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Até o final do século XVIII a maioria da população européia vivia no campo e produzia o que
consumia. De maneira artesanal o produtor dominava todo o processo produtivo.
A Inglaterra foi precursora na Revolução Industrial devido a diversos fatores, entre eles:
possuir uma rica burguesia, o fato do país possuir a mais importante zona de livre comércio da Europa,
o êxodo rural e a localização privilegiada junto ao mar o que facilitava a exploração dos mercados
ultramarinos.
Como muitos empresários ambicionavam lucrar mais, o operário era explorado sendo forçado a
trabalhar até 15 horas por dia em troca de um salário baixo. Além disso, mulheres e crianças também
eram obrigadas a trabalhar para sustentarem suas famílias.
Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou limitada, primeiramente, à Inglaterra. Houve o
aparecimento de indústrias de tecidos de algodão, com o uso do tear mecânico. Nessa época o
aprimoramento das máquinas a vapor contribuiu para a continuação da Revolução.
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A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900, ao contrário da primeira fase, países como
Alemanha, França, Rússia e Itália também se industrializaram. O emprego do aço, a utilização da
energia elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da
locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos foram as principais inovações desse
período.
Pioneirismo Inglês
Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Antes da
liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido
sistema de guildas¹, razão pela qual a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica
eram muito limitados. Com a liberação da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso
tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo.
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O processo de enriquecimento
britânico adquiriu maior impulso após
a Revolução Inglesa, que forneceu ao
seu capitalismo a estabilidade que faltava
para expandir os investimentos e ampliar
os lucros.
Revolução Inglesa (1640)
A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses
acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa,
em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado
português.
A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas
e máquinas e contratar empregados.
Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se constatar que a
taxa de juros no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano; já na China, onde praticamente
não existia progresso econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.
As Máquinas a Vapor
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As Fábricas e os Trabalhadores
Mas não haviam opções, o trabalho nas fábricas era o que dominava nas cidades da Inglaterra, e
aos artesãos que desejavam continuar seu trabalho manual, não era mais possível, pois não tinham
condições de concorrer no mercado com os capitalistas. As relações entre os indivíduos começou a ser
controlada pelo mercado, não haviam mais laços e relações comunitárias. A divisão de classes era
fundamental para a operação do sistema, ou seja, a classe dos proprietários, e a classe dos
proletariados.
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Os trabalhadores não tinham direitos e nem o amparo social. Mulheres e crianças trabalhavam
da mesma maneira que os homens, nas mesmas condições, mas o salário pago a eles era bem mais
baixo. Portanto, era muito mais lucrativo contratá-los. E pelos baixos valores oferecidos, era
fundamental que todos da família trabalhassem.
As condições de vida e de trabalho eram precárias, e por serem submetidos à tantas situações
difíceis e sem escolha, os operários se uniram e começaram a organizar movimentos e revoltas.
Ludismo
O Ludismo estourou em 1811, foi
uma das primeiras revoltas dos operários
que eram contra os avanços tecnológicos,
que substituíam homens por máquinas, e o
nome deriva de um dos líderes, Ned Ludd.
Eram revoltas radicais, onde os
trabalhadores invadiam as fábricas, e
destruíam as máquinas, ficando conhecidos
como “quebradores de máquinas”. Ilustração do Movimento de Ludismo (1811)
Existiam esquadrões luditas, que andavam armados com martelos, pistolas, lanças, e durante a
noite, andavam de um distrito ao outro, destruindo tudo que encontravam. Porém, muitos
manifestantes foram condenados à prisão, à morte, à deportação e até à forca.
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O Ludismo ocorreu durante alguns anos, mas aos poucos os manifestantes constataram que não
eram contra as máquinas que deveriam reagir, e sim ao uso que os proprietários faziam delas,
abusando da mão-de-obra dos operários.
Cartismo
De maneira mais organizada, em 1836
surgiu o Cartismo, constituído pela
“Associação dos Operários” e liderado por
Feargus O’Connor e William Lovett.
Reinvidicavam direitos políticos, como o
sufrágio universal (direito de voto), o voto
secreto, melhoria das condições e jornadas de
trabalho. Redigiram a “Carta da Povo”, onde
pediam um conjunto de reformas junto ao
Parlamento.
Inicialmente, as exigências não foram aceitas pelo Parlamento, havendo grandes movimentos e
revoltas por parte dos operários.
Depois de muitas tentativas e lutas, o Cartismo foi se dissolvendo até chegar ao fim. Porém, o
espírito do movimento não se perdeu e ganhou maior presença política depois de um tempo, fazendo
com que algumas leis trabalhistas fossem criadas.
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Trade Unions
(Formação de Sindicatos)
Os operários chegaram à conclusão
de que a união era fundamental para se
contrapor ao poder burguês, então criaram
os “trade-unions”, associações formadas
pelos operários, mas que possuíam uma
evolução muito lenta nas reinvindicações
que faziam. Porém, evoluíram e formaram
os sindicatos, que eram sistemas de
organização que defendiam seus direitos,
eram os focos de resistência à exploração
capitalista. Mas diferente dos sindicatos de
Primeiros Movimentos Sindicais hoje, tinham muita dificuldade de atuação.
Em 1824, diante de todo esse crescimento das lutas operárias, a Inglaterra acabou aprovando a
primeira lei, que permitiu a organização sindical dos trabalhadores. Depois dessa conquista, o
sindicalismo se fortaleceu ainda mais.
A partir desse momento, começaram a surgir organizações de federações que unificavam várias
categorias dos trabalhadores e em 1830 foi fundada a primeira entidade geral dos operários ingleses.
Chegou a ter cerca de 100 mil membros.
Em 1866, ocorreu o primeiro congresso internacional das organizações de trabalhadores de
vários países, que representou um grande avanço na unidade dos assalariados, onde surge a fundação
da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT).
Mas a burguesia sempre achava novos meios de interferir e reprimir os sindicatos. A história da
legislação trabalhista dependeu de muitas lutas, os operários e sindicatos resistiram à muita pressão
para que hoje, todos pudessem ter os direitos trabalhistas.