Você está na página 1de 4

Curso do Encceja História

Capítulo 6

ESCRAVIDÃO, RESISTÊNCIA
E ABOLICIONISMO

Escravidão, Resistência e Abolicionismo


Durou longos três séculos e meio a escravidão, a resistência, e, enfim, o abolicionismo no Brasil. São
fatos da história brasileira e suas marcas podem ser vistas até nos dias de hoje. Venha conosco
entender um pouco mais sobre este assunto nesta aula do Curso do Encceja.

Escravidão
A escravidão é uma prática que existiu em diversas sociedades ao longo do tempo. Desde a
antiguidade, durante as primeiras civilizações, até há pouco mais de um século havia pessoas
que trabalhavam obrigatoriamente para outras. Porém, em cada contexto a escravidão tinha
características e significados diferentes.

Grécia e Roma antigas eram sociedades escravocratas. Assim também era o Egito. Muitos reinos
africanos tinham também escravos. Contudo, a escravidão colonial praticada durante o século XVI
e até o século XIX por reinos europeus e países nas três Américas diferenciava-se de todas estas da
Antiguidade.

A Escravidão de negros africanos forçados a


trabalhar em outros continentes fazia parte
da mentalidade mercantilista que florescia na 2
Europa naquele período inicial, nos séculos XV e
XVI.

O trabalho escravo como fonte de


lucro
Na lógica mercantilista, ou pré-capitalista, o
objetivo final de toda atividade comercial era o
acumulo de riquezas. Para isso, países como
Portugal, Espanha, Inglaterra e França acabaram
ocupando territórios em outros continentes,
principalmente na América. A ideia era obter
deste “novo mundo” o máximo de riqueza
possível através dos recursos que tinham a
oferecer.
Figura: Fotografia mostrando uma estátua erguida em homenagem
a Zumbi dos Palmares no centro histórico de Salvador, na Bahia. Na
imagem é possível ver a estátua de Zumbi ao centro, onde sua figura
é representada sustentando-se apenas sobre uma perna. Abaixo da
estátua está uma placa em sua homenagem e ao fundo é possível
ver outras construções históricas. Disponível em
https://cutt.ly/0k1E3qq, acessada em 16 de fevereiro de 2021.

Realização

Conquiste seu diploma em 1 dia


Curso do Encceja História
Para se obter riqueza é necessário que haja trabalho. E, na mentalidade mercantilista, este trabalho
devia ser contínuo e com o mínimo de custo. Com isto em mente, os reinos europeus passaram a
investir no comércio de pessoas que já existia no litoral africano.

O objetivo com isso era conseguir pessoas escravizadas para trabalhar em suas respectivas colônias
e vender seus produtos nas metrópoles europeias.

De maneira diferente da escravidão praticada entre as próprias nações africanas, a escravidão colonial
era caracterizada pelo trabalho compulsório. Enquanto pessoas escravizadas em reinos africanos
podiam até ascender socialmente, nas colônias americanas dos reinos europeus os escravizados
tinham sua força de trabalho explorada o máximo possível.

O estigma da pele negra


Como estas pessoas escravizadas eram de origem africana, a cor escura de sua pele acabou se
tornando um estigma, uma marca, a qual os europeus atribuíam inferioridade.

Toda sua cultura era desprezada e anulada: sua religião era proibida, seus nomes eram trocados
e sua língua impedida de ser falada. Desta ideia de inferioridade, que já chegou a ser justificada
religiosamente, surgiu o racismo que ainda hoje afeta a nossa sociedade e tantas outras ao redor do
mundo.

A Escravidão no Brasil
Os primeiros registros oficiais da chegada de escravos no país são do início da metade do século XVI,
com o desembarque já na década de 1550 de navios negreiros vindos da costa da África, trazendo
homens, mulheres e crianças para trabalhar nas terras em que hoje estão os estados de Pernambuco
e da Bahia.

Veja com a professora Ana Cristina Peron como acontecia o Tráfico Negreiro
https://youtu.be/4LGraGj-Ur4

3
Em 1850 o tráfico negreiro foi proibido no Brasil, atendendo a uma imposição feita pela Inglaterra. No
entanto, de maneira clandestina, o fluxo de escravos continuava ainda ocorrer em menor escala.

O marco oficial para o final da Escravidão aconteceu no final do Segundo Império, com a Lei Áurea,
assinada pela Princesa Isabel, em 13 de maio de 1888.

Mas, foi apenas um século depois da Lei Áurea é que o Brasil deu início a políticas oficiais de
apoio à inclusão socioeconômica da população negra. O maior destaque são as políticas de cotas
educacionais que incentivam o ingresso nos estudos universitários para negros, pardos e também
indígenas.

Meios de resistência
Em qualquer sociedade onde existiu escravidão houve também a resistência por parte dos
escravizados. Isso porque os seres humanos não podem ser reduzidos a condição de objetos, como
queriam os colonizadores de alguns séculos atrás. Para eles as pessoas escravizadas eram sua
propriedade. E, sendo assim, comportavam-se como se pudessem castigá-las e até assassiná-las. E
faziam.

Assim, para não morrer trabalhando em lavouras de cana-de-açúcar ou em minas em busca de pedras
e metais preciosos para seus senhores, muitos negros escravizados acabavam por tentar a sorte
fugindo das fazendas.

Realização

Conquiste seu diploma em 1 dia


Curso do Encceja História
Quando conseguiam escapar dos capitães do mato – como eram chamados os perseguidores
selecionados para capturar os fugitivos, os escravos sobreviventes das fugas acabavam por construir
quilombos, que eram agrupamentos formados por escravizados fugidos que cooperavam para viver
em liberdade.

O Quilombo dos Palmares


No Brasil existiram vários quilombos. O mais conhecido de todos foi o Quilombo dos Palmares. Ele
ficava na Serra da Barriga, na época pertencente à capitania de Pernambuco, que atualmente faz parte
do estado do Alagoas.

O Quilombo dos Palmares durou mais de um século, entre 1597 e 1704, e chegou a ter milhares de
habitantes. Seu mais conhecido líder foi Zumbi, figura que se tornou um símbolo da resistência negra
no Brasil.

Figura: Capa da Revista Illustrada, de 1884, mostrando litografia do busto de Francisco José do Nascimento, mais conhecido como Dragão
do Mar, representada sobre jangadas no mar. Imagem disponível em https://cutt.ly/4k1RlEK, acessada em 16 de fevereiro de 2021.

Mas nem sempre a fuga para um quilombo era uma opção, isso porque era muito arriscado. Por conta
disso outras formas de resistência eram também praticadas, mesmo que mais difíceis. Uma delas
era tentar obter a alforria, ou liberdade comprando-a ou negociando com seu senhor. Outra saída, no
entanto, mais trágica, era o suicídio.

Realização

Conquiste seu diploma em 1 dia


Curso do Encceja História
No Brasil, a capoeira surgiu como uma forma de resistência entre os negros escravizados. Suas
origens remontam a Angola, mas durante o período colonial ela passou a ser praticada como uma
forma de defesa. Por isso a capoeira foi proibida durante muito tempo.

O Abolicionismo
Após quase três séculos de escravidão colonial surge uma
maneira de resistência à escravidão por meio político: o
movimento abolicionista, que tinha como objetivo acabar com
a escravidão.

O movimento abolicionista foi muito marcado pela presença


de pessoas brancas, em geral homens e intelectuais que
atribuíam a escravidão o atraso de seu país. No Brasil uma
destas figuras mais conhecidas foi Joaquim Nabuco.

Apesar disso, houve muitos casos de abolicionistas brancos


que ainda eram profundamente racistas. Apesar de serem
contra a escravidão, não acreditavam necessariamente que
brancos e negros eram seres humanos iguais ou mesmo
que podiam ocupar os mesmos espaços. Por isso merecem
destaque neste movimento os abolicionistas negros.
Figura: Fotografia em preto e branco do rosto do abolicionista negro Luís Gama. Na
imagem, Gama usa barba comprida e roupa social. Disponível em https://cutt.ly/
Rk1REPk, acessado em 16 de fevereiro de 2021.

No Brasil tivemos muitos nomes importantes de abolicionistas negros. Dentre os principais estão
Luís Gama, André Rebouças e José do Patrocínio. Estes sujeitos organizavam campanhas, faziam
discursos e agiam efetivamente para obter a alforria de outros negros escravizados.

Um outro personagem muito importante para o movimento abolicionista brasileiro foi o jangadeiro
Francisco José do Nascimento, mais conhecido como Dragão do Mar que em se recusou a
transportar escravizados para navios negreiros.

Luta contra a escravidão hoje

Veja no resumo do Curso Enem Gratuito como acontece o combate ao racismo no Brasil
https://youtu.be/1_Ct45mlWNM

Realização

Conquiste seu diploma em 1 dia

Você também pode gostar