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Sara Noronha 1900966 2020/2021

1.Analise as inovações tecnológicas que ocorreram nas indústrias

siderúrgica e dos têxteis no século XVIII, na Grã-Bretanha, bem


como consequências económicas resultantes dessas transformações. 25
linhas TEMA 2
- Especificar quais foram as inovações tecnológicas introduzidas nas indústrias
siderúrgica e dos têxteis, no século XVIII, na Grã-Bretanha
- Elucidar como é que as inovações tecnológicas introduzidas nas referidas indústrias,
no seculo XVIII, possibilitaram o crescimento económico na Grã-Bretanha
No século XIX verificou-se um grande desenvolvimento no processo de industrialização
na Grã-Bretanha, que lhe permitiu um acentuado crescimento económico. Contudo apesar
de só por esta altura se ter dado maior importância, este desenvolvimento deveu-se
sobretudo a duas criações feitas séculos antes: a invenção do motor atmosférico a vapor,
que substituiu os moinhos movidos a água e a vento e pelo processo de fundição do
minério de ferro com coque, permitindo á indústria do ferro, deixar de depender
exclusivamente do carvão vegetal. No princípio do seculo XIX a fundição do coque e o
processo de pudlagem permitia a produção do ferro-gusa e o refinar do ferro forjado. A
única invenção técnica na indústria do ferro foi o jato de ar quente, que diminuía o
consumo de combustível e acelerava a fundição. A expansão desta indústria veio sustentar
outras indústrias onde o emprego do aço era fundamental, como foi o caso dos caminhos
de ferro, placas de construção naval, construção de edifícios, etc. Com aumento da
procura de carvão e metais, houve a necessidade de se inventarem novos dispositivos que
permitissem uma maior profundidade das minas. E por isso deu-se o aperfeiçoamento da
máquina a vapor (esta teve muitas modificações devido ás suas limitações, quer em falta
de resistência, grande consumo de combustível, falta de ferramentas adequadas a sua
construção e a falta de conhecimento científico), e foi adaptada a várias indústrias, como
foi o caso da moagem de farinha, fiação de algodão, a criação da locomotiva a vapor e
consequente criação dos primeiros caminhos de ferro.
Também a indústria da lã e do linho sofreram grandes transformações no sec. XVIII,
inicialmente a sua produção era totalmente manufatureira, mas com a invenção de
maquinaria de fiação e tecelagem, tais como a lançadeira volante, a máquina de fiar Jenny,
o Fuso hidráulico (movido pela força da água), permitiu libertar alguma mão-de-obra. Por
volta de 1779 a criação de Samuel Crampton de uma máquina de fiar, que combinava
elementos da Jenny e do Fuso Hidráulico, mas tinha uma maior resistência, uma produção
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melhorada e utilizava a energia a vapor, permitiu o emprego a muitas mulheres e crianças,


e também proporcionou a construção de enormes fábricas têxteis.
Em 1785 Edmund Cartwright, registou a patente de um tear mecânico, mas só em 1820 a
Firma Sharp e Roberts construiu um tear melhorado que passou a substituir os
trabalhadores dos teares manuais em grande escala. O descaroçador mecânico de algodão
foi outra grande invenção na época.

1.Comente o seguinte texto: No século XIX, assiste-se na Europa, em


particular na Europa Ocidental, a um progresso triunfante do processo de
industrialização, o qual proporcionou um desenvolvimento económico

assinalável. A utilização mais intensiva de fontes de energia já


empregues anteriormente e de outras que assumem particular
relevância neste período, a par de importantes transformações
tecnológicas, proporcionou enormes transformações na sociedade da
época, em particular em determinados setores. Resposta 25 linhas TEMA 3
- Identificar as “fontes de energia já empregues anteriormente” e “outras”, ou seja, as
fontes de energia que começaram a ser utilizadas no século XIX
- Reconhecer os diferentes avanços tecnológicos verificados, em particular os ocorridos
na indústria do ferro
- Explicar como a conjunção da utilização das fontes de energia com as transformações
tecnológicas verificadas, permitiu que determinados setores da sociedade do século XIX
sofressem profundas transformações nomeadamente o setor dos transportes.

No século XIX verificou-se sobretudo na Europa Ocidental, um grande desenvolvimento


no processo de industrialização, que permitiu um acentuado crescimento económico.
Contudo apesar de só por esta altura se ter dado maior importância, este desenvolvimento
deveu-se sobretudo a duas criações feitas séculos antes: a invenção do motor atmosférico
a vapor, que substituiu os moinhos movidos a água e a vento e pelo processo de fundição
do minério de ferro com coque, permitindo á indústria do ferro, deixar de depender
exclusivamente do carvão vegetal. No princípio do seculo XIX a fundição do coque e o
processo de pudlagem permitia a produção do ferro-gusa e o refinar do ferro forjado. A
única invenção técnica na indústria do ferro foi o jato de ar quente, que diminuía o
consumo de combustível e acelerava a fundição. A expansão desta indústria veio sustentar
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outras indústrias onde o emprego do aço era fundamental, como foi o caso dos caminhos
de ferro, placas de construção naval, construção de edifícios, etc. Com aumento da
procura de carvão e metais, houve a necessidade de se inventarem novos dispositivos que
permitissem uma maior profundidade das minas. E por isso deu-se o aperfeiçoamento da
máquina a vapor (esta teve muitas modificações devido ás suas limitações, quer em falta
de resistência, grande consumo de combustível, falta de ferramentas adequadas a sua
construção e a falta de conhecimento científico), e foi adaptada a várias indústrias, como
foi o caso da moagem de farinha, fiação de algodão, a criação da locomotiva a vapor e
consequente criação dos primeiros caminhos de ferro. Os caminhos de ferro vieram
permitir um transporte mais rápido, seguro e menos dispendioso, fazendo desencadear
muitas indústrias responsáveis pelo seu abastecimento, tais como: indústrias que
produziam e exploravam o ferro, carvão, tijolos e maquinaria. Ao contrário da
locomotiva, o navio a vapor, inicialmente, não teve tanta relevância na expansão do
comércio e da indústria, e servia sobretudo para transportar correspondência, passageiros
e carga ligeira e valiosa. Mas com o aperfeiçoamento da hélice na década de 1840, dos
cascos de aço em 1860 e com a abertura do canal de Suez em 1869, o seu progresso
cresceu rapidamente e em 1900 eram utilizados para transporte de produtos de grande
dimensão, baratos e não perecíveis.
No final do seculo XIX também houve a introdução da hidroeletricidade, através de fontes
de energia como a água e o vento.

2. Analise, sucintamente, a mudança da estrutura social e a forma de

organização das novas classes sociais decorrentes do


processo de industrialização no século XIX. Resposta 25 linhas
TEMA 3
- Esclarecer sobre qual a estrutura social existente no período anterior à industrialização
- Explicar quais as mudanças que a estrutura social sofreu em virtude do processo de
industrialização, sublinhando a emergência de determinadas classes sociais, a
heterogeneidade existente no seu seio e os novos valores agregadores das mesmas.
- Elucidar sobre a forma de organização das novas classes sociais
- Relacionar as mudanças sociais e a forma de organização das novas classes sociais
com o processo de industrialização ocorrido no século XIX
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1. A industrialização acarretou profundas transformações nas sociedades


desde o seu início, entre o final do século XVIII e a primeira metade do século

XIX. Descreva as mudanças sociais que o desenvolvimento industrial

desencadeou na Grã-Bretanha naquela época. (Resposta: 20 linhas)


Relacionar os movimentos de migração/imigração com o processo de urbanização,
identificando os aspetos positivos e negativos desse mesmo processo;
esclarecer sobre as alterações verificadas na estrutura social, com a afirmação de
determinadas classes sociais e o surgimento de outras, demonstrando a existência de
diferenças no seio dessas mesmas classes e a importância que a noção de
trabalho/salário adquire no novo contexto social da época;
demonstrar como a educação e a alfabetização foram fatores promotores das
alterações sociais;
identificar as alterações verificadas nos padrões da qualidade de vida da população.
Conferir TEMAS 2 e 3 – págs. 215 e segs. e 246 e segs., respetivamente.
Na Grã-Bretanha, verificou-se um súbito aumento da população durante as primeiras
etapas da industrialização, e esse crescimento também se verificou um pouco por toda a
Europa, contudo, contudo este crescimento não se deveu só á industrialização uma vez
que este também se verificou em países com baixos níveis de industrialização, sendo que
outros fatores também estiveram na origem desse crescimento. Verificou-se um aumento
da taxa de natalidade e supõe-se que tenha sido em virtude dos casamentos precoces
resultantes do crescimento das indústrias caseiras e fabris, que dava alguma
independência financeira aos casais jovens por forma a constituírem família mais cedo.
Também se verificou uma descida na taxa de mortalidade e isso deveu-se ás melhorias
das condições de vida no que diz respeito a higiene e saúde, através dos melhoramentos
nos conhecimentos médicos, novos hospitais, melhoria do nível de vida, crescimento
económico, produção do sabão e o baixo custo do algodão que também permitiu melhores
hábitos de higiene e limpeza. O aumento da terra para cultivo e aumento da produtividade
agrícola, devido á introdução de novas técnicas e mais científicas, assim como melhores
ferramentas e utensílios (devido ao baixo valor do ferro), e mais tarde devido á introdução
de máquinas agrícolas, tais como debulhadoras a vapor e ceifeiras mecânicas, permitiu
uma maior quantidade e variedade de alimentos, e uma melhor nutrição da população. A
migração também foi responsável pelo crescimento populacional, e o transporte mais
barato foi um dos impulsionadores desse aumento. Existiam dois tipos de migração na
Grã-Bretanha: a interna e a internacional, e a maioria destas migrações foram voluntárias,
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na procura de melhores condições de vida e salários, mas em alguns casos os emigrantes


fugiam de perseguição e opressão política. A migração interna teve um grande impacto
no processo de desenvolvimento económico no país no sec. XIX, o que permitiu
mudanças estruturais a nível social devido á grande concentração populacional nos
centros urbanos saída. No antigo regime as sociedades europeias eram divididas em três
classes sociais ou três ordens: a Nobreza, o Clero e resto da população era considerada
vulgar, contudo com as transformações feitas no sector da agricultura e da indústria e o
consequente crescimento da população e das cidades, resultaram no aparecimento de
novas classes sociais (classe alta, media e baixa). O desenvolvimento na agricultura
libertou mão de obra para as indústrias e fez com que houvesse um aumento significativo
da classe trabalhadora, e esta era muito distinta (trabalhadores têxteis, trabalhadores
metalúrgicos, trabalhadores cerâmicos, etc.). Mas com a criação de novas tecnologias e
maquinaria foram substituídos nos seus postos de trabalho o que fez com que procurassem
emprego sobretudo nas áreas dos serviços, também outros serviços eram bastante
procurados como os maquinistas, carpinteiros, pedreiros e compositores entre outros.
Uma das características que todos tinham em comum era o facto de dependerem do fruto
do seu trabalho em troca de um salário. Contudo este crescimento urbano não foi
acompanhado das infraestruturas necessárias (resultando num grande aglomerado de
barracas sem condições sanitárias e de higiene).
A educação também foi um dos fatores que impulsionou as mudanças sociais,
Karl Marx, defendia uma polarização nas sociedades industriais, acabariam por resultar
em apenas duas classes: a classe de governantes capitalistas e a Classe do proletariado
industrial. Este acreditava que á exceção da classe governante todas as outras classes
acabariam por descer á classe do proletariado, e estes acabariam por revoltar-se e derrubar
a classe dos governantes, mas tal nunca se verificou. Pelo contrário, com aumento da
industrialização a classe média aumentou.

3. A partir da 2ª metade do século XIX a Grã-Bretanha enveredou

decididamente por uma política de comércio livre, que foi seguida


por outros países, a qual veio conhecer um sério revés na sequência da
“Grande Depressão”, na última década do século XIX, tendo-se assistido,
então ao regresso do protecionismo. Explique, sucintamente, como se
afirmou e consolidou a política de comércio livre na Grã-Bretanha e como
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se processou a passagem de uma “política de comércio livre” para o


“protecionismo”. Resposta 25 linhas TEMA 5
- Explicar como se processou, na Grã-Bretanha, a passagem de uma política
protecionista, anterior ao período de análise, para uma política de comercio livre,
sublinhando quais os pressupostos em que a política de comercio livre assenta.
- Elucidar sobre os passos que foram dados pela Grã-Bretanha no sentido de consolidar
a política de comércio livre
- Relacionar a “Grande Depressão” com o regresso do protecionismo, esclarecendo
sobre quais os seus propósitos.

Na segunda metade do século XIX (1840-1873), verificou-se um grande aumento do


comércio externo, quer a nível rapidez quer a nível de dimensão e este deveu-se sobretudo
a uma estruturação no processo de produção, devido ás mudanças introduzidas no padrão
do trabalho (especialização e divisão do trabalho), da implementação de novas
tecnologias, da invenção dos caminhos de ferro e do aperfeiçoamento da navegação e das
mudanças políticas, económicas e sociais, resultantes da “Revolução Industrial”.
Foi a partir do final do século XVIII, que o Governo Britânico, começou a alterar o seu
regime protecionista com a revogação de algumas leis e a redução de tarifas de exportação
e importação no comércio, permitindo um comercio livre, e isso deveu-se a pressões e
petições de alguns intelectuais opositores do mercantilismo, que defendiam o comércio
livre, como foi o caso de Adam Smith, autor da obra “A Riqueza das Nações” de 1776,
que criticava o protecionismo e defendia que, a especialização e a divisão do trabalho,
ajudariam a gerar mais riqueza; e de David Ricardo (1819), que defendia o princípio da
vantagem comparativa, onde o comércio era organizado tendo em conta a atividade real
produtiva de cada país. Mas com o despoletar da Revolução Francesa, das guerras
napoleónicas e consequentes Bloqueio Britânico e Sistema Continental, as diligências do
Governo foram suspensas. Só mais tarde, após novas petições e pressões feitas por
intervenientes mais influentes, que tinham como intuito acabar com algumas restrições
governamentais, tais como: as Corn Laws e as Leis da Navegação, é que o Governo
Britânico acabou por ceder, e fez uma reforma parlamentar em 1832 com políticas mais
favoráveis a um comércio livre. Em 1860 assinou com a França o Tratado de Cobden-
Chevaier, que tinha inerente a cláusula da nação mais favorecida, que implicava que se
uma parte negociasse um tratado com outro pais, a outra parte passaria a beneficiar de
quaisquer privilégios e acordos concedidos ao terceiro país. Posteriormente, a França
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assinou tratados semelhantes com quase todos os países da Europa á exceção da Rússia e
estes beneficiavam a Grã-Bretanha. Para além destas vantagens o comércio livre também
levou a uma concomitância dos movimentos dos preços praticados entre nações, onde a
oscilação desses movimentos era sobretudo determinada por alterações na procura. Com
o avançar do tempo esses movimentos tornaram-se cada vez mais cíclicos, sendo
geralmente seguidos por crises financeiras e consequentes depressões, que se estendiam
de país em país. Exemplo disso, foi a grande subida de preços mantida até 1873, (seguida
de uma drástica descida), ocorreram pânicos
financeiros em Viena e em Nova Iorque que deram origem à primeira grande crise,
decorrente da evolução do sistema capitalista, a qual se chamou de “Grande Depressão”.
Foram várias as consequências desta depressão, das quais se destacaram: dificuldades na
indústria e na agricultura, que originaram a falência de empresas, aumento do desemprego
e redução do poder de compra, o que fez com que houvesse a necessidade de procurar
novos mercados e matérias primas fora da Europa (Ásia e África) e o regresso ao
protecionismo para fazer face a concorrência existente. Este regresso implicou a
introdução de novas leis e a revogação de alguns tratados do comércio livre, estes foram
seguidos por vários países, contudo ainda se verificou alguma resistência ao regresso do
protecionismo, como foi o caso da Grã-Bretanha.

2.Esclareça sobre qual o papel da banca, da finança e do


governo no desenvolvimento económico da Grã-Bretanha, nos séculos
XVII a XIX. Resposta 25 linhas
TEMA 3 e 6
- Estabelecer a evolução, em termos cronológicos (XVII a XIX), no que respeita ao papel
da banca, da finança e do governo no desenvolvimento económico da Grã-Bretanha.
- Esclarecer sobre como a banca e a finança contribuíram para o desenvolvimento
económico da Grã-Bretanha, no período em analise, sublinhando a polivalência do
sistema.
- Elucidar sobre qual o grau de intervenção do governo no desenvolvimento económico
da Grã-Bretanha, no período em análise.

Por volta do séc. XVII, a grande expansão do comércio externo inglês, permitiu ao país
desenvolver uma organização comercial e financeira conceituada mundialmente. Graças
á sua vantagem geográfica e política Londres passou a funcionar como o centro de
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crescimento económico do país. Inicialmente o seu sistema bancário era desenvolvido por
ourives que emitiam recibos de depósito, que circulavam como notas e também
concediam empréstimos. Mais tarde com a fundação do Banco Inglês, em Londres, que
controlava o monopólio da banca comercial do país, proibiram a emissão de notas,
contudo continuavam a funcionar como banco de depósitos. A falta de filiais fora de
Londres aliado ao alto valor das moedas de ouro da Real Casa da Moeda, fez com que
surgissem bancos privados, os “Bancos de Província.” Em 1844, o Parlamentou aprovou
a Lei Bancária, que veio a restruturar a banca britânica, permitindo ao Banco de Inglaterra
trocar o seu monopólio da banca comercial por um monopólio de emissão de notas. Este
era sobretudo um banco Estatal, apesar de ter propriedade privada, onde fornecia serviços
financeiros ao Estado, mas também a banqueiros privados, acabando por funcionar como
banco central. O sistema bancário também era composto por banqueiros comerciais
privados que se dedicavam sobretudo ao financiamento do comercio internacional, e ás
transações em moeda estrangeira, para além destes também existiam as caixas
económicas, sociedades de aforro-construção etc.
Com a Revolução Gloriosa, as finanças publicas ficaram a cargo do Parlamento,
permitindo uma redução significativa do custo das obrigações publicas, libertando capital
para investimento privado. O governo da Grã-Bretanha era minimalista, com uma
reduzida taxa de despesa da administração publica, onde existiam atividades de pouco
desenvolvimento económico, e onde algumas atividades ficavam ao cuidado da iniciativa
privada. O seu sistema tributário era regressivo, ou seja, os rendimentos mais baixos eram
mais tributados proporcionalmente, o que permitiu a acumulação de mais capital. Mais
tarde, através da influência de ideias liberalistas, o sistema fiscal acabou por ser
modificado e simplificado, e colocaram fim a diversas leis e a vestígios jurídicos do
Antigo Regime, tais como as Leis de Associação, as Leis de Navegação e as Leis de
Usura. Uma outra resolução do Parlamento foi a construção de canais e estradas e a
criação de concessões de portagens. Todas estas resoluções permitiram um maior
desenvolvimento económico do país e consequente acumulação de capital para
investimento.

3.Analise sucintamente, as consequências económicas do conflito

mundial que ocorreu no início do século XX. Resposta 25 linhas TEMA 8


- Identificar o conflito mundial que ocorreu no início do século XX
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- Identificar os setores da economia que foram particularmente afetados, de forma


negativa, pelo conflito ocorrido no século XX, explicando quais foram as repercussões
do referido conflito nesses mesmos setores
Apesar de terem experienciado uma forte depressão no pós-guerra, os Estados Unidos
foram os que mais depressa se restabeleceram, sobretudo, através da conquista de novos
mercados que antes eram ocupados pela Europa, o que lhes permitiu uma balança
comercial muito positiva, isto aliado ao crescimento da população e ao rápido avanço
tecnológico resultou numa explosão económica. E como consequência houve um
crescimento acentuado no mercado financeiro, que resultou numa especulação financeira.
Em 1928 os Estados Unidos deixaram de comprar obrigações alemãs e de outros países
da Europa, para passar a investir no mercado de ações de Nova Iorque. A falta desses
investimentos aliada ás consequências da Guerra fez com que alguns países (Grã-
Bretanha, Alemanha e a Itália), começassem a entrar em depressão.
Em outubro de 1929, deu-se uma queda abrupta e acentuada dos preços das acções e isto
aliado á baixa de preços originada pela superprodução, ao aumento do desemprego e
salários injustos, os credores a exigirem pagamento dos empréstimos, o congelamento de
ativos e proibição de levantamentos fundos do Creditanstalt, um dos maiores bancos da
Europa Central e o levantamento em massa de fundos, levou á falência vários bancos,
originando o pânico que se alastrou por vários países. Esse pânico fez com que a maioria
dos países abandonassem o Padrão-ouro, suspendessem os pagamentos em ouro e
tomassem medidas de protecionismo extremas, sem pensarem nas repercussões a nível
do comercio internacional. Com a falta de um padrão internacional, o comercio
internacional foi gravemente afetado, o que fez com que a produção diminuísse e como
consequência também caiu o emprego e o rendimento per capita. Tudo isto levou a que
as dividas e reparações de guerra fossem prescritas por falta de meios de pagamento.
Em 1933, através da Conferência Monetária Mundial, acordou uma tentativa de
restauração do Padrão-Ouro, assim como a redução de várias medidas protecionistas
adotadas tais como tarifas e proibições de importação, por forma a restabelecer o
comercio e cooperação internacional. Contudo os Estados Unidos, recusaram-se a fazer
parte deste acordo, enquanto não restabelecessem a sua prosperidade interna (deixaram o
padrão de ouro e tomaram diversas medidas protecionistas), o que fez com o acordo
fracassasse. Em suma pode-se dizer que a Grande Depressão se deveu sobretudo á I
Guerra Mundial e consequente acordo de paz, a implementação de politicas nacionalistas,
ao fim do padrão-ouro e consequente queda do comércio internacional.
Sara Noronha 1900966 2020/2021

4.Comente a seguinte afirmação: O plano de recuperação económica


da Europa Ocidental, teve início ainda durante a 2ª Guerra Mundial e
ganhou efetiva consistência nos anos subsequentes ao final do conflito,
tendo-se revelado crucial, em ambos os momentos, o papel desempenhado
por determinados organismos e personalidades. Resposta 45 linhas
TEMA 9
- Reconhecer que existiram dois momentos no plano de recuperação económica da
Europa Ocidental.
- Esclarecer sobre os objetivos dos planos delineados para a recuperação económica
durante o conflito, explicando qual o papel dos intervenientes no processo e dos
organismos que se considerou criar.
- Elucidar sobre como se consubstanciou o plano de recuperação da economia da
Europa Ocidental nos pós-guerra, sublinhando o papel dos Estados Unidos nesse
processo, e explicando com é que os acordos que foram feitos e as instituições que
foram criadas, nesse período, contribuíram para o referido plano de recuperação.
A Europa do Pós-guerra atravessava grandes dificuldades, tinha sofrido grandes perdas
humanas e uma grande parte da população estava a morrer de fome, de doenças trazidas
pela guerra e por falta de roupas, higiene, cuidados de saúde e abrigos adequados. Todos
os países independentemente de serem vitoriosos ou derrotados atravessavam as mesmas
dificuldades e por isso tornou-se urgente adquirir auxílio para restabelecer a paz e
equilíbrio económico, político e social. Os primeiros auxílios vieram através das Forças
Armadas dos aliados, pela distribuição de rações de emergência e medicamentos á
população civil mais necessitada, e também através da Administração das Nações Unidas
para Auxílio e Reconstrução (ANUAR), que forneceu milhares de mantimentos
(alimentos, roupa, cobertores e medicamentos), a ajuda financeira provinha sobretudo dos
Estados Unidos. Após 1947, o trabalho da ANUAR foi mantido pela Organização
Internacional dos refugiados, pela Organização Mundial de saúde e por outras agências
das nações Unidas.
Os Estados- Unidos ao contrário da Europa conseguiu manter o seu crescimento
económico, sobretudo através das suas indústrias, que tiveram muita procura durante a
guerra, o que lhes permitiu estender auxílio económico por vários países da Europa por
forma a estes se conseguirem restabelecer.
Sara Noronha 1900966 2020/2021

5. Leia atentamente o texto que seguidamente é apresentado e desenvolva,


sucintamente, os principais pontos nele abordados: A Organização

Europeia de Cooperação Económica (OECE), criada em abril de


1948, desempenhou um papel decisivo no arranque do projeto de
integração europeia, em particular na área económica. Durante a década
seguinte, até janeiro de 1958, data da entrada em vigor do Tratado de

Roma, vários foram os passos dados com vista ao aprofundamento desse


projeto. Resposta 25
TEMA 9
- Esclarecer sobre o papel que a OECE desempenhou no arranque do projeto de
integração europeia, em particular no plano económico, sublinhando o contexto
específico do seu surgimento.
- Identificar tratados que foram assinados ou entraram em vigor ate 1958 e instituições
que foram criadas nesse período, esclarecendo sobre os seus objetivos específicos,
tendo em vista o referido projeto de integração europeia
- Explicar em que consistiu o Tratado de Roma e quais os seus objetivos, no contexto
do projeto de integração europeia.

Após a guerra foram várias as tentativas para a restruturação da Europa, e uma das
respostas aos pedidos de ajuda europeu partiu de G. Marchall o secretário do Estado Norte
Americano, que prometeu se as nações da Europa apresentassem um pedido formal,
uniforme e coeso, responderia de forma positiva, a este acordo deu-se o nome de Plano
Marshall. E em julho de 1947, 16 nações da Europa Ocidental, á exceção da Espanha, da
Alemanha, reuniram-se para formular o pedido, no Comité de Cooperação Económica
Europeia. E em 1948 foi aprovada a Lei de ajuda externa com políticas especificas de
ajuda á Europa, como o Programa de Reconstrução Europeia, este era gerido pela
Administração Cooperação Económica. Mais tarde por deliberação do Congresso dos
Estados Unidos, o CCEE, tornou-se na Organização Europeia de Cooperação Económica
e os seus membros foram sujeitos a criar fundos de contrapartida nas suas moedas. A
ajuda económica foi concedida através de empréstimos de subversão dos Estados Unidos
à Europa, o que possibilitou a importação de produtos como alimentação, rações e
fertilizantes. Contudo a OECE apenas garantia a sua Cooperação e não a integração total.
Sara Noronha 1900966 2020/2021

Em 1950 R. Shuman, ministro francês dos negócios estrangeiros, propôs a criação da


Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, com o intuito de desenvolver um mercado
comum de minério de ferro, carvão, coque e aço. Outro ato importante para a integração
da Europa foi o tratado de uma Comunidade Europeia da Defesa.
Em 1957 os intervenientes do Plano de Shuman, assinaram mais dois tratados em Roma,
que originaram a criação da Comunidade Europeia da Energia Atómica e na Comunidade
Económica Europeia, esta pretendia suprimir tarifas aduaneiras, proibições de importação
e restrições quantitativas no comercio entre os Estados membros e onde fizeram um
acordo de implementação de políticas comuns a todos em relação aos transportes,
agricultura, segurança social etc. A estes tratados deu-se o nome de Tratado de Roma.

6. Leia atentamente a afirmação que se apresenta e destaque as principais


questões nela referidas: O Tratado de Paz entre os Aliados e Potências

Associadas e a Alemanha assinado em Versalhes, em junho de 1919,


tornou oficial o fim do conflito armado que durante quatro anos devastou
a Europa, mas desencadeou problemas económicos, financeiros e sociais.
Resposta 45 linhas
TEMA 9
- Reconhecer as dificuldades económicas com que vários países se viram confrontados
apos o fim da 1ª Guerra, identificando o principal setor da economia afetado e avaliando,
em termos gerais, os resultados das dificuldades económicas sentidas.
- Esclarecer de que forma se traduziu as dificuldades financeiras sentidas pelos
diferentes estados no final da Grande Guerra, apresentando justificação para essas
mesmas dificuldades.
- Relacionar os problemas económicos e financeiros verificados no período em análise
com os problemas sociais que emergiram nesse mesmo período, identificando-os.

O conflito armado aqui referido foi a I Guerra Mundial que se desenrolou entre 1914-
1918, e as suas consequências foram devastadoras sobretudo para a Europa. A nível
financeiro os custos da guerra foram elevadíssimos, levando a maioria dos países
europeus a recorrerem a empréstimos, sobretudo dos Estados Unidos, as receitas
diminuíram e os investimentos tinham sido transferidos para a Bolsa de Nova Iorque,
também houve uma destruição em massa, património publico e privado, transportes,
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meios de comunicação, agricultura, fábricas, etc. O comercio internacional foi


gravemente afetado, com a perda de mercados para os Estados Unidos, descida da
exportação industrial e agrícola por falta de mão de obra e devido a contenção nos preços.
Começou o fim do comercio livre devido á implementação de medidas protecionistas,
com tarifas altas e proibições á importação. Também houve uma diminuição da receita
do investimento externo, inflação de preços e saída do padrão de ouro de vários países.
Com a falta de um padrão internacional, o comercio internacional foi gravemente afetado,
o que fez com que a produção diminuísse e como consequência também caiu o emprego
e o rendimento per capita.
Por forma a se resolverem os problemas económicos resultantes da guerra, deu-se o
acordo de Paz de Paris, contudo este ao invés de trazer soluções que minimizassem os
problemas que a Europa atravessava, resultou em mais problemas. Apesar de não ser da
sua total responsabilidade contribuiu para o crescimento do nacionalismo económico e
para novos problemas financeiros e monetários.
De todos os tratados assinados em Paris o que mais se destacou foi o Tratado de
Versalhes, que encerrou oficialmente a I Guerra Mundial. Este tinha inerente uma
cláusula onde a Alemanha assumia total responsabilidade da guerra e era obrigada a fazer
reparações e pagar indeminizações pelos prejuízos causados. O marco Alemão sofreu
uma grande inflação, o que dificultou a Alemanha fazer as reparações devidas, o que fez
aumentar os problemas económicos de vários países por falta dessas reparações.
O exagerado nacionalismo económico e o desequilíbrio monetário e financeiro resultante
da guerra e agravado pelo o acordo de paz, levam a uma rutura da economia internacional.
Perante este cenário, a Grã-Bretanha que tinha abandonado o Padrão-ouro em 1914, em
virtude de medidas orçamentais, viu-se obrigada a retomá-lo por forma a conseguir
reconquistar a sua primazia financeira. Mas para conseguir manter a indústria britânica
competitiva, teve que baixar os preços e consequentemente os salários, e isso, despoletou
várias greves e conflitos trabalhistas.
Mais tarde a Alemanha retomou os pagamentos e também retomou ao Padrão-ouro graças
ao Empréstimo de Dawes, financiado maioritariamente pelos Estados Unidos.

5 – Comente o seguinte texto: Em finais da década de 80, princípios da


década de 90 do século XX, assistiu-se ao colapso do bloco soviético,
Sara Noronha 1900966 2020/2021

que teve na sua base motivos de ordem vária, o qual abriu caminho a um
amplo conjunto de transformações políticas nesse espaço. Porém, também
no próprio Seio da União Soviética essas mesmas alterações se
verificaram, a par de uma progressiva abertura da sociedade e da
substituição do modo de funcionamento da direção central pelo modo de
funcionamento do mercado. Resposta 45 linhas
TEMA 10
- Relacionar as incapacidades dos regimes de vários países do Bloco Soviético em
cumprir o programa socioeconómico com que se tinham comprometido com o derrube
desses mesmos regimes, identificando as personalidades que estiveram diretamente
ligadas às transformações políticas ocorridas nesse espaço/ou acontecimentos que
contribuíram para o colapso do bloco soviético.
- Analisar o programa de ação de Gorbachov no que respeita à abertura da sociedade,
sublinhando de que forma ela se consubstanciou, e á recuperação da economia e
alteração do seu modelo de funcionamento, assinalando as principais inovações
introduzidas no que a este aspeto diz respeito.
A União Soviética começou a colapsar no final da década de 80, devido ao desgaste
provocado por Governos Comunistas, e pela sua incapacidade em se modernizar e
desenvolver política e economicamente, o que provocou um grande descontentamento da
população. Os custos com a Guerra Fria originaram ainda mais dificuldades e privações
á população, o que fez aumentar esse descontentamento, e fez surgir vários conflitos e
movimentos anti-sovieticos. Um dos primeiros movimentos surgiu na Polónia, através do
“Solidariedade”, liderado por Lech Valesa e este foi seguido pela Hungria e por tantos
outros movimentos espalhados por vários países. Estas manifestações resultaram em
graves confrontos entre a população e uma repressão violenta por parte dos Governos,
onde morreram milhares de pessoas. Um dos eventos mais marcantes, foi a queda do
Muro de Berlim na Républica Democrática Alemã, que resultou na fuga de milhares de
pessoas para o Ocidente.
Em 1985, na tentativa de implementar uma reforma política e económica, Gorbachov
subiu ao poder, e implementou um programa de restruturação a perestroika e de abertura
a glasnov, contudo estes programas pouco beneficiaram o povo, que estava cada vez mais
insatisfeito. Esta reforma ao invés de salvar o bloco soviético contribuiu para o seu
colapso total em finais de 1991, onde URSS acabou por se extinguir.
Sara Noronha 1900966 2020/2021

2. O projeto da União Europeia: avanços e recuos. (Resposta: 45 linhas)


1) as origens da UE: motivações políticas (erradicação da ameaça de guerra entre
as potências europeias) e económicas (mercados maiores promovem maior
especialização, concorrência acrescida, maior produtividade e melhores níveis de vida);
2) os passos dados na constituição da UE - União Aduaneira do Benelux;
Comunidade Europeia do Carvão e do Aço; os tratados da Comunidade Europeia de
Defesa, da Comunidade Europeia de Energia Atómica e da Comunidade
Económica
Europeia/Mercado Comum (a constituição do Parlamento Europeu);
3) obstáculos surgidos à constituição da UE - a definição de uma Política Agrícola
Comum (os problemas resultantes da sobreprodução de determinados produtos); o
Sistema Monetário Europeu; as relações com o Terceiro Mundo (antigas colónias). As
restrições ao comércio intra-europeu não foram totalmente implementadas, a união
monetária estava longe de ser alcançada e a entrada dos países mediterrâneos trouxe
problemas acrescidos;
4) o "relançamento" da Europa em meados da década de 80 do século XX - o Ato
Único Europeu e o projeto de uma Comunidade "sem fronteiras" e a criação do Espaço
Económico Europeu (um banco central e a moeda única).
COMENTÁRIO:
Relativamente a esta questão, a qualidade das respostas foi muito diferente, pois
enquanto muitos estudantes demonstraram compreender os avanços e recuos
registados no construção do projeto europeu e desenvolveram, por isso, o tema
de forma adequada, um número significativo de outros apenas foi capaz de
esclarecer sobre as origens da UE.
Retomo, aqui, parte do meu comentário às perguntas 4. e 5., no que se refere
ao desconhecimento demonstrado pelas problemáticas atuais e importantes
para a compreensão do momento atual.

A constituição da União Europeia, tal como a conhecemos hoje, teve um desenvolvimento


lento e sofreu muitas transformações ao longo dos anos.
A ideia de uma União Aduaneira e a um comercio sem entraves com políticas comuns,
remota ao ano de 1944, através do grupo económico Belux, da qual faziam parte a
Belgica, Holanda e o Luxemburgo, que formaram a União Aduaneira do Benelux, que
permitia uma livre circulação de bens e mercadorias entre eles.
Sara Noronha 1900966 2020/2021

Após a guerra foram várias as tentativas para a restruturação da Europa, e uma das
respostas aos pedidos de ajuda europeu partiu de G. Marchall o secretário do Estado Norte
Americano, que prometeu se as nações da Europa apresentassem um pedido formal,
uniforme e coeso, responderia de forma positiva, a este acordo deu-se o nome de Plano
Marshall. E em julho de 1947, 16 nações da Europa Ocidental, á exceção da Espanha, da
Alemanha, reuniram-se para formular o pedido, no Comité de Cooperação Económica
Europeia. E em 1948 foi aprovada a Lei de ajuda externa com políticas especificas de
ajuda á Europa, como o Programa de Reconstrução Europeia, este era gerido pela
Administração Cooperação Económica. Mais tarde por deliberação do Congresso dos
Estados Unidos, o CCEE, tornou-se na Organização Europeia de Cooperação Económica
e os seus membros foram sujeitos a criar fundos de contrapartida nas suas moedas. A
ajuda económica foi concedida através de empréstimos de subversão dos Estados Unidos
à Europa, o que possibilitou a importação de produtos como alimentação, rações e
fertilizantes. Contudo a OECE apenas garantia a sua Cooperação e não a integração total.
Em 1950 R. Shuman, ministro francês dos negócios estrangeiros, propôs a criação da
Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, com o intuito de desenvolver um mercado
comum de minério de ferro, carvão, coque e aço. Outro ato importante para a integração
da Europa foi o tratado de uma Comunidade Europeia da Defesa.
Em 1957 os intervenientes do Plano de Shuman, assinaram mais dois tratados em Roma,
que originaram a criação da Comunidade Europeia da Energia Atómica e na Comunidade
Económica Europeia, esta pretendia suprimir tarifas aduaneiras, proibições de importação
e restrições quantitativas no comercio entre os Estados membros e onde fizeram um
acordo de implementação de políticas comuns a todos em relação aos transportes,
agricultura, segurança social etc. A estes tratados deu-se o nome de Tratado de Roma.
As suas motivações são politicas, porque ao se criar uma organização supranacional,
reduz-se a ameaça de guerra entre potências, e económica, porque quanto mais livre e
maior for o mercado, vai permitir uma maior especialização e mais recursos para fazer
face á concorrência de outras potencias.
Após vários anos a existência da CEE mais tarde chamada de Comunidade Europeia,
ainda não tinha suprimido todas as restrições de comercio intraeuropeu, nem
implementado uma moeda única.
Mais tarde admitiu novos países-membros do mediterraneo Grecia, Espanha e Portugal e
como eles surgiram novos problemas sobretudo agrícolas.
Sara Noronha 1900966 2020/2021

Em 1986 o Concelho Europeu, assinou o Acto Único Europeu, onde os países membros
tinham que adotar um determinado número de políticas que eliminassem barreiras físicas,
técnicas e fiscais entre membros. E em 1993 criaram o Espaço Económico Europeu.
Em 1992 assinaram o Tratado de Maastrich onde surgiu a União Europeia, que tinha
inerente uma integração total económica dos seus Estados-Membros. Constituíram um
Banco Central e uma moeda única o euro.

3. Rondo Cameron, no seu livro História Económica do Mundo, afirma o


seguinte: “A última entrada, e a mais surpreendente, no rol das nações que
iniciaram a industrialização no século XIX – e a única alheia à tradição europeia

– foi a do Japão”. Aponte as principais transformações económicas do


Japão do final do século XIX e as razões dessa mudança. (Resposta: 20 linhas)
relacionar a alteração política verificada no Japão, assinalando as transformações
ocorridas no âmbito do processo de abertura da sociedade e da economia japonesa;
demonstrar a importância do setor financeiro no processo de transformação da
economia japonesa;
esclarecer sobre o modelo de industrialização japonês, indicando quais os setores
que se desenvolveram.
Conferir TEMA 4 – págs. 304 e segs.
O Japão detinha políticas de exclusão de influência estrageira, onde proibia o comercio
estrangeiro, á exceção da Holanda. A sociedade era organizada por uma estratificação
social rígida e inflexível e a nível tecnológico comparava-se com a Europa da mesma
época. Contudo a nível económico era sofisticada com mercados ativos e possuía um bom
sistema de crédito.
A nível da educação detinha um nível de alfabetização elevado em comparação com
outros países mais atrasados.
Em 1854, surgiram ameaças de bombardeamento à cidade de Tóquio, por parte dos
Estados Unidos, com o objetivo de conseguirem obter uma relação diplomática com o
Japão, que se estenderam por vários países estrangeiros. Após vários movimentos de
revolta, em 1867 sobe ao poder o imperador Mutsu-hito, e dá-se inicio ao Japão Moderno.
O novo governo implementou medidas políticas, económicas e sociais mais liberais, onde
substituiu o antigo sistema feudal por uma administração mais centralizada moldada em
princípios do sistema francês, contruiu um exército idêntico ao prussiano e uma marinha
idêntica á inglesa. A nível industrial e financeiro importou métodos de vários países
Sara Noronha 1900966 2020/2021

sobretudo dos Estados Unidos. Enviou jovens para o estrageiro para estudarem os seus
sistemas políticos, a ciência militar, tecnologias industriais, comercio e finanças e criou
novas escolas moldadas ás do ocidente.
Um dos maiores problemas do antigo Regime e do atual governo era a nível do sistema
financeiro, e por forma a minimizar esses problemas implementou várias medidas, tais
como: um imposto sobre a terra, que era calculado de acordo com a produtividade e
potencial da terra. Este imposto para além de garantir uma boa e segura receita, permitia
uma melhor utilização da terra.
O novo Governo também criou um novo sistema bancário, onde utilizava obrigações do
Estado como caução para emissão de notas. Em 1881, devido a alguma instabilidade
política surge o Banco Central Japonês, ao qual foi concedido o monopólio de emissão
de notas, este também funcionava como agente fiscal do tesouro.
A nível de recursos naturais o Japão era muito pobre, o seu solo era muito montanhoso,
possuía poucas jazidas de minério, carvão e cobre. Na agricultura predominava o cultivo
de arroz que era a base da sua alimentação assim como o peixe.
Possuía dois tipos de indústria têxtil, a seda e o algodão, a primeira resistiu graças á sua
proximidade com a agricultura, o que fez com que se tornasse uma das maiores
exportações, assim como o chá e o arroz, permitindo uma grande fonte de receitas de
exportação, a segunda foi anulada pela produção de algodão da Grã-Bretanha. Contudo
acaba por conseguir progredir rapidamente, com uma tecnologia simples e mão-de-obra
barata, passando a ter um grande peso nas receitas de exportação do país.
Ao nível das indústrias do ferro e aço e indústrias químicas, a sua evolução foi mais lenta,
contudo com o despoletar da I Guerra Mundial e a grande procura dos produtos destas
indústrias, para utilização na guerra, permitiu-lhe expandirem-se internacionalmente.
A sua junção na guerra do lado dos aliados garantiu-lhe a apropriação das colónias alemãs
do Pacifico Sul e de algumas concessões na China.
Em suma, o Japão tem uma transformação fenomenal, onde passa de uma sociedade
atrasada e tradicional para uma grande nação industrial com uma sociedade bastante
evoluída quer a nível económico, político e social, num espaço curto de tempo (de 1850
até á I Guerra Mundial).

1. No século XIX, algumas regiões da Europa industrializaram-se, outras


tardaram a conseguir levar a cabo o processo de industrialização e
algumas nunca conseguiram alcançar o patamar da industrialização. Em
Sara Noronha 1900966 2020/2021

qual destes grupos podemos integrar a Europa Meridional e Oriental?


Justifique a sua escolha e analise, sucintamente, a forma como decorreu a
industrialização nesses espaços. (Resposta: 30 linhas)
- identificar o grupo em que se integra a Europa Meridional e Oriental, no que respeita
ao processo de industrialização (3º grupo mencionado na pergunta);
- justificar a integração da Europa Meridional e Oriental no 3º grupo:
. um contexto político conturbado (Península Ibérica: Guerras Napoleónicas -
Revoluções Liberais - guerras civis; Itália: diversidade de reinos e repúblicas versus
unificação italiana; sudeste da Europa: o processo de independência do Império
Otomano);
. uma situação económica grave e ausência de recursos naturais e meios que
dificultaram a industrialização (Península Ibérica: grandes dificuldades ao nível das
finanças públicas - endividamento - ausência de reforma agrária e consequentemente
baixos níveis de produtividade agrícola + fraco desenvolvimento do caminho de ferro +
ausência de jazidas de carvão; Itália - falta de recursos naturais e de capital; sudeste da
Europa: baixos níveis de rendimento per capita + ausência de recursos naturais + fraco
investimento na agricultura);
- reconhecer que, apesar de não se poder fazer da industrialização da Europa Meridional
e Oriental, no seu todo, existiram "bolsas" regionais de industrialização importantes
(Península Ibérica: Catalunha - indústria algodoeira; Andaluzia e região do Porto -
indústria vinícola; Castilla-La Mancha - metais; Bilbau - ferro e aço); Itália - o papel de
Cavour no processo de industrialização; sudeste da Europa - o petróleo da Roménia; o
papel da Banca; as indústrias de bens de consumo).
TEMA 4 pp280-307

Apesar de a industrialização passar a dar-se aos poucos por toda a Europa, existiram
países, em que este processo foi mais tardio, sobretudo, nos países da Europa Meridional
e Oriental (Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Albânia, Roménia, Bulgária, Rússia
Imperial e Servia). E isso deveu-se a características que todos tinham em comum, das
quais se destaca um elevado nível de pobreza, devido aos baixos níveis de: rendimentos,
capital humano, escolarização e desenvolvimento económico. A população era na sua
maioria rural e agrícola, contudo tinha baixos níveis de produtividade, o que impedia o
seu desenvolvimento, pois necessitava da agricultura para fornecimento não só de
matérias primas e alimentos para a população não agrícola como libertava mão-de-obra
para as indústrias. Ainda que em circunstâncias diferentes, estes países tinham governos
Sara Noronha 1900966 2020/2021

ditatoriais, conservadores e corruptos, com políticas que limitavam o seu


desenvolvimento, o que os conduziu a várias revoluções e guerras civis que os debilitou
ainda mais. De um modo geral eram todos pobres em recursos naturais (possuíam poucas
ou nenhumas jazidas de carvão e minério), fazendo-os depender de ajuda externa quer em
recursos materiais quer a nível financeiro. Apesar disso, verificou-se que a dinâmica
regional destes países afetou a sua trajetória de desenvolvimento individualmente. Por
exemplo,
a Península Ibérica, ficou devastada após as guerras Napoleónicas, o que originou
dificuldades na economia, sobretudo devido e endividamentos para fazer face a guerra. A
Espanha ainda fez esforços para uma reforma agrária, mas sem sucesso e Portugal nem
sequer tentou, continuavam com uma agricultura atrasada com baixa produtividade.
Também possuíam poucos recursos naturais (ex.: jazidas de carvão) e pouco capital, o
que fez com os seus caminhos de ferro tivessem pouco desenvolvimento. Contudo houve
regiões que se destacaram pela positiva como foi o caso da Catalunha com a sua industria
do algodão, Bilbau e a sua industria do ferro e o Porto e a Andaluzia com a industria
vinícola.
A Itália também teve dificuldades no avanço industrial, visto ser pobre em matéria-prima,
o seu mercado ser escasso e existir uma diversidade de reinos. A taxa de analfabetismo e
a ignorância das populações era alta. Apesar dos impedimentos, Itália conseguiu
fortalecer o seu processo de industrialização após a unificação política e após a guerra
tarifária com a França. No Sudeste da Europa, era onde se verificava um maior grau de
pobreza a nível Europeu, eram países também maioritariamente rurais e agrários, tinham
reduzidos níveis de rendimento per capita, falta de recursos naturais e fraco investimento
na agricultura. Mesmo tendo conseguido a independência do Império Otomano, este
deixou sequelas nas suas economias.

1. O processo de industrialização no século XVIII: pré-requisitos e


concomitantes
1) o aumento da produtividade agrícola, resultante de transformações importantes
introduzidas (novas culturas; novas rotações de culturas; vedação dos campos) e as
consequências desse mesmo aumento da produtividade agrícola (possibilidade de
aumentar uma população crescente; existência de excedentes que passaram a ser
comercializados;
Sara Noronha 1900966 2020/2021

2) o desenvolvimento de uma estrutura financeira de suporte à atividade comercial


- banco central, "bancos de província e sociedade anónimas ;
3) desenvolvimento dos transportes - caminho de ferro e a criação de uma rede de
canais e rios navegáveis.
TEMA 2 pp 188-218

1. Identifique as inovações industriais que se registaram no


século XVIII e explique qual o contributo das mesmas para o processo de
industrialização que se verificou nesse mesmo período. ( 25 linhas)
Na sua resposta, o estudante deve ser capaz de demonstrar a relação existente entre
as inovações industriais que se registaram no século XVIII e o processo de
industrialização verificado nesse período: i) fundição do minério de ferro com o coque
—Y a indústria do ferro libertou-se da dependência exclusiva do carvão vegetal;
obtenção de economias de escala (integração de todas as operações num único local);
ii) o motor atmosférico a vapor —Y produção comercial de máquinas a vapor. o seu
aperfeiçoamento e utilização variada (minas; para acionar foles dos fornos: na moagem
de farinha e na fiação de algodão); a redução dos preços iii) outras indústrias — louça.
aplicação na indústria.
TEMA2

1. Enuncie as invenções e inovações técnicas que foram fundamentais para


desenvolver a indústria siderúrgica e produzir aço barato.

• identificar as invenções e inovações técnicas verificadas nos séculos XVIII/XIX que


permitiram o desenvolvimento do setor siderúrgico.
• reconhecer que o aumento exponencial da produção de aço teve repercussões no
preço do produto.
Cf. TEMA 2 e TEMA 3

2. A revolução nos transportes foi um dos aspetos fundamentais para o


desenvolvimento da economia e para encurtar as distâncias no mundo. Refira
as principais inovações nesse domínio, no século XIX, e as suas
consequências.
Sara Noronha 1900966 2020/2021

• identificar os dois setores dos transportes em que se verificou uma revolução;


• esclarecer sobre as inovações de caráter técnico que possibilitaram a revolução em
cada um desses setores;
• elucidar de que forma a revolução dos transportes contribuiu para o desenvolvimento
da economia da época.
Cf. TEMA 3
Duas das invenções tecnológicas no setor dos transportes, no século XIX, foi sem dúvida
a locomotiva a vapor e os carris de ferro, tendo ambos um impacto significativo, no que
se refere ao processo de desenvolvimento económico.
Os caminhos de ferro permitiram uma forma de transporte, mas económica, veloz e
fiável. O seu processo de construção entre 1830 atá ao final do século, permitiu uma maior
necessidade de ferro, carvão, tijolos, madeira e maquinaria, tornando-se assim, num forte
incentivo para as indústrias fornecedoras. Com a construção dos caminhos de ferro, os
vagões das minas de carvão britânicas, passaram a ser impulsionados pela locomotiva a
vapor, o que não, se verificava anteriormente, pois estes eram puxados por cavalos, pela
força humana e pela gravidade. A Linha Liverpul-Manchester foi a primeira a ser feita
em 1830, para a locomotiva a vapor. A partir daí o progresso da rede ferroviária britânica,
desenvolveu-se muito velozmente. Assim, nos transportes, quando apareceu a primeira
locomotiva a vapor, aprimorada através do primeiro modelo de máquina a vapor de
James Watt, já a Grã-Bretanha era detentora de uma imensa área de caminhos de ferro
(1850), mais do que, os Países da europa juntos.
Tanto a invenção, como os constantes melhoramentos da máquina a vapor, possibilitaram
o aumento da produtividade e a redução de custos, tornando-se no símbolo da Revolução
Industrial. Numa fase inicial a máquina a vapor era usada na bombagem das minas, mas
a partir de 1785, passou a ser usada nas indústrias algodoeiras e metalúrgicas. Com os
sucessivos aperfeiçoamentos a partir de 1840-50, a máquina a vapor, passou a ser
utilizada por todos os países em fase de industrialização.

Com a utilização do vapor, também a indústria siderúrgica se modificou, reduzindo os


problemas da imigração e dispersão, devido às enormes concentrações fabris em locais
rurais, quase sempre onde se produzia o carvão e o ferro.

Os motores a vapor exigiam para a sua construção ferramentas muita precisas e


potentes, como a máquina de brocar ou o torno mecânico de abrir roscas

A revolução dos transportes contribuiu para o desenvolvimento da economia da época,


nomeadamente na indústria, com novos processos de produção e organização. A partir de
1860, o ferro passa a ser substituído pelo aço, o vapor pela eletricidade e petróleo, o metais
passam a ser mais leves e surgem novos produtos na química industria. Os avanços
tecnológicos permitiram também a extensão da industrialização e dos mercados à Europa
Central e Oriental e ao Extremo Oriente, o que possibilitou uma maior facilidade na
compra de matérias-primas e distribuição de produtos, facilitando a concorrência e
terminando com o isolamento de determinadas zonas. Estas duas inovações originaram
também um alargamento da concorrência, devido à redução das tarifas.
Sara Noronha 1900966 2020/2021

2. As políticas e o pensamento económico foram fatores importantes na


criação de condições para o crescimento económico e o arranque da
industrialização. Sintetize os pontos essenciais do pensamento dos
chamados Fisiocratas. (Resposta: 20 linhas)
situar no tempo o pensamento fisiocrata;
esclarecer sobre a atitude dos fisiocratas em relação ao mercantilismo;
identificar a atividade económica que os fisiocratas valorizavam;
elucidar sobre a posição dos fisiocratas face à intervenção do Estado na economia.
Conferir TEMA 3 – págs. 243 e segs.

Na segunda metade do séc. XVIII, os Fisiocratas (les économistes), defendiam uma teoria
económica que se opunha ao mercantilismo e que o comércio livre e a concorrência era o
ideal para a evolução económica. Adam Smith, através da sua publicação a Riqueza das
Nações, defendia o fim das limitações à atividade privada, segundo ele, esta incentivava
a concorrência e consequentemente enriquecia as nações. Apesar do manual de Smith ter
muito sucesso, só depois da sua morte, na primeira metade do séc. XIX e com a
contribuição de David Ricardo e T. R. Malthus, é que as suas ideias passaram a estar
abrangidas na legislação. Os Fisiocratas, para além de defenderem o comércio livre,
também eram apologistas que o Governo deveria envolver-se o menos possível na
economia. Mas, para que tal fosse praticável, seria necessário acabar com a legislação do
Antigo Regime e conceber novas leis (fabris, saúde, sanitárias e reforma do governo
local), onde o bem-estar geral, seria uma preocupação do Estado. Para Smith, o Governo
apenas tinha três funções a exercer: o dever de proteção do seu povo contra a violência e
invasão, o dever de os proteger contra a injustiça e opressão, empregando a justiça de
forma correta e por fim o dever de assegurar a existência e manutenção de obras e
instituições públicas. A Fisiocracia, ou liberalismo económico, obteve maior sucesso na
Grã-Bretanha, do que no resto da Europa ou nos Estados Unidos, onde os Governos
tiveram sempre um papel mais participante na economia, com intervenções mais
frequentes.

Esta descrição do papel do Governo resultou num mito, designado por “laissez faire”, que
quer dizer “deixar fazer”.

3. “No meio século que antecedeu a I Grande Guerra, a economia russa


passou por mudanças substanciais no sentido de um sistema moderno e
tecnologicamente proficiente, mas manteve-se bastante atrás das economias
ocidentais mais avançadas, em particular da alemã.” (R. Cameron). Refira os
aspetos fundamentais da evolução da economia russa na segunda metade do
século XIX.
• relacionar os aspetos abaixo indicados com a evolução da economia russa
i) as alterações sociais verificadas na década de 60 do século XIX
Sara Noronha 1900966 2020/2021

ii) a implementação de um programa de construção ferroviária com base em capital e


tecnologia importados, mas também como a participação do governo
iii) o desenvolvimento de determinados setores industriais
iv) a reorganização sistema bancário
Cf. TEMA 4
No início do séc. XX, a Rússia era considerada uma das maiores potências mundiais,
em resultado do seu amplo território e população. Era detentora de elevadas indústrias
têxteis (linho e algodão) e pesadas (ferro-gusa aço e carvão). E o segundo maior
produtor de petróleo a nível mundial. Contudo, a produção e consumo de carvão per
capita era baixa, e persistia uma nação extremamente agrária, onde se verificava uma
produtividade agrícola bastante reduzida, uma tecnologia rudimentar e uma falta de
capital. Antes do aparecimento do movimento revolucionário, a Rússia vivia sob a
autocracia czarista, onde predominava a escravidão e miséria dos seus povos. Na segunda
metade do século XIX, existiu um grande avanço na industrialização do país. Muitas
indústrias foram criadas graças ao apoio do capital estrangeiro, assim como uma larga
malha ferroviária, o que resultou numa elevada concentração de operários, que permitiu
a constituição de uma robusta classe operária no império. O avanço industrial possibilitou
assim, a emancipação dos servos, fazendo com que existissem uma distinção iterna (ricos
e pobres) entre os próprios agricultores. A Guerra da Crimeia, em meados do séc. XIX,
mostrou o quanto a Rússia, ainda estava atrasada na agricultura e na indústria, preparando assim
uma data de reformas, sendo a mais notável a emancipação dos servos em 1861. Esta incentivou
ainda a construção de vias férreas com importação de capital e tecnologia e a
reestruturação do sistema bancário, que deu os seus frutos quase no final do século 1890,
com o arranque da produção industrial. Este arranque industrial reconhece-se
Em parte ao programa de construção de redes ferroviárias (Linha Traniberiana, estatal) e
ao alargamento da industria mineira e metalúrgica.

A adoção dos planos quinquenais a partir de 1928 mudaria de vez o


cenário social russo. Um intenso processo de industrialização foi realizado
a partir da elaboração de planejamentos econômicos. Indústrias foram
construídas em todo o país, aumentando consideravelmente o número de
operários. No campo houve a estatização das terras (também conhecida
como coletivização), em que os camponeses ricos foram expropriados e
grandes fazendas coletivas foram formadas. Uma estrutura educacional e
de saúde pública foi criada para atender à população.
Sara Noronha 1900966 2020/2021

2. O processo de industrialização dos países mediterrâneos, do

sudeste da Europa e da Rússia Imperial só teve início na 2a metade


do século XIX. Justifique o atraso registado no desenvolvimento industrial
dessas regiões e analise, sucintamente, a forma como o processo de
industrialização decorreu nesses espaços. (Resposta: 25 linhas)

• de apresentar os fatores que permitem explicar o atraso registado no processo de


industrialização nos países mediterrâneos (Península Ibérica as Guerras Napoleónicas
e as repercussões económicas e financeiras: a baixa produtividade agrícola e Itália -
conflitos internos de ordem política e a clivagem norte/sul; a pobreza dos recursos
naturais; a escassez de capital; no sudeste da Europa - agricultura muito pobre:
ausência de recursos naturais; lenta difusão de tecnologia agrícola e industrial e na
Rússia Imperial - o predomínio da agricultura e a existência da servidão):

• de esclarecer sobre a forma como decorreu o processo de industrialização nesses


mesmos espaços (Península Ibérica: a existência de nichos de progresso industrial
indústria algodoeira, na Catalunha: vinho, não só em Espanha mas também em
Portugal: minérios, nomeadamente ferro e aços na costa setentrional nas proximidades
de Bilbau); Itália: o reino da Sardenha e a política de Cavour: o ténue crescimento
industrial financiado por capital estrangeiro; sudeste da Europa: emergência de um
pequeno sector industrial ligado aos bens de consumo; Rússia Imperial: o dinamismo
da indústria têxtil (algodão), das refinarias de açúcar e beterraba, da indústria
metalúrgica, de maquinaria e mineira e a sua ligação à construção de redes ferroviárias.
TEMA 4

4. O continente africano ao sul do Saara manteve-se durante séculos


praticamente inacessível aos europeus, por causa da geografia e das doenças
tropicais. Porém, essa situação viria a alterar-se nos últimos anos do século
XIX, especialmente depois da Conferência de Berlim. Descreva a situação
política e económica do continente africano no início do século XX.
• identificar os países colonizadores e os espaços geográficos por eles colonizados;
• reconhecer que o espaço geográfico em causa foi palco de múltiplos conflitos que
opuseram i) os colonizadores europeus aos povos/governos autóctones ii) os diferentes
povos/governos autóctones entre si, relacionando esse clima de conflitualidade com as
determinações da Conferência de Berlim;
Sara Noronha 1900966 2020/2021

• caracterizar a economia do continente africano.


Cf. TEMA 5

Resposta:
Maioritariamente a África, estava situada entre os trópicos, o seu clima era severo, e
predominavam as doenças, por vezes desconhecidas e fatais. O seu interior era de difícil
acesso, devido aos poucos rios navegáveis a sua organização política era diferente da
europeia e existia um baixo desenvolvimento económico. Apesar destes contratempos,
um encadear de situações, despoletou o envolvimento da Ásia e da África na Economia
mundial. O autêntico interesse em colonizar o território africano terá sido despertado por
ingleses e holandeses, quando estes últimos se apoderavam da colónia do Cabo que tinha
sido colonizado pelos Holandeses
Antes do século XIX, as únicas reivindicações europeias eram as de Portugal. No entanto
começaram a surgir os primeiros interesses por volta de 1860 e 1870, através de David
Livingstone e H.M. Stanley. Já em 1876 o Rei Leopoldo da Bélgica, contratou Stanley
para instituir colónias no Congo, a Alemanha criou a sociedade Germano-Africana em
1878. A descoberta de diamantes em 1867, originou uma mudança na base económica
das colónias que até então eram maioritariamente agrárias. Esta descoberta também
incentivou a exploração na África Central, com o intuito de descobertas idênticas. Por
fim a ocupação Francesa de Tunes, em 1881, e a ocupação Britânica do Egipto em 1882,
resultaram em reivindicações e concessões. Devido o alargamento
do capitalismo industrial, verifica-se o neocolonialismo no continente africano, no inicio
do século XIX,. As potências europeias desenvolveram uma "corrida à África" passando
a habitarem a maioria do continente, concebendo várias colônias.
Uma vez que a procura de territórios se tornou elevada, e a fim de se evitarem guerras,
Otto von Bismarck (chanceler alemão) e Jules Ferry (primeiro ministro francês),
convocaram uma conferencia internacional em 1884 em Berlim, sobre os assuntos
africanos. Estiveram presentes delegados de 14 países, incluindo o Império Otomano, a
Rússia e os Estados Unidos da América, devido à sua importância política internacional.
A principal finalidade desta conferência consistia em estruturar os vários projetos de
exploração e apropriação do continente africano, evitando conflitos ou tensões entre as
várias potências. Ficando assim acordado, a extinção do comércio de escravos e da
escravatura e reconhecerem o Estado Livre do Congo e a regulação do acesso à bacia do
mesmo, a navegação nos rios internacionais, as pretensões coloniais da Alemanha e a
delimitação rigorosa de áreas de influência, foram alguns dos temas abordados nessa
Conferencia de Berlim. O continente africano, foi totalmente dominado a nível político
pelas potências europeias. No que se refere a nível económico, a descoberta das minas de
ouro e diamantes e a abertura do canal Suez em 1869, revolucionou o comércio mundial
e modificou integralmente a base económica da região.

Passando a existir países colonizados. A colonia do Cabo no extremo Sul de África,


foi colonizada pelos Holandeses. Os Boéres em 1835, criaram novas colónias entre
os Rios Orange e Vaal, tornando-se mais tarde o Estado Livre de Orange e a Norte
de Vall, que se tornou posteriormente em 1856 a República da África do Sul. Os
Britânicos e os Bóeres estavam sempre em conflito, apesar dos Bóeres tentarem
sempre se isolarem dos Britânicos. No entanto, ambos os grupos competiam com
frequência com as tribos africanas. Por volta de 1879 os Franceses, começaram a
expandir-se das suas colónias da Costa Ocidental Africana e no final do século
Sara Noronha 1900966 2020/2021

tinham conquistado um território quase nada povoado (incluindo a maior parte do


Saara), que foi denominado como a África Ocidental Francesa.
Em 1910, a União Sul – Africana, juntou-se ao Canadá, Austália e Nova Zelândia,
com pleno direito do Império Britânico. Já em 1912 os Franceses completaram o seu
Império Norte-Africano.
A abertura do canal Suez em 1869, revolucionou o comércio mundial.

3. Rondo Cameron, no seu livro História Económica do Mundo, afirma o

seguinte: "Os vastos continentes da Asia e da África participaram


apenas residualmente na expansão comercial do século XIX até a isso
serem forçados pelo poderio militar do Ocidente". Esclareça sobre o
processo que conduziu à participação desses dois continentes na
expansão comercial do século XIX, bem como sobre o modo como se
concretizou essa mesma participação. (Resposta: 25 linhas)
Na sua resposta, o estudante deve ser capaz de esclarecer sobre os conflitos entre
europeus e entre europeus e os povos autóctones com vista ao controlo efetivo do
espaço em causa (África: conflito entre ingleses e holandeses na Colónia do Cabo e a
descoberta de diamantes; a Guerra Sul-Africana; a conquista da Argélia pela França; a
abertura do Canal de Suez e as suas implicações no comércio mundial; a presença da
Itália: a penetração europeia na África Central (Bélgica e Alemanha); a Conferência de
Berlim: Asia: a Guerra do Ópio e o Tratado de Nanquim (cedência de Hong-Kong à
Inglaterra); a ocupação por palte da Inglaterra e da França de várias cidades principais
da China e a política de "porta-aberta"; a anexão da Coreia pelo Japão; a presença
francesa na Indochina.
TEMA5

2. A partir da 2ª metade do século XIX a Grã-Bretanha enveredou

decididamente por uma política de comércio livre. Elucide sobre: i) o


processo que conduziu a essa opção; ii) o principal passo dado no sentido
da afirmação do comércio livre. (Resposta: 30 linhas)
1. demonstrar, de forma sucinta, que domina o significado de comércio livre
(redução ou abolição parcial ou total de taxas e impostos sobre os produtos exportados
e/ou importados de modo a permitir o desenvolvimento do comércio internacional);
Sara Noronha 1900966 2020/2021

2. esclarecer sobre o processo que conduziu a Grã-Bretanha a optar pela política


de comércio livre (a discussão em torno dos princípios defendidos por Adam Smith -
defesa do comércio internacional livre - e David Ricardo - vantagem comparativa; a
junção de esforços entre os comerciantes londrinos e representantes do Partido Tory no
sentido de liberalizar o comércio internacional; a oposição e revogação das Corn Laws
e da legislação "mercantilista" (ex: Leis de Navegação);
3. identificar o marco que assinala o desenvolvimento política de comércio livre
(Tratado Anglo-Francês de 1860) e reconhecer a sua importância (Grã-Bretanha elimina
as tarifas sobre as importações de produtos franceses, com exceção do vinho e
aguardente, e a França levanta as restrições à importação de têxteis ingleses e reduz
as tarifas sobre um grande número de produtos britânicos; inclusão da cláusula da
nação mais favorecida; estabelecimento de tratados com caraterísticas semelhantes
entre a França e outros países e entre vários países da Europa).
COMENTÁRIO:
Um número significativo de estudantes apenas foi capaz de definir, nem sempre
da forma mais objetiva, comércio livre. Poucos estudantes foram capazes de
esclarecer sobre o processo de levou a Grã-Bretanha a optar pelo comércio
livre e qual o passo principal que foi dado no sentido de afirmação do mesmo.
TEMA 5 308-337

3. Rondo Cameron, no seu livro História Económica do Mundo, considera

que " (...) há três áreas de atividade que têm de ser


analisadas (...) para que o processo de industrialização [no século XIX]
seja inteligível (...). Identifique essas áreas de atividade e esclareça,
sucintamente, sobre o modo como cada uma delas contribuiu para o
referido processo de industrialização. (Resposta: 30 linhas)
1. identificar as "três áreas de atividade que têm de ser analisadas (...) para que o
processo de industrialização [no século XIX] seja inteligível": agricultura; finanças e
banca; Estado;
2. esclarecer, sucintamente, sobre o modo como cada uma delas contribuiu para o
referido processo de industrialização: agricultura - excedente de mão de obra para
atividades não agrícolas; existência de matéria prima para alimentar a atividade
industrial; a importância para o setor industrial do mercado constituído pela população
rural; o desenvolvimento agrícola estimulou a criação de infraestruturas como as vias
Sara Noronha 1900966 2020/2021

férreas; finanças e banca - financiamento do comércio internacional, mediante a


disponibilização de crédito; participação na colocação de emissão de títulos
estrangeiros cotados em bolsa; investimento nos meios de transporte (financiamento da
construção de canais e caminhos de ferro; Estado - discussão em torno do envolvimento
e contributo do Estado para o processo de industrialização; os fundamentos jurídicos e
o pensamento económico que sustentaram a intervenção do Estado.

COMENTÁRIO:
Nas respostas a esta pergunta, o principal problema verificado prendeu-se com
o facto de os/as estudantes não terem sido capazes de compreender que o
processo de industrialização no século XIX não apresentou as mesmas
caraterísticas daquele que tinha ocorrido no século anterior. Ora, o que era
solicitado aos estudantes era que identificassem as áreas de atividade que
contribuíram para o processo de industrialização no século XIX e que
esclarecessem, sucintamente, sobre o modo como cada uma delas contribuiu
para o referido processo de industrialização.
Tema 6 pp 338-359

6. “O carácter da imigração e emigração europeias tem-se também modificado


no século XX” (R. Cameron). Distinga os dois termos e enuncie,
sucintamente, os grandes movimentos de populações na Europa no século
XX, decorrentes das guerras, das revoluções e ditaduras, da busca de
melhores condições económicas e sociais.
• estabelecer a diferença entre imigração e emigração;
• identificar os movimentos populacionais verificados na época, principalmente aqueles
que decorreram das alterações políticas e da situação vivida na Europa, na 1ª metade
do século XX, e dos que se relacionam com o crescimento económico da Europa, na 2ª
metade desse mesmo século.
Cf. TEMA 7
Podemos mencionar que a emigração consiste em deixar o local de origem (saída) com
intuito de viver num outro país estrangeiro. Já a imigração é a entrada de indivíduos, de
forma permanente ou temporária que vêm com a finalidade de trabalho ou residência.
Estes indivíduos podem ser provenientes, de uma determinada área de um país para outro,
ou de continente para outro. No século XX, ao contrário do que se verificou no século
XIX, vários Europeus decidiram emigrar para a Austrália e América, à procura de
melhores circunstâncias de vida. Verificando-se assim na Europa Ocidental, um centro
de imigração, através da receção de refugiados políticos. E ainda uma terra de
Sara Noronha 1900966 2020/2021

oportunidades, ainda que temporariamente, para a imensidão de indivíduos pobres da


Europa Mediterrânea, do norte de África e de regiões do Médio Oriente. Com a
Revolução Russa de 1917, foram vários os indivíduos que não quiseram manter-se sob o
regime do Czar, escolhendo a Europa Ocidental para viver. Depois da II Guerra Mundial,
e com a extinção das fronteiras da Europa do Leste. Foram vários milhões de indivíduos
de língua Alemã e de outras nacionalidades que fugiram ou foram expulsos das suas
pátrias, resguardando-se na Europa Ocidental. O mesmo se verificou, após a invasão da
Checoslováquia, ainda que numa escala mais reduzida. A Alemanha Ocidental aguentou
a avalanche rompante de refugiados, que inicialmente foi vista, como um elevado fardo,
no entanto devido à revitalização da economia da Europa Ocidental Continental, nos
anos 50 e 60, a procura de mão-de-obra cresceu drasticamente, e esse fardo passou a ser
um benefício. A procura de mão-de-obra foi tanta que os refugiados tornaram-se
insuficientes, onde a França, Suíça, Bélgica e Alemanha Ocidental, tiveram que convidar
“trabalhadores hospedes”, vindo de Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Jugoslávia, Turquia
(Sul da Europa) e do norte de África, para fazer face à sua escassez. Após a criação do
estado de Israel em 1948, vários foram os judeus sobreviventes da II Guerra Mundial que
deixaram a Europa, América, Africa e Ásia e foram viver para a Palestina.

1. O papel do Estado e dos governos no século XX.


─ a crescente interferência do Estado e dos governos na economia
─ a máquina financeira, os impostos e a redistribuição social;
─ o “Estado-providência” e o peso das grandes despesas sociais;
─ o crescimento da máquina administrativa e dos funcionários públicos;
─ o aumento das despesas públicas.
justificar a crescente interferência do Estado e dos governos na economia, no século
XX;
• explicar a forma como se verificou o crescimento do Estado, no período em causa,
tendo em consideração os aspetos elencados como devendo ser tido em consideração
no desenvolvimento do tema;
• relacionar o crescimento do Estado o aumento da despesa pública, tendo em conta os
aspetos elencados como devendo ser tido em consideração no desenvolvimento do
tema.
Cf. TEMA 7
Devido aos horizontes geográficos extremamente expandidos, a Europa, deparou-se com
uma oferta de recursos muito maior, tanto real como potencial, originando alterações
institucionais relevantes na economia europeia, principalmente no papel do Governo
perante a economia.
No século XX, uma marcante alteração institucional é o papel alargado do Governo na
economia. Este papel preponderante do Governo, deve-se essencialmente, ás
necessidades financeiras das duas guerras mundiais, á necessidade de reaver e estabilizar
as economias e também devido ao insucesso das iniciativas privadas. Na União Soviética,
o Governo assumiu o controlo absoluto da economia. Os restantes países optaram por
Sara Noronha 1900966 2020/2021

adotar outras formas de planeamento económico, não tao abrangentes como da União
Soviética. No entanto destacam-se duas características, as atividades produtivas e
pagamentos de transferências, orientados pelo Estado e a redistribuição do rendimento
por meio da tributação e da despesa.
No século XX, as indústrias Estatais, tornaram-se mais frequentes, também devido ao
compromisso ideológico do partido político no poder.
O pagamento de transferências, já se tinha iniciado no final do século XIX, não obtendo
no entanto grande sucesso. Em 1880, Bismarck, chanceler Alemão, criou um seguro
obrigatório de doença e acidentes de trabalho, um sistema de pensões para idosos e
incapacitados. Estes ideias foram reproduzidas e ampliadas noutros países após a I Guerra
Mundial.
Os Estados Unidos, só adotaram políticas mais abrangentes na segurança social, depois
das reformas dos anos 30, efetuadas por New Deal. As grandes pressões políticas,
posteriores à II Guerra Mundial, fizeram com que a maioria dos Estados Democráticos
alargasse significativamente os seus sistemas de pagamentos de transferências e
segurança social. Daí a razão, para que muitos Estados, passassem a ser denominados por
“Estado-providência”.
Esta realidade, desencadeou um aumento significativo da despesa, comparativamente
com os tempos antes das guerras. Pois foi necessário efetuar pagamentos de despesas
referentes à guerra e assumir as novas responsabilidades do Estado.
Ainda assim, os sistemas baseados no planejamento estatal centralizado exerceram certa
influência no pensamento econômico do século XX, contribuindo para moldar políticas
econômicas que tiveram uma certa ascendência no imediato pós-guerra, como a indução
pública dos investimentos, o controle estatal da oferta de bens públicos e os novos
monopólios nacionais nas esferas de transportes, comunicações, energia, notadamente.
Não obstante, o planejamento indicativo e o controle estatal praticado em certas
economias capitalistas na segunda metade do século foram mais devidos ao legado do
período de guerra, quando setores inteiros da economia possuindo algum significado
estratégico tiveram de ser mobilizados e controlados pelo Estado, do que a algum
compromisso ideológico com os sistemas econômicos de tipo nacional-socialista ou
comunista.

1. O desenvolvimento económico no século XIX: o contributo do sistema


jurídico e político, do pensamento económico e da educação.
Na sua resposta. o estudante deve ser capaz reconhecer o contributo dos aspetos
mencionados no enunciado da questão para o desenvolvimento económico do século
XIX
•o direito comum inglês corno forma de proteção da propriedade e dos interesses
privados face ao Estado, bem como do interesse público em relação aos privados, e a
sua vertente "comercial"; o novo regime jurídico saído da Revolução Francesa (Code
civile e Code de Commerce) e a disseminação dos seus ideais as alterações sociais
(e.x: fim do regime feudal) e económicas (ex: supressão do aparato de regulamentação
estatal da indústria):
Sara Noronha 1900966 2020/2021

• o fisiocratismo e Adam Smith o comércio livre e a redução do papel do Governo na


economia — laissesfåire -: o papel do Parlamento inglês (Leis Fabris, de saúde e
sanitárias e a reforma do governo local): a realidade dos EUA (o papel do governo
federal versus governos estatais);

• crescimento da alfabetização —Y crescimento dos níveis de industrialização: as


alterações verificadas ao nível da natureza e alcance da educação.
TEMA 7 página 240-251

4. Justifique a seguinte afirmação: no século XX, a economia mundial


assumiu dimensões novas e onde estas dimensões foram mais evidentes
foi no que respeita aos comportamentos demográficos. (25 linhas)
Na sua resposta, o estudante deve ser capaz de evidenciar as alterações registadas no
comportamento demográfico. no século XX: i) declínio da taxa de mortalidade, no mundo
ocidental, em geral. e em particular nos países não ocidentais, em virtude da difusão da
tecnologia ocidental de saúde e sanidade públicas —+ aumento da esperança média de
vida; ii) crescimento da população urbana em resultado da migração interna e da
migração internacional, justificada por pressões económicas internas e oportunidades
existentes no estrangeiro; a pressão na infraestrutura urbana, notoriamente visível nos
países do Terceiro Mundo; iii) alteração do caráter das correntes migratórias (emigração
e imigração) nos EUA e Europa.
TEMA 7

1. A Grande Depressão de 1929-1933


as causas, as etapas, as consequências económicas e sociais e as políticas de
recuperação (políticas Keynesianas, New Deal, nos EUA, políticas fascista e nazi, em
Itália e Alemanha).
identificar as várias causas da Grande Depressão, sublinhando a importância da
derrocada do mercado bolsita dos EUA, em outubro de 1929;
esclarecer sobre as consequências económicas e sociais da Grande Depressão,
nomeadamente no que respeita às alterações verificadas no mercado de trabalho, nos
mercados financeiros e na atividade comercial;
elucidar sobre as políticas de recuperação económica, explicando os objetivos das
mesmas e relacionando-as com os regimes políticos que as levaram a cabo.
Conferir TEMA 8 – págs. 392 e segs.
Sara Noronha 1900966 2020/2021

2. A 1 a Guerra Mundial: consequências económicas da guerra


e da paz.
(Resposta: 40 linhas)

• reconhecer os problemas económicos com que a Europa se viu confrontada na


sequência da Ia Guerra Mundial : custos monetários diretos — as operações militares;
custos monetários indiretos — danos causados em bens (destruição de casas. fábricas,
campos, infraestruturas de comunicação, etc); as perdas registadas no comércio
internacional; a queda da exportação industrial: o fim do mercado livre com a contenção
dos preços, da produção e da fixação da mão-de-obra: os desequilíbrios da agricultura
mundial: a transferência da atividade económica (ex: produção industrial e agrícola) da
Europa para os EUA, América Latina e Asia; as perdas de receita no setor bancário. a
diminuição da receita do investimento externo; a inflação —s' saída do padrão-ouro —¥
inflação).

• reconhecer as dificuldades económicas resultantes dos tratados de paz assinados (o


crescimento do nacionalismo económico resultante da redefinição do mapa político da
Europa, do novo posicionamento comercial da Rússia e da política protecionista da
Europa Ocidental e dos EUA e os problemas monetários e financeiros na sequência do
financiamento do esforço de guerra e das reparações de guerra; a desvalorização
monetária e a inflação (exemplo mais notório: Alemanha), o regresso da Grã-Bretanha
ao padrão-ouro e as consequências dessa alteração.
TEMA 8

4. Explique em que consistiu a Grande Depressão de 1929-1933


e esclareça sobre as políticas que foram seguidas pelos governantes, com
vista à recuperação económica dos seus respetivos países. (Resposta: 30
linhas)
1. explicar em que consistiu a Grande Depressão de 1929-1933 (desinvestimento
na compra de obrigações alemãs e de outros países por parte dos investidores e bancos
americanos e investimento destes agentes económicos no mercado de ações nova-
iorquino - subida assinalável do mercado de ações - compra a crédito de ações por parte
de investidores de fracos recursos - falta de crescimento da economia americana; a
"Quinta-Feira Negra" de 1929 - a baixa incontrolada do preço das ações na sequência
da venda não expectável na bolsa de valores - suspensão de pagamentos por parte do
Sara Noronha 1900966 2020/2021

setor financeiro e falência de vários bancos; o abandono do padrão-ouro por parte de


um elevado número de países - flutuação dos valores cambiais face à ausência de uma
padrão internacional concertado - quebra do comércio internacional;
2. esclarecer sobre as políticas que foram seguidas pelos governantes, com vista
à recuperação económica dos seus respetivos países (Roosevelt e o seu programa de
uma "Nova Ordem" - a Lei da Reconstrução Industrial Nacional; a criação em França da
Frente Popular e o seu programa de reformas; o Estado Corporativo de Mussolini; a
Alemanha nazi e o seu programa de obras públicas e rearmamento e de autossuficiência
económica.

COMENTÁRIO:
Mais uma vez, muitos/as estudantes tiveram dificuldade em situar o
acontecimento - Grande Depressão de 1929-33 - no tempo, o que levou a que
algumas das respostas a esta questão tivessem sido cotadas com 0 valores.
Chamo a atenção que as medidas tomadas no sentido da recuperação
económica não foram protagonizadas apenas pelos Estados Unidos da América.
Apesar da relativa proximidade histórica destes acontecimentos, fundamentais
para a compreensão do momento presente, a grande maioria dos estudantes
revela nas suas respostas um grande desconhecimento dos mesmos.
TEMA 8 pp382-407

5. No fim da 2ª Guerra Mundial, a Europa vivia um cenário económico


desolador. As produções agrícolas e industriais tinham sofrido quebras
enormes, os prejuízos materiais eram avultados, a perda de vidas
humanas, o desenraizamento de milhões de pessoas e a fome que atingia
uma grande parte da população europeia eram problemas que precisavam
de ser enfrentados e resolvidos. Esclareça, sucintamente, sobre as
medidas tomadas com vista a dar resposta às necessidades/problemas
sentidos, tanto no plano humano como económico, na Europa do pós-
guerra. (Resposta: 30 linhas)
1) esclarecer, sucintamente, sobre as medidas tomadas com vista a dar resposta às
necessidades/problemas sentidos no:
Sara Noronha 1900966 2020/2021

• plano humano - apoio, por parte das forças aliadas, à população civil em risco,
tanto a inimiga como a libertada, através da distribuição de rações e medicamentos;
apoio monetário e distribuição de mantimentos, roupas e medicamentos prestado por
parte da Administração das Nações Unidas para o Auxílio e Reconstrução (ANUAR);
criação de organismos vários de apoio, como a Organização Internacional dos
Refugiados e a Organização Mundial de Saúde;
• no plano económico - introdução de reformas, como a nacionalização de setores-
chave da economia; a entrada em funções do Fundo Monetário Internacional (gestão da
estrutura de taxas de câmbio) e do Banco Internacional de Reconstrução e
Desenvolvimento (empréstimos); o estabelecimento do Acordo Geral sobre Pautas
Aduaneiras e Comércio (redução internacional das tarifas comerciais); o plano Marshall
e o Programa de Reconstrução Europeia.
COMENTÁRIO:
Tal como referi no meu comentário anterior, mais uma vez, apesar da atualidade
e importância dos aspetos subjacentes à pergunta colocada, um número
significativo de estudantes limitou-se a referir, como medida de recuperação da
economia, o plano Marshall, o que é manifestamente insuficiente. Lembro que a
CEE tem a sua origem na criação do Programa de Reconstrução Europeia
(1948).
As medidas de ordem humanitária foram referidas por um número diminuto de
estudantes, quando alguns dos organismos criados na época, com vista a
prestar auxílio nessa área se revestem de enorme importância, continuando,
hoje em dia, a desempenhar um papel extremamente relevante nesse campo.
Retomo, aqui, parte do meu comentário à pergunta anterior, no que se refere a
um grande desconhecimento de problemáticas atuais e importantes para a
compreensão do momento atual.
TEMA 9 PP408-433

2 - As origens da Comunidade Europeia


o sonho de uma Europa Unida;
as condições do pós-guerra;
o plano Marshall;
os antecedentes da CEE e a sua criação em 1957.
desenhar um quadro da situação económica e social da Europa no período pós-
guerra;
Sara Noronha 1900966 2020/2021

demonstrar a importância do Plano Marshall para a recuperação da Europa;


esclarecer sobre os antecedentes da CEE, identificando os objetivos das várias
organizações que foram criadas;
explicar a criação da CEE e sublinhar os seus objetivos.
Conferir TEMA 9 – págs. 408 e segs.

2. O Bloco Soviético europeu, as suas organizações e os problemas com


os quais aqueles países se debatiam no pós-guerra.
• identificar os países que integravam Bloco Soviético e demonstrar a difícil situação
económica e social desses países no pós-guerra;
• avaliar a atuação dos governos de Estaline e de Khruchtchev no campo político e
económico;
• esclarecer sobre as transferências de populações, relacionando-as com o estabelecido
nos termos do acordo de Postdam;
• esclarecer sobre a criação do Conselho de Assistência Económica Mútua e os seus
objetivos.
Cf. TEMA 9

5. Em 5 de Junho de 1947, o general George C. Marshall proferiu uma


alocução de investidura na Universidade de Harvard, na sequência da sua
nomeação para Secretário de Estado dos Estados Unidos pelo presidente
Truman, em que anunciou que caso as nações da Europa apresentassem
um pedido unificado e coerente de ajuda o governo dos Estados Unidos
responderia de forma positiva a essa solicitação. Esta foi a origem do Plano
Marshall. Avalie os resultados alcançados, ou não, com a implementação
do Plano Marshall. (Resposta: 25 linhas)
Na sua resposta, o estudante dever ser capaz de esclarecer em que consistiu o Plano
Marshall e qual o seu objetivo (programa de ajuda dos EUA à Europa, que se traduziu
em empréstimos e subvenções - aplicados na importação de produtos corno alimentos,
rações, fertilizantes, matérias-primas e combustíveis de modo a permitir a recuperação
da indústria e o crescimento das exportações, tendo a Organização Europeia de
Cooperação Económica sido a entidade responsável pela afetação da ajuda americana)
e avaliar os resultados desse mesmo Plano (o Plano Marshall não criou uns Estados
Unidos da Europa. como alguns esperavam. mas permitiu à Europa Ocidental o" milagre
Sara Noronha 1900966 2020/2021

económico" (o arranque do crescimento na Alemanha Ocidental, em virtude da


integração da Alemanha no programa de reconstrução europeia, bem como de outros
países europeus que conheceram taxas de crescimento sem precedentes), que foi
acompanhado por uma modernização tecnológica; o apoio e estímulo de instituições
recém criadas, como a Organização Europeia de Cooperação Económica ou a União
Europeia de Pagamento, à economia europeia, nomeadamente o comércio mundial.
TEMA 9

Efolio A 2015
Comente o seguinte texto:
Entre a década de 30 do século XIX e o final dessa mesma centúria,
desenrolou-se um processo de crescimento económico contínuo em vários
países, o qual se processou a um ritmo sem precedentes na história da
humanidade. Vários foram os fatores que sustentaram e contribuíram para
esse mesmo crescimento, que acarretou importantes transformações na
estrutura social e na forma de organização das novas classes sociais.

1) demonstrar que o crescimento económico verificado só foi possível devido a uma


conjugação de fatores "que sustentaram e contribuíram para esse mesmo crescimento",
nomeadamente.
os recursos populacionais - crescimento da população e a relação com a migração
interna, nomeadamente no que respeita ao crescimento da população urbana -
concentração da força de trabalho - industrialização.
os recursos naturais - fontes de energia: carvão - minérios de ferro- petróleo - gás
natural.
o progresso e difusão da tecnologia - desenvolvimento industrial - desenvolvimento
na tecnologia da máquina a vapor - máquinas de alta pressão, a roda hidráulica, a
turbina hidráulica; a eletricidade; os progressos registados na produção do ferro
(fundição com coque e o processo de pudlagem; a fabricação de aço que foi
impulsionada por várias inovações) - as novas tecnologias e a "revolução" dos
transportes - caminho de ferro e a navegação a vapor - repercussões no
desenvolvimento económico registado na época (a atividade comercial).
o papel das instituições, do sistema jurídico e político, bem como o pensamento
económico - o direito comum inglês (a proteção da propriedade e dos direitos privados
Sara Noronha 1900966 2020/2021

em relação ao Estado versus proteção do interesse público em relação aos privados);


as liberdades e garantias dos Códigos Napoleónicos, com especial relevância para o
Código do Comércio (Code de Commerce); a liberdade económica e de concorrência (o
fisiocratismo); a redução da intervenção do papel do Estado (laissez faire).
2) analisar a mudança da estrutura social ocorrida no século XIX e a forma de
organização das novas classes sociais - sociedade de ordens dá lugar a uma sociedade
de classes, no seio da qual se verifica existir muitas diferenças, nomeadamente dentro
da "classe trabalhadora", sendo o denominador comum, neste caso, a obtenção de um
salário em troca do trabalho prestado; a visão marxista da polarização da sociedade
(capitalistas versus proletariado) contrariada pelo efetivo crescimento da classe média
de trabalhadores; o papel dos sindicatos.

Efolio B 2015
Comente o seguinte texto:
Entre meados do século XIX e o início do século XX, a economia mundial
prosperou de forma expressiva e sustentada, tendo a Europa assumido um
papel de grande relevo nesse movimento de crescimento económico. Para
o desenvolvimento da economia mundial, à época, contribuiu o
crescimento do comércio internacional, que se confrontou com obstáculos
que conseguiu, porém, ultrapassar, e a movimentação de pessoas e
capitais.
1) analisar as políticas que conduziram ao crescimento do comércio internacional (o
processo que levou à adoção de uma política de comércio livre na Grã-Bretanha; o
tratado Anglo-Francês de 1860, o seu contexto político e as suas consequências);
2) reconhecer os obstáculos naturais (os problemas decorrentes do custo elevado dos
transportes terrestres foram ultrapassados com o recurso ao caminho de ferro e ao navio
a vapor); e os obstáculos artificiais que se colocaram ao fluxo do comércio
internacional (tarifas sobre importações e exportações e proibições à importação de
certos bens foram diminuindo e até desapareceram);
3) relacionar a movimentação de pessoas (a migração internacional - aumento de mão
de obra disponível) e de investimento no estrangeiro (recursos financeiros - ouro e
moeda; mecanismos de apoio ao investimento no estrangeiro - mercados e bancos) com
Sara Noronha 1900966 2020/2021

o crescimento do comércio internacional, em particular, e da economia mundial, em


geral;
4) demonstrar o papel que a Europa teve no desenvolvimento do comércio internacional,
em particular, e da economia mundial, em geral.
TEMA 5 – p.308-337.

EFOLIO A Sara Noronha 1900966


Conforme o especificado no texto apresentado, ocorreram inúmeras
transformações na Europa por volta do século XVIII. Estas tiveram a influência
de ideais iluministas e da Revolução Francesa, resultando em mudanças
estruturais sociais, políticas e económicas.
Uma das grandes mudanças, foi a passagem da sociedade pré-industrial para a
sociedade industrial, onde na primeira, as sociedades viviam sob uma economia
predominantemente agrária não mecanizada (faziam uso da força humana, força
animal, recursos naturais como o vento e água), a produção artesanal era feita
em manufatura e desenvolvida a nível familiar, em casa ou em pequenas
oficinas, com uma produção simples, onde não havia divisão de trabalho. Esta
era caracterizada sobretudo por comunidades rurais, maioritariamente
analfabetas, sem normas jurídicas ou trabalhistas, onde predominava a mão-de-
obra escrava e a exploração dos camponeses pelos senhores feudais.
Mais tarde, houve um crescimento e melhoramento das pequenas indústrias
(Proto-industrialização), onde começou-se a fazer uso de novas práticas de
cultivo e houve a integração de novas indústrias e tecnologias, que permitiram a
libertação de mão-de-obra para as grandes cidades (êxodo rural), o que levou
ao início da sociedade industrial.
A sociedade industrial era caracterizada pela maquinofatura, porque fazia uso
de maquinaria e de força mecânica e era praticada em grandes oficinas ou
fábricas, onde o trabalho artesanal era substituído pelo trabalho operário
mecanizado, permitindo uma produção em maior escala e um maior lucro.
Contudo continuava a haver muita exploração dos trabalhadores (más condições
de trabalho e baixos salários).
Apesar da grande expansão do comércio marítimo, da exploração de mão de
obra escrava e das mercadorias dos territórios coloniais, permitirem a
acumulação de capital a vários países da Europa, foi a Grã-Bretanha que melhor
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fez uso desses recursos, o que lhe permitiu ser a grande impulsionadora da
chamada “Revolução Industrial.” Este termo não foi unânime, quer pelas
transformações ocorridas na época, não serem apenas de cariz industrial e
súbitas como a expressão indica, quer pela falta de rigor científico da mesma.
Também a dissolução do feudalismo e o desenrolar de vários eventos políticos
e sociais na Grã-Bretanha, tais como a Revolução Inglesa, Revolução Gloriosa,
a Revolução Agrícola e criação do Banco Inglês, permitiram mudanças no país
a diferentes níveis, tais como o início da Monarquia Constitucional e um aumento
do poder da Burguesia (um dos principais responsáveis pelo início da
industrialização). Outros fatores que também estiveram na origem do
pioneirismo inglês foram as suas condições naturais e geográficas. Em virtude
de estarem rodeados por mar, permitiu aos ingleses uma maior facilidade no
comércio marítimo. Os seus portos, canais e rios navegáveis possibilitaram o
aumento do mercado interno e externo e o seu subsolo rico em jazidas de carvão
mineral e minério de ferro permitiram a criação de novas indústrias e tecnologias
tais como a máquina a vapor e os caminhos de ferro. Uma das inovações que
teve maior sucesso na agricultura, para além da vedação dos campos foi a
alternância de culturas, onde o cultivo de cereais era alternado com a pastagem
de animais, permitindo assim um terreno mais fértil e um maior número de
animais (carne, lã, lacticínios). Na indústria foram várias as melhorias e
invenções feitas, das quais se destacaram a substituição da hulha por madeira,
a fundição do minério de ferro com o coque (que permitiu alguma independência
energética do carvão vegetal), a substituição dos moinhos a vento e a água pela
máquina a vapor e a ciência química (que permitiu a criação de materiais
sintéticos e artificiais).
Na Grã-Bretanha, a industrialização, deu-se, inicialmente, na indústria do linho
de Flandres, e na indústria do algodão do Lancashire, que produziam e
comercializavam tecidos em linho e algodão, que eram exportados por todo o
mundo, o que permitiu aos ingleses ganharem mais capital para investirem na
indústria, agricultura, transportes e comunicações. “As mudanças técnicas
envolvendo os têxteis de algodão e a indústria do ferro e a introdução da energia
do vapor constituem o fulcro da chamada «revolução industrial» na Grã-Bretanha
(…)” (Cameron,2000:209).
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Apesar de a industrialização passar a dar-se aos poucos por toda a Europa,


existiram países, em que este processo foi mais tardio, sobretudo, nos países da
Europa Meridional e Oriental (tais como Portugal, Espanha e Itália). E isso
deveu-se a características que todos tinham em comum, das quais se destaca
um elevado nível de pobreza, devido aos baixos níveis de: rendimentos, capital
humano, escolarização e desenvolvimento económico. As sociedades eram
maioritariamente rurais e agrícolas, mas com baixos níveis de produtividade,
impedindo assim o desenvolvimento da industrialização, que necessitava desta
(…) tanto para fornecer a parcela urbana e industrial da população com
alimentos e matérias primas, como (…) para libertar mão-de-obra para
ocupações industriais (e outras não agrícolas) (Cameron, 2000:294). Ainda que
em circunstâncias diferentes, estes países tinham governos ditatoriais,
conservadores e corruptos, com políticas que limitavam o seu desenvolvimento,
o que os conduziu a várias revoluções e guerras civis que os debilitou ainda
mais. Também eram pobres em recursos naturais (possuíam poucas ou
nenhumas jazidas de carvão e minério), fazendo-os depender de ajuda externa
quer em recursos materiais quer a nível financeiro.
Apesar disso, verificou-se que a dinâmica regional destes países afetou a sua
trajetória de desenvolvimento individualmente.

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A partir do mapa acima apresentado, que ilustra a rede de tratados efetuados
por volta de 1871, por alguns países Europeus, em virtude da implementação de
políticas dum comércio mais livre (como foi o caso do Tratado de Cobden-
Chevalier), vou fazer uma breve análise, sobre as causas que conduziram a esta
realidade e as suas consequências.
Na segunda metade do século XIX (1840-1873), verificou-se um grande aumento
do comércio externo, quer a nível rapidez quer a nível de dimensão, este foi de
tal forma que ultrapassou, em termos percentuais, o crescimento da produção e
da população. Este também foi acompanhado por um crescimento da imigração
e do investimento do capital estrangeiro. Este crescimento deveu-se sobretudo
a uma estruturação no processo de produção, devido ás mudanças introduzidas
no padrão do trabalho (especialização e divisão do trabalho), da implementação
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de novas tecnologias, da invenção dos caminhos de ferro e do aperfeiçoamento


da navegação (que permitiram redução do preço dos transportes) e das
mudanças políticas, económicas e sociais, resultantes da “Revolução Industrial”.
Outra causa deste crescimento foi a revogação de algumas leis e a redução de
tarifas de exportação e importação no comércio (que caracterizavam o
protecionismo existente na época), permitindo um comercio livre.
Foi a partir do final do século XVIII, que o Governo Britânico, começou a alterar
o seu regime protecionista, devido a pressões e petições de alguns intelectuais
opositores do mercantilismo, que defendiam o comércio livre, como foi o caso de
Adam Smith, autor da obra “A Riqueza das Nações” de 1776, que criticava o
protecionismo e defendia que, a especialização e a divisão do trabalho,
ajudariam a gerar mais riqueza; e de David Ricardo (1819), que defendia o
princípio da vantagem comparativa, onde o comércio era organizado tendo em
conta a atividade real produtiva de cada país. Mas com o despoletar da
Revolução Francesa, das guerras napoleónicas e consequentes Bloqueio
Britânico e Sistema Continental, as diligências do Governo foram suspensas. Só
mais tarde, após novas petições e pressões feitas por intervenientes mais
influentes, que tinham como intuito acabar com algumas restrições
governamentais, tais como: as Corn Laws e as Leis da Navegação, é que o
Governo Britânico acabou por ceder. E em 1832 houve uma reforma
parlamentar, com políticas mais favoráveis a um comércio livre.
Também a França, que tinha um protecionismo extremo, após a Guerra da
Crimeia, onde foi aliada da Grã-Bretanha, e com a ascensão ao poder do
Governo de Napoleão III, começou a reduzir as suas políticas protecionistas
(protecionismo moderado). E em 1860 assinou com a Grã-Bretanha o Tratado
de Cobden-Chevaier, que tinha inerente a cláusula da nação mais favorecida.
“Isto significava que se uma parte negociasse um tratado com um terceiro país,
a outra parte do tratado beneficiaria automaticamente de quaisquer tarifas mais
baixas concedidas ao terceiro país” (Cameron, 2000, p.312). Posteriormente,
esta também assinou tratados semelhantes com quase todos os países da
Europa á exceção da Rússia. Estes tratados, que também beneficiaram a Grã-
Bretanha, permitiram uma redução geral das tarifas, uma melhor movimentação
do comércio e uma maior concorrência entre nações, obrigando os países menos
industrializados a restruturarem e melhorarem as suas indústrias, por forma a
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aumentarem a sua eficiência e produtividade para conseguirem fazer face a essa


concorrência. Para além destas vantagens o comércio livre também levou a uma
concomitância dos movimentos dos preços praticados entre nações, onde a
oscilação desses movimentos era sobretudo determinada por alterações na
procura. Com o avançar do tempo esses movimentos tornaram-se cada vez mais
cíclicos, sendo geralmente seguidos por crises financeiras e consequentes
depressões, que se estendiam de país em país. Exemplo disso, foi a grande
subida de preços mantida até 1873, (seguida de uma drástica descida), dando
origem à primeira grande crise, decorrente da evolução do sistema capitalista, a
qual se chamou de “Grande Depressão”. Foram várias as consequências desta
depressão, das quais se destacaram: dificuldades na indústria e na agricultura,
que originaram a falência de empresas, aumento do desemprego e redução do
poder de compra, o que fez com que houvesse a necessidade de procurar novos
mercados e matérias primas fora da Europa (Ásia e África); e o regresso ao
protecionismo para fazer face á concorrência da Rússia e dos EUA. O retorno
ao protecionismo verificou-se inicialmente na Alemanha, França e Itália, com a
introdução de novas leis e a revogação de alguns tratados do comércio livre,
estes foram seguidos por vários países, contudo ainda se verificou alguma
resistência ao regresso do protecionismo, como foi o caso da Grã-Bretanha.
Dado á grande importância que a Grã-Bretanha tinha no comércio mundial,
vários países movimentavam-se de acordo com as suas flutuações económicas
e isso também se verificou aquando da sua adoção ao Padrão-Ouro para
transações financeiras. Este traduziu-se na fixação de um sistema de câmbio
entre diversos países, por forma a facilitar a mobilidade de capitais, trocas
comerciais e o nível de preços (inflação e deflação). “Assim no Século XX,
praticamente todas as importantes nações mercantis tinham adotado o padrão-
ouro internacional. (Cameron, 2000, p.320).

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