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Curso do Encceja Geografia

Capítulo 2

REVOLUÇÃO VERDE, TRABALHO NO CAMPO


E QUESTÃO FUNDIÁRIA
Olá! Venha conosco e aprofunde seus conhecimentos sobre as principais questões do campo
brasileiro.

Nesta aula de Geografia você irá aprender sobre as principais questões relativas à modernização da
produção agrícola, conhecida como Revolução Verde. Verá também as relações de trabalho no campo
e a questão fundiária, que é a maneira como as terras estão distribuídas no Brasil. Vem

Olá! Venha conosco e aprofunde seus conhecimentos sobre as principais questões do campo
brasileiro.

Nesta aula de Geografia você irá aprender sobre as principais questões relativas à modernização
da produção agrícola, conhecida como Revolução Verde. Verá também as relações de trabalho no
campo e a questão fundiária, que é a maneira como as terras estão distribuídas no Brasil. Vem com a
gente aprofundar seus conhecimentos para mandar bem no Encceja!

A atividade agrícola no Brasil


Atividades agrícolas ou agricultura são o conjunto de atividades onde os seres humanos cultivam
o solo para a produção de alimentos, de matérias-primas, energia ou ainda para cultivo de plantas
ornamentais.

Em relação à essa atividade, vale ressaltar a sua importância para o nosso país Nela o Brasil se
destaca como um dos maiores produtores e exportadores agrícolas do mundo.

Entre os fatores naturais que contribuem para que o Brasil se destaque nesse cenário, podemos citar a 2
grande extensão territorial, condições variadas de clima e solo e a grande riqueza hidrográfica.

Revolução verde
Outro fator responsável pelo aumento da produtividade agrícola no Brasil foi o avanço da tecnologia
de produção agrícola e o apoio governamental ao seu desenvolvimento.

Nesse contexto de aumento da produtividade agrícola e também agropecuária (conjunto de atividades


relacionadas à criação de animais), muitos países passaram por intensos processos ligados à
modernização da produção, impactando diretamente a elevação da produtividade. No Brasil, esse
processo ocorreu na década de 1970, e ficou conhecido como Revolução Verde.

Como consequências do processo de modernização da produção agrícola, começaram a aparecer


problemas de diversas ordens, entre eles:

» Poluição do solo e das águas (decorrente do uso intenso de agrotóxicos);


» Aumento do desemprego no campo e o êxodo rural (em razão da mecanização);
» Especialização produtiva em alguns casos (soja, cana-de-açúcar, milho, algodão e
trigo), ocupando áreas mais extensas e aumentando a concentração de terras, fatos
que também intensificaram o êxodo rural.

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Dessa maneira, embora seja indiscutível a elevação da produtividade com a Revolução Verde, é
inegável que esta não foi capaz de solucionar a questão da fome. Pois em muitos dos países em
que foi adotada, a produção visava principalmente o mercado externo, privilegiando a exportação de
commodities (matérias primas exportadas in natura, sem beneficiamento industrial), com o objetivo
de aumentar os lucros.

Agronegócio
Nas últimas décadas, a expansão da atividade agrícola vem ocorrendo em função do uso cada
vez mais intenso de tecnologia, o que levou alguns países (entre eles o Brasil), a aumentar sua
produtividade agrícola, atrelando essa atividade ao agronegócio. Nesse ramo da economia, a
agricultura se configura como atividade plenamente capitalista, voltada principalmente para a
obtenção de maior lucratividade.

O agronegócio é um dos principais setores da economia brasileira, e os produtos agrícolas mais


exportados pelo país constituem os Complexos agroindustriais de produção de soja, cana-de-açúcar,
milho, café, laranja e carne. A produção desses commodities tem como alvo principal o atendimento
ao mercado externo em detrimento do mercado interno.

Figura 1: Gráfico demonstrando a participação do agronegócio no Produto Interno Bruto do Brasil. Fonte na imagem.

Fonte: FACULDADE CNA (confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Agronegócio. Disponível em: www.faculdadecna.com.br/
agronegocio#.WaAcJ_iGMdU. Acesso em: 5 fev. 2018 (Adaptado.)

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Figura 2: Gráfico demonstrando os principais produtos agrícolas brasileiros. Repare que boa parte da produção brasileira é
de soja, cana-de-açúcar e milho, considerados como commodities.

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Produção Agrícola Municipal, 2009. (Adaptado.)

Agroindústria
Nessa lógica de produção, a agroindústria surge como reflexo de uma produção especializada,
vinculada à indústria de transformação de alimentos e produção de máquinas agrícolas, fertilizantes
químicos e agrotóxicos. Nesse contexto, a competitividade no setor cresce, surgem novos produtos e
insumos agrícolas e a pesquisa agropecuária cresce aceleradamente.
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Com o aumento acentuado das áreas cultivadas e com a competitividade cada vez mais ampla, novas
tecnologias surgem com a finalidade de elevar a produtividade e reduzir os custos. Com isso, surge a
agricultura de precisão, que promove o conhecimento cada vez maior da área cultivada, por meio da
utilização de satélites e modernos programas de computador.

Além disso, é importante destacar que o avanço da tecnologia no meio rural, embora potencialize a
produtividade e a lucratividade, gera a exclusão social e econômica de muitos trabalhadores rurais.
Fator que acaba acentuando o êxodo rural, a desigualdade e a concentração fundiária (concentração
de muitas terras nas mãos de poucos produtores).

Estrutura fundiária
A estrutura fundiária no Brasil é altamente concentrada, ou seja, as terras apresentam-se mal
distribuídas entre os trabalhadores rurais. Essa má distribuição tem raízes históricas, e data da época
da colonização brasileira, em que o território foi dividido por meio das capitanias hereditárias.

A concentração da propriedade rural no Brasil é uma das maiores do mundo, e essa crescente
concentração nas mãos de grandes empresários está ligada ao aumento dos conflitos no campo e às
disputas pela posse da terra.

As vítimas dos conflitos no campo não são somente os trabalhadores rurais, mas também indígenas.
Uma vez que a demarcação de suas terras muitas vezes não é respeitada, provocando enfrentamento
entre indígenas e posseiros, madeireiros, garimpeiros e fazendeiros.
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Reforma Agrária
A Reforma agrária surge como uma tentativa de resolução do problema da desigualdade na
distribuição das terras, uma vez que tem como objetivo a distribuição mais igualitária da terra entre os
trabalhadores rurais.

As questões relativas às relações de trabalho no campo são importantes para a compreensão da


questão agrária brasileira. Sendo assim, tem-se as seguintes classificações:

Assalariados permanentes: trabalhadores rurais com emprego fixo, contratados e registrados,


recebem salários e tem as garantias trabalhistas asseguradas.

Assalariados temporários: também conhecidos em algumas regiões do Brasil como “boias-frias”.


Em geral, não possuem emprego fixo, são contratados sazonalmente, de acordo com a safra de
determinadas colheitas (como por exemplo a colheita da cana) e ganham por quantidade colhida.

Posseiros: ocupam terras do estado ou particulares, e depois de um tempo, passam a ter posse da
terra por usucapião.

Parceiros: trabalham na terra de outros, com os quais dividem a produção obtida e normalmente
realizam o trabalho rural com técnicas arcaicas e não dispõem de tecnologia avançada de produção.

Arrendatários: alugam a terra e pagam por seu uso com dinheiro.

Pequenos proprietários: cultivam para atender principalmente às necessidades familiares e ao


mercado local, desenvolvendo a agricultura familiar em pequenas e médias propriedades, com
sistema de cultivo baseado na policultura (produção de gêneros alimentícios variados como batata,
cenoura, feijão, hortaliças, etc.).

Grandes proprietários (latifundiários): produzem em grande quantidade para exportar, praticando o


agronegócio em grandes propriedades, com sistema de cultivo baseado na monocultura (cultivo de
apenas um gênero de produção. Ex.: soja).

Conflitos e violência no campo


Com tantas variáveis e personagens distintas, somado ao elevado grau de desigualdade na
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distribuição da terra, não são incomuns os conflitos e a violência no campo brasileiro.

A violência no campo cresceu ao longo das décadas de 1970 e 1980 e, embora tenha diminuído nos
últimos anos, ainda é um dos graves problemas que atingem a sociedade nacional.

Os conflitos por terra, em algumas situações, resultam em perdas de vidas. Além da violência
gerada por ocupações de terras improdutivas ou manifestações em prol da Reforma agrária, que
normalmente são reprimidas por aparato policial, são comuns ocorrerem assassinatos de pessoas
que denunciam irregularidades na posse da terra ou que defendem os interesses da parcela menos
favorecida da população rural em uma determinada área.

Como complemento a esse texto, não deixe de assistir à vídeo aula gravada pelo professor Carrieri no
Canal do Curso Enem Gratuito.

Miramaya Jabur é geógrafa, formada pela Universidade Federal de Uberlândia, Mestre em geografia
pela Universidade Estadual Paulista e ministra aulas de Geografia desde 2010.

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