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Diretoria de Ensino – DIREN / Departamento do Ensino Médio e Técnico – DEMET

Coordenação do Curso Técnico de Administração - COADM


Prof. Marcos Calazans

FOLHA DE APOIO – Disciplina OSM (Organização, Sistemas e Métodos) –


Turma: 1CAdm – Subsequente/Noite

- FAp no. - Data - Tópico - Assuntos Relativos ao Conteúdo Programático da Disciplina

A /02 /21 Aspectos Introdutórios

SUMÁRIO
TÓPICO I: Aspectos Introdutórios
1. Quando tudo começa: a Revolução Industrial
3. A origem da Teoria das Organizações (TO) com o
surgimento da TGA
4) A Teoria das Organizações no Contexto das Teorias
da Administração
5) Sobre a TO que Diz Grandes Autores:
- Idalberto Chiavenato
- Fernando C. Prestes Motta
- Beatriz M. de Souza Wahrlich
6) TGA ou TO: Origem de O&M?
7) Surgimento de O&M e período de evolução

TÓPICO I: Aspectos Introdutórios:

2. Quando tudo começa: a Revolução Industrial


(4) Podemos identificar que as instituições começam realmente a se preocupar em como
sobreviver e avançar no mundo empresarial ainda concretamente a partir do século XVI, quando se
deu a chamada explosão da Revolução Industrial em seu primeiro momento.

(5) Anteriormente a Rev. Industrial, a fabricação de produtos e dos itens necessários à


sobrevivência, desejo e satisfação humana, era realizada por empresas artesanais, familiares,
quando pouco se empregava máquinas e mesmo equipamentos que não fossem rudimentares. A
produção na época, feita pelo homem de forma artesanal e até mesmo rústica, empregava
ferramentas primárias seja na produção de produtos do campo (alimentos, etc.), ou na produção
de produtos fabricados nas próprias casas dos produtores, estas transformadas em parte em
pequenas oficinas de trabalho de confecção/produção.

(6) As empresas surgem assim, se podemos dizer, na sua primeira forma de empreendimento, estes
constituidos de pequenas indústrias (oficinas) fabris familiares, produzindo àquilo que até então
não se obtinha em grande volume e espécies diversificadas, para atender as necessidades da
sociedade da época que viviam em pequenos vilarejos ou ao redor de castelos e residências dos
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mais abastados. Naquela oportunidade apenas obtinham produtos preparados de forma artesanal
e em quantidade/volume que não atendia a crescente população das vilas comerciais e pequenas
cidades ao redor.

(7) Por volta do ano de 1700 surge o 1º. Momento da Chamada Revolução Industrial , com a
revolução da descoberta do carvão e ferro como meios de produção. Esta Revolução Industrial no
seu primeiro momento vai do ano 1780 a 1860 (Séc. XVI a Séc. XVII), e transfere a produção
artesanal para a produção industrial já em pequenas fábricas localizadas ao redor das vilas
comerciais e feiras mercantis, e fora da residência do antigo produtor artesanal.

Nota 1:

Embora tenha se iniciado a partir de 1780, a Revolução Industrial em seu primeiro momento não
adquiriu todo o seu ímpeto antes do século XIX. Ela surge de uma forma rápida e bastante
volumosa e crescente dividida em quatro fases*: mecanização da indústria e da agricultura;
aplicação da força motriz á indústria; desenvolvimento do sistema fabril e o aceleramento dos
transportes e das comunicações.* A mecanização da indústria e da agricultura nos fins do séc. XVIII
se deu com o aparecimento principalmente da máquina de fiar, do tear hidráulico e do tear
mecânico. Também, inventada por Whitney em 1792, foi a máquina do descaroçador de algodão.
Essas máquinas vieram substituir o trabalho do homem e a força motriz do homem, do animal ou
ainda dos usos da roda d´água. Eram máquinas grandes e pesadas, mas com incrível superioridade
sobre os processos manuais de produção até então utilizados. A 2ª. fase da Revolução Industrial
em seu primeiro momento trouxe também a aplicação da força motriz à indústria nascente. Nesse
momento foi descoberta a máquina a vapor. Com a aplicação do vapor às máquinas, iniciam-se as
grandes transformações nas oficinas e ai sim passam a se converterem em fábricas, em conjunto
com o também aparecimento da melhoria nos transportes, nas comunicações e na agricultura
embrionariamente mecanizada. A fase 3ª., ainda no primeiro momento da revolução Industrial,
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gerou o grande desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e sua pequena oficina patronal
desapareceram para dar lugar ao operário, as fábricas propriamente ditas e as usinas, baseadas na
divisão do trabalho. Surgem novas indústrias em detrimento da atividade rural. A migração de
massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provoca o crescimento da
população urbana. A última fase (4ª. fase), do primeiro momento da Revolução Industrial, traz um
espetacular aceleramento dos transportes e das comunicações. A navegação a vapor surge com
rodas propulsoras que logo em seguida foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi
aperfeiçoada tendo surgido de fato a 1ª. Estrada de ferro na Inglaterra (1825), e logo depois nos
Estados Unidos (1829). Outros meios de comunicações foram aparecendo tais como o telégrafo
elétrico (1835), o selo postal na Inglaterra (1840) e Graham Bell inventa o telefone (1876). Esse
meio de comunicação revoluciona a época e as cidades e regiões ficam mais próximas. Unidades
fabris são instaladas também em outras cidades além da cidade sede.

(8) A partir de 1860 surge o 2º. Momento da Chamada Revolução Industrial , onde se dá uma nova
fase profundamente diferente do 1º. Momento. É a chamada 2ª. Revolução Industrial, provocada
por três grandes acontecimentos importantes: desenvolvimento de novo processo de fabricação de
aço; aperfeiçoamento do dínamo e invenção do motor de combustão interna por Daimler.

(9) Desta forma a chamada 2ª. Revolução Industrial vem a apresentar as seguintes características:

1ª. A substituição do ferro pelo aço como material industrial básico;

2ª. A substituição do vapor pela eletricidade e pelos derivados de petróleo como principais fontes
de energia;

3ª. O desenvolvimento da maquinaria automática e um alto grau de especialização do trabalho;

4ª. O crescente domínio da indústria pela ciência;

5ª. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações (as ferrovias são melhoradas e
ampliadas e a partir de 1880, Daimler e Benz constroem automóveis na Alemanha; Dunlop
aperfeiçoa o pneumático em 1888 e Henry Ford inicia a produção do seu modelo “T” em 1908, nos
Estados Unidos. Santos A. Dumont, em 1906 faz a primeira experiência com o avião.);

6ª. O desenvolvimento de novas formas de organizações capitalistas; surgem as firmas de sócios


solidários, formas típicas de organizações comerciais, cujo capital provinha dos lucros auferidos
(capitalismo industrial), e que tomavam parte ativa na direção dos negócios, deram lugar ao
capitalismo financeiro (a dominação da indústria pelas inversões bancárias e instituições
financeiras e de crédito; a formação de imensas acumulações de capital, provenientes de trustes e
fusões de empresas; a separação entre a propriedade particular e a direção das empresas e o
desenvolvimento das Holding Companies).

7ª. A expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental até o Extremo Oriente.
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(10) Em resumo podemos apontar que a Revolução Industrial trouxe, no lugar da calma até então
produção artesanal: transferência da habilidade do artesão para a máquina, que passou a produzir
com maior rapidez em maior quantidade e melhor qualidade, possibilitando uma redução no custo
e tempo de produção, e a substituição da força animal ou do músculo humano pela maior potencia
da máquina à vapor, e depois pelos motores, que permitia produzir em escala com maior economia
de esforços.

(11) Surge o fenômeno de maquinização das oficinas, -- rápido e intenso – que provocou uma série
de fusões de pequenas oficinas que passaram a integrar outras maiores, as quais aos poucos foram
crescendo e transformaram-se em fábricas.

(12) O crescimento foi acelerado graças a diminuição dos custos de produção, que propiciou preços
competitivos e um alargamento do mercado consumidor da época. Isso aumentou a demanda de
produção e, ao contrário do que se previa na ocasião, as máquinas não substituíram totalmente o
homem, mas deram-lhe melhores condições de produção.

(13) O homem foi em parte substituído pela máquina naquelas tarefas em que se podia mecanizar
a produção e a acelerar pela repetição.

3. A origem da Teoria das Organizações com o surgimento da TGA


(14) O Século XX inicia-se e se assiste a uma monumental evolução de inovações e mudanças no
cenário empresarial. Na realidade o mundo estava mudando. E as empresas também. Como
comenta Chiavenato: “passaram a surgir o conjunto de condições que pudesse, dar origem à Teoria
Administrativa (Teoria Geral da Administração), que veio dar forma ao desenvolvimento dos
principios, regras, sistemas e práticas de administração que passam a prevalecer como técnicas e
tecnologias de condução das organizações dai para frente”.

(15) Considera-se assim, que a Revolução Industrial produziu o contexto industrial, tecnológico,
social, politico e econômico de situações, problemas e variáveis a partir do qual teria inicio a Teoria
Geral da Administração, que veio principalmente fazer com que as formas de administração
rudimentares fossem substituídas por novos modelos, estes calcados em estudos científicos,
analíticos e racionais, trazendo em conjunto o respectivo desenvolvimento das organizações
empresariais.

(16) A TGA (Teoria Geral da Administração), deu a partida para que a administração até então
praticada de forma empírica, fosse levada em consideração como uma ciência, esta social aplicada.

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(17) Este feito se deu dado à administração passar a ser desenvolvida, após período de conclusão
da Revolução Industrial, com base em estudos, análise dos seus fatos e ações administrativas de
forma cientifica, formando-se então um corpo de doutrinas, principios, leis, regras e fundamentos
devidamente experimentados e testados e validados pelos estudiosos, que se preocupavam em
tentar conhecer e operacionalizar o melhor meio de se conduzir uma indústria, para que esta
atingisse a eficiência e eficácia organizacional.

(18) A TGA, pois, forma então diversas Escolas do Pensamento e Aplicação da administração ao
longo do tempo.

(19) Surgem duas escolas iniciais quase que em paralelo que deram o ponto de partida para a
formação da Ciência da Administração. Essas escolas de administração foram denominadas de
Administração Cientifica, fundamentada por um engenheiro mecânico americano de nome
Frederick Winslow Taylor, mas conhecido por Taylor, e de Escola Clássica, fundamentada também
por um engenheiro esse metalúrgico francês, chamado de Henry Fayol, mas conhecido por Fayol.

Nota 2:

Taylor, podemos dizer, foi o precursor da abordagem da administração como ciência. Surge através dele a
Teoria da Administração Científica, que vem a se preocupar em aumentar a eficiência da indústria através
inicialmente da racionalização do trabalho do operário, isto aproximadamente em 1902. Em paralelo, surge
na França, surge Fayol que desenvolveu a Teoria Clássica da Administração, isto por volta de 1911, cuja
preocupação é a de aumentar a eficiência da empresa através da sua organização e da aplicação de
principios gerais de administração em bases cientificas. Embora Taylor e Fayol fossem os pioneiros da Teoria
Geral da Administração, eles não se comunicavam entre si, pois Taylor trabalhava e residia nos Estados
Unidos e Fayol na França. Também partiram no estudo da administração de pontos de vistas diferentes, mas
vamos dizer assim complementares. Mas o certo é que eles deram partida à criação das primeiras escolas da
administração, cujos postulados dominaram aproximadamente as quatro primeiras décadas do século XX,
no panorama da administração*.

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Nota 3:

A TGA se inicia assim através desses dois estudiosos da administração e pioneiros. De um lado a Escola da
Administração Cientifica, desenvolvida nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor. (Essa escola era
formada, principalmente por engenheiros como o próprio Taylor (1856-1915), Henry Gantt (1861-1919),
Frank Gilbreth (1868-1924) e outros. Henry Ford, o fundador da fábrica de automóveis americana Ford
Company, também está incluído entre os fundadores da Escola da Administração Cientifica, por ter aplicado
e aperfeiçoado mais adiante os principios da administração cientifica nos seus negócios). Do outro lado, já
na França, surgem os trabalhos pioneiros de Fayol, cuja corrente de estudos era chamada de Anatomistas e
Fisiologistas da Administração. Tinha a preocupação básica aumentar a eficiência da empresa através da
forma ou disposição dos órgãos (unidades de trabalho) componentes da empresa e suas inter-relações
estruturais. Dai a ênfase que se dá na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento) da organização .

Nota 4:

A preocupação básica da Administração Cientifica era realmente aumentar a produtividade da empresa


através de eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários. Dai a ênfase na análise e na divisão

do trabalho do operário, uma vez que as tarefas do cargo e o ocupante constituem a unidade fundamental
da organização. Nesse sentido, a abordagem da Administração Cientifica é uma abordagem botton up (de
baixo para cima), do operário para o supervisor/gerente, e das partes (operários e seus cargos) para o todo
(organização empresarial). Predominava atenção para o método de trabalho, e o estudo de movimentos
necessários para a execução de uma tarefa, e para o tempo padrão determinado para sua execução. Esse
cuidado analítico e detalhista permitia a especialização do operário e o reagrupamento de movimentos,
operações, tarefas, cargos e funções, que vem a ser o que se chama de Organização Racional do Trabalho
(ORT). Foi acima de tudo uma corrente de ideias desenvolvida por engenheiros, que procuravam elaborar
uma verdadeira engenharia industrial dentro de uma concepção eminentemente pragmática. A ênfase nas
tarefas é a principal característica da Administração Cientifica. (Podemos acreditar que a atividade de
O&M sem ainda ser assim denominada, conhecida e fundamentada, já poderia ser entendida já como
uma ação preconizada pela Administração Cientifica, pois por definição seu escopo de atuação ou de
realização de suas atribuições também está incluso no que Taylor desenvolvia em termos de ORT: estudo
e análise de métodos de trabalho, estudo de procedimentos e regras e estudo da melhor forma da tarefa
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ser realizado pelo profissional buscando sempre condições as mais adequadas e corretas possíveis de se
chegar a eficiência operacional).

Nota 5:

Por outro lado, a Escola Clássica fundamentada principalmente por Fayol (1841-1925), e acompanhado por
outros estudiosos, tais como James Money, Lyndal Urwick e Luther Gulick, entre outros, como o acima já
comentado, tinha por defesa a corrente de administração denominada de Anatomistas e Fisiologistas da
organização. Esta será uma abordagem inversa a da Administração Cientifica, ou seja uma abordagem top–
down, de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo para as suas partes componentes
(departamentos). A preocupação básica da Escola Clássica era aumentar a eficiência da empresa através do
acerto do desenho da forma e disposição organizacional, e ainda empregando os chamados elementos da
administração ditados por Fayol: Previsão, Organização, Direção, Coordenação e Controle (PODCC). Tinha o
cuidado com a síntese (partes organizacionais), sem perder a visão global (o conjunto dos órgãos, o todo),
para permitir que se chegasse a melhor maneira de subdividir a empresa sob a centralização de um chefe
principal. Foi uma Escola eminentemente teórica e “administrativamente” orientada, como revela Dwigth
Waldo*. A ênfase na estrutura é a sua principal característica. (Também, podemos acreditar que a
atividade de O&M sem ainda ser assim denominada, conhecida e fundamentada, já poderia ser entendida
já como uma ação preconizada pela Escola Clássica, tal como é pela Escola da Administração Cientifica.
O&M tem por atribuição também trabalhar com formatação de modelos de estruturas organizacionais,
elaboração de organogramas e funcionogramas e projetos reorganização departamental, tal como é
desenvolvido pela Escola Clássica. * Waldo, Dwight. The status and prospects of administration theory.
Washington D.C., set 1953

20) Em resumo, entende-se que a TGA, Escolas Clássicas e da Administração Cientifica, corroboram
o início das atribuições de OSM e de certa forma, estão no contexto de sua atuação, já que também
trabalham a procedimentação de tarefas e elaboração de desenhos organizacionais (estruturas de
organização.

=== Desdobramentos da Abordagem Clássica da Administração ===

Ênfase nas
Administração Taylor
Tarefas
Cientifica
Abordagem
Clássica da
Administração Teoria Ênfase na
Fayol
Clássica Estrutura

21) Será estudado pela disciplina Teoria Geral da Administração, todas as Teorias da Administração
desenvolvidas no decorrer da evolução da Administração como ciência no tempo, que em síntese
são descritas/apontadas no quadro ilustrado abaixo:
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=== Quadro de Relação das Teorias da Administração no Tempo* ===

Anos Teoria Enfoque Principal

1903................ Administração Cientifica Racionalização do trabalho no nível operacional


1909................Teoria da Burocracia Organização formal e burocracia
1916 ...............Teoria Clássica Organização formal e principios gerais de administração
1932 ...............Teoria das Relações Humanas Organização informal, motivação, liderança e comunicação
1947................Teoria Estruturalista Múltipla abordagem: organização formal e informal
1951................Teoria dos Sistemas Enfoque sistêmico e sistemas abertos
1953................Abordagem Sóciotécnica Divisão organizacional parte técnica, parte social-humana
1954................Teoria Neoclássica Organização formal e funções do administrador e principios
1957................Teoria Comportamental Autoridade, poder e processo de tomada de decisão
1962................Desenvolvimento Organizacional Mudança organizacional planejada e sistemas abertos
1973................Teoria da Contingência Análise ambiental e sistemas abertos e tecnologia

*baseado em I. Chiavenato – Teoria Geral da Administração – v. 1 – pg. 15.

22) Após o advento da última TGA, a Teoria Contingencial, nada mais surgiu. Surgiram, apenas
Movimentos em Administração que não comprovam sua validade como Ciência da Administração.
Entre outros Movimentos estão: Gestão pela Qualidade Total; Reengenharia; Empowerment;
Learning Organization; etc.

4) A Teoria das Organizações no contexto das Teorias da Administração


23) Na realidade dentro do estudo teórico (e da prática) da administração, para o administrador
que o emprega, para suporte de conhecimento à condução eficiente e eficaz das organizações, o
que interessa e vale como base dos principios a serem seguidos e adotados, é o que dizem e
instruem cada Teoria da Administração em particular desenvolvida.

(24) O Administrador tenta realizar um projeto ou trabalho de administração utilizando-se ou


colocando em prática, as diretrizes de uma ou outra Teoria Geral da Administração que ele ache
conveniente, possível de ser aplicada ou seguida, conforme o enfoque a ser adotado.

(Por exemplo: um Administrador que irá desenvolver um trabalho de OSM -- Organização, Sistemas
e Métodos - conforme o tipo de projeto a ser realizado, escolhe o conjunto de instruções ou
ensinamentos que uma ou outra Teoria da Administração lhe possibilite executar o projeto da
melhor forma possível. Ele analisa e decide adotar as diretrizes que ele percebe serem as melhores,
e estas podendo ser referencias ao que estabelece uma ou mais escolas da administração. Para um
trabalho ou Projeto de Normatização, por exemplo, certamente o Administrador contará com
grande ajuda para executá-lo tendo auxilio do que diz a Teoria da Burocracia e a Teoria Clássica.
Desta forma, é assim que OSM tradicionalmente trabalha. Porém, muitas das vezes o trabalho ou
projeto de OSM pode não gerar resultados esperados, pois a questão das relações humanas não foi

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muito bem observada e aquelas frase que diz que “se administra tudo, menos comportamento”
ocorre e prejudica em termos de resultado o projeto de OSM operacionalizado).

(25) A Teoria das Organizações parte do pressuposto que não só basta operar a técnica
estabelecida por uma dada Teoria da Administração para se realizar um projeto de OSM com
resultado esperado ou significativo. O lado humano ou comportamental dos agentes que
participam do contexto de operação dos trabalhos a serem desenvolvidos, é também de grande
importância de serem observados.

(26) A Teoria das Organizações está inserida no conjunto das Teorias de Administração, sendo
assim devendo ser considerada como valor para instruir sobre as questões comportamentais e de
moral que cada escola de administração certamente possui e que muitas das vezes não é retratada
pela própria Escola.

(27) Fica ai, dessa forma, a importância da atividade de OSM estudar e interpretar o que revela a
Teoria das Organizações, como forma de perceber que não só questões técnicas ou tecnológicas na
realização de um projeto devem ser levadas em consideração. A há necessidade de se estudar
também o lado humano, o lado da relação humana que poderá afetar a técnica operacionalizada
para realizar um dado projeto baseado em conceitos de uma ou mais teoria da administração.

5) Sobre a TO: O que diz três grandes autores da Administração


(28) Por entendimento do que trata a chamada Teoria das Organizações, se apresentam três
grandes autores brasileiros que redigem sobre ela e mostram de certo modo como ela atua em
projetos de administração com enfoque em uma ou outra Teoria da Administração.

(29) É interessante, porém, comentar que nenhum desses 3 autores conseguem dissertar sobre a
Teoria das Organizações dentro de uma mesma razão ou conceitos igualitários.

(30) Os autores diferem assim, entre si, sobre o modo como veem ou enxergam a Teoria das
Organizações (TO), dentro da sua forma original de ser, ou a de expor os conceitos aplicados.

(31.1) Idalberto Chiavenato*: este autor considera que a Teoria da Organização tem os seus
pressupostos extraídos da Teoria Clássica da Administração fundamentada por H. Fayol e seus
seguidores. Diz que a Teoria Clássica põe exagerada ênfase na Estrutura ao tratar da Administração
e da Organização. Assim, o lado comportamental não é levado em consideração.

Nota 6:

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Chiavenato* coloca o fato que a Teoria das Organizações está fundamentada no estudo das
estruturas organizacionais e na sua forma de serem aplicadas na empresa. A concepção das
estruturas organizacionais é bastante influenciada pelas concepções antigas ou tradicionais,
rígidas e hierarquizadas, tais como as organizações militares e organizações eclesiásticas.
Mooney** seguidor de Fayol, e considerado o inovador da Teoria da Organização, fez um
levantamento histórico das estruturas de organização, procurando localizar organização nas
estruturas militares e eclesiásticas as origens da moderna estrutura industrial. Para Mooney, a
organização é a forma de toda associação humana para a realização de um fim comum. A técnica
de organização pode ser considerada como uma técnica de correlacionar atividades específicas ou
funções num todo coordenado. Dai a importância que assume a coordenação. Para Mooney, como
para Fayol e Urwick, a organização militar é o modelo do comportamento administrativo.

Os principais aspectos da Teoria da Organização para Fayol são tratados por alguns dos seus
principios gerais de administração, a saber: - Divisão do trabalho (principio este, também
conhecido pelo da especialização necessária à eficiência na utilização das pessoas. Consiste na
designação de tarefas especificas a cada uma das partes da organização); – Autoridade e
responsabilidade (autoridade é o poder derivado da posição ocupada pela pessoa – autoridade
oficial – e deve ser com a inteligência, experiência, valor moral da pessoa – autoridade pessoal --
combinada); – Unidade de comando (uma pessoa deve receber ordens de um e apenas um único
superior. É o principio da autoridade única); - Unidade de direção (é o principio segundo o qual
cada grupo que tem o mesmo objetivo deve ter um só chefe, um só plano); - Centralização (refere-
se a centralização da autoridade no topo da hierarquia da organização); - Hierarquia ou Cadeia
Escalar (deve haver uma linha de autoridade do escalão mais alto ao escalão mais baixo da
organização. toda ordem passa por todos os escalões intermediários até chegar ao ponto onde
deve ser executada; é a cadeia escalar ou princípio escalar).

** James Mooney, The Principles of Organizations. * Chiavenato I. Teoria geral da administração. Vol. 1 – 4ª. ed. São
Paulo: Makron book, 1993

Cadeia de Comando Cadeia Escalar

Presidente A

B C
Diretor

D E

Gerente
F G

Chefe
H I
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Supervisor

(31.2) Fernando Motta*: já estabelece, também como um dos principais autores da TO uma forma
de caracterizar a Teoria das Organizações sobre um prisma diferente de Chiavenato sem, contudo,
não deixar de fixar que as Teorias de Administração (TGAs), são o berço de origem do contexto
teórico das organizações. Estabelece que a passagem da Teoria Geral da Administração Cientifica
(Taylor) e Teoria Geral Clássica da Administração (Fayol) para a Escola de Relações Humanas
corresponde a um deslocamento da atenção da organização formal para a informal e uma certa
“psicologização” das relações de trabalho. Diz que a influência da Escola das Relações Humanas
sobre o desenvolvimento das demais posteriores teorias da administração, foi muito grande na
medida em que inaugurou a importância da preocupação psicossocial na realização de projetos ou
trabalhos organizacionais. (estando ai incluídos os Projetos de OSM). Para Motta, existe um
determinado momento de transição que se observa da Teoria Geral da Administração para a Teoria
da Organização. Esse momento vem através do que rediz a obra de March e Simon**, quando
existe a tentativa de se estudar o sistema social (empresa e relações com a sociedade ao redor) em
que a administração se insere, com vistas a se chegar a maior eficiência, face às determinações
estruturais e comportamentais a serem trabalhadas. Na transição, a anterior preocupação tão
somente com a produtividade que é o objetivo básico de todas as teorias de administração, dá
lugar à preocupação com a eficiência do sistema organizacional como um todo. Passa a fazer parte
à administração produtiva das empresas o estudo também de questões tratadas pelas ciências
humanas, principalmente fatores constantes da psicologia social, sociologia aplicada e ciência
politica. March e Simon entendem que a administração não possui controle total sobre os fatores
psicossociais e culturais e políticos que exercem influencia sobre regras, princípios, doutrinas
ditadas pelas teorias da administração. A organização empresarial é entendida como uma rede de
tomada de decisões.

A eficiência dessa rede dependerá da articulação de diversos fatores estruturais e


comportamentais (psicológicos e sociais). Simon** estuda em detalhe o processo decisório e
especialmente os limites da racionalidade nesse processo. Como resultado desenvolve-se uma
linha teórica que tem no processo decisório o seu centro de atenção. Esta linha teórica ficou
conhecida como “behaviorismo”, cujo teor leva a promover uma nova fundamentação teórica
denominada determinando-se como campo da teoria das organizações. Na realidade, esses
estudos são desenvolvidos a partir da Segunda Guerra Mundial onde a teoria das organizações é
fruto de uma mutação na teoria da administração a partir da evolução da Sociologia, da Ciência
Politica e da Psicologia Social. A teoria organizacional reflete também o poder crescente da elite
tecnoburocrática nos países de cunho capitalista monopolista de Estado que influenciam na vida
organizacional. Dessa forma a Teoria das Organizações traz a necessidade dos administradores,
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consultores ou profissionais responsáveis por realizar projetos de OSM, entender também essa
parte da teoria da administração, a teoria das organizações, nos estudos de fatores de que a
mesma trata e que envolvem, dentre outros não menos importantes, questões voltadas a
comportamento organizacional e humano, cultura organizacional, ética, moral, processo decisório,
autoridade e poder, responsabilidade social e politica de governança constante de uma empresa
para qual se esteja ativando ações de busca de politica de governança constante de uma empresa
para qual se esteja ativando ações de busca da eficiência e da eficácia organizacional de ordem
empresarial pela ação/operação de OSM.

31.3) Beatriz Wahrlich*: esta grande autora, por fim, escreve sobre a Teoria das Organizações
tendo uma visão um tanto quanto diferenciada da visão de Chiavenato e da de Motta. Ela não
renega ou troca ou substitui, a Teoria Geral da Administração pela Teoria das Organizações. Sua
ideia é a de conceituar a Teoria das Organizações partindo do estudo dos diversos campos teóricos
que a as Escolas que compõem a Teoria Geral da Administração ditam. Wahrlich em seus estudos
relata que as concepções sob as quais a teoria de organização pode ser apreciada se enquadram
quatro categorias principais: a concepção dos engenheiros; a concepção anatômica; a concepção
dos psicólogos, e a concepção dos sociólogos.

a) A Concepção dos Engenheiros (Organização de Baixo para Cima): Diz Wahrlich que os integrantes
dessa categoria, que ela denomina de Escola, são chamados de Engenheiros da Organização. Essa
escola tem por fundador principal Frederick Winslow. Gantt, Barth, Gilbreth e Person seguem os
Principios da Administração Cientifica definidos por Taylor. Os Engenheiros da Organização são
profissionais que atacam os problemas da organização partindo da unidade fundamental da qual se
originam todas as organizações humanas – a função e o seu ocupante – e dela prosseguiram na
constituição da estrutura até o topo. Isso significa dizer, que os estudos da administração científica
trabalham o botton up, da organização do chão de indústria (nível operacional) ao nível maior da
direção da empresa.

* Motta, Fernando Prestes. Teoria geral da administração. Vol. 1 – 4ª. ed. São Paulo: Makron book, 1993.
** J. G. March e H.A. Simon. Organizations / ** Simon. Herbert. O comportamento administrativo. Rio de Janeiro: FGV,
1998.

Como base de estudo operacional, se realiza a análise do trabalho, métodos e procedimentos a


serem adotados para que se atinja a eficiência e produtividade. Os engenheiros da organização
contribuem principalmente com o estabelecimento de métodos e processos lógicos para fazer
realizar tarefas ou atividades operacionais. O importante é que tudo aquilo que a escola dos
Engenheiros da Organização estudou e teorizou é de grande valia à aplicação de OSM nas
organizações. Assim, cabe aqui frisar que o profissional de OSM deverá ler, estudar as soluções já
adotadas pelos engenheiros como categoriza Beatriz Wahrlich* sobre o que dispõe a escola
mecanicista preconizada por Taylor e seus seguidores.

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b) A Concepção dos Anatomistas ou Concepção Anatômica (Organização de Cima para Baixo):


Comenta Wahrlich que a Teoria da Organização no que toca a escola anatômica traz consigo
diversos ensinamentos que tais como a concepção dos Engenheiros de Organização, são
importantes para narração dos problemas e soluções no tocante as formas e disposições
organizacionais com as inter-relações estruturais das partes. Diz ainda a autora que a quem muito
se deve a literatura sobre organização a esta escola da anatomia organizacional que dá ênfase a
análise dos problemas organizacionais no sentido top down (de cima para baixo), contrastando
com o ponto de vista dos engenheiros. Os anatomistas de organização são decididamente
“administrativamente orientados”. Olham a organização como um sistema de subdividir a empresa
por partes, e o todo sendo a liderança do chefe principal. Retratam, portanto aos chamados
organogramas que possibilitam formalizar os diversos tipos de estruturas organizacionais (formas
de organização) possíveis de implementação. Os principais autores e pesquisadores que
contribuíram para a formação da escola anatômica foram Fayol, Gulick, Urwick, Mooney e Schuyler
Wallace. Essa escola em primeiro lugar define o que é organização, na visão de seus autores,
principalmente Henry Fayol. Em segundo lugar demonstra de modo geral como organizar. Em
terceiro lugar como dividir o trabalho e chegar a especialização, estudando-se ainda como dividir o
trabalho à base da autoridade e responsabilidade e tendo como base dividir também o trabalho de
acordo com a diferenciação entre os diversos tipos de tarefas. Em quarto lugar, ensina até que
ponto se deve levar a departamentalização sob os diversos critérios possíveis de serem adotados.
Em quinto lugar demostra como coordenar. Desta forma, podemos inferir que a escola dos
Anatomistas tem tudo a ver com o “O “(Organização) de OSM. Possibilita para os profissionais de
OSM, estudando a teoria das Organizações, determinada base teórica para entender e estar
devidamente instruídos sobre como organizar ou reorganizar uma empresa, nas suas diversas
técnicas e ferramentas de organização possíveis de serem ativadas.

b) A Concepção dos Psicólogos (ênfase no elemento humano na organização): expõe Wahrlich que
os psicólogos seriam, com mais propriedade, denominados psicólogos sociais, estando também
neste caso o grupo dos que são chamados de sociólogos da organização. Só que assim não seria o
mais correto, pois esses dois grupos apresentam características distintas entre si, o que sugere ser
mais indicado trata-los separadamente. Uma diferenciação básica é a de que os psicólogos deram

* Wahrlich, Beatriz M. de Souza. Uma análise das teorias de organização. 3ª. ed. Rio de janeiro: FGV,1971

mais importância às reações individuais dos trabalhadores nas organizações, enquanto os


sociólogos concentraram sua análise no comportamento do grupo caso o grupo dos que são
chamados de sociólogos da organização. Só que assim não seria o mais correto, pois esse dois
grupos apresentam características distintas entre si, o que sugere ser mais indicado trata-los
separadamente. Uma diferenciação básica é a de que os psicólogos deram mais importância às
reações individuais dos trabalhadores nas organizações, enquanto os sociólogos concentraram sua
análise no comportamento do grupo. Os psicólogos da organização interessam-se pelo estudo da
organização como um sistema de controle baseado no reconhecimento das motivações dos
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indivíduos. Assim encaram a organização como algo dinâmico, contrastando com o conteúdo
estático dos engenheiros e dos anatomistas. Como aponta Urwick* citando Mary Parker, os
psicólogos da organização preocupam-se com a coisa em processamento e não com seus aspectos
estruturais. Na realidade é importante observar, que se deve aos psicólogos da organização os
seguintes preceitos: -

- Organização constitui, fatalmente, o resultado de uma série de transigências que levam em conta
um número infinito de possibilidades em torno de uma situação especifica ou única.

- Organização é uma força viva, móvel e fluida, em constante mutação.

– Organização representa pessoas que regem a respondem a estímulos individuais, que não podem
ser definidos com precisão. O expoente e fundadora dessa escola dos psicólogos da organização é
Mary Parker Follet*.

Nota : parei aqui

Foi Follet que forçou a separação dos psicólogos dos sociólogos, dando ênfase para formalizar a
escola dos psicólogos sociais. Ela convencionou a formação de três grandes aspectos
organizacionais. Estes deveriam fazer com que os dirigentes de empresa desse a devida atenção:
1º.) Todos os problemas organizacionais onde quer que ocorram, constituem, fundamentalmente,
problemas de relações humanas;

2º.) Conquanto cada ser humano seja diferente, verifica-se nas reações humanas em situações
semelhantes, um fator comum, suficientemente grande para permitir a formulação de principios de
administração;

3º.) Consequentemente todos os principios de administração* precisam ser considerados e


aplicados onde quer que haja necessidade de organizar atividades humanas para a obtenção de um
objetivo.

Follet foi considerada a mãe da


administração norte americana,
dados os seus estudos avançados
sobre administração pública e
privada.

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17) Mary Parker Follet apresenta ainda em seus estudos organizacionais, princípios de organização
e também diversos outros conceitos adequados à análise dos problemas organizacionais dado a
visão que se atribuía a psicologia organizacional no tocante a esses problemas e a qual ela
dominava.

17.1) Primeiro principio 🡪 Correlação de controles: a coordenação através do contato direto dos
responsáveis pelo assunto quer dizer maior número de inter-relações entre os dirigentes de cada
nível do que as obtidas com simples utilização da escala hierárquica; tudo isto significa que os
acertos devem ser feitos diretamente pelos que tem autoridade para resolver a questão;
17.2) Segundo principio 🡪 Coordenação nos níveis mais baixos: o contato direto entre os
responsáveis deve iniciar-se na primeiras fases do processo, isto é, enquanto a politica ainda esteja
sendo formulada, e não após já ter sido adotada uma orientação que poderá ter sido indevida.
Com isto ficará facilitada a integração, pois se evitará que formulação e ajustamento da politica se
desdobrem em dois ou mais processos distintos que passam a estar na mira de execução.
17.3) Terceiro principio 🡪 Coordenação pelo correlacionamento de todos os fatores de uma
situação: este principio exige combinação e correlacionamento eficientes da tarefa especial de
cada individuo e de cada subdivisão da organização. Esta interpretação de cada parte por, uma a
uma, todas as outras partes, e novamente, pelas outras partes, uma a uma, depois de terem sido
penetradas por todas, deve constituir o objetivo de toda tentativa de coordenação, objetivo que,
sem dúvida, nunca será inteiramente ou totalmente alcançado, dado as circunstancias observadas.
17.4) Quarto principio 🡪 Coordenação como um processo continuo: é o principio com que Mary
Follet encerra sua análise dos principios de organização. Salienta que a maquinaria estabelecida
para coordenação deve ser continua e não preparada para ocasiões especiais, pois experiências
isoladas

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são de pouca utilidade; não se toma sábias decisões com base em fragmentos isolados, mas
somente examinando-se as partes em relação umas com as outras.

18) Como finalização da contribuição dada por Mary Follet a Teoria das Organizações entende-se
que a filosofia de organização por ela fixada, pode ser resumida em suas próprias palavras:
“interpenetração de autoridade de autoridade ao invés de superautoridade; controle sobre fatos
mais do que sobre homens”. Reside aqui a essência de seu pensamento sobre organização. A
integração da autoridade, a interpenetração do controle, parece constituir o principal conceito de
Mary Follet.

19) Conclusão: Quem é profissional de administração e/ou pesquisador da ciência da


administração, sabe que a Teoria das Organizações nada mais é do que uma tentativa de
segmentar a Teoria Geral da Administração ou extrais dela, de determinadas Escolas da
Administração, o que reflete o pensamento dos pesquisadores mais ligados ao conhecimento do
comportamento humano. É fato de que todas as escolas e abordagens apresentadas pelas Teorias
de Administração trazem consigo o conjunto de conhecimentos apresentados pela Teoria das
Organizações, principalmente as Teorias de Administração Clássica, da Burocracia, Relações
Humanas, Comportamentalista, de Sistemas e Contingencial. Assim, quem estuda o que diz a
Teoria das Organizações, encontra todos os assuntos e temas levados em consideração na Teoria
Geral da Administração através das suas escolas e movimentos.

V) TGA ou TO: Origem de O&M?

20) Na realidade O&M (Organização e Métodos) podemos considerar sempre existiu pois para se
realizar um ou outro trabalho o mínimo de ordem e organização tem que ter, e nesse sentido,
alguma ação de O&M/OSM é operacionalizada, mesmo ainda que embrionária. Porém, mas
precisamente, a partir das ações de trabalho de produção da Revolução Industrial já existiam certas
práticas embrionárias mais enraizadas na experiência individualizada de organização do trabalho
de produção, ainda que fossem empíricas e poucas racionais. Porém, se reconhece que a Revolução
Industrial não foi em termos de organização, sistemas e métodos um período de desenvolvimento
de trabalhos organizacionais nas empresas industriais que se poderia requerer para as
organizações, ainda daquela na época. Tanto é que Taylor teve como base a idéia de estudar, no
inicio do Sec. XX, a partir da década de 1902, como o trabalho operacional de produção poderia ser
adequadamente operacionalizado, no sentido e de fazer com que houvesse eficiência e
produtividade, tudo isso dado às criticas que ele fazia da falta de organização, ordem e mesmo
eficiência das práticas de operação de tarefas que existiam nas empresas onde ele trabalhava.
Tudo isso ele dizia que era proveniente das formas como se operava as ações das empresas nos
EUA naquela época. Essas mesmas formas copiadas ou repetidas ainda do tempo da Revolução
Industrial, não tinham o trabalho ou as operações de trabalho de produção, pensados ou
arquitetados ou planejados e preparados devidamente, gerando insatisfação e, resultados de

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produção, negativos. A organização dos postos e métodos de trabalho era incipiente com a
ausência da elaboração de procedimentos lógicos e não

havendo racionalização, gerando com isso alta ineficiência, custos demasiados altos, numero
grande de desperdícios, perda considerável de tempo de produção, retrabalho em demasia e
ineficácia além da má qualidade dos produtos produzidos. Os resultados eram pífios e não
atendiam a chamada comunidade de consumidores da época em crescente demanda e evolução de
necessidades e desejos. A partir desse cenário, Taylor observa que as empresas norte-americanas
tinham que largar as práticas de trabalho antigas, inoperantes e de baixa eficiência e produtividade
provenientes ainda Revolução Industrial. Desta forma Taylor estabelece a chamada Administração
Cientifica que teve como causa à eliminação das práticas de organização do trabalho inadequadas
executadas no período da Revolução Industrial.

Nota 6*: Frederick Winslow Taylor (1856-1915) foi um verdadeiro gênio da organização e
administração cientifica do trabalho. Fundou a Teoria da Administração Cientifica. Taylor iniciou
suas experiências e estudos pelo trabalho do operário, e mais tarde generalizou as suas conclusões
para a Administração Geral: tendo sua teoria de pesquisa e estudo do trabalho de produção
seguindo um caminho de baixo para cima (botton up), e das partes para o todo (síntese para a
análise organizacional). Chamado de Pai da Administração Cientifica, trabalhou a sua forma de ver
a realização da administração da produção e da administração geral, em dois momentos da vida
como profissional: o primeiro momento, se deu com a edição do seu livro Shop Management
(Administração de Oficinas) (1903)**, onde ele se preocupava exclusivamente com as técnicas de
racionalização do trabalho do operário, através do estudo de tempos e movimentos (motion-time
study). Tendo por base seus estudos nesse 1º. Momento Taylor fixa as seguintes regras de
organização: 1º.) O objetivo de uma boa administração é pagar salários altos e ter baixos custos
unitários de produção. 2ª.) A administração deve aplicar métodos científicos de pesquisa e
experimentação, a fim de formular principios e estabelecer processos padronizados que permitam
o controle de operações fabris. 3ª.) Os empregados devem ser cientificamente colocados em
serviços ou postos em que os materiais e as condições de trabalho sejam cientificamente
selecionados, para que as normas possam ser cumpridas. 4ª.) Os empregados devem ser
cientificamente adestrados para aperfeiçoar suas aptidões e, portanto, executar um serviço ou
tarefa de modo que a produção seja cumprida com eficiência. 5ª.) Uma atmosfera de cooperação
deve ser cultivada entre a Administração e os trabalhadores, para garantir a continuidade desse
ambiente psicológico que possibilite a aplicação dos princípios estabelecidos. O segundo período de
Taylor, corresponde à época da publicação do seu livro Principios da Administração
Cientifica***(1911), quando concluiu que a racionalização do trabalho operário deveria ser
logicamente acompanhada de uma estruturação geral da empresa que tornasse coerente a
aplicação dos seus principios, estes configurados de modo geral como: - divisão do trabalho para
levar a ordem e a especialização; seleção rigorosa para escolher os melhores; treinamento e
retreinamento constante e incentivo salarial.

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*Chiavenato, I. Teoria geral de administração. Vol. 1 – São Paulo: Makron-book, 1999.


**Frederick, Taylor. Shop Management. New York: Harper & Brother, 1903.
***Frederick, Taylor. The principles of scientific management. New York, Harper & Brother, 1911.

Nesse período Taylor foi mais longe e desenvolveu também estudos relacionados com a
Administração geral, a qual denominou de Administração cientifica sem deixar, contudo sua
preocupação com relação ao conjunto de todas as atividades à tarefa do operário. Taylor
assegurava que as indústrias de sua época padeciam de três tipos de problemas: - Vadiagem
sistemática por parte dos operários que reduziam propositadamente a produção a cerca de um
terço da que seria normal, para evitar a redução de tarifas de salários pela gerencia; - -
Desconhecimento, pela gerencia, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua
realização e, - Falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho. – Falta de uniformidade
das técnicas e métodos de trabalho.

VI) Surgimento de O&M/OSM e Período de evolução

21) Araújo* expõe de que em levantamento realizado sob o patrocínio do Núcleo de Pesquisas e
Publicações da FGV São Paulo, descobriu-se que o termo organização e métodos foi descrito em um
trabalho elaborado por Thomas Woodrow Wilson, cientista politico e então professor da
Universidade de Princeton. Wilson, ainda aos 21 anos, não imaginava ser governador do Estado de
New Jersey e muito menos presidente dos EUA por dois períodos (1913 a 1921). Ele foi o vigésimo
oitavo presidente dos EUA. Advogava a idéia de que a administração era o governo em ação: era o
ramo executivo; era aquele que realizava a parte mais visível do governo. Logo no início de seu
trabalho Wilson diz que “..... o chamado movimento de reforma civil, ora em manobra, uma vez
atingido o seu principal objetivo, deverá voltar-se para o aperfeiçoamento não só do pessoal, mas
também de organização e métodos de nossas repartições”. E, mais adiante, repete: “Com efeito o
pessoal de um lado e a organização e os métodos de outro....” Conforme, porém, relata Morgado
Mattos* *em seu livro Organização Global, a expressão “organização e métodos”, conhecida pela
sigla O&M, é de origem britânica criada pela famosa Divisão de Organização e Métodos do
Ministério da Fazenda da Grã Bretanha. O Livro publicado em 1954 pelo Tesouro Britânico***
explica que o governo da época criou o cargo de “Officer and Organization and Methods” para se
responsabilizar pelo estudo e elaboração de unidades de trabalho e métodos e processos de
rotinas operacionais e administrativas do órgão.
A ONU (Organização das Nações Unidas), criada na década
de 40 na cidade de Nova York, desenvolveu um trabalho de
remodelação na década de 50, visando aperfeiçoamento de
sua estrutura de funcionamento. É sabido que profissionais
de O&M da Grã Bretanha foram solicitados para planejar e
implantar a nova estrutura de organização e de métodos
desejada. Formou-se uma equipe e para lá foi trabalhar.
* Araújo, Luis César Gonçalves de. Organização e Métodos: integrando
comportamento, estrutura e tecnologia. 2ª. ed. São Paulo: Atlas, 1985 . ** Matos, Alexandre Morgado. Organização:

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uma visão global: introdução – arte – ciência. 2ª. 2ª. ed. Rio de Janeiro: FGV,1978. *** ______Grã Bretanha. The
Practice of O&M. London. Her Majesty ‘s Stationery Office. 1965

Essa novo cargo trouxe uma função bastante valiosa que desenvolveu diversos trabalhos com o
objetivo de organizar, reorganizar, estruturar e sistematizar o conjunto de tarefas e atividades
desenvolvidas pelo Tesouro Britânico no sentido de se obter racionalização, manualização de
procedimentos modos padronizados de se realizar os trabalhos constantes da administração
pública britânica em geral. O sucesso da função de O&M foi grande e se espalhou o seu modelo de
atuação para outros países da Europa e França e Espanha.

22) Na ONU, profissionais de O&M vindos da Inglaterra passaram também a dar cursos
internamente de O&M para os funcionários da própria Organização, visando formar uma equipe
própria para montar uma unidade organizacional que passaria a manter os trabalhos repensados e
renovados.

23) O trabalho feito na ONU pelos técnicos de O&M da Inglaterra repercutiu enorme sucesso e
muitos deles foram contratados e se tornaram consultores de O&M da ONU, para trabalhar em
projetos de organização da administração pública nas nações afiliadas a ONU no mundo inteiro.
Um desses técnicos, por solicitação da Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação
Getúlio Vargas (EBAP-FGV), chamado Harry Muller, veio dar um curso de O&M no Brasil na FGV/RJ.
Ele na realidade era um dos consultores de O&M da ONU e ainda como Professor atuou dando
aulas no curso de Administração Pública da FGV, bem como, realizava consultorias de O&M às
empresas brasileiras do Rio de Janeiro e São Paulo. Harry Muller foi quem escreveu o primeiro livro
de O&M no Brasil* e aqui fixou residência no bairro de Copacabana já casado com uma brasileira
tendo passado a exercer o cargo de professor da EBAP-FGV/RJ.

24) Um outro profissional de O&M, Luciano Ronchi, este brasileiro e engenheiro de formação,
atuando como especialista das Nações Unidas para o “Programa de Treinamento em Análise
Administrativa”, quando em missão junto ao banco do Nordeste, escreveu um livro sobre O&M **
sendo considerado este mesmo livro como uns dos textos iniciais escrito por autor brasileiro, isto
com a finalidade de preparar equipes de analistas administrativos do banco.

24) Através dos ensinamentos teóricos e práticos de O&M ministrados, a EBAP fixou na grade do
seu curso de bacharelado em Administração Pública a disciplina de O&M (hoje com o nome de
Organização, Sistemas e Métodos), que logo após foi inserida na grade curricular de todos os
cursos superiores de Administração das Universidades e Faculdades do Brasil, tendo o Conselho
Federal de Administração, posicionado na sua grade de profissionais de administração o
profissional de organização e métodos (Analista de O&M), como uma das especialidades de
formação profissional do administrador bacharel. O&M até os dias de hoje, tem o seu período de
evolução bastante acentuado. Esse período é formado pela diferenciação dos diversos
nomes/títulos dados ao profissional de organização e métodos de acordo com tempo exercido na
profissão, isto dado as constantes revoluções organizacionais que ocorrem, mudando-se o modo de
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se administrar as empresas (sejam públicas ou privadas), com o surgimento de novas tecnologias e


modos de produção e novas estruturas. * Muller, Henry. O&M. Rio de Janeiro: FGV, 1969. **Ronchi, Luciano.
Organização e Métodos e Mecanização. 6ª. ed. São Paulo: Atlas,1976.

A seguir, abaixo, sem desejar esgotar sobre o assunto, será demonstrada a evolução* de O&M
baseada na formulação de cargos que ao profissional de O&M tem sido conferido. ( * Esta evolução de
O&M ao longo do tempo faz parte de uma pesquisa do Adm. Marcos Otávio Dias Calazans, cuja profissão foi a de
analista, gerente e consultor de O&M/OSM por mais de 35 anos tendo passado nesse período por 17 empresas sempre
atuando como profissional na área de organização, tendo tido como professores os maiores mestres em O&M
(Nogueira de Farias, Claudia Nogueira de Farias e Alexandre Morgado Mattos). Foi também, por 10 anos, professor
responsável pela disciplina de Métodos e Processos do Curso de O&M da FGV/EBAPE-Cademp- Rio/RJ).

- Officer of O&M (Oficial de O&M) = Década de 1950: podemos considerar que esse é o período
inicial ou 1º. Período da existência do profissional de O&M. Porém este profissional ainda não
estava presente no Brasil. Ele se apresentava na Inglaterra, alguns países da Europa (França e
Espanha, principalmente) e na ONU nos EUA.

- Técnico de O&M = Década de 1960: neste 1º. Período já existia no Brasil alguns profissionais que
tinham feito o curso de O&M na EBAP-FGV/RJ. Começavam a ir trabalhar como profissional de
O&M em algumas empresas fabris no Brasil, recebendo o título de técnico.

- Analista de O&M = Década de 1970 a 1980: Neste 2º. Período em que surge concretamente o
nome de Analista de O&M para o profissional normalmente formado em Administração, com
estágio na área de O&M que passa a trabalhar não só em indústria, mas nas organizações de
serviços, comerciais e também de consultoria. Os Departamentos de RH das empresas passam a
registrar nos seus planos de cargos e salários o cargo de Analista de O&M nas suas diversas classes,
tendo sido registrado: Analista de O&M Trainee (de zero a 1 ano de experiência profissional com
formação superior em administração ); Analista Júnior (> 1 < 3 anos de experiência profissional);
Analista Pleno (>3 <5 anos); Analista Sênior (>5 < 10 anos); Analista Master ou Gerente de O&M (>
10 anos).

- Analista de Métodos ou Analista de Sistema e Métodos = Década de 1980 a 1990: Nesse


3º. Período surge os diversos projetos de informatização das atividades e tarefas das organizações.
Instalam-se os Departamentos de Informática (antigos CPDs.), na maioria das empresas que
passam a desenvolver planos de sistemas de informação e informação gerencial para dar suporte
aos processos de tomada de decisão executados. Bancos de dados são gerados e começa-se a
informatizar rotinas de trabalho visando automação, economia de custos e produtividade. O
Analista de O&M passa também atuar junto com os Analistas de Sistemas como o nome de
Analista de Métodos ou de Sistemas e Métodos. Os analistas de sistemas especificavam os
sistemas de informação e desenvolviam sua codificação/programação e instalação nos
computadores, bem como, rodagem e testes dos sistemas desenvolvidos. Os analistas de sistema e
métodos tinham por função elaborar os Manuais de Operação dos sistemas (MOs), Manual do

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Usuário (MU) e treinamento dos usuários na operação/manipulação dos sistemas desenvolvidos.


Passa também a existir o Analista de O&M com o titulo de Analista de Organização, que passa a
cuidar da parte de estrutura das empresas (organogramas e funcionogramas), trabalhos de
racionalização e manutenção dos manuais de organização, procedimentos e instruções de serviço.
Obs: Nas Faculdades as grades do curso de administração passam a adotar do antigo nome da
disciplina de O&M para OSM, e os livros didáticos também passam a titular em suas capas OSM ao
invés de O&M. Um grande autor de O&M, nessa época edita dois interessantes livros: O&M
Integrado a Informática e a Arte de Organizar para Informatizar.

- Analista de Negócios ou Analista de Negócios da Informação = Década de 1990 a 2000: nesse


momento o Analista de Sistemas e Métodos passa a ter uma outra função a de Analista de
Negócios ou Analista de Negócios da Informação. Ele agora passa a também pesquisar/levantar na
empresa a necessidade de sistemas de informação e/ou informações junto aos diversos usuários.
Passa a desenhar os sistemas, relatar as informações ou relatórios que os sistemas têm de produzir
conforme demanda dos usuários. Todo esse trabalho é repassado para o Analista de Sistema que
tem por responsabilidade desenvolver o projeto físico, a codificação/programa (softwares
correspondentes), e a instalação e rodagem do sistema nos hardwares indicados.

- Analista de Processos = Década de 2000 até o momento: temos agora o tradicional Analista de
O&M como Analista de Processos que passa a trabalhar com diversas operações voltadas à análise
de processos (fluxos de rotinas ou atividades), visando sua criação, racionalização, sistematização e
manualização. Alguns desses analistas passam também a serem aproveitados para a elaboração da
auditoria de procedimentos internos (avaliação de controles internos), bem como, participantes de
equipe de consultores internos para a elaboração e implantação de projetos de compliance.

Nota 7: A evolução de O&M/OSM durante o tempo que leva até aos dias de hoje não significa dizer
que a sua função básica de promover ações de organização e métodos tradicionais, não existam
mais, ou deixaram de ser praticadas ou delas não mais se necessitará. Elas continuam a serem
importantes e exercidas ou executadas por todo o período de tempo de evolução ou de
modificações ou de complementações ou de aperfeiçoamentos porque passa O&M/OSM. Assim
trabalhos ou projetos de estruturação/reestruturação organizacional, estudos e análises de
especificações de métodos de trabalhos, sejam eles manualizados ou informatizados, visando a
obter novos roteiros de execução de tarefas, ou de melhoramento/aperfeiçoamento destas
continuam a serem operacionalizados, seja por profissionais especialistas em OSM, ou por outros
que apesar de não serem especialistas são direcionados a fazer os trabalhos seja por necessidade
própria ou por comando de chefia superior. OSM, sempre vai existir com todo o avanço que a
tecnologia organizacional poderá trazer para as empresas atuarem com automação, robotização e
já a mesma tão famosa Indústria 4.0 e suas ferramentas avançadas de execução. Organização,
métodos e sistemas sempre existirão como ações a serem executadas para promover ordem,
disciplina, eficiência e eficácia organizacionais. Está claro que novos modos ou modelos para
produzir OSM sempre estarão passíveis de serem descobertos e aplicados. Há algum tempo atrás,
OSM teve um abalo muito grande tendo profissionais que diziam que essa função não seria mais

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necessária de ser empregada por pessoas ou profissionais especialistas. Isso ocorreu a partir do
ano 2000 quando veio à moda dois movimentos de administração denominados respectivamente
de Gestão pela Qualidade Total (GQT) e Reengenharia. E o que eles propunham fazer? Exatamente
o trabalho de organização, sistemas e métodos que OSM sempre tratou, só que sob um novo
ângulo. Esse ângulo era de que os próprios funcionários eles sozinhos sem assessoria alguma,
cuidariam da organização e métodos de suas atividades e tarefas. Ai vieram com uma porção de
ferramentas e técnicas de baboseiras tipo PDCA, Diagrama de Ishikawa, 5 Ss etc responsabilizando
aos funcionários de executá-las e promovendo um dos maiores desastre que a administração pode
ter, ou seja o desvio de função. Agora o contador, por exemplo, deveria ter também além de tratar
da contabilidade girar o tal do PDCA ou implantar as demais ferramentas trazidas pela GQT. O
tesoureiro deveria elaborar diagrama de Pareto para verificar estatisticamente qual a qualidade
de trabalho que executa. Quer dizer, só mais complicações, totalmente fora de um dos principios
mais clássicos da administração: o da Ordem Social e Material ditado há mais de cem anos por
Fayol, ou seja: “cada profissional numa função apenas um profissional para cada função”. (Função:
conjunto de atividades do mesmo conteúdo ou mesma compatibilidade). Quer dizer estragaram
com tudo, desfazendo até então o que estava dando certo e sempre deu. . (Existe até um autor que
escreveu um livro bastante interessante em titulo: “Corra que a qualidade vem ai”). Bastava
aplicar OSM corretamente. Ai veio também a Reengenharia que queria ou preconizava uma
mudança radical de tudo aquilo que uma organização construiu ao longo de sua vida. Foi também
um fracasso. Bastava. Como, já citamos acertar e aplicar corretamente OSM que as organizações
estariam na linha certa. Mas não, preferiam dar olhos as novidades e com isso teve muita
consultoria que ganhou muito dinheiro, e empresas que perderam muito com essa “burocracia” de
ferramentas e soluções inócuas que, principalmente trazia a GQT. E onde estão agora a GQT e a
Reengenharia? Quanto tempo, como novidades desastrosas que foram, duraram?

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

(1) Explique no seu modo de ver que contribuição a Teoria das Organizações traz para O&M?
(2) A TGA é formada por escolas de administração que trazem consigo teorias que fundamentam
a criação e o respectivo desenvolvimento de O&M. Liste de forma reduzida o que as escolas da
Administração Cientifica e Clássica trazem consigo que seja importante de ser observado por
O&M.
(3) Que diferença existe entre O&M e OSM?
(4) Podemos dizer que sempre a atividade de O&M estava presente mesmo empírica, desde
quando o homem primitivo existia? Justifique!
(5) Qual a diferença entre O e M de O&M?
(6) Quando você considera que efetivamente como atividade profissional O&M se originou?
(7) Hoje, O&M está mais voltado para atividade de análise de processos. O que isso significa?

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