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INTRODUÇÃO

AOS ESTUDOS
HISTÓRICOS
Historiografia
Qual é o objetivo de se estudar
História?
Os historiadores interpretam as experiências
humanasa o longo do tempo. Conhecendo essas
interpretações e refletindo sobre elas, podemos
adquirir consciência do que fomos (passado) para
transformar o que somos (presente). Quando
“pensamos historicamente”, percebemos que a
realidade social é construída pelos seres
humanos. Não se trata de uma fatalidade, de um
dado natural e imutável, mas de uma construção
cultural dinâmica, aberta a novas possibilidades.
Nesse sentido, estudar História pode despertar a
consciência de cada um de nós para a tarefa de
construir uma sociedade mais justa, com menos
desigualdade entre as pessoas,
independentemente de idade, sexo, origem, cor
da pele e religião.
História e historiadores
A o interpretar as vivências humanas, os historiadores investigam
o que mulheres e homens fizeram, pensaram e sentiram no
decorrer de suas vidas, no cenário de suas culturas. Assim, o
historiador pode pesquisar, por exemplo, aspectos da economia,
da política, da cultura material, das mentalidades. Nesse processo,
ele pode compreender relações entre passado e presente.
Fontes históricas
Os historiadores trabalham com diversas fontes em suas pesquisas. No entanto, essas fontes não
são “documentos” ou “objetos” de onde a história possa surgir, nascer ou jorrar de forma única e
cristalina. As fontes sugerem indícios, pistas, indicações sobre o tema pesquisado. Por isso, devem
ser interpretadas pelo historiador. As fontes históricas podem ser classificadas de várias maneiras:
recentes ou antigas, privadas ou públicas, representativas da cultura material ou imaterial etc.
Também já foi muito valorizado o critério de classificar as fontes em escritas e não escritas:
• fontes escritas – cartas, letras de canções, livros, jornais, revistas, documentos públicos ou
particulares etc.;
• fontes não escritas – registros da cultura material, como vestimentas, armas, utensílios, pinturas,
esculturas, construções, músicas, filmes, fotografias, depoimentos orais etc.
Teorias sobre a origem Humana

Criacionismo
Nas sociedades ocidentais, em que predomina atradição cultural cristã, uma das
respostas para a origem do ser humano decorre de uma interpretação da Bíblia, o
livro sagrado dos cristãos. Trata-se da visão denominada criacionismo. Vejamos este
trecho extraído do primeiro livro da Bíblia, o Gênesis:
No princípio, Deus criou o céu e a terra [...]. Deus disse: “Haja luz” e houve luz. Deus
viu que a luz era boa, e Deus separou a luz e as trevas. Deus chamou à luz “dia” e às
trevas
“noite”. [...] Deus disse: “Que a terra produza seres vivos segundo sua espécie:
animais domésticos, répteis e feras segundo sua espécie” e assim se fez. [...] Deus
disse: “Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança, e que ele
domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras
e todos os répteis que rastejam sobre a terra”. [...] Deus criou o homem à sua
imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou. A Bíblia de
Jerusalém. São Paulo: Paulinas, 1989. Gênesis, 1:1, 3, 24, 26, 27.
De acordo com o criacionismo, o texto bíblico fundamenta a interpretação de que o
ser humano é criação de Deus. E uma criação especial, pois o texto diz que o homem
e a mulher foram criados à “imagem de Deus”. Isso significa que o ser humano não é
apenas algo (um corpo vivo), mas alguém (um corpo dotado de uma alma espiritual).
Assim, o ser humano se diferencia das demais criaturas vivas por sua essência
espiritual, que se revela no desenvolvimento de características, como a
racionalidade, a consciência reflexiva, a linguagem elaborada, a imaginação artística
e o senso de moralidade. Essa visão criacionista predominou em sociedades
ocidentais cristãs até o século XIX. Entretanto, com o avanço das investigações
científicas e a consolidação de uma racionalidade laica (não religiosa), uma nova
teoria alcançou a consistência para confrontar a hegemonia criacionista nos meios
científicos.
Evolucionismo
Em 1859, após anos de observações e estudos da natureza, o cientista inglês Charles
Darwin (1809- -1882) publicou o livro A origem das espécies. Nele, propôs que os
seres vivos evoluíram a partir de um ancestral comum. Considerava também que o
mecanismo biológico pelo qual as espécies mudaram, evoluíram e se diferenciaram
estaria baseado em uma seleção natural. Essa proposta foi chamada de teoria
evolucionista ou evolucionismo. Darwin havia observado que, em qualquer espécie,
os indivíduos não são exatamente iguais e que, por isso, alguns se adaptam melhor
que outros a determinado ambiente. Os mais adaptados em cada ambiente têm
maiores chances de sobreviver e, dessa maneira, podem deixar um número maior de
descendentes, o que explicaria a evolução e a diversidade das espécies.
Pré-História
Periodização Tradicional da
História
Pré-História e suas fases
A Pré-História é o maior período da existência
humana, correspondendo a mais ou menos
99% do tempo de nossa História no planeta.

Pré-História - 7.000.000 de anos


História - 5.000 anos
Eolítico
Esse período é anterior ao Paleolítico que abrange
abrange o momento do surgimento dos primeiros
homenídeos (7.000.000 de anos) até por volta de
2.500.000 anos atrás. O termo é pouco utilizado por
pesquisadores devido a escassez de vestígios
materiais.
Eólitos
Paleolítico
Conhecido como o mais extenso período da história humana, o Período Paleolítico
abrange uma datação bastante variada que vai de 2.700.000 de anos até 10.000
a.C. Desprovido de técnicas muito sofisticadas, os grupos humanos dessa época
desenvolviam hábitos e técnicas que facilitavam sua sobrevivência em meio às
hostilidades impostas pela natureza.
A principais características comportamentais do homem nesse período são a caça e a
coleta alimentos que o tornaram consequentemente nômade.
Mesolítico
Mesolítico ou Epipaleolítico (aproximadamente 12.000 a.C. até 9.000
a.C.) é o termo usado para denominar o período da pré-história, que
serve de transição entre o Paleolítico e o Neolítico, e presente (ou
pelo menos, com duração razoável) apenas em algumas regiões do
mundo, onde não houve transição direta entre esses dois períodos.
Significa Idade Média da Pedra (do grego μεσος, mesos =médio; e
λίθος, líthos=pedra) por contraposição ao Paleolítico (Idade Antiga
da Pedra) e ao Neolítico (Idade Nova da Pedra), identificando-se
com as últimas sociedades de caçadores-coletores.
O período mesolítico só existiu em algumas regiões do mundo onde não
houve transição direta entre os períodos Paleolítico e Neolítico, pois,
a evolução histórica se deu diferente em determinadas regiões.
Revolução Neolítica
Revolução neolítica ou Transição Demográfica Neolítica, às vezes chamada de Revolução Agrícola, foi a transição em grande
escala de muitas culturas humanas do estilo de vida de caçador-coletor e nômade para um agrícola e sedentário fixo,
tornando possível uma população cada vez maior. Estas comunidades estabelecidas permitiram que os seres
humanos observassem e experimentassem com plantas para aprender como crescem e se desenvolvem. Este novo
conhecimento levou à domesticação das plantas.
Dados arqueológicos indicam que a domesticação de vários tipos de plantas e animais evoluiu em locais separados em todo o
mundo, começando na época geológica do Holoceno, cerca de 12.500 anos atrás. Foi a primeira revolução agrícola
historicamente verificável no mundo. A Revolução Neolítica reduziu muito a diversidade de alimentos disponíveis, com uma
mudança para a agricultura que levou a uma diminuição da nutrição humana. A mudança envolveu muito mais do que a
adoção de um conjunto limitado de técnicas de produção de alimentos. Durante os milênios seguintes, ela transformaria os
pequenos e móveis grupos de caçadores-coletores que até então haviam dominado a pré-história humana em sociedades
sedentárias (não-nômades) baseadas em vilas. Essas sociedades modificaram radicalmente seu meio ambiente através do
cultivo de culturas alimentares especializadas (com, por exemplo, a irrigação e o desmatamento), o que permitiu um
excesso de produção de alimentos.
Neolítico
As primeiras aldeias eram criadas próximas a rios, de modo a usufruir da
terra fértil (onde eram colocadas sementes para plantio) e água para
seres humanos e animais. Também nesse período começou a
domesticação de animais (cabra, boi, cão, dromedário, etc).
O trabalho passa a ser dividido entre homens e mulheres, os homens
cuidam da segurança, caça e pesca, enquanto as mulheres plantam,
colhem e educam os filhos. A disponibilidade de alimento permite
também às populações um aumento do tempo de lazer e a necessidade
de armazenar os alimentos e as sementes para cultivo leva à criação de
peças de cerâmica, que vão gradualmente ganhando fins decorativos.
Surge também o comércio e o dinheiro, que facilita a troca de materiais e
que era, na época, representado por sementes. Estas sementes,
diferenciadas umas das outras, representam cada tipo, cada valor. Uma
aldeia, ao produzir mais do que o necessário e, para não perder grande
parte da produção que não iria ser utilizada, troca o excesso por peças
de artesanatos, roupas e outros utensílios com outras aldeias.
Neste momento deixam de usar peles de animais como vestimenta, que
dificultam a caça e muitas outras atividades pelo seu peso, e passam a
usar roupas de tecido de lã, linho e algodão, mais confortáveis e leves.

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