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AGRICULTURA

A palavra agricultura é uma adaptação do latim agricultūra, de ager 'campo' e cultūra 'cultivo'
ou 'crescimento'. Embora agricultura geralmente se refere às atividades humanas, certas espécies
de formigas, cupins e besouros cultivam culturas há até 60 milhões de anos. A agricultura é
definida com escopos variados, em seu sentido mais amplo, usando os recursos naturais para
"produzir mercadorias que mantêm a vida, incluindo alimentos, fibras, produtos florestais, hortaliças
e seus serviços relacionados". Assim definida, inclui a agricultura arvense, a horticultura,
a pecuária e a silvicultura, mas a horticultura e a silvicultura são, na prática, muitas vezes
excluídas. Também pode ser amplamente decomposto em agricultura de plantas, que diz respeito
ao cultivo de plantas úteis, e agricultura animal, a produção de animais agrícolas.
Foi o principal desenvolvimento na ascensão da civilização humana sedentária, por meio da
qual o uso de espécies domesticadas criou excedentes de alimentos que permitiram às pessoas
viver nas cidades. A história da agricultura começou há milhares de anos. Depois de coletar grãos
silvestres por pelo menos 105 mil anos, os primeiros agricultores começaram a plantá-los há cerca
de 11,5 mil anos. Animais como porcos, ovelhas e bois foram domesticados há mais de 10 mil
anos. As plantas foram cultivadas independentemente em pelo menos onze regiões do mundo.
Desde o século XX, no entanto, a agricultura industrial baseada na monocultura em grande escala
passou a dominar a produção agrícola, embora cerca de 2 bilhões de pessoas ainda dependiam
da agricultura de subsistência.

Agricultura no Brasil

A agricultura no Brasil é uma das principais bases da economia do país desde os primórdios
da colonização até o século XXI, evoluindo das extensas monoculturas para a diversificação da
produção. A agricultura é uma atividade que faz parte do setor primário onde a terra é cultivada e
colhida para subsistência, exportação ou comércio.
Inicialmente produtora de cana-de-açúcar, passando pelo café, a agricultura brasileira
apresenta-se como uma das maiores exportadoras do mundo em diversas espécies
de cereais, frutas, grãos, entre outros. Desde o Estado Novo, com Getúlio Vargas, cunhou-se a
expressão que diz ser o "Brasil, celeiro do mundo" — acentuando a vocação agrícola do
país. Apesar disto, a agricultura brasileira apresenta problemas e desafios, que vão da reforma
agrária às queimadas; do êxodo rural ao financiamento da produção; da rede escoadora à
viabilização econômica da agricultura familiar: envolvendo questões políticas, sociais, ambientais,
tecnológicas e econômicas. Ademais, uma de suas mais importantes características é a
sua estrutura fundiária extremamente concentrada com produção agrícola predominantemente
voltada para o mercado externo.
Segundo resultados de pesquisa feita pelo IBGE, no ano de 2008, apesar da crise financeira
mundial, o Brasil teve uma produção agrícola recorde, com crescimento na ordem de 9,1% em
relação ao ano anterior, motivada principalmente pelas condições climáticas favoráveis. A produção
de grãos no ano atingiu a cifra inédita de cento e quarenta e cinco milhões e quatrocentas
mil toneladas. Essa produção foi a maior já registrada na história; houve aumento, em relação ao
ano anterior, de 4,8% da área plantada que totalizou sessenta e cinco milhões, trezentos e trinta e
oito mil hectares. A safra recorde rendeu cento e quarenta e oito bilhões de Reais, tendo como
principais produtos o milho (com crescimento de 13,1%), a soja (crescimento de 2,4%).
Para Norman Borlaug, Nobel da Paz de 1970, em visita ao Brasil em 2004, o país deve se
tornar o maior destaque na agricultura. Enquanto os Estados Unidos já exploram toda a sua área
agricultável, o Brasil ainda dispõe de cerca de cento e seis milhões de hectares de área fértil a
expandir - um território maior do que a área de França e Espanha somadas.

TIPOS DE AGRICULTURA

Tipos de agricultura correspondem a diferentes maneiras de produção agrícola, as quais se


adequam às características do ambiente no qual serão realizadas. Essas características podem ser
a formação vegetal que constitui o local, as condições climáticas do ambiente, o relevo, a
composição do solo e a demanda de produção existente.

Sistemas agrícolas

As atividades agrícolas que correspondem a todas as fases de plantio (preparação, correção,


adubação, plantio, colheita e venda) dividem-se em dois tipos, geralmente segundo o tamanho da
área e da produtividade alcançada:

1. Agricultura intensiva: corresponde à prática agrícola com altos índices de produtividade e


capital investido. Conta com mão de obra qualificada, um alto nível de mecanização e tecnologia.
Há rotação de culturas e uso intenso de fertilizantes e insumos, que colaboram para o aumento da
produção. As áreas destinadas a essa produção possuem custo elevado. As sementes usadas no
plantio passam por rigorosa seleção. É comum o esgotamento dos solos em razão de seu uso
permanente. A produção é destinada para a exportação.
2. Agricultura extensiva: esse tipo de sistema agrícola não conta com muito capital investido. Não
há emprego de tecnologias avançadas, portanto, a mão de obra é rudimentar e pouco qualificada.
Como não há muita exploração das terras, a produtividade é baixa. Não é comum o uso de adubos
e fertilizantes. Também não há correção dos solos, contando então apenas com a fertilidade natural
dele. A mão de obra do homem sobrepõe-se à mecanização. A produção é voltada para o mercado
interno.
Quais são os tipos de agricultura existentes?

Agricultura familiar (tradicional)

Esse tipo de agricultura corresponde à produção agrícola desenvolvida por famílias, cujo
rendimento é voltado para a subsistência delas. Essas famílias geralmente moram nas terras em
que desenvolvem o cultivo. A mão de obra utilizada normalmente é do próprio núcleo familiar. Não
há uso de fertilizantes no solo nem mesmo técnicas para correção. O terreno voltado para esse tipo
de agricultura, de modo geral, é pequeno, e a produção é diversificada. A agricultura familiar
representa cerca de 80% da produção mundial de alimentos, portanto, é de extrema importância
para a economia.

Agricultura comercial (moderna)

Esse tipo de agricultura corresponde à monocultura, ou seja, é cultivado um único produto


agrícola. Essa produção é feita em grandes extensões de terra e sua produção é voltada para o
abastecimento do mercado externo geralmente. Em virtude da intensa mecanização, esse tipo de
agricultura possui altos índices de produtividade. Empregam-se máquinas e tecnologias para
aumentar o rendimento do cultivo. A agricultura comercial provoca alguns impactos negativos no
meio ambiente, como desmatamento, esgotamento dos solos e uso excessivo de fertilizantes e
produtos químicos.

Agricultura sustentável

Esse tipo de agricultura corresponde a produções alternativas para preservar o meio


ambiente e gerar um impacto negativo mínimo. Contudo, não deixa de ser um tipo de produção
agrícola voltado para a comercialização e obtenção de lucro. A agricultura sustentável desenvolve
ações como a diminuição do uso de adubos e fertilizantes, captação e reúso da água e o não uso
de pesticidas. Esse tipo de agricultura investe em qualificação da mão de obra. É dividido em
algumas correntes:
→ Agricultura orgânica ou biológica: Agricultura orgânica não utiliza agrotóxicos, portanto,
produz alimentos com alto nível nutritivo, visando ao bem-estar dos seres vivos.
Esse tipo de agricultura constitui uma produção que se preocupa com a saúde e bem-estar de
quem a consome. Há preocupação com o uso do solo, bem como a sua manutenção. Não utiliza
agrotóxicos ou pesticidas, visando a um produto de qualidade e nutritivo. Os recursos hídricos são
usados de maneira racional, evitando o desperdício. Assim, não há contaminação do solo ou lençol
freático por meio de produtos químicos e também não há esgotamento dos recursos hídricos. O
comprometimento com a sustentabilidade é uma das premissas desse tipo de agricultura. A
produção geralmente apresenta um valor maior no mercado dada a maior garantia em relação à
manutenção da saúde.
→ Agricultura natural: Esse tipo de agricultura caracteriza-se por utilizar tecnologias alternativas
para a produção para aproveitar ao máximo os recursos naturais, explorando a potencialidade do
solo e o que ele tem a oferecer. É também caracterizado por explorar as condições do ambiente,
como insolação, clima, recursos hídricos e relevo. A ideia da agricultura natural é recuperar o solo
após a produção, tornando-o novamente produtivo. Isso é feito por meio de ações como o uso de
compostos naturais, adubos verdes, controle natural das pragas, entre outras técnicas. O objetivo
é obter uma produção racional e duradoura, buscando a harmonia entre os seres vivos e o meio
ambiente e que promova o desenvolvimento sustentável.

Permacultura

Permacultura refere-se à agricultura permanente, termo criado em 1978 por Bill Mollison,
cientista e naturalista, que designa uma ciência cujo objetivo é a permanência do ser humano na
Terra. Esse tipo de agricultura caracteriza-se por compreender a ecologia, utilizar os recursos
naturais de maneira racional e pela prática do desenvolvimento sustentável. Possui três princípios
básicos: cuidar da terra, cuidar do futuro e cuidar das pessoas.
A permacultura une as práticas tradicionais agrícolas com ideias novas, estabelecendo uma
integração entre homem e meio ambiente de forma equilibrada. As principais práticas da
permacultura são: banheiro seco (visa à diminuição do uso de água e tratamento das fezes); horta
mandala (produção de alimentos de maneira sustentável) e minhocário (produção de húmus).

EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA E SUAS TÉCNICAS

A prática da agricultura é uma das mais antigas atividades desenvolvidas pelos humanos.
No Período Neolítico, a constituição das primeiras técnicas e materiais utilizados para o cultivo de
plantas e confinamento de animais foi a principal causa para aquilo que se denominou como a
sedentarização do ser humano, o que permitiu a sua moradia fixa em uma dada localidade, embora
a coleta e a caça tenham convivido por muito tempo lado a lado da agricultura.
O desenvolvimento da agricultura, portanto, esteve diretamente associado à formação das
primeiras civilizações, o que nos ajuda a entender a importância das técnicas e do meio técnico no
processo de construção das sociedades e seus espaços geográficos. Nesse sentido, à medida que
essas sociedades modernizaram suas técnicas e tecnologias, mais a evolução da agricultura
conheceu os seus avanços.
Originalmente, a prática da agropecuária foi desenvolvida na proximidade de grandes rios,
notadamente o Tigre e Eufrates, além do Nilo, o Ganges e outros. Não por coincidência, foram
nessas localidades que surgiram as primeiras grandes civilizações que se teve notícia, pois a
prática da agricultura permitiu o desenvolvimento do comércio graças à produção de excedente.
A revolução agrícola

Um dos momentos mais importantes do processo de evolução da agricultura ao longo da


história foi, sem dúvidas, aquilo que ficou conhecido como a Revolução Agrícola. Podemos dizer
que, com o passar do tempo, várias revoluções agrícolas sucederam-se, mas a principal delas
ocorreu a partir da Revolução Industrial.
O processo de industrialização das sociedades permitiu a transformação do espaço
geográfico no meio rural, o que ocorreu graças à inserção de maiores aparatos tecnológicos na
produção agrícola, permitindo uma maior mecanização do campo. Essa transformação
materializou-se a partir do fornecimento de insumos da indústria para a agricultura, tais como
maquinários, fertilizantes e objetos técnicos em geral.
O desenvolvimento da revolução agrícola no mundo também esteve diretamente associado
à expansão marítimo-colonial europeia, em que os povos europeus disseminaram as diferentes
culturas pelo mundo por meio das plantations. No Brasil, o caso mais evidente foi a produção da
cana-de-açúcar. Vale lembrar que essa interação entre colonos e colonizadores também contribuiu
para a evolução agrícola, na medida em que técnicas antes pouco conhecidas passaram a ser
aplicadas, a exemplo do terraceamento praticado tanto na China antiga quanto pelas civilizações
pré-colombianas.

A Revolução Verde

No século XX, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial, a evolução da agricultura
conheceu um de seus patamares mais importantes, o que ficou conhecido como Revolução Verde.
Trata-se, basicamente, de um conjunto de medidas e promoção de técnicas baseado na introdução
de melhorias genéticas nas plantas e na evolução dos aparatos de produção agrícola para ampliar,
sobretudo, a produção de alimentos.
A introdução das técnicas provenientes da revolução verde permitiu um aumento, em larga
escala, da produção de grãos e cereais, diminuindo sensivelmente a necessidade por alimentos
em várias regiões da Ásia, África e América Latina, muito embora a fome não tenha sido erradicada,
uma vez que a sua existência não se deve somente à falta de alimentos. O impacto no mundo foi
tão amplo que o agrônomo estadunidense Norman Borlaug, considerado o “pai” da Revolução
Verde, foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz no ano de 1990.
Embora a Revolução Verde seja bastante criticada pelos seus impactos ambientais e
também pelo processo de concentração de terras que acompanhou a sua evolução, é inegável a
sua importância para o desenvolvimento da agricultura no mundo. Além do mais, como extensão,
ampliaram-se nas décadas posteriores as melhorias decorrentes da tecnologia no campo, como
a biotecnologia e a introdução dos Sistemas de Informações Geográficas na linha de produção
agropecuária, o que vem intensificando a elevação da produtividade.
ORIGEM DOS ALIMENTOS

Os alimentos possuem origem animal, vegetal ou mineral.


Denomina-se alimento toda a substância utilizada pelos seres vivos com o objetivo de obter
energia para o funcionamento de suas atividades vitais.
É através dos alimentos que ocorre o crescimento, funcionamento e regulação do organismo.

Alimentos de origem animal

Os alimentos de origem animal são aqueles originados de fontes animais. Eles estão
presentes na alimentação de muitas pessoas.
Eles podem trazer uma série de benefícios, pois são fontes de proteínas, vitaminas e
minerais.
São inúmeros os exemplos de alimentos de origem animal. Dentre eles, destacam-se:
• Carnes: pode ser bovina, suína, aves, peixes e mariscos.
• Ovos: possui alto valor biológico para o organismo, fornecendo proteínas, lipídios e
aminoácidos essenciais para o organismo.
• Mel: possui ação antimicrobiana, que impede o crescimento e destrói micro-organismos do
organismo.
• Leite e derivados: são considerados alimentos completos, pois possuem proteínas, lipídios
e glicídios, que são essenciais para o organismo. Além disso, é rico em cálcio e vitaminas.

Alimentos de origem vegetal

Os alimentos de origem vegetal são aqueles originados de fontes vegetais. São exemplos
as folhas, raízes, caules e frutos.
Eles são fontes de proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais. Por isso,
recomenda-se que sejam incluídos diariamente na alimentação.
Os alimentos vegetais destacam-se pela possibilidade de serem consumidos frescos.
São exemplos de alimentos de origem vegetal:
• Azeite de oliva: é rico em gorduras boas que ajudam a diminuir o colesterol alto.
• Grãos e cereais: aveia, quinoa, soja, feijão, arroz são ricos em fibras e nutrientes que
auxiliam o funcionamento e manutenção do organismo.
• Frutas: alimentos ricos em fibras, vitaminas e nutrientes que auxiliam na prevenção de
doenças.
• Legumes e verduras: alimentos ricos em fibras com baixo teor de carboidratos e calorias.

Alimentos de origem mineral

Os alimentos de origem mineral são representados pela água e sais minerais.


A água é indispensável para uma boa alimentação, sendo um elemento importante para o
bom funcionamento do organismo.
Os sais minerais também podem ser encontrados nos alimentos de origem animal e vegetal.
Eles auxiliam na prevenção de doenças, aumento da defesa imunitária, formação de ossos
e na regulação do metabolismo.
São exemplos de alimentos de origem mineral:
• Água: recurso natural essencial para a vida. Compõe todas as células do corpo humano;
• Cálcio: fornece os minerais essenciais para formação e manutenção dos ossos do corpo
humano;
• Ferro: ajuda na prevenção contra a anemia e é muito importante para a hemoglobina,
responsável pelo transporte de oxigênio por todo o corpo;
• Magnésio: atua no organismo auxiliando na regulação e funcionamento dos nervos e
músculos, além de auxiliar no controle de açúcar no sangue;
• Fósforo: é o segundo mineral mais abundante no corpo humano, auxiliando na formação
molecular do DNA;
• Flúor: é um mineral que auxilia na prevenção de cáries;
• Iodo: desempenha funções que auxilia na prevenção de doenças relacionadas a tireoide,
infertilidade, problemas cardíacos, dentre outros;
• Selênio: apresenta alto poder antioxidante, auxiliando no fortalecimento
do sistema imunológico;
• Sódio: atua no organismo na manutenção do equilíbrio do pH do sangue, impulsos nervosos
e contração muscular.

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