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G e o g raf i a a g r á r i a

Prof. Cako Pinheiro


Agricultura
• Está contido no setor primário da economia;
• tem a grande responsabilidade de fornecer alimentos à
humanidade.
• Brasil é um país agrícola: agroexportador
• Industrialização tardia;
• A agricultura ficava mais dependente e subordinada à
indústria e aos interesses econômicos de grupos brasileiros
e internacionais
Agricultura e o meio ambiente
• Crescimento da população;
• Mais consumista;
• A produção teve que aumentar;
• Agrotóxicos, venenos químicos que matam insetos e fungos
que comprometem a produção;
• Mais irrigação;
• O solo foi empobrecendo: desertificação; poluição das
águas, desmatamento, queimadas, poluição atmosférica,
compactação do solo e redução da biodiversidade;
História
• Primeiros passos no final da idade da pedra, entre 15000 e
25000 a.C.;
• Só plantava onde se poderia plantar (vales férteis);
• Sedentarização;
• Primeiros assentamentos;
• Domesticação de animais (carne, leite, tração animal);
• o solo perdeu produtividade;
• Precisou então aumentar a fertilidade do solo
artificialmente – uso de estrume;
• Incorporação de adubos para melhorar a fertilidade e do
prolongamento da jornada de trabalho dos agricultores que
passaram a trabalhar mais horas por dia;
• Isso, aliado ao cercamento das terras e ao estabelecimento
da propriedade privada, fio fundamental para o
desenvolvimento urbano e industrial.
• Todo esse modelo de exploração agropecuária estava
fortemente ligado ao surgimento do capitalismo industrial e
comercial, que exigia uma produção contínua e uma
exploração excessiva dos recursos naturais.
• Foram inventadas máquinas de tração animal, para arar a
terra e debulhar os cereais;
Fases na agricultura mundial
• O colonialismo constituiu uma fase importante da expansão
agrícola pelas regiões do globo.
• Nas terras ocupadas na América desde o século XVI e
durante a fase de expansão imperialista na África e na Ásia,
no século XIX, os colonizadores implantaram sistemas
agrícolas para a produção de gêneros alimentícios e de
matérias-primas voltados ao abastecimento do mercado
europeu.
• Esse sistema secular ficou conhecido como plantation.
Fases na agricultura mundial
• Era baseado na produção monocultora de gêneros tropicais,
praticada em grandes propriedades, por mão-de-obra
barata (ou escrava) e destinada à exportação.
• A partir da Revolução Industrial, a agricultura alcançou um
estágio técnico e científico que possibilitou o aumento da
produção sem a necessidade de ampliação da área de
cultivo, baseado apenas no aumento da produtividade.
• Esta fase ficou conhecida como Revolução Agrícola.
Revolução Verde
• Após a Segunda Guerra Mundial, e com o processo de
descolonização em curso, os países desenvolvidos criaram
uma estratégia de elevação da produção agrícola mundial: a
Revolução Verde.
• Concebida nos Estados Unidos, objetivava combater a fome
e a miséria dos países mais pobres, por meio da introdução
de técnicas mais apropriadas de cultivo, mecanização, uso
de fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes
selecionadas.
Revolução Verde
• No entanto, as sementes selecionadas, produzidas nos
laboratórios dos países desenvolvidos não eram
geneticamente capazes de enfrentar determinadas
condições climáticas (como o clima muito quente dos
trópicos), pragas e determinados tipos de insetos.
• A solução consistia na utilização de adubos, defensivos e
fertilizantes também importados das nações que
subvencionavam, num primeiro momento, essas novas
formas de cultivo, aumentando, dessa forma, a
dependência dos países mais pobres em relação aos países
mais ricos.
Aumento da produção
• motores cada vez mais potentes;
• Adubos sintéticos;
• Expansão dos meios de transporte e de comunicação
possibilitou trocas – importações e exportações;
• Fatores principais:
• Tecnificação das etapas de produção, com utilização de
máquinas agrícolas modernas;
• Uso intenso de adubos e venenos químicos;
• Seleção de tipos de plantas que se desenvolvem melhor em
meio aos novos métodos .
Novos rumos
• Expansão das áreas cultivadas;
• Aumento da produtividade;
• Os alimentos seguem sendo tratados como mercadorias e,
portanto, submetidos às regras do mercado;
• Concentração de produção em lugares específicos,
passamos a ter grandes áreas de produção destinadas para
exportação;
• Degradação dos biomas;
• Concentração das terras nas mãos de um grupo cada vez
menor de proprietários;
Complexo agroindustrial
• Indústria
• Fornecedores de insumos e bens de produção:
• Sementes, calcário, fertilizantes, rações, defensivos,
produtos veterinários, tratores, colheitadeiras,
implementos, equipamentos.
Complexo agroindustrial
• Produção agropecuária:
• Produção animal, lavouras permanentes e temporárias,
horticultura, silvicultura, extração vegetal, indústria.
Complexo agroindustrial
• Processamento e transformação: indústria
• Alimentos, têxteis, vestuário, madeira, bebidas, álcool,
papel, fumo, óleo
Complexo agroindustrial
• Distribuição e consumo: comércio
• Restaurantes, hotéis, bares, padarias, fast-foods,
supermercados, atacados, exportação
Sistemas agrários
• Quando analisamos as formas de exploração da terra podemos
classificá-las de duas maneiras: extensiva (baixa produtividade)
e intensiva (alta produtividade).
• Na produção agrícola entram três fatores básicos: o trabalho, a
terra e o capital.
• Numa unidade agrícola, quando o emprego de capital é o fator
predominante, diz-se que se trata de agricultura intensiva.
• No caso de ser a terra o fundamental, trata-se, então, de
agricultura extensiva.
Agricultura Extensiva
(Itinerante ou roça)
• - Desflorestamento
• - Uso da “queimada”
• - Produção familiar
• - Esgotamento dos Solos
• - Rotação de solos
• - Mão-de-obra escassa e desqualificada
• - Baixa produtividade
• - subsistência (1º objetivo é comer)
Agricultura Intensiva (moderna)

• Uso permanente do solo


• - Rotação de cultivos
• - Uso insumos químicos
• - Alta produtividade
• - Seleção de sementes
• - Mecanização
• - Agroindustrial de grande rendimento
• - Excelente infraestrutura (armazéns, silos, estábulos).
• - Excelente escoamento e comercialização da produção.
• - Produção por hectare
• - Mão-de-obra pequena e qualificada
Agricultura de "Plantation"

• - Aparece nas zonas tropicais


• - Típico de países subdesenvolvidos
• - Grandes extensões rurais
• - Monocultura
• - Cultivos destinados à exportação
• - Mão-de-obra barata e desqualificada
• - Dependência do mercado e preços instáveis no mercado.
Agricultura em terraceamento ou
Curvas de Nível ou de jardinagem

• - Pequena propriedade agrícola.


• - Numerosa mão-de-obra manual.
• - Clima de monções propiciando abundantes chuvas para o
cultivo do arroz.
• - Cuidado meticuloso e manual do solo.
• - Predomínio de técnicas de adubação, irrigação e
terraceamento.
• - Inundação natural ou artificial das áreas.
• - Reduzido emprego de máquinas.
Agricultura Familiar
• É aquela em que todas as medidas tomadas para gerir a propriedade
e administrar a produção.
• São executadas pelos membros de uma família, sendo ela proprietária
ou não da terra.
Agricultura patronal
• Realizado por empresas agrícolas que empregam trabalhadores
contratados.
• Subordinada à indústria, aos serviços, com as quais forma a cadeia
produtiva;
• É a atividade típica do agronegócio.
Lavouras temporárias
• Culturas de curta duração;
• Única safra, já que na colheita a planta é destruída.
• Cereais (trigo e arroz);
• Leguminosas (feijão);
• Oleoginosas (soja);
• Frutas (abacaxi, melão, melancia, etc)
• A cana-de-açúcar é uma cultura temporária.
Lavouras permanentes
• Culturas de longa duração, que após a colheita não necessitam de
novo plantio.
• Em geral, são produtos quase sempre de agricultura comercial;
• Café, cacau, laranja, maçã, banana e uva.
Biotecnologia
• A biotecnologia é o conjunto de tecnologias biológicas
utilizadas para o melhoramento genético de plantas,
animais e microorganismos por seleção e por cruzamentos
naturais.
• Esse processo pode alterar o tamanho das plantas, retardar
a deterioração dos produtos agrícolas após a colheita ou
torná-los mais resistentes às pragas, aos herbicidas e
pesticidas durante a fase do plantio, assim como
possibilitar maior adequação dos vegetais aos diferentes
tipos de solos e climas.
• As plantas derivadas da alteração genética são chamadas
transgênicas.
• Os transgênicos, ou organismos geneticamente
modificados, são produtos de cruzamentos que jamais
aconteceriam na natureza, como, por exemplo, arroz com
bactéria.
• A introdução de transgênicos na natureza expõe nossa
biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou alteração
do patrimônio genético de nossas plantas e sementes e o
aumento dramático no uso de agrotóxicos.
• Além disso, ela torna a agricultura e os agricultores reféns
de poucas empresas que detêm a tecnologia, e põe em
risco a saúde de agricultores e consumidores.
• Diante da crise climática em que vivemos, a preservação da
biodiversidade funciona como um seguro, uma garantia de que
teremos opções viáveis de produção de alimentos no futuro e
estaremos prontos para os efeitos das mudanças climáticas
sobre a agricultura.
• Nesse cenário, os transgênicos representam um duplo risco.
• Primeiro por serem resistentes a agrotóxicos, ou possuírem
propriedades inseticidas, o uso contínuo de sementes
transgênicas leva à resistência de ervas daninhas e insetos, o
que por sua vez leva o agricultor a aumentar a dose de
agrotóxicos ano a ano.
• Não por acaso o Brasil se tornou o maior consumidor mundial
de agrotóxicos em 2008 – depois de cerca de dez anos de
plantio de transgênicos – sendo mais da metade deles
destinados à soja, primeira lavoura transgênica a ser inserida no
País.
• Além disso, o uso de transgênicos representa um alto risco de
perda de biodiversidade, tanto pelo aumento no uso de
agroquímicos (que tem efeitos sobre a vida no solo e ao redor
das lavouras), quanto pela contaminação de sementes
naturais por transgênicas.
• Neste caso, um bom exemplo de alimento importante, que
hoje se encontra em ameaça, é o nosso bom e tradicional
arroz.
• A diversidade do arroz brasileiro congrega desde o arroz
branco plantado no Rio Grande do Sul, que é adaptado a
temperaturas amenas, àquele plantado no interior do
nordeste, vermelho, resistente a climas quentes e secos.
• Ambos são necessários, sem seus respectivos climas e solos,
para garantir que o cidadão brasileiro tenha sempre arroz em
seu prato, em qualquer região do país.
Rotulagem como direito básico

• Consumimos hoje diversos alimentos com ingredientes à


base de transgênicos, produzidos para matar insetos e
resistir a agrotóxicos.
• Não existe consenso na comunidade científica sobre a
segurança dos transgênicos para a saúde humana e o meio
ambiente.
• Testes de médio e longo prazo, em cobaias e em seres
humanos, não são feitos, e geralmente são repudiados
pelas empresas de transgênicos.
• A rotulagem de produtos transgênicos é um direito
básico dos consumidores.
• Todos nós temos o pleno direito de saber o que
consumimos.
• Os defensores dos transgênicos dizem que eles podem
ser uma solução ao problema da fome no mundo, pois
podem levar ao aumento da produção de alimentos.
• A produtividade dos transgênicos não é superior à dos
convencionais e orgânicos, e a semente é mais cara por
conta dos royalties a serem pagos, o que aumenta o custo
de produção.
• Considerando isso, e somando-se seus impactos sobre a
biodiversidade agrícola e aumento no uso de agrotóxicos,
só uma conclusão é possível: os transgênicos são um
problema, e não a solução, para a fome no mundo.
Soluções

• Proibição de aprovações de novas culturas transgênicas,


em especial aquelas que são a base da alimentação de
nossa população.
• - Rotulagem dos produtos transgênicos, para atender
plenamente a um direito do consumidor de saber o que
está comprando.
• - Fiscalização e cuidado na cadeia alimentar para que não
haja contaminação.
Sementes selecionadas
• Hibridização
• Cruzamento entre plantas até atingir o ideal
• Ex: Tomate Longa Vida
• Transgenia
• Mudança genética mudando certa características
• Ex: Soja, Milho, Arroz
Técnicas de cultivo para conservação do solo
• Curvas de nível: linhas que ligam pontos de mesma cota
altimétrica, sobre as quais se faz a semeadura, estabelecendo-
se, assim, fileiras de plantas. Isso permite que a água escorra
mais lentamente.
• Plantio direto: técnica que consiste em plantar diretamente
sobre os restos de plantas da colheita anterior (no Brasil, tem
sido muito utilizado no cultivo de soja, principalmente no
Paraná).
• Rotação de culturas: cultivo alternado de produtos (por
exemplo: soja, depois tremoço, depois milho).
• Afolhamento: método no qual o terreno é dividido em três
partes e que, enquanto duas partes são cultivadas, a terceira
permanece em repouso por um ou dois anos para recuperar
as propriedades retiradas com as sucessivas colheitas
Agricultura nos EUA
• Os estadunidenses detêm hoje o índice de maior produtividade agrícola do
planeta.
• “Belts”
• Apesar de empregar apenas uma mínima parcela de sua "população
economicamente ativa" nesse setor, são os maiores produtores e
exportadores mundiais de alimentos.
• Essa grande produtividade foi, em boa parte, resultado do estreitamento
nas relações entre a agricultura e a indústria, com a consequente
intensificação do processo de mecanização do setor agrícola.
• Atualmente novas tecnologias, como o uso de satélites, permitem ao
produtor racionalizar o uso de insumos e aumentar a produtividade de
maneira jamais vista. Esse é o desafio da chamada agricultura de precisão.
Agricultura no Brasil
• Um dos mais graves problemas do campo no Brasil é a
distorção da estrutura fundiária, que tem se acentuado com a
modernização.
• Segundo o Atlas fundiário, metade da área dos imóveis rurais
do Brasil está concentrada em menos de 2% das propriedades.
• Menos de 1% (0,9%) dessas grandes propriedades detém
35,8% das terras (118,4 milhões de hectares).
• Ao todo, as grandes propriedades ocupam 165,7 milhões de
hectares, o que corresponde a aproximadamente sete vezes o
tamanho do estado de São Paulo.
• São em geral imóveis com área igual ou superior a 1000
hectares, dos quais mais de 62% são áreas não produtivas.
Agricultura no Brasil
• Essa distorção fundiária causa sérios problemas.
• Os pequenos produtores não conseguem obter
rendimentos significativos, pois lhes falta o essencial para a
produção primária - a terra.
• Considerando que esses produtores são a maioria e que
empregam grande parte da força de trabalho do campo,
podemos entender muitos fatos, como as precárias
condições de vida da maioria da população rural e a venda
de terras por parte dos pequenos proprietários para os
produtores maiores ou para as grandes empresas.
As relações de trabalho.

• Historicamente é importante ressaltar o papel da propriedade


da terra.
• Durante o período colonial só se obtinha terra por doação do
governo.
• A partir de 1850 criou-se a lei que permitia a compra e a venda
de terras.
• Todavia, nem todas as pessoas podiam comprar e fazer o
registro destas terras.
• Com isto as famílias de lavradores ocupam a terra, são eles: os
posseiros (individuo que tem a posse da terra e nela trabalham
sem, porem, possuir o título de propriedade) e os grileiros
(pessoas que toma a posse da terra de outros, usando para isso
falsas escrituras de propriedade).
As relações de trabalho.

• Existem várias formas distintas de organização do trabalho no


meio rural brasileiro, desde a do pequeno proprietário que
utiliza sua família como mão-de-obra, até as grandes empresas
que contratam assalariados (permanentes ou temporários) e
ainda os que trabalham num pedaço de terra de um fazendeiro
ao qual pagam uma parte da produção que obtêm.
• Parceria - São aqueles que trabalham numa parte das terras de
um proprietário a quem pagam com a metade da produção (os
"meeiros") ou com a terça parte do que é produzido.
• Arrendatário - São aqueles que arrendam ou "alugam" a terra e
pagam ao proprietário em dinheiro.
O MST
• O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) é um dos
mais importantes movimentos sociais do Brasil, tendo como
foco as questões do trabalhador do campo, principalmente no
tocante à luta pela reforma agrária brasileira.
• A organização do MST enquanto movimento social começou
nos anos 80 do século passado e hoje já se faz presente em 24
estados da federação, fato que ilustra sua representatividade
em termos nacionais.
• A fundação deste movimento se deu em um contexto político
no qual o duro regime militar que se iniciava na década de 60
do século passado chegava ao fim, permitindo à sociedade civil
brasileira uma abertura política para reivindicações e debates.
Pecuária.
• O Ministério da Agricultura e do Abastecimento tem planos
de fazer do Brasil o maior exportador de carne bovina do
mundo, no entanto, mesmo possuindo o segundo maior
rebanho bovino do mundo, a pecuária no Brasil tem
pequeno peso na economia.
• Na maior parte do país predomina a pecuária extensiva.
• De modo geral, a pecuária brasileira apresenta baixa
rentabilidade, baixa qualidade de grande parte de seus
rebanhos e baixa fertilidade por causa da desnutrição e da
alta incidência de moléstias.
PECUÁRIA EXTENSIVA

• - Gado solto.
• - Produção de carne/corte.
• - Pastagens naturais.
• - Baixo rendimento.
• - Abundância de terras.
• - Mão-de-obra escassa e não qualificada.
• - Desbravamento de novas áreas.
• - Baixo rendimento e lucro.
PECUÁRIA INTENSIVA

• - Gado estabulado.
• - Produção de carne e leite.
• - Pastagens cultivadas.
• - Rações.
• - Inseminação artificial.
• - Seleção de espécies.
• - Ordenha mecânica.
• - Mão-de-obra qualificada.
• - Pequenas e médias propriedades.
• - Defesa sanitária animal.
• - Grande rendimento e lucro.
• - Tipo de criação dominante nas nações desenvolvidas.
A expansão extensiva da agropecuária.
Soja
A nova fronteira agrícola.
Arroz
Soja
Soja
Soja
Milho
Trigo
Obrigado!
• Prof. Cako Pinheiro

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