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PLANEJAMENTO ( Nº 9– 25/06/21)

DISCIPLINA(S): História

PROFESSOR (A): Fernanda Pereira Soares

NOME DO ALUNO:

TURMA: 181, 182 e 183 (marque um X na sua turma!)

DATA: 25/06/2021 ATÉ 09/07 /2021

HABILIDADES DESENVOLVIDAS:

(EF08HI03TC-01) Debater acerca das consequências da Revolução Industrial e seus


impactos na sociedade (mudanças nas relações de trabalho, na vida social, nas questões
ambientais, na forma de relação com o tempo e com o espaço).

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Primeira Revolução Industrial

A Primeira Revolução Industrial corresponde à primeira fase da Revolução Industrial, período


caracterizado pelo grande desenvolvimento tecnológico iniciado na Europa e que, posteriormente, espalhou-
se pelo mundo, provocando inúmeras e profundas transformações econômicas e sociais. A Primeira
Revolução Industrial iniciou-se por volta de 1760, marcando a transição de um sistema feudal para o sistema
capitalista, e durou até meados de 1850, quando, então, iniciou-se a segunda fase da Revolução Industrial.
A Revolução Industrial foi dividida em três fases, baseadas nos avanços tecnológicos alcançados e
suas consequentes transformações. São elas:
→Primeira Revolução Industrial: de 1760 até meados de 1850;
→Segunda Revolução Industrial: entre 1850 e meados de 1945;
→Terceira Revolução Industrial: meados de 1950 até os dias atuais.

Características da Primeira Revolução Industrial


A Primeira Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, em meados do século XVIII, significou um
período de grandes mudanças. Essas mudanças, ao longo dessa fase, estavam limitadas ao domínio inglês.
Contudo, ao longo do desenvolvimento de novas tecnologias e aprimoramentos de técnicas, essas
transformações espalharam-se pelo mundo todo, sendo, portanto, fundamental para entender a atual
configuração da sociedade.
A principal característica dessa fase é a mudança do processo produtivo. Anteriormente, o trabalho
era feito por artesãos, mulheres, homens e crianças, que o desenvolvia em suas casas ou em oficinas. Com a
Revolução Industrial, esse trabalho passou a ser desenvolvido em fábricas com a utilização de máquinas.
Antes, a execução de trabalho que era feita manualmente demandava muito tempo, visto que os
trabalhadores precisavam realizar todas as etapas do sistema produtivo.
Com o avanço tecnológico, foi possível desenvolver máquinas capazes de otimizar o tempo,
possibilitar a produção em maior escala e, consequentemente, o aumento dos lucros. Nesse período, passa a
existir o que conhecemos por “divisão do trabalho”. Cada trabalhador passa, então, a exercer apenas uma
etapa da produção e não todas as etapas (da matéria-prima à comercialização), como era feito anteriormente.
Surge também o trabalho assalariado, ou seja, o trabalhador que antes controlava o processo
produtivo, passa a ser um funcionário que recebe uma remuneração pela sua produção. Sendo assim, a mão
de obra passa a ser vendida, significando o surgimento de novas relações de trabalho.
Pioneirismo Inglês
A Inglaterra foi a pioneira da Revolução Industrial. Mas qual o motivo para isso? O país foi o
pioneiro por diversos fatores. Primeiramente, é preciso mencionar o surgimento de uma classe social no
território inglês: a burguesia, promovida pela Revolução Inglesa. Os burgueses detinham o capital
necessário para investir e, portanto, passaram a financiar a indústria, adquirindo propriedades rurais,
matéria-prima e possibilitando a modernização dos meios de produção.
Geograficamente, a Inglaterra era também privilegiada, sendo, dessa forma, um dos fatores mais
decisivos para que o país progredisse nesse período. A Inglaterra possuía acesso ao comércio marítimo,
facilitando a exploração de novos mercados e aumentando a zona de livre comércio. Ao tornar-se uma
grande potência marítima, o país acabou acumulando capital que passou a ser investido nas fábricas. Outros
fatores que também fizeram com que a Revolução Industrial fosse iniciada na Inglaterra foram: a
abundância de recursos naturais, como o ferro, lã, carvão; a política dos cercamentos, que mudou a
configuração das áreas rurais, introduzindo cercas para a criação pecuária e para a produção de matéria-
prima. Essa política provocou um intenso êxodo rural, visto que exigia dos pequenos proprietários títulos
das propriedades. Muitos não possuíam e acabavam sendo expulsos de suas terras. A política de
cercamentos foi responsável também pela grande disponibilidade de mão de obra e sua consequente
desvalorização; as políticas econômicas liberais adotadas passaram a possibilitar o progresso tecnológico e o
aumento da produtividade.

Consequências
A Primeira Revolução Industrial provocou intensas transformações no sistema produtivo. Surgiram
as indústrias e um novo modo de produção: a manufatura deu lugar à maquinofatura. Houve aumento da
mão de obra e sua consequente desvalorização. Novas relações de trabalho de surgiram mediante a
existência de duas classes: a burguesia e o proletariado. Os trabalhadores (proletariado) passaram a exercer
funções específicas. Os salários recebidos eram baixos e as cargas horárias extenuantes.
As jornadas de trabalho chegavam a 14 horas e crianças de até 5 anos eram usadas para abrir túneis
profundos. Eram galerias subterrâneas exploradas nos séculos 18 e 19 para abastecer a indústria inglesa que
estava nascendo.
A Inglaterra industrializou-se em um primeiro momento e posteriormente outras nações. A máquina
introduzida nas fábricas possibilitaram o aumento da produção em menos tempo, aumento dos lucros e o
desenvolvimento da economia. Nessa fase, foram utilizadas as máquinas de fiar nas indústrias têxteis; o tear
mecanizado para a produção de tecidos e a máquina a vapor utilizada nas indústrias têxteis, nas usinas de
carvão e de ferro, nos meios de transporte, como o navio a vapor e a locomotiva.
No século XVIII, a Europa já não usava o carvão vegetal como fonte de energia, como havia feito
por séculos e séculos. Afinal, o carvão vegetal é produto da queima de árvores e, como você sabe, as árvores
não crescem rápido. Por isso, as florestas desapareceram do continente europeu.
Um substituto possível para o carvão vegetal era o carvão mineral, encontrado em minas localizadas
no subsolo. Especialmente na Inglaterra e na Escócia havia muitas minas de carvão mineral – e de ferro
também.
Mas trabalhar nelas não era fácil. Os trabalhadores se embrenhavam em túneis para descer às minas,
onde ficavam horas cavando e juntando o carvão que era, então, despachado para a superfície.
O que já era ruim ficava ainda pior quando as minas se enchiam de água, em consequência do
rompimento dos lençóis de água do subsolo. Por causa dessa situação, que era comum, às vezes as minas
ficavam fechadas por meses, para a retirada da água acumulada.
Como você pode imaginar, a preocupação dos proprietários e dos técnicos das minas, desde o século
XVI, era encontrar outras formas (mais rápidas, fáceis e baratas) de retirar a água acumulada.
Em 1712, depois de muitos anos de trabalho, o mecânico e inventor inglês Thomas Newcomen criou
uma máquina a vapor para bombear para a superfície a água acumulada no fundo das minas. Rapidamente
suas máquinas se espalharam por toda a Inglaterra.
Mas essa máquina a vapor de Newcomen também apresentava problemas. Ela gastava muito carvão,
demorava demais para entrar em funcionamento e explodia com relativa frequência, causando danos físicos
às pessoas. Era um problemão. Foi aí que entrou James Watt.
James Watt
James Watt foi um matemático e engenheiro britânico. Construtor de instrumentos científicos,
destacou-se pelos melhoramentos que introduziu no motor a vapor, que se constituíram num passo
fundamental para a Revolução Industrial. Inventou uma máquina a vapor com menores problemas de perda
de energia em relação às bombas anteriores e que poderia também gerar movimento circular. Com o
progresso da metalurgia, a máquina pode obter a precisão que requeria.

Resumo
A Primeira Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra por volta de 1760 até 1850, quando se iniciou
a Segunda Revolução Industrial.

A Inglaterra foi a pioneira da Revolução Industrial por causa de fatores, como: posição geográfica,
acúmulo de capital, política de cercamentos, entre outros.

A principal característica da Primeira Revolução Industrial é a substituição da manufatura pela


maquinofatura.

Surgiram as indústrias, desenvolvendo-se especialmente a indústria têxtil cuja produtividade


aumentou devido à inserção das máquinas de fiar, o tear mecânico e a máquina a vapor.

Novas relações de trabalho estabeleceram-se. Surge o trabalho assalariado e a divisão do trabalho.

ATIVIDADES

1) Que relação existe entre o carvão e a máquina a vapor?

2) Por que foi tão importante investir em um mecanismo que retirasse com eficiência a água
das minas de carvão?
3) Como podemos associar o proletariado e as fábricas do século XIX?

4) Quais classes sociais surgiram com a Revolução Industrial?

5) Que explicação pode ser dada para o uso do trabalho infantil nas fábricas têxteis?

6) Cite ao menos dois fatores que fizeram com que a Inglaterra fosse a pioneira da Revolução
Industrial.

7) O que James Watt tem a ver com a máquina a vapor?

8) Qual é a relação entre capital e trabalho?

9) Por que a afirmação a seguir é falsa?


“ A Revolução Industrial provocou um grande exôdo urbano, o que levou a uma grande
concentração de pessoas na zona rural.”

10) Qual é a relação entre as riquezas minerais inglesas e a Revolução Industrial?

Leia com atenção o depoimento do jornalista Richard Phillips sobre a primeira estrada feita
com trilho de ferro, a Surrey Iron Railway, inaugurada em 1803. O artigo foi publicado em um
jornal inglês, em 1814, portanto, bem antes da utilização das locomotivas a vapor.

Com o emprego de carris de ferro, o esforço empregado pelos cavalos é extraordinariamente


menor, com a vantagem de uma maior rapidez de movimento (…) e as fábricas (…) obtêm assim
uma muito maior eficiência e lucro comercial. Com pouca despesa seria, sem dúvida, possível
construir uma linha dupla para ida e volta ao longo das nossas estradas para serviço das mala-
postas de Londres a Edimburgo, a Glasgow e outras cidades. Poderíamos então ver as nossas
carruagens de posta correr com uma velocidade de dez milhas à hora (aproximadamente 16 km/h),
puxadas por um único cavalo, ou talvez mesmo uma adaptação da máquina a vapor há pouco
descoberta.

11) Os carris (trilhos) de ferro ajudaram a melhorar os transportes. De que material eles eram
feitos antes?
12) Qual sugestão Richard Phillips faz no texto e que acabou se concretizando?

A charge a seguir foi publicada na revista inglesa Punch, em 23 de setembro de 1852. Ela representa a
epidemia de cólera ocorrida em Londres, em meados do século XIX. Observe-a atentamente e faça o
que se pede.

13) O título desta charge é Uma corte para o rei cólera. Em sua opinião, o que o autor quis
demonstrar? Antes de responder a questão, observe novamente a imagem e procure descrever, com
detalhes, as diferentes situações que se encontram representadas.

14) O carvão é um material sólido, poroso e inflamável (fácil de pegar fogo). Há dois tipos de
carvão. O mais conhecido no Brasil é o carvão vegetal, obtido pela queima de madeira: é o que
utilizamos em churrascos, por exemplo. O outro tipo é encontrado no subsolo e é chamado de carvão
mineral.
O carvão mineral é formado por troncos, raízes, galhos e folhas de árvores que cresceram há cerca de
250 milhões de anos. O tempo e a pressão da terra que se acumulou sobre o material o transformaram
em uma massa negra homogênea. Foi esse carvão, o mineral, que a Inglaterra e os demais países da
Europa utilizaram para fazer funcionar suas máquinas, aquecer-se e cozinhar seus alimentos.

Pesquise qual é o tipo de carvão utilizado em grande escala atualmente no Brasil e quais impactos o
meio ambiente tem sofrido por esse uso.
Em janeiro de 1833, o Parlamento Britânico publicou transcrições de audiências conduzidas
por um dos seus membros um ano antes. Uma das entrevistas foi feita com Elizabeth Bentley, que
havia trabalhado na fábrica do senhor Busk por três ou quatro anos. Aos 10 anos, ela foi para a
fábrica de Benyon, onde trabalhava de cinco e meia da manhã até as oito ou nove horas da noite. As
crianças dessa fábrica eram obrigadas a trabalhar sob a ameaça de uma cinta. Elizabeth Bentley
informou que as meninas sempre tinham marcas roxas em suas peles. Se os pais se queixassem dos
excessivos maus-tratos, a consequência provável era a perda do emprego da criança. E disso os pais
tinham medo. Leia a entrevista:

“ Quantos anos você tem?


- Vinte e três.
Onde você mora?
- Em Leeds (cidade ao norte da Inglaterra).
Com que idade você começou a trabalhar em uma fábrica?
- Quando eu tinha seis anos de idade.
- Em que fábrica você trabalhou?
- Na do Sr. Busk.
Que tipo de fábrica é essa?
- Fábrica de tecido.
Qual seu trabalho na fábrica?
- Eu era uma pequena doffer (criança que tira as bobinas das máquinas quando estão cheias).
Quais foram as suas horas de trabalho normais?
- Das 5 da manhã às 9 da noite, quando tinha muito serviço.
(...)
Quais eram suas horas habituais quando não tinha tanto serviço?
- Das 6 da manhã até as 7 da noite.”

Com base na leitura do depoimento de Elizabeth, quais conclusões podemos chegar sobre:
15) o trabalho infantil no século XIX?

16) as leis trabalhistas?

17) a situação de vida dos trabalhadores das fábricas?

18) Qual a diferença entre artesanato, manufatura e fábrica?

19) Por que o cercamento dos campos na Inglaterra estimulou a criação da mão-de-obra para as
fábricas?

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