Curso do Encceja História

Capítulo 2

PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Do campo às fábricas britânicas. E tudo mudou na organização do trabalho com a criação de grandes
fábricas mecanizadas. Entenda as origens da Revolução Industrial e porque é importante estudá-la
nesta aula do Curso do Encceja.

Antecedentes
Começamos fazendo uma viagem no tempo! Isso porque em matéria de História nada começa de
repente, e para entendermos a Revolução Industrial é muito importante saber como era o mundo
antes dela.

Até a metade do século XVIII, antes de 1750, o ser humano adaptava manualmente os recursos
naturais à suas necessidades e interesses.

As pessoas que sabiam como transformar matéria prima em utensílios eram - e ainda são chamadas
de artesãos. Por muito tempo eram eles que provinham as ferramentas, utensílios, as roupas e até
mesmo as casas nas quais as pessoas habitavam.

Exemplos de artesãos são ferreiros, ourives, pedreiros, alfaiates, entre outros. Estes profissionais
poderiam se organizar em grupos e formar guildas para aprender uns com os outros e unificar preços.

Eles também realizavam todas as etapas da produção, desde a escolha da matéria prima até a venda.

Ocorre que a partir da década de 1750 a 1760, na Inglaterra, uma nova maneira de se produzir
começa a surgir. Esse novo tipo de produção será conhecido como indústria, e é caracterizado pela
organização, padronização e aceleração da produção. O primeiro setor a sentir estas transformações
foi o têxtil, isto é, da produção de tecidos.

Costuma-se afirmar que houve três Revoluções Industriais, cada uma diferenciando-se por suas 2
tecnologias e impactos provocados na produção de bens. A primeira Revolução Industrial durou mais
ou menos entre 1750 a 1850.

Já a segunda teria surgido entre os anos de 1850 e 1950. Por fim, a Terceira Revolução Industrial
ainda vigora, embora alguns estudiosos afirmem que já vivemos em uma quarta Revolução Industrial.

Veja um resumo com o professor Raphael Carrieri sobre as características da indústria

contemporânea, para você entender o que é a Terceira Revolução Industrial.

A tecnologia vem a todo vapor! - Principais características

Segundo historiadores como Eric Hobsbawm, a origem da Revolução Industrial dependeu de uma
combinação de fatores: 1) da mentalidade capitalista britânica, isto é, no interesse dos ingleses de
acumular dinheiro; 2) dos lucros advindos de negócios, como a venda de africanos escravizados; 3)
da exploração de recursos naturais de suas colônias, como o algodão indiano, por exemplo. No século
XVIII o Reino Unido, do qual a Inglaterra faz parte, já possuía colônias na África, na América do Norte e
no oriente.

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Esta combinação de fatores possibilitou o acumulo de riqueza na mão de empresários que, por sua
vez, passaram a investir em invenções para acelerar a produção. Estes primeiros inventos foram
teares mecânicos, máquinas que uniam fios e produziam tecidos de maneira mais rápida. Isto
permitiu um crescimento da indústria têxtil e o acumulo de mais riquezas que, por sua vez, eram
reinvestidos em inventos.

Figura: Modelo de máquina de fiar hidráulica feita de madeira, utilizada durante a Revolução Industrial.
Imagem disponível em <https://cutt.ly/Qk1v2vD>, acessado em 16 de fevereiro de 2021.

Devido ao grande crescimento da produção têxtil, as zonas rurais onde camponeses trabalhavam em
terras comuns passaram a ser cercadas para a criação de ovelhas, animais que fornecem lã.

Isso fez com que muitas pessoas migrassem dos campos para as cidades, fazendo assim um
movimento de êxodo rural (saída dos campos). Estas pessoas acabavam indo trabalhar nas fábricas
que passaram a surgir.
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Outro invento que marcou a revolução industrial foi a máquina a vapor, sobretudo a desenvolvida por
James Watt. Esta invenção quando aplicada a outras máquinas utilizava a força do vapor para gerar
movimento. Isso permitia com que se produzisse mais e mais rápido.

Veja na imagem a reprodução de um dos modelos pioneiros de máquinas a vapor

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Com o passar do tempo o motor a vapor passou a ser aplicado também em meios de transporte,
como barcos e trens.

Na prática, a máquina a vapor dispensava a força humana e de outros animais para a realização de
tarefas. Com o sucesso desta tecnologia houve um aumento da procura de carvão para aquecer as
fornalhas e produzir vapor.

Este carvão era obtido na exploração de minas ou com a queima de árvores. Por este motivo afirma-
se que a Revolução Industrial acabou por contribuir com a destruição de boa parte da natureza.

Dica: Antes de continuar o texto, confira o vídeo do nosso canal sobre Revolução Industrial: https://
www.youtube.com/watch?v=NFrNx3JOXSg

Exploração dos trabalhadores

Apesar das máquinas assumirem um grande papel na produção durante a Revolução Industrial,
ainda se necessitava de mão de obra nas fábricas. Lembra daqueles camponeses que vieram para as
cidades inglesas após os cercamentos?

Então, boa parte deles acabou indo trabalhar nas fábricas e passaram a ser chamados de operários.

Figura: Retrato de James Watt, construtor a quem se atribui a invenção da moderna máquina a vapor. Na imagem Watt é retratado sentado
em uma cadeira com o braço apoiado em uma mesa na qual está a gravura de um maquinário. Disponível em https://cutt.ly/mk1bLQL,
acessada em 16 de fevereiro de 2021.

Ao contrário dos artesãos que conheciam todo o processo de confecção dos bens, os operários
trabalhavam apenas em partes especificas da produção. Este tipo de organização do trabalho permitia
uma padronização e aceleração da produção, e quanto mais se produz em menos tempo, mais se
lucra.

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Veja a seguir quadro com Adam Smith, que foi um importante pensador da época. Ele escreveu sobre
os fundamentos da economia que estava surgindo, com as regras de mercado dentro do capitalismo.

Figura: Retrato em óleo sobre tela de Adam Smith, importante economista liberal. Na imagem Adam Smith
é retrato com peruca branca e vestindo um casaco azul com grandes botões. Disponível < https://cutt.ly/
Pk1bp6t>, acessada em 16 de fevereiro de 2021.
Ocorre que esta mentalidade de buscar maior produção e de maneira mais rápida e concentrada
dentro das fábricas da época também foi responsável pela exploração de trabalhadores. As jornadas
de trabalho poderiam durar entre 14 e 16 horas por dia.

Não havia quaisquer direitos que protegessem os trabalhadores de acidentes (que eram muito
comuns) ou demissões. Era comum o emprego de crianças e mulheres que, com base no argumento
da produtividade, recebiam pagamentos menores.

Ainda assim haviam mais trabalhadores do que postos de trabalho. Isso fazia com que essas pessoas 5
fossem descartadas ou se submetessem as piores condições apenas para ter dinheiro para sustentar
a si e as suas famílias. Com o passar do tempo, trabalhadores foram unindo-se para reivindicar
melhores condições por meio de greves e até mesmo destruição das máquinas.

Responda agora às questões do Simulado Encceja sobre A Primeira Revolução Industrial

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