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INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA

ALUNO (A): _________________________________________ TURMA:_________


DISCIPLINA: HISTÓRIA PROF (A): CLEIDE

REFLEXÃO SOBRE A HISTÓRIA

Por que será que existem, numa mesma cidade, bairros tão diferentes? Por que algumas pessoas têm
tanto dinheiro e outras não ganham o suficiente nem para comprarem os alimentos? Por que algumas
crianças precisam trabalhar? Por que outras não têm escola nem lugar para morar?
Será que sempre foi assim? Será que nos outros países é diferente?
Estudar História nos ajuda a responder essas e outras tantas perguntas.
Estudando o passado, conhecendo o que aconteceu antes, podemos entender o que acontece hoje
e saber os motivos do que aconteceu. Podemos descobrir também o que é possível fazer para modificar as
situações de injustiças que existem.
Em síntese, a História é uma ciência que estuda a vida humana através do tempo. Estuda o que os
homens fizeram, pensaram ou sentiram enquanto seres sociais.
Estudar História é adquirir consciência da trajetória humana. Consciência do que fomos para
transformar o que somos.

QUEM FAZ A HISTÓRIA

A História não é feita por algumas pessoas privilegiadas, pelas classes mais ricas, pelos políticos ou
pelas pessoas que aparecem nas redes sociais. Todos nós, ricos ou pobres, construímos no dia a dia a história,
pois somos agentes dinâmicos, na medida em que participamos da vida social, política e econômica do país
e do mundo em que vivemos.

A CIENTIFICIDADE DA HISTÓRIA

Hoje a História é considerada uma ciência, mas precisamos lembrar quem nem sempre foi assim.
Na fase PRÉ-CIENTÍFICA (greco-romana e medieval): os historiadores não faziam uso do método
científico; os relatos dos fatos históricos, muitas vezes, misturavam a realidade com a mitologia e as crenças
religiosas.
Na fase CIENTÍFICA (século XIX): graças aos historiadores positivistas, a História tornou-se ciência.
Mas, se por um lado esses historiadores deram a História o status de ciências, por outro limitaram o trabalho
do historiador que só poderia trabalhar com os grandes acontecimentos e com os grandes vultos históricos;
nessa fase as fontes históricas aceitas eram os documentos escritos oficiais, e o tempo trabalhado era o
cronológico (linear).
Em 1929, historiadores vinculados a Escola dos Annales fizeram uma revolução na historiografia.
Novos objetos passaram a ser estudados (indígenas, mulheres, crianças, loucos, pretos etc); a História
passou a dialogar com outras ciências; novas fontes foram aceitas e o tempo histórico passou a ser
considerado.

FONTES HISTÓRICAS

O historiador, em suas análises e interpretações, utiliza-se das fontes históricas. Todos os elementos
deixados pelo homem que permitem o conhecimento dos acontecimentos históricos são considerados
fontes históricas.

As fontes históricas podem ser classificadas em:


● FONTES MATERIAS: são os documentos ou objetos físicos produzidos por mãos humanas. Sendo
assim, documentos escritos, pinturas, fotos, vídeos, roupas, construções, objetos, entre outros,
são considerados pelos historiadores como fontes materiais.
● FONTES IMATERIAIS: são novidades dentro do trabalho dos historiadores, e nelas estão incluídos
os relatos de pessoas que presenciaram determinado acontecimento, assim como lendas e
histórias populares transmitidas pela oralidade.

As fontes histórias também podem ser classificadas em:

● VESTÍGIOS: templos, palácios, monumentos, esculturas, pinturas, moedas, medalhas, armas,


vestuários, cerâmicas, ossos, utensílios etc.
● DOCUMENTOS ESCRITOS: leis, decretos, tratados, constituições, relatórios, códigos, registros
civis, livros, cartas, jornais etc.
● ORALIDADE: lendas, fábulas, narrações poéticas, cações populares etc.

OBS: os documentos emitidos pelo Estado são chamados de DOCUMENTOS OFICIAIS, os demais são
conhecidos como DOCUMENTOS NÃO OFICIAIS.

Entre as fontes históricas, os documentos escritos são os que nos fornecem maior quantidade de
informações sobre o passado.
Contudo, quando vai analisar um fato histórico, o historiador tem que tomar cuidado com os
documentos escritos, por que muitos deles retratam apenas os feitos do governo ou das classes dominantes.
Assim, se o historiador não for cuidadoso, ele corre o risco de fazer interpretações equivocadas sobre o
passado.
Isso infelizmente ainda ocorre. Em muitos livros notamos informações que falseiam a verdade sobre
a opressão e às vezes os massacres de determinados grupos; livros que escondem a luta das populações
pobres por melhores condições de vida; que omitem o papel dos trabalhadores, das mulheres, das crianças
e de muitos outros grupos, enquanto agentes históricos.
Outra grande falha dos historiadores é a análise do fato histórico fora de seu contexto. Essa falha é o
que chamamos de ANACRONISMO (seria julgar um evento do passado, de outra cultura, com regras morais
e valores de nossa sociedade).

CIÊNCIAS AUXILIAREM DA HISTÓRIA

Como a História é a ciência que estuda as ações do homem sob diversos aspectos, com suas
contradições e complexidades, o historiador se vale de outras ciências para a análise dos fatos históricos.
São elas:
CIÊNCIAS INDEPENDENTES (POSSUEM VIDA PRÓPRIA):
● Economia: estuda a produção, distribuição, consumo e circulação da riqueza.
● Sociologia: estuda o homem em sociedade.
● Geografia: estuda a superfície da terra no seu aspecto físico e humano.
● Antropologia: estuda o homem em seus aspectos biológico e cultural.
● Arqueologia: estuda as culturas extintas.
● Paleontologia: estuda os fosseis animais e vegetais.

CIÊNCIAS DEPENDENTES (NÃO POSSUEM VIDA PRÓPRIA):


● Cronologia: estuda a localização dos fatos no tempo (datas).
● Paleografia: estuda os escritos antigos em materiais leves, como papiro, pergaminhos e papel.
● Epigrafia: estuda os escritos antigos em materiais pesados, como pedra, argila, madeira, bronze
etc.
● Heráldica: estuda os brasões e escudos.
● Numismática: estuda as moedas.
● Sigilografia: estuda os selos e timbres.
● Diplomática: estuda os documentos oficiais.
● Genealogia: estuda as origens e os desdobramentos das famílias.

TEMPO E HISTÓRIA

Quando estudamos um acontecimento histórico, devemos saber onde e em que época ele ocorreu. É
importante saber contar o tempo para compreender melhor os processos históricos.
Os cristãos contam o tempo a partir do ano do nascimento de Jesus Cristo, considerado o ano 1 da era
cristã. Isso quer dizer que, para os cristãos, os acontecimentos históricos dividem-se entre os que ocorreram
antes de Cristo nascer e os que ocorreram após o nascimento de Cristo.
Para os povos que, como nós, adotam o calendário GREGORIANO (cristão), o tempo transcorrido antes
de Cristo é contado de forma crescente. Depois do ano do nascimento de Cristo, o tempo é contado de forma
crescente.
Os povos que vivem em países não cristãos contam o tempo usando como referência um fato histórico
importante para eles. Os árabes, por exemplo, usam o ano em que o profeta Maomé fugiu de Meca para
Medina, ou seja, 622 d.C.
Apesar de ser um referencial de suma importância para que o homem se situe, a contagem do tempo
não é o principal foco de interesse da História. Em outras palavras, isso quer dizer que os historiadores não
têm interesse pelo tempo cronológico, contado nos calendários, pois sua passagem não determina
as mudanças e acontecimentos (os tais fatos históricos) que tanto chamam a atenção desse tipo de
estudioso.
O tempo empregado pelos historiadores é o chamado “tempo histórico”, que possui uma importante
diferença do tempo cronológico. Enquanto os calendários com constantes e medidas exatas e proporcionais
de tempo, a organização feita pela ciência histórica leva em consideração os eventos de curta, média e longa
duração. Dessa forma, o historiador se utiliza das formas de se organizar a sociedade para dizer que um
determinado tempo se diferencia do outro.

PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA

Periodizar significa “indicar períodos”, “demarcar o tempo histórico com marcos significativos”. A
periodização tradicional divide o estudo da humanidade em Pré-História (do surgimento do homem até a
invenção da escrita) e História (da invenção da escrita até os dias atuais).

DIVISÃO DA PRÉ-HISTÓRIA
● Paleolítico: do aparecimento dos primeiros hominídeos até cerca de 10 mil a.C.

● Neolítico: de aproximadamente 10 mil a.C. até 5 mil a.C.

● Idade dos Metais: de aproximadamente 5 mil a.C. até 4 mil a.C.

DIVISÃO DA HISTÓRIA
● Idade Antiga: da invenção da escrita (4 mil a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente
(476).
● Idade Média: da queda do Império Romano do Ocidente (476) até a queda de Constantinopla
(1453).
● Idade Moderna: da queda de Constantinopla (1453) ate a Revolução Francesa (1789).

● Idade Contemporânea: da Revolução Francesa (1789) até os dias atuais.

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