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O urbanismo ou a civilização
Sistema social complexo com grandes diferenças internas, organizado segundo uma
estratificação de classes e com uma elite que administrativa que controla as
instituições organizativas mais importantes.
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O nascimento da civilização deve conceituar-se como uma série de processos em
crescente interação que foram desencadeados por condições ecológicas e culturais
favoráveis, e que continuaram a desenvolver-se mediante interações de reforço
mútuo.
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Civilizações
Organização política
Instituições baseadas numa forma da administração das sociedades
complexas
Neolítico
Conceito que vai evoluindo ao longo do tempo e desenvolveu-se em praticamente todo
o mundo. O Neolítico sensivelmente compreende-se entre o período de tempo de 10
000 a.C. e 4 milénio a.C.
Christian Thomsen instituiu o sistema das 3 idades:
1. Idade da Pedra
2. Idade do Bronze
3. Idade do Ferro
John Lubbock: periodização clássica da Pré-História: Paleolítico, Mesolítico e
Paleolítico
O conceito significa transformações tecnológicas (instrumentos mais refinados),
infraestruturas económicas
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Como a agricultura cria estabilidade, as populações fixam-se e não precisam de se
deslocar em busca de alimento e em consequência dessa fixação pode-se ter animais.
Com esta fixação a tendência é verificar-se um aumento populacional (porque estão
bem alimentados, etc.)
Crescente Fértil
Animais
(o cão foi a primeira espécie animal a domesticar)
Domesticação - criação de uma simbiose entre o homem e certas espécies animais
de que resulta uma microevolução particular destes, mediante a sua adaptação a um
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novo nicho ecológico, culturalmente construído. (ex. levar uma cria de leão para casa)
Animais domesticados: Cabra, Ovelha, Porco, Boi, Gato, Cão…
Mas no contexto das comunidades de caçadores- recolectores (Europa, Próximo
Oriente, Ásia), tal processo não acarreta qualquer solução de continuidade.
O homem não consegue controlar qualquer tipo de animal, doméstica os mais
indefesos.
Condições de domesticação:
animais sociais,
gregários (Bando/Grupo)
sem grande aparato defensivo
com comportamento hierarquizado
sem grande sentido territorial
Consequências da domesticação:
Plantas
Condições de domesticação:
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Principais plantas domesticadas – Cereais (trigo, cevada, centeio), Leguminosas
(ervilhas e ervilhaca, lentilha, fava), Fibras Vegetais (linho)
Os cereais tinham também uma função na construção de casas e estábulos.
Europa
Africa Ocidental e Subsariana
Vale do Rio Indo (cultivo de arroz)
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Os grupos que se adaptavam criaram um abastecimento alimentar mais fiável, menos
diversificado, com isto as populações aumentaram, os grupos familiares deram lugar a
vida nas aldeias.
tecelões
Pedreiros
Oleiros
Sacerdotes
Escribas
Comerciantes
Oficiais do exército
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Os metais
O trabalho dos metais tornou se muito importante para os primeiros povoamentos
humanos, essenciais para o desenvolvimento de ferramentas e armas.
As primeiras povoações do cobre para uma liga do bronze. O trabalho dos metais
espalhou-se lentamente pelas comunidades humanas, com agricultura.
Avanços tecnológicos:
Deflorestação
Erosão e inundações
Extinção seletiva de grandes animais terrestres e ervas daninhas.
Catal Huyuk
Jericó
Estruturas religiosas
Os líderes políticos e religiosos eram os mesmos
Dependiam da caça e recolha de alguns alimentos
As civilizações
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Características das civilizações:
Cidades
Governo: organizar e regular a atividade humana.
Religião: uma forma de explicar as forças da natureza e o seu papel no mundo.
Deuses eram importas para a comunidade.
Estrutura Social: com base no poder económico. Governadores, sacerdotes,
guerreiros e oficiais, pessoas livres (agricultores e artesãos), escravos.
Escrita: inicialmente utilizada com expressão criativa
Arte: templos, pirâmides, locaias de culto. Retratavam a natureza, bem como
os seus governantes e deuses.
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Progresso: A domesticação resulta do progresso normal de algumas comunidades
implantadas em determinadas zonas favoráveis/áreas nucleares (modelo de
equilíbrio).
(foca-se no tópico da região onde se encontra. Não existe rutura, mas sim evolução)
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Teoria da co-evolução (D. Rindos)
ACASO: a domesticação não foi uma opção consciente adotada para melhorar as
condições de subsistência das comunidades, antes resultou do acaso. O Homem, pela
sua presença, modifica o ambiente natural, criando, assim, as condições para que as
espécies se transformem; as espécies adaptam-se às novas condições e o homem
adapta-se culturalmente às novas espécies – tem lugar uma verdadeira co-evolução
(modelo de equilíbrio).
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Substrato Epipaleolítico/ Mesolítico (13-10.000)
Natuufense e Zariziense
Nível económico:
(os antigos métodos continuam a existir e complementam o novo nível económico)
1. Implementação progressiva de um novo modelo económico, com o
desenvolvimento gradual da economia de produção, baseada na agricultura e
pastorícia, a par da caça e da recoleção:
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ocorre primeiro nas áreas onde existem antepassados selvagens e
silvestres das espécies;
abrange várias espécies consoante as zonas ecológicas do mundo em
que nos situamos
Nível tecnológico
1. A progressiva sedentarização conduz ao estabelecimento de uma nova relação
do Homem com a Natureza que se traduz por:
nova construção social do espaço, concretizada através de rituais e
da sinalização do mesmo (locais de significado social e espiritual ->
monumentos funerários e cultuais). O Homem apropria-se da
Natureza;
criação de novas identidades culturais, mitos e ritos;
enterramento praticado dentro do habitat.
Desenvolvimento de novas utensilagens associadas às novas
práticas económicas Agricultura -> moinhos, enxós, machados,
foices
2. Implementação de um novo ciclo técnico-económico-social complexo
associado ao desenvolvimento da prática agrícola:
Desflorestação
Preparação do terreno
Sementeira
Monda
Colheita
Armazenagem
Preparação para o consumo
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Nível social
1. Progressivas, mas substantivas, alterações do quadro de ordenamento social:
Economia de produção > Novas atividades
Multiplicação de tarefas
Divisão do trabalho
Especialização das atividades
Organização e coordenação do trabalho
Hierarquia e dependência social
Complexificação social
Desigualdade social
Colonialismo
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Populações originárias do Próximo Oriente emigram para a Grécia (Neolítico grego),
Balcãs (Neolítico balcânico) e Europa Central (Neolítico da cerâmica de bandas), e a
partir da Grécia colonizam igualmente a Bacia do Mediterrâneo Ocidental [Modelo
difusionista (G. Childe)].
Fragilidades:
Evolução autóctone
Multiplicidade dos focos primários de Neolitização: várias regiões conheceram, com
independência, os seus próprios processos de neolitização; fruto da própria evolução
interna e de factores ecológicos locais as comunidades mesolíticas passaram a
neolíticas, reinventando a agricultura, a pastorícia, a cerâmica, etc. [Modelo poligénico
(Escola de Cambridge - anos 70)].
Fragilidades:
Aculturação
As comunidades mesolíticas europeias foram estimuladas por contactos com áreas já
“neolitizadas”, introduzindo, assim, certas aquisições (cereais e ovicaprídeos), mas
inventando outras (cerâmica) [Modelo misto (Jean Guilaine, Fortea Perez – anos
70/80)]. (substrato autóctone vai evoluindo ao longo do tempo)
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o Segundo esta teoria a expansão da agricultura obedece a um
movimento de fronteiras móveis, a que corresponde o avanço do novo
modo de produção em 3 fases sucessivas:
Modelo teórico
1º fase (pioneira)
2º fase (estabilização)
Complexificação social
Intensificação agrícola
Sistemas complexos de organização social (chefaturas)
Europa
VII- V milénios a.c. = fase Pioneira: colonização das melhores terras (terras baixas,
solos férteis e água abundante)
V- III milénios a.c. = fase da Estabilização: colonização das terras marginais (zonas
de montanha, bosques)
Europa do Norte, zono alpina e vertente atlântica.
III- I Milénio a.c. = fase de Estruturação: sedentarização/intensificação (A. Sherratt
“Revolução dos produtos secundários” - finais do IV inícios do III milénio) /
complexificação social (aumento dos povoados; fortificações).
Interação / colonização
Pressupõe expansão demográfica limitada de populações agrícolas (frente de avanço)
Interação / aculturação das comunidades mesolíticas europeias com as neolíticas
(modelo dual (perlés, binder, martí, cabanilles)
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1. Sob diferentes condições ambientais, as comunidades mesolíticas europeias
irão também desenvolver, progressivamente, uma economia de produção,
centrada no cultivo de cereais e leguminosas e no pastoreio de vários animais.
2. Este processo foi lento, as espécies diferenciadas e o modo como tais
transformações ocorreram também. Nuns casos imperou a difusão, noutros a
inovação será mais independente.
3. Apesar da cronologia mais antiga no Próximo Oriente, algumas manifestações
neolíticas na Europa ocorrem precocemente (tecnologia cerâmica – Grécia e
na Bacia do Mediterrâneo Oriental).
4. No plano da cultura material (indústrias líticas) não existe descontinuidade
entre o mesolítico e o neolítico, com exceção da Europa Central.
5. Ao contrário do Próximo Oriente a neolitização europeia é marcada pela
mobilidade das comunidades, antecedendo a sedentarização (5000 BP)
6. A neolitização europeia revela grande complexidade económica e social,
grande heterogeneidade de processos e grande diversidade cultural, que
resultam do protagonismo das comunidades mesolíticas e da variabilidade das
áreas geográficas.
7. O mundo neolítico europeu é um mundo de histórias lentas, de muitas
gerações, não tendo, também ele, nada de brusco.
Sudeste europeu
Transformações nas comunidades de caçadores-recoletores que absorvem novos
modos de vida de zonas mais evoluídas através do Egeu, com características
semelhantes ao Próximo Oriente.
Povoados do tipo tell (construções em adobe sobre fundações de pedra), com
habitações de planta variada (quadrada, retangular trapezoidal).
Cultivos: trigo, cevada, leguminosas;
Animais: ovicaprideos e bovídeos
Cerâmica: pintada
Europa central
Neolítico intrusivo, diferente do mesolítico local. Grandes povoados constituídos por
casas retangulares de grandes dimensões, ocupados durante períodos que podem de
ir até 25 anos. Grande mobilidade. Cultivos: trigo, cevada e leguminosas. Animais:
ovicaprideos e bovideos. Cerâmica decoração em bandas (neolítico de cerâmica de
bandas), feitas por incisão, primeiro, por ponteados depois.
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A neolitização da Europa Neolítico Pleno (V-III milénio)
1. Agricultura
Técnicas agrícolas: corte e queimada; agricultura de sequeiro; rotação de culturas
(cereais/leguminosas); policultivo mediterrâneo (trigo, oliveira e vinha).
Ocupação de novas terras; arroteamentos por desflorestação; aproveitamento de
terras marginais.
Adoção do arado; tração animal; estrumagem das terras de cultivo (Rer. Dos produtos
secundários).
2. Pecuária
Predomínio dos ovicaprideos; aumento da importância dos bovídeos (carga, tração e
alimento); domesticação do cavalo (?).
3. Variabilidade das práticas agrícolas e pastoris
Visível na diferenciação das estratégias de povoamento (disperso/ concentrado); maior
peso da atividade agrícola ou pastoril; Revolução dos Produtos Secundários.
4. Regionalização cultural
Observável, por exemplo, nas produções cerâmicas, no habitat e nos rituais
funerários.
5. Aumento dos intercâmbios
Sílex, obsidiana, conchas, metais (a partir do IV milénio), cerâmica campaniforme.
6. Hierarquização social
Monumentalização e complexificação das práticas funerárias (Megalitismo);
diversificação arquitetónica e dos espólios funerários.
MEGALITISMO
Arquitetura que se expressa pela edificação de monumentos construídos com pedras
ou lajes, habitualmente de grandes dimensões, não trabalhadas ou sumariamente
afeiçoadas, fincadas no solo.
Monumentos Megalíticos
Obras de arquitetura, mas também monumentos religiosos e sociais, onde se
praticavam cultos e atividades profanas.
Refletem a transformação simbólica da arquitetura doméstica em “espaços dos
mortos”.
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Revelam polimorfismo cultural e monumental, em que sociedades diferentes podem
ter tido arquiteturas simulares.
FUNÇÃO SOCIAL: eram monumentos de elite, excecionais, que registam a existência
de diferenças sociais (classes, grupos etários, diferentes papéis na sociedade).
FUNÇÃO ESPACIAL: funcionavam como marcas territoriais, refletindo o “stress” pela
posse da terra; situavam-se no centro do território explorado, ou nas suas periferias.
FUNÇÃO SIMBÓLICA: traduzem coesão e integração das comunidades, num
momento em que estaria em curso um processo de diferenciação social.
A área conhecida como o crescente fértil do Próximo Oriente: uma vasta área
que se estende do Nordeste de africa ou do Vale do Nilo no Egipto, até á asia
ocidental, área da mesopotâmia entre os rios Tigre e Eufrates.
Um pouco mais tarde, mudanças semelhantes ocorreram na India entre os rios
Indo e Ganges.
No Extremo Oriente, entre os rios Huang Ho e Yangtzé, na China.
Na América ocorreu de forma autónoma, com duas zonas muito distintas, as
mesoamericanas e a Andina.
A revolução agrária surgiu numa área onde a recoleção, num certo momento do
Paleolítico Final, teve uma predominância decisiva sobre os produtos de caça. O
Mesolítico palestiniano parece revelar claramente este processo de transição.
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O processo de Domesticação das Gramíneas
As gramíneas de crescimento espontâneo são domesticadas ao longo das gerações
através do cultivo seletivo das plantas mais ricas em frutos.
Gobekli Tepe
É considerado Património Mundial pela UNESCO. Situa-se na Turquia.
Desde 1994 escavações tem sido conduzidas pelo Instituto Arqueológico Alemão e
pelo Museu de Şanlıurfa, sob a direção do arqueólogo alemão Klaus Schmidt (1995-
2000: Universidade de Heidelberg, desde 2001: Instituto Arqueológico Alemão).
Schmidt diz que os fragmentos de rocha na superfície do monte fizeram com que
tivesse certeza de que se tratava de um sítio pré-histórico.
Antes disso o monte estava ocupado por culturas agrícolas. Gerações de habitantes
locais frequentemente moviam rochas e as empilhavam para limpar o terreno e muita
evidência arqueológica pode ter sido destruída no processo.
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Grandes blocos de pedras organizados em círculos pontuados por grandes pilares de
cerca de 5,5 metros de altura adornados com esculturas. As sociedades da época já
eram capazes de se organizar para construir enormes monumentos. Existem teorias
que afirmam que os conjuntos de animais nos pilares representariam constelações de
estrelas.
(...)
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Neolítico Pré cerâmico (8.500-7.500 a.C.
Colheita intensiva de cereais
Sedentarização do habitat(aldeias)
Abandono de cavernas
Casas Circulares
Os rostos eram moldados com bastante rigor, quanto mais importância tivesse uma
pessoa, melhor seria o seu retrato fácil. Deste modo, seria adorado com mais rigor do
que se fosse uma pessoa normal.
AIN GHAZAL, JORDÂNIA aprox. 7300-6500 a.C.
4 fases:
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Neolítico Pré-Cerâmico C 6.000-5.550 a.C.
Cerâmica Yarmoukian Neolítica 5.500- ? 5.000 a.C.
Os olhos eram feitos de um material mais branco que o resto da estatueta e eram
contornados com um pigmento preto, possivelmente betume, com pupilas marcadas
com o mesmo pigmento
Çatal Hoyuk
O maior sítio neolítico na Turquia, duas fases da vida:
Escultura e Relevos
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A mais características de todas as esculturas encontradas é esta representação da
deusa mãe protetora.
É uma representação extraordinária da Vénus Neolítica.
Figura de mármore de 8.000 anos de idade de uma mulher obesa com as mãos
debaixo dos seios, foi descoberta no antigo povoado neolítico de Çatal Hoyuk. A
mulher foi representada com uma cabeça careca e olhos oblíquos ou alongados. As
últimas teorias sugerem que estas figuras não eram deusas da fertilidade, mas
retratavam mulheres idosas de elite. A peça te, cerca de 17 centímetros de
comprimento, quase 11 centímetros de largura e pesa pouco mais de um quilo.
Parecido com um lutador de sumo, tem olhos e seios inclinados, barriga e nádegas,
desproporcionais às mãos e pés. Ela foi moldada primeiro pelo polimento de pedra e
depois os detalhes do corpo foram incisos. A execução de todos os detalhes mostra
grande atenção aos pormenores e habilidade técnica.
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