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A população mundial aumentou imenso nos últimos 100 anos, pelo que com o
desenvolvimento da culinária, agricultura, descobrimentos, revolução industrial, entre
outros marcos, fez com que a alimentação do Homem também evoluísse.
Paleolítico Revolução
Revolução
(primórdios do industrial e
género Homo) Neolítica
científica
Paleolítico
O homem nunca foi herbívoro (vegano) nem carnívoro, uma vez que o homo vivia de
acordo com as suas necessidades e possibilidades. Logo, é impossível saber o que o
comemos nesta era.
No mioceno (há 24 a 5 milhões de anos) as principais fontes alimentares eram os vegetais e
alguns animais de pequeno porte (aves, roedores, insetos).
No pleistoceno (há 4 milhões de anos) deu-se um aumento no consumo associado ao
desenvolvimento de instrumentos e técnicas de caça.
Entretanto (há 1 milhão de anos), começou-se a caçar animais de grande porte,
ocasionalmente. Entre 40 000 e 10 000 anos atrás, a caça tornou-se mais complexa e
planeada, pelo que esta foi um fator decisivo na origem da organização social e familiar
humana. Há cerca de 500 000 anos, começou a ser utilizado o fogo na culinária.
Revolução Neolítica
A revolução neolítica trouxe-nos a capacidade de domesticar animais e plantas.
Contribuindo para que os alimentos ficassem disponíveis de forma mais fácil, levando
ao inicio da sedentarização. Este facto auxiliou na formação de uma sociedade mais
complexa, estratificada e hierarquizada.
Revolução Industrial e cientifica (sec. XVIII a XIX)
Através da colonização e da globalização adquiridos nestes tempos, a alimentação
transcontinental proporcionou uma grande comunhão alimentar entre os humanos.
Surgiu o aparecimento de novas técnicas de cultivo e produção, abastecimento e
conservação de alimentos.
Os laços sociais foram bastante importantes, uma vez que garantiu o nosso sucesso
como espécie, a partir da possibilidade do ser humano pensar para além de si mesmo.
Para além disso, o desenvolvimento cognitivo foi evoluindo através das relações sociais.
Teorias da evolução:
A teoria da Savana: esta teoria parte da ideia que os primeiros hominídeos se originaram
primordialmente nas savanas africanas, onde o ser humano ancestral “desceu das
árvores” e se adaptou a uma vida ereta e terrestre. A maioria das características
anatómicas do ser humano foram desenvolvidas de acordo com este novo estilo de vida.
A teoria do macaco aquático (AAT): teoria de que entre a fase dos primatas e a fase em
que o humano começou a caminhar ereto, existiu uma era onde o homem se
desenvolveu dentro de água, levando à evolução do bipedalismo. (Indícios: o ser
humano atual não têm pelo, possui uma camada adiposa sobre a pele, os membros
inferiores são mais longos que os superiores, pode controlar conscientemente a
respiração).
A teoria do fogo: o fogo possibilitou a evolução, uma vez que através da culinária foi
possível cozinhar alimentos e facilitar a sua digestão. Logo, forneceu ao cérebro do
Homem mais energia, o que permitiu a sua evolução.
A revolução alimentar no Neolítico: reflexos da domesticação de plantas e
animais
O Neolítico é considerado o embrião da civilização humana. (“Transição de um homem
caçador para um homem coletor”)
A revolução Neolítica ficou marcada pelo surgimento da domesticação animal (transição
de caçador para o domesticador), o melhoramento das técnicas de caça, a agricultura
(principalmente de cereais), o SEDENTARISMO e a culinária.
Com as alterações climáticas (final da idade do gelo), houve um aumento do nível da
água dos oceanos, pelo que contribuiu para uma maior disponibilidade de água e,
consequentemente, solos mais férteis. Estes factos foram importantes para uma maior
diversidade da fauna e da flora.
O aparecimento da agricultura e da domesticação de animais não foi por necessidade.
A recoleção trouxe o conhecimento dos ciclos de vida das plantas, havendo aquisição
continua de conhecimentos. Isto conduziu ao fenómeno de poder dominar outras
espécies e ao tentar reproduzir estes ciclos de vida surge a agricultura e a domesticação.
Depois, houve necessidade de intensificar a produtividade das principais espécies
consumidas.
A domesticação de animais consistia na criação de animais para abate, como o caso dos
bovinos e caprinos, ou apenas aproveitar os seus benefícios, como as galinhas eram
domesticadas pelos seus ovos. Outro fator importante foi a domesticação do lobo para
auxilio de caça.
A culinária deu-se essencialmente pela ascendência da agricultura (principalmente de
cereais), onde era frequente triturar estes alimentos para obter farinha.
Os grupos aumentaram e as tarefas tornaram-se mais distribuídas, aparecendo o
conceito de liderança e de líder. Sendo assim, o sedentarismo levou à construção de
valores e hierarquias, oferecendo espaço para começar a pensar em religiões, relações,
etc.
O Homem não praticava a agricultura e a domesticação por necessidade, mas sim por
questões ideológicas e necessidades sociais e intelectuais. Devido ao seu
egocentrismo, o Homem pareceu querer controlar, dominar e sobrepor-se às outras
espécies.
Com o inicio de uma sociedade, foi possível obter mais segurança e estabilidade, o que
levou a um maior numero de filhos, casas e população.
O homem fixou-se nas margens fluviais, tendo habitações adequadas aos ciclos do rio.
Resumindo:
Estrutura social
Fonte de comida estável
Sistema de governo
Religião
Cultura desenvolvida
Avanço da tecnologia
Linguagem e escrita desenvolvida
As primeiras civilizações surgiram devido ao aumento do número de pessoas nos grupos
e especificam-se de acordo com o local onde se encontram. Estas evoluíram, uma vez
que começaram a demarcar terrenos (fronteiras), a trocar alimentos e outros produtos
com outras civilizações (comércio), a melhorar a maneira de comunicar
(desenvolvimento da linguagem), e, posteriormente, apareceu as primeiras normas, leis
e regras.
Ainda sabemos muito pouco sobre os hábitos alimentares dos povos da antiguidade.
O crescente fértil deu-se no oriente Médio, pelo que se designa pela área do globo onde
o as civilizações se desenvolveram e toraram-se sedentárias.
Os solos gregos não eram tão férteis, pelo que não permitiam uma grande exploração.
A sua alimentação baseava-se nos cereais e nos frutos (apesar de não serem
consumidos diariamente). A carne era destinada, principalmente, aos mais ricos e
apenas aos pobres em dias de festa.
No geral, o ser humano começou a civilização quando teve a certeza que existia comida
para mais um dia. Ou seja, só com o básico e o garantido é que uma civilização e,
consequentemente, a alimentação, é pensada, elaborada e organizada é possível.
Assim, depois de ter a certeza que era possível viver (sobreviver) com a estabilidade dos
alimentos, é que se começou a pensar nos valores alimentares.
Primeiro foi necessário garantir estabilidade e o básico da alimentação, segundamente
criou-se valores sociais, económicos e religiosos associados aos alimentos e no final
intelectualizou-se e avaliou-se eticamente a alimentação.
Alimentação e religião
Jainismo: Adota o principio ético-religioso Ahinsa (do sânscrito “não injúria”) – também
presente no hinduísmo e no budismo – que consiste em não cometer violência contra
outros seres. Para os jainas, pessoas, animais, plantas, formações rochosas, cursos e
quedas de água têm jiva, ou seja, alma ou principio vital, tendo igual valor e estando
interligados na teia de existência por elos kármicos.
Hinduísmo: A vaca tem papel ancestral de apoio aos Humanos dando-lhe leite,
auxiliando no trabalho rural (como fertilizante e arado); estatuto de divindade,
contando de textos sagrados; relevante numa perspetiva nacionalista, na defesa do
hinduísmo e dos seus preceitos. O vegetarianismo não é dogma, mas é visto como
contributo para a purificação.
Nas antiguidades grega e romana, além de um escasso consumo carnívoro, havia um
modelo de alimentação civilizada assentado na trindade do pão, vinho e azeite. Três
produtos da industria humana que se opunham ao modelo bárbaro, que destaca
principalmente o consumo de carne e leite.
A mitologia judaico-cristã também se estrutura em torno de um modelo de
comensalidade não só entre o homem e os deuses, bem como entre o homem e os
animais.
O cristianismo ao adotar, na sua liturgia, o pão como corpo de Cristo, o vinho como o
seu sangue e o azeito como a sua unção sagrada, está a representar a própria divindade
através dos alimentos.
Regras alimentares
As regras alimentares não têm uma explicação lógica nem um motivo, é apenas uma
convicção.
Muçulmanos: o jejum no Ramadão (nono mês do calendário Islâmico, mês da revelação
do Corão ao Profeta Maomé)
Católicos: Abstinência de carne na Quaresma/semana santa, sucedendo ao Carnaval
(do latim carnem (carne) e levare (remover)).
Idade
Pré-história Antiguidade Idade Medieval Idade Moderna
Contemporênea
O ano 0 (nascimento de cristo) culmina com o auge e a futura queda do império romano.
A queda do império romano levou à ascensão dos bárbaros, proporcionando uma
instabilidade social e económica e, consequentemente, na alimentação.
As condições de higiene não eram favoráveis, pelo que contribuíam para epidemias e
intoxicações alimentares (fungos nos alimentos).
Na idade média, os romanos dominavam a agricultura de cereais, vinho, azeite e nos
povos bárbaros predominava a caça e o grande consumo de carne, lacticínios, cerveja.
Assim, estes confrontos levaram a uma junção de culturas, sendo que ocorreu uma
união entre a agricultura e a criação de animais; as cidades começaram a ter
características rurais; aparecimento de grandes epidemias, fome e pestes; ascensão do
vinho; aumento no consumo de carne.
Com os descobrimentos, os portugueses foram os pioneiros na distribuição alimentar
e adotaram os novos alimentos que vieram do comércio triangular entre África, Brasil e
Portugal.
Os descobrimentos contribuíram para a troca de produtos entre continentes:
A Europa levou para a América: cereais, videira, cana de açúcar, oliveira, porco,
galinhas
A América forneceu: Feijão, tomate, batata, tabaco, cacau, mandioca, peru
A Á sai deu a conhecer: especiarias, chá, tecidos de luxo, porcelanas, arroz
África forneceu: milho moído, café
Carne
As variações regionais de preços, para além das que derivavam dos mecanismos de
mercado, influenciavam as quantidades como também os tipos de carne mais
consumidos. No entanto, pensa-se que, no geral, a carne mais consumida era a de
carneiro e a de porco.
A carne era habitualmente consumida fresca ou em conserva, sob a forma de
torresmos, presunto e enchidos.
Peixe
O peixe parece ter sido menos consumido do que a carne, mas com uma maior
incidência nas classes mais ricas.