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Apresentação

Desde os tempos antigos a agricultura tem ocupado grande destaque


em nossa história, do período neolítico até o século XIX a agricultura se tornou
gradativamente um importe meio para a sobrevivência da sociedade, tanto no
quesito alimentício e na produção de outros itens que usamos em nosso
cotidiano, quanto economicamente falando. Para se chegar a esse estado a
agricultura teve sua trajetória iniciada na Revolução Agrícola ou Revolução
Neolítica, um processo que marcou o surgimento da agricultura na sociedade
humana, assim como a mudança do modo de se viver nômade que as tribos
adotavam para o surgimento de um modo de vida em que o humano acabou se
utilizando da agricultura para cultivar o solo e arranjar um meio de sobrevivência.
Ao decorrer deste trabalho será desenvolvido a evolução da agricultura desde a
Revolução Agrícola até o famigerado século XIX, passando por diversos
períodos compreendendo mais de mil anos para apresentar os avanços e
inovações, além das obvias mudanças em que o meio de produção agrícola
passou para se tornar um importante pilar da sociedade global.
A Revolução Agrícola ou Revolução Neolítica: O surgimento da
Agropecuária
Ao longo dos séculos a sociedade humana sofreu diversas
mudanças que impactaram todo modo de se viver. Desde o início dos
tempos em que os humanos começaram a caminhar e viver na
imensidão do mundo na Era Paleolítica havia muita dificuldade em razão
do modo de se viver da época. Originalmente os humanos viviam em
tribos nômades, vivendo em função da coleta de recursos e
principalmente da caça, acarretando deslocamentos das tribos por conta
de problemas climáticos e pela falta de recursos, migrando para outro
área que houvesse melhores condições para se viver. Esse era um
modo difícil para se viver, principalmente para as crianças que
acabavam por depender demasiadamente da atenção dos membros da
comunidade nômade, especialmente das mulheres. Por ser difícil o
deslocamento a vida se tornava um desafio notoriamente tortuosa.
Assim sendo, pode ser perceptível que o ser humano desde o
período Paleolítico estava em completa transição, o modo nômade de se
viver marcaria todo um período em específico da história, todavia isso
mudaria quando o homem tomaria outra linha de raciocínio. Tomando o
conhecimento da natureza ao seu redor, as primeiras atividades
agrícolas começaram a ser praticadas. Esse processo anos mais tarde
se tornaria conhecido nos dias de hoje como a Revolução Agrícola,
ocorrida já no período Neolítico. Esse processo de transformações e
mudanças que acarretaram no desenvolvimento da agricultura não
ocorreu de maneira unilateral em todo o globo, isso porque as atividades
agrícolas só foram se desenvolvendo de maneira gradual em cada
sociedade da época, por exemplo o primeiro registro de atividade
agrícola da Europa é dado a cerca de 6 mil anos atras, no continente
Africano ocorreu de maneira ainda mais tardia, com os arqueólogos
estimando em 5 mil o registro da primeira atividade agrícola em solo
africano. Se levarmos em consideração que a antiga Índia e a China
tiveram um registro de atividades agrícolas muito antes de Europa e
África pode se chegar à conclusão que o processo de Revolução
Agrícola não ocorreu de maneira unilateral nas diversas antigas
sociedades que estavam se formando ao redor do mundo.
A Revolução Agrícola Neolítica trouxe para a sociedade
mudanças em seu modo de viver e de se alimentar. A produção se
iniciou focando na criação de cereais, ou seja, trigo, cevada, milho e
batata. Os seres humanos da época provavelmente desenvolveram esse
método aprimorando suas técnicas para usar no plantio ao longo do
tempo, se adaptando ao solo das localidades para saber qual tipo de
planta cresce em determinado local sob alguma determinada
consequência, mudando seu modo de viver que era completamente
nômade para um modo de viver sedentário.
Pode se dizer que a mudança que o desenvolvimento da
agricultura trouxe benefícios para a sociedade, entre eles um aumento
significativo de indivíduos na população mundial, que não precisava
mais conviver com as desenvolturas que a vida nômade proporcionava.
Um exemplo das mudanças são as crianças, enquanto no modo de viver
nômade as crianças sofriam diversos malefícios e eram fonte de
preocupação constante pois atrapalhavam a coletividade do grupo. No
modo de viver da sociedade sedentária as crianças poderiam receber
funções e tinha uma expectativa de vida maior sem as deslocações
complexas ou o risco de ataque animal.
Além disso houve surgiu um novo tipo de organização social
diferente do modo adotado pelos nômades. A sociedade continua sendo
voltada para as comunidades pequenas que dividiam o trabalho de
maneira igualitária, buscando plantar e produzir quantidades maiores de
comida, especialmente em épocas de inverno ou de seca, onde não
haveria mais a possibilidade de migrar para outro área, pois o novo
modo de organização das sociedades humanas era voltado para a
sedentarização e deixar as moradias e plantações para buscar algo
totalmente incerto era inviável e tolo.
No cotidiano de trabalho os homens ficavam responsáveis por
preparar a terra e cuidar da maior parte do trabalho braçal, já as
mulheres se responsabilizaram pelo plantio em si das sementes na terra
para o cotidiano de plantio. Outro fator de grande importância foi a
grande explosão demográfica que o planeta sofreu naquele período, isso
se deve pelo fato de haver uma quantidade de alimentos maior, tal fato
iria gerar grupos maiores do que as pequenas tribos, surgindo mais
tarde reinos, cidades e impérios cujo nome seria conhecido até os dias
de hoje. Sociedades tais como a Antiga China, a Índia, O Egito Antigo e
as diversas sociedades do crescente fértil tiveram uma ajuda da
Revolução Agrícola para surgir em sua magnânima história.
Com a explosão demográfica da época, diversos grupos se
espalharam ao redor do globo, difundindo o conhecimento da produção
agrícola para diversas partes. Outro fator foi que se tornou possível a
domesticação dos animais para a criação, consequentemente sendo
possível coletar lã e couro para seus devidos usos, além da criação de
animais para o abate, não sendo mais necessário caçar para se obter
carne.
Em termos gerais, a Revolução Agrícola no período neolítico foi
importante para o processo de sedentarização dos humanos, que
possibilitou o desenvolvimento das sociedades. Entretanto ainda
existiam grupos nômades, que preservavam seus costumes e
continuavam com suas respectivas culturas, um exemplo disso são os
Mongóis.

O desenvolvimento da agricultura nas sociedades hidráulicas


O termo “sociedade hidráulica” se refere as sociedades
formadas na antiguidade por volta de 3000 A.C ou 1000 A.C, ao entorno
de rios. Essas sociedades dependiam de seus rios para sobrevivência
de seu povo, formando centros políticos e sociais perto desses rios, e
criando plantações e lugares voltados para a criação de animais. Estas
sociedades tinham certas características em comum, tanto no quesito
social quanto no político. Foi nessas sociedades que a agricultura sofreu
uma série de transformações, pois a agricultura representava o maior
fator econômico dentro desses sistemas organizacionais.
Durante o apogeu destas sociedades a agricultura começou a
ser produzida em uma escala maior, a razão disso se deve porque a
agricultura além de ser importante para a sobrevivência dos indivíduos
se tornou um fator econômico importante dentro destas sociedades.
Para se aproveitar do solo fértil e tomando conhecimento das
enchentes e inundações, os espertos povos que habitavam ao entorno
destes rios fizeram construções e inovações para se adaptar a esses
flagelos contra sua sobrevivência. Essas construções aliadas com o
desenvolvimento agrícola renderam métodos de se burlar esses
contratempos, revolucionando a história da agricultura com o emprego
de novas técnicas para este meio de produção, dentre elas o método de
Irrigação.
Para efetivar suas medidas os indivíduos lá presentes
construíram estruturas complexas para os padrões da época, tais como
diques flutuantes, represas de madeira e tanques resistentes para reter
o avanço dos rios em épocas conturbadas. Entretanto mesmo como
esse planejamento era inviável e impossível reter a fúria de rios em
épocas de enchentes. De uma maneira um tanto quanto simples foi
encontrado a solução para tal martírio, simplesmente plantar somente
em épocas adequadas. Se quando descoberto o período em que os rios
minguavam e quando os rios tinham enchentes, dessa forma os
habitantes dessas civilizações plantavam e colhiam quando o rio se
tornava mais ameno, para então durante as enchentes usufruir de seu
esforço construindo palácios, castelos e fazendo encontros com outras
culturas.
Para entender de fato a evolução das práticas agrícolas vamos
observar as mudanças e inovações trazidas por três sociedades da
Antiguidade distintas: A sociedade da Mesopotâmia, O Antigo Egito e o
Sociedade Chinesa.
A agricultura na Mesopotâmia
Marcada na história como uma das principais sociedades da
Antiguidade, por onde se passavam vários povos com diferentes
culturas, tais como os Sumérios, os Caldeus, os Amoritas, e os Assírios.
A Mesopotâmia é uma região que compreende a chamada região do
Crescente Fértil, que vai até as proximidades do Antigo Egito até chegar
aos poderosos e históricos rios Tigres e Eufrates, no atual Iraque. Se
utilizando da prosperidade do solo, dos rios e das técnicas agrícolas a
agricultura passou por um período de desenvolvimento neste período,
mesmo com a dificuldade das enchentes, o emprego de técnicas para a
irrigação das terras foi extremamente inovador, criando um precedente
na história da agricultura que mais tarde se tornaria ainda mais
importante.
Como comentado anteriormente, a agricultura ocupava papel de
grande destaque na sociedade, se tornando necessário o
desenvolvimento de práticas para produzir colheitas em larga escala.
Com a fertilidade garantida graças a proximidade dos Rios Eufrates e
Tigres, os indivíduos só precisavam se preocupar com os períodos de
cheia e secagem dos rios para adequar o plantio a esses períodos.
Iniciando o processo de produção agrícola no outono, era feito o
processo de irrigação inicialmente, para depois de maneiro minuciosa
ser calculado a quantidade de sementes utilizadas, além de ser feita
separação de ferramentas agrícolas adequadas de maneira que não
fosse prejudicar o plantio. Dessa forma após ser feita a conclusão dos
processos, a colheita ocorria para o benefício dos produtores, onde as
sacas de produtos eram armazenadas em armazéns fortificados para
utilizar no comércio ou guardá-las para oportunidades em que o
houvesse mais dificuldades, por exemplo em épocas de seca ou
enchente dos rios.
A agricultura compreendia um pilar de sustentação na sociedade
da antiga mesopotâmia, tendo o estado uma participação grande no
processo agrícola, construindo obras de grande utilidade para população
como barragens e diques para manter sob controle os períodos em que
os rios tinham enchentes e agiam de forma violenta. Obviamente o
estado tinha benefícios em relação a agricultura, porque a maior parte
dos indivíduos que produziam na agricultura trabalhava para seus reis e
príncipes, além do próprio estado receber do povo impostos que
converteriam os ganhos em favor do governo daquela localidade. Os
principais produtos produzidos eram: os cerais, legumes e o óleo de
gergelim.
Assim sendo a agricultura contribuiu positivamente para o
desenvolvimento dessas sociedades, possibilitando a criação de um
comércio que funcionava através das trocas para se obter produtos que
não eram achados na localidade, como o marfim, o cobre para a criação
de ferramentas e armas, o estanho, a madeira entre outros. Essas trocas
só eram possível graças a produção agrícola que produzia itens que
despertavam o interesse de outros povos, como matérias-primas. Assim
sendo a agricultura possibilitou a criação de um comércio que por sua
vez possibilitou trocas culturais entre diferentes povos e a evolução
gradual das sociedades hidráulicas.
A agricultura no Antigo Egito
“O Egito é uma dádiva do Nilo” esta frase dita pelo famoso
historiador grego Heródoto (485 – 420 a.C) serve para simplificar o
questionamento de como poderia se construir uma sociedade em um
lugar tão deserto e arrido. O Nilo é um grande rio compreendendo uma
área com tamanho bastante considerável, sendo praticamente o pilar
que fez surgir a sociedade egípcia e a fez florir até sua anexação por
Alexandre Magno e mais tarde pelos romanos.
Assim como nas sociedades mesopotâmicas a agricultura
ocupava grande destaque na sociedade, sendo a principal atividade
econômica, entretanto já naquela época existiam outras atividades
econômicas, como por exemplo algumas pequenas industriais de
criação de cerâmica e de produtos têxteis.
Indo para a produção em si, todas as terras em que eram
cultivadas pertenciam ao faraó, sendo de responsabilidade dos militares
e funcionários de grande escalão administrar o trabalho dos escravos e
trabalhadores livres que tinham a função de cuidar do processo de
plantio e colheita. Ainda nessa época os produtos mais cultivados eram
os cereais, trigo e cevada, respectivamente. Assim sendo ainda eram
plantados outros produtos, tais como romãs, algodão, grão de bico, alho,
tâmaras, papiro e até um tipo de planta aquática que servia para a
alimentação.
O modo de produção de agrícola dos egípcios se distinguia
bastante do praticado por outras sociedades do crescente fértil,
primeiramente pelo fato de que era usado uma nova técnica para deixar
a terra pronta para o plantio, onde era usado tração animal para puxar
um arado que fazia um processo bastante complicado se tornar mais
simples, o encarregado de puxar o arado geralmente era um boi.
Outra diferença era o fator que por conta do estado ser mais
centralizado, por conta da figura do Faraó que era praticamente um deus
dentro da cultura egípcia, isso tudo fazia com que boa parte da colheita
produzida pelos camponeses (maior parte da população) ficasse para os
ganhos da alta sociedade, enquanto a outra parte era de uso dos
cidadãos que não compartilhavam dos privilégios da alta sociedade.
Podemos citar outra contribuição para o desenvolvimento da
agricultura no Egito antigo, a criação de canais para bombear a água
para as plantações em épocas de cheias e até mesmo armazenar.
A agricultura na Antiga China
Desde os primórdios da humanidade a China tem ocupado
destaque, servindo de exemplo para outros países da Ásia, como Japão
e Coreia. O desenvolvimento agrícola chinês teria se iniciado por volta
de 7.500 a.C da mesma forma que outras sociedades como a
Mesopotâmica o desenvolvimento agrícola dependia de rios para
funcionar seu sistema.
O território chinês é cortado por dois rios que fizeram florescer a
agricultura e o desenvolvimento para a formação da sociedade chinesa,
o rio Huang-Ho (conhecido no mundo como Rio Amarelo) e o menos
notório, porém ainda importante Yang-Tsé-Kiang. Ao longo do vale fértil
do Yang-Tsé-Kiang foi formado um importante centro cultural para a
China, onde a agricultura começou a mudar o cenário favorecendo o
surgimento de cidades e a construção de uma sociedade complexa.
Como dito anteriormente, mesmo após a Revolução Agrícola do
período neolítico ainda existiam grupos nômades ao redor do mundo, um
exemplo disso é a própria China. Por conta de sua geografia um tanto
peculiar, as zonas de produção agrícola ficavam concentradas no Leste,
onde havia vales férteis e os ditos rios, possibilitando um estilo de vida
voltado a sedentarização. Entretanto ao Oeste chinês se encontrava
condições geográficas um tanto mais problemáticas, muitas vezes era
rochoso e pobre em questão de fertilidade, outro fator problemática era a
falta de chuvas, estando longe dos grandiosos rios o único meio para
manter as plantações era as chuvas que eram raras de se acontecer,
tendo períodos de secas constantes, dessa forma os grupos que viviam
nessas áreas se voltavam para a caça e a coleta de itens para sua
sobrevivência, sendo praticamente indistinguíveis de exímios nômades.
Voltando ao leste, perto de suas sociedades construídas no
entorno de rios os chineses que lá viviam se voltavam para a agricultura,
plantando cereais e arroz para garantir seu modo de sobrevivência, mais
tarde construindo cidades, vilarejos e baluartes para montar uma
sociedade que mais tarde quando Qin Sin Huang fundaria seu império
ao se coroar como o primeiro imperador da China, criando um império
que marcaria a história da Ásia. Podemos chegar a conclusão com isso
de que a agricultura teve grande importância no processo de formação
do estado chinês, porque se não fosse os processos agrícolas
construídos ao longo do rio amarelo provavelmente teríamos uma série
de tribos nômades correndo desgarradas em busca de sua
sobrevivência por todo o território chinês durante muito tempo.
A evolução agrícola na Grécia
Saltando alguns anos na linha de tempo, podemos observar que
as cidades-estados gregas que compunham a sociedade da Grécia
como um todo ainda tinham dependência da agricultura me relação a
economia, porém outras atividades compunham a economia grega,
como o artesanato e a produção de peças de ferro, só que isso não
tirava a importância da agricultura dentro da polis grega.
Dentro da Grécia Antiga havia a Khóra, que era basicamente a
parte rural das cidades gregas, onde a maior parte dos camponeses
exerciam seu ofício, plantavam cereais, cevada, oliva, vinhas e alguns
tipos de vegetais que compunham a dieta daquela localidade. Na
pecuária os gregos criavam cavalos para seu uso próprio, fora do
quesito militar, os gregos os usavam para tração e para o arado, além
para a locomoção é claro. Eles também criavam aves e cabras para a
alimentação.
Já durante aquela época as terras cultivais em sua maioria
pertenciam a elite aristocrata das cidades-estados que por conta de seu
estilo de vida que valorizava o ócio muitas vezes as cediam para que
agricultores menores em escala social plantassem em seu solo, para
obter algum lucro, criando uma relação entre proprietário e arrendatário.
Como na época o fato de se ter posse de terra ditava o status social do
indivíduo, muitos camponeses buscavam o domínio de suas próprias
terras, iniciando conflitos e disputas políticas que tiveram consequência
direta na política interna da Grécia.
Foi na Grécia que a chamada Idade dos metais surtiu efeito na
agricultura, com a introdução de ferramentas de metais em detrimento
das já ultrapassadas ferramentas de cobre e bronze. Tudo isso
aumentou a produtividade e gerou um avanço nas tecnologias das
ferramentas agrícolas, com a criação por exemplo do aro de ferro, o que
melhorou a qualidade do arado.
Assim como nas sociedades hidráulicas fez o uso de técnicas de
irrigação e da criação de canais para resolver o problema das áreas com
escassez de chuva. Na Grécia foram desenvolvidas ferramentas
especializadas para adequar a produção a uma vertente mais
qualificada. Foi na Grécia que o emprego de adubos para a fertilização
começou a ser usados, esses adubos orgânicos melhoraram a qualidade
do solo e permitiram que o desenvolvimento agrícola usufruísse de uma
drástica melhora.
Outro fator de grande importância para a história da agricultura
foi a documentação e o registro das práticas agrícolas para a
posteridade que os gregos faziam, isso fez com o que o conhecimento
que eles produziram e criaram fosse passado para a frente. Escritores
gregos como Hesíodo, Teofrastro e Xenofonte fizeram registros a
respeito das práticas agrícolas e dicas de cultivo.
O desenvolvimento dos métodos agrícolas no Império Romano
O Império Romano desde muito tempo foi demasiado importante
para diversas áreas, seja no quesito cultural, militar, econômico ou até
mesmo na agropecuária. Levando em consideração o entendimento que
os historiadores atuais têm em seu poder, podemos dizer que o Império
Romano não era uma sociedade completamente agraria, ao contrário
das sociedades que foram desenvolvidas aqui, entretanto a agricultura e
a pecuária ocupavam grande destaque na sociedade romana. Pelo fato
de a sociedade romano ter sua economia voltada ao comercio e aos
bens de consumo, as máquinas agrícolas da época era um tanto quanto
rústica em relação a de algumas outras culturas, porém precisamos
entender que a produção de tecnologia agrícola da época buscava
apenas atender a necessidade de trabalho dos romanos, e não fazer
avanços estravagantes. Porém tiveram alguns avanços significativos que
surtiram efeito para combater um dos maiores problemas do império:
alimentar as milhões de pessoas que lá viviam.
Assim como na Grécia boa parte das terras cultiváveis estava na
mão dos nobres, que compunham o alto escalão do Império, nesse caso
o nome dado a esse seleto grupo foi de patrícios. Á partir disso foi
instalado um método de trabalho parecido com o praticado na Grécia,
onde era contratado um feitor que exercia a função de controlar o
trabalho dos funcionários e escravos que faziam os trabalhos braçais.
Nessa época, os romanos utilizaram e aprimoraram a tecnologia do
arado, usando ferro como material para proporcionar uma maior
resistência, esse tipo de arado poderia ser puxado através da tração
animal ou até mesmo por uma pessoa.
Como o Império era extenso e densamente povoado era
necessária uma demanda em grande escala para atender a necessidade
do povo romano, para isso contavam com o apoio das províncias
africanas, na atual Tunísia e Egito (que era uma região tão importante
que estava ligada diretamente ao controle de Roma) que continham
solos férteis e boas condições para o plantio. A produção de trigo e
outros cereais era tão massiva que se tornou possível criar grandes
estoques para tempos difíceis, em que ocorriam guerras, pragas e
problemas climáticos.
Em relação aos avanços podemos dizer que as práticas
agrícolas empreendidas pelos romanos foram uma herança dos gregos,
utilizando dessas práticas foi possível criar com êxito uma produção em
escala muito maior do que as vistas anteriormente (talvez com a
exceção da China). Uma prova disso foi a implementação de complexas
redes de irrigação para melhorar as plantações, esse sistema era feito
por Aquedutos bastante mecanizados. Outro aporte mecânico foi a
utilização do moinho, que poderia ser tanto a tração animal quanto
humana no meio de produção agrícola, havia moinhos de trigo e de
azeite de oliva, esses fatores contribuíram diretamente para o
crescimento de produção. Outro grande avanço na área da agricultura
foi relacionado aos vinheiros, os romanos herdaram dos gregos um
grande gosto por vinho, então para atender a demanda foi necessário
efetivar um avanço nesta área da produção agrícola.
Então podemos dizer que o período da agricultura romana não
foi extremamente revolucionário, mas contém importância na
historiografia da agropecuária. A pecuária era também importante
naquela época, especialmente a criação de ovelhas, pois o fabrico de lã
era demasiado importante para a sociedade romana, era também
criadas cabras, galinhas etc.
A Revolução agrícola na Idade Média
Durante centenas de anos a Europa esteve sob o julgo de aço
do Império Romano. Como mencionado anteriormente, o sistema de
produção agrícola romano apesar da pouca inovação conseguia produzir
em larga escala a ponto de conseguir alimentar sua população e ainda
estocar para períodos de dificuldade. Entretanto o império entrou em
declínio e com isso vieram as guerras e incursões dos povos
germânicos. Os anglo-saxões, os visicodos, os godos, os francos
fincaram o último prego no caixão romano, assim sendo o mundo
romano foi aberto e completamente arruinado pelas guerras e
imigrações que os povos anteriormente chamados de bárbaros afligiram.
Os anos após a queda do Império romano do ocidente (o império
oriental continuou existindo se tornando mais tarde o famigerado Império
Bizantino) foram de completo caos, as cidades romanas foram passadas
na tocha e a população se dividiu e se isolou sob o domínio de senhores
da guerra germânicos. A Europa sofreu um período de ruralização, com
uma explosão demográfica da população rural que praticava a
agricultura para sua sobrevivência. A principal diferença que podemos
observar neste contexto era o desaparecimento do trabalho compulsório
escravocrata, que seria erradicado gradualmente na Europa, somente no
século XII que essa questão seria considerada errática, problemática e
desnecessária.
A crise se afundava no processo de produção agrícola na Idade
média, a falta de mão de obra (anteriormente escrava), a crise nas
relações de trabalho, a disputa constante pelas terras férteis fizera a
produção agrícola minguar e a fome se propagar em uma velocidade
assustadora.
Os medievos da época tiveram que lidar com o inimigo que não
poderia ser vencido facilmente, este inimigo era o declínio das
temperaturas que fez até mesmo segundo cronistas da idade média
alegarem que o sol emitia uma luz pálida, este período compreendeu de
536 até 660 d.C, neste meio tempo obter uma colheita era uma tarefa
sôfrega, as técnicas agrícolas que tanto ajudaram os gregos e romanos,
perderam a eficácia do dia para a noite. Outro problema era o solo,
enquanto seus vizinhos bizantinos possuíam um solo adequado para o
emprego de técnicas agrícolas dos antigos romanos, os europeus não
partilhavam deste privilégio, o solo muitas vezes precisa de um arado
maior por conta das partes rochosas e montanhas que muitas vezes
eram parte do solo comum da continente europeu. Até mesmo seu
sistema de produção era um problema a ser combatido, ao contrário dos
bizantinos que baseavam sua economia no comercio e tinham uma
estrutura adequada para dar suporte a sua produção agrícola, assim
garantindo um fluxo constante de lucros para sua população agrícola,
entretanto isso não era possível por conta do caos recorrente das
guerras e epidemias de doenças que cercavam a paisagem da Europa
medieval como ervas-daninhas.
Outro fator prejudicial para se ter uma produção agrícola
continua era as guerras e conflitos, muitas vezes as aldeias e castros
onde a população trabalhava com vigor para praticar atividades
agrícolas era alvo de algum saque brutal que teria feito até mesmo o
imperador Nero torcer o nariz. Essa brutalidade continuaria afetando
vários setores da vida, mas a agricultura e a pecuária seriam grandes
prejudicadas nisso. Para entender essas práticas de corso e saque
basta olhar para um evento infortúnio do continente europeu chamado
de Guerras dos Cem Anos (1337 – 1422), onde o Rei Eduardo III e seu
filho o condecorado cavaleiro Eduardo de Woodstock afligiram uma
técnica de guerra chamada terra arrasada para impor um flagelo a
produção agrícola das vilas e castros para prejudicar seu inimigo direto,
o Reino da França.
O declínio que os atos de violência impuseram na produção
agrícola tiveram uma leve pause recorrente ao Movimento da Paz e
Trégua de Deus que teve seu início por volta de 989, como uma
resposta da igreja católica para a violência que os nobres feudais faziam
constantemente. O renascimento da agrícola medieval veio súbito igual
ao nascer do sol, com o chamado Período Quente medieval (950 –
1250) que foi ótimo para as colheitas e como dito anteriormente foi um
dos fatores para que a produção surgisse de novo com grande impacto
naquele período. Porém outro fator de grande importância para a
produção agrícola da época, foi a redescoberta de conhecimento
agrícola antigo que foi aprimorado para atender os problemas daquela
época, a troca cultural também foi importante, pois significou o
aprimoramento das práticas da agropecuária, isso somado ao esforço e
diligência dos bravos indivíduos que caminhavam de maneira sôfrega
naquele continente possibilitaram o renascimento da produção agrícola
europeia.
O processo de plantio era realizado dentro do sistema de
produção feudal, onde as famílias adotaram um processo de alternação
de plantio, onde parte da terra era reservada para as plantações,
enquanto outra ficava responsável de ser pasto para os animais, a terra
descansava por 1 ano e era fertilizada ao longo desse período,
mantendo um ciclo constante que mais tarde evoluiria para o conhecido
sistema de Rotação trienal de culturas, onde apenas duas partes da
terra eram cultivadas, enquanto outra ficava sob repouso, assim sendo o
processo agrícola estavam passando por um processo de modernização
constante naquele contexto.
Com a modernização dos processos agrícolas, se tornou
possível transformar a produção em algo mais duradouro e aumentar a
quantidade de alimentos para as pessoas. O trigo e a cevada ainda
eram campeões isolados no quesito de serem os mais cultivados, porém
aveia e outros vegetais se tornaram muito importantes. A criação de
animais também tinha sua importância, onde galinhas e vacas eram
vistas por toda a parte, cabras e ovelhas também tinha seu espaço. Aos
bois era reservado a tarefa de puxar o arado, por um certo momento, até
serem substituídos por cavalos que possuíam um físico melhor para
essa tarefa. A criação de cavalos neste período era deveras importante,
com vários senhores feudais tendo rebanhos equinos em seus
territórios, seja para as tarefas agrícolas, para transporte ou até mesmo
para as artes da guerra, pois naqueles tempos a cavalaria era a espinha
dorsal da maior parte dos exércitos medievos.
Um aliado improvável do sistema agrícola nessa história toda foi
o ferro e mais tarde o aço. A razão disso se dá através do
aprimoramento das ferramentas agrícolas daquela época vigente ao
aprimoramento das artes de manuseio de ferro, que contou com o
aprimoramento de seus meios de produção, por conta da substituição do
antigo martelo por martelos hidráulicos e eólicos. Outra invenção que
contribuiu para o aprimoramento das ferramentas foi a criação do alto-
forno, no século XIII que permitiu inserir ar de pressão nas câmaras de
fundição interna. Dessa forma houve um avanço tremendo nas múltiplas
áreas da produção agrícola, surgindo assim arados, foices, enxadas e
machados de aço com qualidade muito aprimorada, sendo possível
cultivar os solos pedregosos, os planaltos e os terrenos montanhosos
que desenhavam a paisagem característica da Europa da Idade média.
Esse desenvolvimento tecnológico somado a explosão demográfica rural
da época permitiu ser criado uma produção agrícola em larga escala,
pois o aço das novas ferramentas praticamente obliterava todos os
obstáculos em seu caminho, infelizmente aumentando o
desflorestamento.
Foi nesse período que a terra se tornou sinônimo de riqueza,
tanto para as nobrezas locais quanto para a igreja, que segundo
historiadores a Igreja Apostólica Romana chegou a controlar 1/3 das
terras cultiváveis da Europa. Todo o sistema agrícola estava envolto do
sistema feudal, um sistema de produção característico da época. Porém
as relações entre os senhores feudais e os camponeses responsáveis
pela produção agrícola eram notavelmente tempestuosas, isso não era
tão perceptível no período da Alta idade média quando o sistema feudal
estava firme e forte, praticamente enraizado na cultura europeia.
Entretanto as relações entre senhor e camponeses se tornaria menos
amenas, já no período da Baixa Idade média, os camponeses buscavam
romper relações com seus senhores vigente os impostos abusivos na
produção agrícola, se rebelando e causando problemas dentro do feudo.
Os camponeses buscavam obter liberdade para sua produção agrícola,
gerando rebeliões e conflitos muitas vezes descritos como prejudiciais a
agropecuária por conta da tendencia violenta que infelizmente os
europeus compartilham em demasiada intensidade. Para entender esse
declínio nas relações dentro do feudo basta olhar para a Revolução
Camponesa de 1381, durante o reinado do jovem Ricardo II da
Inglaterra, que em um resumo básico foi ocasionada por problemas
entre os camponeses e os senhores de terra, mostrando assim com as
relações já naquele período se encontrava lentamente entrando em um
abismo que demarcaria o fim deste sistema de produção ligado a
agropecuária.
Mais tarde, próximo ao fim da Baixa Idade Média e o declínio do
feudalismo, a produção agrícola havia se consolidado de maneira que
seu maior problema agora era os martírios impostos pelas epidemias de
Peste Negra e pelas guerras que vez ou outra surgiam para perturbar a
paz nada duradoura que os europeus tanto se habituaram.
Por fim, a revolução agrícola na Idade média contribuiu bastante
para o avanço da agropecuária, tendo ocasionado um avanço na
produção agrícola que possibilitou uma explosão demográfica no
continente que havia sofrido por fome, guerra e doenças. A revolução
agrícola teve efeito nos costumes sociais da época e na ascensão de
uma importante classe social que ganharia relevância muito tempo mais
tarde, a burguesia que surgiu de comerciante que vendiam produtos
agrícolas. Entretanto nem tudo são flores, a revolução agrícola que
mudou e revolucionou o sistema agrícola da época abriu brecha para a
disputa das terras férteis e pelo controle de produção dos campos entre
os agora estados europeus, isso mais tarde teria consequência na
expansão mercantilista. Mas deixando isso de lado, a mudança dos
métodos agrícolas foi de demasiada importância para a humanidade que
com diligência e esperteza revolucionou o sistema agrícola e conseguiu
superar as crises, claro que havia fome me diversos locais,
principalmente no norte da Europa, onde os russos se ativaram aos
pescoços uns dos outros em busca de poder, entretanto esse
desenvolvimento agrícola abriria brecha para o avanço contínuo da
produção agrícola na Idade moderna.
A revolução cientifica e suas ligações com as revoluções agrícolas
Durante o século XVI se iniciou um fato histórico que seria de
tremenda importância para a história da agropecuária, a Revolução
cientifica, que se prolongaria até meados dos séculos XVIII.
Com esse fenômeno a história teria uma grande evolução em
diversas áreas do conhecimento, como astronomia, física, matemática,
biologia e química. Nomes como Nicolau Copérnica, Galilei Galileu,
Isaac Newton, Renê Descartes e Louis Pasteur ganharam destaque e
marcaram seu nome na história.
A Revolução Cientifica se liga a agropecuária através dos
grandes empreendimentos e avanços feitos em tecnologia, por exemplo,
que mais tarde influenciaria no conhecimento agrícola, gerando
descobertas que mais tarde ajudaria a desenvolver uma agricultura
melhor e mais produtiva. Levando em consideração que naquela época
o mercantilismo reinava solto e afobado, os produtores precisavam
manter uma produção constante para conseguir lucros, então as
descobertas realizadas eram um prato cheio para atingir tal objetivo.
Podemos usar como exemplo a compreensão dos nutrientes do solo e a
criação de fertilizantes mais adequadas que foi feita nessa época.
Na pecuária podemos citar o avanço da medicina veterinária,
que foi possível graças a uma maior compreensão da anatomia e
fisiologia dos animais. Isso impactou na melhoria das ações veterinárias
do cuidado do gado, por exemplo, consequentemente aumentando sua
produtividade.
É preciso levar em conta outro fator histórico relacionado a esse
contexto, nessa época estava acontecendo um crescimento demográfico
grande em diversas partes do mundo, sendo assim era necessária uma
produção alimentícia maior para atender a fome de todas aquelas
pessoas. A produção agrícola tinha conseguido importantes aliados para
atender tamanha tarefa, o conhecimento científico somado as inovações
tecnológicas fizeram isso se tornar possível.
Em termos gerais, a Revolução cientifica ajudou a criar uma
série de inovações que foram importantes para o avanço gradual da
agropecuária, preparando o terreno como um bom arado para o evento
que mudaria a história da agricultura no século seguinte, a Revolução
Industrial viria anos mais tarde para mudar a história do mundo, e criar
uma Revolução agrícola para aprimorar todo o conhecimento que era
empregado até então. De fato, a historiografia desse período sugere que
a revolução cientifica surtiu efeito gradual em diversas áreas do
conhecimento, na agricultura e na pecuária não foi diferente ajudando a
criar uma produção em escala cada vez maior.
As inovações no contexto da Grã-Bretanha
Desde o declínio dos portugueses e dos espanhóis após suas
respectivas eras de domínio nas Grandes Navegações, entretanto o
domínio inglês emergiu e governou solitário, com alguns poucos tolos
que tentaram se opor a sua poderosa frota real.
Para entender os efeitos das inovações e dos avanços que a
Revolução Cientifica teve na agricultura vamos observar o contexto de
desenvolvimento agrícola que estava surgindo na Inglaterra naquele
fatídico século XVII. As transformações na Inglaterra começaram a surgir
com o fim da Guerra das Rosas (evento que marcou o fim da Idade
média na Inglaterra), desde então os avanços foram surgindo aos
poucos naquele contexto, passando por momentos de conturbações,
como nos eventos tristes durante a Dinastia Tudor, entretanto o êxito
veio e com ele longos séculos de transformações e controle de diversas
partes do mundo.
Os avanços foram surgindo assim criando um precedente para o
aprimoramento da agricultura, surgindo assim grandes avanços na
indústria da agropecuária. Um exemplo disso foi o aperfeiçoamento
técnico das ferramentas, para melhorar a qualidade das colheitas. Com
o estudo aprimorado da qualidade do solo foram surgindo diversas
maneiras de cultivar o solo de maneira adequada, chegando ao
consenso da utilização da Rotação de Culturas com 4 campos, uma
técnica utilizada para criar uma alternância preventiva e coordenada do
cultivo de vegetais e outros produtos em determinadas épocas do ano,
com base no conhecimento local, a prática tem o intuito de amenizar o
desgaste do solo ao longo do ano. Para surtir efeito na produção
agrícola local foi criada uma série de leis para criar cercamentos com o
fim dos direitos comunais dos camponeses, uma medida um tanto
drástica, mas que alcançou seu objetivo, com um desgaste em relação a
alguns grupos agrícolas.
Para melhorar seu mercado agrícola interno o governo adotou
uma série de medidas para desenvolver melhor sua produção interna.
Criando um mercado nacional sem tarifas ou outros impostos, algo que
animou os produtores agrícolas que agora teriam mais lucro em âmbito
nacional, aumentando a demanda por produtos como batata e outros
produtos alimentícios produzidos por grandes e pequenos produtores
agrícola.
As melhoras do sistema agrícola foram patrocinadas e
impulsionadas pelo sistema capitalista, que no período estava se
fortalecendo e se tornando cada vez mais proeminente, buscando lucros
e aportes financeiros não só na indústria, mas também nas atividades da
agropecuária, é importante lembrar que estamos no contexto da primeira
revolução industrial, no qual era necessária buscar matérias-primas para
a industrial têxtil que rendia bons lucros ao Império Britânico. Vale
lembrar que esses efeitos também surtiram efeito nas colônias inglesas
na Ásia e África.
Contudo, um fator de grande importância para a necessidade de
produção agrícola foi a grande explosão demográfica que a Inglaterra
estava passando, aumentando a necessidade de transformar a produção
em algo maior, algo em larga escala para atender as necessidades do
povo inglês que crescia cada vez mais, em virtude disso o Estado criou
medidas, como vimos anteriormente para resolver tais problemas,
aumenta a produção da agropecuária nacional. Todavia, para se chegar
a esse aumento foi necessário fazer uma mudança drásticas no método
de produção agrícola local. O sistema de produção agrícola adotado
pelos ingleses naquele período era extensivo, isso estava longe de
atender os objetivos dos aristocratas e burgueses que buscavam
aumentar seus lucros cada vez mais, a própria lei do cercamento de
terras foi um exemplo disso, pois várias terras acabaram no controle dos
ricos aristocratas que atuavam na produção local, como dito
anteriormente. Para se aumentar a produção foi necessário mudar
aquele sistema de extensivo para intensivo, assim aumentando a
produção que atendia a demanda do país.
Para prosseguir com a evolução foi necessário acima como no
caso da Idade Média o maquinário adequado, por conta disso a situação
da produção agrícola foi beneficiada pelo período de evoluções
tecnológicas da época. Um dos grandes nomes desse desenvolvimento
foi Jethro Tull (1674 – 1741, considerado um dos pioneiros da agricultura
cientifica, foi um importante agricultor que foi o responsável por inventar
a semeadeira mecânica, uma máquina que possibilitava espalhar a
semente em filas bem espaçadas em uma profundidade determinada
pelo fazendeiro.
Toda essa evolução trouxe diversos avanços significativos para
a agricultura e a pecuária, gerando uma série de desenvolvimentos que
mais tarde trariam a luz uma segunda Revolução agrícola, além de ser
um grande catalisador para o avanço do capitalismo que moveria a era
do Imperialismo e geraria uma disputa intensa entre as nações que
apesar de seus malefícios que trouxe para o mundo, acabou por trazer
avanços significativos para a indústria da agropecuária. As mudanças na
produção agrícola trouxeram ao fim da mentalidade retrasada dos
agricultores, que agora vinham a agricultura como um negócio que
poderia entregar lucros.
A expansão demográfica foi também impulsionada em grande
parte pelo desenvolvimento agrícola da época na Inglaterra, trazendo
uma exigência maior para a produção e ajudando a gerar mais mão de
obra, que seria o excedente perfeito para os burgueses e aristocratas
ricos buscarem mão de obra para suas indústrias, gerando uma nova
fase da opulenta Revolução Industrial.
Uma nova Revolução agrícola dentro do contexto de mudanças da
Revolução Industrial
O século XIX foi de transformações não só das atividades
agrícolas, mas de vários segmentos da sociedade. Foi um período de
mudanças no contexto global, com o imperialismo e a ascensão do
capitalismo. A população também cresceu, se tornando inviável não
aumentar a produção da agropecuária, nesse novo mundo os produtores
buscavam o lucro. As consequências dessa segunda revolução industrial
foram sentidas em demasia na agricultura que precisou se adaptar ao
crescente avanço tecnológico.
Um aspecto que devemos ressaltar naquele período foi a
implementação de maquinário no contexto de produção agrícola, como
citado anteriormente a semeadeira mecânica foi um importante aliado
nos processos agrícolas. Outros avanços foram importantes para o
avanço da agropecuária, como a cientificação dos conhecimentos
relacionados a agricultura, com a criação de fertilizantes químicos
usados no solo e a produção de maquinário para tornar atividades
árduas mais fáceis no trabalho, e consequentemente fazer a produção
se tornar mais rápida e eficiente.
Naquela altura, a paisagem tinha se modificado grandemente,
com ferrovias e estradas por todos os lados, isso também surtiu efeito na
produção agrícola, pois com os meios de transporte e infraestrutura se
tornou possível se obter mais lucro nos empreendimentos dos
produtores agrícolas.
Os efeitos na agropecuária foram também importantes, o meio
de reprodução por escolha, no qual era possível aumentar os rebanhos
com muito mais eficácia e o estudo para o avanço da medicina
veterinária não pode ser desconsiderados. A indústria têxtil se aprimorou
também no século, assim a pecuária que produzia a lã também foi
forçada a seguir esse ritmo.
Por fim, podemos concluir que as Revoluções agrícolas foram
um dos principais responsáveis para o surgimento da Revolução
Industrial e a urbanização de alguns locais, tendo efeito direto nos meios
de produção da época, além de ter contribuído bastante para o aumento
populacional da época. No século XIX a agricultura sofreu diversas
mudanças e foi de extrema importância para o contexto do período, não
só para a Inglaterra, mas para boa parte do mundo, isso também inclui o
Brasil, que infelizmente sofreu tardiamente esses processos de evolução
agrícola por conta do estado de colônia de Portugal e mais tarde pela
conturbação do Primeiro Reinado. Entretanto o desenvolvimento
agrícola acabou sendo conhecido em terras brasileiras, principalmente
na indústria do café, que durante todo o Segundo Reinado e por boa
parte do período conhecido como República Velha.
A questão ambiental durante a evolução histórica da agricultura
Durante todo esse processo de evolução da agricultura e da
pecuária podemos observar que a questão ambiental sempre esteve de
fora do centro das atenções dos produtores agrícolas, entendível por
conta do contexto que estamos analisando, até porque um camponês
medieval não teria tempo nem o conhecimento adequado para se
importar com tais problemas, que mal tinham questionamentos naqueles
períodos.
Entretanto podemos ressaltar o grande efeito que a exploração
agrícola teve na natureza desde tempos antigos até o século XIX,
período no qual estamos analisando neste trabalho. O desmatamento e
o uso exagerado foram práticas comuns, que mais tarde teriam efeitos
no contexto histórico. As pessoas da época utilizavam essas práticas em
virtude de práticas agrícolas e da pecuária algo que mais tarde cobraria
seu preço, muito mais tarde.
Na Revolução Industrial os efeitos no meio-ambiente também
foram grandes, boa parte por conta das indústrias em si, todavia a
agricultura também teve papel nisso, pois para atender a demanda de
produção global foi necessário o aumento do controle sob as áreas
cultiváveis, assim gerando desmatamento em florestas. Esses efeitos
seriam sentidos ainda mais no século XX, onde por incrível que pareça a
produção agrícola cresceu ainda mais e surgiram algumas práticas
prejudiciais não só ao meio-ambiente, mas a saúde do ser humano,
todavia não é nosso mérito entrar nesses assuntos contundentes.
Conclusão
Por fim, concluímos o trabalho com o entendimento acerca dos
costumes agrícolas desde o Período Neolítico até meados do século
XIX, podendo conhecer a importância do conhecimento agrícola.
Tivemos ciência do complexo processo de evolução da agricultura e
como ele é importante para diversos setores da sociedade, e da história
como um todo, um exemplo disso é a Revolução industrial que foi
impulsionada pelos constantes avanços da agropecuária. A evolução da
agricultura também representou um importante fator para o aumento
populacional e alguns casos foi a luz que guiou a humanidade a
sobrevivência, como naqueles anos de fome e crise na Idade média. A
evolução agrícola ainda vai continuar e sofrer outro processo de
evolução tempos mais tarde na chamada Revolução Verde, mas não é
nosso mérito desenvolver a respeito disso, pois isso só veio a acontecer
já no século XX.
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