Desde os tempos antigos a agricultura tem ocupado grande destaque
em nossa história, do período neolítico até o século XIX a agricultura se tornou gradativamente um importe meio para a sobrevivência da sociedade, tanto no quesito alimentício e na produção de outros itens que usamos em nosso cotidiano, quanto economicamente falando. Para se chegar a esse estado a agricultura teve sua trajetória iniciada na Revolução Agrícola ou Revolução Neolítica, um processo que marcou o surgimento da agricultura na sociedade humana, assim como a mudança do modo de se viver nômade que as tribos adotavam para o surgimento de um modo de vida em que o humano acabou se utilizando da agricultura para cultivar o solo e arranjar um meio de sobrevivência. Ao decorrer deste trabalho será desenvolvido a evolução da agricultura desde a Revolução Agrícola até o famigerado século XIX, passando por diversos períodos compreendendo mais de mil anos para apresentar os avanços e inovações, além das obvias mudanças em que o meio de produção agrícola passou para se tornar um importante pilar da sociedade global. A Revolução Agrícola ou Revolução Neolítica: O surgimento da Agropecuária Ao longo dos séculos a sociedade humana sofreu diversas mudanças que impactaram todo modo de se viver. Desde o início dos tempos em que os humanos começaram a caminhar e viver na imensidão do mundo na Era Paleolítica havia muita dificuldade em razão do modo de se viver da época. Originalmente os humanos viviam em tribos nômades, vivendo em função da coleta de recursos e principalmente da caça, acarretando deslocamentos das tribos por conta de problemas climáticos e pela falta de recursos, migrando para outro área que houvesse melhores condições para se viver. Esse era um modo difícil para se viver, principalmente para as crianças que acabavam por depender demasiadamente da atenção dos membros da comunidade nômade, especialmente das mulheres. Por ser difícil o deslocamento a vida se tornava um desafio notoriamente tortuosa. Assim sendo, pode ser perceptível que o ser humano desde o período Paleolítico estava em completa transição, o modo nômade de se viver marcaria todo um período em específico da história, todavia isso mudaria quando o homem tomaria outra linha de raciocínio. Tomando o conhecimento da natureza ao seu redor, as primeiras atividades agrícolas começaram a ser praticadas. Esse processo anos mais tarde se tornaria conhecido nos dias de hoje como a Revolução Agrícola, ocorrida já no período Neolítico. Esse processo de transformações e mudanças que acarretaram no desenvolvimento da agricultura não ocorreu de maneira unilateral em todo o globo, isso porque as atividades agrícolas só foram se desenvolvendo de maneira gradual em cada sociedade da época, por exemplo o primeiro registro de atividade agrícola da Europa é dado a cerca de 6 mil anos atras, no continente Africano ocorreu de maneira ainda mais tardia, com os arqueólogos estimando em 5 mil o registro da primeira atividade agrícola em solo africano. Se levarmos em consideração que a antiga Índia e a China tiveram um registro de atividades agrícolas muito antes de Europa e África pode se chegar à conclusão que o processo de Revolução Agrícola não ocorreu de maneira unilateral nas diversas antigas sociedades que estavam se formando ao redor do mundo. A Revolução Agrícola Neolítica trouxe para a sociedade mudanças em seu modo de viver e de se alimentar. A produção se iniciou focando na criação de cereais, ou seja, trigo, cevada, milho e batata. Os seres humanos da época provavelmente desenvolveram esse método aprimorando suas técnicas para usar no plantio ao longo do tempo, se adaptando ao solo das localidades para saber qual tipo de planta cresce em determinado local sob alguma determinada consequência, mudando seu modo de viver que era completamente nômade para um modo de viver sedentário. Pode se dizer que a mudança que o desenvolvimento da agricultura trouxe benefícios para a sociedade, entre eles um aumento significativo de indivíduos na população mundial, que não precisava mais conviver com as desenvolturas que a vida nômade proporcionava. Um exemplo das mudanças são as crianças, enquanto no modo de viver nômade as crianças sofriam diversos malefícios e eram fonte de preocupação constante pois atrapalhavam a coletividade do grupo. No modo de viver da sociedade sedentária as crianças poderiam receber funções e tinha uma expectativa de vida maior sem as deslocações complexas ou o risco de ataque animal. Além disso houve surgiu um novo tipo de organização social diferente do modo adotado pelos nômades. A sociedade continua sendo voltada para as comunidades pequenas que dividiam o trabalho de maneira igualitária, buscando plantar e produzir quantidades maiores de comida, especialmente em épocas de inverno ou de seca, onde não haveria mais a possibilidade de migrar para outro área, pois o novo modo de organização das sociedades humanas era voltado para a sedentarização e deixar as moradias e plantações para buscar algo totalmente incerto era inviável e tolo. No cotidiano de trabalho os homens ficavam responsáveis por preparar a terra e cuidar da maior parte do trabalho braçal, já as mulheres se responsabilizaram pelo plantio em si das sementes na terra para o cotidiano de plantio. Outro fator de grande importância foi a grande explosão demográfica que o planeta sofreu naquele período, isso se deve pelo fato de haver uma quantidade de alimentos maior, tal fato iria gerar grupos maiores do que as pequenas tribos, surgindo mais tarde reinos, cidades e impérios cujo nome seria conhecido até os dias de hoje. Sociedades tais como a Antiga China, a Índia, O Egito Antigo e as diversas sociedades do crescente fértil tiveram uma ajuda da Revolução Agrícola para surgir em sua magnânima história. Com a explosão demográfica da época, diversos grupos se espalharam ao redor do globo, difundindo o conhecimento da produção agrícola para diversas partes. Outro fator foi que se tornou possível a domesticação dos animais para a criação, consequentemente sendo possível coletar lã e couro para seus devidos usos, além da criação de animais para o abate, não sendo mais necessário caçar para se obter carne. Em termos gerais, a Revolução Agrícola no período neolítico foi importante para o processo de sedentarização dos humanos, que possibilitou o desenvolvimento das sociedades. Entretanto ainda existiam grupos nômades, que preservavam seus costumes e continuavam com suas respectivas culturas, um exemplo disso são os Mongóis.
O desenvolvimento da agricultura nas sociedades hidráulicas
O termo “sociedade hidráulica” se refere as sociedades formadas na antiguidade por volta de 3000 A.C ou 1000 A.C, ao entorno de rios. Essas sociedades dependiam de seus rios para sobrevivência de seu povo, formando centros políticos e sociais perto desses rios, e criando plantações e lugares voltados para a criação de animais. Estas sociedades tinham certas características em comum, tanto no quesito social quanto no político. Foi nessas sociedades que a agricultura sofreu uma série de transformações, pois a agricultura representava o maior fator econômico dentro desses sistemas organizacionais. Durante o apogeu destas sociedades a agricultura começou a ser produzida em uma escala maior, a razão disso se deve porque a agricultura além de ser importante para a sobrevivência dos indivíduos se tornou um fator econômico importante dentro destas sociedades. Para se aproveitar do solo fértil e tomando conhecimento das enchentes e inundações, os espertos povos que habitavam ao entorno destes rios fizeram construções e inovações para se adaptar a esses flagelos contra sua sobrevivência. Essas construções aliadas com o desenvolvimento agrícola renderam métodos de se burlar esses contratempos, revolucionando a história da agricultura com o emprego de novas técnicas para este meio de produção, dentre elas o método de Irrigação. Para efetivar suas medidas os indivíduos lá presentes construíram estruturas complexas para os padrões da época, tais como diques flutuantes, represas de madeira e tanques resistentes para reter o avanço dos rios em épocas conturbadas. Entretanto mesmo como esse planejamento era inviável e impossível reter a fúria de rios em épocas de enchentes. De uma maneira um tanto quanto simples foi encontrado a solução para tal martírio, simplesmente plantar somente em épocas adequadas. Se quando descoberto o período em que os rios minguavam e quando os rios tinham enchentes, dessa forma os habitantes dessas civilizações plantavam e colhiam quando o rio se tornava mais ameno, para então durante as enchentes usufruir de seu esforço construindo palácios, castelos e fazendo encontros com outras culturas. Para entender de fato a evolução das práticas agrícolas vamos observar as mudanças e inovações trazidas por três sociedades da Antiguidade distintas: A sociedade da Mesopotâmia, O Antigo Egito e o Sociedade Chinesa. A agricultura na Mesopotâmia Marcada na história como uma das principais sociedades da Antiguidade, por onde se passavam vários povos com diferentes culturas, tais como os Sumérios, os Caldeus, os Amoritas, e os Assírios. A Mesopotâmia é uma região que compreende a chamada região do Crescente Fértil, que vai até as proximidades do Antigo Egito até chegar aos poderosos e históricos rios Tigres e Eufrates, no atual Iraque. Se utilizando da prosperidade do solo, dos rios e das técnicas agrícolas a agricultura passou por um período de desenvolvimento neste período, mesmo com a dificuldade das enchentes, o emprego de técnicas para a irrigação das terras foi extremamente inovador, criando um precedente na história da agricultura que mais tarde se tornaria ainda mais importante. Como comentado anteriormente, a agricultura ocupava papel de grande destaque na sociedade, se tornando necessário o desenvolvimento de práticas para produzir colheitas em larga escala. Com a fertilidade garantida graças a proximidade dos Rios Eufrates e Tigres, os indivíduos só precisavam se preocupar com os períodos de cheia e secagem dos rios para adequar o plantio a esses períodos. Iniciando o processo de produção agrícola no outono, era feito o processo de irrigação inicialmente, para depois de maneiro minuciosa ser calculado a quantidade de sementes utilizadas, além de ser feita separação de ferramentas agrícolas adequadas de maneira que não fosse prejudicar o plantio. Dessa forma após ser feita a conclusão dos processos, a colheita ocorria para o benefício dos produtores, onde as sacas de produtos eram armazenadas em armazéns fortificados para utilizar no comércio ou guardá-las para oportunidades em que o houvesse mais dificuldades, por exemplo em épocas de seca ou enchente dos rios. A agricultura compreendia um pilar de sustentação na sociedade da antiga mesopotâmia, tendo o estado uma participação grande no processo agrícola, construindo obras de grande utilidade para população como barragens e diques para manter sob controle os períodos em que os rios tinham enchentes e agiam de forma violenta. Obviamente o estado tinha benefícios em relação a agricultura, porque a maior parte dos indivíduos que produziam na agricultura trabalhava para seus reis e príncipes, além do próprio estado receber do povo impostos que converteriam os ganhos em favor do governo daquela localidade. Os principais produtos produzidos eram: os cerais, legumes e o óleo de gergelim. Assim sendo a agricultura contribuiu positivamente para o desenvolvimento dessas sociedades, possibilitando a criação de um comércio que funcionava através das trocas para se obter produtos que não eram achados na localidade, como o marfim, o cobre para a criação de ferramentas e armas, o estanho, a madeira entre outros. Essas trocas só eram possível graças a produção agrícola que produzia itens que despertavam o interesse de outros povos, como matérias-primas. Assim sendo a agricultura possibilitou a criação de um comércio que por sua vez possibilitou trocas culturais entre diferentes povos e a evolução gradual das sociedades hidráulicas. A agricultura no Antigo Egito “O Egito é uma dádiva do Nilo” esta frase dita pelo famoso historiador grego Heródoto (485 – 420 a.C) serve para simplificar o questionamento de como poderia se construir uma sociedade em um lugar tão deserto e arrido. O Nilo é um grande rio compreendendo uma área com tamanho bastante considerável, sendo praticamente o pilar que fez surgir a sociedade egípcia e a fez florir até sua anexação por Alexandre Magno e mais tarde pelos romanos. Assim como nas sociedades mesopotâmicas a agricultura ocupava grande destaque na sociedade, sendo a principal atividade econômica, entretanto já naquela época existiam outras atividades econômicas, como por exemplo algumas pequenas industriais de criação de cerâmica e de produtos têxteis. Indo para a produção em si, todas as terras em que eram cultivadas pertenciam ao faraó, sendo de responsabilidade dos militares e funcionários de grande escalão administrar o trabalho dos escravos e trabalhadores livres que tinham a função de cuidar do processo de plantio e colheita. Ainda nessa época os produtos mais cultivados eram os cereais, trigo e cevada, respectivamente. Assim sendo ainda eram plantados outros produtos, tais como romãs, algodão, grão de bico, alho, tâmaras, papiro e até um tipo de planta aquática que servia para a alimentação. O modo de produção de agrícola dos egípcios se distinguia bastante do praticado por outras sociedades do crescente fértil, primeiramente pelo fato de que era usado uma nova técnica para deixar a terra pronta para o plantio, onde era usado tração animal para puxar um arado que fazia um processo bastante complicado se tornar mais simples, o encarregado de puxar o arado geralmente era um boi. Outra diferença era o fator que por conta do estado ser mais centralizado, por conta da figura do Faraó que era praticamente um deus dentro da cultura egípcia, isso tudo fazia com que boa parte da colheita produzida pelos camponeses (maior parte da população) ficasse para os ganhos da alta sociedade, enquanto a outra parte era de uso dos cidadãos que não compartilhavam dos privilégios da alta sociedade. Podemos citar outra contribuição para o desenvolvimento da agricultura no Egito antigo, a criação de canais para bombear a água para as plantações em épocas de cheias e até mesmo armazenar. A agricultura na Antiga China Desde os primórdios da humanidade a China tem ocupado destaque, servindo de exemplo para outros países da Ásia, como Japão e Coreia. O desenvolvimento agrícola chinês teria se iniciado por volta de 7.500 a.C da mesma forma que outras sociedades como a Mesopotâmica o desenvolvimento agrícola dependia de rios para funcionar seu sistema. O território chinês é cortado por dois rios que fizeram florescer a agricultura e o desenvolvimento para a formação da sociedade chinesa, o rio Huang-Ho (conhecido no mundo como Rio Amarelo) e o menos notório, porém ainda importante Yang-Tsé-Kiang. Ao longo do vale fértil do Yang-Tsé-Kiang foi formado um importante centro cultural para a China, onde a agricultura começou a mudar o cenário favorecendo o surgimento de cidades e a construção de uma sociedade complexa. Como dito anteriormente, mesmo após a Revolução Agrícola do período neolítico ainda existiam grupos nômades ao redor do mundo, um exemplo disso é a própria China. Por conta de sua geografia um tanto peculiar, as zonas de produção agrícola ficavam concentradas no Leste, onde havia vales férteis e os ditos rios, possibilitando um estilo de vida voltado a sedentarização. Entretanto ao Oeste chinês se encontrava condições geográficas um tanto mais problemáticas, muitas vezes era rochoso e pobre em questão de fertilidade, outro fator problemática era a falta de chuvas, estando longe dos grandiosos rios o único meio para manter as plantações era as chuvas que eram raras de se acontecer, tendo períodos de secas constantes, dessa forma os grupos que viviam nessas áreas se voltavam para a caça e a coleta de itens para sua sobrevivência, sendo praticamente indistinguíveis de exímios nômades. Voltando ao leste, perto de suas sociedades construídas no entorno de rios os chineses que lá viviam se voltavam para a agricultura, plantando cereais e arroz para garantir seu modo de sobrevivência, mais tarde construindo cidades, vilarejos e baluartes para montar uma sociedade que mais tarde quando Qin Sin Huang fundaria seu império ao se coroar como o primeiro imperador da China, criando um império que marcaria a história da Ásia. Podemos chegar a conclusão com isso de que a agricultura teve grande importância no processo de formação do estado chinês, porque se não fosse os processos agrícolas construídos ao longo do rio amarelo provavelmente teríamos uma série de tribos nômades correndo desgarradas em busca de sua sobrevivência por todo o território chinês durante muito tempo. A evolução agrícola na Grécia Saltando alguns anos na linha de tempo, podemos observar que as cidades-estados gregas que compunham a sociedade da Grécia como um todo ainda tinham dependência da agricultura me relação a economia, porém outras atividades compunham a economia grega, como o artesanato e a produção de peças de ferro, só que isso não tirava a importância da agricultura dentro da polis grega. Dentro da Grécia Antiga havia a Khóra, que era basicamente a parte rural das cidades gregas, onde a maior parte dos camponeses exerciam seu ofício, plantavam cereais, cevada, oliva, vinhas e alguns tipos de vegetais que compunham a dieta daquela localidade. Na pecuária os gregos criavam cavalos para seu uso próprio, fora do quesito militar, os gregos os usavam para tração e para o arado, além para a locomoção é claro. Eles também criavam aves e cabras para a alimentação. Já durante aquela época as terras cultivais em sua maioria pertenciam a elite aristocrata das cidades-estados que por conta de seu estilo de vida que valorizava o ócio muitas vezes as cediam para que agricultores menores em escala social plantassem em seu solo, para obter algum lucro, criando uma relação entre proprietário e arrendatário. Como na época o fato de se ter posse de terra ditava o status social do indivíduo, muitos camponeses buscavam o domínio de suas próprias terras, iniciando conflitos e disputas políticas que tiveram consequência direta na política interna da Grécia. Foi na Grécia que a chamada Idade dos metais surtiu efeito na agricultura, com a introdução de ferramentas de metais em detrimento das já ultrapassadas ferramentas de cobre e bronze. Tudo isso aumentou a produtividade e gerou um avanço nas tecnologias das ferramentas agrícolas, com a criação por exemplo do aro de ferro, o que melhorou a qualidade do arado. Assim como nas sociedades hidráulicas fez o uso de técnicas de irrigação e da criação de canais para resolver o problema das áreas com escassez de chuva. Na Grécia foram desenvolvidas ferramentas especializadas para adequar a produção a uma vertente mais qualificada. Foi na Grécia que o emprego de adubos para a fertilização começou a ser usados, esses adubos orgânicos melhoraram a qualidade do solo e permitiram que o desenvolvimento agrícola usufruísse de uma drástica melhora. Outro fator de grande importância para a história da agricultura foi a documentação e o registro das práticas agrícolas para a posteridade que os gregos faziam, isso fez com o que o conhecimento que eles produziram e criaram fosse passado para a frente. Escritores gregos como Hesíodo, Teofrastro e Xenofonte fizeram registros a respeito das práticas agrícolas e dicas de cultivo. O desenvolvimento dos métodos agrícolas no Império Romano O Império Romano desde muito tempo foi demasiado importante para diversas áreas, seja no quesito cultural, militar, econômico ou até mesmo na agropecuária. Levando em consideração o entendimento que os historiadores atuais têm em seu poder, podemos dizer que o Império Romano não era uma sociedade completamente agraria, ao contrário das sociedades que foram desenvolvidas aqui, entretanto a agricultura e a pecuária ocupavam grande destaque na sociedade romana. Pelo fato de a sociedade romano ter sua economia voltada ao comercio e aos bens de consumo, as máquinas agrícolas da época era um tanto quanto rústica em relação a de algumas outras culturas, porém precisamos entender que a produção de tecnologia agrícola da época buscava apenas atender a necessidade de trabalho dos romanos, e não fazer avanços estravagantes. Porém tiveram alguns avanços significativos que surtiram efeito para combater um dos maiores problemas do império: alimentar as milhões de pessoas que lá viviam. Assim como na Grécia boa parte das terras cultiváveis estava na mão dos nobres, que compunham o alto escalão do Império, nesse caso o nome dado a esse seleto grupo foi de patrícios. Á partir disso foi instalado um método de trabalho parecido com o praticado na Grécia, onde era contratado um feitor que exercia a função de controlar o trabalho dos funcionários e escravos que faziam os trabalhos braçais. Nessa época, os romanos utilizaram e aprimoraram a tecnologia do arado, usando ferro como material para proporcionar uma maior resistência, esse tipo de arado poderia ser puxado através da tração animal ou até mesmo por uma pessoa. Como o Império era extenso e densamente povoado era necessária uma demanda em grande escala para atender a necessidade do povo romano, para isso contavam com o apoio das províncias africanas, na atual Tunísia e Egito (que era uma região tão importante que estava ligada diretamente ao controle de Roma) que continham solos férteis e boas condições para o plantio. A produção de trigo e outros cereais era tão massiva que se tornou possível criar grandes estoques para tempos difíceis, em que ocorriam guerras, pragas e problemas climáticos. Em relação aos avanços podemos dizer que as práticas agrícolas empreendidas pelos romanos foram uma herança dos gregos, utilizando dessas práticas foi possível criar com êxito uma produção em escala muito maior do que as vistas anteriormente (talvez com a exceção da China). Uma prova disso foi a implementação de complexas redes de irrigação para melhorar as plantações, esse sistema era feito por Aquedutos bastante mecanizados. Outro aporte mecânico foi a utilização do moinho, que poderia ser tanto a tração animal quanto humana no meio de produção agrícola, havia moinhos de trigo e de azeite de oliva, esses fatores contribuíram diretamente para o crescimento de produção. Outro grande avanço na área da agricultura foi relacionado aos vinheiros, os romanos herdaram dos gregos um grande gosto por vinho, então para atender a demanda foi necessário efetivar um avanço nesta área da produção agrícola. Então podemos dizer que o período da agricultura romana não foi extremamente revolucionário, mas contém importância na historiografia da agropecuária. A pecuária era também importante naquela época, especialmente a criação de ovelhas, pois o fabrico de lã era demasiado importante para a sociedade romana, era também criadas cabras, galinhas etc. A Revolução agrícola na Idade Média Durante centenas de anos a Europa esteve sob o julgo de aço do Império Romano. Como mencionado anteriormente, o sistema de produção agrícola romano apesar da pouca inovação conseguia produzir em larga escala a ponto de conseguir alimentar sua população e ainda estocar para períodos de dificuldade. Entretanto o império entrou em declínio e com isso vieram as guerras e incursões dos povos germânicos. Os anglo-saxões, os visicodos, os godos, os francos fincaram o último prego no caixão romano, assim sendo o mundo romano foi aberto e completamente arruinado pelas guerras e imigrações que os povos anteriormente chamados de bárbaros afligiram. Os anos após a queda do Império romano do ocidente (o império oriental continuou existindo se tornando mais tarde o famigerado Império Bizantino) foram de completo caos, as cidades romanas foram passadas na tocha e a população se dividiu e se isolou sob o domínio de senhores da guerra germânicos. A Europa sofreu um período de ruralização, com uma explosão demográfica da população rural que praticava a agricultura para sua sobrevivência. A principal diferença que podemos observar neste contexto era o desaparecimento do trabalho compulsório escravocrata, que seria erradicado gradualmente na Europa, somente no século XII que essa questão seria considerada errática, problemática e desnecessária. A crise se afundava no processo de produção agrícola na Idade média, a falta de mão de obra (anteriormente escrava), a crise nas relações de trabalho, a disputa constante pelas terras férteis fizera a produção agrícola minguar e a fome se propagar em uma velocidade assustadora. Os medievos da época tiveram que lidar com o inimigo que não poderia ser vencido facilmente, este inimigo era o declínio das temperaturas que fez até mesmo segundo cronistas da idade média alegarem que o sol emitia uma luz pálida, este período compreendeu de 536 até 660 d.C, neste meio tempo obter uma colheita era uma tarefa sôfrega, as técnicas agrícolas que tanto ajudaram os gregos e romanos, perderam a eficácia do dia para a noite. Outro problema era o solo, enquanto seus vizinhos bizantinos possuíam um solo adequado para o emprego de técnicas agrícolas dos antigos romanos, os europeus não partilhavam deste privilégio, o solo muitas vezes precisa de um arado maior por conta das partes rochosas e montanhas que muitas vezes eram parte do solo comum da continente europeu. Até mesmo seu sistema de produção era um problema a ser combatido, ao contrário dos bizantinos que baseavam sua economia no comercio e tinham uma estrutura adequada para dar suporte a sua produção agrícola, assim garantindo um fluxo constante de lucros para sua população agrícola, entretanto isso não era possível por conta do caos recorrente das guerras e epidemias de doenças que cercavam a paisagem da Europa medieval como ervas-daninhas. Outro fator prejudicial para se ter uma produção agrícola continua era as guerras e conflitos, muitas vezes as aldeias e castros onde a população trabalhava com vigor para praticar atividades agrícolas era alvo de algum saque brutal que teria feito até mesmo o imperador Nero torcer o nariz. Essa brutalidade continuaria afetando vários setores da vida, mas a agricultura e a pecuária seriam grandes prejudicadas nisso. Para entender essas práticas de corso e saque basta olhar para um evento infortúnio do continente europeu chamado de Guerras dos Cem Anos (1337 – 1422), onde o Rei Eduardo III e seu filho o condecorado cavaleiro Eduardo de Woodstock afligiram uma técnica de guerra chamada terra arrasada para impor um flagelo a produção agrícola das vilas e castros para prejudicar seu inimigo direto, o Reino da França. O declínio que os atos de violência impuseram na produção agrícola tiveram uma leve pause recorrente ao Movimento da Paz e Trégua de Deus que teve seu início por volta de 989, como uma resposta da igreja católica para a violência que os nobres feudais faziam constantemente. O renascimento da agrícola medieval veio súbito igual ao nascer do sol, com o chamado Período Quente medieval (950 – 1250) que foi ótimo para as colheitas e como dito anteriormente foi um dos fatores para que a produção surgisse de novo com grande impacto naquele período. Porém outro fator de grande importância para a produção agrícola da época, foi a redescoberta de conhecimento agrícola antigo que foi aprimorado para atender os problemas daquela época, a troca cultural também foi importante, pois significou o aprimoramento das práticas da agropecuária, isso somado ao esforço e diligência dos bravos indivíduos que caminhavam de maneira sôfrega naquele continente possibilitaram o renascimento da produção agrícola europeia. O processo de plantio era realizado dentro do sistema de produção feudal, onde as famílias adotaram um processo de alternação de plantio, onde parte da terra era reservada para as plantações, enquanto outra ficava responsável de ser pasto para os animais, a terra descansava por 1 ano e era fertilizada ao longo desse período, mantendo um ciclo constante que mais tarde evoluiria para o conhecido sistema de Rotação trienal de culturas, onde apenas duas partes da terra eram cultivadas, enquanto outra ficava sob repouso, assim sendo o processo agrícola estavam passando por um processo de modernização constante naquele contexto. Com a modernização dos processos agrícolas, se tornou possível transformar a produção em algo mais duradouro e aumentar a quantidade de alimentos para as pessoas. O trigo e a cevada ainda eram campeões isolados no quesito de serem os mais cultivados, porém aveia e outros vegetais se tornaram muito importantes. A criação de animais também tinha sua importância, onde galinhas e vacas eram vistas por toda a parte, cabras e ovelhas também tinha seu espaço. Aos bois era reservado a tarefa de puxar o arado, por um certo momento, até serem substituídos por cavalos que possuíam um físico melhor para essa tarefa. A criação de cavalos neste período era deveras importante, com vários senhores feudais tendo rebanhos equinos em seus territórios, seja para as tarefas agrícolas, para transporte ou até mesmo para as artes da guerra, pois naqueles tempos a cavalaria era a espinha dorsal da maior parte dos exércitos medievos. Um aliado improvável do sistema agrícola nessa história toda foi o ferro e mais tarde o aço. A razão disso se dá através do aprimoramento das ferramentas agrícolas daquela época vigente ao aprimoramento das artes de manuseio de ferro, que contou com o aprimoramento de seus meios de produção, por conta da substituição do antigo martelo por martelos hidráulicos e eólicos. Outra invenção que contribuiu para o aprimoramento das ferramentas foi a criação do alto- forno, no século XIII que permitiu inserir ar de pressão nas câmaras de fundição interna. Dessa forma houve um avanço tremendo nas múltiplas áreas da produção agrícola, surgindo assim arados, foices, enxadas e machados de aço com qualidade muito aprimorada, sendo possível cultivar os solos pedregosos, os planaltos e os terrenos montanhosos que desenhavam a paisagem característica da Europa da Idade média. Esse desenvolvimento tecnológico somado a explosão demográfica rural da época permitiu ser criado uma produção agrícola em larga escala, pois o aço das novas ferramentas praticamente obliterava todos os obstáculos em seu caminho, infelizmente aumentando o desflorestamento. Foi nesse período que a terra se tornou sinônimo de riqueza, tanto para as nobrezas locais quanto para a igreja, que segundo historiadores a Igreja Apostólica Romana chegou a controlar 1/3 das terras cultiváveis da Europa. Todo o sistema agrícola estava envolto do sistema feudal, um sistema de produção característico da época. Porém as relações entre os senhores feudais e os camponeses responsáveis pela produção agrícola eram notavelmente tempestuosas, isso não era tão perceptível no período da Alta idade média quando o sistema feudal estava firme e forte, praticamente enraizado na cultura europeia. Entretanto as relações entre senhor e camponeses se tornaria menos amenas, já no período da Baixa Idade média, os camponeses buscavam romper relações com seus senhores vigente os impostos abusivos na produção agrícola, se rebelando e causando problemas dentro do feudo. Os camponeses buscavam obter liberdade para sua produção agrícola, gerando rebeliões e conflitos muitas vezes descritos como prejudiciais a agropecuária por conta da tendencia violenta que infelizmente os europeus compartilham em demasiada intensidade. Para entender esse declínio nas relações dentro do feudo basta olhar para a Revolução Camponesa de 1381, durante o reinado do jovem Ricardo II da Inglaterra, que em um resumo básico foi ocasionada por problemas entre os camponeses e os senhores de terra, mostrando assim com as relações já naquele período se encontrava lentamente entrando em um abismo que demarcaria o fim deste sistema de produção ligado a agropecuária. Mais tarde, próximo ao fim da Baixa Idade Média e o declínio do feudalismo, a produção agrícola havia se consolidado de maneira que seu maior problema agora era os martírios impostos pelas epidemias de Peste Negra e pelas guerras que vez ou outra surgiam para perturbar a paz nada duradoura que os europeus tanto se habituaram. Por fim, a revolução agrícola na Idade média contribuiu bastante para o avanço da agropecuária, tendo ocasionado um avanço na produção agrícola que possibilitou uma explosão demográfica no continente que havia sofrido por fome, guerra e doenças. A revolução agrícola teve efeito nos costumes sociais da época e na ascensão de uma importante classe social que ganharia relevância muito tempo mais tarde, a burguesia que surgiu de comerciante que vendiam produtos agrícolas. Entretanto nem tudo são flores, a revolução agrícola que mudou e revolucionou o sistema agrícola da época abriu brecha para a disputa das terras férteis e pelo controle de produção dos campos entre os agora estados europeus, isso mais tarde teria consequência na expansão mercantilista. Mas deixando isso de lado, a mudança dos métodos agrícolas foi de demasiada importância para a humanidade que com diligência e esperteza revolucionou o sistema agrícola e conseguiu superar as crises, claro que havia fome me diversos locais, principalmente no norte da Europa, onde os russos se ativaram aos pescoços uns dos outros em busca de poder, entretanto esse desenvolvimento agrícola abriria brecha para o avanço contínuo da produção agrícola na Idade moderna. A revolução cientifica e suas ligações com as revoluções agrícolas Durante o século XVI se iniciou um fato histórico que seria de tremenda importância para a história da agropecuária, a Revolução cientifica, que se prolongaria até meados dos séculos XVIII. Com esse fenômeno a história teria uma grande evolução em diversas áreas do conhecimento, como astronomia, física, matemática, biologia e química. Nomes como Nicolau Copérnica, Galilei Galileu, Isaac Newton, Renê Descartes e Louis Pasteur ganharam destaque e marcaram seu nome na história. A Revolução Cientifica se liga a agropecuária através dos grandes empreendimentos e avanços feitos em tecnologia, por exemplo, que mais tarde influenciaria no conhecimento agrícola, gerando descobertas que mais tarde ajudaria a desenvolver uma agricultura melhor e mais produtiva. Levando em consideração que naquela época o mercantilismo reinava solto e afobado, os produtores precisavam manter uma produção constante para conseguir lucros, então as descobertas realizadas eram um prato cheio para atingir tal objetivo. Podemos usar como exemplo a compreensão dos nutrientes do solo e a criação de fertilizantes mais adequadas que foi feita nessa época. Na pecuária podemos citar o avanço da medicina veterinária, que foi possível graças a uma maior compreensão da anatomia e fisiologia dos animais. Isso impactou na melhoria das ações veterinárias do cuidado do gado, por exemplo, consequentemente aumentando sua produtividade. É preciso levar em conta outro fator histórico relacionado a esse contexto, nessa época estava acontecendo um crescimento demográfico grande em diversas partes do mundo, sendo assim era necessária uma produção alimentícia maior para atender a fome de todas aquelas pessoas. A produção agrícola tinha conseguido importantes aliados para atender tamanha tarefa, o conhecimento científico somado as inovações tecnológicas fizeram isso se tornar possível. Em termos gerais, a Revolução cientifica ajudou a criar uma série de inovações que foram importantes para o avanço gradual da agropecuária, preparando o terreno como um bom arado para o evento que mudaria a história da agricultura no século seguinte, a Revolução Industrial viria anos mais tarde para mudar a história do mundo, e criar uma Revolução agrícola para aprimorar todo o conhecimento que era empregado até então. De fato, a historiografia desse período sugere que a revolução cientifica surtiu efeito gradual em diversas áreas do conhecimento, na agricultura e na pecuária não foi diferente ajudando a criar uma produção em escala cada vez maior. As inovações no contexto da Grã-Bretanha Desde o declínio dos portugueses e dos espanhóis após suas respectivas eras de domínio nas Grandes Navegações, entretanto o domínio inglês emergiu e governou solitário, com alguns poucos tolos que tentaram se opor a sua poderosa frota real. Para entender os efeitos das inovações e dos avanços que a Revolução Cientifica teve na agricultura vamos observar o contexto de desenvolvimento agrícola que estava surgindo na Inglaterra naquele fatídico século XVII. As transformações na Inglaterra começaram a surgir com o fim da Guerra das Rosas (evento que marcou o fim da Idade média na Inglaterra), desde então os avanços foram surgindo aos poucos naquele contexto, passando por momentos de conturbações, como nos eventos tristes durante a Dinastia Tudor, entretanto o êxito veio e com ele longos séculos de transformações e controle de diversas partes do mundo. Os avanços foram surgindo assim criando um precedente para o aprimoramento da agricultura, surgindo assim grandes avanços na indústria da agropecuária. Um exemplo disso foi o aperfeiçoamento técnico das ferramentas, para melhorar a qualidade das colheitas. Com o estudo aprimorado da qualidade do solo foram surgindo diversas maneiras de cultivar o solo de maneira adequada, chegando ao consenso da utilização da Rotação de Culturas com 4 campos, uma técnica utilizada para criar uma alternância preventiva e coordenada do cultivo de vegetais e outros produtos em determinadas épocas do ano, com base no conhecimento local, a prática tem o intuito de amenizar o desgaste do solo ao longo do ano. Para surtir efeito na produção agrícola local foi criada uma série de leis para criar cercamentos com o fim dos direitos comunais dos camponeses, uma medida um tanto drástica, mas que alcançou seu objetivo, com um desgaste em relação a alguns grupos agrícolas. Para melhorar seu mercado agrícola interno o governo adotou uma série de medidas para desenvolver melhor sua produção interna. Criando um mercado nacional sem tarifas ou outros impostos, algo que animou os produtores agrícolas que agora teriam mais lucro em âmbito nacional, aumentando a demanda por produtos como batata e outros produtos alimentícios produzidos por grandes e pequenos produtores agrícola. As melhoras do sistema agrícola foram patrocinadas e impulsionadas pelo sistema capitalista, que no período estava se fortalecendo e se tornando cada vez mais proeminente, buscando lucros e aportes financeiros não só na indústria, mas também nas atividades da agropecuária, é importante lembrar que estamos no contexto da primeira revolução industrial, no qual era necessária buscar matérias-primas para a industrial têxtil que rendia bons lucros ao Império Britânico. Vale lembrar que esses efeitos também surtiram efeito nas colônias inglesas na Ásia e África. Contudo, um fator de grande importância para a necessidade de produção agrícola foi a grande explosão demográfica que a Inglaterra estava passando, aumentando a necessidade de transformar a produção em algo maior, algo em larga escala para atender as necessidades do povo inglês que crescia cada vez mais, em virtude disso o Estado criou medidas, como vimos anteriormente para resolver tais problemas, aumenta a produção da agropecuária nacional. Todavia, para se chegar a esse aumento foi necessário fazer uma mudança drásticas no método de produção agrícola local. O sistema de produção agrícola adotado pelos ingleses naquele período era extensivo, isso estava longe de atender os objetivos dos aristocratas e burgueses que buscavam aumentar seus lucros cada vez mais, a própria lei do cercamento de terras foi um exemplo disso, pois várias terras acabaram no controle dos ricos aristocratas que atuavam na produção local, como dito anteriormente. Para se aumentar a produção foi necessário mudar aquele sistema de extensivo para intensivo, assim aumentando a produção que atendia a demanda do país. Para prosseguir com a evolução foi necessário acima como no caso da Idade Média o maquinário adequado, por conta disso a situação da produção agrícola foi beneficiada pelo período de evoluções tecnológicas da época. Um dos grandes nomes desse desenvolvimento foi Jethro Tull (1674 – 1741, considerado um dos pioneiros da agricultura cientifica, foi um importante agricultor que foi o responsável por inventar a semeadeira mecânica, uma máquina que possibilitava espalhar a semente em filas bem espaçadas em uma profundidade determinada pelo fazendeiro. Toda essa evolução trouxe diversos avanços significativos para a agricultura e a pecuária, gerando uma série de desenvolvimentos que mais tarde trariam a luz uma segunda Revolução agrícola, além de ser um grande catalisador para o avanço do capitalismo que moveria a era do Imperialismo e geraria uma disputa intensa entre as nações que apesar de seus malefícios que trouxe para o mundo, acabou por trazer avanços significativos para a indústria da agropecuária. As mudanças na produção agrícola trouxeram ao fim da mentalidade retrasada dos agricultores, que agora vinham a agricultura como um negócio que poderia entregar lucros. A expansão demográfica foi também impulsionada em grande parte pelo desenvolvimento agrícola da época na Inglaterra, trazendo uma exigência maior para a produção e ajudando a gerar mais mão de obra, que seria o excedente perfeito para os burgueses e aristocratas ricos buscarem mão de obra para suas indústrias, gerando uma nova fase da opulenta Revolução Industrial. Uma nova Revolução agrícola dentro do contexto de mudanças da Revolução Industrial O século XIX foi de transformações não só das atividades agrícolas, mas de vários segmentos da sociedade. Foi um período de mudanças no contexto global, com o imperialismo e a ascensão do capitalismo. A população também cresceu, se tornando inviável não aumentar a produção da agropecuária, nesse novo mundo os produtores buscavam o lucro. As consequências dessa segunda revolução industrial foram sentidas em demasia na agricultura que precisou se adaptar ao crescente avanço tecnológico. Um aspecto que devemos ressaltar naquele período foi a implementação de maquinário no contexto de produção agrícola, como citado anteriormente a semeadeira mecânica foi um importante aliado nos processos agrícolas. Outros avanços foram importantes para o avanço da agropecuária, como a cientificação dos conhecimentos relacionados a agricultura, com a criação de fertilizantes químicos usados no solo e a produção de maquinário para tornar atividades árduas mais fáceis no trabalho, e consequentemente fazer a produção se tornar mais rápida e eficiente. Naquela altura, a paisagem tinha se modificado grandemente, com ferrovias e estradas por todos os lados, isso também surtiu efeito na produção agrícola, pois com os meios de transporte e infraestrutura se tornou possível se obter mais lucro nos empreendimentos dos produtores agrícolas. Os efeitos na agropecuária foram também importantes, o meio de reprodução por escolha, no qual era possível aumentar os rebanhos com muito mais eficácia e o estudo para o avanço da medicina veterinária não pode ser desconsiderados. A indústria têxtil se aprimorou também no século, assim a pecuária que produzia a lã também foi forçada a seguir esse ritmo. Por fim, podemos concluir que as Revoluções agrícolas foram um dos principais responsáveis para o surgimento da Revolução Industrial e a urbanização de alguns locais, tendo efeito direto nos meios de produção da época, além de ter contribuído bastante para o aumento populacional da época. No século XIX a agricultura sofreu diversas mudanças e foi de extrema importância para o contexto do período, não só para a Inglaterra, mas para boa parte do mundo, isso também inclui o Brasil, que infelizmente sofreu tardiamente esses processos de evolução agrícola por conta do estado de colônia de Portugal e mais tarde pela conturbação do Primeiro Reinado. Entretanto o desenvolvimento agrícola acabou sendo conhecido em terras brasileiras, principalmente na indústria do café, que durante todo o Segundo Reinado e por boa parte do período conhecido como República Velha. A questão ambiental durante a evolução histórica da agricultura Durante todo esse processo de evolução da agricultura e da pecuária podemos observar que a questão ambiental sempre esteve de fora do centro das atenções dos produtores agrícolas, entendível por conta do contexto que estamos analisando, até porque um camponês medieval não teria tempo nem o conhecimento adequado para se importar com tais problemas, que mal tinham questionamentos naqueles períodos. Entretanto podemos ressaltar o grande efeito que a exploração agrícola teve na natureza desde tempos antigos até o século XIX, período no qual estamos analisando neste trabalho. O desmatamento e o uso exagerado foram práticas comuns, que mais tarde teriam efeitos no contexto histórico. As pessoas da época utilizavam essas práticas em virtude de práticas agrícolas e da pecuária algo que mais tarde cobraria seu preço, muito mais tarde. Na Revolução Industrial os efeitos no meio-ambiente também foram grandes, boa parte por conta das indústrias em si, todavia a agricultura também teve papel nisso, pois para atender a demanda de produção global foi necessário o aumento do controle sob as áreas cultiváveis, assim gerando desmatamento em florestas. Esses efeitos seriam sentidos ainda mais no século XX, onde por incrível que pareça a produção agrícola cresceu ainda mais e surgiram algumas práticas prejudiciais não só ao meio-ambiente, mas a saúde do ser humano, todavia não é nosso mérito entrar nesses assuntos contundentes. Conclusão Por fim, concluímos o trabalho com o entendimento acerca dos costumes agrícolas desde o Período Neolítico até meados do século XIX, podendo conhecer a importância do conhecimento agrícola. Tivemos ciência do complexo processo de evolução da agricultura e como ele é importante para diversos setores da sociedade, e da história como um todo, um exemplo disso é a Revolução industrial que foi impulsionada pelos constantes avanços da agropecuária. A evolução da agricultura também representou um importante fator para o aumento populacional e alguns casos foi a luz que guiou a humanidade a sobrevivência, como naqueles anos de fome e crise na Idade média. A evolução agrícola ainda vai continuar e sofrer outro processo de evolução tempos mais tarde na chamada Revolução Verde, mas não é nosso mérito desenvolver a respeito disso, pois isso só veio a acontecer já no século XX. ;