOBSBAWM, Eric J. da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1986, p. 13.
O PIONEIRISMO INGLÊS
A Inglaterra foi pioneira no processo de mecanização da indústria. Foi somente na segunda metade do século XIX que a
industrialização se propagou para outros países da Europa e do mundo.
“Quando o reformador chinês Huang-Tsun-Hsien visitou Londres, cerca de 1890, custou-lhe a crer que, apenas um século antes,
a economia da sua pátria e da Grã-Bretanha se tivessem basicamente parecido. Viu a Grã-Bretanha com suas indústrias florescentes, ao
passo que a China, que acabava de deixar, era ainda uma terra de artes campesinas e arrozais. (...) Foi uma das maiores transformações
da História; em cerca de cem anos, a Europa de quintas, rendeiros, e artesãos tornou-se uma Europa de cidades abertamente industriais.
Os utensílios manuais e os dispositivos mecânicos simples foram substituídos por máquinas; a lojinha do artífice pela fábrica. O vapor e a
eletricidade suplantaram as fontes de energia – água, vento e músculo. Os aldeões, como as suas antigas ocupações se tornavam
supérfluas, emigravam para as minas e para as cidades fabris, tornando-se os operários da nova era, enquanto uma classe profissional de
empreiteiros, financeiros e empresários, de cientistas, inventores e engenheiros se salientava e se expandia rapidamente. Era a Revolução
Industrial.”
FIQUE POR DENTRO
HENDERSON, W. O. A Revolução Industrial, 1780-1914. Lisboa: Verbo
Vejamos os principais elementos que favoreceram o pioneirismo Propostos por Oliver Cromwell e aprovados pelo Parlamento, os
inglês na Revolução Industrial: Atos de Navegação (1651) impulsionaram o desenvolvimento
acumulação de capitais, provenientes das atividades mer- marítimo comercial da Inglaterra, uma vez que estabeleciam que
cantilistas desenvolvidas pelo país, especialmente depois as mercadorias inglesas só poderiam ser transportadas em navios
que os Atos de Navegação (1651) entraram em vigor. ingleses ou em navios de países com quem a Grã-Bretanha
comercializasse.
triunfo do liberalismo político e econômico, a partir
da Revolução Gloriosa (1688), que sepultou de vez o SAIBA MAIS
Absolutismo e as práticas intervencionistas do Estado A partir da segunda metade do século XVII, muitas fazendas inglesas
na economia. tiveram suas terras cercadas para a criação de ovelhas, devido ao
os cercamentos (enclosures), que, ao promoverem a crescimento das tecelagens que produziam tecidos de lã (era lucrativo
transformação de fazendas agrícolas em pecuaristas, prover essas tecelagens com sua matéria prima). Esse processo,
provocaram desemprego no campo e a consequente denominado cercamentos (ou enclosures), fez com que milhares de
migração de mão de obra para as cidades. camponeses ficassem sem trabalho, uma vez que a pecuária exige
avanços tecnológicos, como a máquina a vapor paten- menos mão de obra do que a agricultura. Sem perspectivas no campo,
teada por James Watt e os teares mecânicos e hidráulicos, essa massa miserável migrou para as cidades, transformando-se num
que proporcionaram um significativo aumento na produção. exército reserva de mão de obra abundante e barata.
abundância de matérias primas, como carvão, ferro, algodão e lã.
de se recuperarem plenamente do parto, terminando por encaminhar muitas delas à prostituição; as crianças, que começavam a trabalhar
nas fábricas aos cinco ou seis anosde idade, recebiam pouca atenção das mães, que também passavam o dia inteiro na fábrica, e
nenhuma instrução de uma sociedade que só queria delas que executassem operações mecânicas; quando deixavam-nas sair das
verdadeiras prisões que eram as fábricas, as crianças caíam exaustas, cansadas
demais para lavar-se ou comer, quanto mais estudar ou brincar – às vezes can-
sadas demais até para ir para casa.”
As jornadas de trabalho eram extensas (em média de 15 horas diárias, sem
descanso semanal remunerado ou férias), as condições de traba-lho precárias
e os salários extremamente baixos. Acidentes de trabalho eram comuns e os
operários vitimados pela mutilação de dedos e outros membros não tinham direito
a nenhum tipo de indenização.
Essas condições de trabalho e de vida levaram a classe operária a se
organizar em torno de movimentos e/ou ideologias em favor dos seus direitos e
interesses, como veremos no próximo capítulo.
Flagrante de crianças operárias nos EUA, século XIX.
A paisagem urbana também foi afetada pela industrialização. Segundo
Hobsbawm, a típica cidade industrial era “(...) uma cidade de tamanho médio, mesmo por padrões atuais, embora (...) algumas cidades
(que tendiam a ser muito grandes) também se tornaram centros maiores de produção (...). A nova região industrial típica tomava em geral a
forma de pequenas vilas, que se transformavam em pequenas cidades, que depois se desenvolviam transformando-se em grandes
cidades.”
Friedrich Engels, em A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, descreve o cenário de um bairro dessas cidades industriais: “É
uma massa de casas de três ou quatro andares, construídas sem plano, com ruas tortuosas, estreitas e sujas onde reina uma animação tão
intensa como nas principais ruas que atravessam a cidade com a diferença que (...) só se vêem pessoas da classe operária. O
mercado está instalado nas ruas: cestos de legumes e de frutos, todos naturalmente de má qualidade, e dificilmente comestíveis, ainda
reduzem a passagem e deles emana, bem como dos açougues, um cheiro repugnante. As casas são habitadas dos porões aos desvãos,
são tão sujas no exterior como no interior e têm um tal aspecto que ninguém as desejaria habitar. Mas isto não é nada comparado às
habitações nos corredores e vielas transversais onde se chega através de passagens cobertas, e onde a sujeira e a ruína ultrapassam a
imaginação; não se vê, por assim dizer, um único vidro inteiro, as paredes estão leprosas, os batentes das portas e os caixilhos das janelas
estão quebrados ou descolados, as portas – quando existem – são feitas de pranchas velhas pregadas umas às outras (...). Em toda parte
montes de detritos e de cinzas, e as águas vertidas em frente às portas acabam por formar charcos. É aí que habitam os mais pobres, os
trabalhadores mais mal pagos, com os ladrões (...) e as vítimas da prostituição, todos misturados.”
Em contrapartida, a classe burguesa habitava em magníficas e luxuosas casas localizadas em largas alamedas, os boulevares,
margeadas por jardins bem cuidados, em zonas exclusivamente residenciais, distantes da sujeira, do barulho e do burburinho dos bairros
operários.
HISTÓRIA E ARTE
Pintado por Vincent Van Gogh (1885), durante a fase em que o artista se encontrava sob a influência do realismo, “Os Comedores de
Batatas” denuncia a miséria das famílias trabalhadoras do século XIX.
Para conferir realismo à obra, Van Gogh destacou traços grosseiros nos trabalhadores, explorando os tons escuros, típicos da
luminosidade barroca. Para Van Gogh, a escuridão também poderia ser considerada uma cor, por isso os trabalhos que o pintor produziu
nessa fase são escuros e pesados.
Vincent trabalhou as sombras com outros tons que, junto ao interior pouco iluminado pelo lampião, dão um aspecto frio ao ambiente.
Unidos do fim do século 18, mais de 90% das pessoas trabalhavam nos campos de cultivo e pecuária. Para que alimentos chegassem à
boca de quase 4 milhões de habitantes, era preciso que 19 a 20 americanos adultos trabalhassem nas fazendas. Dois séculos depois, a
mecanização da agricultura liberou 18 deles: hoje, apenas um em cada 20 trabalhadores americanos contribui para cultivar alimentos aos
mais de 300 milhões de habitantes. O que aconteceria se alguma lei do governo proibisse a introdução de máquinas no campo e impedisse
as demissões nas plantações e fazendas?
Vale imaginar um pouco mais: e se os manifestantes ingleses tivessem conseguido que o governo proibisse máquinas para preservar
empregos?
O resultado seria que os descendentes daqueles trabalhadores teriam hoje uma vida imensamente mais difícil. Não só os alimentos e
as roupas custariam mais, como não haveria gente para projetar edifícios, carros, telefones celulares, máquinas de lavar roupa, sistemas
de internet e para escrever livros. Nada de iluminação elétrica na rua, em respeito ao emprego dos acendedores de lampião a gás (que
trabalharam no Rio de Janeiro até 1933). Páginas da internet não poderiam mostrar mapas de graça, para não acabar com o trabalho dos
cartógrafos. Seria preciso ligar para uma telefonista para completar cada ligação telefônica, pagar a ascensoristas nos elevadores não
automatizados, passar a maior parte do tempo na roça cultivando os próprios alimentos e usar o fim de semana para tricotar casacos, já
que as roupas continuariam pouco acessíveis aos pobres. Ou esperar meses até que elas chegassem à cidade por meio do sistema de
carroças (em respeito ao emprego dos fabricantes de carroça e dos criadores de cavalo, trens e caminhões de carga seriam banidos). Por
causa de uma lei imposta pelos sindicatos do transporte coletivo para evitar demissões, todo ônibus urbano teria, além do motorista, um
entediado cobrador (ops, esse ainda existe).
As pessoas que perdem o emprego para as máquinas não são vítimas do progresso. São consumidores que usufruem dos prazeres
infinitos que a inovação, a concorrência desleal e as máquinas tornaram acessíveis.
NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto da história do mundo. São Paulo: Leya, 2013, p. 106-110.
CINEMATECA
Filmes relacionados com o tema do capítulo:
A Nós, a Liberdade (1931), do diretor René Clair, estabelece um paralelo entre o trabalho forçado numa prisão e numa fábrica.
Tempos Modernos (1936), dirigido por Charles Chaplin, apresenta uma crítica à exploração dos trabalhadores e sua transformação
em ferramenta de trabalho.
Oliver Twist (1948), do diretor David Lean, narra a trajetória de um garoto de 12 anos, em meio à Revolução Industrial.
Germinal (1993), dirigido por Claude Berri, retrata o cotidiano de uma comunidade de mineiros de carvão na França rural do século
XIX.
Ver-te-ei no Inferno (1969), do diretor Martin Ritt, a trama gira em torno de uma comunidade de mineiros de origem irlandesa na
Pensilvânia do século XIX.
Questão 04
"O duque de Bridgewater censurava os seus homens por terem
voltado tarde depois do almoço; estes se desculparam dizendo
que não tinham ouvido a badalada da 1 hora, então o duque
modificou o relógio, fazendo-o bater 13 badaladas."
Questão 08
Este considerável aumento de produção que, devido à divisão do
trabalho, o mesmo número de pessoas é capaz de realizar, é
resultante de três circunstâncias diferentes: primeiro, ao aumento
da destreza de cada trabalhador; segundo, à economia de tempo,
que antes era perdido ao passar de uma operação para outra;
terceiro, à invenção de um grande número de máquinas que
facilitam o trabalho e reduzem o tempo indispensável para o
realizar, permitindo a um só homem fazer o trabalho de muitos.
(Adam Smith. “Investigação sobre a Natureza e as Causas da
Riqueza das Nações (1776)”. In: Adam Smith/Ricardo. Os
pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1984.)
II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à Está correto o que se afirma em:
produção artesanal. a) I, apenas.
III. Ambos contêm a ideia de que o produto da atividade industrial b) I e II, apenas.
não depende do conhecimento de todo o processo por parte do c) I e III, apenas.
operário. d) II e III, apenas.
Dentre essas afirmações, apenas e) I, II e III.
a) I está correta.
b) II está correta. Questão 07
c) III está correta. O modelo T foi um sucesso. Ford aprimorou seus métodos de
d) I e II estão corretas. produção reduzindo o trabalhador a uma mera engrenagem,
e) I e III estão corretas. diminuindo o tempo de montagem – em fins de 1913 o tempo de
produção os chassis passara de 12 horas e meia para duas horas
e quarenta minutos – e baixando os preços. Ford aumentou os
Questão 05 salários e reduziu a carga horária. Um modelo T saia da linha de
Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos montagem a cada 24 segundos e o preço estava em 290 dólares
mantêm na miséria? quando sua produção foi interrompida em 1927.
Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos FURTADO, Peter. 1001 dias que abalaram o mundo. Rio de Janeiro: Sextante,
2009, p.629.
tiranos vestem?
Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses A respeito das inovações técnicas introduzidas nas fábricas de
parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem Henry Ford a partir de 1908 pode-se inferir que
vosso sangue? a) os resultados obtidos deveram-se muito mais a uma nova
SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do disciplinarização da mão de obra do que da tecnologia das
Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. máquinas.
b) não foram capazes de serem aplicados em outros tipos de
A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico produção, ficando restritas ao setor automobilístico.
c) a difusão do modelo fordista garantiu o aumento significativo
Shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições
dos salários dos trabalhadores europeus.
socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante d) tornaram-se hegemônicas dentro da organização das fábricas
a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada capitalistas sem nenhum tipo de sistema concorrente até a
a) na pobreza dos empregados, que estava dissociada na riqueza atualidade.
dos patrões. e) ao baratearem excessivamente os preços contribuíram para a
b) no salário dos operários, que era proporcional aos seus estagnação do capitalismo nas décadas de 30 a 70 do século XX.
esforços nas indústrias.
c) na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo Questão 08
proletariado.
d) no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade.
e) na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a
produziam.
Questão 06
Considere o papel da técnica no desenvolvimento da constituição
de sociedades e três invenções tecnológicas que marcaram esse
processo: invenção do arco e flecha nas civilizações primitivas,
Uma rua de um bairro pobre de Londres (Dubley Street); gravura de Gustave Doré
locomotiva nas civilizações do século XIX e televisão nas
de 1872. (fonte: BENEVOLO, 1999)
civilizações modernas.
A respeito dessas invenções são feitas as seguintes afirmações:
A gravura do artista remete a um momento de grande ruptura
I - A primeira ampliou a capacidade de ação dos braços,
tecnológica e social ocorrida na Inglaterra como se depreende em
provocando mudanças na forma de organização social e na
uma das afirmativas abaixo:
utilização de fontes de alimentação.
a) A população também foi beneficiada de imediato pelos avanços
II - A segunda tornou mais eficiente o sistema de transporte,
da criação de novas máquinas.
ampliando possibilidades de locomoção e provocando mudanças
b) Aqueles que passavam necessidade eram na maioria pessoas
na visão de espaço e de tempo.
que não buscavam trabalho nas indústrias.
III - A terceira possibilitou um novo tipo de lazer que, envolvendo
c) A falta de emprego gerada pelo avanço das máquinas gerou
apenas participação passiva do ser humano, não provocou
fome e miséria por toda Inglaterra durante o século XVIII.
mudanças na sua forma de conceber o mundo.
d) A pobreza e a miséria eram vistas apenas nos bairros mais A partir da segunda metade do século XVIII, as chaminés
pobres não chegando a afetar as altas classes sociais protegidas expelindo rolos de fumaça, como as da gravura, passaram a fazer
em seus castelos. parte da paisagem de algumas regiões inglesas, alterando o
e) A burguesia tentando amenizar as crises sociais, rapidamente equilíbrio natural. Essas chaminés eram, na verdade, apenas
ampliou os direitos e salários dos trabalhadores. parte mais visível da fábrica que alterou completamente a
sociedade humana. Dentre as alterações econômicas e sociais
advindas do fenômeno apresentado na gravura, pode-se destacar
Questão 09
a) o processo de desconcentração urbana, haja vista a decisão da
O assalariado na sociedade capitalista é um homem livre. Não burguesia de construir as unidades fabris longe dos centros
pertence a um dono, como na escravidão, nem está preso ao urbanos.
solo, como no regime feudal da servidão. (...) ele foi “libertado” b) a melhoria do padrão de vida do trabalhador fabril, já que a
não só do senhor, mas também dos meios de produção. Vimos máquina o libertou das condições degradantes do trabalho rural.
como os meios de produção (terra, instrumentos, máquinas etc.) c) a preocupação do poder público com a questão ambiental,
passaram a ser propriedade de um pequeno grupo e já não eram impondo rapidamente uma legislação que eliminou os efeitos da
distribuídos geralmente entre todos os trabalhadores. Os que não poluição ambiental.
são donos dos meios de produção só podem ganhar a vida d) a redução do lucro dos capitalistas ingleses porque eram
empregando-se – por salários – aos que são donos. É evidente obrigados a pagar elevadas indenizações aos operários que
que o trabalhador não se vende ao capitalista (isso faria dele um adoeciam nas fábricas.
escravo), mas vende a única mercadoria que possui – sua e) o crescimento populacional próximo às fábricas, dando origem
capacidade de trabalhar, sua força de trabalho. a graves problemas de urbanização, como a proliferação de
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. 21. ed. Rio de Janeiro: LTC,
cortiços.
1959.
Questão 12 (...) que muitas vezes é úmida e fica no subsolo, sempre mal
Analise os três textos seguintes. mobiliada e perfeitamente inabitável, a ponto de um monte de
Eu vi o ferro incandescente sair da fornalha; eu o vi como se tecer palha servir frequentemente de cama para uma família inteira,
em barras e fitas, com uma velocidade e facilidade que pareciam cama onde se deitam, numa confusão revoltante, homens,
maravilhosas. mulheres, velhos e crianças."
(Engenheiro James Nasmyth, 1830)
(The Artisan, 1843. In: Friedrich Engels. A Situação da classe trabalhadora na
Inglaterra. Tradução Porto: Afrontamento, 1975. p.69.)
... como parecia estranho viajar naquilo, sem nenhuma causa
visível do avanço a não ser a máquina mágica, com sua flutuante
O artigo da revista inglesa mostra as contradições de vida
exalação branca e marcha ritmada, invariável, entre aquelas
paredes rochosas ... Senti como se nenhum conto de fadas fosse
a) dos camponeses que trabalhavam no interior das propriedades
tão maravilhoso quanto a metade do que via.
(Atriz Fanny Kemble, 1829) burguesas logo após a realização dos cercamentos das terras.
b) dos trabalhadores artesãos que viviam na periferia das cidades
Pobreza, pobreza, pobreza, em perspectivas quase infindáveis: e industriais, exercendo, com seus próprios instrumentos, atividades
carência e desgraça cambaleando de braços dados por essas em pequenas oficinas.
ruas miseráveis ... Ali, cerca de quinze pés abaixo da calçada, c) das famílias dos operários, que se aglomeravam nas cidades
agachada numa imundice indescritível, com a cabeça inclinada, industriais a partir da Revolução Industrial.
estava a figura do que fora uma mulher. Seus braços azuis
d) dos mendigos de Londres que viviam marginalizados na
cingiam no colo lívido duas coisas mirradas como crianças, que
sociedade porque não se adaptavam ao trabalho disciplinado da
se inclinavam em direção a ela, uma de cada lado. A princípio eu
não sabia se estavam vivas ou mortas. fábrica.
(Herman Melville, 1839) e) dos desempregados, já que não conseguiam pagar os aluguéis
das habitações sanitárias pelos industriais para as famílias
O contexto histórico dos textos apresentados refere-se operárias.
Questão 15
Analise os textos:
FARIA, R.; MIRANDA, M., CAMPOS, H. Estudos de História, 2. São Paulo: FTD,
2009, p. 178. (adaptado)
GABARITO
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E E E E E B A C D E
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