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Periodização

Ao longo do tempo, os historiadores convencionaram-se a organizar os eventos em


períodos. Essa periodização, naturalmente, seguia uma organização cronológica e
utilizava acontecimentos marcantes para determinar o fim de um período e o começo de
outro. O fim de um período, no entanto, não significava o registro de mudanças profundas
imediatas, mas indicava, a partir daquele marco, o acontecimento de mudanças
significativas com o passar do tempo.
Apesar de muitos historiadores questionarem a datação dos marcos de cada período, ela
permanece em vigência e é utilizada como mecanismo para organizar o estudo da história
e facilitar o ensino. Os períodos históricos são Pré-História, Idade Antiga, Idade Média,
Idade Moderna, Idade Contemporânea.

• Pré-História

Período que acompanha toda a evolução histórica do homem, partindo de seu surgimento
e estendendo- se até o momento em que a primeira forma de escrita foi criada, por volta
de 4000 a.C. A Pré-História acompanha todo o processo de desenvolvimento humano,
desde a utilização da pedra e do metal para a produção de ferramentas até o processo de
sedentarização.
• Idade Antiga

Tem como ponto de partida a criação da primeira forma de escrita desenvolvida pelo
homem: a escrita cuneiforme, criada pelos sumérios, povo que habitou a Mesopotâmia.
Esse período estuda os acontecimentos que envolveram diferentes povos, como egípcios,
sumérios, assírios, persas, hititas, gregos, romanos, etc. O marco do fim desse período é
a queda do Império Romano do Ocidente, quando o último imperador romano foi
destronado pelos hérulos, em 476 d.C.

• Idade Média

Acompanha os eventos históricos do período que se estende de 476 a 1453. Seu marco
inicial é o fim do Império Romano do Ocidente, e seu marco final é a queda de
Constantinopla para os otomanos.
Nesse período, enfocam-se os fatos acontecidos na Europa com o surgimento do
feudalismo e a formação de uma sociedade controlada pela Igreja Católica. Atualmente, o
estudo desse período no Brasil tem expandido seu foco para estudos de outros povos,
como árabes, povos asiáticos, africanos e pré- colombianos.

• Idade Moderna

É um período mais curto o qual analisa os acontecimentos de 1453 a 1789, com destaque
para o processo de colonização do continente americano. São ressaltadas também as
diversas transformações que a Europa enfrentou com o surgimento de novas ideias
durante o Renascimento e o Iluminismo.
O marco estipulado para o fim desse período é a Queda da Bastilha, evento que iniciou a
Revolução Francesa, em 1789.

• Idade Contemporânea

Período atual em que estamos inseridos. Acompanha acontecimentos do final do século


XVIII até a os dias de hoje. Sendo assim, esse período engloba fatos que marcaram
grandes transformações para a humanidade, como aqueles causados pelas revoluções
industriais.

O Paleolítico

O Paleolítico, também conhecido como Idade da Pedra Lascada, é a primeira fase da


Idade da Pedra. Vai de 2 milhões a.C. (época aproximada em que o homem fabricou o
primeiro utensílio) até 10.000 a.C. (início do Período Neolítico).
Fabricação de ferramentas e caça

Exemplos de ferramentas do Período Paleolítico

Este período da Pré-História se caracteriza pela fabricação de ferramentas (machados,


lanças, cajados, facas, etc) e outros objetos de pedra, ossos e madeira. A vida neste
período baseava-se na caça de animais, pesca e coleta de alimentos (frutos, folhas e
raízes).

Nomadismo

Os homens deste período eram nômades, ou seja, se deslocavam constantemente de um


local para outro em busca de água e alimentos. Como precisavam deixar o local
constantemente, buscavam moradias provisórias como, por exemplo, cavernas e vãos
entre rochas. Também habitavam provisoriamente em pequenas choupanas, fabricadas
com galhos de árvores e cobertas com folhas. Porém, estas habitações eram bem
rudimentares e eram usadas por um curto período de tempo.

Economia

A economia na fase do Paleolítico era de subsistência, ou seja, não acumulavam nem


produziam para o comércio, mas apenas para a sobrevivência do grupo. Os bens de
produção do grupo (ferramentas, utensílios e outros objetos) eram de propriedade
coletiva. Quase todo tempo de suas vidas era destinado à sobrevivência.

Organização social

Os homens se organizavam em pequenos grupos, cuja liderança era do mais forte e


experiente. Aos homens cabia a tarefa de caçar, pescar e proteger o grupo. As mulheres
ficavam com a função de preparar o alimento e cuidar dos filhos.

Comunicação

A comunicação neste período era baseada na emissão de pouca quantidade de sons


(ruídos). Outra forma muita usada de comunicação foram as pinturas rupestres (desenhos
feitos em paredes de cavernas). Através destes desenhos (arte rupestre) eles marcavam
o tempo, trocavam experiências e transmitiam mensagens e sentimentos.

O fogo
Uma das grandes descobertas do período foi a produção do fogo. Este era produzido
através de dois processos. O mais rudimentar era a fricção de duas pedras sob um maço
de palha seca. A faísca obtida incendiava a palha. Num segundo procedimento, mais
elaborado, um graveto era girado sob o furo de uma madeira seca. Este procedimento,
através do aquecimento, gerava calor que passava para a palha, provocando o fogo.

Rituais

No Paleolítico, os homens já realizavam rituais funerários. Arqueólogos encontraram, em


várias regiões, potes de cerâmica com restos mortais e objetos pessoais dentro de
cavernas. Eram também realizados rituais religiosos com a utilização do fogo.

Hominídeos que viveram no Paleolítico

Australopitecos, Homo Habilis, Homo Erectus, Homo Sapiens, Homem de Neanderthal e


Homem de Cro-Magnon.

Curiosidades pré-históricas históricas:

- De acordo com muitos arqueólogos, os primeiros instrumentos (ferramentas e


artefatos de caça) começaram a ser feitos pelos homens pré-históricos há cerca de 2,5
milhões de anos.

- No Paleolítico, os homens faziam as roupas, que eram bem rudimentares, de peles


de animais.

- Foi também nessa fase que o homem começou a fazer pequenas esculturas de
barro e de pedra.

Medição do tempo

Desde a Pré-História o homem já observava alguns padrões na natureza: por exemplo, os


períodos de claridade e escuridão (dia e noite), as fases da Lua (que originaram os
meses) e a repetição de alterações climáticas (estações). Usava esses ciclos em
atividades agrícolas, para planejar o plantio.

Não à toa, os primeiros registros de medição do tempo foram localizados na fértil região
do rio Nilo, na África. Ali, arqueólogos encontraram um dos primeiros calendários de que
se tem notícia, o egípcio, desenvolvido por volta de 3000 a.C., além dos primeiros relógios
(de sol, entre 5000 a.C. e 3500 a.C., e de água, feito em cerca de 1400 a.C.).

O desenvolvimento da ciência (especialmente da astronomia, com os gregos e romanos)


possibilitou cálculos e ajustes mais precisos na mensuração do tempo. O calendário
gregoriano que usamos hoje, foi instituído no século 16. Os relógios de sol, trazidos para
a Grécia pelo contato com os babilônios, também sofreram sensível aperfeiçoamento.

Fontes históricas
As fontes históricas são vestígios do passado que permitem que o historiador desenvolva
sua pesquisa e responda questões referentes a elas. Dessa maneira, as fontes assumem
um papel de total importância para a pesquisa histórica dando credibilidade à mesma.

O termo “fonte” é compreendido como documento que registra e comprova o vestígio do


passado.

Até o século XIX, acreditava-se que o passado só poderia ser estudado por meio de
fontes escritas oficiais, o que limitava o trabalho do historiador somente a esses
documentos.

Contudo, a partir do século XX, passa-se a compreender como fonte histórica tudo o que
foi produzido pelo ser humano desde os primórdios, ou seja, desde antes da escrita.

Com isso, fontes de natureza oral e material passam a ser consideradas tão importantes
quanto documentos escritos para se compreender o passado. Esse movimento na
pesquisa histórica permitiu que surgissem novas discussões ao mesmo tempo em que
contribuiu para o crescimento da produção histórica.

Tipos de fontes históricas

As fontes históricas podem ser desde artefatos arqueológicos a dispositivos eletrônicos. É


importante que se compreenda que todos os tipos de fontes históricas são importantes
para o desenvolvimento da pesquisa. Contudo, existe uma diferença de complexidade
entre elas.

Fontes históricas escritas

As fontes históricas escritas consistem em documentos que possuem frases e textos.


Alguns exemplos de fontes escritas são: cartas, discursos, leis, livros, letras de musicas,
poemas, jornais, revistas, folhetos, etc.

Fontes históricas materiais

As fontes históricas materiais são os vestígios do passado deixados pelo homem. São as
fontes mais amplas que existem pois tudo que foi produzido pelo homem desde a sua
existência é passível de pesquisa. Podemos exemplificar algumas fontes materiais, como:
esculturas, pinturas rupestres,

Fontes históricas orais

As fontes históricas orais são fontes que envolvem a fala. Em sociedades que a escrita
não é dominada por todos os seus membros (como algumas comunidades indígenas, por
exemplo), sua história é narrada e transmitida pela fala dos mais velhos.

Assim, a memória do narrador se torna uma importante ferramenta para se construir a


história que passa de geração para geração. As fontes históricas orais permitem perceber
como o grupo envolvido no fato passado vivenciou e percebeu o desenrolar dos
acontecimentos. Alguns exemplos de fontes orais são: lendas, mitos, relatos,
documentários, entrevistas, etc.

Percebe-se, então, que as fontes históricas são variadas. Cada uma demanda um
cuidado diferente por parte do historiador que deve se encarregar de extrair delas
argumentos sólidos que sustentarão sua pesquisa.

Nesse sentido, a atuação do historiador é de suma importância para a pesquisa histórica,


pois dependerá da forma como ele manuseará as fontes que a história será difundida.

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