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Agricultura

• O desenvolvimento agrícola é fundamental para o desenvolvimento de


diversos países, em especial os subdesenvolvidos, tendo como base três
principais eixos.

 Físico/Natural.

 Humano/Social.

 Econômico.
• Os principais fatores naturais variam desde o tipo de solo de uma região,
forma de relevo, hidrografia e principalmente o clima. É fundamental a
compreensão do regime climático de uma região para desenvolver uma
atividade agrícola.
• Os fatores humanos correspondem à mão de obra em seu desenvolvimento e
às relações sociais que se estabelecem em um contexto agrário.
• Os fatores economicos se referem aos valores impostos na terra, no nível de
tecnologias aplicadas na produção, nas relações trabalhistas e no
mercado existente a partir da produção agrícola.
Curvas de nível
Consiste em criar um cultura que siga as ondulações do terreno, em
sentido transversal ao relevo. A água da chuva vai ter uma grande
dificuldade para descer a plantação carregando partículas de solo
suspensas, já que vai encontrar sempre uma barreira feita por outra linha
de plantio, ao contrário do que aconteceria com um relevo “liso”.
No terraceamento, há a criação artificial de “degraus” de plantio, o que não
ocorre nas curvas de nível, onde a cultura segue o traçado do relevo. Sua
utilização implica em uma grande e especializada mão-de-obra, em razão
da impossibilidade do uso de maquinário agrícola.
A rotação de culturas consiste em uma alternância do produto cultivado em
uma determinada área durante o ano. Também se associa a adubação
verde, no cultivo de leguminosas pois algumas espécies de soja, feijão e
ervilha são capazes de repor componentes nitrogenados do solo através
de um relação simbiótica com algumas bactérias do gênero Rhizobium.
O plantio direito nada mais é do que o cultivo de um determinado produto
sobre os restos orgânicos da produção anterior. A matéria orgânica
deixada pela primeira plantação transforma-se em um adubo natural, que
melhora a capacidade produtiva do solo e conserva seus nutrientes, além
de minimizar a erosão.
Sistemas de Produção
Definem como os seres humanos desenvolverão a agricultura, de acordo com o
índice de investimento, os métodos e a área cultivada. Podem ser divididos em
extensivos ou intensivos.
• Intensivo: Observado nas propriedades que utilizam de modernas técnicas
de preparo do solo, cultivo e colheita, apresentando elevados índices de
produtividade e rentabilidade e apresenta uma exploração agressiva da terra
com o uso de insumos em larga escala, utilizado da terra por um tempo
duradouro.
• Extensivo: propriedades que utilizam da agricultura tradicional, se
baseando na aplicação de técnicas rudimentares, apresentando baixo índice
de exploração da terra e obtendo, assim, baixos índices de produtividade. É
praticada em grandes extensões territoriais, com baixo incremento de aparatos
tecnológicos, e não há uso de insumos para preparações e correções no
solo.
• Agricultura intinerante de subsistência: Reflexo da desigualdade
social, aplicada em áreas pequenas e médias, com o intuito de promover a
alimentação do produtor e de seus familiares. Trata-se de um tipo de
agricultura que não visa o lucro, e a produção se destina para consumo
próprio.
Após alguns anos de cultivo, há uma diminuição da fertilidade natural do solo,
levando a família ao desmatamento de uma área próxima e a prática
de queimadas para acelerar o plantio, dando início à degradação acelerada de
uma nova área, que também será brevemente abandonada.
• Agricultura de Jardinagem: originada do Sul e Sudeste da Ásia (clima de
monções), onde há uma enorme produção de arroz em planícies inundáveis,
com larga utilização de mão-de-obra. É uma agricultura de subsistência
praticada em pequenas e médias propriedades cultivadas pelo dono da terra e
sua família ou em parcelas de grandes propriedades.
A diferença é que nela se obtém alta produtividade, através da seleção de
sementes, da utilização de fertilizantes, da aplicação de avanços
biotecnológicos e de técnicas de preservação do solo que permitem a fixação
da família na propriedade por tempo indeterminado.
A agricultura familiar corresponde a uma boa parte da agrigultura
nacional. Onde basicamente a família é proprietária, administradora e
responsável pela produção e venda dos produtos.
Pode ser considerada frágil, com dificuldades na aquisição insumos
agrícolas, com isso, recebe apoio financeiro PRONAF, PNAE e Garantia
Safra.
É a principal (as vezes única) fonte de renda para trabalhadores da zona
rural. Os principais produtos produzidos variam de frutas, verduras e
produtos de origem animal, se observando um grande foco na policultura.
Módulo fiscal é uma unidade de medida, em hectares, cujo valor é fixado
pelo INCRA para cada município levando-se em conta o tipo de exploração
predominante no município (hortifrutigranjeira, cultura permanente,
cultura temporária, pecuária ou florestal), a renda obtida no tipo de
exploração predominante, outras explorações existentes no município que,
embora não predominantes, sejam expressivas em função da renda ou da
área utilizada.
Lei 11326/2006Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se agricultor familiar e empreendedor
familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos
seguintes requisitos:

I - não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais;
II - utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do seu
estabelecimento ou empreendimento;
III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu
estabelecimento ou empreendimento.
IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.

Art. 4º A Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais observará,


dentre outros, os seguintes princípios:

I - descentralização; II - sustentabilidade ambiental, social e econômica;


III - equidade na aplicação das políticas, respeitando os aspectos de gênero, geração e etnia;
IV - participação dos agricultores familiares na formulação e implementação da política nacional da
agricultura familiar e empreendimentos familiares rurais.
A agricultura comercial contrapõe a policultura da agricultura familiar. O
enfoque é na produção dos commodities em larga escala (soja, milho e
café), de grande valor mundial e o valor é influenciado por ela (CRB).
Commodities são todas as matérias-primas essenciais que exigem baixo
nível de industrialização. Elas são produzidas em grande quantidade sem
diferenças entre marcas e podem ser estocadas sem perda de qualidade.
• Grande importância mundial.

• Alto nível de comercialização.

• Pouca industrialização.

• Qualidade e traços uniformes de produção.

• Não há diferenciação de marca.


As cifras são altíssimas, o que permite um grande investimento tecnológico
em maquinários, OGMs, pesticidas e fertilizantes.
O investimento tecnológico influencia onde as monoculturas de
exportação são produzidas em larga escala sendo essenciais para a
economia nacional, participando em 22% do PIB brasileiro.
Agronegócio (Agribusiness): é a junção de inúmeras atividades que
envolvem de forma direta ou indireta, toda a cadeia produtiva agrícola ou
pecuária, envolvendo todos os setores da economia. Vêm acompanhado de
investimentos estrangeiros, concessão de crédito bancário, utilização das
melhores raças e se desenvolveu bastante com a criação da Embrapa.
Pecuária

•A produção pecuária corresponde


ao conjunto de técnicas utilizadas e
destinadas à criação e reprodução
de animais domésticos com fins
econômicos.
A pecuária sempre estará ligada à agricultura, por conta da relação direta
entre ambas.
A pecuária pode ser dividida de acordo com os rebanhos administrados e
com os sistemas de criação: Intensiva e Extensiva. A Pecuária intensiva se
caracteriza por:
• áreas limitadas,
• rebanhos pouco numerosos,
• alto rendimento,
• aplicação de métodos científicos,
• produção de leite,
• proximidade aos grandes centros urbanos.
Na pecuária extensiva temos:
• grandes áreas de criação,
• gado criado a solta,
• pastagens naturais,
• falta de técnicas avançadas de criação,
• baixo rendimento,
• produção destina ao corte,
• número reduzido de cabeças por hectare.
Podemos dividir também a pecuária em relação a produção dos rebanhos:
Pecuária de Corte, Lã e Leite.
Podemos encontrar diversos rebanhos pecuaristas no Brasil. O rebanho se
destaca pela versatilidade: servindo para a produção de carne, leite, couro,
transporte, força de trabalho. Estima-se atualmente um rebanho de 214
milhões de bois.
No Brasil, os primeiro bois chegaram em 1534, e a ampliação do rebanho
ocorreu no decorrer dos séculos XVI e XVII, no Nordeste, se expandindo
para o restante do Brasil no século XIX.
41 milhões
1,1 milhão (37% no Pará)
5,5 milhões
5,5 milhões
17 milhões
9 milhões
Revolução Verde
• É um amplo programa idealizado para aumentar a produção
agrícola no mundo por meio de melhorias genéticas em
sementes, uso intensivo de insumos industriais, mecanização e
redução do custo de manejo.
• Para entendermos a estrutura
agrária brasileira, precisamos
voltar no tempo. No início da
nossa ocupação, o país era
dividido em capitanias
hereditárias, sendo a primeira
forma da concentração de terras
no Brasil.
Durante todo o primeiro momento da agricultura no Brasil, o sistema agrícola
adotado foi o Plantation (grandes latifúndios, monocultura, trabalho escravo e
exportação para a metrópole).
• Grandes espaços de terra eram distribuídos para alguns exploradores,
formando assim os latifúndios.

• Existia sempre um “produto-rei” o qual regia toda a produção do país, já


que era priorizado, e era sempre destinado à exportação, caracterizando
assim uma monocultura.

• A mão-de-obra utilizada era a escrava, geralmente com negros trazidos da


África até a colônia de destino, somente para esse fim.
Trabalho Análogo à Escravidão
De acordo com o artigo 149 do Código Penal brasileiro, são elementos que
caracterizam o trabalho análogo ao de escravo: condições degradantes de
trabalho, jornada exaustiva , trabalho forçado e servidão por dívida. Não
é apenas a ausência de liberdade que faz um trabalhador escravo, mas sim
de dignidade.
No Brasil, a propriedade privada ganhou muita força no século XIX, com
a promulgação da Lei de Terras, em 1850, que determinava que a posse da
terra só seria reconhecida mediante compra, afim de combater o Usocapião.
A medida, favoreceu a centralização agrícola. Os grandes produtores teriam
ainda mais acesso às terras, enquanto os pequenos agricultores,
permaneceriam à margem da aquisição das terras.
O panorama se manteve ao longo das décadas, mas a revolta foi crescendo
por parte dos pequenos agricultores, que começavam a se mobilizar em
busca de uma reforma agrária: a reorganização da estrutura fundiária
com o objetivo de proporcionar a redistribuição das propriedades rurais,
ou seja, efetuar a distribuição da terra para realização de sua função social.
Com a explosão de reformas agrárias na América Latina, o governo
brasileiro passou temer uma revolução camponesa, que no governo de
Castelo Branco propôs o Estatuto da Terra: é a lei que regula os direitos e
deveres que envolvem os imóveis rurais, a fim de realizar a reforma
agrária e regular a política agrícola no Brasil.
• Segundo o decreto de 1964, reforma agrária é um conjunto de medidas
que buscam a melhor distribuição das terras rurais baseando-se na
posse e no uso, ou seja, propriedades que não produzem deveriam ser
disponibilizadas a trabalhadores rurais que produzem e sustentam suas
famílias.

• O processo de redistribuição consiste, basicamente, na compra de terras


improdutivas pelo governo e na partilha de lotes entre as famílias de
trabalhadores rurais. Essa fiscalização e divisão é feita pelo INCRA
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), órgão federal que
cuida de todas as questões envolvendo esse tema no país.
Segundo o Estatuto da Terra, uma propriedade rural cumpre seu papel
social quando respeita os seguintes requisitos:
• Oferece bem-estar aos donos e trabalhadores da propriedade;

• Mantém uma produtividade em níveis razoáveis;

• Preserva recursos naturais;

• Cumpre as leis trabalhistas que amparam o trabalhador rural.

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