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GEO-HISTÓRIA

Rosemeyre Coelho
AULA 1
A evolução do pensamento
geo-histórico
O CONCEITO DE PRÉ-HISTÓRIA

O período da Pré-história corresponde ao período que antecedeu a invenção da


escrita. Entretanto, tal conceito deixa a ideia subentendida de que sociedades sem
escrita não teriam história;

Por costume e por convenção, o conceito continua sendo utilizado, mas deixou de
ser um período da história, tornando-se objeto de estudo com uma metodologia
próxima.
PERÍODO PALEOLÍTICO

Estudos indicam que o Homo sapiens começou sua dispersão para fora da África,
seu continente de origem, há cerca de 100 mil anos, em uma migração que se
espalhou por todos os continentes hoje habitados;

Esse período é marcado pela produção de ferramentas rudimentares de pedra e vai


de 2,5 milhões a 10.000 a.C.;

Durante esse período, os homens dependiam da caça e da coleta de frutos, e foram


tomando conhecimento sobre os animais a serem caçados e sobre as plantas
comestíveis.
PERÍODO PALEOLÍTICO

No entanto, o homem ainda não tinha conhecimento sobre a agricultura, e tinha o


modo de vida nômade, seguindo a migração dos grupos animais e o ciclo da
vegetação. Sendo assim, quando a oferta de alimento acabava, os grupos
abandonavam as cavernas ou os abrigos e migravam.

Os grupos humanos nômades


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AS MIGRAÇÕES HUMANAS

As migrações feitas pelos grupos humanos ao longo de gerações,


resultando, assim, na colonização dos continentes.
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PERÍODO PALEOLÍTICO

Acredita-se que o uso do fogo tenha se iniciado há cerca de 500.000 anos. Com a
sua utilização, o ser humano passou a contar com uma fonte de luz e calor e a
cozinhar alimentos. Além disso, durante esse período também foram
desenvolvidas uma série de ferramentas importantes para os grupos humanos;

Durante esse período, o ser humano desenvolveu a linguagem oral, o que o


permitiu partilhar de maneira mais eficiente seus conhecimentos, experiências e
sentimentos.
A REVOLUÇÃO NEOLÍTICA

Por volta de 10.000 a.C. ocorreu o período conhecido como Neolítico ou Idade da
Pedra Polida. Durante esse período, ocorreu o desenvolvimento da agricultura e a
criação de animais, o que reduziu a necessidade da caça e da coleta pelos grupos
humanos. Além disso, tal processo permitiu a sedentarização do ser humano,
formando pequenas aldeias.
A REVOLUÇÃO NEOLÍTICA

Durante esse período, o ser humano passou a fixar-se, plantar e cultivar animais.
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A REVOLUÇÃO NEOLÍTICA

O plantio e a colheita de grãos permitiu ao ser humano uma oferta regular de


alimentos vegetais, enquanto o cultivo de animais como cabras, vacas e porcos
permitiu o abastecimento de carne, leite e pele. Sendo assim, o homem não
necessitava mais somente depender da natureza.
O SURGIMENTO DAS CIDADES

As populações humanas fixaram-se com o intuito de cuidar da terra. No princípio,


os assentamentos eram pequenas vilas, que, com o tempo, começaram a dar
origem a sociedades urbanizadas conforme era ampliada a arte do cultivo. Além
disso, com o aumento da produção e a riqueza de produtos, era necessário maiores
formas de proteção, como exércitos.
O SURGIMENTO DAS CIDADES

Durante esse período, ocorreram uma série de modificações, como a origem do


comércio e a utilização de conchas e pedras preciosas como moeda, além de uma
maior divisão do trabalho. Surgiram também olarias especializadas na fábrica de
vasilhas para cozinha e armazenagem de alimentos, além de um refinamento das
ferramentas de pedra.
O SURGIMENTO DAS CIDADES

Durante esse período, diversas plantas alimentícias começaram a ser cultivadas,


além da utilização de fibras vegetais provenientes de plantas, como o linho e o
algodão para produzir fios e tecer roupas;

A Revolução do Neolítico é um momento de profundas mudanças na história da


humanidade, podendo até mesmo ser comparada às transformações provocadas
por outra revolução tecnológica, que foi a industrialização.
TRANSFORMAÇÕES

Entre 4.000 e 3.000 a.C., importantes desenvolvimentos técnicos começaram a


transformar as cidades neolíticas. Com o intuito de controlar as quantidades de
grãos produzidos, trocados, comprados e vendidos, foi necessário o
desenvolvimento de marcas para representar as atividades.
TRANSFORMAÇÕES

Entre algumas transformações do período, destaca-se o aprendizado das pessoas


em fazer e interpretar marcas, geralmente atribuindo esse aprendizado a
necessidades econômicas, políticas e administrativas. Outra transformação foi a
utilização de metais para a construção de armas e ferramentas mais eficientes do
que as feitas anteriormente com pedras.
O SURGIMENTO DO ESTADO

No início da Idade do Bronze, a grande concentração de pessoas ao redor dos


vales de rio, por serem regiões com solos muito férteis, deu origem a um novo
modo de vida. Nesse sentido, destacam-se as regiões dos rios Tigre e Eufrates na
Mesopotâmia; o Nilo no Egito; o Indo na Índia; o Yang-tse-kiang e o Huang-ho na
China; e o San Juan na América Central.
O SURGIMENTO DO ESTADO

O surgimento da agricultura em diversas civilizações pelo mundo


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O SURGIMENTO DO ESTADO

Com o tempo, ocorreram diversas transformações na forma como essas


comunidades que ocupavam os vales de rios se organizavam. Muitas mudanças
ocorreram em relação às relações interpessoais e entre os grupos humanos na
economia, religiosidade e outras esferas.
O SURGIMENTO DO ESTADO

As antigas sociedades foram dividindo-se em diversas camadas sociais, como:


camponeses, artesãos e guerreiros. Além dessas camadas, merece destaque a
camada dominante dos sacerdotes, responsável pela administração das cidades.
O SURGIMENTO DO ESTADO

Com o tempo, começou a tomar corpo a administração do estado, pois as decisões


político-administrativas começaram a mudar. As decisões que anteriormente eram
de caráter mais coletivo e eram tomadas por um grupo de integrantes passaram a
ser tomadas por pequenos grupos ou indivíduos privilegiados.
A MESOPOTÂMIA

A Mesopotâmia foi um dos berços da civilização


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A MESOPOTÂMIA

A palavra Mesopotâmia, em grego, significa “terra entre rios”, isso porque essa
região está localizada no vale entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio no
atual território do Iraque. Essa região é considerada um dos berços da humanidade
pelo fato de possuir um solo extremamente fértil, que permitiu que diversas
civilizações ali se fixassem.
A MESOPOTÂMIA

Entre os povos que ali se fixaram, merecem destaque os assírios, os sumérios e os


babilônios;

Esses povos foram os responsáveis pela desenvolvimento de tecnologias para a


canalização de rios com o intuito de permitir o abastecimento de suas cidades, a
construção de estruturas com função religiosa e de armazenagem de grãos e a
criação do primeiro código de leis, além de um grande comércio por meio das
caravanas.
A MESOPOTÂMIA

É da Mesopotâmia que vem os primeiros registros de informações históricas sobre


o planejamento do espaço, pois a organização do espaço das cidades dessa região
levava em consideração aspectos de topografia e microclima. Nesse contexto,
destacam-se os chamados planejadores profissionais do espaço, que eram
sacerdotes que buscavam organizar as cidades com o intuito de atender preceitos
religiosos, estéticos e de conforto.
GRÉCIA

A partir do período Arcaico na Grécia, após o século VIII a.C., pequenas


comunidades agrícolas chefiadas por membros mais velhos começaram a se
enfraquecer. Era cada vez mais difícil encontrar terras disponíveis, o que gerou o
fortalecimento de unidades políticas e administrativas autônomas. Essas unidades
foram as Cidades-estados (conhecidas como pólis).
GRÉCIA

As pólis não se desenvolveram simultaneamente, o que dificulta a datação exata.


De maneira geral, eram pequenas cidades, algumas com apenas 5 mil indivíduos
do sexo masculino. Atenas, por exemplo, considerada uma grande pólis, tinha
cerca de 35 mil indivíduos do sexo masculino;

Cada cidade-estado era independente, tendo suas próprias instituições e,


frequentemente, entrando em atrito umas com as outras.
GRÉCIA

A figura mostra algumas das cidades-


estados que surgiram na Grécia antiga
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GRÉCIA

Com o tempo, a racionalidade foi prevalecendo na pólis e a religiosidade foi


perdendo espaço. O governo expressava a vontade dos cidadãos e não de deuses,
monarcas hereditários ou sacerdotes.

Claramente, a emergência da racionalidade não acabou com a religião.


Principalmente para os camponeses, que continuavam fieis a seus antigos cultos,
deuses e santuários.
GRÉCIA

Mesmo com a racionalidade, os dirigentes gregos consultavam oráculos antes de


tomar suas decisões. Entretanto, cada vez mais a religião ficava em segundo plano,
tanto que, no apogeu da civilização grega no século V a.C., a religião não era um
fator político dominante.
GRÉCIA

Duas cidades-estados se destacaram durante esse período, sendo elas Atenas e


Esparta, protagonistas de diversos conflitos dentro da Península grega e também
com os Persas;

Esparta teve como característica extremamente marcante uma forte tradição


guerreira, o que foi importante para a conquista de outros povos;

Atenas possuía uma grande esquadra e encabeçava o comércio entre os gregos,


além de possuir um grande sistema que possibilitava as discussões políticas.

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