GEOGRAFIA

AGRICULTURA
CARACTERIZAÇÃO DE SISTEMAS, ESTRUTURAS E
REVOLUÇÕES AGRÍCOLAS

PROFESSOR: LEONARDO FIALHO NUNES

 EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA
Agricultura arcaica Agricultura moderna
Surgiu com o
A força de trabalho desenvolvimento da
humano e a tração Revolução Industrial na
animal são segunda metade do século
predominantes, possui XVIII, na Inglaterra. É
caracterizada pelo uso de
baixas produção e instrumentos mais modernos,
produtividade e é
de máquinas no campo
considerada agricultura (ainda que rudimentares),
de subsistência, por um sistema mais racional
de plantio, com rotação de
apoiando-se nos culturas e aplicação de
alimentos básicos da corretivos químicos e
população. adubação.
Agricultura contemporânea
Corresponde à fase mais
evoluída da agricultura,
quando são criadas as
grandes máquinas agrícolas,
como as aradeiras,
semeadeiras, colheitadeiras,
etc. Para o aumento de
produção e de
produtividade, faz-se
necessário o uso de
produtos químicos como os
inseticidas, pesticidas,
fungicidas, além dos adubos
químicos.
 SISTEMAS AGRÍCOLAS
O sistema agrícola de cada região sofre mudanças que estão ligadas às
variações de três grandes fatores:
 SISTEMAS AGRÍCOLAS
De acordo com a predominância de um desses fatores, o sistema
agrícola poderá ser classificado em função do grau de capitalização e
do índice de produtividade.

O elemento O elemento
principal é a terra, e principal é o capital,
há pouca ou a terra passa a ser
nenhuma um agente
mecanização. secundário.
 TÉCNICAS DE CULTIVO
• Rotação de culturas: No cultivo alternado de produtos, é plantado, em
uma parte do solo, um produto de maior importância, como os cereais,
e, em uma outra, uma leguminosa, como feijão, tremoço ou feno. Após
cada colheita, os produtos de cada lado do terreno são trocados. As
leguminosas têm a propriedade de melhorar as condições do solo,
enriquecendo-o com o nitrogênio, muito importante para o
desenvolvimento das raízes dos vegetais.
• Afolhamento: É um método no qual o terreno é dividido em três
partes, sempre em rodízio. Enquanto duas partes são cultivadas, a
terceira permanece em repouso (por um ou dois anos) para que as
partes retiradas com as sucessivas colheitas sejam recuperadas.
 TÉCNICAS DE CULTIVO
• Agricultura em curvas de nível • Plantio direto: É uma técnica de
Nessa técnica, a semeadura é feita
sobre as linhas que ligam pontos
de mesma cota altimétrica.
Estabelece-se, assim, fileiras de
plantas que permitem que a água
escorra mais lentamente, o que
preserva o solo.
manejo que visa a diminuir o
impacto da atividade agrícola sobre
o solo e que consiste no plantio
direto sobre os restos vegetais,
como a palha, que permaneceram
sobre a superfície após a colheita
anterior, garantindo a cobertura e a
proteção do solo agrícola.
CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES
AGRÍCOLAS
 CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES
AGRÍCOLAS
Plantation
• Grande lavoura tropical.
• Monoculturas voltadas para exportação.
• Mão de obra assalariada, trabalho semiescravo ou escravo.
• Consequências até hoje visíveis em muitos países de emergentes ou
subdesenvolvidos, como a estratificação da sociedade, as revoltas
pelo uso da terra, a destruição ou a ocupação das culturas de
subsistência, a concentração de terras, a criação de latifúndios, etc.
CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES
AGRÍCOLAS
 REVOLUÇÃO VERDE
• Contexto histórico: pós-Segunda Guerra Mundial
• Processo de descolonização;
• Concebida nos Estados Unidos, buscava combater a miséria e a fome
nos países subdesenvolvidos.
• Um objetivo maior: aumentar o consumo e a utilização de produtos e
técnicas criados pelos países desenvolvidos.
• Divulgaram-se várias medidas que objetivavam aumentar a produção
e a produtividade da agricultura nos países do Terceiro Mundo.
 REVOLUÇÃO VERDE
• A mais importante inovação trazida pela Revolução Verde foram as
sementes híbridas de cereais, conhecidas como variedade de alto
rendimento.
• A princípio, houve aumento de produção, mas, após alguns anos,
verificou-se que a Revolução Verde não contribuiu para erradicar a
fome; pelo contrário, nos países subdesenvolvidos, essa Revolução
intensificou a desigualdade.
• Grandes produtores: acesso ao “pacote tecnológico”.
• Pequenos produtores: excluídos dos benefícios.
 REVOLUÇÃO VERDE
• O aumento de produção desencadeou a redução dos preços das
mercadorias agrícolas a valores impraticáveis para os pequenos
agricultores.
• Essa nova situação de mercado contribuiu para que ocorresse a venda
ou mesmo o abandono de pequenas propriedades, que, aos poucos,
foram agregadas pelos latifundiários às suas terras.
• Conclusão: a Revolução Verde aumentou o potencial e efetivo
produtivo, mas também a concentração de terras e desigualdade
social.
OS TRANSGÊNICOS
 AGRICULTURA ORGÂNICA
• Proteção da fertilidade dos solos a longo prazo, estimulando sua atividade biológica.
• Intervenção mecanizada cautelosa.
• Fornecimento de nutrientes ao solo em sua forma natural, não obtidos por processos químicos.
• Autossuficiência em nitrogênio pelo uso de leguminosas e inoculações com bactérias fixadoras de
nitrogênio, e através da reciclagem de materiais orgânicos provenientes de resíduos vegetais e
estercos animais.
• Controle de doenças, pragas e ervas pela rotação de culturas, diversidade genética e adubação
orgânica.
• Garantia do bem-estar das espécies exploradas na criação animal, através de nutrição, de
tratamento sanitário e de condições de vida que respeitem suas características.
• Atenção especial ao impacto do sistema produtivo sobre o meio ambiente, protegendo a flora e a
fauna existentes.
• Condições de trabalho que representem oportunidades de desenvolvimento humano aos
envolvidos.
• Processamento limpo e controlado.
• Extrativismo sustentável.
 AGRONEGÓCIO
• Junção de diversas atividades produtivas ligadas a agricultura e
pecuária.

• Atividade de capital intensivo

• Relação de investimentos: bancos; indústrias de insumos, tratores, máquinas
e peças; laboratórios, entre outros.

• Crescente emprego de tecnologia.

• Agricultura de precisão.
 GEOGRAFIA

AGRICULTURA NO BRASIL
ESTRUTURA FUNDIÁRIA E REFORMA AGRÁRIA
CENÁRIO BRASILEIRO
 CENÁRIO BRASILEIRO
• Herança colonial de produção agrícola em grandes propriedades
monocultoras com comercialização voltada para o exterior.
• Desorganização do comércio com o aparecimento dos atravessadores, a falta
de armazéns de estocagem e as péssimas condições das rodovias.
• Propriedades não representam um bem social que tem a função de produzir,
e sim um bem pessoal que tem a finalidade de valorização (venda e compra).
• Altos custos dos agrotóxicos, responsáveis pelos baixos índices de produção
por hectare.
• Ausência de uma reforma agrária capaz de alterar a injusta distribuição das
terras.
 ESTRUTURA FUNDIÁRIA
• Minifúndios: São imóveis rurais menores que o módulo rural estipulado para o
respectivo município. Dependendo da localização do município, um módulo rural varia
de 5 a 110 hectares. Os minifúndios são predominantes no Brasil, de gestão familiar e
não podem ser incluídos na reforma agrária.
• Pequenas propriedades: São imóveis rurais que têm suas áreas entre 1 e 4 módulos
rurais. Se forem produtivos, são chamados de Empresas Rurais e estão livres de reforma
agrária.
• Médias propriedades: São imóveis rurais que têm suas áreas entre 4 e 15 módulos
rurais. Se forem produtivos, são chamados de Empresas Rurais e também estão livres da
reforma agrária.
• Latifúndios: São imóveis rurais que têm suas áreas acima de 15 módulos rurais e, apesar
disso, representam apenas 3% das propriedades, ocupando cerca de 56,7% (INCRA) do
espaço agrário brasileiro.
REGIME DE EXPLORAÇÃO DO SOLO
• Diretamente
Trabalho familiar: Geralmente praticado em pequenas e médias
propriedades, nas quais os trabalhadores cultivam a própria terra.
Trabalham, normalmente, em base familiar e não possuem remuneração
direta.
• Indiretamente
Parceiros: Agricultores que trabalham na terra de determinado
proprietário e, depois, pagam-no com parte da colheita.
Arrendatários: Proprietários que alugam (arrendam) por determinado
valor em dinheiro as terras a quem se dispõe a trabalhá-la.
 RELAÇÕES DE TRABALHO
• Gestão familiar: Trabalho “não remunerado” realizado pelos filhos e pela
esposa do proprietário.
• Assalariados permanentes: São trabalhadores que mantêm vínculo
empregatício com registro profissional. Normalmente, trabalham para
grandes proprietários de terras.
• Assalariados temporários: São também chamados de boias-frias ou
volantes. São empregados pelas fazendas, geralmente, nas épocas de
plantio e de colheita. Normalmente, esse grupo de trabalhadores migra de
uma região para outra em busca de emprego e habita as periferias das
grandes cidades, deslocando-se diariamente (movimento pendular) ou
temporariamente (movimento sazonal) para o campo.
 RELAÇÕES DE TRABALHO
• Escravidão por dívida ou “branca”: É caracterizada, principalmente,
pela supressão do direito de ir e vir. A escravidão por dívida é a mais
comum: o empregado se vê forçado a trabalhar para pagar por
equipamentos de trabalho, moradia e alimentos fornecidos pelo
patrão. Segundo estimativa do Governo, há cerca de 25 000 escravos
em áreas rurais, especialmente no Pará, no Mato Grosso, no Tocantins
e no Maranhão.
• Trabalho forçado infanto-juvenil: De acordo com dados do IBGE, cerca
de 446 mil crianças de cinco a nove anos e 2,85 milhões entre 10 e 14
anos trabalham no Brasil. É considerada uma prática degradante e
condenável.
 PECUÁRIA BRASILEIRA
• O país é, na atualidade, um dos maiores produtores de rebanho
bovino e é o maior exportador de carne bovina.
• A maior concentração da atividade criatória se dá na região Centro-
Sul porque lá está o mercado consumidor mais importante do país.
Além disso, o número significativo de laticínios e frigoríficos absorve o
principal da produção.
• Segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal do IBGE, o maior rebanho
do país é o de aves, com mais de 850 mil cabeças. Em segundo lugar,
está o rebanho bovino, com quase 190 mil cabeças.
 AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
• Atualmente, o agronegócio é uma das mais importantes atividades do
Brasil: correspondia, em 2008, a cerca de 28% do PIB nacional e agregava
37% dos postos de trabalho da nossa economia.
• No entanto, a acelerada expansão e as deficiências do sistema viário são
variáveis conflitantes que resultam em gravíssimos prejuízos ao setor do
país. Devido à falta de infraestrutura para escoar a produção, a capacidade
de expansão da agricultura brasileira chegou praticamente ao seu limite.
• Além dos problemas de logística de transporte, as políticas tributária e
cambial, as barreiras alfandegárias, os subsídios à produção de países
desenvolvidos e as restrições ambientais, que também são fatores
desafiadores para o setor.
AGROPECUÁRIA: CULTIVOS NO
BRASIL
PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL