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Agropecuária no

Mundo
O surgimento da agricultura
As atividades agropecuárias existem há cerca de 10 mil anos, quando os grupos humanos
(coletores-caçadores) perceberam que, após enterrar as sementes, elas germinavam. O
cultivo possibilitou maior oferta de alimento, pois a dieta, até então, dependia da coleta e da
caça.
Ao longo do tempo, os agricultores passaram a compreender a dinâmica do ciclo natural de
desenvolvimento de determinadas plantas e notaram como estimular e cuidar do crescimento
delas, qual o melhor momento para sua colheita, a área mais adequada para uma boa produção,
entre outros fatores.
A atividade agrícola foi se aperfeiçoando com a escolha de espécies, o cruzamento de
variedades de plantas, o melhor aproveitamento da água e do solo, o uso de instrumentos e
equipamentos e as técnicas de plantio mais adequadas aos tipos de relevo e solo. Esse conjunto
de inovações é designado na História da humanidade como Revolução Agrícola.
AGRICULTURA TRADICIONAL/FAMILIAR

A agricultura tradicional é o tipo de atividade agrícola que utiliza técnicas artesanais,


ancestrais e rudimentares, tais como o uso da enxada, do arado, da queimada e da tração
animal.
Agricultura tradicional: Rotação de cultivos
É uma técnica muito utilizada por pequenos produtores familiares e de subsistência,
caracterizada pela alternância de cultivos numa mesma propriedade a cada ano.
Quando uma planta é cultivada por anos no mesmo lugar (monocultura), há queda na
produção e aumento de casos de praga. O objetivo da rotação de cultura é garantir a troca
de nutrientes entre as camadas do solo e as plantas. Portanto, a rotação agrícola associada a
cultivos diversificados (policultura) é uma prática tradicional muito eficiente, que tende a
apresentar alta produtividade.
AGRICULTURA FAMILIAR
• Nesse modo de produção, os cultivos são diversificados, ou seja,
ocorre a policultura, e são produzidos em áreas menores,
conhecidas como minifúndios. A utilização de insumos agrícolas é
baixa e a produção é pequena, caracterizando uma agricultura
extensiva.
Em muitos casos, os agricultores familiares priorizam a produção comercial de alimentos, o
que em geral garante maiores ganhos financeiros para os produtores, que usam esses
recursos para adquirir outros bens de consumo para suas famílias.
Agricultura moderna
A agricultura moderna caracteriza-se pelo tipo de produção em que se utilizam inovações
tecnológicas na produção rural, tornando-a intensiva. O uso dessas inovações implica
grandes investimentos financeiros, compensados pela venda das safras em larga escala
(agricultura comercial).
Fertilização química
O uso de nutrientes químicos industriais é feito para aumentar a fertilidade ou corrigir
problemas dos solos. A calagem, que consiste em pulverizar cal sobre solos pouco férteis,
é uma dessas técnicas.
Organismos geneticamente modificados (OGM)
A manipulação genética de plantas, animais e microrganismos pode ser feita por seleção,
cruzamentos naturais ou modificações no código genético. A manipulação genética realizada
pela biotecnologia pode resultar em plantas mais resistentes a pragas e a condições
ambientais adversas, além de poderem crescer mais rápido. No entanto, seu uso gera
polêmicas quanto a possíveis consequências negativas que podem acarretar à saúde
humana e aos ecossistemas.
Os alimentos transgênicos (OGM) produzidos apenas resistem aos herbicidas (veneno que
combate o desenvolvimento de pragas e plantas indesejáveis) que são lançados nas
lavouras em grandes quantidades. Reflita sobre as incertezas quanto aos impactos do
consumo em longo prazo desse tipo de alimento sobre a saúde humana e sobre a
diminuição da variedade de espécies de plantas (e animais), chamada erosão
genética.
Cultivos hidropônicos
Nessa técnica, o solo é substituído por uma solução de nutrientes dissolvidos em água, como
ilustrado na imagem de abertura deste módulo. Essa técnica geralmente é empregada na
produção de hortaliças, frutas, flores e legumes, sendo mais usadas em fazendas pequenas e
médias, áreas urbanas ou onde as condições do solo e do relevo são adversas.
QUANTO À MÃO DE OBRA E SUAS
RESISTÊNCIAS...
Trabalham na terra dos outros e
parceiros fica com uma parte do que
produzem

arrendatarios Pagam um aluguel pela terra

Lutam pela legalização de


posseiros suas posses

As classes
trabalhadoras
rurais

Trabalhadores Lutam para ter os mesmo Permanentes ou


direitos dos trabalhadores temporários(volant
assalariados urbanos es ou boias-frias

Expulsos pela construção


de usinas hidroeletricas
Os sem-terra
acampamentos
Expansão da capitalismo
no campona decada de 70
AS TRANSFORMAÇÕES
CAMPONESAS E A RESISTÊNCIA
CAMPONESA NO MUNDO
INGLATERRA – Lei do Cercamento – necessidade da lã para
alimentar a indústria têxtil na 1ª revolução industrial;
Expulsão dos camponeses do espaço rural (êxodo
rural);
A Luta pela Terra se tornou uma das principais formas
de resistência do Movimento do Campesinato;
REVOLUÇÃO MEXICANA (1910) –
Visava democratizar o acesso a terra e propunha a
reforma agrária;
O Objetivo foi alcançado e teve-se a reforma agrária;
REVOLUÇÃO CHINESA (1949) –
Conjunto de rebeliões que visava a liberdade do
domínio estrangeiro;
Sistemas agrícolas regionais
Agricultura em plantation: atividade agrícola desenvolvida em países tropicais da
América, da África e da Ásia, que passaram por uma história de colonização do século XVI ao
início do século XX. Esses países produzem até hoje café, cana-de-açúcar, chá, algodão e
frutas tropicais diversas, como banana, cacau, coco, maracujá, etc. Tradicionalmente, a
produção desses gêneros ocorre em grandes propriedades monocultoras e destina-se a
abastecer os mercados externos.
Sistemas agrícolas regionais
Sistemas agrícolas regionais
No passado, o trabalho era feito por mão de obra escravizada; atualmente, mobiliza um
grande número de trabalhadores rurais, quase sempre mal remunerados.
Em áreas de cultivos modernos, as plantations passaram a usar equipamentos para
intensificar a produção, reduzindo a oferta de trabalho.
Sistemas agrícolas regionais
A agropecuária dos Estados Unidos
Os Estados Unidos são os maiores exportadores de produtos agrícolas
mundiais. Embora o país seja predominantemente urbano e apenas
3% da população esteja envolvida nesse setor, os estadunidenses
apresentam altos índices de produtividade, principalmente de grãos
(milho, trigo, cevada, aveia, centeio, etc.), algodão, soja, frutas e
pecuária bovina (carne e leite).
No século XIX, com a expansão para o oeste, foi criada a Lei da Propriedade Rural
(Homestead Act). De acordo com essa lei, para uma pessoa obter o título de posse
de uma terra, ela devia produzir por no mínimo cinco anos. Essa lei foi fundamental
para equilibrar a divisão de terras no país.
Além de propiciar o acesso mais democrático à terra, o Homestead Act atraiu
milhares de imigrantes, que ocuparam as terras conquistadas e formaram uma massa
de trabalhadores e um mercado de consumo potencial nos Estados Unidos.
Até o início do século XX, a estrutura
fundiária era diversificada, com predomínio
de grandes fazendas no sul do país (sistema
de plantations) e pequenas e médias
fazendas voltadas para a
agricultura familiar no norte e meio-oeste,
estimulada pelo Homestead Act de 1862.
Cinturões centrais (central belts): nas planícies centrais do país, o relevo mais plano, o
clima temperado, os solos férteis (ricos em matéria orgânica) e a alta mecanização
tornam essa região a mais diversificada e produtiva do país. O central belt pode ser
subdividido em três áreas especializadas, conforme a produção principal:

• milho (corn belt): o milho concentra-se nessa área em virtude dos solos planos favoráveis
à
produção e, principalmente, pela proximidade com os grandes mercados do nordeste. Nos
Estados Unidos, o milho é fundamental para a expressiva indústria de alimentos e para a
alimentação do gado leiteiro. Mais recentemente, tem sido usado também na produção de
etanol.
• Trigo (wheat belt): cultivo típico de áreas de climas temperados, como a parte norte das
planícies centrais.
• Algodão (cotton belt): o cinturão do algodão localiza-se no sul do país em virtude do
clima
mais quente e contribuiu para o desenvolvimento da indústria têxtil estadunidense. No en-
tanto, outros cultivos têm ganhado espaço na região devido à concorrência com a produção
de países tropicais.
cinturões de laticínios (dairy belts): área que se
estende do nordeste dos Estados Unidos ao sul dos
Grandes Lagos e se caracteriza pela produção intensiva,
com criação de gado leiteiro e beneficiamento da
produção pelo setor agroindustrial de laticínios.
cinturões de cultivos subtropicais: na península da
Flórida e no litoral voltado para o Golfo do México, si-
tuam-se as áreas de climas mais quentes dos Estados
Unidos. A produção de frutas destaca-se nessa área.
A agropecuária europeia
A Política Agrícola Comum (PAC) europeia objetiva proteger os produtores diante da
concorrência externa e inseri-los na livre circulação de mercadorias do bloco.

 Os produtores rurais europeus contam com uma expressiva política de subsídios.


Desse modo, eles podem tomar empréstimos a juros baixos e têm a garantia da
compra dos seus produtos.
 contam com o protecionismo contra produtos estrangeiros semelhantes.
 Os subsídios, associados às barreiras alfandegárias, aumentam a competitividade
dos produtores rurais europeus.
 Mecanização da produção.
Pecuária: tipos de criação de animais
A criação de animais também fornece alimentos e matéria-prima para o comércio e as
indústrias, como carne, couro, lã, leite e derivados e ovos.
Os rebanhos podem ser: bovinos (bois e vacas), suínos (porcos), ovinos (ovelhas e
carneiros), caprinos (cabras e bodes), equinos (cavalos), muares (mulas), asininos
(jumentos) e bufalinos (búfalos). A pecuária pode ser classificada de acordo com a maneira
como os animais são criados: sedentária ou nômade.
Há duas formas de pecuária
sedentária: extensiva e intensiva.

No caso da pecuária intensiva, os animais ficam confinados, são


alimentados com ração balanceada e recebem cuidados veterinários
para assegurar a qualidade do que será produzido. A criação
intensiva garante elevado rendimento para os proprietários.
Na pecuária extensiva, os animais são criados soltos, em
grandes extensões de terra, alimentando-se com o pasto, tanto
natural como plantado. Esses animais podem ou não ter
tratamento veterinário; entretanto, os gastos e os cuidados são
menores em comparação à criação intensiva.
A pecuária nômade é típica de sociedades tradicionais e existe há milhares de anos.
Está presente nas áreas desérticas e semiáridas do norte da África e na região central da
Ásia. Não há propriedades particulares nesses locais, pois o uso da terra é coletivo.
Baseia-se na criação de rebanhos de ovelhas, cabras e camelos. Pastores conduzem o
rebanho em busca de pasto, de acordo com as condições naturais de relevo e de clima.
Impactos ambientais da
produção agropastoril
No mundo, o rebanho bovino representa cerca de 1 bilhão de cabeças. Nas décadas de
1960 e 1970, o avanço tecnológico na agropecuária garantiu o aumento dos rendimentos
e da produção de alimentos; entretanto, aprofundou as transformações da natureza.
Esse tipo de criação também é responsável
pelo aumento de gases de efeito estufa na
atmosfera, o que provoca o aquecimento da
Terra. As razões estão na destruição das
florestas, na ruminação e nas fezes dos
animais.
O USO DO SOLO
RURAL
Modos de Produção Agrícola
• 12% da superfície continental do planeta é utilizada pela agricultura,
e novas áreas passam a ser cultivadas todos os dias.
AGRONEGÓCIO
AGRONEGÓCIO

• o agronegócio é um modo de produção agrícola baseado na grande


propriedade e nas monoculturas;
• Nesse sistema, a produção pode ser permanente ou rotativa. Quando
rotativa, uma espécie é substituída por outra a cada cultivo, visando,
principalmente, manter a fertilidade da terra.

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