“Agropecuária” é um neologismo do prefixo grego agro-, que significa terra para
cultivo; e pecuaris, o qual remete ao gado. Desse modo, a atividade agropecuária compreende duas importantes atividades para o mundo: a agricultura e a pecuária. Agropecuária do neolítico à contemporaneidade Durante a era glacial, os homens pré-históricos faziam uso de cavernas para proteção contra fatores climáticos, época em que a forma de vida era nômade e as “áreas de trabalho” eram a caça de animais e a colheita de frutos. Conforme o clima da terra foi aumentando e se estabilizando, os homens do período começaram a se instalar em locais propícios para uma vida sedentária, uma vez que as novas condições ambientais permitiam esse assentamento de forma segura e prática. Nesse momento, não foi somente o modo de vida do homem que mudou, mas também sua organização social, pois uma vez que um clã descobria a agricultura e a domesticação de animal como uma forma viável de vida, foi necessária uma divisão de trabalho para determinados grupos dentro da sociedade. Logo a agropecuária se torna o principal meio de sobrevivência e alimentação das populações por meio da Revolução Neolítica. Ao longo de séculos, a agropecuária foi se desenvolvendo gradativamente de acordo com as necessidades de produção que a população demandava e a qualidade do produto. Na modernidade, destaca-se, portanto, um principal avanço no que tange a agropecuária: a Revolução Agrícola. Juntamente com a Revolução Industrial, a Revolução Agrícola se desenvolveu inicialmente na Europa e se espalhou pelo globo. Seu objetivo era o aumento da produção e produtividade, por meio de técnicas de rotação de cultura, diversificação das sementes e equalização do espaço para a pecuária. Esse foi um grande passo que contribuiu mais tarde para o desenvolvimento da Revolução Verde, que se iniciou entre as décadas 1960 e 1970. Seu objetivo era a criação de animais e produção alimentar em escala mundial, por meio de novas tecnologias, como o uso de sementes geneticamente modificadas, maquinários e produtos químicos, como agrotóxicos e fertilizantes, que visava garantia de segurança alimentar. Embora haja muitas vantagens no que tange à aplicação das novas técnicas, também é preciso destacar seus malefícios, como a poluição, o uso intensivo das terras e a expulsão de pequenos proprietários rurais (êxodo rural). Além disso, a segurança alimentar que as pessoas almejavam não foi, de fato, resolvida, pois mesmo com o aumento da produtividade a fome no mundo ainda persiste, devido à inacessibilidade (falta de recursos financeiros) ao produto (alimento). Como se deu a produção agropecuária em: 1. Países desenvolvidos Nos Estados Unidos da América, destacam-se o uso dos belts, cinturões especializados que estruturam o espaço agrário propício das regiões do país, de acordo com fatores climáticos, históricos, fundiários e comerciais. A agricultura é moderna, com o uso intensivo de mecanização, fertilizantes, agrotóxicos, recursos biotecnológicos e técnicas adequadas para o manejo dos solos. Caracteriza-se pela monocultura intensiva, que tende a desgastar o solo. No entanto, para atenuar esse efeito, faz-se cada vez mais uso das sementes geneticamente fertilizadas, solução que não deixa de tornar o produto mais favorável à saúde humana, levando à dificuldade de comercialização com alguns países, o que é relativamente ruim, pois os EUA priorizam o mercado externo ao interno. Na Europa, contudo, o comércio é voltado para o mercado interno, protegido pela Política Agrícola Comum (PAC), que visa a autossuficiência alimentar da União Europeia por meio das práticas protecionistas, que beneficiam produtores locais ao taxar produtos importados e oferecer subsídios aos agricultores. Possui elevada tecnologia, mas fortes restrições para com o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM). Caracteriza-se pela setorização e divisão dos terrenos em pequenas e médias propriedades com elevada mão de obra. Outros países desenvolvidos que se destacam são o Canadá, cuja agricultura supera o tipo climático pouco favorável; Japão, que faz uso de terraços na agricultura camponesa para produzir arroz no sistema de jardinagem; Austrália e Nova Zelândia, que se sobressaem principalmente na pecuária; e Israel, o qual é notável pelos kibutzim e pela elevada produtividade, apesar do território parcialmente desértico. 2. Países periféricos Nos países periféricos o comércio é voltado, de forma geral, ao mercado externo. Sofrem com as antigas estruturas de plantation, havendo predominância de latifúndios monocultores que acarretam no desgaste dos solos e na concentração fundiária, além do elevado uso de trabalhadores rurais desqualificados em condições precárias. Caracteriza-se também pelo cultivo simples de trabalho familiar, com pouca tecnologia e voltado para subsistência e mercados locais. São países subdesenvolvidos aqueles que compreendem a América Latina, a África, a Oceania Insular e alguns países da Ásia, como é o caso da China.