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A produção dos espaços rurais

Subordinação do Campo à cidade e os sistemas


agrícolas

Professor Julio Cesar


O rural e o urbano ao longo da
história
Homem em processo de
sedentarizaçāo (Revolução do
Neolítico) o meio rural era o
espaço de maior importância -
politico e econômico;

Processo da Revolução Industrial -


aumento da capacidade produtiva,
devido a incorporação de novas
técnicas e tecnologias - espaço
rural começa a perder espaço para
o meio urbano - aspecto político,
econômico e gestor.
O espaço rural e a
produção agropecuária
O campo e a cidade são realidades históricas em
transformação tanto em si próprias quanto em suas inter-
relações.

Raymond Williams (1921-1988), escritor britânico.


Os sistemas de produção agrícola
Aspectos naturais :
fertilidade do solo, topografia, disponibilidade de água, clima.

Aspectos socioeconômicas:
desenvolvimento tecnológico, grau de capitalização, estrutura fundiária,
relações de trabalho.

Aspectos variados
diversidade de modos de vida e de produção, leis trabalhistas e ambientais,
condições econômicas e oferta de crédito.

Esses aspectos evidenciam a heterogeneidade das condições da


produção agrícola mundial.
Os sistemas agrícolas e a produção pecuária podem ser
classificados como:

Intensivos
O elemento principal é o capital, a terra passa a ser
um agente secundário, com seu uso sendo mecanizado,
utilizando a mão de obra qualificada, e também a
adubação e a correção dos solos intensivas, tendo por
consequência o aumento da produção destinada aos
mercados externo e interno.

Extensivos
O elemento principal é a terra, e há pouca ou nenhuma
mecanização.
CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES AGRÍCOLAS
Agricultura de subsistência ou itinerante
Características
Atividade extensiva
Uso da queimada.
Agricultura nômade ou itinerante.
Rendimento muito baixo.
Produção voltada para o consumo do próprio
agricultor.
Uso de pequenas e médias propriedades.
Mão de obra familiar.
Uso de técnicas arcaicas.
Plantation
Monocultura
Latifundiária
Mão de obra intensa (escravocrata)
Produtos tropicais
Destinada a exportação
Foi comum em áreas coloniais
CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES AGRÍCOLAS
Jardinagem (rizicultura de jardinagem)
Típica da Ásia monçônica
Ocorre em pequenas propriedades com mão de
obra abundante.
Reduzida ou quase nenhuma utilização de
máquinas.
Intenso trabalho manual em todas as fases do
trabalho: adubação, plantio e colheita.
Alta produção para alimentar o maior número
possível de pessoas e, caso haja excedente, ele é
exportado.
Agricultura comercial intensiva científica
Ocorre em médias e grandes propriedades.
Cultivo intensivo com o uso de adubos
químicos, o que dificulta o desgaste do solo.
Uso constante de pesticidas, fungicidas,
inseticidas, etc.
Grande mecanização.
Grande produção e produtividade.
Visa, principalmente, o mercado externo.
Visa grandes lucros.
Ocorre tanto nos países desenvolvidos
(Europa), como em alguns subdesenvolvidos
(Brasil, Argentina, México, Chile, Uruguai,
Colômbia, etc.).
Características da agricultura comercial empresarial
Ocorre em grandes propriedades e latifúndios de uso intensivo.
Cultivo intenso e com especialização de cultura (os cinturões).
Elevado uso de produtos químicos, conhecimentos científicos e
agronômicos e seleção de sementes.
Grande produção e elevada produtividade (só não é maior devido ao
espaçamento entre as plantas).
Visa ao mercado interno (nos países ricos) e ao mercado externo (no
caso de países subdesenvolvidos).
Visa a altos rendimentos, porém, corre o risco da superprodução e
consequente desvalorização do produto, salvo quando os governos
garantem a compra da safra e a garantia de preços mínimos.
Características da agricultura familiar

Agricultura de subsistência

Parceiro
Terceiro
Arrendatário
Regime de posse – Posseiro

Agricultura de Jardinagem
Cinturões verdes e bacias leiteiras

Técnicas:
Agricultura de pousio
Agricultura itinerante
Sistema de roça
Adoção de queimadas
assalariado permanente - Trabalhador contratado por tempo indeterminado,
dentro da legislação base, tipicamente capitalista. Os trabalhadores recebem em troca
do seu trabalho uma quantia em dinheiro, calculada sobre as horas trabalhadas ou
sobre o total produzido;
posseiro – Pessoa que ocupa terras devolutas (terra pública) ou particulares, mas
não possui o título de propriedade. Depois de certo tempo, pode requerer o título
pela propriedade pela lei do usucapião, válida pela ocupação após dez anos, ou
usucapião especial, para a ocupação de terras devolutas por cinco anos;
grileiro – Latifundiário que expande suas terras falsificando títulos de posse, em
conluio com órgãos oficiais, invade terras do governo, terras indígenas e de posseiros,
entre outros;
jagunço – contratados para “policiar” e inibir as ações dos posseiros e sem-terra;
Semiescravidão – trabalho infanto-juvenil e escravidão por dívida no campo.
MARTINEZ, Rogério; GARCIA, Wanessa; ALVES, Andressa & BOLIGIAN, Levon. Geografia: Espaço e Vivência. Vol. 9. São Paulo:
Atual, 2009.
TÉCNICAS DE CULTIVO
Rotação de culturas Rotação Trienal (Pousio/ Afolhamento)
Agricultura em curvas de nível
Terraceamento
Plantio direto, adubação verde ou uso mínimo do solo
Revolução Verde
nome dado ao conjunto de
iniciativas tecnológicas que
transformou as práticas
agrícolas e aumentou
drasticamente a produção
de alimentos no mundo.
REVOLUÇÃO VERDE
A Revolução Verde foi um programa criado (Grupo Rockefeller, em 1943) com o
real interesse de expandir e fortalecer as corporações no processo de
transnacionalização (objetivos econômicos e políticos).
Procurou aumentar a produção e a produtividade agrícola no mundo, atuando
nos seguintes pontos:

Desenvolvimento de experiências no campo da genética vegetal, objetivando a


criação e a multiplicação de sementes adequadas às condições dos
diferentes solos e climas, e ainda resistentes à pragas e doenças. O
resultado na atualidade são os transgênicos;
Desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias de manejos agrícolas
mais modernos e eficientes;
Difusão de novos hábitos de consumo, utilizando para tanto meios de
comunicação de massa;
Desenvolvimento de insumos e implementos agrícolas.
A primeira fase, caráter experimental (1943 a 1965), onde a
fundação patrocinou projetos-piloto em determinados países
cuidadosamente selecionados, entre os quais o México, as Filipinas
e, em menor escala, o Brasil, além dos USA. O processo foi
desenvolvido em duas dimensões:
Infraestrutura da produção, uso de sementes certificadas, adubos e
equipamentos;
Controle da articulação dos produtores, através da assistência
técnica e orientação do crédito rural.
A Revolução Verde ou Agrícola foi patrocinada pelas grandes
corporações e depois o Estado assumiu, com a criação de
organismos específicos para esse fim.
Assim, ocorreu a expansão do agronegócio e ampliou o comércio
mundial de gêneros agrícolas, movimentando setores diversos como:
máquinas, insumos, indústrias de transformação de produtos
agropecuários e etc.
As corporações garantiam financiamento aos países que aderissem
ao processo de modernização, possibilitando investimentos em
países da América Latina, África e Ásia.
No Brasil, ocorreu a criação de
empresas vinculadas ao grupo
Rockefeller como: Cargill,
Agroceres e a EMA
(Empreendimentos Agrícolas).
Cargill, ligada principalmente à
comercialização de cereais e à
fabricação de rações.
Agroceres, destinada a pesquisas
genéticas como milho e produção
de sementes.
EMA, voltada para fabricação de
equipamentos para lavoura.
O processo de modernização do campo ocorreu em conjunto com a
evolução urbano-industrial do país, sendo que determinou a
evolução das relações capitalistas de produção, modificando as
estruturas até então existentes.
Eliminou as relações pré-capitalistas ou semicapitalistas, expulsando
um elevado contingente de moradores do campo para as cidades,
substituindo o homem pela máquina no campo. Fez surgir novas
formas de relações capitalistas, onde o trabalhador passou a ter
direito apenas ao salário mensal, ou pior, se transformou num mero
trabalhador volante.
A segunda fase ou fase de expansão, a partir de 1965, quando
ocorreu uma rearticulação da estratégia de produção de alimentos
no mundo, sob a influência das corporações transnacionais.

Neste momento três fatores se combinaram:


a mundialização da Revolução Verde,
a mudança da política de exportação de cereais dos USA, e
a internacionalização da pesquisa agrícola.

A difusão do “pacote tecnológico” e a “modernização tecnológica”,


aliada à criação de centros de pesquisas em pontos estratégicos,
cobrindo as diferentes regiões do planeta (obedecendo interesses
das corporações).
Produção agropecuária no mundo
https://blog.jacto.com.br/agricultura-mundial/
https://www.cnabrasil.org.br/cna/panorama-do-agro
https://agroemdia.com.br/2020/01/16/saiba-quem-sao-os-20-maiores-compradores-do-agro-brasil
eiro/
https://jovempan.com.br/programas/ta-explicado/sabia-que-o-brasil-voltou-a-ser-o-maior-produtor-
de-soja-do-mundo.html
A Biotecnologia e Alimentos Transgênicos
A biotecnologia - desenvolvimento de técnicas voltadas à adaptação
ou ao aprimoramento de características dos organismos animais e
vegetais (aumentar produção, produtividade e qualidade dos produtos).
Enxertia
OGM’s (projeto genoma)

No Brasil, a regulamentação e fiscalização do uso de alimentos transgênicos ficou


a cargo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)

AGRICULTURA ORGÂNICA
valoriza a manutenção de faixas de vegetação nativa, além da rotação e
associação de culturas, defensivos agrícolas orgânicos.
ATÉ A
PRÓXIMA!

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